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História das HQs

Qual a origem das HQs? Qual a sua história?

A história das HQs é algo cujo início é


discutível.
História das HQs

Para uns, tem a ver com a publicação do


“Yellow Kid”

Para outros, há antecessores de Outcault


(Töpffer, Agostini etc.)

E, para mais outros, pode-se chegar até


mesmo ao tempo das cavernas...
História das HQs

Optamos, aqui, por uma apresentação, ao


mesmo tempo:

- Histórica (ao longo do tempo, quando


possível);
- Social (ao longo dos grupos e práticas sociais
e/ou textuais).
História das HQs

Em outros termos:

os quadrinhos são frutos de seu tempo e de


seu contexto sociohistórico.
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Antecedentes longínquos
História das HQs

Grutas de Lascaux
História das HQs

Tapeçaria de Bayeux (1070-1080)


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Tapeçaria de Bayeux (detalhe)


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Quadros e pinturas que antecipam aspectos


visuais adotados posteriormente pelos
quadrinhos.
História das HQs

Giotto - Capilla de Scrovegni (1306).


História das HQs

Fra Angelico – Anunciação (1430).


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Fra Angelico – Anunciação (1430).


História das HQs

Botticelli – Inferno de Dante (1480).


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Botticelli – Inferno de Dante (1480).


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Botticelli - Nastagio degli Onesti (1483), 1 de 4


(baseado em Decameron, de Boccaccio).
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Mantegna - Lamentação do Cristo Morto


(1490)
História das HQs

O Martírio de
S. Sebastião
(1600), de
Joachem
História das HQs

Caravaggio - Supper at Emmaus (1601-1602)


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Salvador Dali - Impressions of Africa (1938)


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Lenço de Tlaxcala (1520) – Noite Triste (80


quadros diferentes).
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Velazquez - Las Hilanderas (1660).


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Precursores dos quadrinhos


contemporâneos

Elementos da gramática quadrinística


começam a aparecer, ainda que
timidamente.
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Bänkelsangs – Alemanha,século XIV


História das HQs

- Itália: cantastoria, cantambanco


- Espanha: retablo de las maravillas
- Japão: e-toki (feitos por monges em troca
de dinheiro)
- China: pien, pao-chuan, layang-pien
- Índia: saubhikas
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Christus und die minnende seele - anônimo


(Alemanha, século XV)
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As Torturas de
Santo Erasmo -
anônimo
(Alemanha,
1455-1465)
História das HQs

Eygentliche Abbildung Wie Ettlich Englische


Eddelleut Einen Raht (Alemanha, 1606)
História das HQs

Eygentliche Abbildung Wie Ettlich Englische


Eddelleut Einen Raht (detalhe: Guy
Fawkes)
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Martinho Lutero, Doutor
da Impiedade,
Professor da Vilania,
Vergonhoso Apóstata,
Ladrão das Noivas de
Deus e Autor da
Confissão de
Augsburgo (anônimo,
Alemanha, 1630?)
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William Hogarth -
Harlot's
Progress (1734)
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Thomas Rowlandson - The Dream of dr. Syntax (1809)


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Hokusai Manga (1818)


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William Charles - charge (1818)


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Rudolph Töpffer - Mr. Vieux-Bois (1827)


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Rudolph Töpffer – Histoire de M. Jabot (1833)


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Töpffer: “este pequeno livro é de natureza


mista. Compõe-se de uma série de desenhos
impressos manualmente. Cada um desses
desenhos é acompanhado de uma ou duas
linhas de texto. Os desenhos, sem esse texto,
não teriam mais do que um significado
obscuro. O texto, sem os desenhos, não
significaria nada...”
História das HQs

“... O conjunto forma uma espécie de novela,


tão original que não se parece com uma
novela. O autor desse pequeno livro oblongo
não se dá a conhecer. Se é um artista,
desenha debilmente, mas possui certa prática
na escrita; se é um literato, escreve
mediocremente, mas em compensação tem o
talento de um desenhista amador”.
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Cham - Impressions de Voyage de Monsieur


Boniface (1844)
História das HQs

Jean-Jacques Grandville – Partitures (1840)


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Gustave Doré - The History of Holy Russia


(1854)
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Gustave Doré – Des-Agréments d’un Voyage


d’Agrément (1851)
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Wilhelm Busch – Juca e Chico (1865)


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Angelo Agostini - As Cobranças (1867)


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Christophe (Georges Colomb) - La Famille


Fenouillard (1889)
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Richard F. Outcault - Yellow Kid (1894)


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Rudolph Dirks – Os Sobrinhos do Capitão


(1897)
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Experimentalismos da virada do século XIX


para o século XX

A “primeira vanguarda”, como chama


Roman Gubern, La Mirada Opulenta
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Gustave Verbeek - Upside Dows (1903)


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Gustave Verbeek - Upside Dows (1903)


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Gustave Verbeek - Upside Dows (1903)


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Gustave Verbeek - Upside Dows (1903)


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Winsor McCay -
Little Nemo
(1905)
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Winsor McCay -
Little Nemo
(1905)
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Winsor McCay -
Little Nemo
(1905)
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Lyonel
Feyninger – Kin-
der-Kids (1906)
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Reuben Goldberg (circa 1905)


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As bases da antropomorfização (os animais


passam a agir, falar, pensar e sentir como
seres humanos)
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George Herriman -
Krazy Kat (1913)
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George Herriman - Krazy Kat (1913)


