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BRASIL & NORTE (2023)

THE CHALLENGES FACED BY TEACHERS OF SOME SCHOOLS IN NATAL IN RIO


GRANDE DO NORTE DURING THE PANDEMIC PERIOD
R. F. BRASIL*, R. G. NORTE
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande de Norte
ORCID ID: https://orcid.org/0000-XXXX-XXXX-XXXX*
brasil@ifrn.edu.br*

Submitted June 5, 2023 - Accepted xx xx, 2023


DOI: 10pts.15628/holos.2023.XXXX

ABSTRACT
The aim of this study was to investigate which theoretical postulates of Kishimoto (1996), Freire
technological tools were used by teachers working in (2010), and Mattar (2013), who advocate for a critical
municipal schools in Natal/RN during the pandemic. and reflective use of technology linked to pedagogical
During this period, many teachers had to quickly goals. The methodology included conducting surveys
adapt to remote teaching, using various technological and creating a questionnaire. The results showed that
tools such as video conferencing platforms, file- many teachers faced difficulties due to the lack of
sharing tools, and communication apps. Thus, the technological training, but were able to overcome
following research question emerged: Did teachers these challenges with determination and willingness,
face difficulties in using educational technologies? To resulting in significant learning for students.
answer this question, the study drew on the

Keywords: Technological tools; Teaching and learning; Pandemic (COVID-19).

OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PROFESSORES DE ALGUMAS ESCOLAS DE


NATAL RIO GRANDE DO NORTE NO PERÍODO PANDÊMICO
RESUMO
O objetivo deste estudo foi investigar quais ferramentas essa pergunta o trabalho se ancorou nos postulados
tecnológicas foram utilizadas pelos professores que teóricos de Kishimoto (1996), Freire (2010) e Mattar
atuam em escolas da rede municipal de Natal/RN (2013). Eles defendem que a tecnologia deve ser
durante a pandemia. Nesse período, muitos professores utilizada de forma crítica e reflexiva, vinculada aos
tiveram que se adaptar rapidamente ao ensino remoto, objetivos pedagógicos. A metodologia utilizada incluiu:
utilizando diversas ferramentas tecnológicas: realização de pesquisas e elaboração de questionário.
Plataformas de videoconferência, Ferramentas de Os resultados mostraram que muitos professores
compartilhamento de arquivos e aplicativos de tiveram dificuldades com a falta de formação
comunicação. Diante disso, surgiu a seguinte questão de tecnológica, mas foram capazes de superar esses
pesquisa: Os professores enfrentaram dificuldades na desafios com determinação e disposição resultando em
utilização das tecnologias educacionais? Para responder uma aprendizagem significativa para os estudantes.

Palavras-chave: Ferramentas tecnologias; Ensino e aprendizagem; Pandemia (COVID-19).

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1. INTRODUÇÃO

A pandemia de COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em março de


2020, impactou significativamente a educação em todo o mundo. Com o fechamento das escolas
e universidades em muitos países, a educação teve que se adaptar rapidamente a novas formas
de ensino, incluindo o ensino remoto. A pandemia trouxe à tona desafios sem precedentes para
professores, estudantes e famílias, incluindo a falta de acesso a recursos tecnológicos adequados,
a dificuldade de manter a motivação e o engajamento dos estudantes, e o aumento da
desigualdade educacional. Ao mesmo tempo, a pandemia também mostrou a resiliência da
comunidade educacional e a importância da tecnologia na educação. Este novo cenário revelou a
necessidade de repensar a forma como a educação é entregue e aprimorada, com o objetivo de
criar um sistema educacional mais resiliente e inclusivo.
Durante esse período, muitos professores tiveram que se adaptar ao novo tempo, e para
isso, utilizaram diversas ferramentas tecnológicas para continuar ofertando educação de
qualidade aos estudantes. Algumas das principais ferramentas utilizadas pelos professores
durante a pandemia foram: Plataformas de videoconferência: essas ferramentas permitiram que
os professores realizassem aulas “on-line” ao vivo e se comunicassem com seus alunos em tempo
real utilizando os aplicativos como o Zoom, Google Meet, Microsoft Teams entre outros.
Ferramentas de compartilhamento de arquivos: com o uso desses instrumentos, os professores
puderam compartilhar materiais educacionais como documentos, slides e vídeos com seus
estudantes. Exemplos: o Google Drive, Dropbox e Microsoft OneDrive. Aplicativos de
comunicação: Essas ferramentas permitiram que os professores se comunicassem facilmente
com seus alunos e pais, enviando mensagens e atualizações. Exemplos: o WhatsApp, Telegram e
Remind. Essas ferramentas tecnológicas para os autores Kishimoto (1996), Freire (2010) e Mattar
(2013) são referências importantes quando se trata da utilização de tecnologias educacionais.
O teórico Kishimoto (1996) discute a importância da tecnologia como uma ferramenta
pedagógica que deve ser utilizada de forma crítica e reflexiva, para que possa contribuir
efetivamente para o processo de ensino e aprendizagem. Ele defende que a tecnologia não pode
ser vista como uma solução mágica para os problemas educacionais, mas sim como um recurso
que pode ser usado para transformar a prática pedagógica e melhorar a qualidade da educação.
Por sua vez, Freire (2010), defende a ideia de que o uso da tecnologia deve estar sempre

