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O MÁGICO DE OZ

Adaptação: Letícia Boaventura

MÚSICA DE INÍCIO
Dorothy entra ouvindo uma música e brincando com Totó. De
repente se cansa da brincadeira e senta com cara de entediada
no meio do palco.
Dorothy – Nossa, Totó, eu não sei você mas eu to de cansada
dessa vidinha mais ou menos, viu?! Todo dia é a mesma, eu
chego da escola e já vem a Tia Ema... Vem almoçar, lava a louça,
fez a tarefa? Será que ela não dá um dia de sossego?
Tia Ema vem chegando.
Dorothy – Falando nela...
Tia Ema – Deu pra conversar sozinha agora, menina?
Dorothy – Não, Tia Emma, eu só tava pensando alto...
Tia Ema – Vc já terminou seus afazeres? Seu tio acabou de ligar.
Disse que estava correndo lá no Barreiro, mas já está voltando
pra casa. Está vindo um temporal. Pode ser que a gente fique
sem energia mais tarde.
Dorothy – Já terminei sim, tia.
Tia Ema – Seu quarto, está arrumado?
Dorothy – É, acho que ainda não terminei tudo não.
Tia Ema – Então cuida, minha menina...
Tia Ema sai, Dorothy faz uma careta mas começa a catar
algumas coisas pelo palco. De repente ela para, olha pra Toto e
tem uma grande ideia.
Dorothy – Toto, vc ouviu a Tia Ema falando sobre a tempestade
que se aproxima? Acho que essa será nossa chance de colocar
um pouco de emoção nesse dia. Corre, vem Totó! Vamos tomar
um banho de chuva!

Dorothy corre para a plateia.


SOM DE VENTANIA
De repente entram algumas crianças pequenas, os munckins e a
Bruxa do Norte correndo desordenadamente e tomam Dorothy
pela mão. Voltam com ela para o palco e dão muitas voltas ao
seu redor. Ao final da música, Dorothy e Totó caem no chão,
DESLIGA SOM DE VENTO as crianças pequenas (tornado) voltam
pra coxia.Dorothy se levanta ainda meio tonta.
Dorothy: Quem são vocês?
Munchkin 1 - Seja bem-vinda, nobre feiticeira, à terra dos
Munchkins!
Munchkin 2 - Obrigado por você ter matado a Bruxa Malvada do
Leste.
Munchkin 3 – Ela dominou os Munchkins por muitos anos,
fomos escravos dia e noite.
Dorothy - Eu não sou feiticeira e não matei ninguém. Que povo
doido!
Munchkin 1 – Não precisa se desculpar nobre feiticeira, nós
somos gratos.
Dorothy - Meu Deus! Que maluquice é essa?
Todos - Agora nos estamos livres. Eh! Eh!
Bruxa Boa do Norte – Qual o seu nome?
Dorothy – Eu sou Dorothy e este é meu amigo Totó. Quem é
você?
Bruxa Boa Norte - Eu sou a Bruxa Boa, da Terra do Norte. Na
Terra de Oz tinham quatro bruxas. Eu e a do Sul somos boas, as
do Leste e do Oeste são malvadas, mas graças ao seu feitiço,
agora só sobrou a bruxa má que vive no Oeste, a do Leste já era!
Dorothy – Mas eu não fiz nada, gente! E esse, quem são?
Bruxa Boa – Este é o povo que vive nesta Terra do Leste.
Dorothy – Dona Bruxa, sem querer ser grossa, eu estou achando
isso tudo muito estranho. Como eu faço para voltar para casa,
hein?
Bruxa Boa Norte - De onde você veio?
Dorothy – De Araxá, uai. Nunca ouviu falar não? A cidade de
onde primeiro se avista o sol... Vocês bem que poderiam me
ajudar a achar o caminho de volta, né?
Bruxa Boa do Norte – Araxá é uma cidade civilizada?
Dorothy – Civilizada é uma palavra muito forte, mas penso que
sim.
Bruxa Boa do Norte — Então é por isso. Acho que não existem
mais bruxas em terras civilizadas. Nem mágicos, nem feiticeiros,
nem magos. Mas, sabe, a Terra de Oz nunca foi civilizada, porque
estamos separados do resto do mundo. Por isso ainda temos
mágicos e bruxas entre nós.
Dorothy — Quem são os mágicos?
Bruxa Boa do Norte — Oz é o Grande Mágico . Ele é mais
poderoso que todos os outros juntos. e você deve encontrá-lo.
Dorothy - Mas encontrá-lo onde?
Munchkin 1 – Ele mora na Cidade de Esmeralda!
Munchkin 2 - Fica no centro do país.
Dorothy pra platéia – Será que dá pra pedir um Uber, gente?
Munchkin 3 – Você tem que ir andando.
Munchkin 1 - É uma longa viagem, você vai passar por lugares
muito agradáveis e outros terríveis.
Dorothy – Mas eu não sei o caminho, dá pra usar o GPS? Vocês
me mandam a localização?
Munchkin 2 – Dona Feiticeira, a senhora fala umas coisas
estranhas... Mas acho que eu posso te ajudar. É só você seguir
essa estrada de tijolos amarelos, não dá para se enganar.
Os Muckins estendem um tapete amarelo no chão do palco.
Munchkin 3 - Quando você encontrar O Mágico de Oz não tenha
medo. Conte-lhe sua história e peça ajuda.
Bruxa Boa do Norte – Tome, calce esses sapatos. Isso te
protegerá! Até logo querida.

