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e 21-2a

MINISTÉRIO DO E:ximCITO
ESTADO-MAIOR DO EXERCITO

Manual de Campanha

LEITURA DE CARTAS
E
FOTOCiRAFIAS AÉREAS

2.• Edição

1980
e 21-26

MIN IST~RIO DO exi;RCITO

ESTADO -MAIOR DO EXÉRCIT O

Manual de Campan ha

LEIT URA DE CART AS


E
FOTO GRAF IAS AÉRE AS

2~ Ed ição
1980

CARGA
Preço
EM ..... ... .. .
Portaria nÇ 025 - EME, de 17 de março de 1980

MANUAL DE CAMPANHA C21-26


(APROVAÇÃO)

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, usando das atribuições que


lhe conferem o § 5<? do Art 46 e o Art 55 das "Instruções Gerais para as Publica-
ções do Ministério do Exército" (IGPMEx). aprovadas pela Portaria Ministerial
n<? 1.335, de 04 de setembro de 1975,

RESOLVE

1. Aprovar o Manual de Campanha C21 - 26 - LEITURA DE CARTAS E


FOTOGRAFIAS AÉREAS, 2é! Edição, 1980.

2. Revogar os Manuais de Campanha C21 - 25 - LEITURA ELEMENTAR


DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS, 1é! Edição (Port EME, de 20 Nov 52) e
C21 - 26 - LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS (Avançado),
1é! Edição, (Port EME, de 1957).

Gen Ex ERNANI AYROSA DA SILVA


Chefe do EME
NOTA

Solic1ta•se aos usuários deste manual a apresentação de sugestões que tenham


por obíetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à supressão de eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo e a linha do
texto a que se referem, devem conter comentários apropriados para seu enten•
dimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de acordo com o
Art 71 das IGPMEx, utilizando-se a carta-resposta constante do final desta
publicacão.
ÍNDICE DOS ASSUNTOS

Prf Pag

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . 1- 1 e 1- 2 1- 1

CAPÍTULO 2- CARTAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2- 1 a 2- 3 2- 1

CAPÍTULO 3- CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS


E SÍMBOLOS MILITARES . . . . . . 3- 1
ARTIGO 1 - Convenções cartográficas . . . . . . . . 3- 1 3- 1
ARTIGO li - Símbolos militares . . . . . . . . . . . . 3- 2 3- 2

CAPÍTULO 4- ESCALAS - MEDIDA DE DISTÂN-


CIA
ARTIGO 1- Escala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4- 1 e 4- 2 4- 1
ARTIGO 11 - Instrumentos para medidas . . . . . . . 4- 3 a 4- 5 4- 3
ARTIGO 111 - Determinação da escala da carta . . . 4- 6 e 4- 7 4- 5
ARTIGO IV - Construção de uma escala gráfica . . . 4- 8 e 4- 9 4- 7

CAPÍTULO 5- DIREÇÃO E AZIMUTE


ARTIGO 1- Generalidades . . . . . . . ........ 5- 1 a 5- 3 5- 1
ARTIGO 11 - Declinação magnética e convergên-
cia de meridianos . . . . . ........ 5- 4 e 5- 5 5- 3
ARTIGO 111 - Diagrama de orientação . .... .... 5- 6 a 5- 11 5- 4
ARTIGO IV - Bússola. . . . . . . . . . . . ... ..... 5-12 a 5-16 5- 9

CAPÍTULO 6- DESIGNAÇÃO E LOCAÇÃO DE


PONTOS NA CARTA
ARTIGO 1 - Generalidades . . . . . . . . . . . . . . . 6- 1 6- 1
Prf Pag

ARTIGO li - Cooroenadas geográficas ........ 6- 2 e 6- 3 6- 1


ARTIGO Ili - Coordenadas retangulares ....... . 6- 4e 6- 5 6- 6
ARTIGO IV- Coordenadas polares . . . . . . . . . . . 6- 6 6 - 16
ARTIGO V- Linha código e tela código ....... 6- 7e 6- 8 6-19
ARTIGO VI- Outros processos de designação de
pontos .......... ... ....... 6- 9a 6-11 6-22

CAPÍTULO 7- RELEVO
ARTIGO 1- Representação do relevo ........ 7- 1 7- 1
ARTIGO li - Formas do terreno ............ 7- 2 a 7- 5 7- 4
ARTIGO Ili - Leis do modelado . . . . . . . . . . . . . 7 - 6a 7- 9 7-16
ART IGO IV- Declive . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 - 10 a 7-13 7-23

CAPÍTULO 8- IDENTIFICAÇÃO DA CARTA


COM o TERRENO
ART IGO 1- Orientação da carta . . . . . . . . . . . . 8- 1 a 8- 6 8- 1
ARTI GO li - Giro d o horizonte ..... . . . . . . . . 8- 7 8 -10

CAPÍTULO 9- FOTOGRAFIAS AÉREAS E FOTO-


CARTAS
ARTIGO 1- Fotografias aéreas . . . . . . . . . . . . . 9- 1 a 9- 8 9- 1
ARTIGO li - Fotocartas . . . . . . . . . . . . ...... 9- 9 a 9-13 9 - 11
ARTIGO Ili - Visão estereoscó pica ....... . ... 9- 14 a 9-17 9-18
ARTIGO IV- Disto rção e restit uição ... . .. . ... 9-18 a 9- 23 9 - 23

CAPÍTULO 10 - CONFECÇÃO DE MAPAS PLANI-


MÉTRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . 10- 1 a 10- 6 10- 1

ANEXO A- PROJEÇÕES . . . . . . . . ... . . ... A- 1 a A- 5 A- 1


CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1-1. FINALIDADE
O presente manual tem por finalidade estabelecer a doutrina referente à utili·
zação de cartas, de fotografias aéreas e de fotocartas.

1·2. OBJETIVO DA INSTRUÇÃO


a. Necessidade de instrução - as armas e serviços utilizam cartas, daí a neces•
sidade de todos os militares serem capazes de fazer a leitura de cartas, de fotografias
aéreas e de fotocartas, com precisão e facilidade. A capacidade de sentir o terreno,
representado em uma carta, somente é alcançada pela instrução prática.
b. Tipos de cartas utilizadas na instrução - o material utilizado na instrução
deve ser idêntico ao empregado em combate. As pequenas unidades poderão, em
operações reais, não dispor de cartas em escala grande e coloridas, providas de
curvas de nível. Surge pois, a necessidade da instrução abranger o estudo das cartas
de pequena escala, fotocartas e fotografias aéreas.
e. Programa de instrução - a instrução de emprego das cartas e fotografias
aéreas deve ser ministrada tanto em sala como no campo. O programa de instrução
deve comportar as convenções cartográficas, os símbolos militares, as escalas das
cartas e das distâncias, as direções e os azimutes, o emprego da bússola, a orientação
sem auxílio da bússola, a locação de pontos do terreno, o emprego de inscrições
marginais e a interpretação das fotografias aéreas. No decorrer da instrução, devem
ser realizadas provas práticas freqüentes para verificar se os instruendos estão pro·
grerlindo convenientemente.

1-1
CAPÍTULO 2

CARTAS

2-1. DEFINIÇÃO
a. Carta - é a representação, em escala, sobre um plano, dos acidentes natu·
rais e artificiais que se encontram na superfície do solo, bem como da configuração
dessa superfície. Embora desenhada em escala, não é absolutamente precisa porque,
sendo a superfície da terra esférica, não permite sua representação exata num plano,
originando deformações inevitáveis.
b. Procurando diminuir P.ssas deformações, foram criados diversos tipos de
projeção para a referida representação.

2-2. CLASSIFICAÇÃO MILITAR DAS CARTAS

a. Classificação geral
( 1) Carta topográfica - reproduz os acidentes naturais e artificiais da
superfície terrestre de forma mensurável, mostrando suas posições horizontais e ver-
ticais. A posição vertical ou relevo é normalmente determinada por curvas de nÍ'!!!I,
com as cotas referidas ao nível do mar.
(2) Carta planimétrica - representa apenas a posição horizontal do aciden-
te reproduzido. Distingue-se da carta topográfica pela omissão do relevo em condi-
.ção de ser medido.
(3) Carta fotográfica - é a reprodução de uma fotografia aérea ou mosai-
co, constituído de uma série destas fotografias, que se completou com uma qua-
driculação arbitrária, dados marginais, nomes, numeração de estradas, curvas de
nível, elevações importantes, limites, escala e orientação aproximadas. Normalmen-
te se denomina fotocarta. O traçado de curvas de nível é excepcional.
(4) Carta em relevo - reproduz as diferenças de nível por meio de som-
breamento, colorido, etc. A carta em relevo plástica, é uma carta topográfica nor-

2- 1
2-2 e 21-26
mal, que foi impressa sobre base de matéria plástica, de maneira que o relevo, indi-
cado pelas curvas de nível seja efetivamente reproduzido, em escala aumentada.
(5) Carta especial - é uma carta destinada a fim particular, como por
exemplo, uma carta de rede de vias de transporte.
b. Classificação pela escala
(1 l Escala pequena - igual ou inferior a 1/500.000.
(2) Escala média - maior que 1/500.000 e menor que 1150.000.
(3) Escala grande - superior a 1/50.000
e. Classificação militar e utilização
(1) Carta geral - em escala infirior a 1/ 1.000.000, destina-se a fins gerais
cf:- planejamento.
(2) Carta estratégica - em esca a de 1/ 1.000.000, destina-se a emprego
no •-nejamento de movimentos, concentracão e suprimento.
(3) Carta estratégico-tática - em escala de 1/250,000 ou eventualmente,
na escala de 1 /500.000, destina-se a emprego no planejamento pormenorizado, uti-
lização no preparo de gráficos para esclarecimento de ordens. producão de cartas
em relevo pltísticas (escala média) e uso como carta rodoviária ou carta para as
diversas fases do apoio aproximado ar-terra. Na falta de cartas em escala maior,
ainda serve cor,o carta tática ou de controle do tiro de artilharia de campanha.
(4) Carta •odoviária - em escala igual ou inferior a 1 /250.000 é utilizada
nos movimento~ ~• ,c..i. e administrativos de tropas. Em certos casos, a mesma
carta, na escala de 1/25" .000, pode ser usada como carta estratégico-tática e carta
rodo viã ria.
(5) Carta tática - em escala de 1 / 5~' 000, é ·usada para fins táticos e admi-
nistrativos. Por vezes em lugar desta escala, pov~· se empregar a de 1/25.000 ou a de
1/100.000. A carta tática é comumente usada por tod<)~ as Armas e Serviços.
(6) Carta de artilharia - em escala de 112b ,.,.,, é empregada na d1recão
do tiro de artilharia. A carta de 1 /50.000 pode, em certos CJSOS, servir para este fim.
(7) Carta fotográfica ou fotocarta - definida em a(3), prefenvelmente na
escala de 1/25.000, podendo porém ser de 1/10.000, e utilizada para fins táticos e
ad ministrativos.
(8) Planta urbana - em escala igual ou superior a 1/10.000, destina-se a
representação dos arruamentos urbanos, assim como a localizacão dos principais
edifícios e de outros acidentes que sejam de importância e possam ser representa-
dos na escala. Um tipo desta planta ressalta as principais vias que atravessam a
área urbana.

d. Cartas aeronáuticas - estas cartas, produzidas e distribuidas pelo Minis-


tério da Aeronáutica, classificam-se de acordo com a utilização a que se destinam.
(1) Carta de planejamento - em escala igual ou inferior a 1/5.000.000,
destina-se a determinação de rotas internacionais, organização de amplos sistemas
de transporte aéreo e controle de movimentos aéreos estratégicos.

2-2
c 21-25 2-2/2-3

(21 Carta de navegação aérea de longo alcance - em escala de 1 /1.000.000


a 1/5.000.000, é ut1l1zada para a navegação astronômica e por instrumento.
(3) Carta de navegação aérea normal - em escala de 1/25.000 a
1/ 1.000.000, também denominada carta de pilotagem, é utilizada na navegação pre-
cisa à vista. Abrange áreas de terra e água indicando meios auxiliares e perigos para
a navegação.
(4) Carta de aproximação - em escala de 1/250.000 a 1/50.000, ou
mesmo maio:, é empregada na fase aérea do apoio terra-ar e na navegação visual
sobre áreas congestionadas. Fornece dados sobre obstruções críticas e outros por-
menores relativos à direção de aproximação desejada. Pode ainda, apresentar vistas
panorâmicas e perspectivas oblíquas.
(5) Carta de objetivo - em escala grande, serve para desginação de um
objetivo aéreo particular. Contém informações esquemáticas, que localizam exata-
mente os objetivos determinados ou identificam um objetivo particular numa área
geral.

2-3. CUIDADOS PARA COM AS CARTAS EM CAMPANHA


a. As cartas devem ser tratadas com cuidado, dado o fato de seu suprimento
ser limitado. Devem, sempre que possível, ser colocadas em um porta-cartas e cober-
tas com uma folha de papel transparente (papel acetato). Este papel adere facil-
mente à carta, protegendo-a contra a umidade e permitindo que se escreva com gra-
fite ou lápis especial. As anotações devem ser feitas levemente, de modo a serem
facilmente apagadas com borracha ou algodão embebido em álcool.
b. Quando empregadas pelas tropas em campanha as cartas devem ser dobra-
das em forma de sanfona, corno está ilustrado nas figuras 2-1 e 2-2 e, colocadas
no bolso para protegê-las do sol e da umidade.
e. As fotografias aéreas sem moldura, devem ser guardadas em um invólucro
à prova de umidade e nunca devem ser enroladas. As fotografias não devem ser
colocadas próximas a aparelhos de aquecimento e, quando expostas às variações
de temperatura, reforçá-las mediante o emprego de um material apropriado, tecido
ou tela, colado em seu verso.

2-3
e 21-26

CD

Fig 2- 1. Duas maneiras de se dobrar uma carta

COllTE

oi


Fig 2-2. Maneira de oortar e dobrar uma carta para uso em campanha

2-4
CAPÍTULO 3

CONVENÇOES CARTOGRAFICAS E SÍMBOLOS MILITARES

ARTIGO!

CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

3-1. GENERALIDADES
a. Convenções cartográficas - sito símbolos empregados nas cartas para
indicar construções e acidentes existentes no terreno. Geralmente constituem
desenhos simples, semelhantes aos acidentes e construções que representam. A
lista completa das convenções cartográficas de emprego autorizado nas cartas mili-
tares, consta dos manuais de campanha C21 - 30 - Abreviaturas, Símbolos e Con-
venções cartográficas, HI Edição, 1972 e técnico T 34- 700 - Convenções Carto-
gráficas, H e 2~ partes, HI Edição, 1975.
b. Quando cartas estrangeiras são adaptadas e distribuidas às tropas, as con-
venções cartográficas que diferem das adotadas nas cartas brasileiras são apresen-
tadas na margem da carta.
e. Cores - as cores são empregadas em algumas cartas, para auxiliar a iden-
tificação de elementos do terreno. Essas cores são:
(1) Preto - nomenclatura e a planimetria de uma maneira geral, com
exceção da hidrografia.
(2) Azul - toda a hidrografia. Traçado das margens, em geral representa-
çfio de nascentes, poços, cisternas, bicas, brejos, encanamentos e terrenos enchar-
cados.
(3) Vermelho - rodovias principais (até as de 3~ classe inclusive).
(4) Sépia (castanho) - curvas de nível, inclusive as respectivas altitudes -
relevo.
(5) Verde - para representar toda a vegetação. Em gradação simples:

3- 1
3-1/3-2 e 21-26
bosques, parques, culturas, macegas e mangues. Em gradação dupla: florestas,
matas e cerrados.

ARTIGO li
SÍMBOLOS MILITARES

3-2. GENERALIDADES
Os símbolos militares foram estabelecidos para representar vários tipos de
organizações, atividades e instalações militares. Esses símbolos são empregados
para indicar o valor e a identidade das unidades e instalações, o tipo e a localiza-
ção de armas de apoio, as linhas essenciais e os lim1 tt.. para uma operação. As insta-
lações amigas são geralmente representadas em azul, e as instalações inimigas em
vermelho. Esses símbolos são especificados no manual de campanha C 21-30.

3-2
CAPÍTULO 4

ESCALAS - MEDIDA DE DISTÂNCIA

ARTIGO 1

ESCALA

4-1. DEFINIÇÃO
a. É a relação existente entre as dimensões representadas na carta e seus valo-
res reais correspondentes no terreno.
b. As cartas trazem, normalmente impressas nas margens, as escalas respecti-
vas, podendo apresentar-se sob diversas formas.

4-2. FORMAS DE ESCALA


a. Escala numérica - a escala numérica é representada por uma fração. Apli-
cando a definição ao exemplo mostrado na figura 4-1, teremos:

_ grandeza na carta ou dimensão gráfica (d) .


Esca 1a (E) - . _ ou seia
grandeza no terreno ou dtmensao real (D) '
d 0,025m 25
E=-
D 625m 625.000

Para facilidade de cálculo, as escalas têm sempre como numerador a unidade,


bastando, para tal, dividirmos ambos os termos da fração pelo numerador. A escala
será então

25
E ou 1 /25.000 ou ainda 1 :25.000.
625.000 25.000
significando que:
1 m na carta corresponde a 25.000m (25km) no terreno.

4-1
4-2 e 21-26
1 cm na carta corresponde a 25.000cm (250ml no terreno.
1 mm na carta corresponde a 25.000mm 125ml no terreno.
Uma escala será tanto maior quanto menor for o valor do denominador da
fração que a representa.

Fig 4-1. Dados para a escala numérica

b. Escala de equivalência - a escala pode ser expressa por uma equivalên-


cia. Exemplo: 1 cm = 250m (significando que 1 cm na carta corresponde a 250m
no terreno).
Pode ser linear ou ,ransversal:
(1) Escala linear - apresenta duas graduações, uma da origem (zero} para
a direita representando, cada espaço, uma unidade tomada por base, e outra, da
origem para a esquerda (talão) que apresenta subdivisões dessa unidade. As medidas
inferiores bs graduações do talão são feitas por interpolação.

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Fig 4-2. Escala gráfica linear.

4-2
c 21-2s 4-2/4-4

(2) Escala transversal - esta escala nos dá maior precisão mas não vêm
gravadas nas cartas, motivo pelo qual não trataremos delas.

ARTIGO li
INSTRUMENTOS PARA MEDIDAS

4-3. CURVÍMETRO
a. O curvímetro é um instrumento que serve para medir distâncias na carta
em linha reta, quebrada ou curva. Normalmente ele é constituido por uma roda
dentada conjugada a outras duas, uma pequena e outra grande. Estas rodas fazem
cada uma girar um ponteiro sobre o limbo graduado. Há dois tipos mais comuns de
curvímetros: um decimal em que o limbo é graduado em centímetros e em milí-
metros e o outro em que o limbo já possui, nos dois lados, graduações referentes ãs
escalas mais comuns. Para medir distâncias com o curvimetro, procede-se da
seguinte maneira:
(1) Faz-se girar a roda dentada até o ponteiro estar em coincidência com a
origem da graduação.
(2) Toma-se o curvímetro na vertical (Fig 4-3) com o limbo voltado para
o operador; no caso de graduação referente às escalas, ter o cuidado de reconhecer
qual dos lados contém a escala da carta em que se trabalha.
(3) Coloca-se a roda dentada sobre o ponto inicial da medida, de modo
que o curvímetro tenha de se deslocar para a frente do operador.
(4) Desloca-se, assim, o curvímetro por linhas retas, quebradas ou curvas,
até o ponto final da distância a medir.
(5) Lê-se no mostrador do curvímetro as graduações marcadas. Caso seja
um curvímetro decimal tem-se a medida em centímetro e milímetros e, aplicando-se
a escala da carta, obtém-se a distância procurada. Caso seja um curvímetro em que
os limbos já estão graduados nas escalas mais comuns, lê-se diretamente o valor
procurado.
b. Poderá, ainda, acontecer que o limbo do curvímetro não possua graduação
para a escala da carta que se está trabalhando. Neste caso, utiliza-se uma das escalas
do curvímetro e multiplica-se ou divide-se a leitura feita pela relação de proporcio-
nalidade entre as duas escalas.

4-4. RÉGUA MILIMETRADA


a. A distância real entre dois pontos poderá ser determinada com auxílio de
uma régua graduada em milímetros, multiplicando-se a leitura feita na régua, entre
os dois pontos na carta, pelo denominador da escala.
b. Por exemplo, se numa carta de escala E = 1 /25.000 achamos uma distân-
cia gráfica de 3,2cm entre dois pontos, a distância real será:
D = 3,2cm x 25.000 = 80.000cm = 800m

4-3
4 - 4/4 - 5 c 21-2a

Fig 4 - 3. Curvímetro

4 -5. RÉGUA DE ESCALAS


a. Existem réguas graduadas com diferentes escalas gráficas. A de seção trian-
gular, por exemplo, apresenta em seu conjunto seis diferentes escalas.
b. Aplicando-se a régua com a graduação correspondente à escala da carta,
sobre a distância a medir, leremos diretamente o valor real dessa distância.
e. Caso a régua não possua a graduação para a escala em que se está traba-
lhando, utiliza-se outra escala e multiplica-se ou divide-se a leitura feita pela relação
de proporcionalidade entre as duas escalas. A relação de proporcionalidade sempre
que possivel deve ser múltipla ou submúltipla de 1O.

4- 4
e 21-2s 4-6

ARTIGO Ili
DETERMINAÇÃO DA ESCALA DA CARTA

4-6. PARTICULARIDADES
Se os dados da escala não estiverem na margem da carta, a escala dessa carta
IX>(le ser determinada partindo-se de uma medida no terreno, ou por meio da dis-
tância gráfica tomada em outra carta de escala conhecida.
a. Pela distância real entre dois pontos do terreno - a escala de uma carta
pode ser determin?da pela comparação da distância real entre dois pontos do ter-
reno, com a respectiva distância gráfica na carta. Na figura 4-4, por exemplo, adis-

Fig 4-4. Determinação da escala da carta conhecendo-se a distância no terreno

4-5
4-6 e 21-26
tãnc1a gráfica medida na carta é de 40mm e a mesma distância medida no terreno
com trena, ou outro processo razoavelmeme preciso, é de 2.000m, ter-se-á :

1 d 1 0,04
- = - E 50.000 e portanto a escala da
E D T 2.000 '

carta será de 1/50.000.


b. Pela distância entre dois pontos de uma carta de escala cxmhecida - para
determinar a escala de uma carta com o auxílio de outra carta de escala conhecida,
escolhem-se dois pontos que estejam representados em ambas as cartas e mede-se
a distância entre eles. Desse modo, é possível deduzir a distância real pela carta de
escala conhecida e estabelecer a escala da outra pelo processo explanado na letra a.
Por exemplo: na fígura 4-5, a escala da carta A é de 1 120.000 e a escala da carta B

6~""'

CARTA 'A-ESCALA= 1: 20000

11 11
CARTA 8 -ESCALA- ?

Fig 4 -5. Comparação de duas cartas representando a mesma área

4-6
e 21-26 4-6/4-8

é desconhecida. A distância gráfica entre o cruzamento das estradas e a casa na carta


A é de seis centímetros (6cm). A distância real, entre o cruzamento de estradas e a
casa, determinada pela carta A é:

d 6
D = 6 x 20.000 = 120.000
D 20.000 D 20.000
Com esta distância real, e com a distância gráfica obtida na carta B. encontra-
remos o valor da escala desta carta:
d 3 1
E= - =
D 120.000 40.000

4-7. APROXIMAÇÃO DE ESCALA


a. O menor valor gráfico que se pode perceber a olho nu (sem instrumento
ótico) e ter precisão na medida, é de dois décimos de milímetro (0,2mm). Este valor
denomina-se aproximação de escala ou erro gráfico cometido.
b. Para saber a dimensão real correspondente ao erro gráfico, deve-se consi-
derar a fórmula:
d
, em que d = 0,2mm. D (em mm) - 0,2 x M
M D

Exemplo: Qual a menor dimensão real possível de ser representada na escala


de 1 /25.000?
D = 0,2 x 25.000 = 5.000mm 5m

ARTIGO IV

CONSTRUÇÃO DE UMA ESCALA GRÁFICA

4-8. PROCEDIMENTO
a. Seja construir uma escala gráfica de 5.000 metros a ser empregada em uma
carta cuja escala é 1 /25.000. Procede-se como se segue:
(1) Determina-se o comprimento da escala pela fórmula geral. Nesta fór-
mula, o comprimento da escala é a distância gráfica, o valor 5.000 metros é a dis-
tância real e 1 /25.000 é a escala. Tem-se:
1 d 5.000
25.000 = 5.000 ; d = 25.000 = 20cm
(2) A escala gráfica deve medir 20 centímetros para representar 5.000
metros.
b. Por meio de uma régua traça-se a linha ab com 20 centímetros de com-
primento (Fig 4-6).

