T MÁGICO – Sou você em uma versão no multiverso, au, au.
O MÁGICO DE OZ
De L. Frank Baum – Versão adaptada por Fausto Soares
PERSONAGENS: Dorothy, Totó Real, Totó Mágico, Rainha Lurline, Tio Henrique, Tia
Ema, Espantalho, Leão, Homem de Lata, O Mágico Oz, Bruxas, Munchkins, Guardiões.
ATO I – O KANSAS
Cena 1: Além do Arco-Íris
(Todas as Dorothys estão no palco. Elas sonham com um mundo
colorido. Na cidade dela tudo é sem cor. Começam a despertar)
Dorothy 1 - Eu sonho com um lugar "Além do Arco-Íris" onde a tristeza
desaparece, onde as pessoas são mais amáveis e onde tudo é mais
bonito e brilhante. Às vezes, quando me sinto triste ou sozinha, fecho os
olhos e imagino que estou lá, em um lugar onde nada de ruim pode me
acontecer. Eu sei que parece bobo, mas acredito que se eu puder
manter essa visão em minha mente, um dia eu posso encontrar um
caminho para chegar lá. (Elas cantam um trecho de “Além do arco-íris").
Cena 2: Totós, os Tios e a Rainha
(Dois Totós conversam. Um da “vida real” e o da “vida mágica”. Tia Ema
e Tio Henrique cochilam. Explosão. Totó Mágico aparece).
T REAL – Au, au. Que susto. Estou ficando maluco. Quem é você?
T REAL – Oxe! Que viagem é essa, meu brother?
T MÁGICO – Isso mesmo. Eu sou você em outro planeta.
T REAL – E veio fazer o que aqui a essa hora? Estava repousando.
T MÁGICO – Vim avisar que Dorothy será levada para a Terra do Oz.
T REAL – Oxe. Larga de mentira, rapaz.
T MÁGICO – Eu não sou mentiroso.
T REAL – Ok… Se isso for verdade, onde fica essa tal Terra “Duosis”?
T MÁGICO - A Terra Mágica de Oz fica localizada na Nonéstica.
T REAL – Onde é isso, meu filho? É perto de Cajazeiras, subindo a
ladeira de Brotas…
T MÁGICO - Nonéstica é um continente encantado, criado por fadas,
lideradas pela Rainha Lurline. (Som. Entra a Rainha e os súditos)
RAINHA - Sou a governante das fadas e o espírito protetor do reino
mágico de Oz. Minha história começa quando era apenas uma jovem
fada em busca de aventura e emoção. Foi durante uma dessas
aventuras que descobri a terra que agora é conhecida como Oz. Fiquei
encantada com a beleza do lugar e decidi usá-lo como meu refúgio
pessoal, um lugar onde pudesse me sentir em casa e encontrar paz.
Com o tempo, usei minha magia para transformar Oz em um lugar ainda
mais mágico, cheio de criaturas fantásticas e maravilhas inimagináveis.
Eu criei as fadas, os munchkins e outras criaturas. Como Rainha das
Fadas e protetora de Oz, meu objetivo é sempre ajudar aqueles que
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precisam e manter o reino seguro e protegido. É uma tarefa que levo
muito a sério e que espero continuar por muitos anos. Contem comigo.
(Ela desaparece).
T REAL – Ih, mané! Parece que seu papo é verdadeiro mesmo. Esse
mundo não é perigoso para a pequena Dorothy?
T MÁGICO – Ela estará protegida. Além disso, ele crescerá.
T REAL – Como assim?
T MÁGICO – Aguarde as cenas do próximo capítulo.
T REAL – Fale mais sobre o Reino de OZ.
T MÁGICO – Ele é dividido em quatro regiões: Quadiling ao
sul, Munchkin ao leste, Winkie ao oeste e Gillikin ao norte. No centro
está a Cidade das Esmeraldas, que é ligada aos quadrantes
pela Estrada dos tijolos amarelos.
T REAL – Parece simples como um mapa de Roblox.
T MÁGICO – Muito simples. Só tem 1 bilhão de habitantes.
T REAL – Será que Dorothy se sairá bem?
T MÁGICO – Ela nasceu para isso, meu garoto (Música dos cachorros).
Cena 3: O Ciclone
(Voz de Dorothy ao fundo. Totó Mágico desaparece).
DOROTHY 1 – Tia Ema, Tio Henrique, viram o Totó? (Totó entra
correndo e latindo) – Não acredito que estava aqui o tempo todo. (Ela
está agoniada).
