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História João e o Pé de Feijão

Era uma vez uma viúva e seu único filho, João. Viviam na roça, numa casinha bem
simples.
Enfrentavam tempos difíceis, já que os dois não tinham dinheiro para comprar comida.
— Querido, acabou o arroz, o feijão e todos os mantimentos. Pegue a nossa vaquinha, vá até
a cidade e venda o único bem que ainda temos.

João ficou bem triste, mas não havia outro jeito de se alimentarem. No caminho, ele
conheceu um homem que lhe fez a seguinte proposta:
— Criança, dê-me a sua vaquinha, que lhe dou estes sete grãos de feijão. É uma boa troca,
porque são mágicos.
O menino acreditou, fez a troca e voltou para casa com as sementes.
Quando a mãe descobriu o que havia acontecido, ficou furiosa e jogou os feijões pela janela.
Naquele mesmo dia, os dois foram dormir com fome, pois já não tinham nada para comer.

Pela manhã, após o galo cantar, João se levantou, olhou pela janela do quarto e viu
uma enorme árvore, que antes não existia no quintal.
O menino correu até lá. Os grãos germinaram, e ali nascera um enorme pé de feijão.
O tronco era espesso; as raízes eram grossas; e os galhos se entrelaçavam.
Olhou para cima e avistou que a planta ia até o céu. Ele não podia acreditar... Criou
coragem e decidiu subir. Foi escalando, escalando, até as nuvens, onde encontrou um bonito
castelo. Nele, morava uma gigante, que, ao ver João, pegou-o com suas mãos enormes.
— O que faz aqui, criança pequenina? 

Sem esperar a resposta, a mulherona resolveu escondê-lo dentro do açucareiro.


Tum, tum, tum... Eram os passos do gigante malvado, que foi logo perguntando:
— Que cheiro é esse? Estou com fome, muita fome!
O gigante farejou por todos os cantos da cozinha, mas não achou o menino.
— Meu senhor, sente-se à mesa, pois preparei maçãs e carne assada com batatas, o seu
prato favorito.
Enquanto comia, o guloso ordenava:
— Galinha, bote os ovos de ouro! Harpa encantada, toque uma suave melodia!

Depois da refeição, ele caiu em um sono profundo.


Após ouvir tudo de dentro do recipiente,
João resolveu escapulir e salvar as prisioneiras.
No entanto, assustadas, a galinha cacarejou bem alto, e a harpa tocou um som
estridente. Com isso, o grandalhão acordou. Nessa hora, João, que era muito esperto, fugiu,
levando-as debaixo dos braços. O gigante foi atrás, mas não conseguiu alcançá-lo.

João chegou ao pé de feijão e desceu rapidamente, deslizando e gritando por socorro.


A mãe, muito preocupada, já o esperava e, assim que se encontrou com o filho, cortou a
árvore. Então o menino contou toda a história.

Daquele dia em diante, a família passou a cuidar dos novos amigos. E, toda manhã,
como forma de gratidão, a harpa tocava uma bela melodia, e a galinha presenteava o lar com
ovos de ouro.

Autoria: Marismar Borém


Ilustrações: Vanessa Alexandre
Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez uma doce menininha. Todos a chamavam de Chapeuzinho Vermelho, porque
ela sempre usava uma capa vermelha que a sua avó havia lhe dado de presente.
Um dia, a mãe de Chapeuzinho Vermelho disse:
– Aqui, filha, pegue esta cesta e leve para sua vovó. Aí dentro tem pão, manteiga, bolo e
frutas. Ela está se sentindo doente e espero que isso faça com que ela fique melhor. Não
converse com estranhos, não saia do caminho e vá direto para a casa de sua avó.
A avó de Chapeuzinho Vermelho morava há meia hora de distância por dentro da floresta,
do lado de fora da aldeia. Então Chapeuzinho Vermelho saiu logo de casa. Assim que ela entrou
na floresta, apareceu um lobo por detrás de uma árvore. Ela não se assustou, porque ela não
sabia que lobos são perigosos.
– Bom dia, Chapeuzinho Vermelho! – o lobo cumprimentou.
– Bom dia, Senhor Lobo – ela respondeu.
– Para onde você vai?
– Estou indo visitar minha vovó, porque ela não está se sentindo bem.
– O que você tem aí dentro da cesta? – perguntou o lobo.
– Eu tenho pães, manteiga, bolo e frutas para levar para minha vó!
– Excelente! E onde sua vovozinha mora?- perguntou o lobo, e Chapeuzinho Vermelho explicou
exatamente o local da casa da sua avó.
Eles andaram juntos por um tempo. Aí, o lobo falou:
– Olha que lindas flores que temos aqui! Por que você não pega algumas delas para sua vovó?
Ela olhou em volta e viu todas aquelas flores lindas. Chapeuzinho Vermelho achou que sua
vovó ficaria muito feliz em ganhar flores e, mesmo depois do conselho de sua mãe, saiu do
caminho para colhê-las.
Chapeuzinho Vermelho foi para dentro da floresta densa para colher as flores, e o lobo foi
direto para a casa da vovó. Ele bateu na porta e escutou uma voz lá de dentro da casa:
– Quem é?
– Sou eu, Chapeuzinho Vermelho. Eu trouxe pão, manteiga, bolo e frutas! – disse o lobo,
disfarçando a voz.
– Ah, que gentileza! Empurre bem a porta para entrar. Eu não tenho forças para ir aí abrir.
O lobo entrou na casa, foi até a cama da velhinha e a prendeu no armário para comer mais
tarde! Aí, ele vestiu as roupas dela e deitou na cama.
Quando Chapeuzinho Vermelho chegou na casa de sua avó, ela percebeu que a porta
estava aberta. Ela entrou e foi até o quarto.
Normalmente ela sentia-se muito feliz na casa de sua vovó, mas naquele dia havia algo de
estranho.
– Bom dia! – disse Chapeuzinho Vermelho, mas ninguém respondeu.
A vovó estava com uma aparência estranha.
– Nossa, Vó, que orelhas grandes você tem! – exclamou Chapeuzinho Vermelho.
– É para te escutar melhor! – o lobo respondeu, disfarçando a voz.
– Puxa, Vovó, que olhos grandes você tem!
– É para te ver melhor!
– Vovó, que mãos enormes você tem!
– É para te tocar melhor! – o lobo disse.
– Uau, Vovó, que boca enorme você tem! – exclamou Chapeuzinho Vermelho.
– É para te comer melhor!!!
O lobo gritou, pulou fora da cama e começou a perseguir a Chapeuzinho Vermelho pela
floresta!
Um caçador que estava passando por perto, escutou a gritaria e correu para ajudar. Assim que
viu que era o lobo ele pensou:
– Finalmente encontrei!
O caçador estava atrás desse lobo há muito tempo!
Ele conseguiu alcançar o lobo e o capturou salvando a Chapeuzinho que disse:
– Obrigada! Precisamos agora descobrir onde está minha avozinha!
Ele então obrigou o lobo a contar onde tinha escondido e foram salvar a pobre velhinha.
Depois disso mandou o lobo para um lugar onde nunca mais pudesse perseguir nem comer
ninguém.
Os três então foram comer o bolo e frutas que a Chapeuzinho tinha levado para a vovó,
felizes em saber que o lobo não seria mais um perigo para eles. Depois desse dia ela decidiu
nunca mais sair do caminho e escutar com mais atenção o que a sua mãe tem a dizer!

