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(Roteiro para narração)

Dorothy no país de Oz

(Coreografia 1. Dorothy - Além do arco-íris)

Quando um grande ciclone passou pela cinzenta fazenda do tio Henrique e da tia Emily,
Dorothy e Totó, seu amado cãozinho, não conseguiram entrar no abrigo e foram levados com a
pequena casa pela força dos ventos. E no olho do furacão a casa flutuou para bem longe,
Dorothy e seu cãozinho sem ter para onde ir, adormeceram na pequena cama.

(Cena 1)

Depois de flutuar por algumas horas a casa pousou com muita força em algum lugar.
Com o forte estrondo, Dorothy e Totó despertaram, e ao olhar pela janela a menina percebe que
não está mais na fazenda de seus tios. Tudo é muito colorido e vivo, muitas árvores e flores de
diversos tipos e tamanhos. Resolve sair da casa para conhecer esse lugar incrível quando
percebeu se aproximando quatro pessoinhas muito diferentes. Caminhavam em sua direção,
decididos e um tanto curiosos, algumas distintas senhorinhas de azul e uma de branco que ia um
pouco mais a frente. As de azul eram Danubialenses, o povo do Leste, que até então eram
escravizados pela Bruxa Má do Leste. Já a senhorinha de branco era a Bruxa Boa do Norte que
era muito amiga deles.

(Coreografia 2. Preparatório 1 – Os Danubialenses)

Ao se aproximarem da casa cochicharam algo entre si e a Senhorinha de branco foi até


Dorothy e fez uma longa reverência e disse como uma voz muito doce: -Bem vinda Nobre
Feiticeira, a Danubial, o estado do Leste! Queremos agradecer por ter matado a Bruxa Má do
Leste, libertando nosso povo da escravidão. Dorothy muito espantada com o que ouvia, logo
respondeu: -Eu não sou uma feiticeira e tampouco matei alguém, sou apenas uma garotinha.

A senhorinha de branco e os Danubialenses deram uma risadinha e ela disse: - A sua


casa, pelo menos, caiu sobre a Bruxa Má do Leste e a matou. O que é a mesma coisa! Veja só o
que sobrou dela, apenas esses sapatinhos de prata que agora são seus por direito, já que a sua
casa a destruiu.

(Cena 2)

Dorothy aceitou os sapatinhos e agradeceu.

A menina gostou muito daquele lugar e da gentileza daquelas pessoas, mas estava muito
preocupada com seus tios que ficaram na fazenda, e precisava de ajuda para voltar
urgentemente. A Bruxa Boa do Norte disse que não tinha poder suficiente para ajudá-la a voltar,
mas sabia que O mágico de Oz certamente poderia. Mostrou a Dorothy o caminho de tijolos
amarelos que levava a Cidade das Esmeraldas, onde estaria o Grande e Poderoso Oz. Antes de
partir, a Bruxa Boa do Norte deu um beijo mágico na testa da menina, fazendo com que nenhum
mal pudesse atingi-la dentro do país de Oz.

Então, após se despedir, Dorothy calça os sapatinhos de prata, prepara uma cesta com
alguns pães e segue trilha de tijolos amarelos com seu companheiro Totó. Depois de caminhar
por algumas horas, a menina ao se aproximar de uma pequena fazenda, ouve sons de festa e
música e decide se aproximar.
(Cena 3)
(Coreografia 3. Danúbio Azul – Ciclo 2)

Dorothy é recebida por alguns Danubialenses dançando e festejando sua liberdade, já


que a Bruxa Má do Leste havia sido destruída. Assistiu as danças com muito entusiasmo,
aproveitou a festa, descansou e no dia seguinte se despediu e seguiu sua jornada.

(Cena 3)

Após caminhar a manhã inteira sob o sol, Dorothy e seu cãozinho companheiro se
aproximaram de um imenso milharal e decidiram descansar a sombra de uma grande árvore que
tinha ali perto. Depois de tomarem um lanche com a comida que ganharam na festa, Dorothy e
Totó tiraram um cochilo merecido. Passados alguns minutos Dorothy despertou ouvindo uma
voz chamar: -Olá! Como vão vocês? Eu estou aqui!

A menina olhou em volta e viu apenas uma Espantalha que estava no meio do milharal.
Percebeu que a voz vinha da mesma direção. Então, resolveu se aproximar. A Espantalha
parecia muito feliz em vê-los, e disse: - Olá! Não vejo alguém por aqui há muito tempo. É muito
chato passar dia e noite espantando os corvos para não comerem os milhos.

