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CARACTERIZAÇÃO

DOS RESÍDUOS
QUÍMICOS GERADOS
EM LABORATÓRIO
DE ANÁLISES AMBIENTAIS*

PRISCILA RAMOS FREITAS, ÉDIO DAMASCENO DA SILVA


JUNIOR, SANDRA REGINA LONGHIN

Resumo: a geração de resíduos químicos em laboratórios de análises


ambientais é um problema para o ambiente e para saúde humana. Este estu-
do objetivou caracterizar qualitativamente e quantitativamente os resíduos
gerados durante a preparação e análises de amostras ambientais. Os resul-
tados mostraram que 1.224,60 L/ano de resíduos líquidos são gerados por
procedimentos analíticos. Estes possuem as mais diversas composições de
acordo com o método analítico adotado.

Palavras-chave: Análises ambientais. Gerenciamento de resíduos quími-


cos. Resíduo de laboratório químico.

A 
sociedade atual vive uma crise que parece estar longe de ser resolvida:
a produção de resíduos a partir de processos industriais, agropecuári-
os e domésticos. Este pode ser considerado um problema socioambi-
ental, pois a destinação final inadequada destes resíduos com características
estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

físico-químicas que os classificam como perigosos (CETESB, 2003; FISPQ,


2015) pode promover efeitos deletérios a saúde humana e ao meio ambiente.
Em grande parte dos municípios no Brasil, os resíduos são dispostos a
céu aberto (“lixão”). Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), senso de 2000 (IBGE, 2000), mostram que das 228.413,0 t de resíduos
domésticos coletados, 133.129,1 t são dispostas em aterros controlados ou em
depósitos inadequados (DI) (58,3%), o que leva a contaminação da atmosfera,
do solo e dos recursos hídricos.
Em nosso país, os resíduos são caracterizados pelas normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) por meio da NBR 10.004/04. Nesta
os resíduos perigosos são identificados como aqueles que podem apresentar
riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, em função de suas propriedades
físicas, químicas ou infectocontagiosas. 433
A crescente preocupação com a presença de substâncias consideradas xenobió-
ticos nos compartimentos atmosfera, hidrosfera e litosfera tem promovido estudos
de contaminantes ambientais considerados emergentes. Estes podem ser encontradas
em fármacos, produtos de higiene pessoal, interferentes endócrinos, hidrocarbonetos
policíclicos aromáticos (HPA), poluentes orgânicos persistentes (POP) como o DDT,
PCB, organoclorados, organofosforados entre outros produtos químicos comerciais.
A preocupação da população com o descarte em aterros sanitários ou ainda “li-
xões” (DI) de produtos químicos comerciais é restrita. As pessoas de uma forma geral
não conhecem as propriedades físico-químicas dos produtos comerciais e consideram
que os mesmos podem ser assimilados no meio ambiente ou ainda transformados pela
“natureza”, tornando-se assim não prejudiciais. Este é um pensamento comum devido a
hábitos como a queima de lixo doméstico ou ainda enterrar (IBGE, 2009). Os avanços
nas pesquisas científicas mostrou que muitas destas substâncias são persistentes, isto é,
não são alteradas pela ação da luz, da água, de gases presentes na atmosfera ou ainda
por microrganismos (BAIRD, 2002).
Um desafio atual é adotar as abordagens da Química Verde (PRADO, 2003), que
consiste na reformulação de processos industriais e de análises químicas além da pro-
moção do tratamento de resíduos químicos gerados de forma que não sejam produzidos
subprodutos tóxicos.
Uma área ainda pouco estudada é a da geração e destino dos resíduos quími-
cos perigosos em Instituições de Ensino e Pesquisa (IEP) e laboratórios de análise
físico-química e microbiológica de empresas públicas e privadas e, em especial, os
Laboratórios de Análises Ambientais (LAA). Estes se destacam pela geração de eleva-
da variedade de resíduos químicos que, em quase sua maioria, são classificados como
perigosos (ASHBROOK, REINHARDT, 1985).
A geração e destino final dos resíduos químicos provenientes de LAA têm sido ob-
jeto de estudo desde o final da década de 90 (JARDIM, 1998), mas ainda não recebeu a
necessária discussão no meio acadêmico, prevalecendo, sobretudo, o mau gerenciamento
destes por parte dos geradores (SILVEIRA, LONGHIN, 2014).
Desde pequenos laboratórios de instituições de ensino até os de grandes indústrias,
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é de fundamental importância o gerenciamento dos resíduos químicos para evitar danos


ambientais e os riscos à saúde humana (NOLASCO et al., 2006).
O gerenciamento da grande diversidade dos resíduos gerados em laboratórios deve
ocorrer de maneira adequada, evitando que estes sejam lançados nas redes públicas
de esgoto, em corpos hídricos, no solo, ou em outro ambiente, promovendo efeitos
negativos ao meio ambiente e à saúde pública. A necessidade de evitar a contaminação
do solo e dos mananciais hídricos com a disposição inadequada dos resíduos químicos
gerados em LAA requerem estudos que visem primeiramente conhecer as diversidades
e características dos mesmos, para posteriormente serem elaborados planos e ações de
gerenciamento.
O presente trabalho tem por objetivo caracterizar qualitativamente e quantitati-
vamente os resíduos químicos gerados em um LAA de água e efluentes, prestador de
434 serviços no estado de Goiás.
METODOLOGIA