4-7
4-8/4-9 e 21-26
e. Traça-se, em ângulo agudo, a linha ab' representando cinco divisões iguais
quaisquer, da régua milimetrada. Traca-se a linha bb' e de cada divisão de ab' tra-
çam-se paralelas a bb'. Estas d ividem a li nha ab em cinco partes iguais, represen-
tando cada uma 1.000 metros.
d. A divisão 1.000 metros à esquerda do zero da escala é o talão da escala e
deve ser subdividido em partes de 100 metros. Faz-se isso traçando a linha ad',
d ivid indo-a em 10 partes e projetando essas divisões sobre o talão, tal como foi
explanado no item e.
e. Numeram-se as divisões da escala como mostra a figura 4-6.

1000 ~o o lOQ:I 2000 3000 4000


20 Cm _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _.....,

, 0001n - -- - - - ------e

Fig 4-6. Construção da escala gráfica

4-9. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO


a. Determinar os valores gráficos correspondentes a:
(1) 21,500 km na escala de 1 /50.000
(2) 18.750 m na escala de 1/25.000
(3) 15,000 km na escala de 1/100.000
(4) 45,000 km na escala de 1 /250.000
Respostas:
(1) 0,43 m (3) 0,15 m
(2) 0,75 m (4) 0,18m
b. Determinar os valores naturais correspondentes a:
(1) O, 179 m na escala de 1 /25.000
(2) O, 125 m na escala de 1 /50.000
(3) 0,374 m na escala de 1/100.000
(4) 0,222 m na escala de 1/250.000
Respostas:
(1) 4.475 m (3) 37.400 m
(2) 6.250 m (4) 55.500 m

4-8
e 21-26 4-9

e. Determinar a escala em que a grandeza gráfica de:


(1) O, 175 m corresponde a 17,5 km
(2) 0,040 m corresponde a 1,00 km
(3) 0,335 m corresponde a 83,75 km
(4) O, 1582 m corresponde a 7.91 O m
Respostas:
(1) 1/100.000 (3) 1 /250.000
(2) l /25.000 (4) 1 /50.000
d. Achou-se um fragmento de carta onde estava representado um cruzamento
de estradas e uma •árvore isolada, afastados entre si de 4,7cm. A distância real entre
os dois acidentes considerados é de 1.175m. Qual é a escala da carta?
Resposta: 1 /25.000
e. Na escala de 1 /25.000, 15mm corresponde a _______ metros.
Resposta: 375 m
f. Em uma carta de escala 1 /50.000, a distância entre dois pontos A e B
representada por 14cm. Noutra carta, de escala desconhecida, esta mesma distância
é representada por 28cm. Qual é a escala da carta?
Resposta: 1/25.000
g. Em trechos de cartas, cujas escalas são desconhecidas, identificam-se dois
pontos distantes entre si de 2.750m. Nas referidas cartas as distâncias gráficas entre
esses dois pontos são respectivamente 2,75cm, 11,0cm e 5,5cm. Pede-se:
As escalas das três cartas;
A carta de maior escala.
Respostas:
1 / 100.000, 1/25.000 e 1 /50.000
1/25.000
h. Num fragmento de carta a distância entre duas cidades é de 0,066m. Um
motorista percorrendo de viatura a distância entre elas, verificou que o odômetro
do veículo acusou a distância real de 3.300m. Qual será a escala da carta a que per-
tence o fragmento?
Resposta: 1 /50.000
i. O erro gráfico cometido na carta de escala de 1/25.000 é de _____ m.
Resposta: 5m
j. O erro gráfico cometido na carta de escala de 1/ 100.000 é de _ _ _ _ m.
Resposta: 20m
L A distância entre dois pontos no terreno é de 600 metros. Na escala da
carta esses dois pontos estão distanciados de 12mm. Qual é a escala dessa carta?
Resposta: 1/50.000
m. Você dispõe de uma folha de papel com 33cm x 22cm, na qual deverá de·

4-9
4-9 e 21-26
senhar um acidente topográfico cuja extensão é de 620m, deixando uma margem
de 1cm de cada uma de suas bordas. Pede-se:
A escala adequada para representar o referido acidente de forma que o mesmo
ocupe o maior espaço possível no papel.
Resposta: 1 /2.000
n. Determinar as menores escalas que permitirão, respectivamente, as repre-
sentações gráficas de: Sm, 1Om e 20m.
Resposta: 1 /25.000, 1/50.000 e 1/100.000.

4-10
CAPÍTULO 5

DIREÇÃO E AZIMUTE

ARTIGO 1

GENERALIDADES

5-1. FINALIDADE
As distâncias e as direções são empregadas para locar pontos ou objetos sobre
o terreno ou sobre uma carta em relação a pontos conhecidos. A distância é medida
a passo ou estimada, conforme o grau de precisão desejado. Para finalidades milita-
res, a direção é expressa, sempre, por um ângulo formado com uma direção base
fixa, ou facilmente determinável.

5-2. UNIDADE DE MEDIDA ANGULAR


a. O valor de um ângulo é expresso em graus ou milésimos (Fig 5-1 ). As uni-
dades de artilharia têm os instrumentos de direção de tiro geralmente graduados em
milésimos. Outras armas empregam o grau e seus submúltiplos.
b. Graus, minutos e segundos - dividindo-se a circunferência em 360 partes
iguais, por meio de raios, o ângulo formado por dois raios consecutivos, vale 1°.
Os graus são divididos em minutos e estes em segundos, de modo que:
Círculo= 360º ; 10 = 60' ; 1' = 60"
Os ângulos são representados numericamente do seguinte modo:
à = 137º45'23" ; à = ângulo
e. Milésimos - quando uma circunferência é dividida em 6.400 partes iguais,
o ângulo que compreende uma dessas partes vale l milésimo. O milésimo é de utili-
dade para a artilharia, porque ele é um ângulo cuja tangente é aproximadamente
l /1.000. Por esta razão, a variação de 1 milésimo na direção do tubo de um canhão,
muda o ponto de impacto dos projéteis de 1 metro em 1.000 metros de distância
ou de 2 metros para o alcance de 2.000 metros.

5- 1
5-2/5-3 e 21-26
d. Relação entre grau e milésimo - os graus são transformáveis em m ilésimos
e estes em graus, por meio dos segu' ntes fatores de conversão:
360º 6.400"' (360 graus 6.400 milésimos); ou seja:
10 17,778"' 1'" 0,056º
1' 0,296" 1"' 3,375'
1" 0 ,005"' 1'" 202,500"

6400 'ºº toO


so0400
'~oo
roo
800
900
1 000
uoo
li?OO
f30ô
f400
1500
4800 270 i600

t80

8200
Fig 5- 1. Medição de ângulos em graus e milésimos

5-3. DIREÇÃO BASE


A direção entre dois pontos é expressa por um ângulo, do qual um dos lados
é uma direção base. Existem três direções base, a saber: as do norte verdadeiro ou
geográfico, norte magnético e norte da quadrícula representados respectivamente
por NG, NM e NO (Fig 5-2).
a. Direção do Norte Verdadeiro ou Geográfico - a direção do norte verda-
deiro ou geográfico é empregada em levantamentos, quando se deseja grande preci-
são, e normalmente não é empregada em campanha. Os meridianos de uma carta,
representam as direções do norte e do su l verdadeiros.
b. Direção do Norte Magnético - a direção do norte magnético é indicada
pela ponta N da agulha da bússola. É comumente empregada nos trabalhos de cam-
po, porque pode ser determinada diretamente com a bússola comum.

5-2
e 21-26 5-3/5-4

e. Direção do Norte da Quadrícula - o norte da quadrícula é indicado pelas


verticais das quadrículas, geralmente feitas nas cartas militares.

, 2° :i5' ou
45~-~~
CONYERGÊ1'1CI~ DE
MEl/10/ANOS

6• +o' ou/,,,
4J6~
DéCLINRCÂÓ M/JGNETICA
Ji(J6 CRESCt 3'ANUIV.>IEHTE

Fig 5 - 2. Diagrama de orientação

ARTIGO li

DECLINAÇÃO MAGNÉTICA E CONVERGÊNCIA DE MERIDIANOS

5-4. DECLINAÇÃO MAGNÉTICA


a. Generalidades - os ângulos formados pelas direções do norte verdadeiro
oom as do norte magnétioo e norte da quadrícula são chamados respectivamente
declinação magnética e convergência de meridianos. Na figura 5 - 2 a declinação
magnética é 6º40' oeste e a convergência de meridianos é 2º25' leste.
b. Declinação magnética - é o ângulo horizontal formado pelas direçõe
norte verdadeiro e norte magnético. Nos locais onde a ponta da agulha da
bússola estiver a leste do norte verdadeiro, a declinação magnética será leste. Onde

5-3
5-4/5-7 c 21-26
a ponta da agulha estiver a oeste do norte verdadeiro a declinação será oeste. Nos
locais onde o norte verdadeiro e o magnético coincidirem, a declinação será zero.
A declinação magnética, em qualquer localidade, está sujeita a urna variação cujo
valor é dado em tabelas, corno as do Anuário do Observatório Nacional. Por exem-
plo, na figura 5-2 a variação anual é de 3'. Essa variação é normalmente dada com
o respectivo sentido para evitar confusão.

5-5. CONVERGÊNCIA DE MERIDIANOS


Convergência de meridianos ou simplesmente convergência, é a diferença,
em direção, entre o norte verdadeiro e o norte da quadrícula. Ela é variável para
cada carta. Na realidade, ela varia nos diferentes pontos de uma carta qualquer, mas
nas cartas táticas é considerada fixa sem risco de erro apreciável. As cartas mi li tares
apresentam, sob forma de diagrama, a convergência média das quadrículas para as
respectivas áreas representadas.

ARTIGO Ili

DIAGRAMAS DE ORIENTAÇÃO

5-6. GENERALIDADES
As cartas militares têm um diagrama de orientação impresso na margem. Tal
diagrama contém três direções indicando o norte verdadeiro, o norte magnético e
o norte da quadrícula. Os ângulos, entre essas direções, são traçados com precisão
e podem ser utilizados para trabalhos gráficos na carta. Pelos motivos dados a
seguir, os diagramas de orientação devem ser verificados, pela medida, antes de
utilizados para esse fim; em certas cartas, em que a declinação ou a convergência são
muito pequenas, o diagrama tem tamanho exagerado. Nas cartas do Serviço Geográ-
fico do Exército, os ângulos de declinação e convergência são referidos em graus;
portanto, é de toda conveniência, ao trabalho com milésimos, fazer a transforma-
ção do valor destes ângulos e anotar no diagrama (Fig 5-2).

5-7. ÂNGULO QM
O ângulo entre as direções do norte da quadrícula e do norte magnético é
chamado ãngulo QM. O ângulo é Oeste, quando o norte magnético está a Oeste
do norte da quadrícula; é Leste, quando o norte magnético está a Leste do norte
da quadrícula. O ângulo QM é calculado somando a declinação magnética e a con-
vergência (quando a direção do norte magnético e do norte da quadrícula estão em
lados opostos da direção do norte verdadeiro) e subtraindo uma da outra quando
estão do mesmo lado do norte verdadeiro. Uma vez calculado o ângulo QM, eie deve
ser escrito na carta, para uso futuro. A variação anual da declinação magnética acar-
reta aumento ou diminuição do ângulo QM. Se as direções do norte magnético e do
norte da quadrícula se aproximam, o ângulo QM diminui; se eles se afastam o
ângulo QM aumenta.

5-4
e 21-2s 5--8

5-8. AZIMUTE
Determinamos a posição de um ponto em relação a outro, na carta ou no ter-
reno, por meio de azimutes. Os azimutes são ângulos horizontais medidos no sen-
tido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir do norte magnético, do norte
verdadeiro ou do norte da quadrícula.
a. Azimute magnético - azimute magnético de uma direção é o ângulo hori-
zontal medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do
norte magnético até a direção dada. Na figura 5-3, por exemplo, o azimute magné-
tico da direção entre a bifurcação de estrada e a capela é ooo.
b. Azimute verdadeiro - azimute verdadeiro de uma direção é o ângulo hori-
zontal medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do
norte verdadeiro até a direção dada. Na figura 5-3, por exemplo, este azi-
mute é 54º.
e. Azimute da quadrícula ou lançamento - lançamento de uma direção é o
ângulo horizontal, medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, par-
tindo do norte da quadrícula até a direção dada. Na figura 5-3 o lançamento
é 510.

Fig 5-3. Tipos de azimutes

5-5
5-8/5-9 e 21-26
d. Relação entre o azimute magnético e o lançamento - no campo, os azi-
mutes magnéticos são lidos por meio da bússola. Se o operador possuir um trans-
feridor a direção do norte magnético poderá ser traçada facilmente na carta. Caso
contrário, converte-se a leitura da bússola em lançamento, antes de marcá-la na
carta. A diferença entre o lançamento e o azimute magnético é o ângulo QM.
(1) Quando o norte magnético está a Leste do norte da quadrícula:
Lançamento = azimute+ ângulo QM
(2) Quando o norte magnético está a Oeste do norte da quadrícula:
Lançamento = azimute magnético - ângulo QM
Por exemplo : na figura 5-3, o lançamento é 60º - 90 = 51º
e. Contra-azimute - contra-azimute é simplesmente o azimute da direção
oposta. O contra-azimute de uma direção é o seu azimute mais 180º, ou, se essa
soma exceder 36()0, ele é igual ao azimute menos 1800. Por exemplo: se o azi-
mute de uma direção é 500, o contra-azimute é 50º + 180º = 2300, se o azimute
é 310º, o contra-azimute é 310º -1800 = 130º.

5-9. RUMO
Os rumos são empregados para exprimir direções por meio das bússolas gra-
duadas em quadrantes, de oo a 90°. O rumo é o menor ângulo horizontal que uma
direção forma com a direção Norte-Sul; nunca excede de 900. A figura 5- 4 mostra
como são medidos e indicados os rumos, e as relações entre eles e os azimutes. Se

N .. -~ .. .'NE
00

Fig 5- 4. Relação entre azimutes e rumos

5-6
c 21-26 5-9/5 - 11

os rumos são magnéticos, os azimutes são também magnéticos. A figura 5-5 ilustra
como exprimir uma direção típica em qualquer quadrante, tanto em azimute como
em rumo.

Fig 5 - 5. Rumos e azimutes

5-10. TRANSFERIDOR
O transferidor é um instrumento para medir ou marcar ângulos na carta. A
figura 5- 6 apresenta dois tipos de transferidor; o tipo semi-circular é o mais
comum. Ambos são graduados em duas escalas, a fim de possibilitarem medidas
de ângulos de valor até uma circunferência. Possuem duas escalas: uma graduada de
oo a 180º e outra de 180º a 360º.

5-11. COMO TRAÇAR UM AZIMUTE NA CARTA


a. Lançamento - problema : Traçar a partir do ponto cotado 685, na figura
5- 7, uma linha com lançamento igual a 75º. Traça-se uma linha passando pelo
ponto 685 e paralela à direção Norte-Sul da quadrícula. Coloca-se o transferidor
sobre a carta, com sua base sobre a linha traçada e seu índice sobre o ponto consi-
derado. Marca-se o ponto P na graduação de 750 do transferidor. Retira-se o trans-
feridor e traça-se uma linha do ponto 685 ao ponto P.
b. Azimute magnétiro - para marcar o azimute magnético de uma direção,
segue-se o mesmo processo anterior, traçando-se, porém, a linha que passa pelo

5-7
5-11 e 21-26
ponto 685, paralel;imente à d1recão do norte magnético e não ,i do norte da qua-
drícula. Pode se também converter o Jzimute magnético em lançamento, recaindo
;iss1m no p1 f, ,. 11a anterior.

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T,e,,.;v.r,c-e,e/OOR .SeA•7/-Cr,ecv-<. ÂR
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F 19 5-6. Tipos de transferidores

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349 JSO Ht 552

Fig 5 - 7. Como traçar um azimute na carta

5-8
e 21-26 5-12

ARTIGO IV
BÚSSOLA

5-12. GENERALIDADES
Bússola é um instrumento destinado à medida de ângulos horizontais e a
orientação da carta e orientação no terreno.
A bússola é um goniômetro no qual a origem de suas medidas é determinada
por uma agulha imantada que indica, por princípio da física terrestre, uma direção
aproximadamente constante, que é. o norte maçmético. Comumente Ul'l"~ bússola
compõe-se de uma caixa de madeira ou de metal em cujo interior existe um limbo
graduado. No fundo e no centro desta caixa existe um pino de aço, denominado
quício, sobre o qual gira a agulha imantada. A bússola possui ainda uma alavanca
destinada a imobilizar a agulha imantada quando se deseja uma leitura mais pre-
cisa ou quando não se acha em uso. A agulha é de aço imantado e apresenta suas
extremidades em ponta, sendo uma delas, a que se dirige para o Norte, assinalada,
geralmente, em azul (Fig 5-8). Quando as bússolas possuem a agulha independente

Fig 5 - 8. Bússola

5- 9
5-12/5-13 e 21-26
do limbo, isto é, o limbo se movimenta quando giramos o aparelho, são chamadas
de limbo móvel. As que apresentam a agulha solidária ao limbo (sofrendo este as
conseqüências da imantação da agulha, fica numa posição constante quando movi-
mentamos a bússola), são chamadas de limbo fixo.
a. Graduação - os limbos das bússolas podem ser graduados em graus ou em
milésimos, seguidamente da esquerda l)llfa a direita no sentido dos ponteiros do
relógio, isto é, no sentido NESO ou da direita para a esquerda no sentido NOSE,
ou então graduados em quadrantes.
b. Aferição - para que uma bússola possa ser empregada, deve satisfazer um
conjunto de condições. as quais devem ser verificadas previamente por meio de
operações preliminares.
11) Centragem - verifica-se esta condição lendo as graduações indicadas
pelas duas pontas da agulha sobre as diversas partes do limbo. A diferença entre
estas leituras deve ser constante e igual a 1800 ou 3.200'". No caso contrário, o
instrumento estará mal centrado e teremos de forçar ligeiramente o quício a fim de
retomar sua posição normal.
(2) Sensibilidade - comprova-se esta circunstãncia aproximando um obje-
to imantado e afastando-o. Nota-se que a agulha sofrerá um desvio e voltará à sua
posição após algumas oscilações, da ordem de 25.
(3) Equilíbrio - uma bússola está em perfeito equilíbrio quando colo-
cada em posição horizontal, a agulha conserva-se nessa posição. Caso uma das
pontas da agulha fique mais baixa, não permitindo sua livre rotação sobre o qulcio,
é necessário pôr um contrapeso, procurando o equillbrio da agulha.
e. Declinação da bússola - diz-se que uma bússola está declinada quando as
leituras nela feitas representam lançamentos em vez de azimutes magnéticos.
( 1) Para declinar uma bússola escolhe-se um local de onde se veja um
ponto de lançamento L conhecido. Mede-se o azimute magnético para o ponto,
realizando-se para maior precisão três leituras deste azimute. A diferença entre o
lançamento L conhecido e a média das leituras do' azimutr, é a divisão de declina-
ção do aparelho para este local.
(2) Chamando-se Dd o valor numérico da divisão de declinação, Dm a
declinação do lugar, 'Y a convergência de meridianos e li a constante de declina•
ção do aparelho, o valor da divisão de declinação, em determinado lugar de declina •
ção Leste, será:
Dd Dm - 'Y + li ou Dd QM + li e nos lugares de declinação Oes-
te:
Dd 6.400"' - Dm - 'Y + li ou Dd = (6.400'" - QM) + li
(3) Registrado o valor numérico da divisão de declinação na escala azimu
tal, sob o indicador desta escala, as leituras na bússola representarão lançamentos

5-13. DETERMINAÇÃO DE UM AZIMUTE


a. Leitura de um azimute - a leitura de um azimute com a bússola depende

5- 10
c 21-26 5-13/5-15

do tipo deste aparelho: se de limbo móvel, se de limbo fixo. E, mais, do sentido de


sua graduação. NESO ou NOSE. Assim :
(1) Com uma bússola de limbo fixo: Graduação NESO - o azimute é igual
à divisão do limbo apontada pelo índice da caixa. Graduação NOSE - o azimute é
igual a 3600 ou 6.400'" menos a graduação indicada pelo índice da caixa - medida
inversa
(2) Com a bússola de limbo móvel: Graduação NESO - o azimute é
igual a 36()0 ou 6.400" menos a graduação indicada pela ponta N da agulha iman-
tada - medida inversa. Graduação NOSE - o azimute é igual à graduação indicada
pela ponta N da agulha imantada - medida direta. Do exposto, conclui-se que nas
bússolas de limbo fixo a leitura é indicada pelo ír,dice da caixa do aparelho e nas de
limbo móvel, pela ponta N da agulha imantada.
(3) Entretanto uma regra prática resolve todos os problemas criados pelos
diversos tipos de aparelhos, evitando possíveis dúvidas, qualquer que seja a bússola
e sua graduação. Giramo-la para a direita, se a graduação aumenta ela nos dá o azi-
mute diretamente, no caso contrário, o valor do azimute será igual a 3600 ou
6.400"' menos a graduação lida.

b. Determinação do azimute de uma direção - visa-se esta direção com o


visor da bússola, tendo antecipadamente libertado a agulha; o valor do azimute oor-
respondente a esta visada será o da direção que se procura. Faz-se parar a agulha
nesta posição e toma-se o valor do azimute conforme a regra enunciada.
e. Determinação no terreno de uma direção correspondente a um azimute
dado - liberta-se a agulha e registra-se na bússola o valor correspondente ao azimu·
te dado; com o aparelho nesta situação, executa-se uma visada procurando balizá-
la no terreno, amarrando-a a pontos bem nítidos.

5-14. ORIENTAÇÃO DA CARTA


Coloca-se a linha de visada da bússola ou um lado de sua caixa paralelo a essa
linha, justaposta a uma das verticais do quadriculado da carta. Em seguida fazemos
girar o oonjunto carta-bússola até que se tenha marcado, com a agulha imantada,
um ângulo igual à divisão de declinação.

5-15. PRECAUÇÕES NO EMPREGO E CONSERVAÇÃO DA BÚSSOLA


a. Além da variação causada pela declinação magnética, uma bússola é afe-
tada pela presença do ferro, magnetos, fios condutores de eletricidade e aparelhos
elétricos.
b. Certas áreas geográficas possuem depósitos de minério (tal como o de
ferro) que podem tornar imprecisa uma bússola situada próximo deles. Conse·
qüentemente, todas as massas visíveis de ferro ou campos elétricos devem ser evi-
tados quando se emprega a bússola. São as seguintes as distâncias mínimas de segu·
rança:

5-11
5-15/5-16 e 21-26
( 1) Linhas de força de alta tensão .. . .. . . .... 60 metros.
(2) Canhão de campanha . . . . . . . . . . . . . . . 20 metros.
(3) Viatura ou carro de combate . .. .. .... . 20 metros.
(4) Linhas telegráficas . . . .... . .•.... 20 metros.
(5) Arame farpado . . • . . . • . . . . . . . . . . . . . 1O metros.
(6) Arma automática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 metros.
(7) Capacete ou fuzil . . . . . . . . .. . . . . . . 01 metro.
e. Outras precauções devem ser tomadas, tais como:
O) Não friccionar a tampa de vidro da bússola com o lenço, flanela, etc,
isto porque a agulha cola-se à tampa.
(2) Visar sempre pontos bem definidos e notáveis do terreno, nas visadas
mais longas e, sobretudo. deixar parar bem a agulha apoiando, sempre que possível,
a bússola.
(3) Executar uma visada inversa, sempre que pretender uma operação com
resultados mais apurados.
(4) Prender a agulha após o término do trabalho.
(51 Não conservar a bússola em ambiente úmido.
(6) Evitar que a bússola sofra choques violentos.
(7) Limpar de quando em vez as partes externas da bússola.
(8) Nunca desmontar o aparelho, o que só pode ser feito por pessoa espe·
cializada.