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vinculado a uma prática educativa crítica e transformadora. Para ele, a tecnologia deve ser
utilizada para promover a autonomia e a criatividade dos alunos, incentivando a reflexão crítica
sobre a realidade social. Já a autora Mattar (2013) destaca a importância do uso de tecnologias
educacionais para a promoção da aprendizagem significativa, ressaltando a necessidade de que
as ferramentas tecnológicas sejam utilizadas de forma integrada. Ela também enfatiza a
importância da formação continuada dos professores para a utilização adequada das tecnologias
educacionais.
Uma das ferramentas mais comuns em pesquisas, especialmente em quantitativas e via
questionários, pois permite coletar dados de forma padronizada e objetiva. Eles são úteis para
medir atitudes, comportamentos, opiniões e crenças de uma amostra representativa da
população-alvo. Além disso, podem ser distribuídos de forma eficiente para um grande número
de participantes, tornando a coleta de dados mais rápida e fácil. No entanto, é importante
garantir que as perguntas sejam claras e não tendenciosas, e que a amostra seja representativa e
suficientemente grande para que os resultados possam ser generalizados.
Os resultados da pesquisa indicaram que muitos professores enfrentaram dificuldades ao
usar as novas tecnologias durante o ensino remoto imposto pela pandemia. Entre as principais
dificuldades relatadas pelos professores estavam a falta de formação tecnológica adequada,
problemas com conectividade de internet, falta de recursos tecnológicos suficientes e
dificuldades em manter a atenção dos estudantes durante as aulas online.
No entanto, apesar dessas dificuldades, muitos professores também relataram que foram
capazes de superar esses desafios com determinação e disposição para aprender, resultando em
uma aprendizagem significativa para os estudantes. Alguns dos métodos utilizados pelos
professores para superar essas dificuldades incluíram a busca por capacitação tecnológica, a
utilização de recursos alternativos, como materiais impressos e videoaulas gravadas, e a adoção
de estratégias pedagógicas mais dinâmicas e interativas.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A pandemia de Covid-19 e suas impactantes consequências na Educação
Desde o ano de 2019, o mundo foi afetado profundamente pelos efeitos de um vírus que, por
falta de vacina, infectou milhares de pessoas em vários países com uma doença que causou

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milhares de mortes. Para conter a escalada infecciosa que levou a uma pandemia, os governos de
muitos lugares decretaram uma quarentena, um período de confinamento que limitou o trânsito
das pessoas na sua vida cotidiana (MOREIRA; PINHEIRO; 2020). Algumas das principais limitações
impostas pela pandemia incluiu: restrições de mobilidade, limitações no acesso à saúde,
Impactos na economia e na educação.
Em 2020, no âmbito nacional, as escolas precisaram se adaptar à nova realidade
contemplando as necessidades que a situação sanitária determinou para os professores e
estudantes, como o ensino remoto, regulamentado pela Lei nº 14.040/2020, que estabeleceu
normas excepcionais para o ensino durante a pandemia. O uso de tecnologias na educação
mostrou-se fundamental, mas também evidenciou as desigualdades existentes no acesso à
internet e a equipamentos adequados, além dos desafios de adaptação curricular e formação de
professores" (SILVA; FREITAS; 2020).

Na rede municipal de Natal/RN, a Secretaria de Educação elaborou um Plano de Contingência


para a Educação, que definiu as diretrizes para a implementação do ensino remoto, além de
estabelecer protocolos de segurança para o retorno às aulas presenciais quando fosse possível.
Para enfrentar esses desafios, muitas providências foram tomadas, para assegurar que o
processo de ensino não fosse interrompido. Entre as providências tomadas, destacam-se:

 Planejamento e implementação de estratégias para a continuidade do ensino, como o


ensino remoto, por meio de plataformas digitais e outros recursos tecnológicos.
 Formação de professores para utilização de ferramentas tecnológicas e adaptação ao
novo formato de ensino.
 Distribuição de materiais e equipamentos necessários para os alunos acompanharem as
aulas remotas, como computadores, tablets e acesso à internet.
 Acompanhamento da aprendizagem dos alunos e identificação de possíveis defasagens,
para que sejam elaboradas estratégias de recuperação.
Com o advento da pandemia de COVID-19, muitas escolas foram obrigadas a implementar
também um calendário escolar flexível, a fim de lidar com as incertezas e desafios impostos pela
situação sanitária. A flexibilização do calendário escolar permitiu que as escolas pudessem se
adaptar rapidamente às mudanças no cenário da pandemia, tais como o fechamento de escolas,
as restrições de mobilidade e o aumento da demanda por ensino remoto.