O estudo foi realizado em um LAA privado, localizado na cidade de Goiânia, durante


um período de três meses, de junho a agosto de 2011. O laboratório escolhido possui
uma demanda de análises físico-químicas e microbiológicas de amostras ambientais,
em média 410 amostras/mês, e não possui um programa de gerenciamento de resíduos
químicos (PGRQ) implantado.
O LAA em estudo desenvolve diariamente atividades de análises em amostras de
águas naturais, minerais, de abastecimento público, efluentes brutos e efluentes tratados,
proveniente de diversas fontes produtoras como indústrias, agropecuária e mineração,
visando à qualificação e quantificação de parâmetro físico-químico.
Os parâmetros frequentemente analisados são: condutividade, cor, pH, sólidos sedimen-
táveis (SS), sólidos totais (ST), sólidos totais suspensos (STS), sólidos totais voláteis (STV),
sólidos totais dissolvidos (STD), sólidos totais fixos (STF), turbidez, alcalinidade total, cálcio,
cloretos, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO),
dureza total, fenóis, ferro total, fluoreto, fósforo, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal (método
de Nessler), nitrogênio amoniacal (método titulométrico), nitrogênio orgânico, nitrogênio to-
tal, oxigênio consumido (OC), oxigênio dissolvido (OD), óleos e graxas (OG), sílica, sulfato,
sulfeto e surfactantes. As análises são realizadas conforme procedimentos recomendados pelo
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 2005).
Embora também sejam gerados resíduos sólidos considerados comuns como embala-
gens de amostras, frascos de reagentes vazios e papel toalha, para este estudo somente foram
caracterizados aqueles provenientes das etapas de realização das análises físico-químicas.
As etapas de análises em questão consistiram em: i) Preparação dos equipamentos
a serem utilizados nas análises: limpeza das vidrarias; ii) Recebimento e preparação das
amostras; iii) Realização dos procedimentos analíticos para qualificação e quantificação
do parâmetro em estudo.
Neste contexto, os resíduos da realização das análises foram classificados em re-
síduos líquidos de limpeza das vidrarias (RLV), resíduos excedentes da preparação de
amostra (REA) e resíduos químicos provenientes dos procedimentos de análises (RQA).
Os volumes produzidos durante a preparação das soluções padrões e estoque não
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foram quantificados, uma vez que estes são de uso contínuo e acabam por gerar pequena
quantidade de resíduo devido a otimização na preparação.
Para caracterização qualitativa avaliou-se previamente, o tipo de amostra coletada
(água ou efluente), os reagentes químicos utilizados como produtos de limpeza das
vidrarias e os reagentes utilizados em cada análise de acordo com o método adotado.
Os RQA não foram quantificados individualmente em termos das substâncias
presentes, mas apenas do volume final gerado compreendendo a mistura reacional e a
amostra. Neste estudo não foram caracterizadas as possíveis novas substâncias quími-
cas formadas após as interações entre os reagentes, mas apenas aquelas inicialmente
conhecidas e que são utilizadas para análise de cada parâmetro.
A caracterização quantitativa dos resíduos foi realizada mediante aferição de todo
volume (para líquidos) e massa (para sólidos e semissólidos) dos resíduos gerados nas
análises durante o período de desenvolvimento deste estudo. 435
Esta quantificação foi realizada aferindo-se os volumes e massas, utilizando-se
equipamentos volumétricos e balanças analíticas, respectivamente. Cada volume e massa
foi associado à caracterização qualitativa do resíduo gerado, possibilitando conhecer a
relação quantidade/qualidade do mesmo.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A primeira etapa do processo de realização das análises refere-se a lavagem das


vidrarias, onde foram gerados os RLV. Estes são constituídos por soluções de substân-
cias químicas utilizadas na limpeza das vidrarias, específicas para cada tipo de análise,
evitando contaminação da amostra, interferência na reação e consequentemente alteração
dos resultados.
Os resíduos gerados nesta etapa, caracterizados e quantificados ao longo da estudo
(Tabela 1), evidenciam o uso de soluções aquosas ácidas como de ácido nítrico (HNO3),
clorídrico (HCl) e sulfúrico (H2SO4) e solução sulfocrômica (H2SO4/K2Cr2O7/H2O),
além de solventes orgânicos como acetona (C3H6O) e hexano (C6H14).

