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O MÁGICO DE OZ
Escritor: Lyman Frank Baum
Adaptação dramatúrgica e direção: Fábio Sena
NARRADOR: Era uma vez, um mágico. Um mágico que, com toda sua bondade, construiu um
mundo encantado. O Mundo de Oz, com a sua música mágica.
NARRADOR: Dorothy morava com o seu tio Henrique e a sua tia Ema, em Kansas.
DOROTY: Já volto tio Henrique e tia Ema. Só vou brincar, um pouco, com o Totó! Venha Totó!
SONS de latidos.
MÚSICA: Língua de fora / Abana o rabo / Levanta a perna / e faz xixi. // (REPETE MAIS 3
VEZES)
Som de trovão.
DOROTY: Parece que vai chover, Totó! E veja! Que lindo arco-íris! Eu queria tanto me mudar do
Kansas, para um lugar mais... colorido. Como o arco-íris.
MÚSICA: Se o mundo é só / um lugar sem graça / onde o tempo passa devagar / Sei que existe
um lugar / melhor // Se lá no céu tudo é cinza e triste / e se a chuva insiste em não parar /
tem um mundo de outra cor / bem ali depois do sol / logo atrás daquela flor. // Além do
arco-íris / um lugar / que eu ouvi na canção feliz / que me fez sonhar. // Além do
arco-íris / onde o céu / é azul como um sonho azul / no amanhecer. // Existe este
lugar assim / e o arco-íris vai guardar / pra mim. //
Som de trovão.
NARRADOR: A casa subiu tão alto que foi cair numa festa estranha.
DOROTY: Quem é você? (PAUSA PARA TEMPO DE SUPOSTA FALA DO GABRIEL) Ah, sim!
Muito prazer, Gabriel! Onde estamos? Que lugar lindo! (PAUSA) Terra de Oz? E o que
vocês estão comemorando, hoje, para tanta festa? (PAUSA) Nós? Salvamos sua terra
dos Bruxos e Bruxas Más?
BRUXA MÁ DO OESTE ANIELE: Quem sou eu que se esconde? Sou malvada. A bruxa Má.
BRUXA MÁ DO OESTE CARLA: E pra quem está com medo, tenha cuidado com a Bruxa Má!
BRUXA MÁ DO OESTE THAMIRES: De masinho, escondinho, eu vou te pegar! E não tem
como você escapar.
BRUXO MAL DO LESTE BERNARDO: Eu vou voltar, espera... Eu sei bem pensar. Cuidado
que eu vou te pegar!
BRUXO MAL DO LESTE CAUÃ: Fique atento, espertinho! Senão, lá vem, o Bruxo Mau!
BRUXO MAL DO LESTE MIGUEL TONELINI: Sou eu!!! O Bruxo Mau! O melhor!!! É!!! O Bru-xo
Mau!
BRUXOS MAUS: Eu vou vingar a minha irmã!!!
Saem, gargalhando.
Doroty conversa com o Anão, alternado de lugar, a cada diálogo.
DOROTY: Entendi! São “Bruxos do Oeste”! (PAUSA) O que??? Minha casa caiu em cima da
Bruxa Má do Leste e eu salvei vocês da maldade dela? (PAUSA) E você quer me dar um
presente de gratidão? Mas, o quê? (PAUSA) Sapatos de rubi?
MÚSICA: Eu conheci, / Uma bruxinha que andava por aqui / Ela era muito boa, boa de coração /
Só não era boa em fazer poção // (REPETE) // E na hora de mexer o caldeirão / Trocava
alecrim por capim / Graviola ao invés de carambola / E a mistura era assim... // O que era
grande ficava pequeno / E o que era pequeno ficava feio / O que era feio ficava esquisito /
E todo mundo dava um grito // (GRITO) //
BRUXO BOM DO SUL ARTHUR: Estamos todos agradecidos, por ajudar a nos livrar daquela
Bruxa Má do Leste.
BRUXA BOA DO NORTE ISABELLA SILVA: Ela deixava todos, aqui, muito tristes. Jogava lixo
no chão, falava palavrão, caçava confusão, empurrava todos no chão...
DOROTY: Muito obrigado! Mas eu só quero voltar para o Kansas e voltar para minha família,
novamente. Pode me ajudar?
NARRADOR: A Bruxa Boa do Norte Maria Eduarda pega sapatos de rubi, dentro do caldeirão.
