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37ª Jornada Acadêmica

Integrada

TESTE DE FUGA EM MINHOCAS EISENIA ANDREI EXPOSTAS A


CONTAMINAÇÃO POR LIXIVIADO.

Luise Barreto Röpke.1(GR); Andreli Lopes Piccoli2(PG); Bárbara Estevão Clasen3(O)


1,2
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, CT/UFSM; 3PPGEAmb, CT/UFSM

O chorume é um líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica de resíduos que


estão sendo tratados em um aterro sanitário e quando misturado ao excesso de água da chuva
forma o lixiviado (ROCHA, 2005). Conforme Sales Junior et al. (2021), o lixiviado possui
uma biodegradação difícil, apresentando características físicas, químicas e biológicas
variáveis, e possui grande capacidade de causar efeitos tóxicos em solos, águas subterrâneas
e corpos hídricos. Uma alternativa para o tratamento do lixiviado é a destilação simples, que
consiste em um processo térmico onde há separação de mistura dos diferentes componentes
do lixiviado, que apresentam distintos pontos de ebulição (SILVA et al., 2019). Sendo assim,
realizou-se o teste de fuga, buscando avaliar se a concentração de lixiviado no meio foi
suficiente para causar rejeição das minhocas em relação ao solo, fazendo com que estas
apresentassem comportamento de fuga. A realização do experimento foi baseada na NBR
ISO 17512-1, utilizando solo de características conhecidas. Efetuou-se a exposição de
minhocas da espécie Eisenia andrei a dois ambientes simultaneamente, um formado por solo
contaminado (solo teste) e o outro sem contaminante (solo controle). O experimento foi
conduzido utilizando lixiviado bruto e lixiviado tratado com destilação simples. As dosagens
utilizadas para cada um dos efluentes, foram de 0,1%; 0,15%; 0,25% e 0,35% (v/v),
conforme a capacidade de campo de 70%, tendo sido realizadas cinco repetições para cada
dose. Foram pesados 250g de solo adicionando a respectiva dosagem do contaminante e
posteriormente colocando esta amostra em um pote com uma divisória central, de modo que
o mesmo ocupasse apenas metade do recipiente, sendo o restante preenchido com 250g de
solo controle. Em seguida, a divisória foi retirada e 10 minhocas foram alocadas na região
central do recipiente, sendo os potes fechados com tecido que permitisse trocas de ar com o
meio. Após 48 horas, a divisória foi inserida novamente, realizando-se a contagem das
minhocas presentes em ambas proporções do solo. Minhocas presentes na divisória foram
contabilizadas como meio indivíduo para cada lado do pote. Na amostra com efluente bruto
constatou-se uma porcentagem de fuga de -32%, 42%, -6%, -24% para as dosagens de 0,1%,
0,15%, 0,25% e 0,35% respectivamente. Já as amostras que receberam o efluente tratado
manifestaram uma fuga média de 0%, -32%, -28% e -54% para as dosagens em ordem
crescente. Observa-se que para a contaminação com 0,15% de efluente bruto 42% dos
organismos preferiram o solo controle, enquanto todas as outras dosagens apresentaram
valores negativos que representam efeito de fuga não observado, já as amostras contendo
lixiviado tratado não se apresentaram tóxicas para as minhocas em nenhuma das dosagens.
De Souza (2017) não constatou resposta significativa do comportamento de fuga das
minhocas para o solo controle, justificando tal ocorrência devido ao curto período de tempo
do teste (48 horas), o que faz com que os organismos permaneçam expostas ao contaminante
do solo por pouco tempo. Recomenda-se, portanto, a execução de outros testes, como o teste
agudo para comprovação da real toxicidade do contaminante.
DE SOUSA, R. V. Avaliação ecotoxicológica do solo do aterro sanitário de Goiânia. 2017. Monografia completa. Universidade Federal de Goiás.
JUNIOR, S. F. S.; Mannarino, C. F.; Bila, D. M.; Parente, C. E. T.; Correia, F. V.; Saggioro, E. M. Lethal and long-term effects of landfill leachate on Eisenia andrei earthworms: Behavior, reproduction
and risk assessment. Journal of Environmental Management, v. 285, p. 112029, 2021.
ROCHA, E. M. R. Desempenho de um sistema de lagoas de estabilização na redução da carga orgânica do percolado gerado no aterro da Muribeca (PE). 2005. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Pernambuco.
SILVA, R. A. DA et al. Tratamento de lixiviado de aterro sanitário por meio de evaporação via destilação simples em escala de bancada. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental,
30, 2019, Natal, RN, Anais eletrônicos [...]. Rio Grande do Norte: ABES, 2019.

37ª Jornada Acadêmica Integrada - JAI


Universidade Federal de Santa Maria, 07 a 11 de novembro de 2022.

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