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ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS

DE CONCRETO E FUNDAÇÃO

ESTRUTURAS DE
CONCRETO PROTENDIDO
III
Prof. M.Sc. Gabriel da Motta Trevizoli
(gabriel_motta07@yahoo.com.br)

Material cortesia - Prof. Dr. Roberto Chust Carvalho


ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
EXEMPLO PRÁTICO:
 Aplicação prática do dimensionamento e detalhamento da
armadura longitudinal e transversal de uma viga de ponte
rodoviária;

 Será utilizado um sistema de pós-tração com aderência;

 Não será discutida peculiaridades relacionadas à estruturas de


pontes (esse assunto será tratado no “Curso de Pontes em
Concreto” dessa especialização);
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
ESCOPO DESSA ATIVIDADE:
 Definição das características geométricas da seção transversal e dos
diagramas de momento fletor e cortante;
 Dimensionamento da armadura no ELU;
 Detalhamento da armadura na seção transversal.
 Definição do cabo representante (cálculo do feixe-limite);
 Cálculo das perdas de protensão;
 Verificação dos estados de fissuração;
 Detalhamento gráfico da armadura na seção longitudinal da viga;
 Cálculo da armadura transversal.
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
CARACTERÍSTICAS DA PONTE:
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
CARACTERÍSTICAS DA PONTE:
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

CÁLCULO DAS
CARACTERÍSTICAS
GEOMÉTRICAS
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DA SEÇÃO TRANSVERSAL DA VIGA:

S0 S1-S5 SEÇÃO COMPOSTA


ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

CÁLCULO DOS DIAGRAMAS


DE MOMENTO FLETOR E
FORÇA CORTANTE
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
CARACTERÍSTICAS DO CARREGAMENTO:

PESO PRÓPRIO CARREGAMENTO ACIDENTAL


S0 S5
g1 - Peso próprio 12,16 10,41
(kN/m)
g2 - Tabuleiro 9,50
(kN/m)
g3 - Pavimentação 7,00
(kN/m) P (kN) 87,3
Total (kN/m) 28,66 26,91 p’ (kN/m) 10,4
Transversina (kN) 4,90 p (kN/m) 2,7
Coef. de impacto 1,3
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

DIMENSIONAMENTO DA
ARMADURA ATIVA NO ELU
DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA NO ELU
DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA NO ELU
DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA NO ELU

Detalhamento – Espaçamentos horizontais e verticais – armadura passiva


DIMENSIONAMENTO DA ARMADURA NO ELU
Detalhamento – Espaçamentos horizontais e verticais mínimos –
armadura ativa
Pré-tração

Pós-tração
CONCRETO PROTENDIDO
• Limites de protensão:
CORDOALHA
PRÉ-TRAÇÃO: PÓS-TRAÇÃO: ENGRAXADA:
Aço RN Aço RN Aço RB
0,77 ∗ 𝑓𝑝𝑡𝑘 0,74 ∗ 𝑓𝑝𝑡𝑘 0,80 ∗ 𝑓𝑝𝑡𝑘
σ𝑝𝑖 ≤ σ𝑝𝑖 ≤ σ𝑝𝑖 ≤
0,90 ∗ 𝑓𝑝𝑦𝑘 0,87 ∗ 𝑓𝑝𝑦𝑘 0,88 ∗ 𝑓𝑝𝑦𝑘

Aço RB Aço RB Aço CP85/105


0,77 ∗ 𝑓𝑝𝑡𝑘 0,74 ∗ 𝑓𝑝𝑡𝑘 0,72 ∗ 𝑓𝑝𝑡𝑘
σ𝑝𝑖 ≤ σ𝑝𝑖 ≤ σ𝑝𝑖 ≤
0,85 ∗ 𝑓𝑝𝑦𝑘 0,82 ∗ 𝑓𝑝𝑦𝑘 0,88 ∗ 𝑓𝑝𝑦𝑘

Quando não for dado o valor da tensão de escoamento, adota-se: 𝑓𝑝𝑦𝑘=0,90*𝑓𝑝𝑡𝑘


Anexos – Tabela KMD
Anexos – Tensão no aço (Vasconcelos, 1980)
Tabela de referência de bainhas

