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Índice
Ilustração de Capa
Ilustrações Coloridas
Capítulo 01: Seleção de Rota
Capítulo 02: Arroz
Capítulo 03: O Reino Shirone
Capítulo 04: Deus Não Está Aqui
Capítulo 05: O Terceiro Príncipe
Capítulo 06: Uma Resolução Rápida
Capítulo 07:O Nascimento da Minha Irmãzinha, a Empregada
Capítulo 08: Uma Adulta
Capítulo 09: O Segundo Ponto de Virada
Capítulo 10: O Grande Buraco Aberto em Meu Peito
Capítulo 11: Fim da Jornada
Capítulo 12: A Realidade da Calamidade
Capítulo 13: A Resolução da Jovem Senhorita
Interlúdio: Os Dois Que Ela Encontrou
Capítulo Extra: Distorcido, Porém Inalterador
Ilustração de Capa
Ilustrações Coloridas
MUSHOKU TENSEI
Rifujin na Magonote
Ilustrações por Shirotaka
Retirado do site:
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— Como assim?!
— Porque é perigoso — falei. A mana era ainda mais espessa no
Continente Begaritt do que no Continente Demônio. A força média
das bestas do lugar estava em pé de igualdade com as do
Continente Demônio, e havia inúmeros labirintos subterrâneos que
possuíam padrões climáticos bizarros.
✦✦✦✦✦✦✦
Sim, um ano inteiro. Faz muito tempo. Diz aí, você só aparece
uma vez por ano? Se for o caso, vou ficar bem mais à vontade.
Sim, bem, sou grato por isso… mas se tivesse me contado mais,
eu não teria acabado naquela cela, e não teria perdido as
informações importantes que resultaram na minha briga com Paul.
Ah, droga, aposto que você achou isso tudo realmente divertido:
Paul e eu batendo cabeça porque eu não sabia que minha família
estava desaparecida, eu ficando deprimido depois e Eris me
animando… e até minha reconciliação com o Paul.
Certeza do quê?
— Hmm.
Prometer o quê?
— Não, não estou pedindo que você vá tão longe. Mas vai ser
bem cansativo se você for hostil desse jeito sempre que
conversarmos, sabe?
— Entendi. Fui meio injusto com você. Tudo bem, então por que
não decidimos algumas regras? Que tal se eu começar a avisar com
antecedência quando é que vou aparecer para dar alguns
conselhos?
Não, não estou disposto a ir tão longe. Mas pelo menos vou
parar de ter essas discussões sem sentido sobre te ouvir ou não.
— Bem, já é um começo.
Uma condição? Então isso significa que você não pode dar as
caras sempre que quiser?
Ah, é? Então, isso significa que você também não pode controlar
isso direito. Então esquece o papo sobre o aviso prévio. Vamos
ver… Eu gostaria que você fosse mais detalhista em seus
conselhos. Se tudo que você diz é “vá ali” ou “vá lá”, fico confuso
quanto ao que devo fazer. Faz eu sentir que você só está brincando
comigo.
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Acordei assustado.
— Ugh!
Estava com uma dor de cabeça terrível e meus pés não ficavam
firmes. Quando saí do banheiro, a viagem de volta para o meu
quarto pareceu muito mais longa do que quando saí correndo dele.
Pressionei minha mão contra a parede e lentamente caí no chão. Na
escuridão da pousada, pude ouvir alguém ofegando. Assustado,
olhei em volta para encontrar a fonte, apenas para perceber que era
o som da minha própria respiração.
Bem, isso era estranho. Por que não tinha me contatado antes?
— O que é isso…
— Mmph.
— Rudeus… é um pervertido…
— Entendido.
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— Um experimento — respondi.
— Lá vamos nós.
— O sabor é bom?
Gulp!
Ruijerd foi o único que não provou da refeição, mas não fez
queixas. Ele sim é um adulto, pensei. Mesmo assim, me senti um
pouco culpado. Da próxima vez, faria com que recebesse uma
porção.
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— Achei que você fosse do tipo que não comia muito, Rudeus.
Comida não era a única coisa com que eu gastava meu tempo.
Também resolvi dar as caras pela Guilda dos Aventureiros.
Previsivelmente, dado que este era o Continente Central, falar o
nome “Fim da Linha” não provocava o menor choque. Só porque
alguém era famoso na América, por exemplo, não significava que
sua popularidade se estendesse ao Japão. Era parecido com aquilo:
Muitas crianças sabiam quem era o Super-Homem, mas quase
ninguém conhecia o Capitão América.
— Ooh, isso não é algo que se ouve muito por aqui. Fim da
Linha, hein? Esse é o nome de algum demônio do Continente
Demônio, não é?
— Por quê? É isso que vocês querem, não é? — Ele riu como se
estivéssemos brincando, mas mantive uma expressão séria no
rosto. Eris parecia um pouco perturbada, e Ruijerd parecia
desconfortável.
— Certo, bom.
Não podia combater meus desejos por arroz branco e frango frito
com molho de soja, ou por tofu e sopa de missô com algas
marinhas. Minha busca insaciável por boa comida continuou junto
com minha busca por pessoas desaparecidas, que, é claro, não
rendeu absolutamente nenhuma informação.
— Ah — resmungou Ruijerd.
— Isso aí.
Então Norn parecia cheia de si? Não achei isso, mas Eris
claramente teve uma impressão diferente. Me perguntei de que lado
eu ficaria se Eris a socasse…
— Como assim?
— Como assim?
Achei que Ruijerd ficaria constrangido com esse nome, mas não
pareceu muito incomodado. Paul disse que Aqua Heartia era um
nome legal. Pelo visto, o conceito de “nerds” não existia neste
mundo.
— E o que faremos?
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— Tá bem.
E também não achei que fosse Eris. Ela era péssima em seguir
as pessoas. Eu teria notado no segundo em que saísse da pousada,
e ela preferia ficar bem atrás de mim e em silêncio em vez de se
esconder nas sombras, de qualquer forma.
Então quem era? Havia alguém neste país que guardava rancor
de mim…? Não consegui pensar em nenhuma alternativa. Além
disso, tinha acabado de chegar ao local. Era provável que eu
causasse problemas no futuro, mas ainda não tinha incomodado
ninguém.
Isso estava conectado a algo que fiz no Continente Demônio?
Alguém realmente estaria me seguindo por vingança? Improvável.
Mas talvez fosse um sobrevivente do grupo de contrabando de
Porto Zant que me avistou por acaso. Talvez estivesse planejando
aproveitar a oportunidade para acabar comigo.
— Hm…?
— Ah!
— Ugh…
— Ah!
Opa! Essa foi uma reação e tanto! Estilo de Deus da Água, hein?
Isso dificulta um pouco as coisas. Mas o Canhão de Pedra não era o
único feitiço que eu conhecia. Contanto que mantivesse alguma
distância, isso seria fácil.
— Chame reforços!
— Cert… Aaah!
Muito bom, muito bom. Tudo que eu tinha que fazer era deixar o
oponente inconsciente e poderíamos escapar.
Piiiiii!
— Hã?!
— O-o quêêê?!
— Aaaaaaah!
Eu, pelo menos, queria acreditar que era essa a razão para ela
estar chorando, e não o estalo das minhas duas pernas quebrando
quando pousamos no chão. Rapidamente usei magia de curar para
ajustar tudo, mas aquilo com certeza doeu.
