Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(Saem pulando.)
Coruja: Então vá, seu Quero-quero, porque é na cidade que o povo não para de
querer.
(Os coelhinhos saem sempre rindo. Chegam o pai e a mãe coelhos preocupados).
Coelho pai: Não chora, não, minha velha. Não fica assim, isso é uma fase, é a
adolescência, passa. Acho que devíamos nos consultar com D.Sofia, nós não
conseguimos mais correr atrás de nossos filhos.
Coruja: Calma, meus velhos, primeiro descansem e respirem. Quantos anos vocês
têm?
Coruja: Ih, então o negócio é ter paciência. Senão vocês acabam chegando mais
depressa do outro lado do mundo e não veem as belezas da floresta. É isso que vocês
querem?
Coelhos: Não!
Coruja: Então descansem e deixem que eles corram. Eles encontram o caminho de
volta.
Coelho Pai: D. Sofia, estou tão mais tranquilo. Vamos, mulher, vamos passear no
bosque.
(Vão saindo).
Macaca: (chorando) D Sofia, estou tão triste. O meu macaco foi embora com outra
macaca.
Coruja: E tristeza mata minha amiga! O tempo cura tudo. E existem tantos outros
macacos pela floresta...
(Chegam duas onças, puxando cada uma pra um lado, uma oncinha filhote.)
Onça 1: É minha!
Onça 2: É minha!
Coruja: Se nenhuma pode garantir que a filha é sua, vamos dividi-la ao meio, assim
cada qual ficará com a sua metade.
Onça 2: Não! Assim não! Prefiro que fique com ela a ver minha filha dividida ao meio.
Meninos: Bom dia, Dona Sofia. Tchau, pai. (Os meninos sentam encostados nas
árvores, lendo).
Sapo 1: Dona Sofia, quem pula mais alto? Sou eu? (Pula).
Coruja: O canguru.
Guarda: Teca, minha filha. Vinte anos trabalhando neste lugar, vinte anos respirando
este ar bom. Vinte anos conversando com Dona Sofia... Tá tirando uma sonequinha,
hem, minha velha? Eu sou um funcionário público de sorte. Eu tenho o privilégio de
estar trabalhando aqui há vinte anos, ao lado de Dona Sofia. Também, ela tem cem
anos!
(Chegam os bichos).
Coruja: Parabéns?
Coruja: É hoje?
É coruja.
Toc,toc,toc,toc,toc.
É coruja.
Toc,toc,toc,toc,toc.
É coruja.
Toc,toc,toc,toc,toc.
É coruja.
Toc,toc,toc,toc,toc.
Guarda: Teca, Leco, vão até em casa avisar á sua mãe que eu vou ver um casalzinho
de cutias que nasceu ali.
Guarda: Nada disso. Vocês vão até em casa e digam à sua mãe para caprichar no
cozido, que eu estou morrendo de fome. Até, d.Sofia!
(Quero-quero volta com os dois bandidos atrás. Quer-quero aponta para a coruja).
Calixto: Viu?
Esfomeado: Vi.
Calixto: Ela sabe tudo.
Esfomeado: É adivinha.
(O guarda entra.)
Esfomeado: Quem?
Guarda: D.Sofia, estes senhores são cientistas e vieram fazer uma consulta.
Coruja: Muito.
Guarda: Viram?
Guarda: É corujês.
Calixto: Nós podemos lhe dar algum dinheiro e quem sabe assim...
Guarda: Ai, não posso fazer nada, tenho que obedecer. Mas preciso de uma ordem
escrita.
(Saem).
(Voltam os bandidos).
(Chegam às crianças).
Os dois: Do metrô?
Calixto: O metrô vai passar por aqui. Precisamos derrubar esse tronco aí e levar esse
Bulbo Real.
Leco: O quê?
Teca: Sai balofo. Ouviu d.Sofia? Estão querendo levá-la daqui, tirar a árvore para
passar o metrô.
Leco: Não entendemos. Só meu pai entende. Mas sei que ela está zangada.
Leco: É bom os senhores irem embora. Não vamos deixar árvore nenhuma ser e
muito menos tirar daqui nossa coruja.
(Saem).
Esperteza é moleza
Se a coruja sabe
(No fim da música, os bandidos vão surpreender a coruja, quando ela fala).
Calixto: É adivinha.
Calixto: Com licença, d.coruja, nós vamos levá-la para a cidade. Esfomeado, pegue o
saco. E para que todo mundo pense que o metrô vai passar por aqui, coloque a placa.