Catálogo Protende: www.protende.com.br


Tabela de referência de bainhas

Catálogo Protende: www.protende.com.br


Tabela de referência de bainhas

Catálogo Protende: www.protende.com.br


ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

DEFINIÇÃO DO TRAÇADO DO
CABO REPRESENTANTE E
FEIXE-LIMITE
CONCRETO PROTENDIDO
Detalhamento – Traçado dos cabos sistema de Pós-Tração
CONCRETO PROTENDIDO
Detalhamento – Traçado dos cabos sistema de Pós-Tração

Raio “R” mínimo, segundo NBR 6118:2014:


- p/ fios: 4 m;
- p/ barras: 8 m;
- p/ cordoalhas: 12 m.
Exigências de durabilidade
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO
CONCRETO PROTENDIDO
Detalhamento – Traçado dos cabos sistema de Pós-Tração

 Cabos curvos similar com os esforços de momento da peça;


 Determina-se a posição dos apoios;
 Definição das ancoragens ativas (vivas) e passivas (mortas);
 Inclinações prováveis do cabo representante;
 Definição das deflexões é importante pois influenciam as
perdas.
Viga Contínua
Viga Contínua

CONCRETO PROTENDIDO
Detalhamento – Traçado dos cabos sistema de
Diagrama Pós-Tração
de Momentos
Diagrama de Momentos

 Terão trajetórias semelhantes aos diagramas de momento fletor (“Onde


houver tração que se leve a protensão”);
Traçado do Cabo representante
Viga Contínua
Viga Contínua Traçado do Cabo representante
trecho 1 trecho 2 trecho 3 trecho 4

4,544,54
trecho 1 trecho 2 trecho 3 trecho 4

13 13
13 13
Carga equivalente
Diagrama de
Diagrama de Momentos
Momentos Carga equivalente

 OTraçado
cabo,
Traçado nosrepresentante
do Cabo
do Cabo trechos 1 e 3, têm mais a função de combater o cisalhamento;
representante

 Nostrechotrechos
trecho 11 trecho
trecho 22 trecho
trecho 33 trecho
trecho 44
2 e 4, combate, respectivamente, o momento fletor positivo e
negativo máximos;
 Na extremidade, ancorado no centro de gravidade da seção da peça.
Carga equivalente
Carga equivalente
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

CÁLCULO DAS PERDAS DE


PROTENSÃO
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

VERIFICAÇÃO DE TENSÕES
EM VAZIO E NOS ESTADOS DE
FISSURAÇÃO
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

DETALHAMENTO GRÁFICO DA
ARMADURA ATIVA NA SEÇÃO
LONGITUDINAL DA VIGA
DESENVOLVIMENTO DO TRAÇADO DOS CABOS
Premissas para o traçado dos cabos:
 Quando atravessam a alma, o façam de forma isolada ou, nesta região, os
cabos se espraiam;

 Que o CG dos cabos esteja contido dentro do feixe limite.

 Trechos 3, 5 e 7: regiões de momento fletor máximo;

 Trechos 2, 4 e 6: cabos espraiados na região da alma. Combate ao


cisalhamento;

 Trecho 1: parte com cabos espraiados (balanço) e outra concentrada


(primeiro apoio).

trecho 1 trecho 2 trecho 3 trecho 4 trecho 5 trecho 6 trecho 7


DESENVOLVIMENTO DO TRAÇADO DOS CABOS
Premissas para o traçado dos cabos:
Outras soluções de ancoragem:

 Cabo 1: executado por não haver lugar suficiente para acomodação da


ancoragem;

 Cabo 2 e 3: Podem ser usados para que se tenha cabos mais curtos com
pouca ondulação, reduzindo as perdas de protensão;

OBS.: Importante pensar no desenho do cabo como um todo, considerando a


interferência das demais armaduras e as dificuldades de alguns detalhes.

Cabo1 Cabo2

Cabo3
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
 Exemplo explicativo: viga de ponte que necessita de 9 cabos na seção do meio do
vão, simétrica, dois apoios e dois balanços e pertence a uma ponte com seção
transversal celular. Abaixo o esquema da viga e a seção do meio do vão já
detalhada;
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
Os próximos passos para efetuar o desenho, neste caso, são:
 Escolher a disposição dos cabos na seção de extremidade da peça;

 Escolher a disposição dos cabos na seção de apoio.