TIA EMA – O tempo todo.
TIO HENRIQUE – Não esqueceu de nada, mocinha?
DOROTHY 1 - A bênção, tia Ema!
Tia Ema - Deus te abençoe, Dorothy!
Dorothy 1 - A bênção, tio Henrique!
Tio Henrique - Deus te abençoe, Dorothy! Aconteceu algo?
Dorothy 1 – Eu preciso que vocês falem com a Dona Margarida!
Tio Henrique – O que aconteceu?
Dorothy 1 – Aquela bruxa má!
Dona Margarida (aparece no outro lado do palco. Totó reage durante a
fala) - Esse vira-lata comeu minhas plantas, fez coco no meu tapete e
sujou meu quintal inteiro. Da próxima vez, vou colocar veneno aqui. Ou
pior, vou pegar essa aberração e mandar para um lugar bem “especial”.
Tia Ema – Pare de inventar histórias, Dorothy!
Dorothy 1 – Eu não estou inventando. Ela disse isso.
Tia Ema – A Margarida jamais falaria isso. Ela é a presidente da
comissão da caridade.
Dorothy 1 – Ela não é quem vocês pensam. Ela é uma bruxa má.
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Tio Henrique – Dorothy, não fale assim!
Dorothy 1 – Eu detesto esta cidade! Eu detesto as pessoas desta
cidade! Vocês nunca acreditam em mim. Talvez se eu fosse filha…
Tio Henrique – Dorothy, já para o quarto!
Dorothy 1 – Eu vou é fugir daqui. Vamos, Totó! (Corre. Cantarola mais
uma vez a música. Som de ventania).
Tio Henrique – Ema, vem ventania forte.
Tia Ema - Dorothy! Dorothy! Volte!
Tio Henrique - Está vindo um ciclone. Depressa, Dorothy! Volte para
casa! (Entra o coro do ciclone girando, aumenta o ritmo do movimento
conforme a trilha, atinge um ponto culminante e todos caem como em
um sono profundo).
ATO 2 – OZ
Cena 1: O REINO DOS MUNCHKINS
Bruxa Malvada do Leste: Chegou 5 segundos atrasado, verme! (Ela
solta um poder e um gnomo desaparece) - Não resisti. Mas eu não sou
má. Eu sou conhecida como a Bruxa Malvada do Leste, porém, deixe-me
esclarecer uma coisa: eu sou muito bondosa, não sou malvada. Eu sou
simplesmente... eficiente. Entendo que a vida é uma luta constante, e a
única maneira de sobreviver é sendo implacável. Sem maldade. Eu sou
assim porque é assim que se chega ao topo. E, francamente, estou no
topo. Olhe para mim! (Faz um show) - Meu império se estende por todo o
leste, e ninguém se atreve a me desafiar. Aqueles tolos Munchkins não
sabem o que é bom para eles, precisam da minha sabedoria. Eles
deveriam agradecer todos os dias por eu governar com uma mão de
ferro. Sempre sairei por cima. Porque eu sou a Bruxa “Malvada” do
Leste, e nada pode me deter. Eu sou invencível! (Som de ciclone e a
casa cai sobre a bruxa. Os Munchkins comemoram. São fadas, elfos,
duendes, gnomos e gatos sobrenaturais).
Munchkin 1 - Seja bem-vinda, nobre feiticeira, à terra dos Munchkins!
Munchkin 2 - Obrigado por você ter dado fim a Bruxa Malvada do Leste.
Munchkin 3 – Ela dominou os Munchkins por muitos anos, fomos
escravos dia e noite.
Dorothy 2 - Perdão, mas vocês estão enganados. Eu não sou feiticeira e
não matei ninguém.
Munchkin 4 - Mas sua casa matou. (Muitas risadas)
Dorothy 2- Não foi a minha intenção. E eu não sou nada importante.
Munchkin 5 - É sim! Olhe os seus pés, você está com os sapatos de
rubi da bruxa boa do sul
Dorothy - Meu Deus! Eu não sei como isso aconteceu.
Munchkin 6 - O que importa é que agora nós estamos livres. Eh! Eh!
(Eles cantam e dançam. Surge a Bruxa Boa do Norte).
Bruxa Boa do Norte – Então você é a nossa heroína! Vim correndo,
digo, voando, quando soube. Qual o seu nome?
Dorothy 2 – Dorothy. E este é Totó. Quem é você?