BRUXA BOA DO NORTE MARIA EDUARDA: Coloque estes sapatos de rubi e eles a levarão
até o Mágico de Oz. Ele é um mágico que realiza qualquer desejo e te ajudará a voltar
para casa!
NARRADOR: E o Bruxo Bom do Sul Arthur explica, para Doroty, por onde ela deve seguir.
BRUXO BOM DO SUL ARTHUR: Agora, só seguir a estrada de tijolos amarelos que chegarás
até o Mágico de Oz.
DOROTY: OK! Adeus, então! Estou, mesmo, muito agradecida. Vamos Totó!
NARRADOR: Então, Doroty partiu, para ver o Mágico de Oz, esperando que ele pudesse ajudá-
la a voltar para casa.
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NARRADOR: Ao caminhar pela estrada, ela encontrou um espantalho. Ele estava sendo
importunado pelos pássaros. Mas ele os ignorava e ficou, lá, parado.
MÚSICA: Se um cérebro eu tivesse, / eu seria mais feliz. / Ia ser um inventor. / Fazer o que
sempre quis. // Espantar, de vez, os corvos. / Coisa que eu nunca fiz. / Eu seria para
sempre um aprendiz. // Fazer tudo o que eu quisesse. / Conselhos eu daria. / Se um
cérebro eu tivesse, / tudo bem melhor seria. //
DOROTY: Estou indo ver o Mágico de Oz. Venha comigo. Talvez ele possa te ajudar.
ESPANTALHO: Você acha mesmo? Eu ficaria muito feliz.
NARRADOR: Doroty desamarrou o Espantalho do poste do campo de trigo e o levou com ela.
DOROTY: Vamos!!!
Saem de cena.
Entra o Homem de Lata, com dificuldade de andar, segurando um machado. Está
enferrujando. Para, no meio do palco, em posição de golpe de quem pega impulso, para dar um
golpe de machado numa árvore.
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NARRADOR: Naquele momento, eles viram um homem feito de lata, apontando um machado
para uma árvore.
HOMEM DE LATA GABRIEL SARAIVA: Por favor! Eu estou enferrujado. Eu fiquei na chuva e
enferrujei.
HOMEM DE LATA GABRIEL ROMAN: Já faz um ano que eu estou aqui. Eu não consigo me
mexer.
HOMEM DE LATA: Por favor! Tirem-me daqui.
HOMEM DE LATA: Muito bem! Eu já me sinto muito melhor! Bem melhor! Vejam! Eu posso me
mexer.
NARRADOR: Doroty e o Espantalho pergunta o quê que aconteceu com o Homem de Lata.
MÚSICA – HOMEM DE LATA: Estava um belo dia / Sol forte a brilhar / Eu resolvi juntar lenha
para cortar / E o tempo, de repente, mudou sem avisaaaaaaaaaaaaaaaar // (COLOCAM
ÓLEO) // Ninguém esperava, mas choveu sem parar / E eu, feito de lata, não podia me
molhaaaaaaaaaaaaaaaar // (COLOCAM ÓLEO) // E todo enferrujado eu fiquei, sem nem
notar //
HOMEM DE LATA: Mas eu não tenho um coração! E não consigo sentir “nada”. Nenhuma
emoção.
DOROTY: Vamos com a gente, procurar o Mágico de Oz. Talvez ele possa te ajudar, também.
NARRADOR: Doroty e os amigos dela continuaram pela estrada, enquanto ouviam a história
triste do Homem de Lata. De repente:
Rugido de leão.
HOMEM DE LATA GABRIEL ROMAN: Oh, não! Um rio! Como vamos atravessar isso, ein?
HOMEM DE LATA GABRIEL SARAIVA: Eu vou cortar algumas toras, para construir a jangada.
NARRADOR: Juntos, eles construíram uma jangada e a usaram, para cruzarem o rio.
MÚSICA: Vou, vou, vou remando / meu barquinho, assim / rio acima, rio abaixo / É um
sonho pra mim // (REPETE) // (instrumental) // Vou, vou, vou remando / meu barquinho,
assim / Se você ver um crodilo / não esqueça de gritar // (LEÃO GRITA) // (REFRÃO) //
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NARRADOR: O Leão estava apavorado, mas saltou sobre o despenhadeiro, levando seus
amigos a salvo, para o outro lado.