Além disso, é necessário saber a distância mínima a se empregar


entre cada uma das ancoragens entre si e entre as faces da seção;

Na ancoragem é importante que o CG da armadura esteja próximo


do CG da seção da peça evitando, assim, um momento de protensão
nessa seção.
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
 Na figura abaixo, pode-se observar a disposição da armadura na extremidade e na
seção do apoio (S0). No apoio, a disposição pode ser diferente bastando, apenas,
que o CG dos cabos estejam dentro do feixe limite.

Sext.Sext.
bal bal S0 S0
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
 Na figura abaixo, mostra-se, inicialmente, como ficaria a elevação da viga com os
níveis dos cabos nas seções extremas, S0 e S5. Em seguida, aparece o desenho final
contendo a trajetória de todos os cabos.

SSext. S0 S1 S2 S3 S4 S5
ext. bal.
bal. S0

SSext. S0
S0 S1 S2 S3 S4 S5
ext. bal.
bal.
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
Finalmente, é preciso verificar quantas trajetórias de cabos serão
necessárias para ir de uma seção a outra. Segue-se, portanto, os seguintes
passos:

 Em torno da seção S2, desenha-se um feixe de segmentos de retas paralelas com a


inclinação do ângulo usado no pré-dimensionamento;

 O espaçamento deve ser o mínimo exigido pela norma;

 A quantidade de segmentos inclinados é tal que cada um deles representará, no


máximo, 2 cabos (NBR6118:2014 – item 18.6.2.2);

 Verifique que no traçado da figura abaixo estão indicados, em cada nível, a


quantidades de cabos representada através de pequenos traços inclinados;
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
 Repete-se o roteiro para o trecho dos cabos no balanço, lembrando somente que
agora cada trajetória terá dois trechos curvos de concavidade distinta;

 Na figura abaixo são mostrados os trechos curvos dos cabos do nível mais baixo de
S0 (C1, C2 e C3) que se alojarão no nível mais baixo de S5.
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
 Finalmente, repete-se o roteiro para os outros cabos, obtendo-se o traçado final;

 Destaca-se que, até se chegar ao traçado final, há que se fazer algumas tentativas,
considerando que os cabos do nível inferior (C1, C2 e C3) podem requerer raio
pequeno para ter o ponto de tangência em S0;

 Logo, ao invés de um feixe de segmentos paralelos, pode-se utilizar um feixe de


segmentos de reta de inclinação variável, de maneira que a média fique em torno
do valor previsto no anteprojeto.
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
Desenho da armadura de protensão –
Pós-tração
ANTEPROJETO DE UMA VIGA DE PONTE EM CONCRETO
PROTENDIDO

DIMENSIONAMENTO DA
ARMADURA TRANSVERSAL
NO ELU
ARMADURA TRANSVERSAL
EFEITOS DA PROTENSÃO NO CÁLCULO DA ARMADURA
TRANSVERSAL

ALÍVIO DA CORTANTE DE PROTENSÃO

EFEITO DO ESFORÇO NORMAL DE PROTENSÃO


ARMADURA TRANSVERSAL
ALÍVIO DA CORTANTE DE PROTENSÃO
ARMADURA TRANSVERSAL
ALÍVIO DA CORTANTE DE PROTENSÃO
Normalmente, a componente vertical da força de protensão é contrária aos
carregamentos atuantes, combatendo esse efeito.