Autor: Ciranda Cultural
Ilustrador: Elisa Paganelli
Branca de neve

Há muito tempo, num reino distante, viviam um rei, uma rainha e sua filhinha, a princesa
Branca de Neve. Sua pele era branca como a neve, os lábios vermelhos como o sangue e os
cabelos pretos como o ébano.
Um dia, a rainha ficou muito doente e morreu. O rei, sentindo-se muito sozinho, casou-se
novamente. O que ninguém sabia é que a nova rainha era uma feiticeira cruel, invejosa e muito
vaidosa. Ela possuía um espelho mágico, para o qual perguntava todos os dias:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— És a mais bela de todas as mulheres, minha rainha! – respondia ele.
Branca de Neve crescia e ficava cada vez mais bonita, encantadora e meiga. Todos
gostavam muito dela, exceto a rainha, pois tinha medo que Branca de Neve se tornasse mais
bonita que ela.
Depois que o rei morreu, a rainha obrigava a princesa a vestir-se com trapos e a trabalhar
na limpeza e na arrumação de todo o castelo. Branca de Neve passava os dias lavando,
passando e esfregando, mas não reclamava. Era meiga, educada e amada por todos.
Um dia, como de costume, a rainha perguntou ao espelho:
— Espelho, espelho meu! Há no mundo alguém mais bela do que eu?
— Sim, minha rainha! Branca de Neve é agora a mais bela!
A rainha ficou furiosa, pois queria ser a mais bela para sempre. Imediatamente mandou
chamar seu melhor caçador e ordenou que ele matasse a princesa e trouxesse seu coração numa
caixa. No dia seguinte, ele convidou a menina para um passeio na floresta, mas não a matou.
— Princesa, – disse ele – a rainha ordenou que eu a mate, mas não posso fazer isso. Eu a vi
crescer e sempre fui leal a seu pai.
— A rainha?! Mas, por quê? — perguntou a princesa.
— Infelizmente não sei, mas não vou obedecer a rainha dessa vez. Fuja, princesa, e por favor
não volte ao castelo, porque ela é capaz de matá-la!
Branca de Neve correu pela floresta muito assustada, chorando, sem ter para onde ir. O
caçador matou uma gazela, colocou seu coração numa caixa e levou para a rainha, que ficou
bastante satisfeita, pensando que a enteada estava morta.
Anoiteceu. Branca de Neve vagou pela floresta até encontrar uma cabana. Era pequena e
muito graciosa. Parecia habitada por crianças, pois tudo ali era pequeno. A casa estava muito
desarrumada e suja, mas Branca de Neve
lavou a louça, as roupas e varreu a casa. No andar de cima da casinha encontrou sete caminhas,
uma ao lado da outra. A moça estava tão cansada que juntou as caminhas, deitou-se e dormiu.
Os donos da cabana eram sete anõezinhos que, ao voltarem para casa, se assustaram ao
ver tudo arrumado e limpo. Os sete homenzinhos subiram a escada e ficaram muito espantados
ao encontrar uma linda jovem dormindo em suas camas.
Branca de Neve acordou e contou sua história para os anões, que logo se afeiçoaram a ela
e a convidaram para morar com eles. O tempo passou…
Um dia, a rainha resolveu consultar novamente seu espelho e descobriu que a princesa
continuava viva. Ficou furiosa. Fez uma poção venenosa, que colocou dentro de uma maçã, e
transformou-se numa velhinha maltrapilha.
— Uma mordida nesta maçã fará Branca de Neve dormir para sempre — disse a bruxa.
No dia seguinte, os anões saíram para trabalhar e Branca de Neve ficou sozinha. Pouco
depois, a velha maltrapilha chegou perto da janela da
cozinha. A princesa ofereceu-lhe um copo d’água e conversou com ela.
— Muito obrigada! — falou a velhinha — coma uma maçã… eu faço questão!
No mesmo instante em que mordeu a maçã, a princesa caiu desmaiada no chão. Os
anões, alertados pelos animais da floresta, chegaram na cabana enquanto a rainha fugia. Na
fuga, ela acabou caindo num abismo e morreu.
Os anõezinhos encontraram Branca de Neve caída, como se estivesse dormindo. Então
colocaram-na num lindo caixão de cristal, em uma clareira e ficaram vigiando noite e
dia, esperando que um dia ela acordasse.
Um certo dia, chegou até a clareira um príncipe do reino vizinho e logo que viu Branca de
Neve se apaixonou por ela. Ele pediu aos anões que o deixassem levar o corpo da princesa para
seu castelo, e prometeu que velaria por ela.
Os anões concordaram e, quando foram erguer o caixão, este caiu, fazendo com que o
pedaço de maçã que estava alojado na garganta de Branca de Neve saísse por sua boca,
desfazendo o feitiço e acordando a princesa.
Quando a moça viu o príncipe, se apaixonou por ele. Branca de Neve despediu-se dos sete
anões e partiu junto com o príncipe para um castelo distante onde se casaram e foram felizes
para sempre.

Edição Português 
Autor Jefferson Ferreira 
Rapunzel
Era uma vez uma mulher grávida que externou a seu marido o desejo de comer beterrabas. O
casal morava próximo ao sítio de uma bruxa.
Não resistindo à aflição de sua esposa, o marido passou a colher, durante a noite, algumas
beterrabas na horta da vizinha. Certa vez, foi surpreendido, e a bruxa lançou, com a voz rouca, a
seguinte maldição:
— Não se preocupe, meu senhor. Sirva-se à vontade! Só não se esqueça de uma coisa: quando seu
bebê nascer, o senhor o entregará para mim! Meses depois, o homem foi obrigado a atender à
ameaça. A bruxa levou consigo a criança, a quem deu o nome de Rapunzel.
Ao completar doze anos, Rapunzel foi trancada pela bruxa no alto de uma torre sem portas e
com uma pequena janela.
A prisioneira aprendeu a cantar com os pássaros da floresta, que eram seus únicos amigos.
Sempre que a bruxa desejava subir na torre, gritava: — Rapunzel, jogue suas tranças! E a bela moça
desenrolava seus negros cabelos, que, de tão longos, tocavam a fina relva.
Um belo dia, um príncipe escutou o canto de Rapunzel e ficou admirado com a graciosidade de
sua voz. Encantado, aproximou-se e observou o que a bruxa fazia para subir naquela torre. Depois de
algumas horas, aproveitou que a jovem estava sozinha e gritou:
— Rapunzel, jogue suas tranças! A jovem as desenrolou, e os cabelos tocaram os pés do príncipe.
Ao se encontrarem, Rapunzel e o príncipe se apaixonaram.
Para que Rapunzel fugisse daquela clausura, o príncipe entregou a ela uma corda.
Desconfiada, a bruxa pegou uma tesoura e cortou os cabelos da jovem. Logo em seguida, levou-a
embora dali, abandonando-a na floresta.
Voltando à torre, a bruxa amarrou as tranças em um gancho para enganar o príncipe. Quando
ele se sustentou na janela, a feiticeira lhe disse: — Veio encontrar Rapunzel? Eu a levei para muito
longe. Você nunca mais a encontrará! Nunca mais! Ah! Ah! Ah!
Neste momento, a bruxa derrubou o príncipe, que caiu sobre uma moita de espinhos. A queda
foi tão violenta que o deixou cego. O jovem se levantou e começou a andar com dificuldade pela
floresta, pensando em sua amada.
De repente, escutou uma voz familiar... Era o canto de Rapunzel! Abraçaram-se, e as lágrimas
da jovem se derramaram sobre os olhos do príncipe, devolvendo-lhe a visão. Rapunzel e o príncipe
se casaram e viveram felizes para sempre.
Autoria: Ricardo Moreira Figueiredo Filho
Ilustrações: Vanessa Alexandre
Pinóquio