Ah, por que não dei uma calcinha limpa para ela usar? Isso era
óbvio – não tinha nenhuma. Fui instruído a nunca tocar nas
calcinhas de Eris, afinal de contas, e não importa o quão urgente
fosse a situação, não poderia ir contra uma das regras pétreas do
Fim da Linha. Simplesmente pensar nisso já era assustador.
✦✦✦✦✦✦✦
— Certo.
Pelo menos ela sabia dizer “por favor” quando pedia ajuda. Era
uma garotinha esperta. Ah, isso mesmo – Paul mencionou algo
sobre Lilia dar a Aisha uma educação extra-rigorosa, não foi?
Aha – Lilia, sua canalha. Você estava ensinando sua filha a usar
sua feminilidade como uma arma? Quando percebi isso, os
maneirismos de Aisha começaram a parecer muito encenados. Não,
sério, o que Lilia estava ensinando a ela?
— Há mais alguém que você possa pedir ajuda além do seu pai?
— Não há!
— Por exemplo, alguém que sua mãe conhece, como uma garota
um pouco mais velha que você e tem cabelo azul? Ou, talvez… um
irmão seu que deveria estar por aí em algum lugar? — perguntei,
completamente indiferente.
— Mas?
— Certo.
Aisha continuou:
— Improvável!
— P-por que?
Aisha continuou:
— Uma vez, quando minha mãe não estava por perto, dei uma
espiada. O que você acha que estava dentro daquilo?!
— E-eu não sei, o quê?
— Sim?
Vamos deixar de fora a parte em que lutei por uma desculpa até
que finalmente vi o nome dela bordado na borda de suas roupas.
Pelo visto, não haviam feito nada de ruim para Lilia, ou pelo
menos nada que deixasse marcas visíveis. Quem sabia o que
poderia estar acontecendo à noite enquanto Aisha não estava ciente
das coisas? Lilia estava envelhecendo, então, esperançosamente, a
possibilidade de as pessoas se esforçarem para violá-la seria baixa.
— Roa — falei.
— Ugh… por que você fica com esse sorriso assustador no rosto
quando eu te elogio?!
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— Sim.
— Sim, é claro. Vou fazer isso assim que tivermos resolvido tudo.
— Terminei minha última preparação.
— Ah, obrigado.
— Sério?
Eu sabia.
— Onde? Fazia igual estou fazendo com você agora. — Ela tinha
me levantado segurando meus braços.
— E como parecia?
Então foi por isso que o cavaleiro do dia anterior foi capaz de
desviar o meu Canhão de Pedra. Ver um soldado sem qualquer
nome se defendendo de um de meus ataques foi um choque, mas
agora fazia sentido, já que sabia que era tudo graças aos
ensinamentos de Roxy.
— Ela nos disse que, desde tenra idade, você era um gênio que
podia lançar magia sem o uso de encantamentos.
—…
— Entendo.
Entramos no que parecia uma sala de guardas. Havia duas
grandes escrivaninhas com vários soldados sentados ao redor
delas, divertindo-se com o que parecia ser um jogo de cartas. No
segundo que viram Ginger, imediatamente deixaram seus lugares e
ficaram em posição de sentido.
— Por aqui. — Ginger nos conduziu cada vez mais para o fundo
do palácio. Seus passos ficaram cada vez mais cautelosos
enquanto ela avançava. A mulher não subiu nenhuma escada,
apenas me conduziu por um corredor e, no final, parou do lado de
fora de uma porta bem no centro do castelo.
— Mrgh?!
— Solte-o.
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— Hein…?
— E você é? — perguntei.
— Correto! Você vai ser a isca que a atrairá de volta para cá.
— Se quer dizer que ela irá me engolir, então saiba que este é o
sonho da minha vida — respondi espontaneamente, sem sequer
pensar. Roxy não estava neste país, mas essa pessoa queria
colocar as mãos nela. Por quê? Foi por causa dele que ela fugiu?
— Hmm… bem, mesmo se você não for seu amante, ela ainda
virá por seu pupilo.
— Ela vai. Lilia pode até não ter sido uma isca boa o suficiente,
mas por você, o pupilo que ela não cansava de elogiar,
definitivamente virá! Então, quando o fizer, será o seu fim como
mulher. Ela vai viver o resto de sua vida como minha escrava
sexual! Vou fazê-la dar à luz a cinco dos meus herdeiros!
Pax congelou.
Aham. Portanto, tudo bem, porque Roxy era capaz. Ela talvez
pudesse encontrar informações que eu não consegui, mas as
chances pareciam baixas.
— Mas você não acha que seria melhor divulgar essa informação
para o mundo? — Não que eu quisesse ver Roxy sendo estuprada,
mas se ele fizesse isso, a notícia poderia chegar aos ouvidos de
Paul.
Por que diabos ele não a deixava escrever pedindo ajuda, já que
a questão toda envolvia a Roxy?
— Há dois anos que procuro por ela, mas ainda não a encontrei!
Mesmo assim, um dia eu vou! Ela se destaca por qualquer lugar por
onde passa!
— Por favor, Sua Alteza. Eu não me importo com o que você faça
comigo, mas por favor poupe Lorde Rudeus!
— Cale a boca, não me importo com o que uma bruxa velha feito
você fala!
— Aah!
Isso não era bom. Eu não tinha escondido meu rosto, então tinha
certeza de que logo descobririam que eu era o responsável. E
também coloquei a localização da pousada na minha carta. Mas,
tudo bem, e daí se me descobrissem? Ruijerd e Eris estavam na
pousada. Enquanto o Superd estivesse lá, eu tinha certeza de que
ele cuidaria das coisas. E Eris também criou sua reputação com
suas próprias habilidades ofensivas.
Ei, espera aí! Com licença, Senhora Soldada! Por favor, relate os
fatos corretamente! Qual parte do meu corpo é forte e musculoso?
Espera, não – o relatório impreciso podia ser algum tipo de
gentileza. Talvez estivessem tentando ajudar Aisha a escapar.
Afinal, aquelas pessoas que vi não pareciam ser más. Certo, bom
trabalho, Senhora Soldada!
— De acordo com o ordenado, rasgamos a carta que ela
escreveu.
— Não, não, não! Procurem por ela! Você não se importa com o
que pode acontecer com a sua família?
— Sim senhor!
— Aah!
Baque! Ouvi outro som seco de tapa, seguido por algo sendo
arrastado pelo chão.
— Uff…
Então, novamente, talvez fosse porque tudo isso era produto dos
sentimentos de Pax por Roxy, por mais distorcidos que pudessem
ser. Eu poderia ter acabado da mesma forma caso tivesse sido
deixado de lado por ela.
Não, não era isso. Era porque ele se parecia comigo – o velho
eu, aquele anterior à minha reencarnação. Foi por isso que senti
confusão em vez de raiva.
— Pois bem…
Não… espera.
Não, isso era bom. Ainda estava tudo bem, né? Isso ainda estava
dentro das expectativas, certo?
Ele tinha dito que esta era uma barreira mágica de nível Rei,
certo? Isso era incrível.