Todos saem correndo. Totó corre para a plateia. Neste momento,


o espantalho e o homem de lata se posicionam no palco.
Dorothy – Não, espera... Totó! Que correria foi essa? Não ouviu o
que aquelas criaturas, coisas, pessoas disseram? Precisamos
seguir por aquela estrada. Vem, vamos logo!
Eles voltam ao começo da estrada e começam a caminhada. De
repente veem o espantalho.
Espantalho - Bom dia!
Dorothy toma um susto - Você fala?
Espantalho - Claro. Como vai você?
Dorothy (para a plateia) – É a primeira vez que vejo uma
vassoura de bruxa falante!
Dorothy - Estou bem, obrigada, você é um palhaço?
Espantalho (achando graça) – Não sou não, menina. Sou um
espantalho, não está vendo?
Dorothy – Pra mim vc parece uma Passoura, uma mistura de
palhaço com vassoura.
Espantalho – Você é muito engraçada!
Dorothy – E o que vc faz?
Espantalho – Eu não faço nada, uai. Fico só aqui em cima
espetado, para espantar os corvos.
Dorothy – E você não pode descer daí?
Espantalho – Sozinho não, mas se você fizer o favor de me tirar
daqui, vou ficar muito grato.
Dorothy solta o espantalho, que se cai no chão.
Dorothy – Cuidado! Desse jeito você se machuca!
Espantalho – De que jeito, moça? Sou feito de palha, lembra?
Dorothy ri
Espantalho - Muito obrigado. Estou me sentindo um novo
homem. Mas quem é você? Que bons ventos a trazem e para
onde esta indo?
Dorothy – Bom? Não acho que aquela ventania toda foi boa não,
mas… meu nome é Dorothy. E neste momento estou indo para a
Cidade de Esmeralda para pedir ao Grande Oz que me faça voltar
pra Araxá.
Espantalho - Onde fica a Cidade de Esmeralda? E quem é OZ?
Dorothy - Você não sabe?
Espantalho - Não sei mesmo, eu não sei nada. Sabe, sou
empalhado, por isso não tenho cérebro.
Dorothy – É mesmo? Sinto muitíssimo por você.
Espantalho - Será que, se eu for para a Cidade de Esmeralda com
você, esse tal de Oz pode me conseguir um cérebro?
Dorothy - Não sei dizer, mas se você quiser pode vir comigo.
Mesmo que Oz não lhe dê um cérebro você não vai ficar em pior
situação do que estava até agora.
Espantalho - Isso é verdade. Sabe, não me importo se minhas
pernas, meus braços e meu tronco são empalhados, porque não
sinto dor. Não gosto que as pessoas me chamem de bobo. Mas
se minha cabeça é cheia de palha e não tem um cérebro como a
sua, como é que eu vou saber alguma coisa?
Dorothy - Entendo como você se sente. Se você vier comigo vou
pedir a Oz que faça tudo o que for possível por você.