Tabela 1: Caracterização das soluções/reagentes utilizados no processo de limpeza das vidrarias

Número de Volume total de


Solução/ Reagente Parâmetro analisado
repetições (n) resíduos (L)
Ácido nítrico (HNO3) 1:1 Fósforo 20 0,20

Ácido sulfúrico (H2SO4) 20% Nitrogênio amoniacal 108 0,65

Hexano (C6H14) PA Óleos e graxas 49 0,74


Acetona (C3H6O) PA Fenol 10 0,18

Sulfocrômica (H2SO4 /K2Cr2O7/


DBO 33 0,10
H2O)

Ácido clorídrico (HCl) PA DBO 33 5,00

Ácido clorídrico (HCl) PA OD 108 15,00

TOTAL (trimestral) 21,87 L


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Estimativa anual 87,43 L

O descarte no meio ambiente, principalmente nos corpos hídricos, de resíduos ácidos,


soluções com valores de pH<7, implicam em sérios danos à fauna e flora local, bem
como do ambiente como um todo, uma vez que influenciam nas reações bioquímicas
dos seres vivos (JORDÃO; PESSÔA, 2011).
A resolução n° 430/2011 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)
estabelece que o valor do pH esteja no intervalo entre 5 e 9, para lançamentos em cursos
hídricos (BRASIL, 2011). Assim conclui-se que a destinação dos RLV em estudo não
pode ser o sistema coletor de esgoto local sem tratamento prévio devido a característica
ácida dos mesmos. Da mesma forma os solventes orgânicos que são substâncias reco-
nhecidamente tóxicas, causadoras de potenciais impactos no meio ambiente, necessitam
436 assim receberem tratamento especial antes do descarte no meio ambiente.
Em uma segunda etapa, os REA são gerados e representam volume de amostras que
foram coletados em excesso para realização das análises e não foram utilizados. As análises
ambientais requerem coleta de amostras de águas e/ou efluente líquido, tanto in natura
como após algum tipo de tratamento visando a necessária conservação das amostras. Para
tanto se requer a adição de soluções ácidas, para alteração do pH da amostra, ou ainda de
sais de mercúrio para inibir o desenvolvimento de organismos consumidores de oxigênio.
A caracterização dos REA, gerados no período de estudo, estão descritos na Tabela 2.

Tabela 2: Caracterização quantitativa dos resíduos excedentes de amostras geradas no laboratório

Resíduo gerado Volume total de resíduos (L)

Amostra in natura de água de curso hídrico 6,3


Amostra in natura de água mineral 2,6
Amostra de água tratada 2,5
Amostra de água de curso hídrico conservada com ácido
0,5
sulfúrico P.A
Amostra in natura de efluente 5,8
Amostra de efluente conservado com ácido sulfúrico P.A 1,9
Amostra de efluente tratado 4,4
TOTAL (trimestral) 24,0 L

Estimativa anual 96,0 L

As características das amostras requerem um gerenciamento e destinação final


realizado de maneira cautelosa, adotando-se práticas seguras para saúde da população
e qualidade do meio ambiente.
Da mesma forma que os RLV, os REA podem apresentar pH ácido ou sais de mer-
cúrio devido a forma de conservação, implicando na necessidade de correto tratamento
dos mesmos antes da destinação final.
Além disso, as amostras de água naturais/tratadas ou efluentes brutos/tratados ana-
lisadas podem conter diversas substâncias químicas provindas do processo industrial
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das empresas contratantes e que podem poluir o meio ambiente em caso de destinação
inadequada e sem tratamento.
Os RQA provenientes dos procedimentos de análises realizadas no laboratório
classificam-se em sólidos e líquidos, de acordo com o tipo de análise a ser realizada.
As características qualitativas e quantitativas destes resíduos variam principalmente em
função do método analítico adotado e da quantidade de análises realizadas. Um total de
25 (vinte e cinco) diferentes parâmetros de análise foram considerados para o estudo,
o que contabilizou um valor estimado de 13.308 análises anuais.
Dentro os parâmetros analisadas no LAA, os que mais se destacaram pela quantidade
realizada foram: DQO (n= 507); ferro (n= 312); alcalinidade total (n = 307); dureza
total (n= 293) e cloro (n= 279).
A primeira posição atribuída a DQO deve-se ao fato de que a mesma é um parâmetro
eficiente no controle de poluição por resíduos industriais. Ao mesmo tempo é preocupante 437
devido sua análise, apesar do LAA utilizar o método colorimétrico que reduz o volume
consideravelmente (cerca de 30 mL/amostra) frente ao método de refluxo aberto titulo-
métrico (cerca de 500 mL/amostra), requer o uso de reagente perigosos e tóxicos como
o ácido sulfúrico (H2SO4), dicromato de potássio (K2Cr2O7) e sais de mercúrio II (Hg2+).
A Tabela 3 a seguir apresenta os resultados obtidos no período de estudo considerado
de acordo com a quantidade de análises realizadas e com o método analítico adotado
para cada parâmetro considerado.