Eu queria acreditar que ficaria tudo bem, mas não tinha seguido
o conselho do Deus Homem da mais perfeita das formas. Talvez já
estivesse em um caminho sem volta. Entretanto, era do Deus
Homem que estávamos falando. Ele talvez tivesse previsto isso.
Mas, de acordo com o que dissera, apenas Aisha e Lilia seriam
salvas. Aquele cara não mencionou nenhuma outra pessoa.
Não tinha nenhum relógio e eu não podia ver nem o sol, então só
tinha uma breve noção do tempo. Meu estômago também estava
vazio e já fazia algum tempo que tinha começado a roncar. Será que
o príncipe tinha esquecido até das minhas refeições? Não, esse
talvez fosse o ponto. Talvez quisesse diminuir meu consumo de
comida e me enfraquecer até que eu ficasse tão delicado e
quebradiço quanto um galho seco. Isso o deixaria ainda mais
excitado, mostrando para Roxy o que eu tinha me tornado. Só uma
refeição por dia, hein? Isso seria terrivelmente desagradável, visto
que meu corpo ainda estava em fase de crescimento.
E eu não poderia escapar usando só força bruta. Talvez
precisasse pensar um pouco mais nisso. Como que as pessoas do
meu outro mundo fugiam da prisão? Fingiam que estavam doentes
ou mortas, não é? Talvez desativassem a barreira para deixar que
um médico ou um curandeiro entrasse. Não – também era possível
que simplesmente me deixassem morrer. Afinal, já tinham outro
refém. Se eu fosse uma estrela de Hollywood, poderia simplesmente
atacar quando o guarda passasse pela minha cela, deixá-lo
inconsciente e roubar suas chaves. Mas, infelizmente isso não seria
possível.
Nah, esquece. Isso não seria possível, nem mesmo para mim.
Era Roxy. Eu poderia virar a cara até para a última gota do meu
próprio orgulho, mas a única coisa que não poderia fazer era dizer
algo ruim sobre ela.
Thump… Thump…
— Hm.
— Hm.
— Aha! Eu sabia que devia ser um demônio que fez isso! Certo,
e exatamente onde a comprou? Qual era a aparência da pessoa
que estava vendendo? Sabe quem fez isso?!
— Oho, oho! Sim, é isso! O que mais?! O que mais ele te disse?!
— Não, não, isso não! O que você está me dizendo é que quem
criou isso está profundamente envolvido com os Superds, não é?!
— Hmm, parece que é bem possível que isso tenha sido feito
pela mesma pessoa. — Zanoba estava resmungando, todo
pensativo, enquanto girava a estatueta em sua mão. E, finalmente, a
jogou no chão e enfiou a mão na bolsa. A única outra coisa que
deveria estar lá dentro seria uma muda de roupas para
emergências. — Então, me diga, você já viu isso?
O que ele tinha pego dessa vez era uma estatueta de Roxy.
Zanoba a colocou no chão e se sentou no piso para ficar olhando
para ela.
— Descobri esta estatueta de demônio no mercado há cinco
anos. — Ele colocou a mão no queixo e olhou afetuosamente para o
item.
— Foi meu irmão quem encontrou esta. Quando viu que parecia
com Roxy, nossa maga da corte naqueles tempos, comprou
diretamente do mercador.
— Hm? Sim. Parece que você não sabe, mas Roxy Migurdia já
deixou este país. Ela fugiu depois de ser incapaz de tolerar os
avanços sexuais indesejados do meu irmão.
Enfim, sério. Ele realmente achava que não teria problemas por
roubar a calcinha da Roxy e coisas do tipo? Não, isso era
inaceitável. Imperdoável. Não importava se fosse um príncipe –
ainda deveria saber diferenciar o certo do errado. Não era de se
admirar que ela tenha ido embora.
— Um pingente?
— Lilia disse que queria te enviar isso como presente pelo seu
décimo aniversário.
“Em seguida, vamos olhar para ela por trás. Normalmente, você
não pode ver o contorno do corpo em roupas largas. Mas, ao
colocar a perna na frente, a roupa fica esticada o suficiente para que
você possa ver um breve contorno por sua bunda. Uma bundinha.
Mas vendo isso na vida real provavelmente não pareceria nada
sexy. Mas o destaque deste robe largo é exatamente o que torna
isso tão sexy! É a forma como a bunda é revelada que faz qualquer
um querer mais. E, na verdade, você pode fazer exatamente isso.
Se soltar a parte que segura o robe bem aqui, poderá ver sua
inocente forma usando apenas roupas de baixo. Ah, e não para por
aí, essa garota não está usando nem sutiã. É uma boa decisão para
alguém como a Roxy, já que ela tem tão pouco peito.
“E isso ainda não é tudo. Agora, vamos olhar para ela de lado.
Quando está usando o robe, a linha de suas costas forma uma
curva e sua perna fica esticada para a frente. Mas quando tira a
roupa, por algum motivo, ela se curva para a frente, parece até que
está tentando esconder seu peito, seu corpo. Agora que você já viu
tudo isso, olhe para o rosto dela. Quando estava vestida, parecia
digna. Agora parece que está desesperada para esconder toda a
sua timidez, não é?
— V-você raspou?
O ignorei.
— Hm…?
E continuei:
— Então é por isso. Tudo bem, então o que você quer que eu
diga sobre a estatueta? — Não adiantava continuar escondendo. Se
ele estava tratando o objeto com tanto cuidado, então
provavelmente não iria me entregar aos Cavaleiros do Templo.
— Meu lorde, eu admiro sua criação todos os dias. Cada vez que
a vejo, descubro algo novo, e meu respeito por você só aumenta.
Por favor, permita-me chamá-lo de “mestre”! — Ele rastejou pelo
chão como se fosse um inseto falante, tentando beijar meus
sapatos, só para ser repelido, gritando, pela barreira. Parecia até
com um daqueles fãs obcecados que ficavam competindo pelo
último lançamento no terceiro dia do festival da Comiket.
— Sério, não tem? Mas até o Pax tinha sua própria guarda
imperial.
Então esse cara também era um idiota. Além disso, o que diabos
havia de errado com este país, já que permitia que trocassem os
guardas assim?
— O quêêêêê?!
Meu discípulozinho assustador seria excomungado em tempo
recorde… Não, na verdade não. Eu não pretendia perder um
ajudante que caiu do céu. Alterei minha declaração.
Zanoba falou:
— Ei, espera aí! Aonde você vai? Me escuta! O que você vai
fazer?!
Então, quem era o que tinha menos sob seu comando? Era
aquele que foi desprezado pelos soldados, o Sétimo Príncipe, Pax
Shirone? Era verdade que ele tinha poucos guardas sob seu
comando. No momento, tinha apenas três. A certa altura, esse
número havia diminuído para apenas um, mas Pax conseguiu um
contato na área sem lei onde o mercado de escravos era realizado e
aumentou esse número em um. Vou falar sobre o terceiro depois.
Pax não tinha muitos guardas, mas havia alguém que tinha ainda
menos do que ele. Esse era o Terceiro Príncipe, Zanoba Shirone.
Ele tinha exatamente zero pessoas sob seu comando. Ele não tinha
sequer um único guarda. Apenas alguns anos antes, tinha Ginger —
a décima segunda mais forte do reino – sob seu comando. Mas até
ela, a última de seus guardas, foi usada como moeda de troca, em
uma transação com Pax, envolvendo uma certa estatueta. Ginger
tentou apresentar sua renúncia, mas Pax tomou sua família como
refém, forçando-a a se tornar o terceiro membro de sua guarda.