Era uma vez um homem chamado Gepeto que fazia lindos bonecos de madeira. Vivia
sozinho e o seu sonho era ter um filho com quem partilhar todo o seu amor e carinho.
Um dia, Gepeto fez um pequeno rapaz de madeira. Quando terminou, Gepeto suspirou:
“Quem me dera que este rapazinho de madeira fosse real e pudesse viver aqui comigo…”.
De repente, aconteceu! O pequeno rapaz de madeira ganhou vida!
Gepeto gritou de alegria e, entre gargalhadas de felicidade, disse: “Sejas Bem vindo! Vou
chamar-te Pinóquio”.
Gepeto ajudou Pinóquio a vestir-se, deu-lhe alguns livros, um beijo na face e mandou-o
para a escola, para aprender a ler e escrever. Mas avisou-o: “Assim que a escola terminar, vem
para casa Pinóquio”. Pinóquio respondeu que sim e, alegremente, foi caminhando em direção à
escola.
Pelo caminho, Pinóquio reparou que na praça havia um espetáculo de marionetes. Juntou-
se a elas e, dançou tão bem, que o dono das marionetes lhe ofereceu cinco moedas de ouro.
Pinóquio estava maravilhado e só pensava como Gepeto iria ficar feliz quando lhe entregasse as
moedas.
Já perto da escola, Pinóquio encontrou dois homens maus. Como era muito ingénuo, os
dois homens convenceram Pinóquio a ir com eles até uma hospedaria para comerem e depois
dormirem. Depois de comer, Pinóquio ficou sonolento e adormeceu facilmente. Sonhou que era
rico e que ele e seu pai Gepeto viviam agora sem dificuldades e eram muito felizes.
Quando acordou, esses homens convenceram Pinóquio a enterrar as suas moedas de ouro
num sítio que eles conheciam e disseram-lhe: “As moedas aqui enterradas transformar-se-ão
numa árvore de dinheiro e nunca mais o teu pai, que já está velho e cansado, precisará de
trabalhar!”.
Pinóquio assim fez e ficou à espera que as moedas de ouro se transformassem numa
árvore de dinheiro. Esperou muito tempo até que, cansado, adormeceu. Os homens maus
apareceram e levaram as moedas de ouro, enquanto Pinóquio dormia.
Quando acordou, Pinóquio viu que lhe tinham levado as moedas e chorou. Não queria
voltar para casa com medo de que Gepeto ficasse zangado e triste com ele…
Sem saber o que fazer, Pinóquio começou a caminhar, até que encontrou uma senhora
vestida de azul, a quem pediu ajuda. O que ele não sabia era que a senhora era a fada azul. A
fada disse que o ajudaria e perguntou-lhe quem eram os seus pais e onde vivia. Ao que Pinóquio
respondeu: “Não tenho casa nem ninguém com quem morar”. A fada azul apercebeu-se que
Pinóquio mentia e o seu nariz começou a crescer!
A fada azul respondeu-lhe: “Volta para casa, para junto do teu pai. Sê um menino bem
comportado e não mintas mais”. Pinóquio prometeu que assim faria e o seu nariz voltou ao
tamanho normal.
De volta a casa, Pinóquio parou num parque de diversões e o seu nariz começou a crescer
outra vez. No parque, disseram-lhe que poderia comer todos os gelados que ele quisesse… o que
não lhe disseram é que os gelados o iriam transformar num burro!
Pinóquio comeu até não poder mais e, assim que se transformou num burro, foi vendido a
um circo.
No circo foi obrigado a trabalhar duramente e foi tão maltratado que, pouco tempo depois, nem
conseguia andar.

Como já não servia para trabalhar no circo, o dono mandou que o atirassem ao mar. Assim que
caiu no mar, transformou-se novamente num rapaz de madeira.

Uma baleia que por ali passava viu Pinóquio e engoliu-o, pensando que era comida. Dentro da
baleia, qual não foi a surpresa de Pinóquio ao encontrar Gepeto! Este tinha ido procurar Pinóquio
e acabou por ir parar à barriga da baleia. Estava muito fraco e doente e, um peixe que também lá
se encontrava disse: “Subam os dois para as minhas costas que eu levo-os para casa!”.

Assim fizeram e, quando chegaram a casa, Pinóquio tomou muito bem conta de Gepeto até ele
ficar bom.

A fada azul apareceu outra vez e, ao ver que Pinóquio tinha sido tão bom com Gepeto, disse:
“Como agora és um bom
menino vou-te transformar num rapaz de verdade”.

E assim foi. Gepeto tinha finalmente o filho que tanto desejara e os dois foram felizes para
sempre!

Edição Português  

Autores: Fabiana Lange Brandes e Patrícia Amorim 


Os três porquinhos

Era uma vez uma feliz família de porquinhos que tinha três filhos. Os porquinhos foram
crescendo e os pais notavam que estavam muito dependentes. Não ajudavam no trabalho de
casa nem se esforçavam em nada. Então um dia, eles se reuniram e decidiram que os
porquinhos, que já estavam bem crescidos, fossem morar sozinhos. Os pais deram um pouco de
dinheiro a cada um, alguns bons conselhos. Os três porquinhos partiram para o bosque em busca
de um bom lugar para construir, cada um, a sua casa.
O primeiro porquinho, que era o mais preguiçoso de todos, foi logo optando por construir
uma casa rápida e que não necessitasse muito esforço. E construiu uma casa de palha, embora
os seus irmãos lhe tenham dito que não era segura.
O segundo porquinho, que era menos preguiçoso que o primeiro mas que tampouco
gostava de trabalhar, construiu uma casa de madeira, porque pensava que era mais prática e
resistente.
O terceiro porquinho, o mais sensato de todos e mais trabalhador, preferiu construir uma
casa de tijolos. Demorou mais para construí-la mas depois de três dias de intenso trabalho a casa
estava prontinha.
Os três porquinhos ouviram falar que um perigoso lobo rondava pelo bosque. E não
demorou muito para que aparecesse pelas suas casas, em busca de uma boa carne de porco
para comer.
O lobo então foi bater na porta da casa do primeiro porquinho. O porquinho, tentando
intimidá-lo disse:
– Vá embora seu lobo. Aqui você não vai entrar.
O lobo insistiu e disse:
– Abra logo esta porta ou soprarei e soprarei e a sua casa destruirei.
Vendo que o porquinho não abria a porta da casa, o lobo começou a soprar e soprar tão
forte que a casa de palha voou pelos ares. O porquinho, desesperado, acabou correndo em
direção à casa de madeira do seu irmão. O lobo correu atrás dele, mas não conseguiu alcançá-lo.
O lobo então foi bater na porta da casa do segundo porquinho. O porquinho, tentando
intimidá-lo disse:
– Vá embora seu lobo. Na minha casa de madeira você não vai conseguir entrar.
O lobo insistiu e disse:
– Abram logo esta porta ou soprarei e soprarei e esta casa destruirei.
Vendo que os porquinhos não abriam a porta da casa, o lobo começou a soprar e soprar
tão forte que a casa de madeira caiu e ficou em pedaços. Os porquinhos, desesperados,
acabaram correndo em direção à casa de tijolo e cimento do outro irmão. O lobo correu atrás
deles, mas não conseguiu alcançá-los.
O lobo então foi bater na porta da casa do terceiro porquinho. Os porquinhos tentando
intimidá-lo cantaram:
Quem tem medo do lobo mau
Lobo mau, lobo mau?!
Quem tem medo do lobo mau?!
Ele é um cara legal!
O lobo ficava cada vez mais furioso e gritou:
– Abram a porta, já!!!
E os porquinhos responderam:
– Vá embora seu lobo. Você não conseguirá derrubar esta casa porque está feita com tijolo e
cimento.
O lobo insistiu e disse:
– Abram logo esta porta ou soprarei e soprarei e esta casa destruirei.
Vendo que os porquinhos não abriam a porta da casa, o lobo começou a soprar, soprar,
soprar, e a casa continuava inteira no seu lugar. O lobo ficou tão cansado que acabou sentando-
se ao pé da porta para descansar. Enquanto isso, pensou e pensou em como entrar na casa e
teve uma idéia. Foi buscar uma escada para subir ao telhado da casa e entrar na casa pela
chaminé. Os porquinhos, vendo o que tramava o lobo, reagiram logo. Puseram a ferver um balde
enorme de água, e o colocou no final da chaminé e esperaram.
Quando o lobo entrou na chaminé, caiu bem dentro do balde cheio de água fervendo.
– Uai, uai, Uaiiiiii!!!!!!!! Gritou o lobo, saindo correndo ao lago para aliviar as suas queimaduras e
assustado, nunca mais voltou a molestar os porquinhos.
E quanto aos porquinhos, aprenderam a lição de que tudo o que é feito com esforço tem
melhor resultado. Os três porquinhos decidiram morar juntos e todos viveram felizes e harmonia.