Tabela 3: Método analítico adotado e quantidade de análise realizadas no período de estudo


Parâmetro analisado Método adotado Número de análises (n)

Alcalinidade total Titulométrico 307

Cálcio Titulométrico/EDTA 222

Cloro Titulométrico/Mohr 279

Dureza total Titulométrico/EDTA 293

DBO Titulométrico 33

DQO Colorimétrico 507

Fenol Colorimétrico 26

Ferro Colorimétrico 312

Fluoreto Método SPANDS 89

Fósforo Método ácido ascórbico 112

Nitrato Colorimétrico 85

Nitrito Colorimétrico 78
Nitrogênio amoniacal
Titulométrico 108
(Destilação)
Nitrogênio amoniacal Método de Nessler 112

Nitrogênio total Titulométrico 40

Óleos e graxas Gravimétrico 240

OC Titulométrico 266
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OD Titulométrico 108

Sílica Método molibdosilicato 163

Sólidos suspensos Gravimétrico 178

Sólidos totais Gravimétrico 141

Sólidos totais voláteis Gravimétrico 84

Sulfato Colorimétrico 79

Sulfeto Colorimétrico 71

Surfactante Colorimétrico 37

TOTAL (trimestral) 3.327

Estimativa anual 13.308


438
A caracterização, quanto a natureza e volume total dos RQA líquidos gerados nos
procedimentos de realização das análises físico-químicas durante o período da pesquisa,
encontra-se na Tabela 4.

Tabela 4: Volume dos resíduos líquidos gerados na realização das análises

Volume
Parâmetro total de
Reagentes/Soluções
analisado resíduos
(L)

Amostra / Fenolftaleína (C2OH14O4) / Ácido sulfúrico


(H2SO4) / Solução indicadora verde de bromocresol Alcalinidade total 31,54
(C21H14Br4SO5)

Amostra / Hidróxido de sódio (NaOH) / Negro Eriocromo


(C20H12N3NaO7S) / Cloreto de sódio (NaCl) / Solução EDTA
Cálcio 12,19
(C10H16N2O8)

Amostra / Cromato de potássio (K2CrO4) / Cloreto de sódio


Cloro 32,38
(NaCl) Nitrato de prata (AgNO3)

Amostra / Solução amortiguardora/ Negro Eriocromo


(C20H12N3NaO7S) / Cloreto de sódio (NaCl) / Solução EDTA
Dureza total 16,12
(C10H16N2O8)

Amostra / Soluções de tampão de fosfato / sulfato de


magnésio (MgSO4), cloreto de cálcio (CaCl2) e cloreto
férrico (FeCl3) / Sulfato manganoso (MnSO4) / Álcali-iodeto DBO 10,83
/ Ácido sulfúrico (H2SO4) / Amido indicador / Tiossulfato de
sódio (Na2S2O3)
Amostra / Dicromato de potássio (K2Cr2O7) / Ácido sulfúrico
(H2SO4) / Sulfato de prata (Ag2SO4) / Sulfato de mercúrio
DQO 2,54
(HgSO4)
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Amostra / Solução Buffer Reagent [Aminometilpropanol,


Ácido tartárico (C4H6O6) e água deionizada (H2O)] /
Phenol reagent 1 [Sulfato de sódio (Na2SO4), maltodextrina Fenol 12,06
(C6H10O5)n e 4-aminoantipirina-hidrogenofosfato] / Phenol
reagent 2 {K3[Fe(CN)6]} / Clorofórmio (CHCl3)

Amostra / Ácido clorídrico (HCl) / Cloridrato de


hidroxilamina (NH2OH) / Acetato de amônio (C2H7NO2) / Ferro 18,05
Fenantrolina (C12H8N2) / Solução padrão de ferro

Amostra / Solução SPANDS (C16H9N2Na3O11S3) / Solução


padrão de fluoreto Fluoreto 1,44

439
continua...