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Otto Mesmmer → Pat Sullivan - Felix the


Cat (1923)
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Um quadrinista à parte: Hergé e a linha


clara (ligne clairé)
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Hergé - Tintin (1929)


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Características da linha clara:

- predomínio da expressão/atitude da
personagem, em detrimento do plano geral;
- linha de espessura constante;
- ausência de hachuras, sombras e
degradês;
- uso de cores uniformes e tom pastel;
- busca de máxima legibilidade visual.
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O período dos syndicates:

- serialização x tiras fechadas


- distribuição massiva para jornais
- definição de gêneros de tirinhas.
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Geo McManus - Pafúncio e Marocas (1916)


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Walt Disney e Ub Iwerks - Mickey (1929)


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Max Fleischer - Betty Boop (1931)


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Billy de Beck - Snuffy (1916)


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E. C. Segar - Popeye (1929)


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Um quadrinista sindicalizado e autoral ao


mesmo tempo: Frank King.
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Frank King - Gasoline Alley (1918)


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Surgem os primeiros heróis dos quadrinhos


(crash da Bolsa de Valores de Nova York
em 1929, II Guerra Mundial, nazismo...)
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Philip Nowlan & Dick Calkins - Buck Rogers


(1929)
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Hal Foster - Tarzan


(1929)
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Alex Raymond - Flash Gordon (1934)


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Milton Caniff - Terry e os Piratas (1934)


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Alex Raymond & Dashiell Hammett - Agente


Secreto X-9 (1934)
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Hal Foster - Príncipe


Valente (1937)
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Lee Falk & Phil


Davis -
Mandrake (1934)
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Ray Moore & Lee Falk - O Fantasma (1936)


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Jerry Siegel & Joe Shuster - Superman


(1938)
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Bill Finger & Bob Kane - Batman (1939)


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C. C. Beck - Capitão Marvel (1939)


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Bill Everett e Carl Burgos - Namor & Tocha


Humana (1939)
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Jack Kirby & Joe Simon - Capitão América


(1941)
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Dois heróis de “carne e osso”: criador (Will
Eisner) e criatura (Spirit).
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Will Eisner - The


Spirit (1940)
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Will Eisner - The


Spirit (1940)
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Will Eisner - The Spirit (1940)


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Funnies
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Luis Sá – Reco-Reco, Bolão e Azeitona


(1931, O Tico-Tico)
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Walt Kelly - Pogo (1941)


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Charles Schultz - Peanuts (1950)


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Heróis e seus problemas mundanos: a


Marvel
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Stan Lee & John Buscema - Surfista


Prateado (1961)
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Stan Lee - X-Men


(1963)
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Stan Lee & Steve Ditko - Homem-Aranha


(1962)
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A fase contracultural (anos 1960)


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Harvey Kurtzman & Bill Elder (Annie Fanny)


- Mad (1952)
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Jean-Claude Forest - Barbarella (1962)


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Robert Crumb - Fritz the Cat (1965)


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Contracultura, super-heróis, pop art, arte


ótica e grafismos: Jim Steranko.
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Um amante de mulheres e de páginas:


Guido Crepax
História das HQs

Guido Crepax -
Valentina (1965)
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Guido Crepax -
Valentina (1965)
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Um quadrinista à Lewis Carroll: Fred, o


Maravilhoso, e seu personagem Philémon.
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Quadrinhos como “coisa séria”: da graphic


novel aos quadrinhos artísticos
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Hugo Pratt - Corto Maltese (1970)


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Jô Oliveira – A Guerra do Reino Divino


(1976)
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Art Spielgelman - Maus (1977)


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Will Eisner - Um
Contrato com Deus
(1978)

Obs.: é com essa obra


que Eisner cunha a
expressão graphic
novel.
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Katsuhiro Otomo - Akira (1982)


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Moebius - Metal Hurlant (anos 1970)


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O mercado de quadrinhos se torna “adulto”:


uma banca de revistas é coisa séria.
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Neil Gaiman - Sandman


(1985)
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Frank Miller - Batman, o Cavaleiro das


Trevas (1986)
História das HQs

Paolo Eleuteri Serpieri - Drunna (1985)


História das HQs

Alan Moore & Dave Gibbons - Watchmen


(1986)
História das HQs

Alan Moore & David Lloyd - V de Vingança


(1982)
História das HQs

Alan Moore & Brian Boland - Killing


Joke (1988)
História das HQs

Grant Morrison & Dave McKean - Asilo


Arkham (1989)
História das HQs

Neil Gaiman & Dave McKean - Orquídea


Negra (1989)
História das HQs

Chris Ware - Jimmy Corrigan, o Menino


Mais Esperto do Mundo (2000)
História das HQs

“Paródia e profundidade”: R. Sikoryak –


Masterpiece Comics (1989-2009)
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Quadrinhos e realidade: do jornalismo às


autobiografias (as graphic memoir).
História das HQs

Joe Sacco - Palestina (1992)


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David B - L'Ascension du Haut-Mal (1996-


2003)
História das HQs

Alison Bechdel - Fun Home (2006)


História das HQs

Marjani Satrapi - Persepolis (2000)


História das HQs

E o futuro? Tendências (algumas presentes):

- Experimentos narrativos em narrativas


transmídias.
- Agregação de sons e links na Internet
- Novas formas de leitura e enquadramentos
em smartphones e tablets.

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