Edição Português  
Autor: CRISTINA MARQUES 
JOÃO E MARIA

JOÃO E MARIA MORAVAM NUMA CABANA NA FLORESTA COM O PAI, UM POBRE


LENHADOR, E A MADRASTA. JÁ HÁ VÁRIAS SEMANAS, ELES NÃO TINHAM QUASE NADA
PARA COMER.
A MADRASTA ARMOU UM PLANO PARA NÃO MORREREM TODOS DE FOME. —
AMANHÃ, DAREMOS UM PEDAÇO DE PÃO A JOÃO E MARIA. DEPOIS, VAMOS DEIXÁ-LOS NA
FLORESTA. ELES FICARÃO BEM! O PLANO ERA CRUEL, MAS O LENHADOR ACABOU SENDO
CONVENCIDO. PORÉM, JOÃO E MARIA ESTAVAM NO QUARTO AO LADO E OUVIRAM TUDO.
MARIA CHOROU BAIXINHO DE DESESPERO. JOÃO DISSE A ELA: — NÃO SE PREOCUPE! VOU
PEGAR UMAS PEDRAS PARA MARCAR O CAMINHO DE VOLTA!
A MADRASTA ACORDOU-OS DE MADRUGADA PARA O PASSEIO. DIRIGIRAM-SE À
FLORESTA E JOÃO PÔS A SUA IDÉIA EM EXECUÇÃO, SOLTANDO AS PEDRINHAS SEM QUE A
MADRASTA VISSE. MAS AS PEDRAS SE ACABARAM E JOÃO PASSOU A JOGAR FARELOS DE
PÃO PARA MARCAR O CAMINHO. AO CHEGAREM NUMA CLAREIRA, O PAI DISSE PARA ELES,
TRISTEMENTE: — ESPEREM AQUI, VAMOS CORTAR LENHA E JÁ VOLTAMOS. JOÃO E MARIA
SABIAM DO PLANO, MAS ESPERARAM DURANTE HORAS, COM A ESPERANÇA DE QUE O PAI
E A MADRASTA PUDESSEM MUDAR DE IDÉIA.
FAMINTOS E CANSADOS, JOÃO E MARIA ESPERARAM TANTO TEMPO QUE
ADORMECERAM. QUANDO ACORDARAM, JÁ ERA NOITE DE LUA CHEIA, QUE ILUMINAVA A
CLAREIRA. ELES PROCURARAM PELA TRILHA DE FARELOS DE PÃO PARA VOLTAR PARA
CASA. MAS NÃO A ENCONTRARAM, POIS CERTAMENTE OS PÁSSAROS HAVIAM COMIDO AS
MIGALHAS DE PÃO E APAGADO A TRILHA. — E AGORA?, DISSE MARIA, DESESPERADA. —
COMO É QUE VAMOS VOLTAR?
ELES CAMINHARAM PELA FLORESTA ATÉ AMANHECER. CANSADOS, CONTINUARAM
PROCURANDO O CAMINHO DE CASA O DIA INTEIRO. MAS PARECIA QUE ESTAVAM
PERDIDOS. QUANDO ANOITECEU PELA SEGUNDA VEZ, VIRAM UMA LUZ NA FLORESTA E SE
APROXIMARAM DELA. ERA UMA CASINHA MUITO BONITA E TODA FEITA DE DOCES. O
TELHADO ERA DE CHOCOLATE; AS PAREDES ERAM DE BOLO DE DIVERSOS SABORES; AS
JANELAS, DE CONFEITOS E BALAS DE GOMA; A PORTA, DE BOLACHAS RECHEADAS COM
DOCE DE LEITE.
— QUE DELÍCIA!, GRITOU JOÃO E CORREU PARA PEGAR UM PEDAÇO DE CHOCOLATE DO
TELHADO, QUE ERA BAIXO. MARIA ARRANCAVA PORÇÕES DE BOLO DAS PAREDES. OS DOIS
TRATARAM DE ENCHER A BARRIGA O QUANTO PODIAM. MAS, DE REPENTE, OUVIRAM UMA
VOZ... — CRIANÇAS, NÃO DESTRUAM A CASA! ESTÃO COM FOME? VOU PREPARAR UMA
JANTINHA PARA VOCÊS. JOÃO E MARIA SE ASSUSTARAM AO VER A VELHA, QUE ERA MUITO
FEIA E PARECIA BRAVA E MALVADA. MAS ELES TINHAM FOME E ACEITARAM O CONVITE.
DEPOIS DE COMEREM BASTANTE, JOÃO E MARIA ADORMECERAM FELIZES EM
CAMINHAS MACIAS QUE A VELHA LHES OFERECEU. QUANDO ACORDARAM, NO DIA
SEGUINTE, A CASINHA DE DOCES TINHA SE TRANSFORMADO NUM VELHO E EMPOEIRADO
CASEBRE, CHEIO DE TEIAS DE ARANHA. DESCOBRIRAM QUE A VELHA ERA UMA TERRÍVEL
BRUXA QUE QUERIA FAZER DELAS O SEU JANTAR. A BRUXA MANDOU MARIA PREPARAR
COMIDA PARA O SEU IRMÃO E REPETIA O TEMPO INTEIRO: — O MENINO PRECISA
ENGORDAR PARA IR PARA A PANELA! A BRUXA PEDIA O DEDO DO GAROTO PARA
SENTIR O QUANTO TINHA ENGORDADO, POIS A VISTA ERA FRACA. MARIA DEU UMA
IDÉIA PARA JOÃO: ESTENDER UM OSSO DE FRANGO NO LUGAR DO SEU DEDO. DEU CERTO!
OS DIAS PASSAVAM E A BRUXA NÃO ENTENDIA COMO JOÃO SÓ EMAGRECIA. ENTÃO, ELA
DECIDIU QUE O DIA DO JANTAR TINHA CHEGADO. MANDOU MARIA PREPARAR O FOGO
PARA ASSAR SEU IRMÃO. MARIA SUPLICOU, MAS DE NADA ADIANTOU. QUANDO O FOGO JÁ
ESTAVA ALTO, A BRUXA ORDENOU: — ENTRE ALI E VEJA SE A TEMPERATURA ESTÁ BOA
PARA ASSAR PÃO. — MAS EU NÃO SEI COMO ENTRAR NO FORNO, DISSE MARIA. — TOLA!
OLHE, É ASSIM! — E A BRUXA MOSTROU, COLOCANDO A CABEÇA NO FORNO. MARIA
EMPURROU A BRUXA, QUE CAIU DENTRO DO FORNO. EM SEGUIDA, LIBERTOU JOÃO E SE
ABRAÇARAM DE FELICIDADE. ANTES DE IREM EMBORA, EXAMINARAM O CASEBRE E
DESCOBRIRAM UM BAÚ COM PEDRAS PRECIOSAS.
PEGARAM O QUANTO PUDERAM, MAS DEIXARAM PARTE DO TESOURO PARA OUTRAS
PESSOAS NECESSITADAS QUE POR ALI PASSASSEM. ENCONTRARAM A ESTRADA QUE
DAVA PARA A CABANA DE SEU PAI. AO CHEGAREM, CORRERAM E ABRAÇARAM O
LENHADOR, CHORANDO. ELE CONTOU QUE A MADRASTA HAVIA MORRIDO. JOÃO E MARIA
MOSTRARAM AS JÓIAS DA BRUXA E CHORARAM DE CONTENTES, POIS JAMAIS PASSARIAM
FOME OUTRA VEZ.

