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ANA BEATRIZ MARTINS DE ALMEIDA

RELATÓRIO SOBRE PERDA DE CARGA LOCALIZADA

ARARUNA
2023
ANA BEATRIZ MARTINS DE ALMEIDA

RELATÓRIO SOBRE PERDA DE CARGA LOCALIZADA

Relatório orientado pelo


Professor Phillipy Johny da Silva
sobre o ensaio de perda de carga
localizada apresentado a UEPB no
curso de graduação de Engenharia
Civil.

ARARUNA
2023
INTRODUÇÃO
A perda de carga localizada é um fenômeno fundamental no estudo e análise de sistemas
de fluidos, desempenhando um papel crucial na engenharia mecânica, civil e outras
disciplinas relacionadas. Este relatório tem como objetivo investigar e analisar o ensaio
de perda de carga localizada, um procedimento experimental essencial para compreender
como a resistência ao fluxo de fluido é afetada por obstáculos, curvas, válvulas e outros
elementos no interior de condutos e tubulações. Ao longo deste relatório, foram
explorados os conceitos teóricos por trás da perda de carga localizada, os métodos
utilizados para medi-la em condições controladas de laboratório e as implicações práticas
dessas perdas em sistemas reais. Além disso, apresentaremos os resultados do ensaio
conduzido, as análises dos dados obtidos e as conclusões relevantes para a engenharia e
o projeto de sistemas de transporte de fluidos. A compreensão da perda de carga
localizada é essencial para otimizar a eficiência e o desempenho de sistemas que
envolvem a circulação de fluidos, como sistemas de abastecimento de água, sistemas de
ar condicionado, sistemas de distribuição de gases e muito mais. Portanto, este relatório
se propõe a fornecer uma visão aprofundada desse fenômeno, contribuindo para a melhor
compreensão e aprimoramento dos projetos e operações de engenharia que dependem do
transporte de fluidos.

OBJETIVOS
• Calcular as pressões médias nas singularidades

• Calcular a perda de carga teórica nas singularidades

• Analisar a perda de carga localizada e aplicar o método dos comprimentos


equivalentes

REFERENCIAL TEÓRICO
Ao longo de uma tubulação com singularidades ocorrem perdas de carga causados
devido à alteração na direção do fluxo, alguns elementos regularizados podem fazer com
que esse fluido acelere ou desacelere, causando a dissipação da energia do fluxo nas
singularidades presentes ali.
A equação de Bernoulli é uma ferramenta fundamental para termos a descrição do
comportamento de um fluido que se move ao longo de uma jubilação com energias de
pressão, cinética e potencial. Equação expressa a seguir:
A equação fundamental da perda de carga, que regem o estudo das perdas de carga
localizadas em fluidos reais e condutos livres e forçada é expressa da seguinte maneira:

Onde o k representa o coeficiente adimensional, que depende do tipo de singularidade.


No método do comprimento equivalente, cada acessório da instalação é substituído por
tubos retos de mesmo diâmetro para facilitar o cálculo, onde a queda de carga é igual à
queda de pressão causada pelo acessório se a vazão em ambos for a mesma.

Onde f representa o coeficiente de atrito, dependendo da natureza do tubo, Viscosidade,


rugosidade e regime de escoamento. Muitos estudiosos desenvolveram Equações
empíricas e modelos gráficos para encontrar o coeficiente de atrito, os mais comuns são
número de Reynolds, rugosidade relativa e tipo de tubo fluxo.

METODOLOGIA
Materiais Utilizados
• Bancada hidráulica
• Trena
• Paquímetro
• Manômetro digital
• Rotâmetro

PROCEDIMENTO
Primeiramente verifica-se o diâmetro interno das tubo que foi utilizado para o
experimento, observa-se também o tipo de material do tubo e seu coeficiente de
rugosidade teórico.

DADOS TUBO 1 TUBO 2


Diâmetro 25mm 25mm
Material PVC PVC
Comprimento do trecho 73,5m 73,5m
entre singularidades

Após verificados os dados da tabela 1, foram determinados dois pontos para cada
singularidade para a média das pressões onde o ponto 1 retirado a pressão antes e ponto
2 retirado depois para duas vazões diferentes. Foram aferidas duas vezes as pressões para
a vazão de 3000 LPH e 4000 LPH para a singularidade do registro esférico, para o registro
gaveta as vazões utilizadas também foram 3000 LPH e 4000 LPH, para a singularidade
do filtro Y utilizamos as vazões 3000 LPH e 4000 LPH, a singularidade do registro de
pressão também utilizamos a vazão de 3000 LPH e 4000 LPH, logo em seguida calculado
as médias de cada uma delas. Esse processo foi repetido para todas as singularidades
presentes ao longo da tubulação e aferidos duas vezes para melhor precisão do ensaio.
Abaixo se encontram os valores das médias de pressões para cada singularidade.