✦✦✦✦✦✦✦
— Mestre, que tal isso? Agora você vai me tornar seu pupilo?
— Ai, ai, ai, ai!! Pare com isso! Por favor, irmão, pare!
A pessoa que ele estava arrastando era seu irmão, Pax Shirone.
Eu podia ver sangue escorrendo do lugar onde Zanoba agarrava
sua cabeça. Entretanto, não era o sangue de Pax. Era o corpo do
Terceiro Príncipe que estava totalmente pintado de vermelho.
— Isso é verdade?
— Oooow!
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Foi nessa época que Aisha fugiu e o príncipe deu ordens para
persegui-la. Relutantemente, os soldados obedeceram e
conseguiram localizá-la. Foi então que eu apareci e dei um show
magnífico levando-a comigo. Assim que os soldados viram como eu
estava tentando ajudar Aisha, além de como poderia lançar feitiços
não verbais, perceberam que eu era o pupilo de Roxy. Foi então que
começaram a traçar o seu plano.
Ela, pensando que aquela era uma boa oportunidade para agir,
passou minha estatueta de Ruijerd para Zanoba – o homem com a
força mais bruta deste país. A mulher calculou que ele poderia me
ver como uma fonte valiosa de informação e se aliar a mim, mas
também foi motivada pelo fato de que tinha jurado lealdade a
Zanoba. Por que alguém como Ginger permaneceria leal a alguém
que a trocou por uma estatueta? Devia haver alguma história por
trás disso.
Depois que tudo foi à tona, o rei deu suas ordens. Primeiro, Pax
deveria ser banido do país. Foi uma pena que isso significava a
perda de seus contatos no mercado de escravos, mas abriu um
precedente terrível: Ele não apenas tomou as famílias de seus
soldados cativas, como também a família de um de seus guardas
imperiais. Além disso, em vez de persuadir suavemente um mago
como eu a se juntar à família real, me prendeu e tentou me usar
como isca para atrair Roxy, tudo para que pudesse atacá-la e matá-
la.
Lilia foi libertada, embora alguns ainda afirmassem que ela era
uma espiã de outro país. Para ganhar o favor de Pax,
aparentemente estava coletando informações para ele nos
bastidores. Tudo isso só serviu para mostrar o quão incrível nossa
Lilia era, que poderia fazer algo assim mesmo em cativeiro.
Nesse momento, já tinha ouvido falarem que ele era uma Criança
Abençoada. Sabia que se tratava do príncipe que massacrou as
pessoas arrancando suas cabeças e fiquei nervoso, me
perguntando se ele de repente decidiria arrancar até a minha
cabeça. Não entenda mal, eu estava grato. Mas isso não mudou o
fato de que ele era assustador.
— Tudo bem, Mestre. Fique seguro! Não sei para onde serei
enviado, mas tenho a sensação de que acabarei encontrando você
de novo!
— Mas ela não é tão boa quanto você. Tentei ensiná-la tanto
quanto pude nos últimos anos, mas, mesmo agora, minha filha é
muito estúpida para entender como você é incrível, Lorde Rudeus.
Lilia pressionou:
— Ela é minha filha. Você acha que os peitos dela vão crescer
com o tempo?
— Ensinei tudo o que sei para ela. Aisha ainda é jovem, mas em
alguns anos terá um corpo que deixará qualquer garoto caindo de
amores.
— Uh, por favor, não ensine nada muito estranho para ela, certo?
Tipo… sobre eu ser um pervertido.
— Entendido.
— Entendido.
— O que houve?
— Hm?
Ela realmente não queria ficar perto de mim. Isso de certo era
porque eu ficava um pouco excitado com roupas íntimas. Foi mal,
me desculpei em meus pensamentos.
— Isso é sério…?
— Não posso fazer isso. — Isso não era brincadeira. Se nós dois
viajássemos juntos, ela eventualmente descobriria meu nome
verdadeiro. E quando descobrisse que eu menti… espera. Éramos
da mesma família, então Aisha eventualmente descobriria isso, de
qualquer forma que fosse, certo?
Isso não era algo para se “supor”. Eu era o irmão mais velho
dela, então sabia o que estava dizendo. Roxy foi a pessoa que me
ajudou a fazer algo que não fui capaz de fazer em quase vinte anos.
A razão pela qual eu estava vivendo minha vida assim era por causa
dela.
— Não há nada que eu possa dizer que vai mudar a sua mente?
Você me odeia tanto assim? — Seus olhos brilharam com lágrimas.
— Isso é sério?
E lá foram elas.
Eris estava com um olhar completamente desinteressado no
rosto quando disse:
— C-como…?
Então, por que ela fingiu não saber? Pense, pense, disse a mim
mesmo, e a resposta logo surgiu. Ela provavelmente estava
tentando determinar por si mesma se seu irmão era alguém em
quem se podia confiar. Se eu tivesse mantido a farsa de ser o
Mestre do Canil e tentado arrastá-la comigo, não tinha dúvidas de
que Aisha teria me dado as costas.
— Haha. — Assim que percebi isso, ri. Ela realmente era uma
menina brilhante e inteligente. Eu estava ansioso para vê-la quando
ficasse mais velha.
Capítulo 08:
Uma Adulta
Deixamos o Reino Shirone e viajamos muito, muito para o oeste.
Nosso destino era o Reino Asura. A estrada que levava a essa
região era cheia de planícies, e o tempo quente era o suficiente para
deixar todos sonolentos. Em ambos os lados da estrada havia
campos de grama até onde a vista alcançava, e diretamente à frente
estava o contorno tênue das Montanhas Wyrm Vermelho. Acima
delas, era possível ver sombras circulando lentamente. Estava
sendo bem tranquilo.
Certo, às vezes havia algum monstro idiota que era levado por
uma corrente de vento e acabava indo parar em alguma planície. O
rei supremo que cai dos céus perde seu poder… ou assim diziam,
mas esses caras não perdiam seu poder. Aqueles que iam parar
perto dos vilarejos humanos propagavam o caos e destruíam tudo o
que encontravam. Quando isso acontecia, os aldeões chamavam
soldados ou aventureiros para lidar com a perturbação. Mesmo se
os pedidos de extermínio fossem classificados como de rank S,
grupos com cerca de dez pessoas eram formados para atrair a
criatura para uma armadilha, tornando-os relativamente fáceis de
caçar. E, também, a carne e os ossos de dragão eram materiais de
alta qualidade, usados para fazer armaduras, e seu couro era
extremamente valorizado, assim como uma obra de arte. Claro, não
eram apenas essas partes que tinham valor. Todo o corpo de um
Wyrm poderia ser usado para uma ou outra coisa.
— Eh? Sozinha?
— Uh, bem, pelo que ela disse, estava com mais uns cinco
espadachins de nível Avançado.
✦✦✦✦✦✦✦
— Terminamos.
Eris estava meio trêmula quando jogou o pano de volta para mim.
Usei magia de água para enxaguá-lo, depois o torci com força e
balancei no ar para secar. Ela se sentou ao meu lado. Eu já tinha
visto essa expressão em seu rosto. Era a que fazia quando ficava
muito feliz, era quando um enorme sorriso ameaçava aparecer em
seu rosto, mas a garota tentava contê-lo, pensando que precisava
agir de forma reservada.