- E por que você não desce daí? – Perguntou a menina.

- Eu não consigo sozinha. Você poderia me ajudar? Eu ficaria muito agradecida.


– Respondeu a Espantalha.

Dorothy esticou os braços e ajudou a Espantalha a descer facilmente, pois ela era
recheada de palha, por isso era tão leve.

Ao ser colocada no chão, a Espantalha se espreguiça, agradece e pergunta: - E você,


quem é?

- Eu sou Dorothy, estou a caminho da Cidade das Esmeraldas. Vou pedir ao


Grande Oz que me leve de volta a fazenda dos meus tios. – Respondeu a menina.

- Quem é Oz? – Perguntou a Espantalha.

-Ora, mas você não sabe? – Respondeu Dorothy admirada.

- A verdade é que eu não sei nada de nada. Sou recheada de palha e não tenho um
cérebro. – Devolveu a Espantalha com tristeza.

- Você acha que se eu for com você até a Cidade das Esmeraldas o grande Oz me
daria um cérebro? – Perguntou a Espantalha com um fio de esperança.

- Não sei – Respondeu a menina. – Mas pode vir comigo se quiser. Se Oz não lhe
der um cérebro, pelo menos não vai ficar pior do que está.

- Isso é verdade – disse a Espantalha. Então eu vou com você!

(Coreografia 4. Pequena Vinheta - Estrada de tijolos amarelos)


Já estava anoitecendo e após andarem muito, a Espantalha avistou uma pequena casinha
de madeira a beira da estrada, onde encontraram uma cama feita de folhas. Dorothy, como
estava muito cansada deitou-se e dormiu até o outro dia.

Ao amanhecer, ouviram um gemido vindo da parte de trás da casinha e foram correndo


ver o que era. Quando chegaram, viram reluzindo um raio de sol entre as árvores, uma
lenhadora toda feita de lata com um machado erguido sobre a cabeça.

- Foi você quem gemeu desse jeito? – perguntou Dorothy.

- Fui eu sim. – Respondeu a Lenhadora de lata. – Faz muito tempo que estou
assim e não passa ninguém para me ajudar.

- O que eu posso fazer? – Disse Dorothy – Como posso ajudar?

- Dentro da casa tem uma lata de óleo. – Disse a Lenhadora. – Lubrifique minhas
juntas começando pelo meu pescoço, assim que ficarem bem por inteiro.

(Coreografia 5. - Lenhadora de lata)

Logo, colocaram óleo em todas as juntas da Lenhadora de lata e ela pôde abaixar os
braços e movimentar-se livremente. Agradecendo, ela pergunta: - E vocês, como vieram parar
aqui?

-Estamos a caminho da Cidade das Esmeraldas. -Respondeu Dorothy – Paramos na sua


casa para passar a noite.

- E por que vocês querem ver Oz? – Perguntou a Lenhadora de lata.

- Quero que ele me mande de volta a fazenda dos meus tios; e a Espantalha quer
que lhe arranje um cérebro para sua cabeça. – Disse a menina.

A Lenhadora pensou profundamente e perguntou: - Você acha que Oz poderia me dar


um coração?

- Ora! Claro que sim – Respondeu Dorothy – Deve ser tão fácil quanto arranjar
um cérebro para a cabeça da Espantalha.

- É verdade! – Disse a Lenhadora de lata – Então, se vocês deixarem, os


acompanharei a Cidade das Esmeraldas pedir ajuda ao grande Oz.

- Venha conosco! – Respondeu animada a Espantalha.

A Lenhadora apoiou o machado no ombro e pediu que Dorothy guardasse a lata de óleo
em sua cesta. E agora com mais um amigo, voltaram a trilha de tijolos amarelos, rumo a Cidade
das Esmeraldas.