5-16. EMPREGO
O assunto tratado no presente capítulo aplica-se genericamente aos vários
tipos de bússola em uso no Exército. Convém, entretanto, ao se empregar cada bús-
sola consultar as instruções respectivas.

5- 12
CAPÍTULO 6

DESIGNAÇÃO E LOCAÇÃO DE PONTOS NA CARTA

ARTIGO 1

GENERALIDADES

6-1. FINALIDADES
As operações militares são conduzidas em cartas ou documentos cartográ-
ficos e constantemente há necessidade da designação de pontos importantes do ter-
reno, objetivos, posições, etc, amarrados ao documento em uso. Os processos utili-
zados para esses fins são:
a. Pelas coordenadas geográficas, retangulares e polares.
b. Pelo 11so da tela-código.
e. Pelo uso da linha-código.
d. Pelo uso do normógrafo de designação de pontos.
e. Pela referência a um ponto bem nítido da carta.
f. Pelo uso do papel calco.

ARTIGO li

COORDENADAS GEOGRÁFICAS

6-2. GENERALIDADES
a. Para compreendermos essas coordenadas devemos estar familiarizados com
as noções de latitude e de longitude sobre o globo terrestre.
b. Seja O o centro da terra, PP' a linha dos polos e A um ponto qualquer da
superfície (Fig 6-1 ).

6-1
6-2 e 21-26

Fig 6-1. Latitudes e longitudes

e. O Equador é o círculo imaginário EE' determinado na superfície terrestre


por um plano perpendicular à linha dos polos e passando pelo centro da terra. O
plano paralelo ao Equador, passando no ponto A, determinará a seção BB' que é
chamada de paralelo de latitude ou simplesmente paralelo.
d. Logo, paralelos de latitudes, ou simplesmente paralelos, são todos os
círculos determinados por planos paralelos ao plano do Equador.
e. Os planos perpendiculares ao Equador e que contém a linha dos polos
PP' são chamados de meridianos de longitude ou simplesmente meridianos. Na figu-
ra 6-1, temos como meridianos os círculos PAP' e PC'DP'.
f. O ponto A ( interseção de um paralelo com um meridiano) será definido
em coordenadas geográficas pela latitude e longitude do paralelo e do meridiano,
respectivamente, que passam por esse ponto.
g. Latitude - a latitude (<PI de um paralelo é o valor em graus do arco de
meridiano (CA) compreendido entre o Equador e esse paralelo. É contada de QO a
90º a partir do Equador para os polos, positivamente para o polo Norte e negativa-
mente para o Sul.
h. Longitude - a longitude (À) de um meridiano é medida pelo valor do arco
(DC), do círculo do Equador entre ele e o meridiano tomado como origem. É con-

6-2
c 21-26 6-2/6-3

tada de 00 a 1800 a partir do meridiano origem, positivamente para Oeste e negati-


vamente para Este. A longitude pode ser também expressa em tempo, pois ela é de-
terminada em astronomia, pelo intervalo de tempo que medeia entre a passagem de
um astro qualquer pelo meridiano de origem e pelo meridiano do lugar conside-
rado, em conseqüência do movimento da terra em torno do seu eixo. O meridiano
origem mais comumente usado é o que passa na cidade de Greenwich, na Inglaterra.
Exemplo de longitude de um ponto:
À = 40º W ou À = 2h 40min (W Gr).

6-3. LOCAÇÃO DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS NAS CARTAS


As cartas topográficas possuem na moldura uma escala de latitude e de longi-
tude onde estão lançadas as graduações múltiplas de 5 (cinco) minutos e as corres-
pondentes aos cantos das folhas. As divisões de minutos são indicadas graficamente.
Em certas cartas, normalmente de pequena escala, são traçados os próprios meri-
dianos e paralelos com seus respectivos valores lançados, também, na moldura.
a. Determinação das coordenadas geográficas de um ponto - as cartas topo-
gráficas (1 /25.000, 1 /50.000 e 1/100.000) possuem na periferia uma escala de lati-
tude e longitude onde estão lançadas as graduações múltiplas de 5 (cinco) minutos e
as correspondentes aos cantos das folhas. As divisões de minutos são indicadas grafi-
camente. Em certas cartas, normalmente de pequena escala, são traçados os parale-
los e meridianos com os seus respectivos valores lançados também na moldura. Para
a determinação das coordenadas geográficas, tomamos por base a escala da mol-
dura, que vem com divisões em minutos, e traçamos inicialmente os paralelos e me-
ridianos, intervalados de um minuto, que enquadram o ponto considerado. Este
ficará então dentro de um quadrado determinado pelo cruzamento dos dois para-
lelos com os dois meridianos (Fig 6-2). Dos dois meridianos traçados, o que fica do
lado de onde vem a contagem, será o MERIDIANO DE LONGITUDE com apro:
ximação de minutos, servindo o outro apenas para possibilitar a interpolação neces-
sária à determinação do meridiano com aproximação de segundos. Também, dos
dois paralelos traçados, o que fica do lado de onde vem a contagem (lado do Equa-
dor), será o PARALELO DE LATITUDE com aproximação de minutos, servindo o
outro, como no caso anterior, apenas para possibilitar a interpolação necessária à
determinação do paralelo com aproximação de segundos.
Na determinação do meridiano com aproximação de segundos, colocamos
sobre os meridianos traçados uma régua milimetrada, de tal modo que a graduação
"O" fique sobre o meridiano dos minutos, o 6 (6 cm) sobre o outro meridiano e a
aresta da régua tangenciando o ponto (Fig 6-3). Nesta situação, as 60 divisões
entre o O e o 6, correspondentes aos milímetros, ficarão entre os meridianos traça-
dos, dividindo o espaço entre eles em 60 divisões, ou seja, no número exato de se-
gundos de que se compõe um minuto. Agora é só verificarmos que divisão da régua
coincide com o ponto e teremos o valor em segundos para o meridiano de longi-
tude. Procedemos de modo semelhante para a determinação do paralelo exato.

6- 3
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-22° 58' -22°58'

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Fig 6-2. Determinação dos paralelos e meridianos intervalados de um minuto, que enquadram o ponto. O)
e 21-2s

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6-5
6-3/6-4 e 21-26
b. Locação de um ponto por suas coordenadas geográficas - seja locar o pon-
to de coordenadas geográficas .; 29058'35"S e À - 56º37'42'W.
Traçamos, inicialmente, tendo por base as graduações da periferia, o paralelo
fornecido. com aproximação de minutos, isto é, 29º59', ficando, assim, o ponto
enquadrado entre dois paralelos separados de um minuto. Traçamos agora os meri-
dianos 56037' e 56038', ficando assim o ponto também enquadrado entre dois me-
ridianos espaçados de um minuto. Resta-nos agora procedermos à interpolação para
a determinação do paralelo com aproximação de segundos e do meridiano também
com aproximação de segundos. Para isso colocamos a régua m1limetrada sobre os
paralelos traçados, de modo que o O dela coincida com o paralelo de menor valor,
e o 6 , com o paralelo seguinte, marcanrlo, então, na carta, com um lápis, um ponto
em coincidência com a divisão da réguê referente a 35 milímetros (que significará
no nosso caso 35 segundos). Esta operação é feita em dois lugares entre os parale-
..._ s e com tal afastamento que possamos obter dois pontos bem afastados, e pela
un ,ão deles, uma linha que será o paralelo do ponto. A régua é então ajustada para
a interpolação do meridiano com aproximação de segundos, operação semelhante à
feita para a determinação do paralelo, devendo os pontos marcados na carta para a
determinação de meridiano exato serem feitos em coincidência com a divisão da
régua referente a 42 milímetros, que no nosso caso corresponderá a 42 segundos.
No cruzamento do paralelo com o meridiano interpolados estará o ponto procura-
do. A figura 6 4 mostra as diversas posições da régua na locação de um ponto por
suas coordenadas.

ARTIGO Ili
COORDENADAS RETANGULARES

6-4. GENERALIDADES
a. As coordenadas retangulares, também conhecidas por coordenadas plano-
retangulares, ou ainda coordenadas planas, são baseadas na quadriculação UTM, que
por sua vez são usadas no sistema de projeção Mercartor, normalmente conhecida
como Projeção UTM (UNIVERSAL TRANSVERSE MERCARTOR PROJECTION).
Este sistema de coordenadas é o normalmente usado no Exército devido a sua rela-
tiva simplicidade. Portanto, estudaremos este sistema com mais detalhes de modo
a nos familiarizarmos não apenas com o "como" das coordenadas, mas também
com o "porque" das mesmas.
b. A quadriculação UTM consiste de dois grupos de linhas retas paralelas que
se interceptam em ângulos retos formando uma rede de quadrados, todos do mesmo
tamanho, comumente chamados de "quadrículas". Enquanto que no sistema de
coordenadas geográficas, um ponto é designado pela sua relação angular com o
Equador e o centro da Terra, e com o meridiano origem e o centro da Terra, no sis-
tema de coordenadas planas o ponto é designado pelas distâncias lineares que o

6-6
e 2, _ 26

5
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6-7
6-4 c 21-26
separam do Equador e do meridiano central do fuso de projeção em que o mesmo
,;e encontra.

e. A quac1riculação UTM é usada mundialmente entre as latitudes 800 Sul e


84º Norte. A partir do antimeridiano de Greenwich (meridiano de longitude 1800),
progredindo para o leste, o globo terrestre acha-se dividido em fusos de projeção
de 60 e numerados de 1 a 60, contendo, cada um, um meridiano de longitude leste
e outro oeste, que o limitam, e um meridiano central que passa pelo centro do fuso
(Fig 6-5). O Brasil está compreendido nos fusos de 18 a 25, estando o Estado do
Rio de Janeiro enquadrado no fuso 23, cujo meridiano central é o meridiano de lon-
gitude 4SoW de Greenwich.
d. Usando a interseção do meridiano central com o Equador como origem,
um ponto poderia ser designado pela distância que o mesmo fica ao Norte ou ao
Sul do Equador, e a Leste ou Oeste do meridiano central. Isto, entretanto, reque·
reria o uso de Norte, Sul, Leste e Oeste para identificar o ponto, ou o uso de valores
negativos. Este inconveniente foi eliminado dando-se valores numéricos à origem,
o que resulta em valores positivos para todos os pontos dentro do fuso. Assim, o
valor 500.000 metros é dado ao meridiano central para evitar números negativos na
extremidade oeste do fuso. Os valores aumentam de leste para oeste. Para os valores
norte-sul no Hemisfério Norte, é dado ao Equador o valor "zero", e os números
aumentam para o norte. Para os valores norte-sul no Hemisfério Sul, é dado ao
Equador o valor de 10.000.000 metros e os números decrescem em direção ao Sul
(Fig 6 - 6) .
e. Todas as linhas que formam a quadriculação UTM são regularmente espa•
çadas e trazem nas extremidades suas posições relativas ao ponto origem (cruzamen-
to do meridiano central com o Equador). Assim, os números que aparecerem nas
extremidades das linhas verticais indicam indiretamente as distâncias qutl elas se
encontram do meridiano central, bastando, para se conhecer essas distâncias,
subtrair o valor da linha considerada de 500.000 metros, ou o inverso. caso não seja
possível, isto é, quando o valor da linha for superior ao valor do meridiano central.
Por sua vez, os números que aparecerem nas extremidades das linhas horizontais
indicam, diretamente, no Hemisfério Norte, e indiretamente, no Hemisfério Sul,
basta subtrair de 10.000.000 metros o valor da linha horizontal con~iderada, e tem-
se a distância que ela se encontra do Equador.
f. Os intervalos do quadriculado são geralmente de 1.000 metros para cartas
de grande escala; de 1.000 ou 10.000 metros, para cartas de escala média; e 100.000
metros para as cartas de pequena escala. Exceto para os valores que marcam a pri·
meira linha do quadriculado em cada direção, os três últimos algarismos são omiti·
dos e dois são impressos em tamanho grande, chamados ALGARISMOS PRINCI-
PAIS; isso nas cartas com quadriculado de 1.000 metros de intervalos entre as li-
nhas. Essa numeração CRESCE para a DIREITA e para CIMA. A numeração por
extenso somente ocorre no canto inferior esquerdo do quadriculado. Em cartas com
quadriculas de 10.000 metros de lado, isto é, de intervalo entre as linhas, os quatro

6-8
e 21-26

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Fig 6 - 5. Fuso de Projeção com quadriculação UTM

6-9
e 21-26

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Fig 6 - 6. Fuso de Projeção UTM com os valores convencionais do Equador e do


Meridiano Central

6-10
c 21-26 6-4
algarismos finais dos valores são omitidos e apenas um é impresso em tamanho gran-
de, o qual é o ALGARISMO PRINCIPAL. Os algarismos principais são importantes
já que são os usados para a identificação das linhas e, portanto, como referência na
locação de pontos.

g. Assim, a primeira linha norte-sul do quadriculado da carta da Vila Militar


1/50_000, vem marcada, na sua extremidade inferior (canto inferior esquerdo do
quadriculado) oom o número 654_000 E. Os algarismos principais "54", impressos
em tamanho grande, identificam esta linha como referência de pontos, e indicam,
ainda, que está 154.000 metros a leste do meridiano central do fuso (664.000 -
500.000). Por sua vez, a primeira linha leste-oeste está marcada em sua extremidade
esquerda com o número 7.751.000 N. Os algarismos 51, também impressos em
tamanho grande, identificam a linha e servem como referência na locação de pon-
tos, indicando, ainda, que esta linha se encontra a 2.249_000 ao sul do Equador
(10.000.000 - 7.451.000). Para a designação de pontos, a leitura é feita para a
DIREITA e para CIMA_
h. As coordenadas 6156 identificam toda a quadrícula que fica à DIREITA
e ACIMA do cruzamento das linhas 61 e 56. A primeira metade representa a linha
vertical, que é o valor E (este); a segunda metade representa a linha horizontal, que
é o valor de N (norte). A área assim designada tem um quilômetro quadrado e por
isso chamamos a este tipo de coordenadas planas de "coordenadas quilométricas".
Temos ainda coordenadas hectométricas, quando designam uma área com 100 m 2
(614567); coordenadas decamétricas, quando designa uma área com 1O m 2
(61455672); e coordenadas métricas, quando exigimos a precisão de um metro
quadrado (6145256728).

i. Somente para as coordenadas quilométricas não há necessidade de mate-


rial para designação de pontos, bastando, para isso, indicar a quadricula pelos
números que identificam a linha vertical e horizontal que passam respectivamente
à esquerda e abaixo do pc.,nto considerado (primeiro o valor de E, que é dado pela
linha vertical, e a seguir o v, lorde N, que é dado pela linha horizontal).
j_ No caso das demais :oordenadas (hectométricas, decamétricas e métricas)
há necessidade de se usar nbjetos especiais para a determinação das mesmas, tais
como cartão de coordenadas, esquadro de locação, régua de escalas ou régua
milimetrada.
1. Ao conjunto de algarismos que expressam as coordenadas retangulares de
lffl ponto chamamos de "matrícula". Conforme as coordenadas sejam quilométri-
cas, hectométricas, decamétricas ou métricas, as matrículas podem conter, respecti-
vamente, 4, 6, 8 ou 10 algarismos. Assim, numa matrícula de 10 algarismos, sabe-
mos que os cinco primeiros algarismos (primeira metade da quadrícula) represen-
tam o valor leste-oeste, isto é, o valor de E, também conhecido como ABCISSA,
sendo os dois primeiros, os ALGARISMOS PRINCIPAIS, e os outros três, adis-
tâ ncia em metros entre o ponto e a linha identificada pelos algarismos principais, e

6-11
6-4 c 21-26
que passa à esquerda do refendo ponto. A outra metade da matrícula representa,
por sua vez, o valor norte-sul, isto é, o valor N. também conhecido por ORDE·
NADA, sendo os dois primeiros algarismos deste grupo os ALGARISMOS PR I NCI ·
PAIS, que identificam a linha horizontal que passa abaixo do ponto considerado, e
os outros três, a distância entre o ponto e a citada linha.
m. Os seguintes objetos são normalmerrte empregados na designação e locação
de pontos por coordenadas planas:
11) Cartão de coordenadas (Fig 6-7).
(2) Esquadro de locação (Fig 6 -8).
(3) Régua de escalas.
(4) Régua milimetrada.
n. Estudaremos, em síntese, estes objetos:
(1) Cartão de coordenadas - é um pequeno cartão de forma triângulo-re-
tangular, facilmente improvisável, com os catetos graduados na escala da carta com
que estamos trabalhando. Qualquer pedaço de cartão ou papel com duas bordas em
ângulo reto prestar-se-á à improvisação de um cartão de coordenadas.

Fig 6- 7. Cartão de Coordenadas

(2) Esquadro de locação - tem o formato da figura 6-8, podendo con-


ter até quatro escalas diferentes: duas em cada face.
(3) Régua de escalas - é uma régua com graduação referentes às escalas
mais comuns. Há um tipo, em forma de prisma triangular, que contém seis escalas
diferentes, duas em cada aresta.
(4) Régua milimetrada - dispensa maiores comentários, por se tratar de
um pedaço de madeira (ou outro material qualquer) graduado em centímetros e mi-
1ímetros, muito comum nos trabalhos burocráticos e desenho.

6-12
c 21-26 6-4/6-5

Fig 6-8. Esquadro de locação

6-5. LOCAÇÃO DAS COORDENADAS RETANGULARES


a. Determinação das coordenadas retangulares de um ponto - inicialmente
determina-se, por inspeção visual, a quadrícula em que se encontra o ponto. A
seguir, procede-se do seguinte modo :
(1) Cartão de coordenadas - uma vez determinada a quadrícula, coloca-se
o cartão de coordenadas sobre a carta, de modo que um dos catetos fique sobre a
linha horizontal inferior da quadrícula, com a escala deste cateto crescendo da di-
reita para a esquerda, e o outro cateto tangenciando o ponto em questão (Fig 6- 9) .
O valor da abcissa será dado pelos algarismos principais que identificam a linha ver-
tical que passa à esquerda do ponto. mais a divisão da graduação do cateto horizon-

15 - - - - - - - - - - 1 ~
90 92.
Fig 6-9. Cartão de coordenadas colocado sobre uma quadrícula

6- 13
6-5 e 21-26
tal do cartão sob a qual passa a citada linha. A ordenada será dada pelo valor da
linha horizontal em que se apoia o cartão, mais a d ivisão da graduação do cateto
vertical, que coínctde com o ponto.
(21 Esquadro de locação - o esquadro de locação possui escalas nas bor-
das internas e externas e, como no caso do cartão de coordenadas, as graduações
da mesma escala formam ângulo reto entre si, sendo o vértice, origem da conta-
gem. É colocado sobre a carta de modo semelhante ao cartão de coordenadas, fican-
do uma graduação tangenciando a linha horizontal inferior da quadrícula, e a gra-
duação que faz ãngulo reto com ela e que fica na vertical, tangenciando o ponto
IF1g 6 - 10). .A lenura da abcissa e ordenada é feita como no caso do cartão de
coordenadas.
(31 Régua de escalas - enquanto que com o esquadro de locação e com o
cartão de coordenadas, encontramos a abcissa e a ordenada numa só operação, com
a régua de escalas, esses elementos são encontrados separadamente: primeiro a abcis-
sa, depois a ordenada. Isso porque a régua contém apenas uma graduação linear em
cada escala, e não duas em ângulo reto, como no esquadro e no cartão. Assim, utili-
zando a escala da carta com que se está trabalhando, mede-se a distância em metros
entre a linha vertical que passa à esquerda do ponto, encontrando-se, portanto, os
três algarismos finais da abcissa, sendo os seus algarismos iniciais, os que identificam
a linha. Para a ordenada, procede-se de modo semelhante: o valor obtido entre o
ponto e a linha horizontal que passa abaixo dele representa os três algarismos finais
da ordenada, sendo os seus algarismos iniciais, os algarismos principais que identi-
ficam a linha.
(4) Régua milimetrada - procede-se de modo muito semelhante ao usado
para a régua de escalas. A diferença básica está em que, enquanto que nas medi-
ções com a régua de esca las, ela nos dá diretamente o valor procurado, com a régua
milimetrada, esse valor é dado em milímetros, devendo-se fazer a transformação
dessa grandeza gráfica (d) para a grandeza real (D).
b. Locação de um ponto por suas coordenadas retangulares - dividimos, ini-
cialmente, as coordenadas em dois grupos iguais de algarismos: a abcissa ( H metade)
e a ordeni.lda (2~ m ••de). Tomando-se os dois algarismos iniciais de cada grupo,
que são os algarismo. ,.,, 11.::ipais que identificam as linhas vertical e horizontal que
limitam os lados esquerdo e inferior da quadrícula, localiza-se então essa qua-
drícula. Localizada então a quadrícula em que se encontra o ponto, procede-se do
seguinte modo, conforme o material disponível:
(1) Cartão de coordenadas - coloca-se o cartão sobre a quadrícula de
modo que um cateto fique apoiado na linha horizontal da quadrícula e a divisão
da graduação da escala deste cateto, que corresponde ao valor em metros repre-
sentados pelos três últimos algarismos da abcissa, fique em coincidência com a li-
nha vertical que forma o lado esquerdo da quadrícula. Nesta situação, o ponto
estará tangenciando o outro cateto, em coincidência com a divisão da graduação
deste cateto, que indica o valor em metros, representado pelos três últimos alga-
rismos da orde:,1ada.

6-14
e 21-26 6-5
(21 Esquadro de locação - é colocado sobre a carta como no caso µara
determinação de coordenadas, a línha vertical que forma o lado esquerdo da qua•
drícula deve passar sob a graduação existente na borda horizontal, em coinc1dên•

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4000 3000 2000 JOOO

Fig6-10. Esquadro de locação sobre uma quadrícula

6 - 15
6-5/6-6 e 21-26
eia com a divisão que indica o valor representado pelos três últimos algarismos da
abcissa. O ponto estará tangenciando a escala vertical, em coinddência com a divi-
são da escala que corresponde ao valor em metros indicados pelos três últimos alga-
rismos da ordenada (Fig 6-10).
(3) Régua de escalas - localizando a quadrícula como nos casos ante-
riores e, considerando-se a vertical que forma o lado esquerdo da quadrícula, traça-
se uma linha paralela a ela, e distando dela o número de metros correspondente aos
três últimos algarismos da abcissa, usando-se a régua de escalas para fazer as duas
marcas que, ligadas, determinarão a paralela. Esta operação é repetida em relação à
linha que forma o lado inferior da quadrícula: fazem-se marcas que distam da linha
horizontal inferior da quadrícula o número de metros correspondentes aos três últi-
mos algarismos da ordenada. Ligadas essas marcas, teremos uma linha horizontal
paralela à linha horizontal inferior da quadrícula. O ponto procurado estará no
auzamento das duas linhas tracadas (vertical e horizontal).
(4) Régua milimetrada - procede-se de modo idêntico ao usado para a
régua de escalas, sendo a única diferença o fato de que se deve transformar os valo-
res em metros que se vai utilizar para traçar as paralelas (vertical e horizontal) aos
lados esquerdo e inferior da quadrícula, em milímetros, já que a régua milimetrada
não permite o emprego diretamente com os valores reais.