MÚSICA DA CAMINHADA
Eles começaram a andar no caminho de tijolos amarelos e Totó
começa a rosnar para ele.
Dorothy - Não se preocupe com Toto ele não morde.
Espantalho - Não estou com medo, só existe uma coisa no
mundo que me dá medo. Um palito de fósforo acesso.
Eles fazem movimentos de caminhada no lugar se deslocando
pouco até o centro do palco. Totó corre, cheira o homem de lata
e faz xixi no seu pé.
Dorothy – Olha, Espantalho! Um homem de lata! Parece até
aquelas estátuas vivas que ficam no calçadão... Totó, sai daí!
Coitado, tá durinho... Acho que podemos colocar um pouco de
óleo em suas juntas, vai que dá certo?
O homem de lata geme
Dorothy - Você falou alguma coisa?
Homem de Lata – Hahaha, RRRR .
Dorothy vai colocando óleo nas articulações e ele volta a se
mexer.
Homem de Lata - Hahhhh!! Vocês salvaram a minha vida, eu
teria ficado lá para sempre se vocês não tivessem vindo. Como
vocês chegaram até aqui?
Espantalho - Estamos a caminho da Cidade de Esmeraldas para
ver o Grande Oz. Dizem que ele pode resolver todas as coisas.
Homem de Lata - Por que vcs querem ver o Grande Oz?
Dorothy - Quero que ele me mande de volta para Araxá.
Espantalho – Eu quero um cérebro.
Homem de Lata - Vocês acham que o Grande Oz pode me dar um
coração? Posso ir com vocês.
Dorothy e o Espantalho – Sim! Vamos!
Homem de Lata - Guarde essa lata de óleo, vai que esse
cachorrinho resolve me usar de poste de novo...

MÚSICA DA CAMINHADA

Os três retomam o movimento de caminhada no lugar, seguindo


um pouco mais adiante na estrada amarela. Ouve-se um rugido.
Dorothy (assustada) - Daqui a quanto tempo vamos sair da
floresta? Será que ainda falta muito?
Homem de Lata – Não sei.
Dorothy – Estou ficando com medo...
Homem de lata - Eu não tenho medo de nada, desde que tenha
comigo minha lata de óleo. Quanto ao espantalho, nada o pode
ferir e você tem os sapatos da Bruxa Boa do Norte, e isto vai te
proteger de qualquer mal.
Dorothy – Mas e o Totó?
Espantalho e Homem de lata - Nós o protegeremos.
Vem um rugido forte e logo depois o Leão Medroso pula na
frente deles, com uma patada ataca o Espantalho, com outra o
Homem de Lata que caem no chão. Toto avança latindo para
cima do Leão quando a fera abre a boca para mordê-lo. Dorothy
empurra o leão que cai no chão.
Dorothy – Não ouse morder Totó! Você devia se envergonhar
disso. Um animal tão grande morder um pobre cãozinho! Você
não passa de um covardão.
Leão – Eu sei disso. Sempre soube. Mas que posso fazer?
Dorothy – Não sei, ora bolas! Pensar que vc atacou um homem
de palha como o Espantalho.
Leão – Ele é de palha? É por isso que foi tão fácil bater nele. O
outro também é empalhado?
Dorothy - Não ele é feito de lata.
Leão - É por isso que ele quebrou minhas garras. Quem é essa
criatura de quem você gosta tanto?
Dorothy - É meu cachorro Totó.
Leão - Ele é feito de lata ou de palha?
Dorothy - Ele é um cachorro feito de carne e osso.
Leão – É, ninguém pensaria em morder uma coisinha assim a não
ser um covarde como eu. (Choraminga)
Dorothy - O que faz com que você seja medroso?
Leão - Acho que já nasci assim.
Espantalho - O rei dos animais não pode ser covarde.
Leão - Esse é meu grande desgosto e faz minha vida infeliz.
Sempre que há um perigo, meu coração dispara.
Homem de Lata – Talvez você sofra do coração e se vc está
doente dele, devia ficar contente. Isso prova que vc tem coração.
Já eu não posso sofrer dessa doença pq não tenho coração.
Leão – Se eu não tivesse coração, talvez não fosse covarde....
Espantalho – Você tem cérebro?
Leão – Acho que sim. Nunca olhei...
Espantalho - Pq vou ao Grande OZ pedir-lhe que me de um,
minha cabeça é cheia de palha.
Homem de Lata – E eu vou pedir um coração.
Dorothy – Eu vou pedir que me faça voltar a Araxá.
Leão – Vocês acham que Oz poderia me dar Coragem?
Todos – Claro, você é bem vindo!!!
Dorothy - Você vai ajudar a espantar os outros animais ferozes.
Eles devem ser muito mais medrosos que vc, já que os assusta
com tanta facilidade.
Leão – Realmente eles são. Mas isso não me faz mais corajoso e
enquanto eu me sentir covarde, serei infeliz.