(Coreografia 6. Pequena Vinheta. – Estrada de tijolos amarelos)


(Cena 5)
Já estava escurecendo quando chegaram a um trecho da estrada de tijolos amarelos
quase toda encoberta pela floresta. Caminhavam lado a lado, Dorothy e Totó no meio, a
Espantalha e a Lenhadora de lata uma de cada lado. Todos muito preocupados e atentos, quando
de repente ouviram um rugido muito forte vindo de dentro da floresta, bem próximo a eles. E
um leão enorme pulou na frente deles, no meio da estrada. Com uma patada fez a Espantalha
sair rodopiando e caindo a beira da estrada. Tentou cravar as garras na Lenhadora de lata, mas
não conseguiu nem arranhar, apenas a derrubou. Totó se encheu de coragem e foi logo correndo
enfrentar o Leão que o esperava pronto para o abocanhar. Dorothy sem pensar duas vezes
avançou até o Leão e deu um tapa no seu focinho, dizendo: - Não se atreva a morder o Totó.
Que vergonha! Um animal enorme como você, tentando morder um pobre cachorrinho!

- Mas eu nem mordi ninguém. – respondeu o Leão esfregando a pata na parte do


focinho onde tomou o tapa.

- Não, mas bem que tentou! – Disse Dorothy, ajudando a Lenhadora de lata a se
levantar e erguendo a Espantalha. – Você não passa de um grande covarde.

- Eu sei – Disse o Leão baixando a cabeça de vergonha. – Eu sempre soube.

- E por que você é covarde? – Perguntou Dorothy, olhando para o imenso animal,
quase do tamanho de um cavalo.

- É um mistério – Respondeu o Leão. – Imagino que nasci assim. Todos os outros


animais esperavam naturalmente que eu fosse corajoso. E então, aprendi que se eu rugisse bem
alto, todas as criaturas se assustariam e sairiam do meu caminho. Mas na verdade eu que morro
de medo deles. Mas quando eles ouvem o meu rugido, se afastam e, é claro, eu prefiro assim.

- Mas isso não está direito – Disse a Espantalha – O rei dos animais não deveria
ser covarde.

- Eu sei – Disse o Leão, enxugando uma lágrima com a ponta da calda. - Por isso
vivo muito triste e minha vida é tão infeliz. Mas o que vocês estão fazendo nessa região?

- Estamos a caminho da Cidade das Esmeraldas. – Respondeu a Espantalha. –


Vamos pedir ao grande Oz que leve Dorothy de volta a fazenda dos tios, que me dê um cérebro
e a Lenhadora de lata um coração.

- Então, se não se importarem, eu vou com vocês – Disse o Leão – Porque não
consigo suportar minha vida sem um pouco de coragem.

-Pois é muito bem-vindo. – Respondeu Dorothy. – E ainda vai ajudar a espantar outras
feras que possam aparecer.

E então o pequeno grupo se pôs de novo a caminho, com o Leão covarde ao lado de
Dorothy.

(Coreografia 7. Pequena Vinheta. – Estrada de tijolos amarelos)

Após caminharem mais um pouco resolveram acampar até o clarear do dia para seguir
viagem. Ao amanhecer perceberam que o trecho da floresta sobre a estrada estava no fim. Ao
sair, avistaram um extenso campo de lindas flores, mas a Espantalha reconheceu aquelas flores e
advertiu: - É um campo de papoulas-dormideiras. Muito cuidado, pois o seu perfume faz
qualquer ser de carne adormecer profundamente. Precisamos passar por elas muito rápido.
Mas eles não imaginavam o quão grande era aquele campo de flores.

(Coreografia 8. Preparatório 2 – Papoulas-dormideiras)

Andaram o mais rápido que puderam, mas Dorothy, totó e o Leão covarde não resistiram ao
perfume sonífero das Papoulas-dormideiras e adormeceram no meio do caminho. Como a
Espantalha e a Lenhadora não eram de carne, não foram afetadas pelo efeito sonífero do
perfume das flores. Tampouco não conseguiriam carregar o Leão por ser muito grande. Então,
fizeram uma cadeirinha e carregaram Dorothy e Totó até o fim do campo de flores, com tristeza
por ter que deixar o amigo Leão para trás.

(Cena 7)

Se afastaram a uma boa distância do campo de Papoulas-dormideiras carregando Dorothy e


Totó. E os estenderam na relva próximo a um rio que corria ali perto, para que a brisa fresca os
despertasse. Assim que Dorothy acordou, a Espantalha contou tudo o que aconteceu, e a menina
ficou triste e chorou pelo amigo Leão.