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De acordo com as diretrizes estabelecidas pelo governo, as escolas precisaram reorganizar o


currículo entre os anos de 2020 até 2022, de forma a garantir a continuidade das atividades
escolares em meio à pandemia. Para isso, foram adotadas práticas que mesclaram atividades
remotas e presenciais, quando possível, além do uso de tecnologias que complementaram as
aulas presenciais e possibilitaram a formação continuada dos professores. Nesse sentido, houve
uma articulação entre os três níveis de governo para assegurar o acesso dos estudantes às
atividades remotas, bem como a melhoria da conectividade e acesso às tecnologias necessárias.
Outro ponto relevante foi a definição de critérios de promoção dos alunos, que foram adaptados
para a nova realidade imposta pela pandemia (BRASIL, 2021).

"Refletindo sobre a implantação e prática de ensino remoto em escolas públicas e privadas,


Fettermann e Tamariz (2021) enumeraram cinco lições que foram aprendidas nesse ano de uso
de tecnologias como ferramentas essenciais para a realização das atividades docentes: (1)
vontade de aprender (as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem precisam ter
curiosidade para desvendar os mistérios de plataformas como o Google Meet e o Zoom); (2) usar
(só a prática, ou seja, a convivência com as ferramentas digitais pode fornecer ao professor o
conhecimento necessário para que ele seja capaz de conhecer o funcionamento dessas
ferramentas e adaptá-las às aulas); (3) relacionar (o professor deve, considerando os objetivos e
os conteúdos da aula, relacionar as ferramentas digitais com as atividades durante a aula); (4)
experimentar (antes das aulas propriamente ditas, o professor deve testar as metodologias que
serão empregadas na prática docente); (5) avaliar (ao usar as ferramentas digitais, os professores
devem dosar e observar os efeitos que esses instrumentos exercem sobre os alunos); (6) gestão
do tempo de trabalho (com as demandas de um cotidiano marcado por home office, é necessário
que o professor aprenda a dosar o tempo que se investirá nas diversas fases que envolvem a sua
prática antes, durante e depois da aula)." (FETTERMANN; TAMARIZ; 2021).

3.2 A utilização da tecnologia na educação durante o período pandêmico


Historicamente, o processo de integração da Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) na Educação passou por diversas transições paradigmáticas, conforme apontado por Borges
(2005), revelando a necessidade de estabelecer relações entre o planejamento do docente e a
mediação da aprendizagem com os discentes, tanto no âmbito administrativo quanto
pedagógico. No final da década de 80, diversas abordagens surgiram nesse contexto. Por

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exemplo, a tecnologia foi introduzida como disciplina na grade curricular, porém essa abordagem
acabou desconectada da realidade da sala de aula, das necessidades dos professores e focada
exclusivamente em si mesma. Como resultado, essa estratégia não conseguiu se estabelecer
como prática pedagógica efetiva.
Nos anos 90, surgiram os softwares educativos. No entanto, nessa época, os professores
ainda não possuíam autonomia nesse contexto. Mesmo com a retirada da disciplina de
Informática da grade curricular, ainda existia a presença do técnico, conhecido como
"facilitador", que conduzia as aulas nos laboratórios. Essas aulas eram planejadas pela equipe
técnico-pedagógica de informática educacional, conforme Almeida & Valente (1999).
Em uma etapa posterior, por volta de 1994, surgiu o uso de software de autoria, no qual
os conteúdos trabalhados em sala de aula eram desenvolvidos nos laboratórios. No entanto,
esses trabalhos demandavam muito tempo e, devido à falta de acompanhamento pós-atividades,
acabavam ficando desatualizados e obsoletos para uso futuro. Posteriormente, em 1996, o
material de apoio ao professor entrou em uma nova fase na escola, onde o professor passou a
desempenhar um papel mais ativo no processo de ensino, enriquecendo os planejamentos. No
entanto, ainda era responsabilidade da equipe técnico-pedagógica de informática, conforme
citado por Borges (2005).
Entretanto, foi a partir dos anos 2000 que ocorreu uma evolução significativa na
integração da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) na educação. Uma das principais
mudanças foi a criação de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), que permitiram aos
professores e alunos serem coautores e corresponsáveis pela construção do conhecimento.
Os AVAs se tornaram recursos importantes para criar aulas mais dinâmicas e envolventes,
estimulando a pesquisa e a disseminação do conhecimento. Além disso, a mobilidade tecnológica
e o surgimento de softwares sociais ampliaram as possibilidades de utilização da tecnologia na
mediação da aprendizagem. Nesse contexto, o papel do professor tornou-se ainda mais
relevante, pois ele passou a ser o mediador entre o aluno e as ferramentas tecnológicas
disponíveis.
No início do século XXI, surgiram novas ferramentas tecnológicas que tiveram um grande impacto
na educação. Destacam-se as ferramentas do Google, como o Google Drive, Google Docs, Google
Sheets, Google Slides e Google Classroom. Essas ferramentas são gratuitas e acessíveis a
qualquer pessoa com acesso à internet, o que possibilita seu uso em diversos contextos