MÚSICA PARA A CAMINHADA

Guardião dos portões – Quem são vocês e o que vieram fazer na


Cidade de Esmeralda?
Dorothy – Queremos ver o Mágico de Oz.
Guardião dos portões – O Mágico! Faz mais de 25 anos que
ninguém me pede para ver o Grande Oz! Se vieram por um
motivo fútil, ele pode destruir vocês.
Espantalho - Mas o que nos traz aqui não é nenhuma bobagem, é
uma coisa muito importante. E nos disseram que Oz é um mágico
bom.
Guardião dos portões - Ele é mesmo. Governa a Cidade com
muita sabedoria, mas para os desonestos ele é terrível.Eu sou o
Guardião dos Portões e já que vcs pedem para ver o Grande Oz,
devo levá-los ao palhaço, ops! Ao palácio.
Homem de Lata – Então você vai deixar a gente entrar, só um
pouquinho... Por favor! Por favor! Diz que sim, sim?
Guardião dos Portões: Então vamos...
Começam a caminhar novamente, mas o Leão recua.
Leão – Esperem um pouco amigos. Estava pensando... Não faço
tanta questão de ver o Mágico. É melhor que eu espere aqui
fora.
Espantalho – Qual o problema?
Homem de Lata – Ele está com medo de novo.
Dorothy – Não sabe que o Mágico vai lhe dar coragem?
Leão – Teria muito medo de pedir a ele.
Dorothy – Então, nós pediremos por você.
Leão – Quero ficar aqui.
Dorothy – Por quê?
Leão – Porque ainda tenho medo! Aiiii, hu.
Oz – Sigam em frente!
Leão – Me digam quando acabar. Aiiii
Oz – Sigam em frente!
Oz – Eu sou Oz! O grande e poderoso! Quem são vocês? Quem
são vocês?
Dorothy – Com sua licença, sou Dorothy... a pequena e humilde.
Viemos pedir...
Oz – Silencio! O grande e poderoso Oz sabe porque vieram.
Aproxime-se Homem de lata! Ousa vir até aqui porque quer um
coração? Seu tilintante, tininte, monte de sucata tintinante!
Homem de Lata – Sim senhor. Sim Vossa Excelência. Sabe um
tempo atrás estávamos andando pela estrada de tijolos amarelos
e ...
Oz – Quietos!! E você Espantalho...que audácia pedir um
cérebro, balde besta de comida bovina!
Espantalho – Sim, Vossa Alteza. Ou melhor, Excelência. Ou
melhor, Sua Magicolência!
Oz – Basta! E você Leão?
Leão – Bem! (desmaia)
Dorothy – Deveria ter vergonha de si mesmo... Assustá-lo desse
jeito, afinal ele só veio pedir ajuda!
Oz – Silêncio, sua insolente. O caridoso Oz pretende atender a
seus pedidos! Mas primeiro tem de provar que merecem...
cumprindo uma tarefa... Tragam-me a vassoura dela... e
realizarei seus desejos... Agora vão!
Dorothy – Dela? De quem você está falando?
Oz – Da Grande Bruxa do Leste
Leão – Mas e se ela nos matar antes?
Oz- Eu disse “vão”!