NOTA - as explicações acima, tanto para a determinação das coordenadas de um


ponto, como para a locação de um ponto por suas coordenadas, referem-se às coor-
denadas retangulares métricas. Quanto às coordenadas hectométricas, e decamétri-
cas, as diferenças são tão insignificantes que, por analogia, chega-se facilmente à
conclusão de como são determinadas as coordenadas ou locados pontos.

ARTIGO IV
COORDENADAS POLARES

6-6. GENERALIDADES
a. Um sistema de coordenadas polares compreende um PONTO ORIGEM e
uma DIREÇÃO ORIGEM. Um ponto é então designado por um ângulo medido no
sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir da direção origem, e por
uma distância em metros, a partir do ponto origem. O ponto origem pode ser desig-
nado citando-se nominalmente o ponto, como por exemplo: "ponto cotado da
Colina do Capão Redondo", ou por suas coordenadas planas, exemplo: "ponto de
coordenadas planas 6350062250 (hospital). Pode-se ainda escrever o ponto e com-
plementar essa descrição com as coordenadas planas do mesmo (quadrícula).
b. A direção origem pode ser dada por meio de um ponto de referência (de-
signado como no caso do ponto origem) que, ligado ao ponto origem, determina
uma direção a partir da qual são medidos ângulos. Esta direção origem também
pode ser um dos "nortes", sendo freqüentemente usado o norte do quadriculaáo.

6-16
e 21-26 6 6

e. A matricula consta das letras PL seguidas de dois números separados por


um traço, entre parêntesis. Assim: PL{230-1200). O primeiro número indica o
ângulo que deve ser medido a partir da direção origem e será GRAU, se tiver três
algarismos, e MI LÉS IMOS, se contiver quatro algarismos. O segundo número indica a
distância a partir do ponto origem, em METROS. Assim, a matrícula PL{035-1500)
indrca que o ponto se acha a 350 da direcão origem e a 1500 metros do ponto
origem. Por sua ve1, a matrícula PL{0082-2300) indica que o ponto se encontra a
82'" (milésimos) da direção origem, e a uma distância de 2300 metros do ponto
origem.
d. A vantagem deste procP.sso de locação e designação de pontos repousa na
segurança que o mesmo proporciona às operações militares, já que se pode conven·
cionar vários pontos e direções origem para cada dia, ou até mesmo para diferentes
horários. As figuras 6 11 e 6 12 mostram exemplos de emprego de coordenadas
polares, calcados na carta da Vila Militar 1/50.000.

PONTO
ORICEM

DADOS:
Pt origem : Ponto cotado 45, na
quadricula 6563
Pt de referência : Ponto cotado 444,
na quadricula 6160
PL(044 3800) em graus, ou
PL(0790 3800) em m1lés1mos

Fig 6 11 . Sistema de coordenadas polares com a direção origem diferente do norte

6 17
e 21-2a

N (1 PT 12EF

'PONTO PRDCllRnDO
\ {C.IC )

DADOS:
Pt origem. Ponte na quadrícula 6662
Pt referência: Norte da guadrícula

PL(327 88001 ou
PL(5800 8800)

Fig 6 12. Sistema de coordenadas polares, sendo a d1reç5o origem o norte da qua •
drícula

6- 18
e 21-25 6-6/6-7

e . Entretanto, situações se apresentam em que o militar não conhece o siste-


ma de coordenadas polares empregado no TO onde está operando, mas mesmo
assim ele precisa enviar informes para a retaguarda. Neste caso ele dará como ponto
origem um ponto facilmente identificável, podendo mesmo ser o seu ponto de esta•
ção; dará o azimute da direção do ponto que deseja mostrar, e, a seguir dará adis-
tância a esse ponto, exata 011 aproximada, conforme possa ou não medí-la.
f. Portanto, o comandante de uma patrulha de reconhecimento situatlo na
Colina do Capão Redondo e que qu1zesse enviar para a retaguarda uma mensagem,
avisando ao seu comandante de companhia que descobrira um agrupamento de via-
turas inimigas, poderia amarrar a posição das viaturas dirigindo-se a um ponto facil-
mente identificável na carta, como, por exemplo, a bifurcação de caminhos a
noroeste da Colina do Capão Redondo, e medindo o azimute para as viaturas. A
seguir estimaria a distância para as mesmas e estaria pronto para enviar sua mensa-
gem. Essa mensagem, na parte referente a posição das viaturas, poderia dizer:
... da bifurcação de caminhos a noroeste da Colina do Capão Redondo, AzM 60
- distância 1500 metros - Viaturas em reunião. A Fig 6- 13 ilustra o exemplo.

Fig 6-13. Sistema de coordenadas polares, onde o ponto origem é escolhido na


hora, e a direção origem é o norte magnético

ARTIGO V

LINHA-CÓDIGO E TELA-CÓDIGO

6-7. LINHA-CÓDIGO
A linha-código pode ser usada com qualquer carta. Um ponto origem e um

6- 19
6-7/6-8 c 21-26
ponto de referência são designados na carta. A linha que passa por esses dois pontos
é denominada linha base e é utilizada para a designação do ponto que deve ser lo-
cado. No mínimo serão asseguradas, nas I E Com, 4 linhas-bases para cada dia. A
linha base é designada por uma cor. Para se designar um ponto, pela linha-código,
procede-se da maneira abaixo descrita.
a Baixa-se uma perpendicubr do ponto a ser designado à linha-base ou seu
prolongamento.
b. Dá-se como primeiro elemento do grupo-código, o nome da cor designada
para a linha-base.
e. O segundo elemento é a posiç.io do ponto ern relacão ao observador, colo-
cado este sobre o ponto origem, voltado para o ponto der eferência. Designa-se por
F, o local à frente do observador, e R, local à retaguarda.
d. O terceiro elemento é a distância em hectómetros, do ponto origem ao pé
da perpenclicul,1r baixando do ponto a ser designado ii linha-base ou seu prolonga-
mento.
e. O quJrto elemento é a posição do ponto a ser designado em relação à
linha-base, direita (D) ou esquerda (E).
f. O quinto e último elemen t o é o comprimento em hectómetros da perpen-
dicular baixado sobre a li nha-base ou seu prolongamento.
g. Exemplo: Seja o grupo código VERMELHA (R18 E7). Significa que o
ponto a ser locado acha-se (Fig 6 14):
( 1) Relacionado com a linha-base de cor vermelha.
(2) À retaguarda do observador, a 18 Hrn (1800 m).
(3) À esquerda do observador, a 7 Hm (700 m).

6-8. TELA-CÓDIGO
a. A t ela-código é empregada com qualquer cart a, quadriculada ou não, desde
que tenha margens perpendiculares, e consiste de um quadriculado corn 100 quadra-
dos iguais, dispostos segundo 10 fileiras de dez colunas. Pode ser co nstruído com
uma folha de papel transparente o u semi-transparente.
b. Para empregar a tela é necessário conhecer as suas dimensões e os pontos
de referência. Essas informações são encontradas nas I E Com. O vértice do ângulo
inferior esquerdo é co locado sobre o ponto de referência e a tela disposta parale-
lamente às linhas do quadriculado da carta ou, sobre carta s~m quadriculado, para-
lelamente às margens.

e. Cada designação consiste de cinco elementos:


Exemplo: X(45 - 68). Significa :
X- Ponto de referência (na carta)
4 - Abcissa (parte inteira)

6-20
e 2 1-26

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LL

6-21
6-8/6-9 e 21-26
5 - Abcissa (parte decimal)
6 Ordenada (parte inteirai
8 - Ordenada (parte decimal)
d. A figura 6-15 dá uma idéia do emprego da tela-códígo, de acordo com o
exemplo citado. A seguranca do sistema baseia-se na variação das dimensões da tela,
bem como na utilização de pontos de referência diferentes. 1

!J
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l
Fig 6 15. l:mprego da Te la-código

ARTIGO VI

OUTROS PROCESSOS DE DESIGNAÇÃO DE PONTOS

~9. NORMÓGRAFOS DE DES IGNAÇÃO DE PONTOS (NDP)


a. O normógrafo de designação de pontos (NDP) é uma quadricu lação de
referência que consta de um retângu lo de 24 quadrados de 2,3 cm de lado e que
recebem, cada um, uma letra de A a Y , omitido o O.
b. Cada quadrado grande é subdividido em outros cem quadrados, no caso do
M1, cada um com um furo no centro. O M2 possui os furos mas não possui os riscos
das divisões dos peq uenos quadrados. Em cada quadrado com letra há uma numera -
ção na sua linha inferior (1, 11, 21, 31, 41, 5 1, 61, 71, 8 1, 91) e outra na vertical

6- 22
c 21-26 6-9/6-10

esquerda (1, 2, 3, 4, 5, 6. 7, 8. 9). Um furo na vertical 71 e na horizontal 3 corres-


ponde a 73; outro na vertical 41 e horizontal 9 corresµonde a 49. Possui ainda o
normógrafo 9 furos. dos quais 8 ficam nas bordas e um no centro, todos numerados
em algarismos romanos. Na borda inferior do normógrafo estão os furos: 1 no canto
esquerdo; li no centro, 111 no canto direito. Na horizontal que passa pelo centro
temos· IV na extremidade esquerda; V no centro; e VI na extremidade direita.
Finalmente, na borda superior temos: o furo VII no canto esquerdo; o VI 11 no cen-
tro; e o IX no canto direito.
e. Para se usar o normógrafo há necessidade de se utilizar pontos origens: um
na carta e outro no normógrafo. O ponto origem da carta ou é determinado por
qualquer sistema de coordenadas ou pela própria designação que tem na carta. O
ponto origem no normógrafo é dado em algarismos romanos, indicando um dos
furos. É dada também uma direção de referência na carta e outra no normógrafo. A
direção de referência na carta pode ser dada por um lançamento a partir do ponto
origem. pela designação de outro ponto (ponto de referência) que com o ponto
origem determinará a direção de referência ou por uma linha do quadriculado. A
direção de referência do normógrafo é dada por algarismos romanos de modo que
alinhados com o ponto origem determinam a direção de referência do normógrafo.
Ex:1 - - - IV - Vlloul - -V-- IX,sendolopontoorigem(oprimeirocitado).
d. Dados os pontos origens e as direções de referências, na carta e no normó-
grafo, faz-se a coincidência do ponto o rigem da carta com o ponto origem do nor-
mógrafo. A seguir superpõe-se a direção de referência no normógrafo sobre a dire-
ção de referência na carta, e nestas condições o normógrafo está orientado.
e. Para a designação do ponto, vê-se a letra do quadrado que está superposto
ao ponto e o número correspondente ao furo que está mais próximo ao ponto a ser
designado. Suponhamos que a letra do quadrado seja L e o furo mais próximo, o
73. O ponto será designado por NDP L- 73. Se o ponto estiver equidistante de dois
furos, tomará o de maior valor.
f. Para locação de pontos pelo normógrafo, conhecidos os pontos origens e
direções de referência, bem como a matrícula, orienta-se o mesmo e procura-se, ten·
do por base a matrícula, localizar, inicialmente, o quadrado da letra e a seguir o
furo indicado na matrícula. Com um lápis, então, marca-se na carta, através do furo,
o ponto procurado.

6-10. REFERÊNCIA A UM PONTO NÍTIDO

Este processo consiste em amarrar o ponto que se deseja referir a um aciden-


te planimétrico ou altimétrico importante, existente nas proximidades, fornecendo
a direção e a distância que os separa. A distância é obtida na carta, usando-se a
escala desta; no terreno, pela medição direta ou por estima. A direção referida aos
pontos cadeais ou colaterais.
Exemplo: "Do cruzamento de caminhos a leste da Colina do Capão Redondo,
500 metros a NE - Cabana isolada".

6-23
6- 11 c 21-26
6-11. USO DO PAPEL CALCO
a. Generalidades - para enviar à retaguarda informes colhidos em combate,
utiliza-se normalmente o calco, especialmente quando esses informes referem-se a
posições no terreno, que serão apreciadas através da carta. É um modo simples e
prático de apresentar a situação numa área considerada, quer quanto às tropas ami-
gas, quer quanto às tropas imm,gas. As posições das armas, as áreas minadas e gasa·
das, obstárulos AC e outras, podem ser facilmente calcadas num papel transparente,
onde inscrioões podem ser lançadas para complementar o informe, e enviado para a
retaguarda por um comandante de patrulha, por exemplo. Calco é pois um papel
transparente com informes em forma de símbolos militares e/ou inscrições que, é
convenientemente disposto sobre à área ou pontos da carta onde se encontram os
objetos representados pelos símbolos militares ou a que se referem as inscrições
contidas no calco (Fig 6-16).

POSIÇÁO 00 19 PELOTÁO
CARTA DA VILA MILITAR i./50.000
041430 N '1Q

d~Cúy.:C
. A.A. FONSECA
J !? T[N CMT

5{)

Fig 6-16. Exemplo de um calco

b. Amarração - para que o destinatário possa utilizar convenientemente o


calco, colocando-o sobre a carta na posição exata, como quando foi confeccionado,
é necessário que, quando de sua confecção, seja feita a devida amarração. Isto é
feito calcando-se dois cruzamentos de linhas do quadriculado ou dois ou três pon•
tos distintos da carta, cruzamentos de estradas, edifícios, pontes, etc. Quando na
amarração forem usados cruzamentos de linhas do quadriculado, estes devem ser

6-24
e 21 - 26 6-11

identificados com o número das referidas linhas (abcissas e ordenadas) ; quando a


amarracão for feita por meio de pontos distintos, estes devem ser anot ados com
dados que bem os identifiquem.
e. ldentrficação - além da amarracão, Já estudada, o calco deve conter infor-
macões que bem o identifiquem, tais como :
- Des1gnacão (Posicão do 19 pelotão)
- Carta e Escala (Vila Militar 1/ 50.000)
- Data e Hora (041430 Jun 79)
- Emitente (Quem emitiu)
Assinatura (Do emitente)
d. Informações - as informações são lançadas no calco usando-se, de prefe-
rência símbolos militares, complementados, quando for o caso, por inscrições.
e. Utilização - o destinatário coloca o calco sobre um exemplar da carta pela
qual foi feito, de modo que os pontos de amarração no calco coincidam com seus
correspondentes na carta. Uma vez na posição correta, os símbo los e outras indica-
ções ficarão em coincidência com os pontos da carta a que eles se referem, os q uais
serão vistos graças à transparência do papel do calco.

6-25
CAPÍTULO 7

RELE VO

ART IGO 1

REPRESENTAÇÃO DO RELEVO

7-1. GENERALIDADES
a. A irregularidade da superfície da terra, conhecida como elevação e relevo
torna-se uma fonte importante de informações militares com as quais o usuário
da carta deve se familiarizar.
(1) A elevação (altura) dos pontos e o relevo (configuração do terreno) de
uma área afetarão o movimento e o deslocamento das pessoas, limitando o caminho
ao longo do qual podem viajar, a velocidade com a qual podem mover-se, restrin·
gindo certos tipos de equipamento e, a facilidade ou dificuldade de ataque ou
defesa de uma área. A elevação pode ser definida como a altura (distância vertical)
de um acidente acima de um plano de nível. Na grande maioria das cartas, o plano
de referência, é o nível médio dos mares.
(2) São usados vários métodos para a indicação da elevação e do relevo
nas cartas. As cartas em escala pequena, geralmente usam os processos das hachú·
rias, o das cores hipsométricas e o dos pontos cotados, ao passo que as cartas em
escala grande usam o processo das curvas de ni'vel, que mostram as elevações e o
relevo com exatidão e com detalhes consideráveis.
b. Curvas de nível - são as projeções ortogonais horizontais das interseções
do terreno com planos horizontais equidistantes. Elas representam linhas imaginá·
rias, no terreno, ao longo da qual todos os pontos estão em uma mesma altitude. As
curvas de n ível indicam uma distância vertical acima, ou abaixo, de um plano de
nível. Começando no nível médio dos mares, que é a curva de nível zero, cada
curva de nível tem um determinado valor. A distância vertical entre as curvas de

7-1
7-1 e 21-26
nível, é conhecida como equidistância, cujo valor é encontrado nas informações
marginais da carta.
A equ1distãncia é indicada em metros e será constante em toda a área da
carta, não havendo na mesma folha mais de um intervalo básico. Este, será sempre
um número redondo múltiplo de 5, 10, 20, 40, etc. Na maioria das cartas, as cur
vas de nível estão impressas na cor sépia . Para facilitar a interpretação do terreno
são usadas curvas com traço reforçado, normalmente as múltiplas de 100 metros,
que são denominadas curvas mestras e nas quais são colocados os seus valores de
altura. As curvas de nível entre as mestras são as intermediárias, podendo ainda ser
utilizada curva auxiliar, para demonstrar formas topográficas im portantes (Fig 7 1
e 7- 2).
e. Hachúnas - hachúrias são pequenas linhas paralelas ou ligeiramente diver-
gentes, traçadas na direção dos declives. Elas são mais o u menos espaçadas confor-
me as encostas a representar, sejam suaves o u ingremes.
d. Cores hipsométricas o relevo é representado, em certas cartas. por meio
de cores, nesse processo cada cor o u tonalidade representa determinada zona de alti
tude. As Cilrtas possuem na margem uma legenda mostrando a correspondência
entre as cores e as altitudes. Normalmente as cores mais escuras são as zonas mais
elevadas.
e. Pontos cotados - esse processo consiste em representar os pontos do ter-
reno por suas proieções horizontais, indicando sua altura ou cota. É normalmente
utilizado nas cartas topográficas como um sistema complementar às curvas de nível,

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Fig 7 1. Perspectiva esquematizando as curvas de nível

7-2
e 21 - 2s 7- 1

Fig 7-2. Carta com as curvas de nível mostradas

particularmente nas regiões pobres de relevo. Segundo o método adotado para a de-
terminação da altitude, esses pontos recebem as denominações de pontos trigono-
métricos, astronômicos e cotados. Esses pontos ao mesmo tempo que completam a
definição do relevo, prestam-se também ã designação militar de objetivos.
f. Determinação da cota de um ponto na carta - se o ponto estiver sobre
uma curva de nível a sua cota será a desta curva de nível. Caso não esteja, verifica-se
entre quais curvas de nível acha-se compreendido e, por interpolação, determina-se
o valor da sua cota. Esta determinação pode ser feita por cálculo, graficamente ou
por simples avaliação, supondo-se uniforme o declive entre duas curvas de nível
oonsecutivas.
(1) Seja determinar a cota do ponto P na figura 7- 3. Verificamos que o
ponto P acha-se compreendido entre as curvas de nível 40 e 50. Traçando-se a
normal MN às duas curvas passando por P verificamos ser as distâncias horizontais
MP e MN iguais a 50 e 145 metros respectivamente. Como a equidistância é de 10
metros temos que a diferença de nível entre P e M é de: 10 X 50 = 3.4 m
145
A cota do ponto Pé pois 43.4 m.
(2) Graficamente, desenha-se o triângulo MnN ( Fig 7- 4) e m escala que
não dê grande erro, e mede-se a distância gráfica Pp cujo valor dará a diferença de
nível entre P e M.
(3) Por simples avaliação na figura 7 - 3 verifica-se que MP é cerca de 1 /3

7- 3
7 1/7-2 e 21 2s

r----------
l
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1'\ ~---+-:- - - - - T I ~
Fig 7-3. Determinação da cota de um Fig 7-4 Gráfico para o cálculo da
ponto na carta cota de um ponto

de MN; logo, P é aproximadamente a terça parte da equidistância ou seja 3,3 m.


Assim a cota do ponto P será de 43,3 m.

ARTIGO li

FORMAS DO TERRENO

7 2. ELEMENTOS
A maioria dos acidentes geográficos da terra resulta da erosão, desgastes pelo
congelamento, degelo e drenagem da água dos terrenos baixos. Assim na maior
parte das regiões, em que o terreno foi conformado pelas águas pluviais, apresenta
a forma mais conveniente à rápida evacuação das mesmas. A superfície do solo,
geralmente arredondada, pode ser substituída, para fins de interpretação esquemá·
t1ca, por tantos planos tangentes quantos necessários à conservação aproximada
do aspecto côncavo-convexo que lhe é próprio. Esses planos denominam-se encos-
tas ou vertentes, pois que no terreno as águas pluviais vertem efetivamente ao
longo deles. Vertente ou encosta é, portanto, uma superfície inclinada do terreno.
que forma um ângulo com o plano horizontal. O grau de incltnação é chamado
declive.
a. Tipos de vertentes - há três tipos de encostas ou vertentes que são a plana,
a côncava e a convexa
( 1) Encosta plana ou uniforme é aquela que apresenta uma declividade
constante e. conseqüentemente, é representada por curvas de nível igualmente espa-
çadas Numa encosta suave, as curvas de nivel são bem distanciadas entre s1, numa
encosta íngreme, as curvas de n/vel são bem próximas umas das outras (Fig 7 5).
(2) Encosta côncava esta encosta tem a curvatura voltada para baixo.
A declividade diminui à proporção que a encosta desce As curvas de nível são bem
próximas no cume e bem espaçadas na parte baixa (Fig 7 6).

7 4
e 21 - 26 7-2

Fig 7 5. Encosta plana

Fig 7- 6. Encosta côncava

(3) Encosta convexa - esta encosta é abaulada. A declividade aumenta à


proporção que a encosta desce. As curvas de nível são bem espaçadas no cume e
bem próximas na parte baixa (Fig 7 7).
b. Ligações das vertentes - as vertentes ligam-se sempre duas a duas. Se a liga•
ção das vertentes é um ângulo convexo, a aresta do ângulo diedro por e las formado
é dominante e divisora das águas, chama-se então "linha de crista", "linha de f esto",
"linha de cumiada" ou "linha de divisão de águas" (Fig 7 - 8). Quando a ligação é
em ângulo ·côncavo, a aresta é dominada e coletora das águas, chama se então
" linha de fundo", "linha de reunião de águas" ou "talvegue" (Fig 7-9).

7- 5
e 21-26
Fig 7- 7
Encosta convexa

Fig7 -8.
Linha de crista

.,__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _..J Fi_g 7-9. Linha de fundo

7-6
c 21 -26 7- 2

(1) Crista topográfica - chama-se crista topográfica ao ponto mais alto de


uma linha de crista (Fig 7 - 10).
(2) Crista militar - chama-se crista militar ao ponto da linha de crista que
proporciona comandamento de todo o terreno à frente da elelfação, sem a presença
de ângulos mortos. Pode coincidir com a crista topográfica, porém pode ser outro
ponto da linha de crista (Fig 7 - 11 e 7-12) .
Fig 7- 10.
Crista topográfica

Fig 7 -1 1. Crista militar - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ----

Fig 7 - 12. Crista milita r e to pográfica

7- 7
7-3 C21-26

7-3. FORMAS SIMPLES OU ELEMENTARES


A ligação de duas vertentes em ângulo convexo, segundo o tipo de encostas e
a abertura do ângulo por elas formado. pode dar origem a três formas do terreno:
a. Espigão - é o acidente do relevo em que as vertentes são íngremes e uni-
formes. O ângulo diedro por elas formado é pequeno. provocando, na sua represen-
tação, curvas de nível cuneiformes (Fig 7-13).

- Fig 7 - 13. Espigão

,.
>
-. .'
1 . ' .. ,
-----

b. Garupa é a forma do terreno em que as vertentes são convexas. O ãngulo


diedro por elas formado é obtuso, dando origem a uma linha de crista abaulada,
donde as curvas de nível representativas terem também a forma abaulada (Fig 7- 14).

Fig 7-14. Garupa L:=:===========----------J


7-8
e 21-26
e. Esporão - forma do terreno caracterizada por uma linha de crista com in-
flexão, acusando uma elevação ou um cume mais pronunciado (Fig 7-15).

