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7.1 - Definição
Figura 2 - Cortes e vista em planta baixa de uma fossa séptica retangular e cilíndrica.
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Disciplina: Princípios de Instalações e Construções Rurais - Prof. Tarcisio Barcellos Bellinaso
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As fossas sépticas são unidades simples, sem mecanização alguma, de baixo
custo e destinam-se ao tratamento de esgotos em locais onde não são servidas por
rede pública de coleta (Sistemas Individuais), conforme Figura 3.
2°) Decantação
Simultaneamente à fase anterior, processa a sedimentação de 60 a 70% dos
sólidos em suspensão, formando-se no fundo uma massa semilíquida chamada de
LODO.
Parte dos sólidos, mais leve que a água, como óleos e gorduras junto com gases
é retida na superfície livre (da fossa), e constitui a chamada ESCUMA ou CROSTA.
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3°) Digestão
Tanto o lodo no fundo como a escuma na superfície são atacados por bactérias
anaeróbicas e vão sendo progressivamente decompostos (transformados) em
substâncias mais simples e estáveis.
Esta transformação é chamada de DIGESTÃO e é promovida por bactérias
anaeróbicas.
Esta digestão ou oxidação ocorre em duas fases:
1°) Fase: DIGESTÃO ÁCIDA
Na 1° fase, bactérias anaeróbicas atuam sobre a matéria orgânica complexa
(proteínas, carboidratos, lipídios, etc,...) transformando em ácidos orgânicos (acético,
láctico, fórmico, etc,...) provando um abaixamento no pH e tornando o meio muito
agressivo as próprias bactérias.
As bactérias anaeróbicas que atuam nesta fase são genericamente chamadas de
“bactérias formadoras de ácidos” (Acidogênicas).
7.6 - Dimensionamento
O tanque séptico deve ser projetado de modo que suas dimensões atendam
satisfatoriamente à descarga de esgotos afluente.
O lodo, uma vez dentro do tanque, entra em digestão, e depois de algum tempo
tem seu volume reduzido (considerava-se 50 dias para a digestão completa)
independente da temporada.
Estima-se que o lodo em digestão tenha o seu volume reduzido não totalmente
(1/2 volume inicial) e o lodo antigo, já digerido tenha seu volume bem mais reduzido
(1/4 do volume inicial).
De qualquer forma, deve ser previsto no tanque um espaço para o
armazenamento deste lodo entre duas limpezas, que pode levar 1 ou mais anos.
A taxa de redução deste volume depende também da temperatura ambiente, uma
vez que a atividade das bactérias diminui com a diminuição da temperatura.
Assim, avalia-se o espaço para armazenamento ou acumulação de lodo,
indiretamente através de um período de tempo de acumulação. Este é dado na Tabela
3 em função do intervalo entre limpezas (desejável) e da temperatura ambiente.
Exercício Prático
Figura 15 - Tanque séptico circular Figura 16 - Tanque séptico circular Figura 17 - Tanque séptico
de câmara única. de câmara múltipla prismático de câmara múltipla.
a) Todo tanque deve ter pelo menos uma abertura para inspeção com a menor
dimensão igual ou superior ao diâmetro de 60 cm, que permita acesso direto ao
dispositivo de entrada do esgoto no tanque séptico (Figuras 18/19);
b) O máximo raio de abrangência horizontal admissível para efeito de limpeza é
de 1,50 m, a partir do qual nova abertura deve ser necessária (Figuras 18, 21, 22 e
23);
c) Os tanques prismáticos retangulares de câmaras em série devem ter pelo
menos uma abertura por câmara (Figura 23);
d) Quando os tanques forem executados com lajes removíveis em segmentos,
não é necessário prever aberturas, desde que esses segmentos tenham área menor ou
igual a 0,5 m².
Figura 18 - Tanque prismático de câmara única com única Figura 19 - Tanque circular de câmara única com única
abertura (NBR 7229/93). abertura (NBR 7229/93).
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Figura 20 - Tanque circular de câmaras múltiplas com única Figura 21 - Tanque prismático de câmara única com
abertura (NBR 7229/93). múltipla abertura (NBR 7229/93).