TROVÃO

Todos pulam e caem no chão. Eles acordam na Floresta


Espantalho – Acho que esse lugar é mal assombrado.
Homem de Lata – Deixa de ser Ridículo! Assombrações! Que
bobagem!
Leão – Acredita em assombrações?
Homem de Lata – Não! Porque...
Leão – Acredito em assombrações!!!! Acredito em
assombrações!!!! Acredito, Acredito, Acredito.

ENTRADA DA BRUXA
Bruxa – Vai acreditar em muito mais do que isso, quando acabar
com vocês. hahahaha!!!! (paraliza o grupo e captura Dorothy e
Totó)
Dorothy – Socorro! Socorro! Socorro!
Bruxa – Que cachorro bonitinho... E você querida, que surpresa
inesperada. É tão gentil da sua parte vir me visitar, sou tão
solitária.
Dorothy – O que vai fazer com meu cachorro? Devolva-o para
mim!
Bruxa – Tudo na hora certa, queridinha, tudo na hora certa.
Dorothy – Por favor, devolva o meu cachorro!
Bruxa – Certamente, certamente! Assim que me der os seus
lindos sapatinhos.
Dorothy – Mas a Bruxa Boa do Norte falou para não os devolver.
Bruxa – Muito bem. Jogarei esse fofíneo no rio.
Dorothy – Não, não, não. Pode ficar com os sapatos de rubi, mas
me devolva Totó!
Bruxa – Boa menina. Sabia que entenderia!
A Bruxa vai para tomar os sapatos de Dorothy e leva um choque.
Dorothy – Desculpe. Não fui eu quem fez isso. Ainda vai
devolver meu cão?
Bruxa – Não! Como sou tola, deveria ter me lembrado... que
esses sapatos nunca sairão dos seus pés enquanto estiver viva,
mas isso não me preocupa. Difícil é só escolher qual a melhor
forma de fazer isso... Hahahaha Isso deve ser feito com
delicadeza.... Prometo que farei bem devagarinho, que é para
você sofrer bastante! (Totó foge)
Dorothy – Corra Totó, corra!
Bruxa – Cachorro idiota.
Dorothy – Ele fugiu! Ele fugiu!
Bruxa – Mas você não vai conseguir. Infelizes, vocês e seu cão! Já
me causaram mais problemas do que deveriam, mas logo estará
tudo acabado! (Ampulheta). Está vendo! É o quanto você ainda
tem de vida! E não é muito tempo, querida. Não posso esperar
para sempre por esses sapatos!
Dorothy – Vamos fugir, depressa o tempo está acabando.
Amigos, depressa não temos tempo a perder.
Bruxa – Indo tão cedo? Minha festinha está apenas começando...
As pequenas entram novamente, vestidas de bruxinhas e cercam
os 4.
Leão – Era o que eu temia… Fomos capturados como ratos....
Bruxa – Bem! Não há mais para onde fugir! Hahaha! O último a
morrer verá os outros três morrerem antes! E seu cãozinho
sarnento também! Quer um pouco de fogo, Espantalho!
Espantalho – Não! Socorro! Eu vou queimar!
A bruxa se abaixa com um fósforo aceso tentando queimar o
espantalho, neste momento Totó volta ao palco e faz xixi no
fósforo e acaba molhando a bruxa, que dá um grito:
Bruxa – Seu pestinha nojento, eu não posso me molhar! Olha o
que você fez.... Estou derretendo! Derretendo! Que mundo!
Quem imaginaria que um cachorrinho idiota poderia destruir
minha bela maldade! Estou morrendo.
Todos – Viva, Totó! A Bruxa Malvada está morta!
Dorothy – A vassoura. Essa é a nossa chance! Podemos ficar com
ela. Vamos voltar e dizer ao Mágico que a Bruxa Malvada está
morta!
Todos – A Bruxa Malvada está morta!