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educacionais. Elas trazem muitos benefícios para a educação, como facilidade de acesso,
armazenamento e compartilhamento de arquivos, colaboração em tempo real, trabalho em
equipe e criação de um ambiente virtual de aprendizagem. Permitem que alunos e professores
trabalhem de forma mais integrada e conectada, ampliando as possibilidades de aprendizagem.
Ao considerar as reflexões de Kishimoto (1996) em conjunto com a realidade do trabalho
remoto, torna-se evidente que os professores devem aprimorar suas competências digitais e
habilidades de gerenciamento do tempo. A utilização da tecnologia como uma ferramenta
pedagógica exige não apenas conhecimentos técnicos, mas também uma abordagem reflexiva
para selecionar as melhores práticas e estratégias que estejam alinhadas aos objetivos
educacionais.
Além disso, a obra de Freire (2010) destaca a importância do diálogo e da conscientização
crítica no uso da tecnologia. Isso implica que os professores devem refletir sobre as implicações
sociais, culturais e educacionais das ferramentas tecnológicas que utilizam em sala de aula. Nesse
sentido, o gerenciamento do tempo também está relacionado à reflexão e à prática crítica,
permitindo aos professores reservar momentos para analisar o impacto das tecnologias nas
experiências de aprendizagem dos alunos e adaptar suas abordagens conforme necessário.
A visão de Freire (2010) em sua obra "Pedagogia do Oprimido" destaca a importância da
tecnologia como uma ferramenta que pode ampliar as possibilidades de participação e
transformação social. Ele enfatiza que o uso da tecnologia na educação não deve ser apenas
instrumental, mas sim embasado na conscientização crítica e no diálogo entre educadores e
educandos. Freire ressalta que a tecnologia, quando utilizada de forma emancipadora, pode
contribuir para a superação das desigualdades sociais e para a construção de uma educação
libertadora.
Mattar (2013) discute a necessidade de promover a educação tecnológica, desenvolvendo
competências digitais nos estudantes. O autor destaca que a tecnologia está cada vez mais
presente em nosso cotidiano e que os indivíduos precisam estar preparados para utilizá-la de
maneira crítica e responsável. Mattar ressalta a importância de uma formação tecnológica que vá
além do simples uso das ferramentas, enfatizando a capacidade de compreender, analisar e
refletir sobre os impactos sociais, culturais e educacionais da tecnologia. Portanto, considerando
as perspectivas de Kishimoto (1996), Freire (2010) e a realidade do trabalho remoto evidenciada
por Fettermann e Tamariz (2021), torna-se essencial que os professores adquiram competências