Figura 22 - Tanque circular de câmara única com múltipla Figura 23 - Tanque prismático de câmara múltipla com
abertura (NBR 7229/93). múltipla abertura (NBR 7229/93).
7.1 - Introdução
Nos locais onde os terrenos têm inclinação acentuada, como encostas de morros,
as valas devem ser instaladas acompanhando as curvas de nível (paralelas às curvas
de nível), de modo a impedir o represamento do esgoto nas extremidades.
7.2.1.3 - Dimensionamento
A vala de infiltração deve ser dimensionada para a mesma vazão adotada para o
dimensionamento do tanque séptico.
Taxa de aplicação
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⎛m ⎞
3
⎜ ⎟
= ⎝ ⎠ =m
Q dia
A= 2
Tx ⎛ m ⎞
3
⎜ ⎟
⎝ m .dia ⎠
2
Onde:
A - área total;
Q - vazão ou descarga líquida, em m3/dia;
Tx - taxa de aplicação, em m3/m2.dia.
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O tubo de distribuição da irrigação sub-superficial ou valas de infiltração deve
ter diâmetro 100mm e orifícios laterais de 5mm de diâmetro (Figura 5) e, quando for
tubo ranhurado, a ranhura é de 3mm (Figura 5 e 6). Para distribuição por gravidade
devem ser instalados com declividade de 0,003 m/m.
Figura 5 - Dimensões da
Figura 6 - Exemplo de tubo corrugado ranhurado.
ranhura e orifício dos tubos.
7.2.2 - Sumidouro
K H + K H + ... + K H
K = 1 1 2 2 n n
MÉDIO
(H + H + ... + H ) 1 2 n
H∑K
K = i i
∑H
MÉDIO
Onde:
Ki e Hi - são, respectivamente, as taxas e alturas das camadas onde foram
realizados os ensaios.
Tipos de solo
a) Sumidouro em região não arenosa (K > 500 min/m)
Esta é uma região pouco permeável onde à água leva um tempo relativamente
alto para 5 minutos baixar 1cm (5min/cm).
⎛m ⎞
3
⎜ ⎟
A=
Q
= ⎝ dia ⎠
=m 2
Tx ⎛ ⎞
3
m
⎜ ⎟
⎝ m .dia ⎠
2
Altura útil
Qualquer, desde que atenda no mínimo 1,50m entre o fundo da fossa séptica e o
nível máximo do lençol freático (Figura 9).
Caso haja necessidade de reduzir a altura útil do sumidouro, para fugir do lençol
freático, pode-se reduzir tanto o diâmetro quanto à altura do sumidouro, aumentando,
porém o número de sumidouros conforme é apresentado na Figura 10.
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Exemplo
Dimensionar o sistema tanque séptico e ainda, valas de infiltração e sumidouro
para tratamento do efluente de um restaurante que deve servir 200 refeições por dia.
Adotar taxa de infiltração para t = 6 min/cm. Considerar temperatura de Junho/Julho,
isto é, t ≤ 10°C e intervalos entre limpezas de 1 ano.
7.2.3.1 - Dimensionamento
Volume
O dimensionamento do filtro anaeróbio é determinado através da seguinte
formulação:
Vu = 1,6.N.C.T
Vu - volume útil do leito filtrante, em litros;
N - número de pessoas, habitantes ou contribuintes;
C - contribuição diária de despejos, em litro/pessoa.dia ou litro/unidade.dia
(Tabela 3, p. 7 da NBR 13.969/97);
T - tempo de detenção hidráulica de esgotos, em dias (Tabela 4, p. 7 da NBR
13.969/97), equivalente ao período de detenção, em dias (Tabela 2, p.5 da NBR
7229/93).
Nota: O volume útil mínimo do leito filtrante deve ser de 1000 litros.
Exemplo
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Dimensionar um filtro anaeróbio (um decanto-disgestor) de um edifício
comercial de escritórios de 800 pessoas. A temperatura ambiente do mês mais frio é
de 35°C e o intervalo entre as limpezas neste filtro anaeróbio é de 01 ano.