Volume total
Reagentes/Soluções Parâmetro analisado de resíduos
(L)

Amostra / Ácido sulfúrico (H2SO4) / Ácido nítrico (HNO3)


/ Fenolftaleína (C2OH14O4) / Hidróxido de sódio (NaOH) /
Ácido sulfúrico (H2SO4) / Tartarato de antimônio e potássio Fósforo 14,26
(C4H4O7Sb) / Molibdato de amônio (H24Mo7N6O24.4H2O) /
Ácido ascórbico (C6H8O6) / Solução padrão de fósforo

Amostra / Solução de brucina (C23H26N2O4) / Ácido


Nitrato 3,47
sulfúrico (H2SO4)

Amostra / Reagente NED [Ácido fosfórico


(H3PO4) / Sulfanilamida (C6H8N2O2S) / N-1-Naftil-
Nitrito 5,41
etilenodiaminadiclorohidratado] / Oxalato de sódio /
Sulfato amônio ferroso / Solução padrão de nitrito

Amostra / Fenolftaleína (C2OH14O4) / Hidróxido de sódio N i t r o g ê n i o


(NaOH) / Ácido sulfúrico (H2SO4) / Solução tampão de amoniacal 31,33
fosfato (PO4-) / Indicador ácido bórico (H3BO3) (Destilação)

Amostra / Reagente Nessler [Iodeto de mercúrio (HgI2), N i t r o g ê n i o


7,40
Iodeto de potássio (KI), Hidróxido de sódio (NaOH)] amoniacal (Nessler)
Amostra / Fenolftaleína (C2OH14O4) / Hidróxido de sódio
(NaOH) / Ácido sulfúrico (H2SO4) / Solução tampão de fos-
Nitrogênio total 17,61
fato (PO4-) / Indicador ácido bórico (H3BO3) / Sulfato de po-
tássio e mercúrio / Tiossulfato de hidróxido de sódio

Amostra / Ácido sulfúrico (H2SO4) / Permanganato de po-


OC 35,55
tássio (KMnO4) / Solução de oxalato de amônio (C2H8N2O4)

Amostra / Sulfato manganoso (MnSO4) / Álcali iodeto / Áci-


do sulfúrico (H2SO4) / Amido indicador / Tiossulfato de só- OD 33,94
dio (Na2S2O3)
Amostra / Bicarbonato de sódio (NaHCO3) /
Ácido clorídrico (HCl) / Molibdato de amônio
Sílica 9,54
(H24Mo7N6O24.4H2O) / Ácido oxálico (H2C2O4) / Solução
padrão de sílica / Cromato de potássio (K2CrO4)
estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

Volume total
Reagentes/Soluções Parâmetro analisado de resíduos
(L)
Amostra / Reagente Sulfaver [Cloreto de bário (BaCl2),
Sulfato 1,09
Ácido cítrico (C6H8O7)] / Solução padrão de sulfato
Amostra / Reagente Sulfide 1 [Ácido sulfúrico (H2SO4) e
Água (H2O)] / Reagente Sulfide 2 [Dicromato de potássio Sulfeto 2,32
(K2Cr2O7) e Água (H2O)]
Amostra / Azul de metileno (C16H18ClN3S) / Clorofórmio
(CHCl3) / Solução de lavagem / Ácido sulfúrico (H2SO4) / Surfactante 7,08
Hidróxido de sódio (NaOH)
TOTAL (trimestral) 306,15 L
Estimativa anual 1.224,60 L
440
Durante a realização deste estudo observou-se a geração de elevada e diversificada
quantidade de RQA líquidos (tabela 4), pois são 68 diferentes substâncias químicas, com
uma estimativa de geração anual de 1.224,60 L de resíduos. Em caso de armazenamento
para posterior tratamento, estes irão requerer 21 bombonas de 60 L.
Em relação aos resíduos líquidos (Figura 1) o maior percentual encontrado foi de
87,32% e corresponde aos resíduos líquidos provenientes de análises químicas (RQA),
já os resíduos líquidos de limpeza de vidrarias (REA) e de amostra excedente (RLV)
totalizaram 6,23% e 6,45% respectivamente do volume total gerado.

Figura 1: Percentual mensal de resíduos líquidos gerados no Laboratório de Análises Ambientais


estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

No início das análises, quimicamente tem-se soluções e reagentes, apresentando


constituição conhecida. Entretanto, após os procedimentos analíticos, estes são trans-
formados em resíduos químicos, caracterizando-se como uma mistura dos reagentes,
soluções e amostra.
Destacam-se na Tabela 4, os RQA líquidos que apresentam em sua constituição
íons Hg2+, Ba2+, Cr3+, CN- reconhecidamente tóxicos ou ainda Cl- que pode reagir com
a matéria orgânica para formar organoclorados, substâncias cancerígenas (BAIRD,
2002).
Mesmo os RQA líquidos apresentando mistura reacional desconhecida, o geren-
ciamento destes resíduos deve adotar critérios bastante específicos e seguros, uma vez
que seu tratamento e disposição inadequada no meio podem acarretar sérios riscos ao
meio ambiente e à saúde pública. 441
Além dos resíduos líquidos, durante a realização das análises de alguns parâme-
tros, também são gerados RQA em estado sólido e semissólido. A Tabela 5 qualifica e
quantifica os mesmos gerados durante o estudo.