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tecnológicas e habilidades de gestão do tempo. Essa combinação permitirá que eles utilizem a
tecnologia de forma crítica, reflexiva e eficiente, potencializando a experiência de ensino-
aprendizagem e promovendo uma educação significativa em um mundo cada vez mais
tecnológico e dinâmico.
Diante do cenário globalizado, é notório que os jovens têm suas práticas sociais cotidianas
atravessadas pelo uso das tecnologias, pelo compartilhamento, acesso e consumo de diversos
tipos de conhecimento por meio da internet. Nesse contexto, é evidente que as escolas não
podem negligenciar a abordagem e reflexão sobre o uso das tecnologias na educação em seus
projetos pedagógicos. Portanto, busca-se adentrar e refletir sobre as contribuições que as
tecnologias digitais de comunicação trazem para o ambiente escolar.
A utilização de tecnologias digitais na educação básica tem se tornado cada vez mais
comum e importante no contexto educacional atual. De acordo com Maia (2020), essas
tecnologias podem ser utilizadas de maneira significativa para apoiar e ampliar as práticas
pedagógicas, trazendo benefícios para o processo de ensino e aprendizagem. Um dos principais
benefícios é a capacidade de personalização do ensino, permitindo a adaptação das atividades e
do conteúdo às necessidades individuais de cada aluno. Isso é viabilizado por meio de
plataformas e aplicativos educacionais que possibilitam a criação de atividades interativas e
personalizadas, auxiliando no desenvolvimento de habilidades específicas de cada criança.
Essas utilizações das tecnologias digitais tornam o processo de aprendizagem mais atrativo e
envolvente para os educandos, por meio de jogos educativos e atividades que estimulam o
raciocínio lógico e a criatividade.
Consoante a isso, um dos desafios da escola, que já é orientada pela própria Base
Nacional Curricular Comum (BNCC), é utilizar as tecnologias para potencializar as competências
dos alunos. Com o uso das tecnologias digitais na educação, almeja-se desenvolver sujeitos ativos
no processo de ensino e aprendizagem em que os aparatos tecnológicos são vistos como novos
espaços de aprendizagem que têm uma circulação, produção e acesso a uma variabilidade de
modos de ensino.
Ainda nesse sentido,
as tecnologias só são educacionais porque são utilizadas na escola
como mediação da prática pedagógica, e porque servem a objetivos
escolares constituindo-se parte integrante do programa curricular
(MARTINS; MASCHIO, 2014, p. 5).

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As tecnologias educacionais têm promovido um grande impacto no mundo atual, inclusive


no contexto escolar, onde desempenham um papel fundamental como poderosas ferramentas
de informação. Os alunos do século XXI, conhecidos como nativos digitais, cresceram em uma
sociedade permeada pela tecnologia da informação, enquanto muitos professores são
considerados imigrantes digitais, pois foram criados antes da era digital. No entanto, é
importante destacar que nem todos que nasceram na era digital são verdadeiros nativos digitais,
pois existem crianças que, devido a condições sociais e financeiras desfavoráveis, têm menos
exposição e acesso à tecnologia.
Embora a ideia de imigrantes digitais possa ser controversa, pois ignora o fato de que há
pessoas que nasceram antes da era digital e têm facilidade no uso das tecnologias, é relevante
discutir que muitas escolas tiveram que buscar alternativas para que os professores, muitas vezes
sem formação continuada específica nessa área, utilizassem ferramentas tecnológicas de
comunicação que permitissem uma continuidade no processo educacional, mesmo que de forma
básica.
Considerando que existe toda uma geração cada vez mais conectada às redes, é
imprescindível desenvolver atividades de ensino-aprendizagem que incorporem as tecnologias
digitais da comunicação, pois estas contribuem para a emancipação e desenvolvimento dos
indivíduos em seus ambientes. A utilização de ambientes virtuais de aprendizagem pelos
professores é fundamental para a construção de uma educação mais significativa e alinhada às
demandas da sociedade contemporânea. Conforme destacado por Moran (2017), o uso de
tecnologias na educação promove uma aprendizagem mais ativa e colaborativa, permitindo aos
estudantes construir seu próprio conhecimento.
Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta a importância do uso das
tecnologias digitais na educação, enfatizando que as escolas devem incentivar a compreensão, o
uso e a criação crítica, significativa, reflexiva e ética das tecnologias digitais de informação e
comunicação em diversas práticas sociais (BRASIL, 2017, p. 24). Nesse sentido, os professores
desempenham um papel fundamental ao promover o uso crítico e reflexivo dessas tecnologias
por parte dos estudantes.
Portanto, é essencial que os professores estejam preparados para utilizar as tecnologias de
forma efetiva em sua prática pedagógica. Segundo Kenski (2012), o uso de tecnologias na

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educação não deve ser encarado como um fim em si mesmo, mas como uma ferramenta para
construir uma aprendizagem mais significativa e alinhada às necessidades dos alunos. Para isso, a
formação contínua dos professores é fundamental, direcionada para a utilização das tecnologias
na prática pedagógica, promovendo a reflexão sobre o papel das tecnologias na educação e o
desenvolvimento de competências para o uso dessas ferramentas.

4. METODOLOGIA
O uso das tecnologias e os desafios enfrentados pelos professores durante a pandemia foi a
estratégia didática adotada neste trabalho. Inicialmente, foram realizadas pesquisas utilizando-se
de diversas fontes como livros, sites e artigos científicos. Em seguida, foi elaborado um
questionário com perguntas pelo Google Formulário contendo 07 (sete) questões para análise
estatística. O presente estudo teve como objetivo analisar os relatos dos 10 professores de duas
escolas da Rede Municipal de Natal/RN, Escola Municipal Terezinha Paulino de Lima e Escola
Municipal Professor Ulisses de Góis quanto ao uso de tecnologias educacionais durante a
pandemia, por meio de uma abordagem de cunho descritivo e exploratório.