Edição Português  
Autor: Roberto Belli  
O PATINHO FEIO

Em uma bonita manhã de outono, a pata Sofia construiu seu ninho de gravetos perto do lago.
Então passou a chocar. E, depois de trinta e três dias, cinco de seis ovos se quebraram, e os
filhotinhos nasceram — todos belos e saudáveis.
Sorrindo, a bicharada foi visitar a mamãe e os bebês:
— Que lindos patinhos, tão amarelinhos, já aprendendo a nadar. Sejam bem-vindos!
Mas ainda havia um ovo, que não se abria. — Será que não vingará? — os animais se
perguntavam.
Preocupada e esperançosa, Sofia continuou a chocar. Enfim a casca trincou, e nasceu uma
avezinha bem diferente, que não tinha a mesma cor e graciosidade de seus irmãos. A família achava
isso estranho: — Quá-quá-quá!
— Aquele patinho é cinzento! — Patinho desajeitado! — Patinho feio! O pobrezinho era sempre
excluído, sentindo-se triste e solitário. De tanto sofrer, resolveu fugir.
Nadou durante todo o dia, em busca de um lar que o acolhesse. Já anoitecendo, o patinho chegou a
uma lagoa cheia de marrecos. Ele se aproximou e tentou se agrupar. Novamente zombaram dele:
— Você não pertence à nossa família, pato feio, que não sabe mergulhar!
Rejeitado, o patinho partiu. Não só nadou, como andou muito. Quando quase se abeirava de
um rio, viu um bando de gansos flutuando sobre as águas.
— Eles são cinzas e se parecem comigo. Achei a minha família! Mas os gansos o expulsaram com
ruídos estridentes: — Não aceitamos estranhos em nosso lar!
No entanto, o patinho desprezado nunca desistia... Enquanto procurava, ia crescendo e se
emplumando. Certo dia, encontrou uma grande lagoa, onde viviam aves de pescoços longos e
sinuosos, de plumas alvas, com elegância inigualável.
Essas aves foram dóceis com o recém-chegado. Então, ele resolveu fi - car todo o inverno,
sendo bem cuidado e amado. No início da primavera, em uma manhã perfumada pelas cerejeiras, o
pato acordou com um grande alvoroço: — Que linda plumagem! Quanta beleza!
Sem acreditar nos elogios, ele olhou para o reflexo na água e se deu conta de que pertencia
àquela família. Na verdade, o patinho feio era um cisne — o mais bonito de todos!
Autoria: Marismar Borém
Ilustrações: Vanessa Alexandre
Edição: Marismar Borém

O MÁGICO DE OZ
Doroti vivia numa fazenda com a tia Ema e o tio Henrique. A menina tinha um cãozinho
chamado Totó e passava o tempo todo brincando com ele. Um dia, houve uma ventania tão forte que
a casa da fazenda foi levada pelos ares. Doroti e Totó, que estavam lá dentro, foram carregados para
a terra de Oz.
Na terra de Oz havia quatro fadas. Duas eram boas e viviam uma no Norte e outra no Sul.
Duas eram más e moravam no Leste e no Oeste. Quando a casa da fazenda caiu no chão, esmagou
a Fada Má do Leste e ela morreu. A Boa Fada do Norte agradeceu a Doroti por ter libertado os
comilões, que viviam escravizados pela Fada Má do Leste. Depois a Fada ofereceu ajuda a Doroti.”Só
o Mágico de Oz pode ajudar você a sair desta terra. Calce os sapatos encantados, que pertenciam à
Fada Má do Leste. Depois siga a estrada de tijolos amarelos até a Cidade das Esmeraldas. Lá mora o
Mágico de Oz”. Doroti agradeceu e pôs-se a caminho, levando Totó. Logo adiante encontrou um
Espantalho pendurado num tronco. Doroti soltou-o e ele disse que queria ter um cérebro para poder
pensar. Então Doroti convidou: “Venha comigo. O Mágico de Oz lhe dará um”.
Mais adiante, os três encontraram um Lenhador de Lata, que desejava possuir um coração.
“Venha conosco até a Cidade das Esmeraldas”, convidou Doroti. “O Mágico de Oz lhe dará um”.
Assim, o Lenhador de Lata também seguiu com eles.
Logo depois, os quatro encontraram um Leão. Ele rugiu para assustá-los. Totó latiu e o Leão
tentou mordê-lo, mas Doroti deu um tapa no nariz do Leão, dizendo: “Que covardia, atacar um
cãozinho tão pequeno!” “sou covarde mesmo. Mas bem que gostaria de ser corajoso”, respondeu o
Leão. “Venha conosco. O Mágico de Oz dará coragem.” Os cinco amigos viajaram muitos dias pela
estrada de tijolos amarelos.
Depois de várias aventuras, chegaram ao castelo do Mágico de Oz.
Um de cada vez foi levado à sala do trono para falar com ele. O Leão pediu ao mágico que lhe
desse coragem. O Lenhador de Lata queria um coração. O Espantalho pediu um cérebro e Doroti
queria voltar para a fazenda de seus tios. O Mágico de Oz prometeu atender ao pedido de todos, se
eles matassem a Fada Má do Oeste. Os cinco amigos seguiram para o poente. À noite, a fada Má do
Oeste enviou seus lobos contra eles, mas o Lenhador de Lata matou todos com seu machado. No dia
seguinte a Fada Má do Oeste mandou seus corvos selvagens atacarem Doroti e os amigos.
O espantalho enfrentou os corvos e torceu o pescoço de um por um. A Fada Má do Oeste ficou
furiosa e chamou seu macacos alados. Eles carregaram Doroti, Totó, o Leão, o Lenhador de Lata e o
Espantalho para o castelo da bruxa.
A Fada Má do Oeste amassou o Lenhador de Lata e tirou a palha do Espantalho. Depois,
prendeu o Leão numa carroça e obrigou-o a trabalhar para ela dia e noite. “Agora vou transformar seu
cãozinho num verme”, disse a Fada Má a Doroti. A menina ficou com tanta raiva da Fada Má, que
pegou um balde de água e jogou em cima dela. ”Socorro!”, gritou a bruxa.
“Estou encolhendo!” Era verdade. A água fazia a bruxa diminuir de tamanho. A bruxa foi
ficando cada vez menor, até que sumiu.,
Os Pisca-piscas, escravos da bruxa, agora estavam livres. A pedido da Boa Fada do Sul, eles
desamassaram o Lenhador de Lata, rechearam de novo o Espantalho e soltaram o Leão. Doroti e os
amigos voltaram ao castelo do Mágico de Oz. O Espantalho ganhou um cérebro, o Lenhador de Lata
conseguiu um coração, e o Leão obteve coragem.
A Boa Fada do Sul disse a Doroti que ela podia voar com os sapatinhos encantados que a Boa
Fada do Norte lhe dera Doroti despediu-se dos amigos e voou para fazenda de seus tios, levando o
Totó nos braços.