De onde estavam conseguiam ver a estrada de tijolos amarelos próxima a um grande milharal, e
se preparavam para voltar a trilha quando a Lenhadora de lata ouviu ao longe uma pequena
marcha. Não demorou muito para que surgisse de dentro da plantação a Rainha dos Ratos do
Campo e seus soldados. Quando se aproximavam, Totó os viu começou a latir e pulou do colo
de Dorothy na direção dos ratos, costumava correr atrás deles na fazenda dos tios. Mas num
reflexo perfeito a Lenhadora de lata agarrou o cachorrinho no ar, impedindo que ele atacasse as
pequenas criaturas. Os ratos viram o que aconteceu e se dispersaram da formação, se
escondendo.

- Não precisam temer, o cãozinho não os fará mal nenhum. – Disse a Lenhadora de lata
segurando Totó nos braços.

- Tem certeza que não vai abocanhar nenhum de nós? – Disse a Rainha dos Ratos aparecendo.

- Não vou deixar – Disse a Lenhadora de lata. – Por isso não tenha medo.

Um a um, os ratos foram reaparecendo e retornando a sua formação. Quando um deles disse: - O
que podemos fazer para retribuir? Já que salvou a vida de nossa rainha.

A Lenhadora de lata pensou um pouco e antes que respondesse, a Espantalha, num salto, falou: -
Vocês podem resgatar nosso amigo Leão Covarde que está adormecido no campo das Papoulas-
dormideiras!

- Um Leão? – Disse a Rainha assustada. – Mas ele vai nos comer!

- Ah não! Esse Leão é covarde. – Devolveu a Espantalha. – É o que ele mesmo diz. E nunca
haveria de ferir um amigo nosso. Se vocês nos ajudarem a salvá-lo, garanto que ela irá tratá-los
com a maior gentileza.

- Muito bem! – Disse a Rainha. – Vamos acreditar no que disse. Como podemos fazer?

- Chame todos os ratos que atendem suas ordens como Rainha. – Disse a Espantalha. – E você
Lenhadora, vá até a floresta e construa, com troncos de árvores, uma maca que aguente o peso
do Leão.

Imediatamente a Lenhadora começou a trabalhar no projeto e os ratos começaram a surgir de


todos os lados.
(Cena 7)
(Coreografia 9. Ciclo 1 – A Rainha dos ratos do Campo)

(Cena 8)

O Leão despertou depois de um bom tempo, já que ficou muitas horas adormecido entre as
Papoulas-dormideiras. Quando despertou quis saber como conseguiram tirá-lo de lá, sendo ele
tão grande e pesado. Seus amigos o contaram e ele ficou admirado como criaturinhas tão
pequenas puderam carregá-lo.

Assim que ele se sentiu melhor, retornaram a estrada de tijolos amarelos, rumo a Cidade das
Esmeraldas para encontrar o Grande Oz.

Caminharam o resto da tarde, até que perceberam no horizonte um esplendoroso brilho


esverdeado. Era a Cidade das Esmeraldas, onde tudo era verde e cravado de esmeraldas e pedras
preciosas.

Ao chegar aos portões da cidade, encontraram as guardas que os recepcionaram. Todos trajadas
de verde, em roupas muito elegantes.

- O que querem na Cidade das Esmeraldas? – Perguntou um deles.

- Viemos ver o Grande Oz! – respondeu Dorothy.

- Faz muito anos que ninguém vem aqui pedir para ver Oz, o terrível. – Disse a guarda admirada
com a resposta da menina. – Se vocês vieram até aqui para perturbar o Grande Mágico com
coisas bobas, ele pode se enfurecer e destruir todos vocês.

- Mas não é nenhuma bobagem. – respondeu a Espantalha – É importante. E todos dizem que
ele é um Mágico do bem.

- Isso é verdade. – respondeu a guarda de verde. - E governa com grande sabedoria a Cidade das
Esmeraldas.

As guardas se alinharam em formação e abriram os portões para que Dorothy e seus amigos
pudessem entrar.

(Coreografia 10. Ballet Adulto Iniciante – Guardas da Cidade das Esmeraldas)


(Cena 9)

Após uma pomposa recepção das guardas da cidade das Esmeraldas, Dorothy e sua turma foram
levados até ao salão do grande Oz. Ao chegarem, as portas se fecharam, houve um clarão e
ouviram-se sons de raios e trovões. Uma cabeça gigante apareceu no meio da sala e uma voz
muito grave os interrogou: - Quem são vocês e o que querem comigo, O terrível e poderoso Oz?