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Este estudo desenvolveu um questionário com o objetivo de investigar o uso das
tecnologias nas escolas e identificar possíveis dificuldades. Os seguintes questionamentos foram
direcionados aos professores:
Questão 01: Você utilizou alguma fermenta tecnológica durante a pandemia para garantir
a continuidade no ensino durante o período pandêmico?
Resposta: Todos os professores convidados a compartilhar sobre as ferramentas utilizadas
no processo de ensino e aprendizagem responderam que sim, como podemos ver no gráfico
seguinte:

Gráfico 01 – Utilização das ferramentas digitais

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100%

Sim Não

Fonte: Elaborada pelo próprio autor

Esse dado demonstra claramente que, diante de uma crise como a pandemia, os
professores conseguiram se adaptar rapidamente ao uso das tecnologias. Essa prontidão reflete a
importância de os professores estarem abertos e dispostos a se atualizarem constantemente,
adquirindo novas habilidades e competências que os capacitam a lidar com as transformações do
mundo contemporâneo. No entanto, é importante ressaltar que os resultados dessa rápida
adaptação dos professores ao uso das tecnologias durante a pandemia não significam ausência
de dificuldades. Conforme destacado por Dias e Almeida (2014), os professores do ensino
fundamental enfrentam desafios evidentes no uso de tecnologias digitais. A falta de recursos
tecnológicos nas escolas, a ausência de suporte técnico adequado e a necessidade de
desenvolver competências digitais são algumas das dificuldades identificadas pelos autores.
Adicionalmente, vale ressaltar que a incorporação de ferramentas tecnológicas na
educação está alinhada com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que enfatiza a
necessidade de desenvolver a competência digital dos estudantes. A BNCC destaca a importância
de os estudantes compreenderem e utilizarem as tecnologias digitais de forma crítica, reflexiva e
responsável, pois a competência digital é fundamental para que os estudantes se integrem de
forma plena e crítica na sociedade digital, ao mesmo tempo em que desenvolvem habilidades e
competências essenciais para o século XX.

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Questão 02: Quais ferramentas tecnológicas que você utilizou durante o período da
COVID-19?
Melhores respostas: Dentre as ferramentas adotadas pelos professores, destacaram-se o
Google Meet, o Google Classroom, WhatsApp, Google formulário, Power point e Computador
como as mais amplamente utilizadas.

Gráfico 02 – Ferramentas tecnológicas mais utilizadas nas aulas

12

11 11 11 11 11 11
10
10
8

7
6

0
p
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og
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Ce Po pu
t
G o Go
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Co

Série 1

Fonte: Elaborada pelo próprio autor


Com base no gráfico 02, podemos observar que as ferramentas ofereceram aos
professores a possibilidade de explorar abordagens inovadoras para envolver os estudantes,
oferecendo recursos interativos, comunicação em tempo real e acesso a materiais educacionais.
Essa constatação está em concordância com a visão de Kishimoto (1996), que enfatiza que a
tecnologia pode ser uma aliada no processo de ensino-aprendizagem, desde que seja utilizada de
maneira crítica e reflexiva. Apesar dos obstáculos iniciais da adaptação, o uso dessas ferramentas
se revelou indispensável para manter o engajamento e assegurar a continuidade do processo de
ensino e aprendizagem.

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Questão - 03: Quais ferramentas foram consideradas mais funcionais na escola durante o
período de pandemia?
Melhores respostas: As ferramentas do Google, como o Google Meet e o Google
Classroom, são amplamente adotadas pelos professores, conforme ilustrado no gráfico 03, no
qual 05 professores responderam utilizar o Google Meet e 05 professores responderam utilizar o
Google Classroom. Essas ferramentas foram escolhas frequentes devido à sua facilidade de uso e
à integração perfeita com outros serviços do Google, como o Gmail e o Google Drive.

Gráfico 03 – Ferramentas Google funcional

Google Met Google Classroom

Fonte: Elaborada pelo próprio autor

Os resultados mostram que as ferramentas que ficaram gratuitas do Google auxiliaram


algumas escolas que não têm recursos financeiros para contratar ferramentas com recursos
como videoconferência, compartilhamento de tela e gravação de aulas. Esses tipos de recurso
contribuem para uma experiência de ensino mais dinâmica e envolvente.
Conforme afirmado por Kishimoto (1996), a tecnologia deve estar intrinsecamente ligada ao
processo de ensino-aprendizagem, não devendo ser utilizada apenas por si só, mas sim estar
alinhado aos objetivos pedagógicos estabelecidos. Nesse sentido, como mencionado por Silva et
al. (2023), durante o período de isolamento, a sala de aula acompanhou o professor, que teve
que se adaptar rapidamente às novas demandas da educação.