𝑉𝑑 = 𝛾𝑓𝑔 × 𝑉𝑔1 + 𝑉𝑔2 + 𝛾𝑓𝑞 × 𝑉𝑞,𝑚á𝑥 𝑜𝑢 V𝑞,𝑚í𝑛 ± 𝛾𝑓𝑝 × 𝑃 × 𝑠𝑒𝑛𝛼


𝑉𝑑 = cortante de cálculo na seção;
𝑉𝑔1 = cortante de peso próprio;
𝑉𝑔2 = cortante de sobrecarga permanente;
𝑉𝑞,𝑚á𝑥 𝑜𝑢 V𝑞,𝑚í𝑛 = cortante máxima ou mínima de ações acidentais;
𝛾𝑓𝑔 = coeficiente de ponderação no ELU de cargas permanentes;
𝛾𝑓𝑞 = coeficiente de ponderação no ELU de cargas acidentais;
𝛾𝑓𝑝 = coeficiente de ponderação no ELU de ações de protensão;
𝑃 = força de protensão na seção;
𝛼 = ângulo da tangente à trajetória no cabo.
ARMADURA TRANSVERSAL
EFEITO DO ESFORÇO NORMAL DE PROTENSÃO
 Ganho de resistência ao cisalhamento devido ao estado de descompressão da
seção (evita que a resistência da tração diagonal do concreto seja ultrapassada);

 De forma simplificada, até que as fibras da seção comecem a ser tracionadas, o


cortante existente é absorvido pela protensão.
ARMADURA TRANSVERSAL
EFEITOS DA PROTENSÃO NO CÁLCULO DA ARMADURA
TRANSVERSAL

NA PÓS-TRAÇÃO
- ALÍVIO DA CORTANTE DE PROTENSÃO
- EFEITO DO ESFORÇO NORMAL DE PROTENSÃO

NA PRÉ-TRAÇÃO
- EFEITO DO ESFORÇO NORMAL DE PROTENSÃO
ARMADURA TRANSVERSAL
CÁLCULO E VERIFICAÇÃO SEM ARMADURA TRANSVERSAL
(PAINEL ALVEOLAR)
VRd < VRd,1
VRd = máxima cortante de cálculo próxima aos apoios;
VRd,1 = cortante último resistido para situação de flexocisalhamento.

𝑉𝑅𝑑,1 = [𝜏𝑅𝑑 × 𝑘 × (1,2 + 40 × 𝜌1) + 0,15 × 𝜎𝑐𝑝] × b𝑤 × 𝑑


𝜏𝑅𝑑 = 0,25 × 𝑓𝑐𝑡𝑑 k = 1,6 – d > 1 (d em m)
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 𝐴𝑝
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 𝜌1 = ≤ 0,02
𝛾𝑐 𝑏𝑤 ∗ 𝑑
3
2
𝑁𝑠𝑑
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 0,7 ∗ 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑡𝑚 𝜎𝑐𝑝 =
𝐴𝑐
CONCRETO PROTENDIDO
Exemplo 01: Calcular a maior cortante resistida pelo painel alveolar da seção
transversal da figura. Considere:

a-) Laje sem capeamento;


b-) Laje com capa de 5 cm de concreto e funcionando com seção única.

Dados: fck = 40 MPa; aço CP190RB com 5 cordoalhas de φ = 1/2“; σp,t=∞ = 1220
MPa.
Modelo de cálculo I
 Pelo modelo I, admite-se que as diagonais de compressão são inclinadas em
45° em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural;

 Admite-se, ainda, que a parcela complementar Vc (parcela de força cortante


absorvida por mecanismos complementares ao da treliça) tem valor
constante, independente de VSd;

 Por esse modelo, a resistência da peça é assegurada pela:

 Verificação das tensões de compressão nas bielas (compressão


diagonal do concreto):
𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑,2,𝐼 = 0,27 ∗ 𝛼𝑣2 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 = 1 −
250
Modelo de cálculo I
Cálculo da armadura transversal:
 Parcela da força cortante a ser absorvida pela armadura:
𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑅𝑑,3 − 𝑉𝑐
𝑉𝑐0 = 0,6 ∗ 𝑓𝑐𝑡𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑
2/3
𝑓𝑐𝑘,𝑖𝑛𝑓 0,7 ∗ 𝑓𝑐𝑡,𝑚 0,7 ∗ 0,3 ∗ 𝑓𝑐𝑘 2/3
𝑓𝑐𝑡𝑑 = = = = 0,15 ∗ 𝑓𝑐𝑘
𝛾𝑐 𝛾𝑐 1,4
𝑀𝑜
𝑉𝑐 = 𝑉𝑐0 ∗ 1 + ≤ 2 ∗ 𝑉𝑐0
𝑀𝑆𝑑,𝑚á𝑥
 bw: é a menor largura da seção compreendida ao longo da altura útil “d”; entretanto, no
caso de elementos estruturais protendidos, quando existirem bainhas injetadas com
diâmetro Φ > bw / 8, a largura resistente a considerer deve ser (bw – 0,5 * ∑Φi), na posição
da alma em que essa diferença seja a mais desfavorável, à excessão do nível em que se
define o banzo tracionado da viga.
Modelo de cálculo I
 Mo: é o valor do momento fletor (momento de descompressão) que anula a tensão normal
de compressão na borda da seção (tracionada por Md,máx) provocado pelas forças normais
de diversas origens concomitantes com VSd, sendo essa tensão calculada com os valores
iguais a γf1 = 1 e γf2 = 0,9, respectivamente; os momentos correspondents a essas forças
normais não devem ser considerados no cálculo dessa tensão, pois são considerados em
Msd; devem ser considerados apenas os momentos isostáticos de protensão.