·. ;..- ."
. ü~~/j" .f_-;

Fig 7 -1 5. Esporão

d. Da reunião de vertentes resultam ainda os seguintes elementos:


(1) Ravina - sulco ou mordedura na encosta de uma elevação, provocada
pela ligação lateral de duas vertentes, servindo de linha de reunião de águas
(Fig 7-16).
(2) Nó de crista - elemento do relevo resultante da reunião de várias li-
nhas de testo no topo de uma elevação. Neste caso as ravinas correm de alto a baixo
da elevação, fazendo com que a curva de nível mais interna sofram as mesmas infle-
xões das demais (Fig 7-16).
(3) Nó topográfico - elememo do relevo resultante do fato das diversas
ravinas não atingirem o tôpo da elevação, graças à adversidade de dureza das rochas
que a formam. Neste caso a curva de nível mais interior terá sua sinuosidade discor-
dante das envolventes (Fig 7-17).

7- 4. FORMAS COMPOSTAS OU DERIVADAS


Os diedros resultantes de duas vertentes ligam-se geometricamente constituin-
do formas compostas ou derivadas, chamadas genericamente de elevações. Nas ele-

7-9
7-4 e 21 - 26
Fig 7 - 16. Nó de cnsta

L - -~ =============--- -~

Fig 7 17. Nó topográfico ~ - - - - -- - - - - - - - - - - - - -_J


vações, as curvas de nível de menor valor envolvem as de maior valor. Nas depres·
sões, as curvas de nível de menor valor são envolvidas pelas de maior valor.
a. Elevações - uma elevação pode ser considerada, pois, como sendo a
reunião de dois diedros convexos pelas partes superiores, à guisa de pirâmides ou
troncos de pirâmides.
(1) Elevações isoladas - as elevações isoladas podem ser:
(a) Quanto à forma
- Mamelão - tipo de elevação em que as vertentes são mais ou
menos arredondadas e uniformes ( F 1g 7 - 18).
- Colina - elevação que difere basicamente do mamelão por ter
o formato alongado segundo uma direção. Sua linha de crista tende a abaular-se
formando uma espécie de sela (Fig 7- 19).

7-10
e 21-2s 7- 4

Fig 7- 18. Mamelão

-~~
.··.
..
-
.. ,---1-:.· ··. -~
...... .
~--cz- ...
::<·• ---- •· •

Fig 7- 19. Colina ..__ _ __ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ __ ____,

- As elevações isoladas podem apresentar-se na parte superior em


pico, zimbório ou platô (Fig 7- 20 a 7 - 22) .

.___ __ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ___J Fig 7-20. Pico

7 -11
7-4 e 21-26
Fig 7 - 21 . Zimbório

Fig 7-22. Platô

(b) Quanto ao porte


- Montes - elevações consideráveis, geralmente abruptas e sem
vegetação na parte superior, destacando-se do solo circunvizinho. Graficamente são
representadas por curvas de nível que se fecham no limite do desenho e mantém
uma curvatura mais ou menos uniforme.
- Morros - quando também isolados, mas de vulto mais mo-
desto, tendo a parte superior quase sempre arredondados.
- Outeiros - são ainda de menor porte que as colinas, porém sua
principal característica é a de apresentarem-se isoladas nas planícies ou nos
planaltos.
- Cêrros ou Serrotes - elevações de vertentes penhascosas, de
medíocres dimensões.
- Dobras - pequenas elevações simples alongadas, de pequena
altura (15 a 20 metros), formando depressões capazes de furtar tropas às vistas ter -
restres inimigas.
(2) Elevações grupadas
(a) Montanha - termo genérico que exprime coletividade, um aglo-
merado de elevações de formas e natureza diferentes, numa extensão mais ou menos
considerável, em que o comprimento excede a largura.
(b) Cordilheira - uma série de montanhas que se sucedem numa gran-

7-12
e 21-26 7-4

de extensão, sempre na mesma direção, dando origem a grandes linhas de cumiada e


donde, em geral, se destacam, no sentido mais ou menos ,,ormal à d ireção principal,
montanhas alongadas denominadas contrafortes.
(c) Cadeia de Montanhas - são montanhas contíguas, de formas mais
ou menos alongadas e que ocupam grandes superfícies.
(d) Serra - montanha de forma muito alongada, e cuja parte elevada
apresenta pontos salientes, culminantes, em forma de dentes de serra, denominados
vértices, cumes ou cimos.
(e) Pico - quando o cimo é cônico e elevado.
( f) Agulha - pico escarpado e agudo.
(g) Maciço - é um agrupamento de elevações que se ramificam de di -
versas maneiras, em qualquer sentido, apresentando o aspecto de um círculo de ele-
vações em torno de um ponto culminante central.
(h) Planalto - superfície mais ou menos extensa e regular, situada a
grande altura em relação ao nível do mar, em geral ondulada, com declividades
suaves e algumas vezes acidentadas, porém acessíveis. Quando o planalto é de gran-
de extensão é chamado chapada.
b. Depressões - denominam-se depressões as formas opostas às elevações e às
quais vão ter as águas das chuvas que se escoam ao longo das vertentes das monta-
nhas qu e as cercam.
(1) Cuba - depressão sem escoamento para as águas, servindo normal-
mente de fundo de lago (Fig 7- 23) .

Fig 7- 23. Cuba

(2) Vale - nome genérico de depressão que serve de leito de escoamento


das águas, com a forma de sulco alongado e sinuoso.
(3) Desfiladeiro - passagem mais ou menos longa entre duas elevações,
cujas vertentes se prestam a uma organização capaz de barrar por sí a passagem de
tropas, ou ainda suscetível de ter essa passagem impedida por uma organização
localizada em outro movimento do terreno que a enfie. As elevações que a formam
são de acesso difícil. Para uma tropa, o termo desfiladeiro é também empregado
para designar um obstáculo que a obrigue a diminuir sua frente (Fig 7-24).

7- 13
7- 4 c 21-26

--

Fig 7- 24. Desfiladeiro

(4) Corredor - é caracterizado por uma passagem entre elevações, de


extensão apreciável, podendo as elevações que a formam ser ou não acessíveis
(Fig 7-25).

Fig 7-25. Corredor

(5) Garganta - passagem estreita e curta entre elevações (Fig 7-26).


e. Planícies - forma intermediária entre as elevações e depressões, são resul-
tantes muitas vezes do entulhamento dessas últimas com os detritos provenientes
da erosão. São vastas extensões de terreno sensivelmente planas, situadas nas re-
giões mais baixas da superfície terrestre. Conforme o aspecto que apresentam e a
situação em que se encontram recebem as seguintes denominações:
(1) Charneca - quando a planície é inculta.

7- 14
c 21 - 26 7-4/7-5

Fig 7- 26. Garganta

(2) Deserto - quando a planície além de inculta, falta água e vegetação.


(3) Várzea - quando cultivadas ou a isso se prestarem.
(4) Descampados - quando muito extensas.
(5) Brejo ou charco - quando baixas, sujeitas ãs invasões das águas
pluviais.
(6) Pampas - planfcies vastas, quase sem relevo, monótonas, cobertas de
ervas, revestidas de prados, baixas e desabrigadas dos ventos.
(7) Baixada - quando situada entre as abas de grandes elevações e o mar.
As planfcies, em geral, diferem dos planaltos pela sua situação em relação
ao nfvel do mar, pois os planaltos nada mais são do que planfcies situadas no alto
das grandes cadeias de montanhas.

7 -5. CLASSIFICAÇÃO DO TERRENO


a. Quanto ao relevo
( 1) Plano - quando a diferença de nfvel é quase nula.
(2) Ondulado - quando apresenta dobras não superiores a 20 metros.
(3) Movimentado - quando apresenta elevações e depressões, próximas
umas das outras, e de altura entre 20 e 50 metros.
(4) Acidentado - quando apresenta elevações entre 50 e 100 metros.
(5) Montuoso - quando apresenta elevações entre 100 e 1000 metros.
(6) Montanhoso - quando apresenta elevações superiores a 1000 metros.
b. Quanto ao aspecto tático
( 1) Quanto ãs vistas
(a) Coberto - quando a vista é limitada por obstáculos (matas, bos-
ques, construções).
(b) Descoberto - quando oferece vastos horizontes.

7- 15
7-5/7-7
e 21-26
(2) Quanto ao movimento de tropa
(a) Livre - quando no terreno não há obstáculos ao movimento de
tropa.
(b) Cortado - quando oferece obstáculos ao movimento de tropa,_
tais como valas. fossos, muros. cercas. cursos d' água.
(3) Quanto aos fogos inimigos
(a} Desenfiado - quando não pode ser batido pelos fogos inimigos.
(b) Enfiado - quando está sujeito aos fogos inimigos. Diz-se, tam-
bém, batido.
(4) Quanto à vegetação
(a) Limpo - quando a vegetação existente não prejudica o movi-
mento. as vistas ou a ligação das tropas amigas.
(b) Sujo - quando a vegetação existente prejudica o movimento, as
vistas ou a ligação das tropas amigas.
(5) Quanto à praticabilidade das operações militares
(a) Praticãvel - quando o terreno. na sua conformação geral, se pres·
ta a uma operação militar.
(b) lmpraticãvel - quando não se presta à operação militar em vista.

ARTIGO Ili

LEIS DO MODELADO

7-6. GENERALIDADES
Estas leis se referem às linhas de talvegue, às vertentes e às linhas de fêsto. os
três principais elementos do modelado do terreno. São regras que nada têm de
absoluto, todas comportam exceções. São variáveis como o são as superfícies do ter-
reno e dizem apenas a forma ideal para a qual tendem os terrenos normalmente
constituídos e sujeitos à erosão regular das águas. O estudo dessas regras conduz a
conclusões muito interessantes sobre o aspecto do terreno.

7-7. REGRAS REFERENTES AOS TALVEGUES E CURSOS D'ÁGUA


a. De um ponto qualquer do terreno pode-se descer até o mar sem nunca
subir. É a lei da continuidade dos declives. Ela decorre naturalmente da maneira
pela qual se formou o modelado topográfico. Há como exceção o caso de uma bacia
fechada, o que aliás existe, se bem que raramente.
b. A declividade de uma linha de talvegue ou de um curso d'água decresce de
montante para jusante (Fig 7- 27) . Isto porque, tendo o rio maior volume d'água à
jusante, a erosão tar-se-á sentir mais à proporção que ele se aproxima do nível base.
isto é, o ponto em que desemboca, adoçando assim o declive na sua vizinhança. A
exceção dessa regra seria um curso d'água que não tivesse atingido seu perfil de
equilibrio. Em conseqüência, as interseções das curvas de nível com os talvegu1:s

7-16
e 21-26 7-7

ou cursos d'água são mais espacadas à medida que se desce para jusante. Este
aumento progressivo. bastante sens,vel na origem dos vales, o é cada vez menor no
percurso interior.

1
1

1 1

) )
Fig 7 27. Declividade de uma linha de talvegue

e. Em geral, se desenvolvermos num mesmo plano os perfis de um curso


d'água e de seus afluentes, a curva perfil desse curso d'água envolverá todas as de
seus afluentes (Fig 7-28). Essa regra baseia-se :>o fato de que no ponto em que um
curso d'água atinge o nível base (o mar pllr;; o rio e 0 confluente para o seu afluen-
te) o seu perfil é tangente a uma retil, tJnto mais horizontai quanto mais importante
for o curso d'água. Em conseqüência, uma mesm,l curva de nível, 11a vizinhança e a
montante de uma confluência (Fig 7- 28), cortara o cur~o d'água principal "abc"
mais longe cl,i confluência que o curso d'água secundário "de'·. Em outros termos,
a mesma cu1v,1 de nível penetrará mais no vale principi:ll do que na ravino lateral que
nele desembol:ar.
d. N;i, "nuosidades de um curso d'água, os declives exteriores às curvas são
quase semp•l' muito mais fo1tes que os interiores (Fig 7- 29). Com efeito, em uma
curva a massa d'água agindo sob a influência da força centrífuga corrói a margem
exterior, alargando o leito do rio e, não raras vezes, rasgando-lhe novo leito. Na mar-
gem interior, a velocidade do rio sendo muito menor, ocasiona a sedim,mtação de
aluviões e o conseqüente adoçamento do declive dessa margem. Assim, as curvas de
nível que envolvem uma sinuosidade de um curso d'água são normalmente mais
unidas que as envolvidas por ele. Em conseqüência a margem situada do lado da
convexidade tem comandamento sobre a outra. Desta regra surgem dois impor-
tantes corolários:
( 1) Quando um curso d'água se divide em muitos outros sinuosos forman-
do ilhas irregulares, podemos concluir que o vale é largo e o talvegue pouco aciden-
tado ou sensivelmente horizontal ( Fig 7- 30).

7-17
e 21-26

e
------- ----

Fig 7- 28. Desenvolvimento de uma curva de nível

Fig 7- 29. Declives em relação a um curso d'água sinuoso

7-18
e 21-26 7 7

Fig 7 30. Vale largo e talvegue pouco acidentado

(2) Havendo um único braço quase retilíneo o vale é estreito e o talvegu e


muito pronunciado e de grande inclinação longitudinal {Fig 7 31) .
e. O ângulo formado pela direção de dois talvegues no ponto de sua con·
fluência, é geralmente inferior a 90º. Essa regra permite indicar na maioria dos
casos, a direção da corrente de um rio {Fig 7- 32) .

too

Fig 7-31. Vale estreito e talvegue muito Fig 7-32. Direção da corrente de um rio
pronunciado

7 - 19
7- 7/7-9 e 21-26
f. Uma confluénc1a é assinalada geralmente por uma inflexão do curso d'água
pr1ncip<1I no sem1do do afluente e essa inflexão é tanto mais pronunciada quanto
este afluente é mc11s importante

7-8. REGRAS REFERENTES AS VERTENTES


Em geral as curvas de nível de mesma cota se fazem seguir sobre as duas
partes de uma mesma vertente, separadas, uma da outra, por um vale lateral
(F 19 7 33). É a lei da continuidade das vertentes. Na figura 7-33 as partes ab e cd
da venente não são modificadas pelo trabalho do afluente que cravou o leito
entre b e e.

F 19 7 33. Lei da continuidade das vertentes

7 9. REGRAS REFERENTES ÀS LINHAS DE FESTO


a. Uma linha de testo se liga sempre a outra, que por sua vez se liga a uma
tcrcerra e, assim, sucess,vamcnte (Fig 7 34) . Com efeito, para que houvesse uma

L.>00- _, /
J
' ,......v
~ /
i...ri.º

(},

Fig 7 34. Continurdade de uma linha de testo

7 - 20
c 21-26 7-9

exceção seria preciso imaginar uma saliência do terreno, de tal modo isolada, que
não pudesse se ligar por uma linha de cumiada a qualquer das saliências circunvi-
zinhas_ Isto só seria possível, supondo-se o referido trecho completamente cercauo
por um talvegue fechado sobre s1 mesmo, sem o que, forçosamente, passaria uma
linha de cumiada a ser interrompida. Mas, jamais um talvegue poderia fechar-se
sobre si mesmo, porque faltaria declive no círculo assim formado. Assim não se
deve considerar como totalmente isoladas certas elevações salientes que se levan-
tam em uma planície.
b_ Ainda mais que um talvegue, uma linha de festa não se fecha sobre si
mesma, a não ser excepcionalmente. Com efeito, a porção de terreno que ficasse
assim circunscrita estaria privada de escoamento.
e. Quando uma linha de festa separa dois cursos d'água, ela se eleva quando
eles se afastam e se abaixa quando eles se aproximam. A distância máxima corres-
pondente geralmente a um mamelão e a mínima a um colo (Fig 7-35).

Fig 7- 35. Linha do testo em relação a dois cursos d'água

d_ Se dois cursos d'água estão em níveis diferentes, a linha de testo que os


separa aproximar-se-á mais do que se achar no nível mais elevado (Fig 7-36).

A 6
1
Al't <"16
1
--~1 1 1
...J
1
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1
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/ / I /
/ / /
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/ / /
./ / /
_,
/ /
/ /

Fig 7-36. Cursos d'água em níveis diferentes

7-21
7-9 e 21-26
e. Quando dois talvegues opostos tiverem nascimento de um lado e de outro
de uma linha de testo, esta geralmente sofre uma depressão formando um colo
(Fig 7-37).
f. Quando dois talvegues vizinhos nascem de um mesmo lado de uma linha
de testo, esta se inflete enviando uma ramificação que os separa (Fig 7-38).

Fig 7- 37 . Formação de colos Fig 7-38. Talvegues de um mesmo lado


de uma linha de testo

g. Quando uma linha de festa muda de direção, dela se destaca, em oposição


à bissetriz do ângulo formado, uma ramificação constituindo um contraforte por
mais curto que seja (Fig 7-39).

Fig 7- 39. Mudança de direção de uma linha de festa

h. Qualquer curso d'água está compreendido entre duas linhas de festa que,
desde a origem até a foz, se vão afastando à medida que descem e o seu declive vai
diminuindo (Fig 7- 40) .

7- 22
e 21-2s 7-9/7-10

i. Quando dois curs,\S j'água descem paralelamente de uma encosta e tomam


depois direções opostas, a 'inha que separa os cotovelos indica a depressão mais
profunda entre as duas verrentes e, portanto, a existência provável de um colo
(Fig 7-41) .

Fig 7- 40. Relação curso d'água e linhas Fig 7-41. Colo resultante de cursos
de testo d'águas paralelos

j. Quando dois cursos d'água se encontram, a linha de crista do saliente que


os separa está sensivelmente na direção do prolongamento do curso d'água que
resulta da junção dos dois (Fig 7- 42).
1. Quando diversos cursos d'água partindo de um ponto central seguem dire-
ções diversas, há ordinariamente na sua origem um ponto culminante (Fig 7- 43).

Fig 7-42. Direção única entre a linha Fig 7-43. Ponto culminante na origem
de crista e cursos d'água de diversos cursos d'água

ARTIGO IV

DECLIVE
7-10. GENERALIDADES
A inclinação que tem o terreno em relação ao plano horizontal é conhecida

7-23
7-10 e 21-26
como declividade. A velocidade de deslocamento do pessoal e dos equipamentos
depende de declividade e por esta razão, devemos determinar a declividade de ma-
neira o mais preciso possível. O declive pode ser expresso de várias maneiras, mas
todas elas dependem de uma comparação entre a distância vertical e a distância
horizontal. A declividade de um terreno entre dois pontos é medida pela inclina·
ção da reta que os une com o plano horizontal. Pode ser expressa em percentagem,
em milésimos ou em graus (Fig 7-44).

D1stânc1a
v~rt/cal
horizontal

Fig 7-44. Parâmetros para o cálculo de declive

a. Declive em percentagem - o meio mais comum de exprimir o valor do


declive de uma encosta é em percentagem. O declive de 1% significa que se sobe
ou se desce uma unidade em uma distância horizontal de cem unidades; um declive
de 10% significa que se sobe ou desce 10 metros. O declive em percentagem é
igual a:
diferença de nível
X 100
distância horizontal
( 1) Na figura 7-45 a linha XY representa uma encosta. Se a distância

'J

DECLIIIE. ~IFERENÇA DE 1'1YI l li ,oo


~l8TANCIA HO.IZOl'IT"L

- - JOOm

Fig 7-45. Declive em percentagem

7-24
e 21-26 7-10

honzontal entre X e Y é de 100 metros e a diferença de nivel é de 10 metros, o de·


clive da encosta XY é igual a.
10
l00 X 100 10%
(2) Na carta a distância horizontal é medida diretamente e a altura verti
cal é a diferença de nível dos pontos. Um declive ascendente é positivo (+) e um
descendente é negativo ( ) isto é, o declive considerado no sentido XY é + 10% e
considerado no sentido YX é - 10%.
131 Por exemplo, na figura 7-46, trata se de achar o declive entre A e B.
Mede-se primeiramente a distância horizontal, 220 metros. Determina-se a altura
subtrainao a cota de A da cota de B A altura é 559 530 = 29 metros. O declive é
29
X 100 + 13,2%
220

1
1
1 /nc/1na5ão
1
1
A - - _ _ _ fe.ueno
_ _ _ _ _J,_ _ __

1
1------22om
d.1sfà.11C10. ho111zonfo.l

Fig 7-46. Determinação na carta do declive em percentagem

b. Declive em milésimo o valor do declive em milésimos é o ângulo, em


milésimo, formado pelo plano horizontal e pela superfície inclinada do terreno.
Até 350 milésimos, sem erro sensível, o declive é obtido da seguinte forma:
diferença de nível l.O00
distância horizontal x

7 25
7- 10 e 21 - 26
( 1) Por exemplo, na figura 7 - 47, a altura (diferença de nível) 268 unida-
des e a distância horizontal é de 1.000 unidades. O decl ive é:
268
X 1.000 268"'
1.000

261j 2sa un1da.de1


- ______ J
d11íili.c ia hQr1zon.tal
1- - tooo ••idada-
Fig 7- 47 . Declive em milésimos

(2) Na figura 7 48, o declive é de 100 milésimos.

200
, '-"" · "' unida,tei
e
1 ~ •:....º'_ .:. - - - - 2000 uni dadas - ~~J_- - - - - _J
Fig 7 48. Declive em milésimos

e. Declive em graus - certos instrumentos para medida de declive são gra-


duados em graus. O grau é a unidade de medida angular. Ele é o ângulo subten-
dido pelo arco de uma unidade, numa circunferência de raio 57,3 unidades. O valor
de um declive em graus é o ângulo em graus entre o plano horizontal e a superfície
inclinada do terreno. A altura não é exatamente igual ao comprimento do arco, mas
para declives até 20º as variações podem ser desprezadas. A fórmula para o declive
em graus é:
diferença de nível x 57,3
- declive em graus
distância horizontal

(1) Por exemplo, na figura 7-49, a altura é 16 unidades e a distância é


76,4 unidades. A declividade em graus é :
16 X 57,3 = l20
76,4

(2) Na figura 7- 50, o decl ive em graus é:


15 X 57,3
50
114,6 = 7•
7- 26
e 21-26 7-10/7-11

'2º
_________________ _) ____ ! ---
distci,,cio. horizontcú
1t1,i. uni d.o.cús
Fig 7- 49. Declive em graus

Fig 7-50. Declive em graus

d. Greide - nas estradas de rodagem e nas ferrovias, o declive é também


conhecido como greide, geralmente dado em percentagem, e é calculado como ficou
descrito anteriormente.
e. Rampa - a relação entre a altura e a distância horizontal é também cha-
mada de rampa, podendo ser expressa como se segue.
1 para 3; 1 :3 ou ainda 1/3.

7-11. PERFIS
Um dos meios utilizados para estudar os declives, nas cartas, é levantar o
perfil de escala.
a. Traçado do perfil - a figura 7-51 representa um trecho da carta com
curvas de nível. Para levantar o perfil do terreno entre os pontos A e B, procede-se
do modo abaixo descrito.
(1) Ligam-se os pontos A e B por uma reta e admite-se que um plano ver-
tical passa por essa linha.
(2) Toma-se um pedaço de papel, que tenha linhas paralelas horizontais
igualmente espaçadas; corta-se ou dobra-se o papel segundo uma dessas linhas.
(3) Vai-se à carta e determinam-se a maior e menor cota ao longo da linha
AB; numeram-se as linhas no papel em correspondência com as cotas na carta,
iniciando com a cota mais alta na linha superior do papel, como representado na
figura 7- 51.

7-27
7-11 c 21-26
(4) Coloca-se a borda superior do papel sobre a linha AB, e, onde a bor·
da cortar cada curva de nível, baixa-se uma perpendicular até a linha horizontal do
papel que corresponde à cota da curva de nível interceptada.
(5) Ligam-se por meio de uma linha curva, os diversos pontos de inter·
seção das perpendiculares com as horizontais no papel. Essa curva representa o
perfil.
(fü As cotas dos pontos intermediários tais como e e d na figura 7-51,
são determinados por estimativa entre as curvas de nível adjacentes da mesma cota.
(7) Quando a linha cortar uma crista ou uma depressão, a carta poderá
dar a cota respectiva; isto ajudará a completar o perfil; quando os números de tais
cotas não constam na carta, é necessário interpolar as cotas entre as duas curvas de
nível sucessivas.