Autor: L Frank Baum


PROJETO “LEIA PARA UMA CRIANÇA” 1 0 EDIÇÃO - 2020
A BELA E A FERA

Era uma vez um mercador que tinha três lindas filhas, a mais nova, era a mais bela e gentil de
todas e por isso era mais conhecido como Bela. Certa vez, seu pai teve que fazer uma longa viagem
a negócios e pediu para que cada uma das filhas, dissessem o que queriam ganhar. As duas mais
velhas fizeram uma lista do que queriam, mas Bela, pediu apenas uma simples rosa, pois não haviam
muitas por ali.

O pai das três garotas saiu em viagem e, como não gostava de deixar as filhas sozinhas, mal
parou para descansar por nenhum momento. Quando voltava para sua cidade sentiu um cansaço
muito forte se abater e, como uma tempestade terrível começara a cair. O velho mercador procurou
por abrigo em algum lugar na floresta. Ele se adentrou e, inesperadamente encontrou um lindo e
suntuoso castelo.

Ele se aproximou e percebeu que a porta estava aberta, ele chamou por alguém, mas ninguém
respondeu. Então ele entrou e parou diante da lareira que estava acesa para se secar. Logo em
seguida, reparou uma mesa repleta de comida. Ele chamou mais uma vez, mas ninguém respondeu,
então ele sentou-se e comeu. Depois de satisfeito, avistou uma luz em um dos quartos daquele
palácio e a seguiu.

Se deparou com uma enorme cama arrumada e com roupas limpas, ele deitou-se ali e
adormeceu. Ao acordar, notou que suas roupas estavam dobradas ao lado, ele se vestiu e ao descer
para a grande sala, notou um enorme e maravilhoso desjejum servido. Ele comeu o suficiente e
agradeceu sem ao menos saber para quem. Ao sair do palácio notou algumas lindas rosas, lembrou-
se do pedido da filha e apanhou uma.

Inesperadamente o velho mercador ouviu um enorme urro. Ele assustou-se e de um pulo virou-
se de costas e notou uma enorme fera que o olhava com ira nos olhos.

– É assim que paga pela hospitalidade? – Rugiu a fera. – Te alimentei e cuidei de você e ainda
roubas minhas belas rosas?

O mercador estava muito assustado e não sabia o que fazer. A fera então o pegou pelos
braços e o trancafiou em uma prisão. E assim se passaram sete dias e o mercador estava muito triste
de saudade de suas filhas. A fera sempre passava perto de seu prisioneiro, mas nunca lhe dirigia uma
palavra sequer. Então, um belo dia, o mercador suplicou.
– Peço perdão pelo meu furto. Mas a rosa era para a minha filha mais nova, Bela, um raio de sol em
minha vida. – O mercador baixou a cabeça e continuou. – Senhor, peço por gentileza que me liberte
para que avise minhas filhas que estou vivo. Prometo voltar. Mas temo a preocupação e tristeza de
minhas meninas. Se permitir que as avise, serei seu prisioneiro com mais tranquilidade.

A fera que não era nenhum ser tão terrível assim, permitiu que o mercador fosse avisar suas
filhas de seu grande erro. E ao chegar em sua casa, todas as garotas ficaram felizes e aliviadas pelo
retorno do pai com vida. Ele contou tudo que lhe acontecera sem esconder nenhum detalhe, Bela,
como tinha um lindo coração, sentiu-se culpada pela má sorte do pai.

Então, naquela noite, Bela fugiu de seu quarto e decidiu ir falar com a fera, suplicar pela
liberdade do pai ou até mesmo trocar ela por ele, afinal de contas, fora por sua culpa que ele acabara
preso nas terríveis masmorras da fera. Ao chegar ao castelo, Bela ficou completamente maravilhada
com tamanha beleza, as rosas eram simplesmente esplendidas.

Ela chamou pela fera mas, como a primeira vez que seu pai aparecera ali, nada aconteceu.
Então, ela notou que havia um imenso quarto e na porta seu nome. O pai havia conversado com a
fera sobre a razão do roubo da rosa e imaginou que alguém com um coração tão bom, seria capaz de
fazer aquilo. Bela entrou em seus aposentos e ficou maravilhada com tudo, a vista de sua janela dava
para um imenso jardim repleto de rosas.

A fera, de longe, admirava a bela jovem de longe. Temia assustá-la e nunca mais poder olhá-
la. Bela realmente era uma linda garota e a fera se viu cada vez mais atraído por ela. Mas ele tinha
medo, ele era uma fera e provavelmente se assustaria com a sua presença animalesca. No entanto,
enquanto explorava o palácio acabou se deparando com o quarto da fera e com a própria fera.

A fera achou que ela sairia correndo, mas Bela continuara parada olhando para ele.

– Obrigada pela gentileza com meu pai. – Disse Bela. – E peço desculpas pela rosa. Foi minha
culpa… Eu que pedi para ele. Onde moro não tem rosas tão lindas quanto as suas.

A fera ao ouvir as palavras da garota sentiu-se muito feliz. Não era algo comum as pessoas
conversarem com ele sem terem medo ou repulsa. Então ele se aproximou da garota, esperou que
dessa vez sairia correndo, mas ela ficou no mesmo lugar, sem demonstrar qualquer sinal de medo. E
depois desse dia, tanto fera quanto Bela começaram a tornar-se amigos.

Os dois viviam conversando e conversando. Bela era tudo que a fera queria, mas, certa vez,
como de costume, a fera deu para espiar o que a Bela estava fazendo e a encontrou chorando em
seu quarto. Ele não perguntou porque, apenas ouviu a pobre garota se lamentando da saudade do
pai e de suas outras irmãs. Aquelas lágrimas para a fera foram terríveis e no dia seguinte, colocou um
plano para afastar a pobre garota de seu palácio.

Ele ameaçou devorá-la. A fera não queria fazer isso de verdade, mas ele não queria que Bela
sentisse uma prisioneira e desejava que fosse muito feliz. Assustada, a jovem linda saiu correndo do
palácio, deixando a fera sozinha e sentindo uma dor tão grande que sentiu o coração prestes a parar.
Tanto é que a fera caiu próximo de suas belas rosas e ali ficou, esperando a morte, era tudo que ela
queria naquele momento, sabia que, depois de ter conhecido a Bela, nada na sua vida seria como
antes.