Todos se encolheram atrás do Leão que quase diminuiu de tamanho de tanto medo. Mas
Dorothy, saindo de trás dele, respondeu: - Eu sou Dorothy e esses são meus amigos, a
Espantalha, a Lenhadora de Lata, o Leão Covarde e Totó, meu cachorrinho. Viemos pela estrada
de tijolos amarelos até aqui para que o senhor que é tão mágico e poderoso possa nos ajudar.

Outro clarão com sons de raios e trovões se espalhou pelo salão e o Grande Oz respondeu: - E
por que vocês acham que eu deveria os ajudar?

- Por que com todo o seu poder, o senhor é o único que pode nos dar o que precisamos. –
Respondeu a Espantalha.

O mágico, representado pela grande cabeça, fez um breve silêncio e logo perguntou: - Então me
digam, o que vocês acreditam que posso fazer por vocês?

- Eu preciso voltar a fazenda dos meus tios. Estou muito preocupada com eles, pois a
última vez que os vi foi quando passou um ciclone pala fazenda e me trouxe até aqui. – Disse
Dorothy.

- E eu preciso de um cérebro, pois sou recheada de palha até a cabeça, como posso pensar
e ter sabedoria? – Respondeu a Espantalha, em seguida.

- Eu preciso de um coração bondoso, pois sou feita de lata. Sou forte, mas sou fria e oca
por dentro. – Disse com tristeza, a Lenhadora de Lata.

O Leão, tremendo de medo, mal conseguindo olhar, disse com a voz embargada, quase
chorando: - E eu sou um Leão Covarde. Todos acreditam que sou o rei dos animais, mas a
verdade é que eu não sou. Preciso que me ajude a tomar coragem. Buaaa

- Silêncio! – O mágico interrompeu o choro do Leão em meio a um clarão e sons de raios e


trovões. – Eu com certeza posso fazer o que me pedem, mesmo sendo coisas tão difíceis, mas
como sabem, eu sou O terrível e poderoso Oz! Mas, aqui no meu país todos devem pagar pelo
que recebem. Se vocês querem que eu os ajude, antes precisam fazer uma coisa pra mim.
Vocês devem destruir a Bruxa Má do Oeste e trazer seu chapéu de ouro como prova.

Todos ficaram assustados e começaram a falar ao mesmo tempo. Mas Dorothy se dirigiu a
grande cabeça e disse: - Sou apenas uma menina, jamais destruiria alguém de propósito, mesmo
sendo uma Bruxa Má. E o que aconteceu quando eu cheguei foi um acidente. Meus amigos
também não fariam mal a ninguém.

- Essas são as condições. – Disse o Grande Oz. – Façam a sua parte e eu farei o que me pedem.

As luzes se apagaram e a porta se abriu. Os guardas foram buscar os visitantes e levá-los até o
portão, para que fossem caçar a Bruxa Má do Oeste.
(Cena 10)

Desapontados e sem saber o que fazer para cumprir a terrível tarefa, Dorothy e seus amigos
seguiram sem rumo pela estrada de tijolos amarelos. Depois de caminharem um bom tanto,
pararam a beira de um riacho para beber um pouco de água. Totó e o Leão beberam direto no
riacho e Dorothy tirou um caneco de dentro de sua cesta e o encheu com água fresca.

A menina conseguiu dar dois goles, quando ouviram um vento muito forte e uma gargalhada
assustadora. Se viraram e viram a Bruxa Má do Oeste.

- Mas que grupinho mais medíocre. – Disse a Bruxa Má, debochando deles. - Aí estão vocês,
seus...

E antes que a Bruxa Má falasse qualquer outra coisa, Dorothy num reflexo, jogou o caneco de
água nela e todos começaram a gritar e correr desesperados.

A Bruxa deu um grito abafado e começou a derreter e derreter até que ficou apenas o seu chapéu
de ouro.

Na mesma emoção do susto, ao verem a Bruxa desaparecendo, eles gritavam e pulavam de


alegria, pois outra vez, sem saber e sem querer, Dorothy havia destruído uma Bruxa Má.

(Cena 11)

Ao retornarem à cidade das Esmeraldas, foram recepcionados pelos guardas com muita alegria,
pois, ao verem o chapéu de ouro nas mãos de Dorothy, já sabiam que eles haviam conseguido
cumprir a tal tarefa.