Hao

U.iO

1.080 - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Fig 7- 51. Construção de um perfil

7-28
e 21-2s 1-11n-12

(81 Levanta-se o perfil de uma linha sinuosa, tal como uma estrada ou
trincheira, dividindo-a em uma série de segmentos aproximadamente retos e apli-
cando, para cada segmento, o que ficou dito no número (5).
b. Escala Vertical - a escala horizontal é normalmente a mesma da carta, ao
passo que a escala vertical é consideravelmente aumentada para facilitar a leitura do
perfil, como está representado na figura 7- 51.

7-12. PARTES VISTAS E OCULTAS


a. Generalidades - uma das utilidades importantes das cartas para fins mili-
tares, é determinar se um ponto, um itinerário ou uma área, são visíveis de um
ponto ou posição dados.
b. Desenfiamento - quando um ponto é visível do outro, eles são visíveis
entre si. Se houver um elemento do terreno entre eles, mais alto do que ambos, tal
como uma garupa na elevação, vegetação ou obras feitas pelo homem, eles são
desenfiados das vistas. Um elemento do terreno que interfira na visibilidade entre os
pontos, é denominado máscara.
(1) A expressão altura da máscara, significa a altura do elemento do ter·
reno acima da linha de visada entre os dois pontos. Na figura 7- 52, os pontos B e C
são visíveis entre si; os pontos B e A são desenfiados das vistas. A não podendo ser
visto de B; o ponto C é a máscara entre os pontos B e A e o terreno entre C e A é
desenfiado de B; a "altura da máscara" M é a altura do ponto C acima da linha de
visada de B para A. A crista topográfica (topo de uma elevação), a crista militar

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e,,..,,,. ,,..,•/,~,.

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Fig 7- 52. Desenfiamento - crista militar

7-29
7-12 e 21-26
(a parte mais alta de uma elevação, onde toda encosta pode ser observada) e o
desenfiamento D estão representados na f igura 7- 52.
(21 No terreno, localizam-se os pontos da crista militar descendo a ver·
tente até se conseguir ver todo o terreno situado na frente considerada. Na carta,
determina-se a sua posição, tomando-se entre as curvas de nível que tenham um
afastamento mínimo a que estiver marcada com a cota mais elevada e a partir da
qual o afastamento entre as curvas aumenta quando o terreno sobe (Fig 7- 52).
e. Determinação da visibilidade
( 1) Por simples inspeção da carta - na determinação da visibilidade na
carta, as seguintes idéias facilitam a tarefa:
(a) Dois pontos situados nas encostas opostas de um vale e bem
acima do terreno que os separa, são vis1veis entre si.
(b) Dois pontos separados por um elemento do terreno, mais alto do
iue eles, não são visíveis entre si.
(c) Se dois pontos são separados por elemento do terreno, mais alto
do que um dos pontos, esses pontos podem ou não ser visíveis entre si.
(d) Se entre dois pontos a encosta é convexa, eles não são visíveis
entre si.
(e) Se entre dois pontos a encosta é côncava provavelmente eles são
visíveis entre si .
(f) Quando o terreno entre dois pontos é plano, a visibilidade recí·
proca entre eles depende da ve!Jetação e das obras artificiais.
(2) Por meio de perfis - para determinar, pelo perfil, se B é ou não visí·
vel de A, procede-se do seguinte modo:
(a) Constrói-se o perfil, tal como está descrito no parágrafo 7- 11 e
representado na figura 7- 51.
(b) Na figura 7- 53, traça-se uma linha de a até a crista de c, daí até
h. A porção de terreno entre e e h inclusive b, não é visivel de a. Na figura 7- 53
essa área está tracejada.
(c) No exemplo anterior, os pontos a e b estão ambos ao nível do ter•
reno. Para determinar se um homem em a, com os olhos 1,60 acima do terreno, vê
uma viatura de 2,6 m de altura, situado em b, será necessário colocar a no perfil
com uma quota de 1131,6 m e b com a cota 1102,6 m. O leitor das cartas, entre·
tanto, raramente leva em consideração o nível dos olhos de um homem em pé, pois
os observadores, nas operações de combate, observam bem junto ao solo.
(3) Por meio de perfil rápido
(a) Muitas vezes é necessário fazer um perfil rápido, para determinar
se um ponto pode ser observado de uma certa posição. A figura 7- 54 representa
um perfil rápido. O problema é determinar se o ponto P pode ser visto do ponto A.
Em um perfil rápido, são locados somente os pontos que podem mascarar a linha
de visada. Esses pontos são B', C', D', E' e F'. Desenha-se A' e traça-se as linhas de
visada A'B' A'F'. É claro que a junção de estrada P, não pode ser vista de A; ela é
mascarada pela crista em F'.

7-30
e 21-26

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Fig 7-53. Determinação da visibilidade por meio do perfil

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Fig 7-54. Determinação da visibilidade por meio de um perfil rápido

7-31
7-12/7-13 e 21-26
(b) Partes vistas e ocultas - tracam·se os perfis do terreno segundo as
direções XV, XYl e XY2 abrangendo o setor cujas partes vistas e ocultas se deseja
oonhecer. Determinam-se séries de pontos a, b, c ... ; al, bl, cl, ...... ; a2, b2, c2, ..... .
que limitam as partes vistas e orultas nas diferentes direções. Unindo conveniente·
mente esses pontos por curvas traçadas ao sentimento, levando em conta a orienta•
ção das linhas do terreno e hachuriando partes ocultas, obtêm·se, como indica a
figura 7- 55. a representação das partes vistas e ocultas.

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Fig 7- 55. Determinação das partes vistas e cc•.1ltas

7•13. ILUMINAÇÃO E ESQUELETEAMENTO


Para facilitar a leitura da carta, destacando os elementos topográficos de
maior importância para cada caso particular, são usados os processos gráficos da ilu·
minação e do esqueleteamento.
a. Proc8SSO da iluminação - consiste em destacar o relevo e demais acidentes
naturais e artificiais importantes, pelo uso de cores, isto é, colorindo a carta. Para
cada tipo de acidente, são empregadas cores ou tonalidades, conforme instruções
que se seguem.
(1) Relew - colorir em amarelo, alaranjado e marrom os intervalos entre

7-32
e 21-26 7-13

as curvas de nível, com tonalidades tanto mais fortes quanto a altitude, tendo o
cuidado de empregar tonalidades iguais para as mesmas altitudes.
(2) Hidrografia - em azul.
(3) Vegetação - em verde de tonalidades proporcionais a sua densidade.
(4) Rodovias, arruamentos, caminhos, etc - em vermelho.
(5) Os pontos importantes que merecem destaque especial devem ser
envolvidos por um circulo em preto.
b. Proces,o do esqueleteamento - consiste em traçar na carta, em marrom as
linhas de crista e em azul as de fundo, destacando assim os pontos topograficamente
importantes. É um processo rápido e destaca objetivamente a compartimentação do
terreno Para sua execução devem ser observadas as seguintes regras abaixo:
( l) As cristas principais têm o seu traço reforçado.
(2) Nos colos pouco profundos as linhas de crista são pontuadas.
(3) As linhas de fundo. por onde passam cursos d'água são indicadas com
linha tracejada.
(4) O número de linhas de crista e de fundo secundárias a traçar, será
tanto menor quanto maior for a área a esqueletear, a fim de não sobrecarregar a carta,
prejudicando sua interpretação.
(5) No esqueleteamento de um maciço, a curva de nível mais baixa que
o envolver deve ser avivada com lápis preto.
(6) No esqueleteamento de uma área as curvas de nível que envolvem as
elevações e os maciços, de per si, devem ser avivadas.
(7) As figuras 7-56, 7-57 e 7-58 apresentam exemplos de esqueletea•
mento de uma elevação, de um maciço e de uma área, respectivamente. Esses pro·
cessos podem ser combinados entre si. Assim, numa carta esqueleteada pode-se indi·
car a vegetação, as estradas e os pontos importantes pelo processo de iluminação.

Fig 7-56. Esqueleteamento de uma elevação

7-33
e 2 1-26
-=-- 1 Fig 7 - 57. Esqueleteam
um maciço ento de

Es ueleteamento
Fig 7-58. ~e uma região

7-34
CAPÍTULO 8

IDENTIFICAÇÃO DA CARTA COM O TERRENO

ARTIGO 1
ORIENTAÇÃO DA CARTA

8-1. GENERALIDADES
Saber como se orientar em campanha e como usar com propriedade uma carta
topográfica, significa ser capaz de sair de situações difi'ceis, em que a direção certa é
fator preponderante no sucesso da missão. Antes de utilizar uma carta, ela deve ser
colocada em posição tal que as direções na carta coincidem com as direções no ter·
reno. Há dois meios de fazer isso; um deles sem o auxílio da bússola e o outro com
esse auxílio ou com o de algum outro meio que sirva para determinar o norte. Essa
operação de ajustar a posição da carta ao terreno, chama-se orientação da carta.

8-2. PROCESSOS EXPEDITOS PARA DETERMINAR O NORTE VERDADEIRO


a. Pela declinação da bússola - para achar a declinação com uma bússola,
toma-se o azimute magnético do sol, de um planeta ou de uma estrela brilhante, no
nascente e no poente do mesmo dia ou no poente num dia e no nascent e no dia
seguinte. Somam-se esses dois azimutes e toma-se a metade da diferença entre essa
soma e 360º. Se a soma é menor do que 360°, a declinação é para leste. Se a soma
é superior a 360º, a declinação é para oeste. Na figura 8-1 por exemplo:
Azimute magnético do sol no nascente . . . . . . . . . . . . . . . .... . 110º
Azimute magnético do sol no poente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270º
SOMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3800
Diferença entre essa soma (380º e 3600) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
Toma-se a metade dessa diferença que é . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
A declinação magnética é 10 e é oeste, porque a soma dos azimutes é maior

8-1
8 2 C21-26

do que 360. As leituras da bússola devem ser feitas quando o corpo celeste estiver
exatamente acima do horizonte, ou com inclinação zero. Se isso não puder ser feito,
as leituras na nascente e no poente devem ser feitas sob a mesma inclinação. A incli•
nação pode ser determinada por um clinômetro. Quando é utilizada uma estrela,
procura-se uma que nasça aproximadamente a leste do ponto de observação. Como
a declinacão sofre variações devem ser feitas observações de 16 em 16 km.

NM

No11rc ,-,,u;,.,érrco No~ rE Vt: • 01tDe1 lfo


DADO PElA 6Ú~OLR 11 ~E: rr•""'"""

Pooac LEVANTE
Fig 8 1. Determinação do norte pelo nascer e por do Sol

b. Processo da sombra e do fio de prumo - do estudo do movimento do sol,


verifica-se que todo objeto situado no hemisfério norte, acima do trópico de Cãn·
cer, terá sua sombra voltada para o norte; que os situados no hemisfério sul, abaixo
do trópico do Capricórnio, terão sua sombra voltada para o sul, e que os situados
entre os dois trópicos, isto é, aqueles cujas latitudes estiverem compreendidas entre
O e 23, terão sua sombra dirigida, ora para o norte, ora para o sul, conforme a época
do ano. Conhecida esta particularidade podemos, pela sombra de uma vara, deter·
minar a direção do norte geográfico. Coloca-se, como mostra a figura 8- 2, a vara
inclinada na direção aproximada da linha norte-sul. Na sua extremidade suspende-se
por meio de um cordel, um peso quase tocando o solo. Crava-se, debaixo do peso,
uma estaca a no terreno. Cerca de uma hora antes do meio-dia crava-se uma estaca
b na sombra da ponta da vara. Com uma ponteira de madeira, presa a um cordel de
comprimento ab e fixo em a, traça-se um arco de círculo bcd no terreno. Cerca de
uma hora após o meio-dia a sombra da ponta da vara cruzará o arco em d, onde se
crava outra estaca. Liga-se b a d e determina-se e, meio de bd, ou determina-se f,

8-2
C21-26 8-2

meio do arco bcd. O no te verdadeiro estará na direção fea, se nesta época do ano
a sombra estiver voltada para o sul ou na aef, no caso contrário .

. t, f
~·~,..t,_,,~"i. ~ ~';41ii r(\,, , .., J

Fig 8 2. Determinação do norte pela sombra e fio de prumo

e. Pelo uso do Sol - o sol ao nascer, define quase sempre, aproximadament~


a direção Este e, ao se por, a direção Oeste. Conhecidas estas direções, basta qu
para elas se dirija o nosso lado direito para o nascente o u o nosso lado esquerd
para o poente, teremos o Norte à nossa frente. Ainda com o Sol e com auxílio de
um relógio, devidamente certo, pode-se determinar a direção Norte. Basta que., coj
servando-se a graduação 12 horas para o Sol, se identifique, no terreno, a direção d
linha que divide ao meio (bissetriz) o ângulo formado pela direção d o Sol e a d
ponteiro das horas. contado no sentido do movimento dos ponteiros. Essa b1ssetri
define a direção Norte-Sul. Antes de doze horas ela dá a direção Sul e depois des
hora a direção Norte (F,g 8- 3).

Fig 8-3. Uso do relógio

8-é3
8-3 e 21-2s

8-3. ORIENTAÇÃO PELO EXAME DO TERRENO


a. O processo de orientação da cana peio exame do terreno, consiste simples·
mente em examinar e observar o terreno com a carta diante do observador. Isto
pode ser leito quando existirem, no terreno, acidentes cuja representação figure na
carta. Na figura 8-4, por exemplo, coloca-se a carta de tal modo que o cruzamento
de estradas no terreno e a representação desse cruzamento na carta fiquem, ambos,
ã frente do operador. A carta está, então, orientada. Se os acidentes do terreno não
forem tão simples como um cruzamento de estradas (caso na Fig 8-5), ainda assim
pode-se orientar a carta pela observação.

Fig 8 - 4. Orientação pelo exame do terreno

b. Neste caso, entretanto, é necessário que o observador conheça primeiro a


sua própria posição (aproximadamente) na carta, para depois fazer um giro com
esta, de modo a colocar o objeto visado (no caso, a torre). a representação do
mesmo na carta e o ponto de estação do observador, tudo isto num mesmo alinha-
mento. A linha pontuada, na figura 8-5, ilustra melhor estP processo. Feito isso, a
carta estari orientad.

Fig 8 - 5. Orientação pelo exame do terreno

8- 4
e 21-26 8-4

8-4. ORIENTAÇÃO PELA BÚSSOLA


a Normalmente, as cartas são impressas de modo que a sua parte superior
corresponda com a direção geral do Norte. Quando isto não acontece, há, geral-
mente uma seta indicadora dessa direção, em cuja ponta fica a letra "N". Assim, se,
no terreno, voltarmos a parte superior da respectiva carta, ou a seta indicadora. para
a direção Norte, a carta ficará orientada.
b. As cartas trazem, normalmente, na margem inferior, um "diagrama de
orientação (Fig 8-6).

Hl'I HC. IH/

Fig 8 6. Diagrama de orientação


e. As linhas desse diagr" na possuem numa de suas extremidades, respectiva-
mente, as letras NM, NG e NO, que correspondem às designações das direções do
norte magnético, norte geográfico (ou verdadeiro) e norte da quadrícula, todas rela-
cionadas com a região que a carta representa.
d. O ângulo form8 o pelas linhas que definem as direções do norte magné-
tico e do norte geográfico chama-se "declinação magnética".
e. A declinação ma!)nética é variável com o lugar, com a época, com as condi-
ções atmosféricas, etc, sofrendo, então influências diversas. Daí a necessidade de seu
gistro em cada carta, inclusive a respectiva época e a variação relativa.
f. A linha do diagrama que mais interessa para o estudo que estamos fazendo
é, justamente, a da direção NM porque vamos utilizá-la, empregando a bússola. para
orientar a carta. Para isso, desdobra-se a carta sobre uma superfície plana, prolonga-
se a linha NM, coloca-se sobre ela a bússola de modo que o retículo de visada coin-
cida, superposto, com a linha prolongada. Depois, girando-se o conjunto " carta·
bússola", isto é, conservando-se a bússola no mesmo local, fazer com que a seta
indicadora da direção Norte também coincida com a reta NM e o prolongamento
do retículo. Quando a coincidência se fizer, a carta estará orientada.
8-4/8-5 c 21-26
g. Pode acontecer que a declinação magnética tenha um valor inferior a três
graus, para Leste ou para Oeste. Neste caso, é indiferente usar a d ireção NM ou
a NG, porque a precisão de medidas nas bússolas que estamos considerando não per-
mite grande rigor na determinação das direções.
h. Antes de se utilizar uma carta, deve-se proceder, no terreno, à verificação
da direção do norte magnético, para termos uma idéia geral da direção Norte. Nesse
caso, é conveniente a identificação de pontos nítidos. importantes, afastados, para
facilidade de orientação.
i. Há cartas que, embora trazendo o diagrama de orientação inferior, trazem,
também, na parte superior uma escala em graus e na parte inferior, um ponto "P".
Conhecido o valor da declinação magnética local, pode-se traçar a direção do norte
magnético correspondente, ligando-se o ponto P à graduação relativa à declinação
considerada. A figura 8- 7 dá um exemplo, onde foi considerada a declinação
magnética de 1 to W.

10• s• o·
,---,------.,.....---uhw.lJ~-- - - - ~
'\
\

\
..... M. lliQ

----

•.s 95

Fig 8- 7. Ponto "P"

3-5. LOCALIZAÇÃO DE UM PONTO PELA INTERSEÇÃO À VANTE


a. Com a bússola e o transferidor - os objetos distantes ou inacessíveis,
podem ser locados, na carta, pela interseção das visadas de dois pontos de posições
conhecidas. Por exemplo: para determinar a localização duma posição inimiga,
representada na Fig 8-8 as leituras da bússola são feitas do cruzamento de estradas
685 e da bifurcação 573. As leituras de 46º e 3330 são convertidas em lançamento

8-6
e 21-2s 8-5

e locadas na carta, com auxílio do transferidor. A interseção das visadas, assinala a


localização da posição inimiga, como mostra a figura 8-8.

726

725

Fig 8- 8. Interseção ã vante

b. Processo gráfico - a pos1çao in1m1ga pode ser localizada graficamente,


como mostra a figura 8- 9. Na bifurcação 573, o observador orienta sua carta pela
bússola ou, por inspeção, nivela-a e coloca um alfinete na carta, na posição da bifur-
cação 573. Coloca uma alidade junto ao alfinete, visa ao longo dela a posição inimi-
ga e traça uma linha na carta passando pela bifurcação 573. Dirige-se para o cruza-
mento 685, orienta e nivela a carta, procede no mesmo modo traçando a linha que
passa pelo cruzamento 685. A interseção das duas linhas, localiza a posição inimiga
na carta.

8-7
8-5/8-6 e 21-26

Fig 8 9. Interseção à vante giaficamente

8-6. LOCALIZAÇÃO DE UM PONTO PELA INTERSEÇÃO À RÉ


a. 1nterseção à ré com a bússola na figura 8 1O o problema é, para os ho-
mens situados no observatório, a localização de sua própria posição na carta da
figura 8 1O (2). São feitas leituras da bússola do observatório para a bifurcação de
estradas 171 (333º) e para o cruzamento 162 (460). que podem ser identif..-los
no terreno e locados na carta. As leituras da bússola devem ser convertidas em
contra-azimute e depois em lançamento. O azimute magnético da direção "obser-
va tório b1fu1cação 171" é 3330 e o contra-azimute magnético é 3330 menos
180º, ou 1530_ Para achar o lançamento o ângulo OM é subtraído: o resultado é
144º para este lançamento. Esse procedimento é repetido para a direção "observa·
tório cruzamento 162". A interseção dessas d11 eções é a localização do observató·
rio. A localização da posição foi determinada pela leitura de dois ângulos e pelo tra·
çado de duas d1recõc~ na carta.
b. Processo gráfico este processo consiste em cravar alfinete na carta, nas
representações dos pontos 171 e 162 (Fig 8-11 ). Orientar e nivelar a carta, colo·
cando-se uma ai idade contra o alfinete no cruzamento em 152, visando, segundo
ela, o cruzamento de estradas e traçando na carta essa direção. Sem deslocar a carta,
repete-se a operação no ponto 171. A posicão do operador estará onde se der a
interseção das direções traçadas na carta.
c. Processo do papel transparente o papel transparente também pode ser
empregado na interseção a ré. Prime110 escol hem -se três objetivos distantes, repre-
sentados na carta, como por exemplo, uma igreja, o canto de uma cerca e uma
b ifurcação de estradas ( F 19 8 12). Esses pontos devem ser locados de tal modo que
as direções traçadas entre eles e a posição ocupada, não façam ângulos inferiores a
300 nem superiores a 150º. Fixa-se um alfinete no papel transparente em uma
suposta posição do observador, coloca-se uma altdade contra o alfinete, visando-se
cada um dos objetivos escolhidos, girando-se a altdade sem mover o papel transpa-

8- 8
e 21-2s

,.___,_,.___.____.___------U....-- - - - - - L - - - 4 - -__.LL_ _J
249 250 251
Fig 8-1 O. 1nterseção à ré

Fig 8-11. 1nterseção à ré - processo gráfico

8-9
8-6/8-7 e 21-26
rente, traça-se uma linha na direção de cada ponto visado até ao alfinete. Coloca-se
o papel transparente sobre a carta e gira-se o papel até que cada direção traçada
passe pela representação do ponto visado. Feitas essas coincidências, o furo no papel
transparente indicará na carta a posição ocupada pelo operador. A interseção à ré
deve, se possível, ser feita sobre pontos que formem um triângulo, em cujo interior
está a posição procurada.

Fig 8- 12. 1nterseção à ré - processo do papel transparente

ARTIGO li

GIRO DO HORIZONTE

8-7. GENERALIDADES
Giro do horizonte é a identificação pela carta dos diversos pontus do terreno
que se faz até a linha do horizonte. Para executar o giro do horizonte deve-se
ocupar uma posição que tenha comandamento sobre a região a ser identificada. De
inicio, deve-se determinar o ponto de estação por um dos processos anteriormente
indicados e orientar a carta. Orientada a carta e locado o ponto ocupado realiza-se
uma inspeção sumária pelos acidentes circunvizinhos mais notáveis, identificando-os
com a carta, para se ter certeza que a orientação está correta. O horizonte a ser
identificado deve ser dividido em setores e dentro de cada setor inicia-se a identifi-
cação do próximo para o afastado e d~ esquerda para a direita. Obedecendo a este
critério de execução, todos os acidentes serão observados e feita a identificação
completa do terreno com a carta.

8-10
CAPÍTULO 9

FOTOGRAFIAS AEREAS E FOTOCARTAS

ARTIGO 1

FOTOGRAFIAS AÉREAS

9 -1. GENERALIDADES
As fotografias aéreas são empregadas para os fins mais diversos nas operações
militares. Neste manual, elas são consideradas principalmente em combinação com
as cartas topográficas ou em substituição a elas. O ideal seria uma carta topográfica
precisa e uma fotografia aérea recente, ou uma fotocarta precisa da mesma área.
Uma carta topográfica, mesmo pouco antiga pode dar uma imagem falsa do terreno,
porque ela representa acidentes e objetos que existiam quando o levantamento foi
feito. Além disso, nas cartas topográficas, as florestas e os bosques são represen-
tados pelos seus símbolos convencionais; os campos cultivados não podem ser iden-
tificados ou reconhecidos; as estradas e pontes de construção recente e as modifica-
ções dos elementos do terreno, causadas pelos temporais, as inundações e as opera-
ções militares, não são indicadas. Entretanto, uma fotografia aérea recente, conve-
nientemente interpretada, apresenta todas as informações acima e outras mais. Com
efeito, durante as primeiras semanas de operação em terreno inimigo, as fotografias
aéreas se constituem na única fonte de informes atualizados sobre o terreno. As
fotografias são empregadas para determinar as distâncias e as direções e para esco-
lher os itinerários, empregando os mesmos processos de utilização das cartas topo-
gráficas.