𝑁 𝑁∗𝑒
𝑀𝑜 = + ∗𝑊
𝐴 𝑊𝑖
 MSd,máx: é o valor do momento fletor de cálculo, máximo no trecho em análise, que pode
ser tomado como o de maior valor no semitramo considerado (para esse cálculo não se
considera os momentos isostáticos de protensão, apenas os hiperestáticos).

𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = ∗ 0,9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑤𝑑 ∗ (𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑐𝑜𝑠𝛼)
𝑠
Modelo de cálculo II
 Pelo modelo II, admite-se que as diagonais de compressão têm inclinação
diferente de 45° em relação ao eixo longitudinal do elemento estrutural (entre
30° e 45°);

 Admite-se, ainda, que a parcela complementar Vc (parcela de força cortante


absorvida por mecanismos complementares ao da treliça) sofre redução com o
aumento de VSd;

 Por esse modelo, a resistência da peça é assegurada pela:


 Verificação das tensões de compressão nas bielas (compressão diagonal do
concreto):

𝑉𝑆𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑,2,𝐼𝐼 = 0,54 ∗ 𝛼𝑣2 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 ∗ 𝑠𝑒𝑛2 𝜃 ∗ (𝑐𝑜𝑡𝛼 + 𝑐𝑜𝑡𝜃)


𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣2 =1−
250
Modelo de cálculo II
 Cálculo da armadura transversal:

 Parcela da força cortante a ser absorvida pela armadura:


𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑅𝑑,3 − 𝑉𝑐

 Onde:
𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = ∗ 0,9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑦𝑤𝑑 ∗ 𝑐𝑜𝑡𝛼 + 𝑐𝑜𝑡𝜃 ∗ senα
𝑠
𝑀𝑜
𝑉𝑐 = 𝑉𝑐1 ∗ 1 + ≤ 2 ∗ 𝑉𝑐0
𝑀𝑆𝑑,𝑚á𝑥

Vc1 = Vc0 VSd < Vc0


Vc1 = 0 VSd = VRd2
ARMADURA TRANSVERSAL
QUANTIDADE MÍNIMA DE ESTRIBOS
𝐴𝑠𝑤 𝑓𝑐𝑡𝑚
𝜌𝑠𝑤,𝛼 = = 0,2 ∗
𝑏𝑤 ∗ 𝑠 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑓𝑦𝑤𝑘

Asw = área da seção transversal dos estribos;


s = espaçamento entre os estribos;
α = inclinação da armadura em relação ao eixo longitudinal da peça;
bw = largura média da alma;
fywk = valor característico da resistência ao escoamento do aço;
fctm = 0,3 x fck2/3 = resistência à tração média do concreto.
ARMADURA TRANSVERSAL
ESPAÇAMENTO MÁXIMO DE ESTRIBOS
DE ACORDO COM O ITEM 18.3.3.2 DA NBR6118:2014, O ESPAÇAMENTO
LONGITUDINAL ENTRE OS ESTRIBOS DEVE ATENDER:

0,6 ∗ 𝑑 ≤ 300 𝑚𝑚, 𝑠𝑒 𝑉𝑆𝑑 ≤ 0,67 ∗ 𝑉𝑅𝑑,2


smáx
0,3 ∗ 𝑑 ≤ 200 𝑚𝑚, 𝑠𝑒 𝑉𝑆𝑑 > 0,67 ∗ 𝑉𝑅𝑑,2

O ESPAÇAMENTO TRANSVERSAL DEVE ATENDER:

𝑑 ≤ 800 𝑚𝑚, 𝑠𝑒 𝑉𝑆𝑑 ≤ 0,20 ∗ 𝑉𝑅𝑑,2


st,máx
0,6 ∗ 𝑑 ≤ 350 𝑚𝑚, 𝑠𝑒 𝑉𝑆𝑑 > 0,20 ∗ 𝑉𝑅𝑑,2
CONCRETO PROTENDIDO
Exemplo 02: Calcular o espaçamento “s” de estribos simples necessários em
uma viga de seção retangular submetida a um esforço cortante Vk = 2600 kN.
Dados: bw = 70 cm; d = 200 cm; fck = 30 MPa; 6 cabos de cordoalha de φ=1/2”
(Ap,unit = 11,15 cm²); inclinação do cabo de 9°; σp,t=∞ = 972 MPa; ep = 0,2 m; A =
6,22 m²; Wi = 1,22 m³; Msd = 22765 kN.m.

Exemplo 03: Resolver o exemplo 02 considerando o Modelo II, com inclinação


da biela θ = 30° e estribos a 90°.
Quadro 3 Resumo das expressões usadas para cálculo de peças sem armadura
transversal e a treliça análoga de MORSCH
Cortante de
cálculo considerando Vd = γfg (Vg1+Vg2)+ γfq (Vqmáx ou min)+ fp x P x sen (10.10)
cabo curvo de protensão
Cortante em lajes sem VRd  VRd1
armadura transversal (10.11)

Cortante máximo para  


VRd1   Rd  k 1,2  40 1   0,15   cp  b w  d
(10.12)
diagonal tracionada
Armadura transversal A st Vd 1
necessária treliça   (10.13)
s sen  f yd  z  (1cot  )
análoga de Morsch
Taxa de armadura Ast
t  (10.14)
transversal bw  s  sen

Taxa de armadura 1,15   wd 1


transversal em função da  t   (10.15)
f yd sen   (sen   cos  )
tensão de cisalhamento
Espaçamento da A st  d  f yd  (sen   cos ) (10.16)
armadura transversal s
1,15  Vd
Taxa de armadura A st
transversal considerando  t ,90  (10.17)
bw  s
estribos com 900
Taxa de armadura 1,15   wd
transversal em função da  t ,90  (10.18)
f yd
tensão de cisalhamento
considerando estribos
com 900
Espaçamento da A st  d  f yd
armadura transversal s (10.19)
1,15  Vd
com estribo a 900
Quadro 10.5 Resumo das expressões usadas para cálculo no estado limite último com a
treliça generalizada de MORSCH- Modelo II (300    450).

Rd 2,II  0,54   v 2  f cd  b w  d  sen   cot   cot  (10.32)


Cortante resistido para V 2
compressão diagonal
Tensão resistida para  Rd 2, II  0,54   v 2  f cd  sen 2   (cot   cot )
compressão diagonal (10.33)
Cortante a ser absorvido A 
Vsw   sw   0,9  d  f ywd  (cot   cot )  sen  (10.34)
pela armadura transversal.  s 
1,11   sw 1
Cortante resistido pelo  sw ,   (10.35)
concreto na flexão simples f ywd sen   (cot   cot )
Cortante resistido pelo Vc = Vc1 (1+ Mo / MSd,máx ) ? 2Vc0
concreto na flexão Vc1 = Vc0 quando Vsd<Vc0
composta com normal de (10.36)
Vc1 = 0 quando Vsd=VRd2
compressão (protensão), interpolar linearmente para valores intermediários
A 
Cortante resistido pela Vsw   sw   0,9  d  f ywd  cot  (10.37a)
armadura – situação de  s 
estribo
A  (10.37b)
Espaçamento da armadura s   sw   0,9  d  f ywd  cotθ
–situação de estribo  Vsw 
1,11   sw 1
Taxa de armadura  sw ,90   (10.38)
transversal considerando f ywd cot 
estribos com 900

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