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Bruxa Boa Norte - Eu sou a Bruxa Boa do Norte. Na Terra de Oz tinham
quatro bruxas. As do Norte e no Sul são boas e as do Leste e do Oeste
são malvadas, e agora só sobrou a bruxa má que vive no Oeste. Você
está no Leste, a terra dos munchkins.
Dorothy 2 – E quem são os munchkins?
Munchkins - Somos nós, ora. Somos seres mágicos: fadas, elfos,
duendes, gnomos e gatos sobrenaturais. (Eles cantam uma paródia) -
Somos os munchkins, seres sobrenaturais.
Dorothy 2 - Que legal. Amei conhecer vocês. Agradeço muito a
hospitalidade, mas preciso voltar para casa. Briguei com meus tios e
estou muito arrependida. Como eu faço para voltar para casa?
Bruxa Boa do Norte - De onde você veio?
Dorothy 2 - Do Kansas. Vocês podem me ajudar a achar o caminho de
volta? Por favor!
Bruxa Boa do Norte - Você deve procurar o Mágico de Oz! Só ele pode
te ajudar. Ele mora na Cidade de Esmeralda!
Munchkin 1 - Anota tudo aí. A cidade de Esmeralda fica no centro do
país. Lá é um brilho só. Cuidado para ela não te cegar.
Munchkin 2 - Você tem que ir andando. Nada de automotivos. Só pode
ir a pé.
Munchkin 3 - É uma longa viagem por uma região com lugares
agradáveis e outros… terríveis. Cuidado.
Munchkin 4 - A estrada para a Cidade de Esmeraldas é de tijolos
amarelos, não dá para se enganar.
Munchkin 5 - Quando você encontrar O Mágico de Oz, não tenha medo.
Conte-lhe sua história e peça ajuda.
Munchkin 6 - Lembre-se de sempre agir com honestidade. Ele detesta
qualquer mentira!
Munchkins - E aproveite este lugar belíssimo.
Dorothy 2 (olha ao redor) - Nossa! Agora que estou reparando que este
lugar é incrível! Tão colorido e vibrante! Como nos meus sonhos. (Canta
mais um trecho da música).
Bruxa Boa do Norte: Sim, minha querida. Você está exatamente onde
precisa estar. A jornada que você fará será muito importante. E não se
preocupe, eu estarei aqui para guiá-la em seu caminho, sempre que
precisar. Agora, vamos começar, há muito o que fazer. Isso a protegerá!
(Coloca um objeto em sua testa. Dorothy vai saindo).
Munchkins – Ei, não vai dar um tchau pra gente?
Dorothy 2 - Desculpa. Foi um prazer conhecer vocês. (Os munchkins
vão um a um abraçar Dorothy, até fazerem um bolinho. De lá sai uma
outra Dorothy).
Cena 3: O MÁGICO DE OZ
(Castelo do Mágico. Ele está se arrumando enquanto conversa com os
guardiões. O Mágico está em frente a um espelho, com um roupão verde
luxuoso, escolhendo uma roupa para vestir).
Mágico de Oz: Espelho, espelho meu, existe alguém mais belo,
charmoso, bem vestido e poderoso do que eu? (Um Guardião entra) -
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Como ousa interromper o meu momento de reflexão?
Guardião 1: Senhor Mágico, desculpa interromper o seu momento de
reflexão e “autoconhecimento”, mas temos um assunto sério.
Mágico de Oz: Ah, sim, claro! Mas antes, preciso escolher uma roupa
adequada para receber meus convidados.
Guardião 2: Oh, Senhor Mágico, é que temos mesmo um problema
muito sério em Oz. É urgente!
Mágico de Oz: Problema urgente? Desembucha!
Guardião 1: A Terra de Oz está em perigo. A bruxa má do oeste está
agindo novamente, e os municípios de Oz estão com medo.
Mágico de Oz: Medo? Não é para ter medo! Eu sou o grande Mágico de
Oz, o mais poderoso de todos! Sou o protetor do reino. Posso resolver
qualquer problema!
Guardião 2: É exatamente por isso que precisamos de sua ajuda,
senhor Mágico. Os cidadãos de Oz confiam em você.
Mágico de Oz: Quem não confiaria. (Começa a pentear o cabelo, sem
pressa).
Guardião 1: Mas a solução precisa ser rápida. A bruxa má do leste
morreu em um acidente doméstico, e a do oeste quer escravizar os
munchkins.
Mágico de Oz: A coisa está movimentada. Bem, eu não posso deixá-los
na mão. Todos confiam em mim. Mas antes, preciso me certificar de que
estou impecável. Qual roupa você acham que eu devo usar para esta
ocasião heróica?