— Mas não fique cheia de si. Isso significa que não vou mais te
tratar como uma criança. Entendido? — Ruijerd parecia até um pai
educando a sua criança.
Certo, vamos pensar nisso... Eris era criança ou não? Ela era
vinte e dois anos mais nova do que eu quando morri na minha vida
anterior. E também fui seu tutor incrivelmente paciente desde que
ela era pequena, mesmo quando a garota me usou como seu saco
de pancadas pessoal. O que havia de errado em vê-la como uma
criança?
— Hmm…
Ruijerd fechou os olhos, em silêncio.
— Senhor Ruijerd.
— O quê?
✦✦✦✦✦✦✦
Havia algo mais que eu ainda não tinha percebido, e era o quão
duro este mundo realmente era. Quão facilmente as pessoas
morriam. Não importa quem fosse, a morte poderia chegar em um
instante. Não existiam exceções.
Havia outra razão pela qual essa garota chamou minha atenção.
Ela estava usando uma máscara de rosto inteiro. Era toda branca,
sem nenhum desenho, era uma máscara sem qualquer decoração.
Não havia nada de particularmente memorável nisso e, ainda assim,
se a visse uma vez, jamais esqueceria. Se fosse para compará-la
com qualquer coisa, seria com uma das máscaras faciais que vi no
mundo da minha outra vida. Já que se destacava tanto, duvido que
fosse algo da moda.
E como fui cativado pela aparência da garota – bem, não tão
cativado – não notei Ruijerd, sentado no banco do cocheiro, ficando
com o rosto pálido. Eris estava na mesma situação. A cada passo
que o homem dava, ficando mais perto, mais o rosto dela ficava
rígido e mais forte ficava o aperto de seu punho em sua espada,
deixando suas mãos até mesmo brancas.
Medo.
Foi uma conversa que não consegui entender, já que não tinha
nenhum contexto do que estavam falando. E assim que acabou…
Ele olhou para trás com surpresa evidente em seu rosto. Ruijerd
e Eris também olharam para mim com o choque claro em seus
rostos.
— Você não precisa saber. Agora, quem são seus pais? — Ele
friamente ignorou o que eu queria saber.
— Hm…? Paul não deveria ter um filho. Ele deveria ter apenas
duas filhas.
— Hm, então isso significa que você não sente nenhum medo?
— Ele franziu as sobrancelhas. — Hmm. Que estranho. Não tenho
memórias de ter te conhecido.
Nem eu. Este foi nosso primeiro encontro. Não conhecia o nome
Orsted, nem reconheci seu rosto.
— Rudeus!
— Rudeus! Corra!
Não havia nada que Ruijerd pudesse fazer quanto a isso. Não
havia mais nenhum método sobrando. Ele levou um soco no plexo
solar, e pouco depois um golpe passou roçando a ponta de seu
queixo. O terceiro, que tirou sua consciência, foi um soco que
acertou sua têmpora. Ruijerd rolou duas vezes pelo chão antes de
parar de se mover. Orsted provavelmente poderia ter matado o
Superd no terceiro soco se quisesse, mas não o fez. Mesmo com
alguém tão notável como Ruijerd sendo seu oponente, o homem
conseguiu se conter.
— E então.
— Hyaaaah!
Quem estava gritando não era eu. Era Eris. Ela saltou na minha
frente e brandiu sua lâmina em direção a Orsted, rápida como um
arco de luz.
Eris ficou fora de sua linha de visão. Assim que Ruijerd terminou,
ela lançou seu ataque de seu ponto cego. Foi uma ofensiva
incrivelmente hábil, pelo que eu poderia dizer – ela não perdeu
tempo pensando em se defender, só pulou para atacar com tudo
que tinha. Em troca, Orsted havia usado apenas uma técnica própria
para incapacitá-la.
— Aaah…!
Orsted vai olhar para trás e destruir meu Canhão de Pedra com o
punho.
Não foi bom o bastante. Não poderia o ferir com meu Canhão de
Pedra.
— Aagh…!
Ah, que merda. Eu não quero morrer. Ainda não cumpri a minha
promessa com Eris. Só mais dois anos, eu só queria aguentar mais
dois anos. Se pudesse fazer isso, poderia morrer sem
arrependimentos.
— S-sim…
Eris não pôde suportar, fosse pelo dano que sofreu, fosse pelo
medo. Ou talvez pelo choque. Tudo que ela podia fazer era gritar. A
garota não tinha mais uma espada, então usou sua voz.
— Éé.
O Deus Homem estava parado ali; não tinha o notado antes. Ele
revelava aquele sorriso irritante de sempre no rosto, mas, por algum
motivo, desta vez isso não me incomodou. Pensei no porquê. Talvez
fosse por causa do buraco em meu peito. Ou talvez fosse por eu ter
decidido que não seria mais tão hostil com ele.
Como você pode ver, estou com um buraco no peito. Ei, você se
importa se eu te perguntar uma coisa?
— O que é?
— Não, foi mal. A verdade é que não consigo ver nada que tenha
ligação com o Deus Dragão. Nem o futuro, nem o presente. E não
fazia ideia de que vocês dois se encontrariam.
— Ele tem uma maldição sobre ele que me torna incapaz de vê-
lo.
— Bem, você viu como Ruijerd e Eris sentiram medo dele, certo?
Essa é uma de suas maldições. Cada coisa viva neste mundo o
odeia ou o teme.
— Espera aí, você não precisa simpatizar com ele. Aquele cara
nasceu assim. Ele é um ser maligno que está tentando destruir o
mundo.
Vamos lá, não diga isso. Qualquer pessoa que é constantemente
cercada por gente que a odeia acabaria sentindo vontade de acabar
com o mundo. Eu pensava a mesma coisa na minha vida anterior.
Muitas vezes fiz algumas postagens sobre isso na internet, falando
que gostaria que todos simplesmente morressem.
Hm? Isso significa que você também foi afetado pela maldição?
O fato de você não conseguir vê-lo é por causa de uma das
maldições sobre ele? Então aquele cara tem uma maldição que o
faz ser odiado, uma que faz você não conseguir vê-lo… O que
mais?
Certo… Mas se ele é tão perigoso, então é mais uma razão para
eu desejar que você me dissesse que alguém assim existia.
Maldição? Ele passou isso…? Ei, como assim? Você sabia disso
desde o início? Sabia disso e foi por isso que me disse para ajudá-
lo? Você me fez gastar meu tempo e esforço à toa?
— Não poderiam.
— O que é?
Há apenas alguns segundos, você disse que não sabia sobre as
maldições dele, não é? Você disse que não sabia sobre elas, a não
ser sobre a de ser odiado e de você não conseguir o ver, então por
que sabe que ele não pode liberar seu verdadeiro poder por causa
de uma maldição?
— Uhh…
— Acabou?
Hm?
✦✦✦✦✦✦✦
— Garota?
— Então ele saiu de seu caminho para curar a pessoa que tinha
acabado de matar…?
— E quanto ao Ruijerd?
— Claro, vá em frente.