Singularidade 1 – Registro esférico


Vazão: 3000 LPH (Tubo 1)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 30 30,2 30,1
P2 27 27,3 27,15

Vazão: 4000 LPH (Tubo 1)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 49,9 43,3 46,6
P2 44,6 44,6 44,6

Singularidade 2 – Registro gaveta


Vazão: 3000 LPH (Tubo 1)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 25,7 25,8 25,75
P2 19,1 19 19,05

Vazão: 4000 LPH (Tubo 1)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 39,6 38,7 39,15
P2 28,4 28,4 28,4

Singularidade 3 – Filtro Y
Vazão: 3000 LPH (Tubo 2)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 103 102,4 102,7
P2 71,8 69,1 70,45
Vazão: 4000 LPH (Tubo 2)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 172,6 169,1 170,85
P2 117,9 118,8 118,35

Singularidade 4 – Registro pressão


Vazão: 3000 LPH (Tubo 2)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 70,4 70,3 70,35
P2 22,6 21,5 22,05

Vazão: 4000 LPH (Tubo 2)

Pressão Kpa M1 M2 Média


P1 110,8 112,6 111,7
P2 32,8 32,7 32,75

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao fazer o cálculo das velocidades correspondentes para as diferentes vazões, obtivemos
alguns resultados que serão mostrados a seguir.

Cálculo da Singularidade 1 – Vazão 1 (3000 LPH)

Vazão (Q): 3000 L/h ou 8,33 · 10-4 m3/s


Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 30,1 Kpa
Pressão P2: 27,15 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 8,33∙10−4
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 1,70𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔
𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
30,1−27,5
ΔH = 9,810

ΔH =0,265m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(1,70)2
0,265 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 1,799

Cálculo da Singularidade 1 – Vazão 2 (4000 LPH)

Vazão (Q): 4000 L/h ou 1,11 · 10-3 m3/s


Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 46,6 Kpa
Pressão P2: 44,6 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 1,11∙10−3
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 2,26𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
46,6−44,6
ΔH = 9,810

ΔH =0,203m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(2,26)2
0,203 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 0,779

Cálculo da Singularidade 2 – Vazão 1 (3000 LPH)


Vazão (Q): 3000 L/h ou 8,33 · 10-4 m3/s
Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 25,75 Kpa
Pressão P2: 19,05 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 8,33∙10−4
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 1,70𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
25,75−19,05
ΔH = 9,810

ΔH =0,682m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(1,70)2
0,682 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 4,63

Cálculo da Singularidade 2 – Vazão 2 (4000 LPH)

Vazão (Q): 4000 L/h ou 1,11 · 10-3 m3/s


Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 39,15 Kpa
Pressão P2: 28,4 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 1,11∙10−3
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 2,26𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
39,15−28,4
ΔH = 9,810

ΔH =1,095m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(2,26)2
1,095 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 4,206

Cálculo da Singularidade 3 – Vazão 1 (3000 LPH)


Vazão (Q): 3000 L/h ou 8,33 · 10-4 m3/s
Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 102,7 Kpa
Pressão P2: 70,45 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 8,33∙10−4
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 1,70𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
102,7−70,45
ΔH = 9,810

ΔH =3,287m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(1,70)2
3,287 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 22,31

Cálculo da Singularidade 3 – Vazão 2 (4000 LPH)

Vazão (Q): 4000 L/h ou 1,11 · 10-3 m3/s


Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 170,85 Kpa
Pressão P2: 118,35 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 1,11∙10−3
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 2,26𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
170,85−118,35
ΔH = 9,810

ΔH =5,31m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(2,26)2
5,31 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 20,397

Cálculo da Singularidade 4 – Vazão 1 (3000 LPH)


Vazão (Q): 3000 L/h ou 8,33 · 10-4 m3/s
Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 70,35 Kpa
Pressão P2: 22,05 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 8,33∙10−4
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 1,70𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
70,35−22,05
ΔH = 9,810

ΔH =4,923m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(1,70)2
4,923 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 33,42

Cálculo da Singularidade 4 – Vazão 2 (4000 LPH)


Vazão (Q): 4000 L/h ou 1,11 · 10-3 m3/s
Diâmetro (D): 25mm ou 0,025m
Pressão P1: 111,7 Kpa
Pressão P2: 32,75 Kpa
L: 73,5 m
Para velocidade:
𝑄 1,11∙10−3
𝑉 = 𝐴 → 𝑉 = 4,90∙10−4 →𝑉 = 2,26𝑚/𝑠

Para Perda de Carga:


𝑃₁ 𝑉₁2 𝑃₂ 𝑉₂₂
𝑍₁ + + = 𝑍₂+ 𝑌 + 2𝑔 +𝛥𝐻
𝑌 2𝑔

𝑃1−𝑃2
ΔH = 𝑌
111,7−32,75
ΔH = 9,810

ΔH =8,047m
Para o Fator K:
𝑉2
ΔH= 𝑘 ∙ 2𝑔

(2,26)2
8,047 = 𝑘 ∙ 2 ∙ 9,81 → 𝑘 = 30,911

CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos acima foi possível verificar que o coeficiente K
varia de acordo com as singularidades presentes na tubulação e alguns outros fatores
como a vazão do fluido, condições de operação da máquina experimental, diâmetro de
tubulações e alguns outros detalhes específicos como abertura total ou parcial da válvula.
Como visto anteriormente nos valores apresentados nas tabelas foi possível concluir que
o coeficiente K diferiu significativamente em cada uma das singularidades, diferenças
essas que foram possivelmente causadas por leitura incorreta do equipamento, falha
técnica ao manuseá-lo ou também falta de manutenção devida do mesmo. Os resultados
obtidos através dos cálculos são aproximados, porém, não são capazes de dar uma
precisão exata sobre o experimento de perda de carga localizada contando com o fato de
que também são necessários outros parâmetros para melhor precisão.
REFERÊNCIAS

VIANA, Dandara. Guia da Engenharia. 2019. (ACESSO EM: 05 DE OUT. DE 2023)


PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica básica. 1998.

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