Guardião 2: Com todo o respeito, senhor Mágico, acho que a roupa é o
menor dos nossos problemas agora. Repito: precisamos agir
rapidamente para proteger Oz.
Mágico de Oz: Tudo bem, tudo bem, eu entendi. Mas você não pode
negar que a aparência é importante. O que adianta salvar a Terra de Oz
se eu não estiver bem vestido?
Guardião 1: Eu entendo seu ponto de vista, senhor Mágico, mas acho
que agora é hora de priorizar o bem-estar de nosso povo.
Mágico de Oz: Tudo bem, você tem razão. Vamos salvar a Terra de Oz,
e depois vou escolher a roupa mais adequada para a ocasião. Juntos,
vamos vencer as bruxas más, proteger nosso lar, mas sem agredir a
moda. Afinal, eu sou o grande Mágico de Oz.
Guardião 2 (vai saindo e volta): Ah! Dizem que uma menina chamada
Dorothy está vindo em sua procura.
Mágico de Oz: Deve ser mais uma fã.
ATO 3 – OS NOVOS AMIGOS
Cena 1: O ESPANTALHO
(Dorothy caminha entre as árvores, brincando com pássaros).
Dorothy 3 – Vamos, Totó! Vamos para a Cidade de Esmeralda
perguntar ao Mágico de Oz como fazer para voltar ao Kansas. (Totó
late. Dorothy olha-se e percebe que envelheceu) – Uau, eu envelheci,
Totó. Será que aqui o tempo caminha mais rápido?
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Totó – Não. (Dorothy toma um susto).
Dorothy 3 – Como assim? Você está falando, Totó?
Totó – Primeiro, eu sou o Totó Mágico, uma versão do multiverso do
seu Totó Real.
Dorothy 3 – Eu estou estarrecida.
Totó – Continuando… Segundo, aqui o tempo passa de maneira
diferente. Mas fique tranquila, quando retornar para casa, será como
se o tempo não tivesse passado. (Luz no espantalho. Ele pisca e faz
um aceno amistoso com a cabeça, enquanto Totó corre em volta dele
latindo).
Espantalho - Bom dia! Aqui, aqui.
Dorothy 3 - Você fala?
Espantalho - Claro. Pode me ajudar, garota? Não estou me sentindo
muito bem, é muito chato ficar espetado aqui em cima para espantar
os corvos.
Dorothy 3 - Você não pode descer daí?
Espantalho – Posso. Mas não consigo sozinho. Se você fizer o favor
de tirar-me daqui, vou ficar muito grato. (Ela o ajuda com Totó) - Muito
obrigado. Estou me sentindo um novo homem. Muito obrigado,
senhorita…
Dorothy 3 - Meu nome é Dorothy.
Espantalho – Como posso retribuir tamanho gesto?
Dorothy 3 - Estou indo para a Cidade de Esmeralda. Quero pedir ao
Grande Oz que me faça voltar ao Kansas. Pode me ajudar?
Espantalho - Onde fica a Cidade de Esmeralda? E quem é OZ?
Dorothy 3 - Você não sabe?
Espantalho - Não sei mesmo, eu não sei nada. Sabe, sou
empalhado, por isso, não tenho cérebro.
Totó – Ih, estamos perdendo tempo com um descerebrado.
Dorothy 3 - Totó! Sinto muitíssimo por você, seu espantalho.
Espantalho - Tudo bem. Será que se eu for para a Cidade de
Esmeralda, esse tal de Oz pode me conseguir um cérebro?
Dorothy 3 - Não sei dizer, mas se você quiser, pode vir comigo. Será
um prazer. Mesmo que Oz não lhe dê um cérebro, você não vai ficar
em pior situação do que estava.
Espantalho - Isso é verdade. Sabe, não me importo se minhas
pernas, meus braços e meu tronco são empalhados, porque não sinto
dor. Não gosto que as pessoas me chamem de bobo. Mas se minha
cabeça é cheia de palha e não tem um cérebro como a sua, como é
que eu vou saber alguma coisa? Eu sou burro!
Dorothy 3 - Você não é! Entendo como se sente, mas acalme-se. Se
você vier comigo, vou pedir ao Oz que faça tudo o que for possível
por você. (Eles começaram a andar no caminho de tijolos amarelos e
Totó começa a rosnar para ele) - Não se preocupe com Totó, ele não
morde.
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Espantalho - Não estou com medo, só existe uma coisa no mundo
que me dá medo. Um palito de fósforo acesso.