TROVÃO

Oz – Posso acreditar nos meus olhos? Por que voltaram?


Dorothy – Por favor, senhor. Fizemos o que mandou. Trouxemos
a vassoura da Bruxa Malvada do Oeste. Nós a derretemos.
Oz – Vocês a liquidaram, hein? Muito engenhoso!
Dorothy – Sim senhor. Gostaríamos que cumprisse sua
promessa, senhor.
Oz – Não tão depressa! Assim não! Tenho que pensar um pouco!
Vão embora e voltem amanhã!
Dorothy – Amanhã! Mas quero voltar para casa agora!
Homem de Lata – Já teve tempo suficiente!
Leão e Espantalho – É...
Oz – Não despertem a ira do grande e poderoso Oz! Eu disse:
“Voltem amanhã”!
Dorothy – se fosse mesmo grande e poderoso, cumpriria suas
promessas!
Oz – Está criticando o grande Oz? Criaturas ingratas! (Totó tira a
capa). Considerem-se sortudos que eu os receba amanhã.... Não
dêem atenção a essa menina atrás da capa. Assim falou o Grande
Oz!
Dorothy – quem é você?
Oz - Sou o grande e poderoso Mágico de Oz.
Dorothy – é mesmo. Não posso acreditar!
Oz – Mas é a verdade. Não há outro mágico além de mim.
Espantalho e Leão – Seu farsante. Sim.
Oz – Sim, isso mesmo. Sou um farsante.
Dorothy – É uma menina muito má!
Oz – Não querida. Sou uma boa menina. Mas tenho que admitir
que sou uma má mágica.
Espantalho – Como fica o coração que prometeu ao Homem de
Lata? E a coragem para o Leão?
Leão – E o cérebro para o Espantalho?
Oz – Você não precisa de cérebro. Cada dia você aprende alguma
coisa. Um bebe tem cérebro, mas pouco sabe. A experiência é a
única coisa que traz conhecimento e, quanto mais tempo você
fica na terra, mais você adquire experiência. E para consolidar
seu conhecimento eu te darei um diploma! E aqui eu entrego a
você o título honorário de PhD!
Espantalho – PhD?
Oz – Sim, quer dizer “Doutor em Pensamentologia”. Use-o com
sabedoria.
Leão – E quanto a minha coragem?
Oz – Com certeza você tem bastante coragem. Você só precisa
de confiança em si mesmo. Não existe nenhum ser vivo que não
tenha medo de enfrentar o perigo. A verdadeira coragem é
enfrentar o perigo mesmo tendo medo, e esse tipo de coragem
você tem. Assim por honra ao mérito... coragem extraordinária,
notável bravura contra bruxas malvadas eu lhe concedo uma
medalha.
Homem de Lata – E o meu coração?
Oz – Quanto a você homem metálico, pela sua bondade e
amizade eu lhe dou uma condecoração! Lembre-se meu amigo
tão sentimental, um coração contém a capacidade de amar e ser
amado e quando você estiver aflito para tomar uma decisão,
medite que dentro dele você encontrará a resposta.
Homem de Lata – Ele faz tic,tic !
Espantalho – E quanto a Dorothy?
Dorothy – Não acho que tenha alguma coisa para mim nessa
história.
Oz – O único meio de Dorothy voltar ao Kansas seria eu mesma
levá-la. Estou cansada de ser uma impostora. Levo você para
casa e depois volto para o circo. Sabe, cheguei a esta terra em
um balão. Você também veio pelo ar, carregada por um ciclone.
Por isso acho que a melhor maneira de cruzar o deserto vai ser
pelo ar. Agora, está totalmente fora do meu alcance produzir um
ciclone. Mas andei pensando e podemos usar meu balão. Vamos!
Neste momento, o mágico sai para uma coxia e Totó corre para o
outro lado. Dorothy fica perdida no meio do palco sem saber pra
que lado ir, mas decide ir atras de Totó. O Homem de Lata, o
Espantalho e o Leão vão atras dela. A Bruxa boa do Norte volta e
fica na ponta do palco, no proscenio.