Era verdade que pensei que não queria morrer enquanto ele
desferia o golpe final. Qualquer um esperaria que eu estivesse
traumatizado e, ainda assim, quando abri os olhos, me senti
revigorado. Bem, isso talvez seja um pouco de exagero. Foi mais
como ah, foi só um sonho? Era a mesma sensação de quando
acordava de um pesadelo. Talvez porque eu tenha visto o Deus
Homem enquanto estava morrendo e a coisa toda pareceu bem
surreal.
Deixando isso de lado, desde que quase morri, Eris ficou bem
mais próxima de mim enquanto estávamos dentro da carruagem.
Antes, ela ficava parada na minha frente e dizia: “Estou fazendo um
treinamento de equilíbrio. Por que você não tenta?” Mas, depois,
começou a ficar sentada. Bem ao meu lado, para ser mais
específico. Próxima o suficiente para que nossas coxas se
tocassem. No dia anterior nossa pele estava até se tocando perto da
bainha de nossas calças. Tocar algo que está ao alcance é um
instinto humano, então estendi minha mão direita, só um pouquinho,
e a acariciei. Em troca, Eris só olhou para mim, com seu rosto
vermelho brilhante.
Era simples e não gastava muita mana, mas era uma técnica
incrível. Em retrospecto, esse método de anulação era semelhante à
barreira de nível Rei em que eu tinha ficado preso no Reino Shirone.
Isso era simples de se explicar, mas bem difícil de se fazer. Talvez
porque estava usando minha mão não dominante para conjurar, na
maioria das vezes a magia ainda tomava forma, embora fosse de
maneira imperfeita. Era extremamente difícil anulá-la
completamente, igual Orsted tinha feito. Mas isso ainda poderia ser
usado como uma restrição, mesmo sendo imperfeito. Ele realmente
me ensinou algo muito útil.
— Estou praticando.
Eris ficou quieta. Por um curto período de tempo, o único som por
perto foi o de Canhões de Pedra batendo no chão.
—…
—…
Isso não era culpa dela. De acordo com o Deus Homem, Orsted
era o Deus Dragão, o ser mais forte do mundo. Ele até mesmo
derrotou Ruijerd com facilidade. Não foi uma luta justa. Ele existia
em um plano que não poderia ser alcançado com puro esforço. Na
minha vida anterior, coloquei muito esforço em algumas áreas e
consegui chegar a algumas alturas, mas nunca me classifiquei entre
os melhores em nada. Mesmo nos jogos que me absorviam, onde
achava que não teria como perder, sempre apareciam pessoas
melhores do que eu.
— Mas…
— Acha mesmo…?
— Sim, até Ghislaine e Ruijerd disseram a mesma coisa, não foi?
Assim que a noite caiu e ela estava dormindo, falei com Ruijerd.
Tínhamos conversado ainda menos do que o normal desde aquele
incidente. O Superd nunca foi muito tagarela, mas desde então se
tornou taciturnamente quieto. Talvez se culpava pelo que aconteceu,
já que, apesar de sua promessa de nos levar para casa em
segurança, não foi capaz de nos proteger. Mas eu ao menos ainda
estava vivo, independentemente de quanta sorte tive para que isso
acontecesse.
— Então era isso que ele era. Não admira que fosse tão…
— Forte, né? Depois que você foi nocauteado, não havia nada
que eu pudesse fazer para me opor a ele.
— Foi a primeira vez, desde Laplace, que senti que não poderia
derrotar alguém após um único olhar.
— O quê…?
— O que é?
— O que?
— Sim. Ele disse que, agora, o que resta são apenas vestígios
da maldição e os preconceitos iniciais que ela criou. A reputação da
tribo Superd pode se recuperar lenta, mas seguramente,
dependendo de quão duro você trabalhar de agora em diante.
— Sim.
Fingi não ter visto suas lágrimas. Nosso Ruijerd era um guerreiro
confiável e um homem forte que não chorava.
✦✦✦✦✦✦✦
Quando ele disse isso, Eris ficou quieta. Para ser honesto, eu
realmente tinha esquecido que a única razão pela qual Ruijerd tinha
ficado conosco por tanto tempo era para nos ver de volta à nossa
casa, e que uma vez que chegássemos lá, acabaríamos nos
despedindo. Achei que ficaríamos sempre juntos.
Era verdade que ele tinha seus próprios problemas, mas eu dei
muito mais trabalho e mostrei minhas fraquezas patéticas. Apesar
disso, ali estava ele me reconhecendo como um guerreiro. Eu não
poderia pedir nada além disso.
— Você pode pensar que fiz muito por você, mas acho que você
fez muito mais por mim. Graças a você, vejo a esperança de que
minha tribo possa reconquistar sua honra.
— Vou dizer de novo. Obrigado, Rudeus, por tudo que você fez
por mim.
— Eu digo o mesmo. Obrigado por tudo que você fez por nós.
Quando apertei sua mão, senti a força vindo dele. Os cantos dos
meus olhos começaram a arder. Ruijerd aceitou alguém como eu –
alguém patético, que falhou em todo o caminho.
— Eris — disse.
— O que…?
Ela olhou para ele severamente. Então, por fim, seus olhos se
arregalaram com a realização.
— Entendo…
— Boa garota. — Ruijerd afagou a cabeça dela antes de afastar
a mão.
— É exatamente por isso que eu quero que você fique com ele.
Quando falei isso, Ruijerd balançou a cabeça. Parecia que
estava disposto a aceitar.
— Sim.
— Eris, não, Lady Eris, estou feliz que você tenha retornado em
segurança…
Alphonse assentiu.
— Rudeus, sente-se.
—…
— Se for necessário.
— Chega!
— Eris… um…
✦✦✦✦✦✦✦
— Um, isso, há uma linha traçada sobre este nome, mas não
está na lista dos mortos…? — perguntei a um dos funcionários,
expressando minha dúvida.
— Ah, certo…
Não. Paul disse que Sylphie poderia usar magia de cura sem a
necessidade de encantamentos. Isso significava que tinha força
suficiente para sobreviver por conta própria. Talvez estivesse igual
eu, trabalhando como aventureira. Talvez estivesse procurando por
sua família, sem saber que haviam falecido. Na verdade, se ela
tivesse sobrevivido ao incidente, essa era a possibilidade mais
provável. Só rezei para que não tivesse se tornado uma escrava ou
algo do tipo.
✦✦✦✦✦✦✦
— Um relatório?
— Sim, quanto ao que você tem feito nos últimos três anos.
Eris havia retornado à sua terra natal, mas não havia nada no
lugar. Ela não tinha família nem casa. Não poderia retornar à vida
que tinha antes.
Pilemon – meu tio e irmão mais novo de Paul. Era o atual chefe
da família Notos. Eu tive a sensação de que o velho Sauros não
gostava nada dele.
Por que isso seria preocupante? Não era normal que pessoas
poderosas ganhassem favores daqueles que possuíam mais
influência?
— Exatamente.
— Incidente de sequestro?
— Hm…
— Claro.
— Ainda assim…
Valor, hein? Talvez fosse assim que me viam. Aos meus olhos,
Eris, por si só, já tinha muito valor.
— Comigo?