9-2. TIPOS
As fotografias aéreas podem ser classificadas quanto a inclinação do eixo
ótico da câmara e quanto ao filme que usa. Assim temos:

9-1
9-2 e 21-2s

a. Quanto a inclinação do eixo ótico


( 1) Tipo vertical as fotografias verticais são tomadas com o eixo da câ-
mara perpendicular ao terreno. É considerada fotografia vertical, quando a inclina-
ção do eixo ótico com a vertical não é maior que 30 A escala de uma fotografia ver-
tical permanece praticamente constante em toda sua extensão. Cada fotografia
abrange uma pequena área do terreno e apresenta os elementos deste, tais como
estradas de rodagem, vias férreas. editrc,os e rios, quase do mesmo modo pelo qual
esses elementos são apresentados nas cartas topográficas, de escala semelhante.
Quando a escala da fotografia é conhecida, os comprimentos das estradas e as lar-
guras dos rios podem ser medidos com precisão. As fotografias verticais são empre-
gadas para operações locais, para fazer fotocartas e, em pares, para estudar o ter-
r~no pela visão estereoscópica. Um exer ,pio de fotografia aérea vertical é apresen·
1 do na figura 9- 1. com a câmara em posição, como se vê na figura 9- 2 (1 ).

Fig 9- 1. Fotografia aérea vertical

9 -2
e 21-26 9-2

(2) Tipo obliquo - as fotografias oblíquas são feitas com a câmara incli-
nada de um certo ângulo; a escala varia progressivamente da frente para a retaguar-
da, produzindo o efeito de perspectiva. Os ângulos variam de acordo com a missão,
mas são geralmente de cerca de 300 abaixo da horizontal, como estão representados·
nas figuras 9.2 (2) e 9 .2 (3). Uma oblíqua, abaixo do horizonte, e uma oblíqua alta.
A figura 9.2 (4) mostra a relação entre a área trapezoidal do terreno, coberta por
uma fotografia oblíqua, e a forma retangular da mesma fotografia. As distânr ias nas
fotografias oblíquas não podem ser medidas com precisão, mas, tendo em v1,r 1 que
elas são feitas de um ponto de vista semelhante ao de um observador situado no
cume de uma alta elevação, os elementos do terreno terão uma aparência mai~ nor-
mal do que teriam numa fotografia vertical. Isso faz com que as fotografias sejam

CD

, OBL/Rl/A ,4,:.r4
Oau.euA 8A/X~

Fig 9-2. Diagramas das fotografias vertical e oblíqua - comparação da forma da


area em fotografia com a real

9-3
9-2/9-3 e 21-26
indicadas para o estudo do terreno. da vegetação, das edificações e de outros ele-
mentos identificáveis pelos seus relevos. As fotografias oblíquas podem acompanhar
as ordens de execução ou as preparatórias. Por exemplo: a base de partida. os itine-
rários dos estacionamentos para as posições de ataque, as zonas de reunião, os obje-
tivos. os limites entre as unidades e as informações sobre o inimigo, podem ser
representados.
b. Quanto ao filme utilizado
(1) Fotografia panoromática (branco e preto) - é o tipo de fotografia
mais usado para reconhecimentos militares. Sua seleção como filme básico para
reconhecimentos aéreos é feita por duas razões. Primeira, por ele registrar os mati•
zes do cinza com o mesmo brilho e cor C"lmparável a sensibilidade do olho humano.
A segunda razão apoia-se no fato de ser e le mais barato em relação aos outros tipos
ev,stentes.
(2) Fotografias infravermelhas - usam filme branco e preto mas não pan-
a-cmáticos. A emulsão é sensível às cores azul-violeta do expectrum visível e aos
raios refletidos infravermelhos. O filme infravermelho é usado para registrar imagens
que se encontram encobertas por nevoeiros, detetar camuflagem e analisar o ter-
reno. É também utilizado na obtenção de imagens noturnas.
(3) Fotografias coloridas - quando corretamente expostas e processadas.
apresentam todas as cores visíveis em seus tons naturais. A coloração natural de
tons de contraste obtidos com este tipo de fotografia, apresenta uma realística
paisagem da árec1 muito mais ào que outros tipos de imagens. isto, naturaimente,
facilita muito o Foto-intérprete. A fotografia colorida também oferece as vantagens
de penetrar bem na água e detetar camuflagem. A desvantagem deste tipo de filme
é que ele requer um tempo muito longo de processamento além de ser complicado e
caro. O filme colorido é usado somente com uma finalidade no reconhecimento
aéreo.
9-3. FOTOGRAFIAS COMPOSTAS
As fotografias aéreas compostas são feitas com câmara tendo uma lente prin-
cipal e duas ou mais lentes oblíquas circunjacentes. As fotografias resultantes dessas
câmaras são combinações de duas. quatro ou oito fotografias cercando uma foto-
grafia vertical. Essas fotografias oblíquas são corrigidas ou transformadas de manei-
ra a permitir a reunião como se fossem fotografias verticais, com a mesma escala. As
várias modalidades de fotografias compostas. idealizadas e obtidas para fins carto-
gráficos, são tomadas pelos seguintes tipos de câmaras:
a. T - 3A "SIMPLES" - dispõe de uma câmara central de eixo óptico verti•
cal, e quatro câmaras de eixo oblíquo. A figura 9 - 3 mostra o diagrama das foto-
grafias resultantes de uma exposição com esta câmara.
b. T - 3A "TANDEM" - é composta de duas câmaras T - 3A, "Simples",
montadas de forma que o plano vertical principal de uma câmara central sofra uma
torção de 45° em relação às da outra. A figura 9-4 mostra um diagrama das foto-
grafias obtidas com uma exposição de câmara T - 3A "Tandern".

9-4
e 21-26 9-3/9-4

Fig 9 - 3. T - 3 Simples Fig 9- 4. T - 3A Tandem

e. "TRI-METROGON" - a fotografia aérea "Tri-mctrogon" é obtida por 3


câmaras instaladas em um suporte. A câmara central toma fotografia vertical, ao
passo que as duas laterais, cujos eixos ópticos são inclinados de 300 em relação à
horizontal, tiram fotografias oblíquas altas, perpendicularmente à direção de vôo. A
figura 9 - 5 mostra um diagrama das fotografias obtidas com uma exposição " Tri·
metrogon". onde as fotografias oblíquas aparecem referidas no plano vertical, e
a figura 9- 6 outro diagrama de como a fotografia "Tri-metrogon" poderá ser
obtida.

Fig 9 - 5 . T ri-Metrogon Fig 9- 6. Obtenção da fotografia em


Tri -Metrogon

9-4. FAIXAS
Quando é feito um vôo para obter faixas fotográficas de uma área, as foto-
grafias verticais são feitas ao longo de uma linha ou direção escolhida. Uma suces·
são de fotografias forma uma faixa fotográfica ou recobrimento fotográfico. Os
tempos de exposição são calculados de modo que cada fotografia vertical em uma
faixa, tenha 60% sobre as fotografias vizinhas (Fig 9 - 71. Quando uma única faixa
de fotografias não cobrir a área desejada, correm-se faixas paralelas, tendo cada
uma, aproximadamente 30% de recobrimento com a faixa adjacente. As fotogra•
fias de uma faixa, podem ser empregadas para estudo estereoscópico ou reunidas
e coladas para formar um mosáico.

9- 5
9 - 4/9- 6 e 21-26

Fig 9-7. Faixa de fotografias

9-5. MOSÁICOS
O mosáico é formado pela reunião de várias fotografias verticais (Fig 9-8).
Quando as várias fotografias de uma faixa única são reunidas seguidamente, o resul-
tado é chamado uma faixa-mosáico. O mosáico pode ser controlado ou não con-
trolado.
a. O mosâico não controlado - é produzido quando as fotografias são postas
seguidamente, casando as minúcias na junção. Este tipo de mosáico dá uma boa re-
presentação fotográfica do terreno, mas contém erros em escala e em direção, devi-
dos às diferenças em escalas e às distorções próximas às bordas de cada fotografia.
O cuidado na montagem melhorará a precisão, mas o único meio para obter a escala
exata, é pelo controle no terreno.
b. O mosâico controlado - é preparado pelo ajustamento das fotografias
aéreas verticais às posições de pontos de referência locados no terreno. Salvo quan-
do se dispuzer de uma carta precisa, na mesma escala das fotografias, deve ser feito
um levantamento no terreno e os pontos de referência, facilmente identificáveis
nas fotografias, devem ser locados numa prancheta de montagem, na escala média
das fotografias. Quando esses pontos de referência, nas fotografias, forem colocados
diretamente sobre os pontos de referência correspondente na prancheta de monta-
gem, as fotografias estarão em relação exata entre elas. O mosáico controlado é sufi-
cientemente preciso em escala e em direção, para a maioria das finalidades práticas.
Todavia, quando as fotografias são reunidas, os elementos do terreno poderão não
se ajustar bem, por causa da distorção e variação em escala.

9-6. INSCRIÇ'1ES MARGINAIS


a. Responsabilidade - cabe à Aeronáutica a responsabilidade pela identifica-
ção e inscrição das fotografias aéreas utilizadas pelas Forças Armadas. Tendo em
vista que as faltas, inexatidão ou deficiência de dados, na sua inscrição, podem

9-6
e 21-26

9- 7
9-6 C21-26

prejudicar fotografias tecnicamente perfeitas, todas as unidades da Aeronáutica


encarregadas de missões fotográficas aéreas utilizam um mesmo processo de inscri-
ção marginal, processo esse que inclui todos os dados indispensáveis à catalagacão e
ao arquivamento dos negativos fotográficos, bem como ao fornecimento de infor-
mações subsidiárias ao adequado emprego das fotografias aéreas.
b. Classificação de sigilo - a classificação de sigilo das fotografias aéreas pro-
cessa-se de acordo com o regulamento para a salvaguarda das informações que inte-
ressam à Segurança Nacional. Em princípio todas as fotografias aéreas são conside-
radas documentos de caráter RESERVADO, salvo quando outro grau de sigilo, ou o
seu cancelamento for determinado por autoridade competente.
e. Fotografias aéreas isoladas - os seguintes dados constam da inscrição mar-
ginal das fotografias aéreas isoladas, conforme o exemplo abaixo.
E Aer - 50A3 - 5:6:V - 23 :6:1000 - 200 :500 -
2355S4373W - ESTÁDIO MUNICIPAL, RJ - CONFIDENCIAL.
E Aer. Unidade que executou a missão (no caso, Escola de Aeronáutica).
50A3. Dois últimos algarismos do ano (no caso, 1950) ; missão fotográfica aérea
n93 (A3).
NOTA - as missões são numeradas consecutivamente, a partir do n<? 1, com
início em cada 1C? de Janeiro.
5: 6 : V Rolo de filme n<? 5; negativo n<? 6; posição da câmara vertical (V).
NOTA - no caso da fotografia oblíqua, a posição da câmara será indicada
pela letra O.
23: 6: 1000. Data e hora da tomada de fotografia (no caso, 23 de Junho, às dez
horas).
200 :500. Distância focal da câmara: 200 mm; altura de que foi tirada a fotografia :
500 m.
NOTA - quando a distância focal é dada em polegadas, a altura é dada em
pés (ex:8" :2800) .
2355S4313W. Coordenadas geográficas do centro da área abrangida pela fotografia
(no caso, 23º 55' de latitude Sul e 430 13' de longitude Oeste) .
NOTA - esse dado visa facilitar a localização, na carta, do objeto fotografado
e poderá, portanto ser omitido quando o título descritivo for suficiente para aquele
fim.
ESTÁDIO MUNICIPAL, RJ. Título descritivo do objetivo fotografado .
CONFIDENCIAL. Classificação do grau de sigilo (se for o caso).
d. Fotografias aéreas para mapeamento, cartografia ou reconhecimento
quando as fotografias aéreas são tiradas em série, com recobrimento, para fins de
mapeamento, cartografia ou reconhecimento, os seguintes dados constam da inscri-
ção marginal das fotografias inicial e final de cada faixa ou itinerário:
CTQ - 52A3 - 2: li : 1 :V - 25: 1 :0830 - 300: 3.000 -
2140S4320W/2200S4322W- MARIANO PROCÓPIO, MG -
CONFIDENCIAL.

9-8
c 21 - 26 9-6/9-7

CTQ. Unidade que executou a m issão (no caso, Centro de Treinamento de Ouadri-
motores}.
52A3. 3ª missão fot o·aérea (A3) do ano de 1952 (52) .
2 : 11 : 1 · V. Rolo de filme nQ2; faixa ou itinerário nQ2 (11); negativo nQ 1 (1) ; posi·
ção da câmara : vertical (V).
NOTA - no sistema T ri·metrogon, a letra E corresponde ã câmara da esquer·
da, a letra D à câmara da direita, e a letra V à câmara do centro (fotografia vertical).
- no caso da câmara de 5 lentes, em que as objetivas são dispostas
assim :
F
ECO
T
F é a da frente, T a d e trás, D a da direita , E a da esquerda e C a do centro
(fotografia vertical) .
25: 1 :0830. Data e hora da fotografia: 25 de Janeiro, ás oito horas e trinta minutos.
300 :3000. Distância focal da câmara: 300 mm; altura de que foi tirada a fotogra-
fia: 3000 m.
NOTA - quando a distância focal é dada em polegadas (com precisão de cen·
tésimos), a altura é dada em pés (ex : 11 .82" : 9000).
2140S4320W/2200S4322W. Coordenadas geográficas do princípio e do f inal da
faixa ou itinerário.
MARIANO PROCÓPIO, MG. Título descritivo da região, área ou zona fotogra·
fada.
CONFIDENCIAL. Classificação do grau de sigilo (se for o caso).
NOTA - as demais fotografias, intermediárias das faixas ou itinerários, têm
apenas a inscrição dos três primeiros dados: CTQ- 52A3- 2 : 11 : 1 : V.
e. Orientação das fotografias aéreas - a orientação das fotografias aéreas
completa os dados da inscrição marginal e é feita :
( 1) Nas fotografias verticais - uma seta - inscrita no canto superior direito
da fotografia - indica a direção do norte verdadeiro ;
(2) Nas fotografias oblíquas - uma seta inscrita no canto superior di·
reito da fotografia - indica a direção geral da tomada de vista.
f. fndices de oolimação - esses índices aparecem regularmente em todas as
fotografias aéreas. Eles são segmentos de retas ou semi·retas no centro de cada um
dos quatro lados do negativo. Eles são registrado~ durante a exposição, por uma lã·
mina da câmara.

9•7. ESCALA DA FOTOGRAFIA


As escalas afetam o grau de interpretação possível, da fotografia. A escala da
fotografia aérea pode ser determinada :
a. Pela distância focal e pela altura de vôo - para achar a escala por meio da
distância focal e da altura de vôo lê·se nas inscrições marginais, o valor da altura

9-9
9-7 c 21-26
a que foi feita a fotografia. A distância focal e a altura, são dadas em milímetros e
metros respectivamente. Por exemplo, numa fotografia com as inscrições margi-
nais seguintes:
E Aer - 50A3 - 5 :10:V - 23 :6 : 1000 - 200:500 - 2355S4313W -
ESTÁDIO MUNICIPAL, RJ - CONFIDENCIAL
( 1) Verificamos que ela foi feita com uma distância focal de 200 mm e a
uma altura de 500 m. O diagrama na figura 9-9 representa a relação entre a distân·
eia focal da câmara e a altura de vôo; a distância AB no terreno e a distância ab na
fotografia. A escala da fotografia é igual à relação entre a distância focal e a altura
de vôo referidas na mesma unidade de medida. Assim, se a distância focal é 200 mm
e a altura 500 ma escala da fotografia é calculada pela fórmula:
Distância focal da câmara (mm) f
Escala = Altura de vôo (mm) ou h
200
aproximadamente
500 X 1000 2.500
(2) Quando o altímetro do avião der a altitude de vôo, isto é, a altura
acima do nível médio dos mares, é necessário subtrair-se dessa, a altitude do terreno

&ca/a =- ...!!.._
D
d f
D H

°""°"L
é.rc:c/k, "'
H

Fig 9- 9. Elementos para determinar a escala da fotografia

9-1 0
e 21-26 9-7/9-9

para obter a altura de vôo. Assim, utilizando o exemplo antecedente, se o terreno


tivesse 100 m acima do nivel médio dos mares e o altímetro assinalasse 600 m de
altitude, a escala obtida seria a mesma, porquanto a altura de vôo seria :
H = 600 100 = 500 m
b. Pela comparação com a carta da região - a escala da fotografia pode ser
determinada comparando-a com a carta da região. Para isso, escolhem-se dois
pontos na fotografia (tais como cruzamentos e bifurcações de estradas), que pos·
sam ser facilmente identificados na carta. A linha entre esses dois pontos deve pas-
sar o mais perto possível do centro da fotografia , os pontos escolhidos devem estar
aproximadamente equidistantes do centro da fotografia e possuir aproximada•
mente a mesma cota.
e. Pela comparação com o terreno - a escala da fotografia pode ser deter-
minada pela comparação com a distância no terreno, desde que os dois pontos esco·
lhidos na fotografia sejam acessíveis no terreno. Medem-se a distância real no
terreno, entre os mesmos pontos. Pela fórmula da escala, se a d1stânc1a na fotogra -
fia é O, 15 me a distância real no terreno é 3 000 m, a escala da fotografia é:
~ 1
3.000 20.000
d. Escala gráfica - a preparação da fotografia, para substituir a carta, pode
exigir a construção de uma escala gráfica em metros ou em outras unidades con-
venientes. Se a escala da fotografia é conhecida, a escala gráfica é construída pelos
processos empregados na construção das escalas gráficas para cartas. Para facilidade
coloca-se a escala gráfica no verso da fotografia, onde ela não prejudicará sua
leitura.
e. Medida de distância após a determinação da escala da fotografia e a
construção da escala gráfica, o leitor está em condições de medir distâncias, proce-
dendo como na carta topográfica.

9 -8 . FONTES DE ERROS
Todas as fotografias aéreas contém erros, resultantes da inclinação do avião
em vôo e das variações das cotas do terreno. O valor do erro, em qualquer fotogra-
fia, é menor no centro e aumenta na direção das bordas. Esses erros, inevitáveis,
podem ser desprezados para o emprego corrente das fotografias em campanha.

ARTIGO li
FOTOCARTAS

9 -9. GENERALIDADES
A fotocarta é a reprodução de uma fotografia ou de um mosáico, na qual
foram fei tas quadrículas e colocadas as inscrições marginais e os nomes dos lugares.

9- 11
9- 9/9-10 c 21 - 26
As fotografias verticais são geralmente reproduzidas com uma quadriculação para
designação de pontos. A fotocarta feita de um mosáico não controlado dá uma boa
imagem do terreno e pode ser preparada rapidamente, embora contenha erros em
escala e direção, sua quadriculação é também pela ODP. A fotocarta feita de um
mosáico controlado toma muito mais tempo para preparar, mas pode dar medidas
precisas e recebe a quadriculação da carta que lhe deu origem. As inscrições margi-
nais para as fotografias reproduzidas isoladamente são as apresentadas no parágrafo
9-6. Elas recebem também o sistema de quadriculação para designação de pontos.
As fotografias, feitas de mosá1cos e de fotografias que cobrem áreas extensas, po·
dem ter as seguintes informações:
a. Informações marginais - semelhantes às apresentadas nas cartas, tais como
escala gráfica, diagrama de declinação, data da confecção e localidade.
b. Nomes de - cidades, cursos d'água, montanhas, estradas principais e
outros elementos importantes do terreno.
9-10. COMPARAÇÃO DA FOTOGRAFIA AÉREA COM A CARTA
Uma carta topográfica é um desenho do terreno, em que os acidentes e deta•
lhes são representados por símbolos convencionais. Uma fotografia aérea é um re·
trato da superfície da terra, em que esses acidentes e detalhes aparecem como são
vistos do ar. São duas maneiras diferentes de representar a mesma coisa. É evidente
que existem vantagens e desvantagens no emprego de cada uma quando isoladas. Ve-
jamos primeiramente quais as vantagens da fotografia aérea em relação a carta.
a. Vantagens da fotografia aérea em relação a carta
(1) É de uma riqueza de detalhes que nenhuma carta pode igualar. O gali•
nheiro, o poço, um monte de feno, o pátio de uma casa, tudo vai aparecer na foto·
grafia nos seus mínimos detalhes.
(2) Representa os detalhes com a forma exata. Uma casa é representada
na carta por um retângulo preto, seia ela de que formdto e tamanho que for Já na
fotografia ela aparecerá tal qual é na realidade.
(3) Pode ser reproduzida em pouco tempo. Duas horas e meia após o
avião ter chegado, Já teremos as fotografias reveladas, copiadas, secas e prontas para
serem interpretadas.
(4) Pode ser obtida mesmo nas regiões 1nacessíve1s ao homem a pé por
motivos físicos ou militares. Podemos estar impossibilitados pelos fogos do inimigo
ou por um charco para ir reconhecer uma determ inada região. Olhando a fotograf ia
nos transportamos ao loca l.
(5) Mostra o terreno como ele se apresenta no momento em que a foto
grafia é tirada, isto é, fornece informações atual izadas.
(6) Atividade militar obscura pode ser estudada e interpretada.
b. Desvantagens da fotografia aérea em relação a carta
(1) Detalhes de interesse militar ressaltados numa carta, são as vezes
obscuros na fotografia.

9- 12
e 21-25 9-10/9-11

(2) Não permite a determinação da posição absoluta, horizontal ou verti-


cal, por força de três fatores negativos:
(ai Aberração da lente.
(b) Distorção causada pelo relevo.
(c) Inclinação da cãmara durante o vôo.
(31 O relevo relativo não é facilmente percebido, já que o relevo nas foto-
grafias, é exagerado. Este exagero é, tanto maior quanto maior for o afastamento
entre os pontos principais.
(4) A distorção causada pelo relevo ou a inclinação da cãmara não permite
a determinação precisa da direção ou distância. Em conseqüência, uma linha reta na
fotografia não é uma linha reta no terreno.
(5) É difícil ler-se com luz deficiente, devido a falta de contraste de tona-
lidade.
(6) Normalmente, não trazem as informações marginais que se notam nas
cartas.
A comparação da fotografia com a carta, realça o valor daquela, mormente
em países como o nosso, que a ausência de cartas topográficas é quase regra geral.
Daí ressaltar mais uma vez a importância do emprego da fotografia aérea, seja como
substituto da carta, seja como complemento dela. Nunca devemos desprezar nem
carta nem fotografia. Podemos concluir: quando se dispuser da carta e fotografia da
região, nenhuma delas deve ser abandonada, uma deve completar a outra. A carta é
mais precisa nas medidas, a fotografia é mais rica em detalhes.

