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O mágico de Oz

— Bem, um dia subi num balão e as cordas que o prendiam ao chão rebentaram e não
pude descer. Subi, subi até acima das nuvens, tão alto que uma corrente de ar me carregou por
milhas e milhas. Viajei por um dia e uma noite pelo ar e, na manhã do segundo dia, acordei e vi
que o balão estava flutuando sobre uma região bela e estranha.

Ele foi descendo aos poucos e não me machuquei. Mas achei-me no meio de um povo
que, vendo-me descer das nuvens num balão, pensou que eu era mágico. Claro que deixei que
pensassem assim, porque eles tinham medo de mim e me prometeram fazer tudo o que eu
quisesse.

Só para me divertir e manter a boa gente ocupada, ordenei que construíssem esta
cidade e meu palácio. E eles fizeram tudo com boa vontade e bem. Então pensei que, como a
região era tão verde e bela, eu a chamaria de Cidade de Esmeralda. E, para fazer que o nome
se adequasse melhor, pus óculos em toda a gente de forma que tudo parecesse verde.

— Mas todas as coisas aqui não são verdes? — perguntou Dorothy.

— Não mais que nas outras cidades — respondeu Oz.

— Mas, quando você usa óculos verdes, tudo o que você vê parece verde. A Cidade de
Esmeralda foi construída há muitos anos, pois eu era jovem quando o balão me trouxe para cá,
e agora sou um velho. Mas meu povo usou óculos por tanto tempo que muita gente pensa que
esta cidade é mesmo de esmeralda, e é certo que o lugar é muito bonito, rico em joias, metais
preciosos e tudo que é necessário para fazer as pessoas felizes. Fui bom para o povo, que gosta
de mim. Mas, logo que o palácio foi construído, isolei-me e não me deixei mais ver por
ninguém.

O que mais me dava medo eram as bruxas, pois, como eu não tinha poderes mágicos,
logo descobri que elas eram realmente capazes de fazer encantamentos. Havia quatro bruxas
nesta terra, que governavam os povos do Norte, do Sul, do Leste e do Oeste. Felizmente, as
bruxas do Norte e do Sul eram boas e eu sabia que elas não iriam me fazer mal. Mas as bruxas
do Leste e do Oeste eram terrivelmente más e, se elas não pensassem que eu era mais
poderoso que elas, teriam com certeza me destruído.

Por muito tempo vivi com medo. Por isso vocês podem imaginar o quanto fiquei
contente quando soube que sua casa caíra sobre a Bruxa Malvada do Leste. Quando vocês
vieram me procurar, eu estava disposto a prometer qualquer coisa, desde que vocês dessem
conta da outra bruxa. Mas, agora que vocês a dissolveram, tenho vergonha de dizer que não
posso cumprir minhas promessas.

— Acho que você é um homem muito mal — disse Dorothy.

— Oh, não, minha cara. Na verdade, sou um homem muito bom. Mas tenho que
admitir que sou um mau mágico.

— Você não pode me dar um cérebro? — perguntou o Espantalho.

— Você não precisa de cérebro. Cada dia você aprende alguma coisa. Um bebê tem
cérebro, mas pouco sabe. A experiência é a única coisa que traz conhecimento e, quanto mais
tempo você fica na terra, mais você adquire experiência.

— Isso pode ser verdade — disse o Espantalho —, mas vou ficar muito infeliz, a menos
que você me dê um cérebro. O falso mágico olhou-o com atenção.

— Bem — disse ele com um suspiro. — Se você voltar amanhã de manhã, vou colocar
um cérebro na sua cabeça. Mas não sei lhe explicar como usá-lo. Você vai ter que descobrir
sozinho.

— Oh, obrigado, obrigado! — gritou o Espantalho.

— Vou descobrir uma maneira de usá-lo, não se preocupe.

— E quanto a minha coragem? — perguntou o Leão ansiosamente.

— Com certeza você tem bastante coragem. Você só precisa de confiança em si


mesmo. Não existe nenhum ser vivo que não tenha medo quando enfrenta o perigo. A
verdadeira coragem é enfrentar o perigo mesmo tendo medo, e esse tipo de coragem você
tem.

— Talvez eu tenha, mas ainda assim tenho muito medo — disse o Leão. — Vou ficar
muito infeliz, a menos que você me dê aquele tipo de coragem que faz esquecer que se tem
medo.