— Isso não está fora de questão. Lorde Paul fez muita coisa
após este incidente. Se você usar isso a seu favor, deverá ser capaz
de consolidar algum poder e influência. No entanto, fazer com que o
Lorde Suserano deixe você supervisionar a Região de Fittoa seria
muito mais difícil. Não posso imaginar que Pilemon permitiria que
um filho de Lorde Paul tivesse qualquer poder. Também não consigo
imaginar que Lorde James e Lorde Darius veriam com bons olhos o
casamento de Eris com um membro da família de outra pessoa
influente.
Não, acho que não. Ainda assim, eu meio que entendi aonde
Alphonse queria chegar. Ele estava pensando em como finalmente
garantir o renascimento da região.
— E você acha que ela ficará feliz se fugir com Lorde Rudeus?
Entendi o que Alphonse estava dizendo e por que ele achava que
isso era importante. Mas simplesmente não concordava.
— Seja lá o que for, quem deve decidir isso é Eris. Não adianta
sequer discutirmos essas coisas. Então, vamos tentar encontrar um
tópico de conversa mais construtivo. Algo mais?
— Uff…
Mas todos se foram. Nem mesmo sua casa ficou para trás.
Aquela vasta mansão, através da qual vozes estrondosas sempre
ecoavam, havia sumido. O salão de recepção onde Eris e eu
dançamos, a torre onde o velho tinhas seus encontros amorosos, a
biblioteca repleta de documentação relacionada à região… tudo
tinha sumido.
— Uff…
Assim que deixei escapar outro suspiro, uma batida forte foi à
minha porta.
Era Eris.
— Ah, sério…?
— Como assim?
Sozinha – isso era verdade. Ela não tinha família. Tinha irmãos
de sangue, mas eles não eram sua família.
— Você pode não ter percebido, mas foi no dia em que Ruijerd
me disse que eu era uma adulta.
— O que seria?
— Uma família.
Fiquei sem palavras quando Eris disse isso. Era uma coisa que
eu não poderia dar para ela. Não poderia trazer as pessoas de volta
à vida.
Mas…
— Estou me sentindo um pouco solitário hoje, então posso
acabar fazendo algo pervertido com você.
— Eu me importo.
Isso era estranho. Algo estava estranho. Vamos, pense, o que
era que estava estranho? Ah, já sei! Em outras palavras, Eris estava
se sentindo desolada. Então, talvez estivesse sendo um pouco
autodestrutiva. Eu tinha visto inúmeras cenas como essa em jogos
eróticos. As pessoas buscavam consolo para enfrentar a perda de
alguém. E, por conforto, quero dizer colocar dois corpos fisicamente
juntos. Certo, tá, saquei.
Mas isso não era algo que deveria fazer em circunstâncias mais
normais? Nós dois estávamos sentindo dor e, se nos deixássemos
levar pelo momento, nos arrependeríamos mais tarde, eu tinha
certeza.
Ahh, mas poderia não ter outra chance com uma permissão tão
clara assim. Se ela repentinamente decidisse partir e ficar com
Pilemon, nossa promessa iria por água abaixo.
— Nossa!
Eris deve ter ficado frustrada com minha indecisão. Ela limpou a
garganta e se sentou suavemente no meu colo. Se posicionou de
lado para que pudesse envolver meu pescoço com seus braços,
apresentando-me a vista de seus seios bronzeados e seu belo
rosto. Ela abriu a boca como se fosse falar, então de repente
percebeu que algo estava pressionando contra sua coxa. Seu rosto
ficou ainda mais vermelho.
— Sim.
— Não.
— Sim.
— Sim.
✦✦✦✦✦✦✦
Eu não tinha nada contra fazer sexo, mas fiquei confusa. Minha
mãe e Edna me explicaram e fizeram com que entendesse que isso
algum dia aconteceria. Ainda assim, não estava preparada. Pensei
que isso seria algo mais para o futuro.
Depois daquilo, mesmo com o rosto pálido, ele lidou com o povo
demônio. Rudeus não comia muito. E escondeu o fato de que não
estava se sentindo bem fisicamente. Eu tinha certeza de que ele
estava guardando seu sofrimento para si mesmo porque não queria
me preocupar, então decidi também me conter. Reprimi a vontade
de gritar e socar as pessoas, e no lugar disso deixei que Rudeus
cuidasse de tudo. Tentei agir da mesma forma que sempre fiz, mas
houve momentos em que simplesmente não conseguia me conter –
quando a ansiedade fervia dentro de mim e se recusava a se
acalmar.
Eu queria ficar mais forte. Pelo menos forte o suficiente para não
ser um fardo para ele. A única coisa que poderia fazer melhor do
que Rudeus era empunhar minha espada, e mesmo nesse aspecto,
não poderia me comparar ao nosso companheiro, Ruijerd. E embora
eu pudesse ter uma chance em uma luta de espadas, não
conseguia derrotar Rudeus quando ele usava magia.
Quanto a mim, a única coisa que pude fazer foi entrar em uma
confusão com Ruijerd. Como resultado, ajudamos a salvar Rudeus,
mas o fizemos sem qualquer planejamento. Depois, Rudeus disse
coisas como “Eu não fiz nada” e “Vocês realmente me ajudaram”,
mas a julgar pelo que aconteceu, ele poderia ter lidado com tudo
sozinho.
Rudeus era tão incrível. Tão grandioso. E naquele dia que nos
encontramos com o Deus Dragão, tornou-se alguém ainda maior.
Durante o confronto com Orsted, Ruijerd e eu ficamos apavorados
com o que vimos como a personificação do medo diante de nós. Só
Rudeus continuou agindo normalmente.
Estava errada.
Usei meu corpo para mantê-lo por perto. No início ele hesitou,
então fiquei preocupada com a possibilidade de não ser aceita.
Rudeus nunca tinha me espiado enquanto eu estava tomando
banho. Mesmo no navio viajando para o Continente Millis, quando
teve inúmeras oportunidades para me tocar, não fez isso. Fiquei
preocupada com a possibilidade de ele não estar interessado no
meu corpo. Passei todo o meu tempo treinando e perdi a
feminilidade que as outras garotas tinham.
Mas esse não era o caso. Rudeus ficou excitado ao me ver, e vê-
lo assim também me excitou.
Então, como deveria dar meu adeus? Rudeus era uma pessoa
eloquente. Não importa o que eu tentasse dizer, ele poderia me
impedir. Poderia tentar partir comigo por ficar preocupado comigo
saindo sozinha por aí.
✦✦✦✦✦✦✦
Mas ela não estava lá. O espaço na cama estava vazio. Bem, ela
tendia a acordar cedo. Que pena. Tanto para a tradicional conversa
de travesseiro matinal quanto para o subsequente intervalo para o
café.
— Ai!
Encontrei minha calça, mas minha cueca tinha sumido. Ah, bem.
Resolvi colocar minhas calças sem elas e, como a calcinha de Eris
estava ao lado da cama, a guardei no bolso. Então vesti uma
jaqueta e soltei um grande bocejo.
— Hmm, isso é bom. — Nunca antes tinha visto uma manhã tão
linda.
— Hã…?
— P-para onde?!
Hã?
Por quê?
Eu não entendi.
Hã??
Hã?
Família…?
O que??