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Ferramentas como o Google Meet e o Classroom, apesar das dificuldades de acesso e


conhecimento enfrentadas por alunos e professores, tornaram-se recursos poderosos para
promover a interação e o engajamento dos alunos durante as aulas virtuais. Essas ferramentas
permitiram que os professores respondessem às demandas da educação remota,
proporcionando um ambiente de ensino interativo. Já o Google Classroom foi destaque por sua
praticidade e interatividade. Essa plataforma oferece aos professores a capacidade de organizar e
compartilhar conteúdo de forma estruturada, além de permitir a criação de tarefas, avaliações e
fóruns de discussão.
Questão 04: Qual foi a ferramenta que apresentou menor eficiência durante o período da
pandemia?
Melhores Respostas: O uso do computador, o aplicativo Teams e Zoom por falta de domínio
técnico e formação continuada, conforme demonstrado no Gráfico 05.
Gráfico 05 – Ferramenta que menos funcionou na escola

Computador Aplicativo Teams Aplicativo Zoom

Fonte: Elaborada pelo próprio autor

De acordo com os dados gráficos, os professores relataram não utilizar o Computador e


algumas ferramentas, para os teóricos Pontes et al. (2020), uma das principais dificuldades
enfrentadas foi a falta de preparo dos professores para utilizar a tecnologia de forma eficaz no
ensino online. Isso destaca a relevância das instituições educacionais, conforme enfatizado por
Araújo (2014), em aprimorar a capacitação pedagógica dos professores, a fim de integrar a
tecnologia de forma efetiva nas práticas educativas. Adicionalmente, é observado que entre as

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ferramentas mencionadas como menos eficientes pelos professores, aquelas que exigiam maior
largura de banda de internet se destacaram, como algumas plataformas de videoconferência
menos conhecidas ou que necessitavam de recursos de hardware mais avançados. Além disso,
algumas ferramentas que dependiam exclusivamente de conexões estáveis foram consideradas
menos confiáveis, especialmente em regiões com infraestrutura limitada de conectividade. A
falta de familiaridade e suporte técnico adequado também foi apontada como um desafio para a
utilização efetiva de certas ferramentas. É fundamental ressaltar que, apesar dessas limitações,
os professores buscaram alternativas viáveis e se adaptaram, fazendo uso de outras ferramentas
disponíveis que atendiam às suas necessidades durante esse período desafiador.
Questão 05: Quais desafios foram enfrentados ao utilizar as tecnologias durante esse
período?
Melhores respostas:
“Acesso limitado à internet: A falta de conexão estável à internet foi uma dificuldade
comum relatada, especialmente em regiões com infraestrutura de conectividade precária. Isso
dificultou o acesso às ferramentas digitais e a realização de atividades online”.
“Falta de habilidades e formação adequada: A adaptação a novas plataformas e recursos
tecnológicos exigiu esforços de aprendizagem adicionais”.
“Disponibilidade de equipamentos e recursos: A falta de computadores, dispositivos
móveis e outros equipamentos tecnológicos adequados foi um desafio significativo. Além disso, a
ausência de recursos como câmeras, microfones e acesso a softwares específicos limitou a
efetividade das atividades online”.
Em relação a essa questão, Dias e Almeida (2014) enfatizam que a escassez de recursos
tecnológicos nas escolas é um obstáculo para a plena integração da tecnologia na prática
pedagógica. A falta de equipamentos adequados, como computadores, tablets ou acesso à
internet, limita a capacidade dos professores de utilizar as ferramentas digitais de maneira eficaz.
Essa carência de recursos tecnológicos impede que o potencial das ferramentas digitais seja
plenamente explorado no ambiente educacional.
Mais algumas respostas foram: “Interatividade e engajamento dos alunos: Manter a
interação e o engajamento dos alunos durante as aulas virtuais foi um desafio enfrentado. A falta
de contato presencial e a necessidade de adaptação para promover uma participação ativa dos
estudantes exigiu estratégias adicionais”.