Tabela 5: Caracterização qualitativa e quantitativa dos RQA sólidos gerados na realização das análises

Resíduo Parâmetro analisado Massa total de resíduos gerados (g)

Sólidos Sólidos suspensos 29,58

Sólidos Sólidos totais 39,35


Sólidos Sólidos totais voláteis 8,48
Óleos e graxas Óleos e graxas 26,09

Papel filtro Fenol, óleos e graxas, e fósforo 185,07


Membrana Milipore Sólidos suspensos 23,07

TOTAL (trimestral) 311,64 g


Estimativa anual 1.246,56 g

Os RQA sólidos e semissólidos gerados apresentam basicamente materiais inertes,


tais como sólidos em geral e óleos e graxas. Além disso, também consistem em materiais
filtrantes, tais como membrana e papel filtro, materiais sem composição que caracterize
como resíduos tóxicos.

Tratamento e disposição

A proposta de tratamento e disposição dos resíduos identificados foi organizada de acordo


com: (1) excedente de amostra, (2) resíduos líquidos de limpeza das vidrarias, (3) resíduos
sólidos de análises de água e efluentes e (4) resíduos líquidos de análises de água e efluentes.

Excedente de Amostra
Do excedente de amostra as seguintes formas de tratamento são sugeridas:
estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

Descarte diretamente via sistema público de saneamento

Para frascos que contém amostra de água de jusante de rio (água antes de receber
o efluente tratado) e água mineral por se tratar de água ausente de resíduos químicos
e para amostras de água tratada, água de montante de rio (água depois de receber o
efluente tratado) e efluente tratado, quando o tratamento for considerado eficiente, ou
seja, aprovado dentro dos padrões estabelecidos por lei.

Neutralização e descarte via sistema público de saneamento

Para frascos que contém amostra de água de rio conservada com ácido sulfúrico P.A (1 mL
442 de ácido para 2 L de amostra), por ser um resíduo ácido e solução diluída (MACHADO, 2005).
Incineração

As amostras de efluente tratado não aprovadas, de efluente industrial puro e efluen-


tes conservados com ácido sulfúrico P.A. (1 mL de ácido para 2 L de amostra) devem
ser incineradas.

Resíduos de Limpeza de Vidrarias

Os resíduos provindos de limpeza das vidrarias também são resíduos químicos, e


por serem apenas para limpar as vidrarias já lavadas, as soluções devem ser usadas o
máximo de vezes possível, em menor quantidade e seu tratamento deve ser separado
dos demais resíduos, pois contém menos impurezas, portanto demanda um método mais
simples de gerenciamento. Assim para os resíduos provenientes de limpeza de vidrarias
os tratamentos sugeridos são:

Diluição, neutralização e descarte via sistema público de saneamento

Diluir até obter uma solução com 50% de água e ajustar o pH (neutralizar) entre
6 e 8 é uma sugestão para soluções ácidas concentradas (MACHADO, 2005). Sendo
assim é uma forma de tratamento para: solução de ácido nítrico 1:1 e, solução de ácido
sulfúrico 20%.

Neutralização e descarte via sistema público de saneamento

Para a solução de ácido clorídrico (200 mL de ácido para 2 L de água), vide expli-
cação citada anteriormente (em excedente de amostra).

Reciclagem e aterro industrial

Para a solução sulfocrômica é preciso corrigir o pH, precipitar com hidróxido e


filtrar. A parte sólida deve ser encaminhada ao aterro industrial por se tratar de um sal
estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

inorgânico e a parte líquida deve ser neutralizada e descartada via sistema público de
saneamento (SCHNEIDER, 2007). Deve-se evitar o uso de solução sulfocrômica para
limpeza de vidraria nos laboratórios, podendo ser substituída pela solução sulfonítrica (1
a 2 partes de ácido sulfúrico para 3 partes de ácido nítrico) ou por uma solução alcoólica
de hidróxido de potássio 5%, (5g de KOH em 100 mL de etanol) (LASSALI, 2003).

Destilação fracionada e co-processamento

Tratamento e disposição final de resíduos de solventes orgânicos não halogenados


(PENATTI et al., 2009) como a acetona. Como as cetonas com menos de 6 carbonos podem
ser descartadas diretamente via esgoto, para a acetona (como o volume usado é pequeno,
cerca de 20 mL) aconselha-se estocar até conter um volume considerável para o tratamento
(destilação e co-processamento) ou descartar diretamente via esgoto (LASSALI, 2003). 443
Destilação e incineração

Para solução residual de hexano P.A. segundo a tabela do anexo 3 de tratamento e


disposição final de resíduos para solventes orgânicos halogenados (PENATTI et al., 2009).

Resíduos Sólidos de Análise de Água e Efluentes

Descarte no lixo comum (aterro sanitário)

A forma de tratamento para os resíduos sólidos não tóxicos é o descarte em lixo


comum (PENATTI et al., 2009), o que pode ser aplicado para os resíduos gerados pelas
análises de SS, ST e STV, também podem ser usado para membranas Milipore usadas
em análises de SS e para os papéis de filtro usados em análise de OG (pois o hexano é
totalmente evaporado no procedimento).