Totó – Essa foi boa! (Ri sem parar) - Esta piada foi profissional. Estou
começando a duvidar nesse papinho de sem cérebro. (Eles
caminham).
Cena 2: O HOMEM DE LATA
Espantalho - Se a estrada vai floresta adentro, deve ir também
floresta afora e, se a Cidade de Esmeraldas fica no fim da estrada, a
gente deve ir por onde quer que a estrada passe.
Totó – Estou falando, homem. Tem algum cérebro aí. (Música. Eles
andam com dificuldade e toda hora o Espantalho tropeçava nos tijolos
amarelos. Dorothy encontra o pé de um homem totalmente feito de
lata com um machado levantado em uma das mãos. Ele estava
completamente imóvel sem poder fazer nenhum movimento, com
uma lata de óleo ao lado em cima de um tronco cortado. O Homem
de Lata tentando falar alguma coisa).
Dorothy 3 - Você falou alguma coisa?
Homem de Lata – RRRR. (Dorothy vai colocando óleo nas
articulações e ele volta a se mexer).
Homem de Lata - Rá!! Vocês salvaram a minha vida, eu teria ficado
lá para sempre se vocês não tivessem vindo. Como vocês chegaram
até aqui? Estou parado há meses esperando alguém.
Totó – Você é mais um sem cérebro?
Homem de Lata - Não. Meu cérebro é quase tudo que tenho, já que
não possuo coração.
Totó – Pra que serve um coração? Só para sofrer por um amor…
Dorothy 3 - Totó?
Totó – Desculpa.
Homem de Lata (olhando para o próprio peito vazio) - Ah, como eu
desejava ter um coração! Um coração que pudesse sentir, amar e se
emocionar. Parece que falta algo tão essencial em mim. (Com
tristeza) - Sinto-me vazio por dentro, como se algo estivesse faltando.
Como eu queria poder amar de verdade, demonstrar afeto e ter a
capacidade de me conectar emocionalmente com os outros.
Espantalho - Que lindo. Mas vamos continuar a peça. Homem de
Lata, estamos a caminho da Cidade de Esmeraldas para ver o
Grande Oz.
Homem de Lata - Por que vocês querem ver o Grande Oz?
Dorothy 3 - Quero que ele me mande de volta para o Kansas.
Espantalho - Quero lhe pedir um cérebro.
Homem de Lata - Você acha que o Grande Oz pode me dar um
coração? Posso ir com vocês?
Dorothy e o Espantalho – Sim!
Homem de Lata - Guarde a lata de óleo, se eu tomar chuva e
enferrujar de novo vou precisar muito desse óleo.
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CENA 3: O LEÃO MEDROSO
(Voltaram à estrada de tijolos amarelos em uma parte da floresta mais
escura, a mata cerrada com rugido de animal selvagem).
Dorothy 3 - Daqui a quanto tempo vamos sair da floresta?
Homem de Lata – Não sei. Eu não tenho medo de nada, desde que
tenha comigo minha lata de óleo. Quanto ao espantalho, nada o pode
ferir e você tem a marca da Bruxa Boa do Norte na testa, e isto a
protege de qualquer mal. E Totó, nós o protegeremos. (Veio um
rugido forte e logo depois o Leão Medroso pula na frente deles, com
uma patada ataca o Espantalho, com outra o Homem de Lata, que
caem no chão. Totó partiu latindo para cima do Leão quando a fera
abre a boca para mordê-lo. Dorothy, temendo por ele, avança e
esmurra o focinho com toda força).
Dorothy 3 – Não ouse morder Totó! Você devia se envergonhar
disso. Um animal tão grande morder um pobre cãozinho! Você não
passa de um covardão.
Leão (A fera desmonta) – Eu sei disso. Sempre soube. Mas o que
posso fazer?
Dorothy 3 – Não sei, ora bolas! Pensar que você atacou um homem
de palha como o Espantalho.
Leão – Ele é de palha? É por isso que foi tão fácil bater nele. O outro
também é empalhado?
Dorothy 3 – Não, ele é feito de lata.
Leão - É por isso que ele quebrou minhas garras. Quem é essa
criatura de quem você gosta tanto?
Dorothy 3 - É meu cachorro Totó.
Leão - Ele é feito de lata ou de palha?
Dorothy 3 - Ele é um cachorro feito de carne e osso.
Totó - Me respeita, rapaz! Não tenho medo de você.
Leão - É, ninguém pensaria em morder uma coisinha assim a não ser
um covarde como eu.