Quando chegaram ao salão do grande Oz, ele havia desaparecido sem deixar vestígios.

Todos estavam desapontados, pois, mesmo depois de caminhar tanto e passar por incríveis
emoções e aventuras, não conseguiriam a ajuda do Grande e poderoso Oz. Que a essa altura não
parecia tão grande e poderoso assim, já que os havia abandonado.

Sentados no chão, abraçados e chorando num coro de lamentações, Dorothy e seus amigos
ouviram um tilintar de sininhos. Enxugaram as lágrimas e viram surgir numa nuvem de bolhas
de sabão, uma linda dama de cabelos vermelhos, que flutuava em sua direção. Eles se
levantaram admirados por sua beleza e doçura. - Quem é você? – Disseram em uma só voz.

- Olá! Eu sou Glinda, a Bruxa Boa do Sul. – respondeu ela com a voz mais gentil. –
Soube que precisavam de ajuda e vim o mais de pressa que pude.

(Coreografia 11. Ballet intermediário/avançado – Glinda, A Bruxa Boa do Sul)

Glinda foi até eles e os cumprimentou com uma profunda reverência. – Já ouvi muitas histórias
sobre vocês. – Disse Glinda sorrindo. – Tantas aventuras, atos de bravura e ideias
surpreendentes. Vocês formam uma bela equipe.

- Olá, eu sou Dorothy. – disse a menina fazendo uma reverência. – Eu e meus amigos nos
encontramos pelo caminho na estrada de tijolos amarelos e viemos pedir ajuda a Oz, mas ele
fugiu.
- Ó minha querida, eu sinto muito. – Disse Glinda se compadecendo. – Ele nem mesmo
era um mágico de verdade. Mas ajudou muito e cuidou do povo da cidade das Esmeraldas com
seus truques mirabolantes. O que ele prometeu a vocês?

- Dorothy precisa voltar a fazenda dos tios, que devem estar preocupados com sua falta.
Eu sou feita de palha dos pés a cabeça, e preciso de um cérebro. – Disse a Espantalha
apresentando seus amigos. - Minha amiga Lenhadora é tão forte, mas não tem um coração, e
nosso amigo Leão que deveria ser o rei dos animais, se diz covarde e deseja ter coragem.

- Ora, mas pelo que contam sobre vocês, com exceção de Dorothy, ao que parece vocês já
têm tudo isso. – Disse Glinda admirada. – E Dorothy, minha criança. Com esses sapatos
mágicos você já poderia ter voltado pra casa, assim que os calçou, num piscar de olhos.

Dorothy olhou para os sapatos nos seus pés, olhou com ternura para os amigos a sua frente e
disse emocionada: - Fico feliz por saber disso só agora, pois se tivesse voltado antes não teria
conhecido esses meus amigos tão queridos.

E os abraçou a todos com muito carinho e alívio.

- E não é só isso. – Disse Glinda. – Esse chapéu de ouro também é mágico. Apenas o
coloque na cabeça e pense com toda força no que você deseja que ele transforma em realidade.

Depois de ouvir o que Glinda acabara de dizer, Dorothy num único gesto colocou o chapéu e
desejou que os amigos tivessem o que queriam e fossem muito felizes. No mesmo instante a
Espantalha teve certeza da sua inteligência, a Lenhadora sentiu seu coração pulsar no seu peito
de lata e o Leão passou a acreditar em si mesmo.

Nesse momento toda cidade das Esmeraldas os esperava em frente ao castelo e fizeram uma
linda festa de despedida para Dorothy.

(Coreografia 12. Todas as turmas – Despedida de Dorothy)

(Cena 12)

- Querida Dorothy! – Disse Glinda. – Para você voltar a fazenda dos seus tios, você só
precisa fechar os olhos, pensar onde quer estar e bater os sapatinhos três vezes. Ao abrir os
olhos novamente, você estará exatamente onde pensou.

Dorothy assentiu com a cabeça, deu um abraço caloroso em cada um dos seus amigos, os
agradeceu e fez uma profunda reverência ao povo da Cidade das Esmeraldas e a Glinda. Pegou
Totó no colo, olhou a todos por um tempo para guardar bem guardadinho aquela imagem na
memória. Fechou os olhos e bateu os calcanhares três vezes.

Houve um clarão.

E ao abrir os olhos, Dorothy estava de volta a fazenda dos tios, e foi correndo encontrá-los.

(FIM)

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