Blendagem e incineração

Os papéis de filtro usados para as análises de fenol e fósforo devem ser submetidos
à blendagem e posteriormente enviado a incineração, pois este é o método indicado
para resíduos sólidos tóxicos (PENATTI et al., 2009).

Diluição e neutralização

Para resíduo sólido de análise de OG, a celite retida no papel de filtro junto ao resíduo
sólido proveniente de amostra (que é conservada com H2SO4 P.A.) deve ser diluída com
o mesmo volume de água e neutralizada, este é o procedimento para resíduos ácidos
sólidos ou em pastas (MACHADO, 2005).

Resíduos Líquidos de Análises de água e efluentes

Neutralização e descarte via sistema público de saneamento


estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

Surfactantes/detergentes: para essa análise são gerados dois tipos de resíduos sepa-
radamente (complexo entre detergente e o corante azul de metileno com clorofórmio e
a solução de lavagem). Para solução de lavagem usada para essa análise (solução ácida
diluída) deve ser neutralizada e descartada via esgoto (PENATTI, 2009), Dureza total:
como para resíduo químico contendo Ni-EDTA deve-se corrigir pH, filtrar, neutralizar e
descartar na pia, logo para Ca-EDTA e Mg-EDTA cabe esse método de tratamento (SCH-
NEIDER, 2007), para dureza, Ca-EDTA também adotasse este método de tratamento.

Diluição, neutralização e aterro industrial

É preciso corrigir o pH, precipitar com hidróxido e filtrar. A parte sólida deve ser
444 encaminhada ao aterro industrial por se tratar de um sal inorgânico e a parte líquida
deve ser neutralizada e descartada via sistema público de saneamento segundo tabelas
do anexo 4 e 5 (SCHNEIDER, 2007). O que pode ser aplicado às análises: DQO, Ni-
trogênio Orgânico, Ferro total, Fósforo, Sulfeto e Sulfato.

Diluição, neutralização e incineração

O tratamento dos resíduos líquidos de laboratório para soluções ácidas deve pro-
mover diluição e neutralização e o decantado e o sobrenadante devem ser incinerados
(PENATTI et al., 2009). O que pode ser aplicado às análises de sílica e nitrato.

Destilação e incineração

Para fenóis deve-se adotar o mesmo tratamento e disposição final de resíduos que
para solventes orgânicos halogenados (PENATTI, 2009). Para os surfactantes/detergentes,
adotar tratamento e disposição final de resíduos para solventes orgânicos halogenados,
neste caso cabe promover destilação e incineração, ou seja, para íon complexo, entre o
detergente e o corante azul de metileno com clorofórmio P.A. (PENATTI et al., 2009).

Precipitação

Para o ácido fluorídrico e para soluções de fluoretos inorgânicos aconselha-se pre-


cipitar com carbonato de cálcio e separar o precipitado (MACHADO, 2005).

Neutralização, descarte via sistema público de saneamento e tratamento/aterro industrial

DBO/OD: é aconselhado neutralizar o resíduo e encaminhar para aterro industrial.


Cloretos: para resíduo químico contendo sais de prata e cromo (ou cromato)
aconselha-se corrigir a pH ácido, precipitar com haletos e filtrar. Da parte sólida recu-
pera-se a prata (Ag) e o sobrenadante deve ser evaporarado (concentrado) e seguir o
tratamento para o cromo. O resíduo contendo cromo deve ser corrigido o pH, precipitar
com hidróxido e filtrar. A parte sólida deve ser armazenada e o sobrenadante deve ser
estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

neutralizado e descartado no esgoto. O resíduo sólido armazenado deve ser enviado ao


aterro industrial (SCHNEIDER, 2007).
Nitrogênio Amoniacal (método de Nessler): O tratamento sugerido para resíduo quí-
mico contendo mercúrio é corrigir o pH, precipitar com hidróxido e filtrar. O sobrenadante
deve ser precipitado com sulfeto e filtrado. Então a parte sólida deve ser armazenada e
o sobrenadante deve ser removido com excesso de sulfeto e descartar no esgoto. A parte
sólida armazenada deve ser encaminhada a aterro industrial (SCHNEIDER, 2007).
Alcalinidade total: para resíduos ácidos sem metais pesados (ácido clorídrico, sulfú-
rico, nítrico, acético, perclórico, ácidos sólidos, etc.) aconselha-se neutralizar com uma
base (sugere-se uma mistura de bicarbonato de sódio + carbonato de cálcio), acertar o pH
entre 6,0 e 8,0 e descartar o sobrenadante na pia sob água corrente. Se houver material
sólido, verificar se pode ser descartado no lixo, caso contrário, deverá ser acumulado
e, posteriormente, enviado para tratamento ou descarte (LASSALI, 2003). 445
Nitrogênio Amoniacal (método titulométrico): mesmo método adaptado para
resíduo proveniente de análise de alcalinidade total.