Dorothy 3 - O que faz com que você seja medroso?
Leão - Acho que já nasci assim.
Espantalho - O rei dos animais não pode ser covarde.
Leão - Esse é meu grande desgosto e faz minha vida infeliz. Sempre
que há um perigo, meu coração dispara.
Homem de Lata – Talvez você sofra do coração e, se você está
doente dele, deve ficar contente. Isso prova que você tem coração. Já
eu não posso sofrer dessa doença porque não tenho coração.
Leão – Se eu não tivesse coração, talvez não fosse covarde....
Espantalho – Você tem cérebro?
Leão – Acho que sim. Nunca olhei…
Totó - Que conversa é essa, meu irmão. Parece Teatro do Absurdo
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Espantalho - Porque vou ao Grande OZ pedir-lhe que me dê um
cérebro, minha cabeça é cheia de palha.
Homem de Lata – E eu vou pedir um coração.
Dorothy 3 – Eu vou pedir que me faça voltar ao Kansas.
Leão – Vocês acham que Oz poderia me dar Coragem?
Totó – Você é bem-vindo! Mesmo medroso, com essa cara, você vai
ajudar a espantar os outros animais ferozes. Eles devem ser muito
mais medrosos que você, já que os assusta com tanta facilidade.
Leão – Realmente eles são. Mas isso não me faz mais corajoso e
enquanto eu me sentir covarde serei infeliz. Oh, eu sou tão covarde!
Sempre tremo de medo diante de qualquer coisa. Meu coração
dispara, minhas pernas fraquejam e eu me sinto impotente. (Suspira e
segura a própria juba) - Como eu gostaria de ser corajoso, de
enfrentar meus medos de frente! Mas parece que a covardia está
enraizada em mim, como se fosse parte de quem sou. (Com tristeza)
- Será que a coragem é apenas para os outros? Será que eu nunca
serei capaz de superar meus medos e agir com bravura?
CENA 4: A CIDADE DAS ESMERADAS
(Som. Um portão grande de esmeraldas abre-se. Os Guardiões
aparecem. Eles são pequenos).
Guardiões – Somos os grandes guardiões que protegem o Castelo de
OZ. Somos sábios, fortes e corajosos (Música deles) - O que vieram
fazer na Cidade de Esmeralda?
Dorothy 3 – Queremos ver o Mágico de Oz.
Guardião 1 – O Mágico? Mas que audácia. Como ousam querer ver o
grande mágico de Oz?
Totó - Como assim “como ousam”? Você sabe com quem está falando?
Guardião 2 - Um cachorro?
Totó - É, um cachorro! Mas não um cachorro qualquer. Eu sou único,
grande… Totó do Multiverso.
Guardião 1 - E daí? O que isso interfere?
Totó - Muito coisa. Mas por que não pode ver o Mágico?
Guardião 2 - É que faz mais de 25 anos que ninguém pede para ver o
Grande Oz!
Guardião 1 - E já aviso logo: se vieram por um motivo fútil, ele pode
destruir vocês. Além disso, dependendo do humor dele, vocês podem
estar encrencados.
Espantalho - Mas o que nos traz aqui não é nenhuma bobagem, é uma
coisa muito importante. E nos disseram que Oz é um mágico bom.
Guardião 2 (irônico) - Oh, se ele é bom. Bom demais.
Guardião 1 - Ele é bom sim. Tem um temperamento difícil, é vaidoso.
Mas ele é bom. Governa a Cidade com muita sabedoria.
Guardião 2 - Agora, com os desonestos, ele é terrível. Vocês parecem
verdadeiros. Vamos levá-los para dentro do palácio.
Homem de Lata – Então você vai deixar a gente entrar?
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Guardião 1 - Sim! Mas primeiro vocês precisam por os óculos.

Dorothy 3 – Por que?

Guardião 2 – Porque se não usarem óculos, o brilho e o esplendor da

Cidade de Esmeralda chegará a vocês.

Guardião 1 - Mesmo os que moram na cidade precisam usar dia e noite

e só eu tenho a chave que abre a caixa dos óculos. (todos colocam os
óculos)

Guardião 2 – Prontos? Então vamos...

Guardiões - Abracadabra! Hocus pocus! Open, sesame! Let the mystical

forces intertwine, as the gates of wonder start to shine! (Nada acontece) -
Sim Sala Bim! Presto! Sight! (Nada acontece) - Abre logo a porta! (A
porta de abre).

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