— Muito bem, amanhã vou lhe dar esse tipo de coragem — respondeu Oz. — E o meu
coração? — perguntou o Homem de Lata.

— Acho que você está errado em querer um coração — respondeu Oz. — Ele faz a
gente infeliz. Se você soubesse... Você tem sorte em não ter coração.

— Isso é uma questão de opinião — disse o Homem de Lata. — De minha parte, vou
suportar toda a infelicidade, sem um lamento, se você me der um coração.

— Muito bem — respondeu Oz humildemente. — Procure-me amanhã e lhe darei um


coração. Fiz-me de mágico por tanto tempo que posso continuar a desempenhar essa função
um pouco mais.
— E como vou voltar para o Kansas? — perguntou Dorothy.

— Vamos ter que pensar sobre isso — respondeu o homenzinho. — Dê-me dois ou três
dias para estudar o assunto e vou tentar descobrir uma forma de levá-la sobre o deserto. Nesse
meio- -tempo, vocês serão tratados como convidados meus e, enquanto viverem no palácio,
meu povo cuidará de vocês e atenderá até ao menor de seus desejos. A única coisa que peço
em troca é que mantenham em segredo o fato de que sou um impostor.

Eles concordaram em nada dizer e voltaram para seus quartos muito animados. Até
Dorothy tinha esperança de que o “Grande e Terrível Impostor”, como ela o chamava, iria achar
uma forma de mandá-la de volta ao Kansas e, se ele o fizesse, ela perdoaria tudo.

Exercício de interpretação

1. Qual foi a reação do povo ao ver o mágico descendo das nuvens em um balão?

a) Ficaram desconfiados

b) Pensaram que ele era mágico

c) Ficaram alegres

d) Ignoraram sua presença

2. Por que o mágico decidiu chamar a cidade de "Cidade de Esmeralda"?

a) Porque a cidade era realmente feita de esmeraldas

b) Porque a cidade tinha bastante verde

c) Porque o narrador queria impressionar as pessoas

d) Porque a região era conhecida por suas minas de esmeraldas

3. Quantas bruxas havia na região?

a) Duas bruxas

b) Três bruxas

c) Quatro bruxas

d) Cinco bruxas

4. Por que o narrador se isolou e não deixou mais ninguém vê-lo após a construção do
palácio?

a) Porque ele queria manter sua identidade em segredo

b) Porque ele tinha medo das bruxas da região

c) Porque ele se considerava um mau mágico

d) Porque ele estava ocupado governando a Cidade de Esmeralda

5. Descreva a situação em que o narrador se encontrou após as cordas do balão


rebentarem.
6. Como o mágico descreve a sua relação com as bruxas da região?

7. Por que o Espantalho, o Leão e o Homem de Lata procuraram o mágico?

8. Explique por que o mágico afirma que ter um coração pode fazer alguém infeliz,
segundo sua opinião.

Atividade prática – Aprendendo truques de mágica

1. Corte as 6 cartelas. Agora, desafie alguém a selecionar um número entre 1 e 63. Em


seguida, peça para essa pessoa revelar quais cartas contêm o número escolhido. Aqui
vem o truque fascinante: some o primeiro número de cada uma das cartas onde o
número pensado se encontra. Surpreendentemente, o resultado será exatamente o
número que a pessoa escolheu.

2. Agora, vamos para um truque com preparação prévia. Essa mágica é perfeita para
uma apresentação de escola, para a família etc. Nesse caso, os materiais usados são:

 2 folhas de sulfite;
 Copo transparente;
 Cola em bastão;
 Moeda.
Antes da mágica começar, ajude o pequeno mágico a contornar a boca do copo em uma das
folhas, cortar o círculo desenhado e colá-lo na própria boca do copo. Depois, a mágica acontece
assim:

1. Coloque uma moeda em cima da folha de sulfite que não foi cortada;
2. Com o copo virado para baixo e posicionado em cima da folha, mova-o fazendo
2 círculos em volta da moeda para criar suspense;
3. No terceiro círculo, coloque o copo por cima da moeda e pronto! O papel que
você colou vai tampar o objeto e depois basta estalar os dedos, levantar o copo
e fingir que a moeda reapareceu.
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