Bela corria pela floresta, mas, inesperadamente, sentiu seu coração bater
descompassadamente. Pensou na fera e em toda gentileza e carinho que lhe dedicava. Foi então que
lembrou de suas lágrimas de saudade do pai e notou que poderia ser aquela a razão para a fera
expulsá-la daquela maneira. Bela sentiu-se triste ao pensar que jamais veria a fera de novo e, antes
que chegasse a sua casa, deu meia volta e correu de volta para a casa da fera.
Ao chegar ao imenso palácio se deparou com a fera quase morta no chão. Bela tomou a fera
nos braços e começou a chorar. A fera abriu os olhos e sorriu ao perceber que Bela havia voltado
para perto dele. E foi nesse momento que Bela beijou a testa da fera e subitamente seu corpo
começou a se transformar, depois de alguns minutos, não era mais a fera que estava ali em seu colo,
mas sim o mais belo príncipe.

– Uma bruxa má jogou-me uma maldição, Bela. Me condenando a ser uma fera até que uma jovem
de coração bom se apaixonasse por mim por livre e espontânea vontade. Você me salvou duas
vezes, minha linda Bela e gostaria muito que você se casasse comigo e vivesse em meu castelo.

E assim, Bela e a fera se casaram e todos foram felizes para sempre.

Edição Português  
Autor: Gabrielle de Villeneuve
A PRINCESA E O SAPO
HAVIA UM REI, CUJA ÚNICA FILHA POSSUÍA UMA BELEZA RADIANTE COMO O SOL.
POR SER MUITO JOVEM E MIMADA, A PRINCESINHA TORNOU-SE UMA JOVEM CHEIA DE
CAPRICHOS. NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO, O PAI PRESENTEOU-A COM UM MARAVILHOSO
PINGENTE DE OURO, EM FORMA DE CORAÇÃO. E A PRINCESINHA, ENCANTADA COM O
PRESENTE, PENDUROU-O NUMA CORRENTE E NUNCA MAIS SE SEPAROU DE SEU
DOURADO CORAÇÃOZINHO. PERTO DO PALÁCIO REAL, HAVIA UMA GRANDE FLORESTA
ONDE A PRINCESA COSTUMAVA PASSEAR TODAS AS TARDES. ÀS VEZES, PASSAVA
LONGAS HORAS LENDO CONTOS DE FADAS, SENTADA À BEIRA DE UM RIACHO QUE CORRIA
ALI. UM DIA, PORÉM, TENDO ESQUECIDO-SE DE LEVAR SEU LIVRO DE LEITURA, A JOVEM
PÔS-SE A JOGAR PEDRINHAS E FOLHAS SECAS NAS ÁGUAS DO RIO. ESTEVE BRINCANDO
ASSIM DISTRAÍDA DURANTE LONGO TEMPO. QUANDO CANSOU, PEGOU SEU PINGENTE DE
OURO DO PESCOÇO E FICOU A ADMIRÁ-LO, SEGURANDO-O ENTRE AS MÃOZINHAS
DELICADAS. MAS, SEM QUERER, DEIXOU QUE O PEQUENO CORAÇÃO LHE ESCAPASSE DAS
MÃOS E CAÍSSE NA ÁGUA. A JOVEM PROCUROU A PEQUENA JOIA EM VÃO. DESILUDIDA,
COMEÇOU A CHORAR DE FAZER DÓ. ATÉ QUE, DE REPENTE, OUVIU UMA VOZ QUE DIZIA: –
O QUE ACONTECEU, PRINCESA? QUAL A RAZÃO PARA UM CHORO TÃO DESESPERADO
ASSIM? A JOVEM VOLTOU-SE E VIU UM SAPO. – DIGA-ME! – INSISTIU O SAPO. – POSSO
AJUDÁ-LA? AOS PRANTOS, A PRINCESINHA CONTOU QUE O CORAÇÃOZINHO DE OURO QUE
GANHARA DO PAI HAVIA SUMIDO NAS ÁGUAS DO RIACHO. O SAPO PROMETEU ENCONTRAR
A JÓIA. MAS EXIGIRIA ALGO EM TROCA. – PEÇA O QUE QUISER, MAS TRAGA-ME O
PINGENTE DE VOLTA! – PEDIU A JOVEM. O SAPO QUERIA TORNAR-SE O COMPANHEIRO
INSEPARÁVEL DA PRINCESA. SENTAR-SE À MESA JUNTO DELA, COMER NO MESMO PRATO
E DORMIR NA MESMA CAMA. PARA OBTER NOVAMENTE SEU PRECIOSO CORAÇÃO, A
PRINCESA FINGIU QUE CONCORDAVA E JUROU QUE ATENDERIA AO PEDIDO DO SAPO. MAS
FICOU IMAGINANDO UMA MANEIRA DE LIVRAR-SE DELE. FEITO O JURAMENTO, O SAPO
MERGULHOU NO RIO E RETORNOU, LOGO DEPOIS, COM O PEQUENO CORAÇÃO.
APROXIMOU-SE DA PRINCESA E, DELICADAMENTE, DEPOSITOU A JOIA A SEUS PÉS. A MOÇA
APANHOU O PINGENTE E, MAIS QUE DEPRESSA, SAIU EM DISPARADA, DEIXANDO O SAPO
FEITO BOBO, SEM PODER ACOMPANHÁ-LA. O POBRE COITADO FICOU AMARGURADO DA
VIDA E VOLTOU PARA A BEIRA DO RIO, PENSANDO NO QUE FAZER. NO DIA
SEGUINTE,ESTANDO À MESA COM O PAI PARA ALMOÇAR, A JOVEM COMEÇOU A
OUVIR PEQUENAS PANCADAS NA PORTA E UMA VOZ QUE PEDIA: – ABRA A PORTA,
PRINCESA! EXIJO QUE
CUMPRA O QUE ME PROMETEU! ERA O SAPO QUE VIERA COBRAR A PROMESSA
FEITA. AO VER AQUELA CONFUSÃO, O REI QUIS SABER DE QUE SE TRATAVA.
ENVERGONHADA, A PRINCESA CONFESSOU AO PAI COMO ENGANARA O SAPO PARA
RECUPERAR O PINGENTE DE OURO. O REI ERA UM HOMEM BOM E JUSTO. POR ISSO
MESMO, NÃO GOSTOU NEM UM POUQUINHO DA ATITUDE DA FILHA. – APESAR DA
APARÊNCIA FEIA, O SAPO AJUDOU-A NUM MOMENTO DIFÍCIL, MINHA FILHA! ORDENO QUE
CUMPRA A SUA PROMESSA. A PRINCESINHA JÁ ESTAVA MESMO ARREPENDIDA. ABRIU A
PORTA E ACOLHEU O SAPO. E ASSIM OS DOIS COMEÇARAM UMA CONVIVÊNCIA INCOMUM,
PORÉM AMIGÁVEL. COM O TEMPO, FICARAM TÃO AMIGOS QUE A PRINCESINHA JÁ NÃO
FAZIA MAIS NADA SEM OUVIR OS SÁBIOS CONSELHOS DO SAPO. ATÉ QUE UM DIA, O
BICHINHO ADOECEU GRAVEMENTE, DEIXANDO A JOVEM AFLITA. – DÊ-ME UM BEIJO DE
ADEUS! – PEDIU O SAPO. A PRINCESA NÃO CONSEGUIU NEGAR-SE A UM PEDIDO TÃO
COMOVENTE. ERGUEU O SAPO NAS MÃOS, COLOCANDO-O EM SUA CAMA MACIA. EM
SEGUIDA, ABAIXOU-SE E ENCOSTOU LIGEIRAMENTE OS LÁBIOS SOBRE A SUA PELE
RUGOSA. PARA SEU ESPANTO, O SAPO VIROU UM BELO PRÍNCIPE, QUE LHE CONTOU
COMO UMA BRUXA MÁ E INVEJOSA O TRANSFORMARA EM SAPO. COM O AFETO DA
PRINCESA, O ENCANTO SE DESFEZ E O PRÍNCIPE VOLTOU AO NORMAL. DEPOIS DISSO, OS
JOVENS SE CASARAM E FORAM FELIZES.