Oxidação, neutralização, diluição e descarte via sistema público de saneamento

Nitrito: para resíduo contendo amina aromática o tratamento sugerido é a destruição


que pode ser realizada através da oxidação por KMnO4 em meio ácido, em temperatura
ambiente e adicionar NaHSO4 para eliminar o excesso de MnO4-. Seguido de neutra-
lização com NaOH, diluição e descarte na pia sob água corrente (LASSALI, 2003).

Redução, diluição e descarte via sistema público de saneamento

OC: agentes oxidantes como permanganatos podem ser reduzidos por hipossul-
fito de sódio e o excesso de hipossulfito deve ser eliminado com H2O2. Para finalizar,
deve-se diluir e descartar na pia (LASSALI, 2003).
Os resíduos gerados no laboratório de análise ambiental (LAA) em estudo foram
classificados em excedentes de amostra (REA), resíduos de limpeza das vidrarias (RLV)
e resíduos químicos provenientes das análises (RQA), tanto sólidos, semissólidos e
líquidos. Cada um destes apresentaram qualidade e quantidades específicas, sendo os
RQA líquidos os que apresentaram o maior volume, 306,15 L, no período de realização
do estudo requerendo portanto atenção especial.
Os RLV totalizaram 21,87 L, enquanto os REA 24,0 L no período em estudo. Já
os RQA sólidos e semissólidos gerados na realização dos procedimentos analíticos
totalizaram a massa de 311,64 g.
Embora a NBR 10.004 não mencione diretamente os resíduos gerados em LAA,
ela abrange determinados líquidos cujas particularidades tornem inviáveis o seu lan-
çamento na rede pública de esgotos ou corpos hídricos. Neste caso, tanto os resíduos
caracterizados neste estudo, como diversos outros, oriundos da análise de outros parâ-
metros não caracterizados neste estudo, podem se enquadrar neste perfil, merecendo
então gerenciamento especial.
De forma geral, é de fundamental importância o correto gerenciamento destes re-
estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

síduos, uma vez que possuem substâncias ácidas (ácidos nítrico, clorídrico, sulfúrico,
solução sulfocrômica), solventes orgânicos (acetona e hexano), amostras de águas ou
efluentes contaminados, além de diversos reagentes e soluções considerados tóxicos,
devido a presença de íons como Hg2+, Ba2+, Cr3+, CN-, entre outros.

CONCLUSÃO

Nem todos os resíduos caracterizados podem ser considerados perigosos ou pre-


judiciais ao meio ambiente, uma vez que existem pequenas quantidades de sólidos e
líquidos aparentemente inertes. Entretanto deve-se estudar a geração de novas substân-
cias a partir das misturas reacionais e suas características além da ação ambiental. Esta
é uma questão de responsabilidade objetiva, sendo o que se espera de profissionais que
446 atuam em laboratórios de ensino, pesquisa e, principalmente, de análises ambientais.
CHARACTERIZATION OF THE CHEMISTRY WASTE GENERATED
IN ENVIRONMENTAL LABORATORY

Abstract: generating chemical wastes in environmental analysis laboratories is a


problem for the environment and human health. This study has aimed to characterize
qualitatively and quantitatively the waste generated during the preparation and analy-
sis of environmental samples. The results showed that 1224.60 L/year of liquid waste
are generated by the analytical procedures. These have the most diverse compositions
according to the analytical method adopted.

Keywords: environmental analysis; chemistry waste management; chemistry lab waste.

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* Recebido em: 30.06.2014. Aprovado em: 30.08.2015.


estudos, Goiânia, v. 42, n. 4, p. 433-448, out/dez. 2015.

PRISCILA RAMOS FREITAS


Instituto Federal de Goiás, Rua 75, n° 46, Setor Central, CEP 74055-110, Goiânia, GO,
Brasil. E-mail: pri_priscilarf@yahoo.com.br.

ÉDIO DAMASCENO DA SILVA JUNIOR


Instituto Federal Goiano, Rodovia Sul Goiânia, Km 01, Zona Rural, Rio Verde, GO,
Brasil, CEP: 75.901-970, C. P.: 66. E-mail: ediodamasio@gmail.com.

SANDRA REGINA LONGHIN


Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Departamento de Matemática, Física e
Química, Av. Universitária, 1440, CEP 74 605-010, C.P. 86. Professora do Instituto
Federal de Goiás, Rua 75, n° 46, Setor Central, CEP 74055-110, Goiânia, GO, Brasil.
448 E-mail: sandralonghinquimica@gmail.com .

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