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“Dificuldades de comunicação: A comunicação assíncrona e a falta de interação presencial


tornaram a troca de informações e o esclarecimento de dúvidas mais desafiadores. A
dependência de plataformas de comunicação online muitas vezes gerou atrasos ou dificuldades
na comunicação efetiva”.
Esses desafios ressaltam a importância crucial de fornecer suporte técnico e capacitação
adequada aos professores, juntamente com a garantia de acesso a equipamentos e recursos
tecnológicos nas instituições de ensino, como apontado por Dias e Almeida (2014). É essencial
que os professores recebam o apoio necessário para lidar com as demandas tecnológicas, tanto
em termos de conhecimento técnico quanto de habilidades pedagógicas relacionadas ao uso
efetivo da tecnologia em sala de aula. Além disso, é fundamental que as escolas disponibilizem os
recursos adequados, como equipamentos e infraestrutura tecnológica, para que os professores
possam aproveitar ao máximo o potencial das ferramentas digitais no processo educacional.
Questão 06: Você pretende continuar utilizando as ferramentas na educação, após o período
pandêmico?
Resposta: Todos os professores participantes do questionário confirmaram que utilizaram
ferramentas tecnológicas após o período como podemos verificar no gráfico 07.

Gráfico 07 – Continuidade da utilização das ferramentas

Sim Não

Fonte: Elaborada pelo próprio autor

Apesar de algumas dificuldades enfrentadas, evidencia-se uma disposição por parte dos
professores em continuar utilizando os recursos tecnológicos como uma complementação do

HOLOS, Ano 39, v.1, eXXXX, 2023 16


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trabalho em sala de aula. A perspectiva do teórico Paulo Freire em relação à educação como um
processo dialógico e libertador pode servir como uma referência importante para compreender o
desejo dos professores em utilizar as tecnologias. Segundo Freire (2010), o diálogo desempenha
um papel fundamental na educação, e a libertação ocorre por meio da reflexão crítica sobre a
realidade. Nesse sentido, os professores que buscam integrar as tecnologias em sua prática
pedagógica podem encontrar inspiração na abordagem freireana, buscando estabelecer diálogos
significativos com os alunos e utilizar as tecnologias como ferramentas para promover a reflexão
crítica e a emancipação dos estudantes.
Embora os professores possam enfrentar desafios no uso das tecnologias, seja devido à falta
de acesso ou à falta de capacitação, sua disposição em utilizá-las pode ser vista como uma
demonstração de compromisso com a educação e com a transformação da realidade. Através de
uma reflexão crítica sobre as dificuldades enfrentadas, os professores podem desenvolver novas
práticas pedagógicas e encontrar alternativas para o uso das tecnologias, com o objetivo de
promover uma educação mais dialogal e libertadora.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise do questionário revelou que, apesar de enfrentarem algumas dificuldades, como a
falta de internet, a ausência de suportes como computadores e a falta de formação adequada, os
professores utilizaram e pretendem continuar utilizando as ferramentas digitais. É importante
ressaltar que as ferramentas mais bem aceitas pelos professores são o WhatsApp e as
ferramentas do Google. Embora o WhatsApp seja uma ferramenta de comunicação social e não
tenha sido originalmente projetado para uso educacional, sua popularidade se deve, talvez, à
facilidade de uso, já que muitos professores e estudantes já estavam familiarizados com ela, e à
sua baixa exigência de consumo de dados.
A pandemia que afetou o mundo em 2020 obrigou todas as escolas a adotarem um modelo
de ensino remoto, sem a presença física dos estudantes. Esse novo formato revelou as
tecnologias digitais como aliadas poderosas no processo de ensino e aprendizagem, evoluindo
gradualmente ao longo do tempo.
Os resultados da pesquisa indicaram que muitos professores enfrentaram dificuldades ao
usar as novas tecnologias durante o ensino remoto imposto pela pandemia. Entre as principais
dificuldades relatadas pelos professores estavam a falta de formação tecnológica adequada,

HOLOS, Ano 39, v.1, eXXXX, 2023 17


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problemas com conectividade de internet, falta de recursos tecnológicos suficientes e


dificuldades em manter a atenção dos estudantes durante as aulas online.
No entanto, apesar dessas dificuldades, muitos professores também relataram que foram
capazes de superar esses desafios com determinação e disposição para aprender, resultando em
uma aprendizagem significativa para os estudantes. Alguns dos métodos utilizados pelos
professores para superar essas dificuldades incluíram a busca por capacitação tecnológica, a
utilização de recursos alternativos, como materiais impressos e videoaulas gravadas, e a adoção
de estratégias pedagógicas mais dinâmicas e interativas.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ambientes digitais de aprendizagem. São Paulo: Atlas, 2012.
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estudo de caso. In Anais do II Congresso Internacional de Educação a Distância.

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BRASIL. Portaria N.º 343, de 17 de março de 2020. Dispõe sobre a substituição das aulas
presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia do Novo
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39, 18 mar. 2020. Seção 1. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-
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