✦✦✦✦✦✦✦
Não, não era isso. Seu carinho por mim tinha acabado. Ao
recordar os últimos três anos, percebi que nossa viagem estava
repleta de fracassos. No final chegamos ao nosso destino, mas isso
foi em maior parte graças a Ruijerd. Eris devia ter odiado a ideia de
ser seguida pelo responsável por todas aquelas falhas durante mais
dois anos. Foi por isso que cumpriu sua promessa antes da hora e
disse adeus.
Foi então que de repente me lembrei que ainda tinha uma outra
missão.
— Mas que visão mais rara! Então você também está bebendo,
hein, Roxy?!
— Sim, estou.
— Gulp, gulp!
O homem que segurava a bolsa poderia ter latido para ela por ter
doado apenas uma ninharia, mas ele também estava bêbado.
— Heh heh! Valeu, princesa! Vô usar isso pra ter certeza de que
cês bebam até caí!
Roxy não fazia ideia de quando foi que a garota sentou-se ao seu
lado. Quando percebeu, ela já estava lá, mastigando a comida que
Elinalise havia deixado para trás. Mas não se importou. Estava
bêbada.
— Aah, obrigado. Fico feliz por ver esta atmosfera tão boa, me
deixa feliz por ter vindo. Aqui, você, beba um pouco! — disse a
garota.
— Ah, obrigada.
— Alguém? Ninguém?
— Ah, sério? Então foi mal. Siga em frente e venha até mim!
— Então tudo bem! Quem vai derrotar você serei eu, o Imperador
Demônio dos Olhos Demoníacos, Kishirika Kishirisu!
— Eu ganhei!
— Ahahahahaha! Hahahaha!
— É isso, é isso!
— Tira! Tira!
— Urgh…
Roxy mais uma vez varreu o local com o olhar. Havia montes de
corpos por toda parte, todos espalhados e gemendo. Entre eles
estava o homem que havia solicitado dinheiro para mais bebidas.
Todos tinham claramente se embriagado até esquecer de tudo, e
agora estavam sofrendo com a ressaca.
É isso que vocês ganham por beber tanto, sendo que não
conseguem nem usar magia de cura, pensou Roxy.
— O quê, você não pode pagar? Não foi você quem disse que
cuidaria de todo mundo?
Não, quem realmente bebeu tudo isso foi Talhand, pensou ela.
Roxy voltou-se para o anão inconsciente e pegou sua bolsa de
moedas. Ela olhou para dentro, encontrou uma quantidade decente
lá e colocou-se de pé. Havia um cheiro azedo vindo de seu ombro,
fazendo que ela franzisse o rosto enquanto se aproximava do
taberneiro.
— Hm?
— Ah… bem, acho que sim — disse ele enquanto girava nos
calcanhares e voltava para a área da cozinha.
— Oho, que admirável de sua parte, usar o seu único desejo pelo
bem de outro! Se eu estivesse na minha posição de costume,
poderia te conceder a posição de Rei Demônio!
✦✦✦✦✦✦✦
— E eu! Dun-du-dun!
De repente, dois intrusos apareceram do nada.
— Pura espionagem!
— Um, acho que nos vimos pela última vez nesta manhã, senhor.
Pelo visto, Elinalise havia saído do bar em que Roxy estava e ido
com um homem para outro durante a noite anterior. Lá, o homem
tinha deixado Elinalise bêbada, e ela toda feliz retribuiu o favor. A
próxima coisa que soube foi que ela estava acordando nos braços
negros do homem diante deles. Depois disso, os dois fizeram de
novo e de novo durante a noite toda.
— Hahaha.
✦✦✦✦✦✦✦
— Acho que serei eu. Para falar a verdade, não estou ansioso
para voltar a andar em um desses navios.
— É claro, é claro.
Vendo sua filha desse jeito, Lilia hesitou. Ela deveria dizer que o
Mestre do Canil na verdade era Rudeus? Apenas há alguns dias,
Aisha havia dito que o odiava. Era necessário admitir, a abordagem
de Lilia não era a melhor. Ela sempre dizia o quão incrível e
maravilhoso Rudeus era, querendo que sua filha algum dia o
servisse, mas Aisha era excepcionalmente inteligente, e, através
das afirmações exageradas de sua mãe, viu que seu irmão era
perfeito além da compreensão. A garota caçou as falhas que Lilia
tentava encobrir, e então voltou sua atenção para elas.
Lilia reconheceu que isso era parcialmente sua culpa. Ela poderia
ter encontrado jeitos melhores de falar sobre Rudeus para Aisha,
por exemplo, não falando continuamente sobre ele como um objeto
de veneração. Mas admitir seus erros a esta altura não mudaria
nada, a garota já tinha sua opinião sobre Rudeus formada. Em
algum ponto em sua estadia no Reino Shirone, Lilia desistiu de
mudar sua mente. Contudo, por alguma ironia do destino, Aisha
agora se derretia em elogios ao seu irmão, o Mestre do Canil.
Lilia parou para pensar. Se ela revelasse para sua filha que seu
amado Mestre do Canil era na verdade Rudeus, o ódio por seu
irmão não desapareceria? Não iria obedientemente servi-lo, assim
como Lilia desejava?
Ela deveria dizer para Aisha que o Mestre do Canil era Rudeus
ou não? Se jogasse as cartas certas, Aisha começaria a amar seu
irmão. Mas se ela falhasse, a garotinha iria odiá-lo ainda mais. A
última opção era inaceitável, mas Lilia não tinha confiança de que
poderia persuadir sua filha brilhante. O que deveria fazer?
—…
— Claro, sei disso. — Foi a primeira vez que Aisha viu sua mãe
tão agitada. — Mas só por um ano, tá bom? Depois disso quero
gastar o resto do meu tempo com o Mestre do Canil!
— Não, isso é inaceitá… hmm…
✦✦✦✦✦✦✦
Ela era uma garota muito realista. Não tinha irmãos, e a condição
física de sua mãe piorou após dar à luz. Com nenhum filho para
herdar o salão de treinamento, sua mãe ficava se culpando
enquanto seu pai quebrava a cabeça pensando no que fazer. Por
isso Lilia presumiu que acabaria casando com um dos estudantes
para herdar o salão em seu lugar. A garota via todos os estudantes
como irmãos, por isso nenhum deles se destacava como candidato
a marido, mas sabia que eles se controlavam quando ela estava por
perto.
✦✦✦✦✦✦✦
Mas dessa vez não sabia por que sua mãe estava furiosa. Ela
estava elogiando Rudeus, elogiando o irmão mais velho que sua
mãe lhe disse para servir. Será que tinha deixado algo passar? Ou o
Mestre do Canil não era seu irmão? Essas preocupações passaram
pela sua cabeça quando a mão de Lilia se aproximou dela.
— Hã…?
Aisha congelou ao sentir algo macio passar por sua cabeça. Lilia
estava a afagando. Momentos como esse, em que sua mãe
acariciava seu cabelo, eram raros.
— Mãe?
Por algum motivo Lilia ficou sem graça quando sua filha a
chamou. Sua mão, que estava acariciando a cabeça de Aisha, se
dirigiu às costas da garota, agarrando seu corpinho.
Rudeus se recusou a levar Aisha com ele, mas ela tinha certeza
de que, dentro de alguns anos, eles se reencontrariam.
[←1]
Meus agradecimentos ao grupo Tsundoku Traduções.
[←2]
Gourmand é aquele que gosta de comer muito e comer bem, basicamente um
glutão.