Máquina de fumaça.
NARRADOR: Mas... De repente... Surge uma fumaça estranha... E eles sentem um cheiro
diferente... Um cheiro que lhes dá sono.
E Doroty cai.
NARRADOR: Doroty e Totó respiraram a fragrância das flores e caíram num sono profundo.
NARRADOR: Mas Doroty e Totó já tinham caído no sono. Será que eles, ainda, poderiam ser
salvos?
HOMEM DE LATA: Doroty! Por favor! Você precisa acordar! Por favor!
E começa a chorar.
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ESPANTALHO EMANUEL: Esperem! Eu tenho um plano! Leão! Corra o mais rápido que você
puder.
ESPANTALHO GUILHERME: Não podemos carregá-lo, se você cair no sono. Corra, antes que
o pólen entre em você!
LEÃO: Está bem! Eu farei isto!
NARRADOR: Os Bruxos Maus chagam, decepcionados com o seu plano fracassado com as
papoulas encantada.
BRUXA MÁ DO OESTE ANIELE: Não acredito que eles escaparam do encantamento das
papoulas!
BRUXA MÁ DO OESTE CARLA: Temos que pensar em um encantamento diferente! Que tal
tentarmos a sopa da bruxa?
BRUXA MÁ DO OESTE THAMIRES: Mas não podemos, desta vez, errar os ingredientes.
BRUXO MAL DO LESTE: Esta sopa é muito má!
Gargalham.
MÚSICA: A sopa da bruxa.
Se espalham, pegando ingredientes, nas coxias, conforme a letra da música.
MÚSICA:
NARRADOR: Os Bruxos Maus saem de cena, ainda querendo vingança, pela sua irmã – a
Bruxa Má do Leste.
Saem de cena.
Os outros entram.
NARRADOR: Depois de uma longa e perigosa jornada, Doroty e seus amigos chegaram ao
portão da Cidade das Esmeraldas, onde morava o mágico de Oz. Tudo, ali, era verde e
brilhante.
Param de frente para uma das coxias, onde está o Mágico de Oz.
MÁGICO DE OZ CAIO: Deixa ver se eu entendi! Uma garota e seu cachorrinho querendo voltar
para sua terra...
MÁGICO DE OZ GABRIEL ROSA: Um espantalho querendo um cérebro... querendo pensar...
ter ideias...
MÁGICO DE OZ PEDRO: Um homem de lata querendo um coração... querendo sentimentos...
E um leão amedrontado, querendo coragem na vida.
MÁGICO DE OZ: Digam o que desejam!
NARRADOR: Cheio de emoção, o Homem de Lata fata sobre a sua vontade de ter um coração.
NARRADOR: Chega a vez de Doroty falar sobre seu desejo – o desejo de voltar para casa.
MÁGICO DE OZ PEDRO: Você a encontrou, quando saltou sobre o precipício, pelos seus
amigos.
HOMEM DE LATA: Eu tenho um coração, então?
MÁGICO DE OZ PEDRO: Você não derramou lágrimas de tristeza, pelos seus amigos, quando
eles estavam em perigo?
DOROTY: Mas eu, ainda, não fui para casa. Como assim?
MÁGICO DE OZ: É verdade! É só bater os calcanhares dos meus sapatos de rubi, três vezes,
dizendo para onde você quer ir. Assim, você irá onde quiser.
Trecho sonoro.
NARRADOR: Doroty estava triste, por ter que se despedir dos amigos, mas ela precisava voltar
para casa. Para a família dela.
Ritual.
Som de magia.
NARRADOR: Quando Doroty abriu os olhos, ela estava num enorme campo verde.
DORORTY: Minha casa, em Kansas! Titio! Titia! Olhem! Eu estou de volta! Vejam! Sou eu!
NARRADOR: Graças aos sapatos de rubi, ao Mágico de Oz e seus amigos fiéis, Doroty voltou
para casa, em segurança.
MÚSICA “ALÉM DO ARCO-ÍRIS”: Além do arco-íris / Um lugar / Que eu ouvi, na canção feliz /
que me fez sonhar. // Além do arco-íris / Onde o céu / é azul como um sonho azul /
quando amanhecer. // Além do arco-íris / Logo atrás / Depois do arco-íris / Tristeza nunca
mais. //
Mesura.
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