MÚSICA PRA NARRATIVA DA BRUXA BOA

Bruxa Boa do Norte – Oz partiu em seu balão sem Dorothy que


não conseguiu acompanhá-lo porque Totó havia desaparecido no
meio da multidão no momento da partida e o mágico não sabia
como o balão funcionava direito e não pode esperar. Assim ele
deixou em seu lugar para governar a Cidade de Esmeralda o
Espantalho com a sua sabedoria, o Leão com sua coragem e o
Homem de Lata com sua bondade.
Dorothy volta ao palco, triste junto com Totó. Espantalho,
Homem de lata e Leão voltam pelo outro lado.
Dorothy - Totó, acho que a gente nunca vai poderi voltar para
casa.
Espantalho - Então fique conosco.
Leão - Nós todos te amamos.
Homem de Lata - Não queremos que vá embora.
Dorothy – Vocês são muito bons comigo, mas aqui nunca seria
como em Araxá. Lá tem o Parque do Cristo, o Barreiro, os doces
da Dona Joaninha, o Horizonte Perdido, tem o Camta, onde eu
encontro meus amigos e me divirto muito com as aulas de
dança, de teatro, o apoio pedagógico… Tem tanta coisa legal pra
fazer… Queria muito voltar… Tia Ema já deve ter chamado até o
Tardelli pra procurar meu paradeiro. Espantalho, o que farei
agora?
Espantalho – Olhem! Lá está alguém que poderia ajudá-la!
Dorothy – Pode me ajudar! Você vai me ajudar!
Bruxa Boa – Você não precisa mais de ajuda. Você sempre teve o
poder de voltar para Araxá.
Dorothy – Tenho?
Espantalho – Por que não contou a ela antes?
Bruxa Boa – Porque ela não teria acreditado em mim. Ela tinha
de aprender sozinha.
Home de Lata – O que aprendeu Dorothy?
Dorothy – Acho que eu fui muito egoísta em não ajudar a tia
Ema, ela é tão boa comigo! E eu deveria ser mais grata por tantas
coisas boas que eu tenho na minha vida, tantas oportunidades…
Fui uma boba em pensar que a minha vida era chata e
entediante. Tudo o que eu sempre precisei estava lá, o tempo
todo!
Espantalho – Mas isso é tão óbvio! Deveria ter pensado por você.
Homem de Lata – Deveria ter sentido no meu coração.
Bruxa Boa – Não ela tinha que descobrir sozinha. Esses sapatos
mágicos vão levá-la para casa num instante.
Dorothy – Totó também?
Bruxa Boa- Sim. Quando você quiser.
Dorothy – É bom demais para ser verdade. Vai ser tão duro dizer
adeus. Amo todos. Adeus Homem de lata, não chore, vai ficar
enferrujado, aqui está sua lata de óleo.
Homem de Lata – Agora sei que tenho um coração porque ele
está se partindo.
Dorothy – Adeus Leão, vou sentir falta dos seus chiliques antes
de ter ficado corajoso.
Leão – Nunca teria achado a coragem se não fosse por você.
Dorothy – Sentirei muito a sua falta Espantalho.
Bruxa Boa – Está pronta agora?
Dorothy – Diga adeus Totó.
Totó late.
Bruxa Boa – Feche os olhos e bata os calcanhares três vezes.
Repita para si mesma: “ Não há lugar melhor que o nosso lar.
Não há lugar melhor que o nosso lar.”
Dorothy (olhos fechados) – Não há lugar melhor que o nosso lar.
Não há lugar melhor que o nosso lar. Não há lugar melhor que
Araxá.
TOCA A MÚSICA DE ARAXÁ. As crianças entram correndo
novamente e giram em torno de Dorothy, Tia Ema vem chegando
e abraça a sobrinha. Aos poucos os outros personagens voltam
ao palco.

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