GRIMM, Jacob e GRIMM, Wilhelm. A princesa e o sapo. São Paulo, FTD, 2006.
CACHINHOS DOURADOS E OS TRÊS URSOS

ERA UMA VEZ TRÊS URSOS. PAPAI URSO ERA GRANDÃO. MAMÃE URSA ERA UM
POUCO MENOR E O BEBÊ URSO ERA BEM PEQUENININHO.
PAPAI URSO TINHA UMA TIGELA DE MINGAU GRANDONA. A TIGELA DA MAMÃE URSA
ERA UM POUCO MENOR E O BEBÊ URSO TINHA UMA TIGELINHA. MAMÃE URSA ENCHEU AS
TIGELAS COM MINGAU QUENTE. FORAM DAR UMA VOLTA, ENQUANTO O MINGAU ESFRIAVA.
ENTÃO, CACHINHOS DOURADOS CHEGOU E, NÃO VENDO NINGUÉM NA CASA, ENTROU.
VENDO O MINGAU, CACHINHOS DOURADOS PROVOU DA TIGELA DO PAPAI URSO.
ESTAVA MUITO QUENTE AÍ, PROVOU O MINGAU DA TIGELA DA MAMÃE URSA. ESTAVA
MUITO FRIO. DEPOIS, PROVOU DA TIGELA DO BEBÊ URSO. HUM! ESTAVA UMA DELÍCIA.
COMEU TUDO!
CACHINHOS DOURADOS FOI SENTAR NA CADEIRA DO PAPAI URSO. ERA MUITO ALTA.
DEPOIS, SENTOU NA CADEIRA DA MAMÃE URSA. ERA MUITO LARGA. ERA MUITO LARGA.
ENTÃO, JOGOU-SE NA CADEIRA DO BEBÊ URSO, QUE SE QUEBROU TODA..
CACHINHOS DOURADOS FICOU COM SONO E FOI DEITAR-SE NA CAMA DO PAPAI
URSO. ERA MUITO DURA. DEPOIS, DEITOU-SE NA CAMA DA MAMÃE URSA. ACHOU MACIA
DEMAIS. ENTÃO, DEITOU-SE NA CAMA DO BEBÊ URSO. ACHOU-A MUITO ACONCHEGANTE.
AÍ, ELA ADORMECEU.
OS TRÊS URSOS VOLTARAM COM FOME. – ALGUÉM COMEU O MEU MINGAU! ROSNOU
O PAPAI URSO – ALGUÉM COMEU O MEU MINGAU! FALOU A MAMÃE URSA. – ALGUÉM
COMEU O MEU MINGAU! DISSE O BEBÊ URSO, E COMPLETOU: – E COMEU TUDO!
OS TRÊS URSOS VIRAM QUE TUDO ESTAVA FORA DE ORDEM. – ALGUÉM SENTOU NA
MINHA CADEIRA! ROSNOU O PAPAI URSO. – ALGUÉM SENTOU NA MINHA CADEIRA!,
REPAROU A MAMÃE URSA. – ALGUÉM SENTOU NA MINHA CADEIRA!, DISSE O BEBÊ URSO, E
COMPLETOU: – E ESTÁ TODA QUEBRADA!
NO QUARTO, PAPAI URSO ROSNOU: – ALGUÉM DEITOU-SE AQUI! E A MAMÃE URSA
FALOU: – ALGUÉM DEITOU-SE AQUI E O BEBÊ URSO DISSE: – ALGUÉM DEITOU-SE AQUI E
AINDA ESTÁ DEITADA.
DE REPENTE, CACHINHOS DOURADOS ACORDOU E VIU OS TRÊS URSOS À SUA
FRENTE. FICOU TÃO ASSUSTADA, QUE SAIU CORRENDO PARA CASA. NUNCA MAIS
CACHINHOS DOURADOS ENTROU NA CASA DE OUTRAS PESSOAS SEM AVISAR.

Ilustrações: ©Belli Studio


Texto adaptado: Roberto Belli
CINDERELA

Era uma vez uma garotinha chamada Cinderela. Ainda muito pequenina, perdera a mãe, e seu
pai se casou com uma viúva, que tinha duas filhas.
O pai viajava muito e não sabia das malvadezas que eram praticadas contra a sua fi lha. Em
uma noite fria, ele faleceu, deixando a casa ainda mais amarga e triste...
Cinderela passou a viver em um pequeno quarto no porão e executava todos os serviços
domésticos. No entanto, o mais difícil era suportar o desdém a todas as suas ideias e atitudes.
Cinderela, desejando ser feliz, fi zera amizade com bichinhos do sítio. Trocava segredos e
contava sobre os sonhos de encontrar um verdadeiro amor.
Em um certo dia, o príncipe Luís resolveu fazer um baile, a fi m de conhecer uma linda moça
para se casar. A notícia se espalhou rapidamente por todo o reino e foi recebida com grande alegria.
A madrasta, entretanto, proibiu Cinderela de ir à festa, alegando que a jovem não tinha trajes
adequados para a ocasião.
Novamente, Cinderela não se deixou abater. Conversou com a Aranha, que morava em seu
quarto, e com o Bicho da Seda, que passeava pelo jardim. Para surpresa da jovem, eles começaram
a tecer o mais lindo vestido que já se viu.
No dia da festa, aflita por não saber como iria, Cinderela sentiu uma brisa mágica, e um
sussurro disse-lhe que tudo daria certo. Era só acreditar! Então, a Fada Madrinha surgiu, meio
atrapalhada, e ordenou:
— Abóbora, transforme-se na mais elegante carruagem! Ratinhos, tornem-se graciosos
alazões! Chinelos de madeira, vocês serão os mais lindos sapatinhos de cristal! A fada, agora mais
séria, avisou a donzela: — Fique atenta ao horário! À meia-noite, o encanto se quebrará.
Assim, deslumbrante, Cinderela desceu as escadas do castelo e dançou com o príncipe
durante toda a noite. Não havia casal mais harmonioso. De repente, Cinderela olhou para o relógio e
teve de deixar para trás o seu sonho. Saiu correndo, perdendo um sapatinho de cristal.
O príncipe fi cou triste e, desejando o reencontro, decretou que os soldados vasculhassem
todas as casas do vilarejo em busca da dona do lindo sapato. Dias se passaram, até que o príncipe
Luís encontrou uma bonita casa rodeada de fl ores e passarinhos. Ao entrar, as duas irmãs brigaram
pelo sapatinho, que não cabia em seus pés. E Cinderela, presa em seu quarto, apenas chorava...
O príncipe, suspeitando que a sua alegria estivesse próxima, perguntou se não havia outra
moça na casa. Como a resposta foi negativa, ele saiu, mas escutou um triste suspiro vindo do porão.
Imediatamente, exigiu que aquela senhorita também experimentasse o sapatinho.
Quando Cinderela calçou o sapato de cristal, o príncipe Luís reconheceu a jovem com quem
havia dançado naquele inesquecível baile. Então, eles se casaram e foram felizes para sempre.

Autoria: Adriana Araújo Figueiredo


Ilustrações: Vanessa Alexandre

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