9-11. ORIENTAÇÃO DA FOTOGRAFIA AÉREA


a Generalidades - para fins militares correntes, as direções e os azimutes nas
fotografias são determinados do mesmo modo que nas cartas e podem ser medidos
e traçados nas fotografias com o transferidor, exatamente como se faz nas cartas.
Entretanto, os ângulos, medidos a partir do ponto principal da fotografia, tem valor
mais aproximado do valor medido no terreno, já que os erros da fotografia aproxi-
madamente vertical são radiais a partir do ponto que fica no centro. Para traçar ou
medir direções na fotografia, o norte magnético, o verdadeiro ou das quadrículas
podem ser indicados na fotografia. O norte magnético é a direção base mais conve-
niente para fotografias de regiões que não possuem cartas topográficas.
b _ Orientação - a determinação numa fotografia vertical, da direção do
norte, pode ser obtida por três processos distintos:
( 1) Comparação com o terreno - o modo operatório é muito simples. O
operador, de posse duma fotografia da região em que se encontra, identifica um
ponto inconfundível na fotografia e no terreno, próximo ao local em que se acha,
para onde se dirige. Neste ponto identifica outro ponto bem definido para o qual
mede o lançamento ou azimute magnético. Unindo na fotografia esses dois pontos
tomados como base, e traçado um ângulo igual e de sentido contrário ao lança-
mento ou azimute magnético encontrado, obtém-se a direção do norte da carta ou

9- 13
9-11 c 21-26
magnético. Com um esquadro transporta-se essa direção para o local mais conve-
niente da fotografia, ficando assim orientada.
(2) Comparação com a carta - o processo é muito parecido com o ante-
rior. Em ambos os documentos identificam-se dois pontos característicos e incon-
fundíveis. Com um transferidor med~se na carta o lançamento da linha que une
esses dois pontos de qualquer deles. Na fotografia repete-se o processo de forma in-
versa e o lado construído indicará a direção do norte. Faz-se a transposição dessa
linha com o esquadro para o local conveniente, ficando orientada a fotografia.
(31 Pela sombra - sab~se que o sol tem um movimento aparente ao re-
dor da terra e que o plano por ele descrito corta o do equador nos equinócios
nos dias 22 de março e 22 de setembro; assim sendo de março a setembro ele
se encontra no hemisfério norte e de ~etembro a r.1arço no sul. A figura 9-10
mostra o sol em seu movimento aparente em torno da Terra. Pelo exame dessa
figura verifica-se que ao norte do trópico de Câncer o sol se apresenta sempre
ao sul, projetando conseqüentemente a sombra para o norte. Ao sul do trópico
de Capricórnio o sol está ao norte e a sombra voltada para o sul. O diagrama
da sombra nesses dois casos é representado pelas figuras 9-11 e 9-12. Consi-
derando que o sol nasce a leste as 0600 e se põe a oeste as 1800 horas é pos-
sível, generalizando dessa forma, determinar aproximadamente a direção do
norte pela aplicação do orientador (Fig 9- 13), que é um instrumento confeccio-
nado tendo por base os diagramas da sombra mostrados nas figuras 9-11 e 9- 12,
desde que se tenha conhecimento da hora em que foi tomada a fotografia. Dentro
dessa hipótese geral, admite-se que o sol se desloca aparentemente a uma velocidade
horária de 150. Na determinação da direção do norte, procede-se da seguinte forma:

N
------~
~ 2.2 Uo,.€0 ✓//
C'a,.,ccr ---- - -----✓
/ /
/ /
/
/
I
/

~- --

s
Fig 9-10. Movimento aparente do Sol

9 - 14
c 21 - 26 9-11

Fig 9- 11 . Hemisfério sul

9 12 15 1--1

6 - -~- ;:,oc.__ _ ,a
o ~ &,,.:,,o

Fig 9- 12. Hemisfério norte

{a) Verifica-se a região onde foi tomada a fotografia, se acima do tró -


pico de Câncer (hemisfério norte), aplica-se o lado do orientador correspondente
a direção N, na mesma direção da sombra, e se abaixo do trópico de Capricórnio
(hemisfério Sul). o lado que tem a letra S.
(b) Escolhe-se um ponto com uma sombra bem característica e na
base da sombra é colocado o centro do orientador
(c) Verifica-se a hora em que foi tomada a fotografia e, girando o
orientador sobre o centro, faz-se a coincidência da direção da sombra com o raio
que indica a hora no hemisfério considerado.
(d) Quando a sombra está em coincidência, o lado do orientador i ndi-
cará a posição norte-sul.
A determinação da direção do norte por esse processo sendo calcada
em hipóteses de caráter geral, nos fornece uma direção aproximada, só sendo acon-
selhável a sua utilização quando impossíveis de serem utilizados os anteriormente
apontados. Entre os trópicos aproximadamente 23º 17' N e 23º 17' S é necessário
levar em conta a data do ano e a latitude do lugar para conhecermos a posição rela-
tiva ao sol. Assim, para o hemisfério sul entre 22 de setembro e 22 de março a
sombra entre esses tróp:cos está voltada para o N, enquanto de 22 de março a 22 de
setembro está voltada para o sul (Fig 9- 10). Conclui-se daí que, no hemisfério sul,
durante a primavera e verão, há uma inversão da direção da sombra.

9-15
9-11 /9- 12 e 21 - 26

Es Aev 50 A 3 - s, 10 : v - 23· 6· 0900 - 200°850 -


2.355 S4313W GUANDU- ES TA DO DO 1210 - li!ESEl2YADO

Fig 9 - 13. Aplicação do orientador

9-12. QUADRICULAÇÃO PARA DESIGNAÇÃO DE PONTOS


a. A quadriculação precisa da fotografia é impraticável, por causa da d istor-
ção da escala. Uma quadriculação especial, denominada quadriculação para desig-
nação de pontos, pode ser empregada. Essa quadriculação não tem relação com a
escala real, ou com a designação de pontos ou objetivos, e normalmente não é
conveniente para medição de distâncias ou azimutes.
b. A ODP é utilizada para quadricular fotografias isoladas (verticais, oblí-
quas altas ou baixas) e fotocartas oriundas de mosáicos não controlados.
e. As fotocartas derivadas de mosáicos controlados, receberão a quadricula-
ção da carta se esta existir; em caso negativo, será utilizada a ODP.
d. A ODP pode ser impressa diretamente nas fotografias isoladas ou numa
folha transparente de acetato, que se aplica, quando necessário, sobre a fotografia.
e. As quadrículas medem 4 (quatro) centímetros de lado, fato que, permi-
tindo o emprego do esquadro de locação de escala de 1 : 25.000, facilita sobremodo
a designação e locação de pontos.

9-16
e 21-2s 9-12/9-13

f. Para quadricular a fotografia, esta é disposta de forma que suas inscrições


marginais fiquem na posição normal de leitura. Traçam-se dois segment~ de retas
perpendiculares, que passem pelos índices de colimação dos lados opostos e, por·
tanto, pelo ponto principal, onde se interceptam. Esses segmentos serão as linhas
origens da quadriculação e terão ambos o número 50 (cinqüenta). Para a esquerda e
para a direita, e para cima e para baixo, respectivamente, das linhas de origem,
traçam-se de quatro em quatro centímetros, segmentos paralelos. A numeração dos
paralelos crescerá para direita e para cima, como nas cartas (Fig 9- 14).
g. Num relatório ou numa mensagem utiliza-se para designar um ponto, dizer·
se a quadriculação, o número da missão fotográfica e a designação do ponto por sua
locação na ODP.
Ex: QDP 20 V A 37 : 504513- bifurcação de estrada (Fig 9- 14).
h. É de toda conveniência colocar-se dois pontos entre o número da missão
fotográfica e a designação do ponto pela QDP, conforme o exemplo exposto.

50

~
,48

-,..
51 52 53 64 55

62
~ - --
--::

61
L -
.. ~ ~ ~
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¼1
50 ◄

1
y ~ ,

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~
~

48
erc;- A" · 54A47· 1, z , o , v \' ti

1 1 ~
,47
1'
Fig 9 - 14. Ouadriculação da fotografia aérea

9-13. DESTAQUE E CLAREZA DA MINÚCIA


a. Generalidade - é difícil escrever sobre uma fotografia; além disso, os dize-
res, quando escritos, confundem e ocultam minúcias importantes. Entretanto, pode
ser necessário destacar certos pontos e linhas, tais como itinerários de marcha, pon-
tos d'água e de suprimento d'água e outros elementos importantes. A fisionomia
geral do terreno pode ser iluminada traçando-se os cursos d'água em azul e as linhas
de crista em marrom. Certos elementos ou pontos podem ser destacados, colocando

9- 17
9-13/9-14 e 21 - 2s
um pequeno número ao lado deles na fotografia e explicando o significado em uma
legenda ou folha de papel anexa. Um outro processo pode ser alternado com o
emprego do calco.
b. Calco - é a cópia, de minúcias da fotografia, sobre papel transparente.
Corta-se o papel transparente um pouco maior do que a fotografia. Com a fotogra-
fia sobre uma superfície plana e dura, coloca-se e fixa-se o papel transparente sobre
ela, deixando solto o papel na borda inferior, para permitir levantá-lo, quando
necessário. Amarra•se o calco, traçando nele o contorno da fotografia ou marcando
os índices de colimação ou traçando claramente, elementos importantes do terreno,
como cruzamentos de estradas e cursos d'água. Essa amarração permite coincidir
exatamente o calco com a fotografia. Depois que o papel do calco estiver conve-
nientemente amarrado, desenha-se a minúcia desejada. Finalmente, traça-se uma
eta indicando o norte e escreve-se o título do calco. O título do calco abrange o
tí :ulo propriamente dito. a data, o nome, o posto, a unidade do operador e a locali-
zação deste. O número da série da fotografia, as escalas numéricas e gráfica e a
classificação da fotografia devem ser registrados também no calco.
e. Exame e estudo da fotografia - é facilitado pela marcação inicial, sobre a
carta, da área coberta pela fotografia. Isto é feito pela elaboração de locadores de
coordenadas ou calcos, que representam a área da fotografia na escala da carta.
Por exemplo: se a carta tiver uma escala de 1 : 20 000 e a área do terreno represen-
tado pela fotografia for de 2 400 X 3 000 metros o locador medirá:
2400m 3000m
20 000 por 20 000
ou 12 cm X 15 CQ'l.
O locador é colocado sobre a carta e deslocado sobre ela até que seu contorno
abranja as minúcias representadas na fotografia. A área é, então, marcada na carta
pelo contorno do locador e o número de série da fotografia é colocado no interior
do contorno. O processo é repetido para qualquer número de fotografias. O resulta-
do é uma carta índice das fotografias mostrando a relação das fotografias entre si e
entre elas e a área da carta.

ARTIGO Ili

VISÃO ESTEREOSCÓPICA

9-14. GENERALIDADES
Visão estereoscópica é o efeito tri-dimensional obtido pela fusão, em uma só
imagem, de duas fotografias do mesmo objeto, tomadas de pontos diferentes e a
mesma altura. Ela é empregada quando se faz um estudo completo do terreno. As
fotografias aéreas para visão estereoscópica, são obtidas fazendo duas éxposições
sucessivas, com recobrimento, os eixos das lentes da câmara em posição vertical e o
avião mantido à mesma altitude. A área recoberta serve para o estudo estereoscó-

9-18
e 21-26 9-14/9-15
pico. As duas fotografias assim obtidas são chamadas par estereoscópico ou estéreo
par. As árvore.s, os edifícios, as montanhas e outros elementos do terreno, da área
recoberta, apresentam relevo exagerado, quando vistos estereoscopicamente. Isto
permite ao leitor ver através da folhagem rala das áreas com vegetação, perceber
a camuflagem, estudar o terreno para operações e identificar aviões, embarcações
e instalações militares importantes, situadas atrás das linhas inimigas e os resultados
das ações militares. Normalmente, os pares estereoscópicos são examinados com o
auxílio de estereoscópio, mas isso pode ser feito a olho nu, se houver um treina-
mento individual.

9-15. ESTEREOSCÓPIOS - INSTRUÇÕES PARA SEU USO


a. Generalidades - na instrução individual, para ver estereoscopicamente, é
útil preceder o emprego do estereoscópio de um exercício óptico preliminar. Os
exercícios e os meios auxiliares descritos em b e c abaixo são representados com
essa finalidade.
b. Exercícios preliminares
( 1) Exercícios com os dedos - o exerc1c10 com os dedos denominado
"salsicha", apresentado na figura 9-15 (1), (2) e (3). constitui um meio auxiliar
da instrução para visão estereoscópica. Para praticar esses exercícios, coloca-se
o instruendo acerca de 2,5 m de uma janela: dispõem-se os dois dedos indicadores
à frente do corpo e, com as pontas voltadas uma para a outra, aproximá-las em
seguida lentamente, até aparecer a imagem de uma salsicha entre os dedos.

Fig 9- 15. Exercício! com os dedos

9- 19
9 - 15 C21 - 26

(2) Exercício (de fusão) de superposição - esse exercício visa a aprendi·


zagem da superposição de dois pontos. Para praticar esse exercício manda-se o
instruendo fixar o olhar num objeto distante, segurar a figura 9- 16 acerca de
0,25 m de distância dos olhos e deslocá-la lentamente, sem desviar o olhar, até cor·
tara linha de visada; se aparecerem quatro pontos, afastar ou aproximar a figura dos
olhos até aparecerem três pontos; o ponto do centro é a visão estereoscópica dos
pontos. Se o instruendo girar lentamente a figura, a superposição se desfaz e aparece
um ponto na parte inferior.

é.xercíc10 de fusão

• F 19 9 16. Exercício de fusão



e. MeK>s auxiliares - os anagllfos e os polaróides vetógrafos podem ser utili•
zado s como meios auxiliares para sentir o efeito estereoscópico nas primeiras vezes.
Um anaglifo é constituído por duas fotografias aéreas, parcialmente sobrepostas,
cada uma de cor diferente complementar (vermelha e azul ou verde) e são vistas
com óculos de lentes dessas mesmas cores. O vetógrafo emprega o princípio da luz
polarizada para apresentar a visão tridimensional.
d. Estereoscópio - consiste em um par de lentes, montado numa base exten·
sível e apoiado sobre uma armação. O estereoscópio amplia um pouco a imagem.
Numerosos são os tipos de estereoscóp1os, mas são todos utilizados de modo seme-
lhante. O instrumento é colocado sobre as fotografias sobrepostas como nas figu -
ras 9 - l 7 e 9- 18.

Fig 9- 17. Estereoscópio de bolso

9 - 20
C21-26 9-15/9-16

Fig 9 - 18. Estereoscópio de espelho

9-16. ESTUDO DOS PARES ESTEREOSCÓPICO$


a. Para ver as fotografias estereoscop1camente, elas devem ser colocadas na
mesma posição relativa em que foram tomadas. Qualquer par de fotografias vert i-
cais, tomadas à mesma altura, pode ser visto estereoscop1camente, desde que dispos-
to convenientemente.
b. Disposição do par estereoscópico
(1) Coloca-se uma fotografia sobre a outra de modo que as minúcias co•
muns a ambas. se superponham aproximadamente.
(2) Giram-se juntas as fotografias, até que os olhos do observador estejam
paralelos a uma linha imaginária, que passe. aproximadamente, pelos centros das
fotografias .
(3) Coloca-se o estereoscópio sobre as fotografias, de modo que a foto·
grafia da esquerda, fique sob a lente da esquerda e a da direita sob a lente da d1re1ta.
(4) Agora, separam-se as fotografias segundo a linha que liga os centros,
afastando cada uma para seu respectivo lado. As fotografias podem ser mantidas na
oosição conveniente, mantendo paralelas as minúcias que aparecem na área reco-
berta, tais como estradas e cursos d'água. Dois detalhes da área recoberta serão estu·
dados, e devem ser separados de modo que, cada um deles, fique exatamente sob a
lente do seu respectivo lado. As fotografias podem ser ajustadas por ligeiros movi -
mentos, de modo que o centro das imagens se superponham e a sensação de relevo,
ou de depressão, seja percebida.
(5) O par estereoscópico na figura 9- 17 representa a parte superposta de

9-21
9-16/9-17 c 21-26
duas fotografias verticais. Elas estão colocadas na posicão conveniente para se obter
a visão estereoscópica.
9-17. PARTES VISTAS E OCULTAS - PROCESSO DA LINHA FLUTUANTE
a. Método da linha flutuante - este método é visual e direto e pode ser
executado nas fotografias aéreas verticais. Utiliza o efeito da flutuação de uma linha
em um estéreo-par. quando se utiliza a visão estereoscópica. D1v1de-se em dois pro-
cessos, a saber : processo da linha fina e processo do acetato. Estes processos não
podem ser empregados quando a linha de flutuação é paralela ou aproximadamente
paralela à linha que liga os centros das fotografias.
(1) Proce550 da linha fina - para empregar este processo, traça-se uma
linha fina entre os mesmos dois pontos que se deseja verificar a visibilidade, tanto
na fotografia na direita como na fotografia da esquerda do par estereoscópico. As
duas fotografias de um estéreo-par devem receber a mesma linha, feitas cuidadosa-
mente, com um sulco na fotografia e coloridas com uma substância corante, ou sim-
plesmente feitas com tinta Nanquin. As linhas devem terminar exatamente sobre
as bases dos pontos considerados. Vistas ao estereoscópio, haverá uma sensação de
relevo. A linha flutuará em toda a extensão quando houver visibilidade entre os
pontos. Quando os pontos não são visíveis, as linhas parecem abrir sulcos nas partes
do terreno que impedem a visibilidade. Quando ocorrer dificuldade na interpreta·
ção, é aconselhável inverter a ordem do estéreo-par, obtendo-se na imagem a clareza
que faltava para boa interpretação.
(2) Processo de acetato - para evitar muitas vezes, traçar numerosas li-
nhas no par estereoscópico, podem ser utilizadas fitas de material transparente,
nas quais foram traçadas linhas a nanquin. As fitas são presas por alfinetes e giradas
em torno deles e fixadas nas fotografias, nos pontos a partir dos quais as direções
estiverem sendo determinadas. Colocando as outras extremidades das linhas nos
pontos em questão, em ambas as fotografias, e observando em estereoscopia pode-se
determinar a existência ou a ausência de obstrução à vista.
b. Método da inspeção -podemos por uma simples inspeção na carta ou no
estéreo-par determinar a visibilidade entre dois pontos, e para isto as seguintes idéias
facilitam a tarefa :
(1) Dois pontos situados nas encostas opostas de um vale e bem acima do
terreno que os separa, são visíveis entre si.
(2) Dois pontos separados por um elemento do terreno, mais alto do que
eles, não são visíveis entre si.
(3) Se dois pontos são separados por elementos do terreno, mais altos do
que um dos pontos, estes podem ou não ser visíveis entre si.
(4) Se entre dois pontos a encosta é convexa, eles não são visíveis entre si.
(5) Se entre dois pontos a encosta é côncava provavelmente eles são visí-
veis entre si.
(6) Quando o terreno entre dois pontos é plano, a visibilidade recíproca
entre eles depende da vegetação e das obras artificiais.

9-22
e 21-26 9-18/9-19

ARTIGO IV

DISTORÇÃO E RESTITUIÇÃO

9.18. GENERALIDADES
a. As características da fotografia aérea devem ser conhecidas por todos aque-
les que as tem de usar como substituto de cartas. O ponto fundamental a considerar
é que a fotografia não é, em última análise, uma carta, e isso porque:
(1) A fotografia é a projeção perspectiva de um terreno tridimensional
sobre um plano bidimensional.
(21 É quase impossível manter o negativo, no momento da exposição
absolutamente paralelo ao plano do terreno.
(3) As lentes deformam as imagens (aberrações).
b. A última dessas razões é praticamente anulada por artifícios diversos
empregados na construção de aparelhos fotográficos ou na execução da fotografia
(associação de lentes, emprego de diagramas, filtros, etc).
e. As duas primeiras razões podem ser traduzidas em termos fotográficos, a
distorção das imagens na fotografia aérea é conseqüência do relevo do terreno e da
inclinação da câmara.

9-19. DEFINIÇÕES
a O esquema da figura 9-19 representa a fotografia de um trecho AB do ter-
reno. executada com a câmara inclinada.

p T,,-,-.,,.,o

Fig. 9-19. Esquema de uma fotografia obliqua

9-23
9-19/9-20 c 21-26
(1) O pé da perpendicular p, baixada do centro da lente ao negativo
chama-se ponto principal.
(2) A imagem v, na fotografia do ponto em que a vertical baixada do
centro da lente toca o terreno, é o pé de vertical (ou nadir, no S G E ).
(3) O ponto i, determinado no negativo pela bissetriz do ângulo de incli-
nação da câmara, VLP, chama-se isocentro1(ou ponto conforme, no S G E ).
b. Dos três pontos acima definidos, apenas o ponto principal, pode ser facil·
mente determinado na fotografia. Em geral, trazem as fotografias índices de colima-
ção nos meios dos lados, que permitem determinar, no centro da fotografia, esse
ponto. Alguns tipos trazem já assinalados, por uma cruz, o próprio ponto princi·
pai. A figura 9-20 mostra como determinar o ponto principal de uma fotografia.

1
1
1
f
----r----
1
1
1

Fig 9-20. Determinação do ponto principal

9-20. DISTORÇÃO CAUSADA PELO RELEVO


Considerando a figura 9-21, que mostra uma secção do terreno fotografado
verticalmente. Os pontos D, P e C são pontos do terreno. O ponto Pé o pé da verti·
cal. Consideremos um plano horizontal de referência cujo traço é D', P' e C'. Na fo.
tografia, os pontos D, P e C aparecem, respectivamente, em d, p e c, como se no
plano de referência ocupassem as posições D", P' e C", e não D', P e C', posições
corretas que os mesmos ocupariam numa carta de escala idêntica à da fotografia.
Os deslocamPntos d'd e c'c constituem a distorção causada pelo relevo, sofrida
pelos pontos do terreno. Not~se que:
a. A imagem do pé da vertical não apresenta deslocamento, qualquer que
seja o relevo ou altura do plano de referência.
b. Os deslocamentos são radiais em relação ao pé da vertical.
e. Os pontos do terreno (D) abaixo do plano de referência são deslocados
radiálmente para o pé da vertical e os pontos (C) acima desse plano são deslocados
radialmente no sentido contrário ao pé da vertical. Na prática, toma-se o ponto
principal como pé da vertical, isto é, transferem-se aquele às propriedades deste.
Consideremos, na figura 9-21, os triângulos LP'C" e CC'C".
Da sua semelhança resulta:

9-24
e 21 - 2s 9-20

c·c· cc·
P'C" LP'
Substituindo :
C'C" : d - d istorção sofrida pela imagem.
P'C" : D - distância da imagem ao pé da vertical (na prática, ao ponto
principal).
CC' : h - altura em relação ao plano de referência.
LP' : H - altura de vôo em relação à altitude média do terreno.
Temos:
. . D x h
d . . H
Com esta fórmula, pode determinar-se o valor da distorção, uma vez que D
pode ser medido na fotografia, H é conhecido (inscrições marginais) eh poderá ser
determinado no terreno em função do plano de referência escolhido. Na confecção
de cartas, a altura do plano de referência é, em geral, a altura do nível médio dos
mares; nos trabalhos topográficos da artilharia de campanha é, normalmente, a
altura do ponto de vigilância.
d d'

L-Lente

9-25
9-21 c 21-26
9-21. DISTORÇÃO CAUSADA PELA INCLINAÇÃO
A figura 9-22 mostra graficamente, o deslocamento que sofrem as imagens
quando a câmara se inclina em relação à vertical. Apresenta dois campos de futebol
(superfície plana) fotografados por uma câmara vertical e por outra inclinada. Na
primeira, as dimensões da imagem fotográfica mantém uma relação constante
(escala) com as do terreno; na segunda, isso não se observa, apresentando-se a ima-
gem deformada. É a distorção causada pela inclinação. Demonstra-se que essa
distorção se dá radialmente em relação ao isocentro. Também nesse caso atribui-se
na prática ao ponto principal, as propriedades do isocentro. Na prática, quando se
trabalha com fotografias ditas verticais (menos de 3<? de inclinação), atribuem-se ao
ponto principal as propriedades do pé da vertical e do isocentro, resultando o se-
guinte. o ponto principal é o vértice de triângulos verdadeiros. Assim, todas as me-
didas angulares que forem feitas na fotografia, tendo como centro esse ponto
podem ser praticamente consideradas certas.

[mI]
Foto Vertical

~:!~nad

Fig 9-22. Distorção causada pela inclinação

9-26
c i1-2s 9-21/9-22

a. Nessa propriedade estão baseados os processos mais precisos de restituição.


b. A determinação das coordenadas de baterias inimigas utilizadas pela arti-
lharia do corpo baseia-se nela.

9-22. RESTITUIÇÃO
A restituição é a operação pela qual se completa a carta, ou mais precisa-
mente, é a operação pela qual se transporta um ponto da fotografia para a carta. Há
vários processos. Os indicados no presente capi'tulo baseiam-se na semelhança de
triângulos e na propriedade atribuída ao ponto principal de ser vértice de ângulos
verdadeiros.
a. Processo de inspeção - este processo consiste em determinar, na carta, a
posição dos pontos pelo sentido de sua posição em relação a outros aproximados,
facilmente identificáveis na fotografia e na carta. É o processo mais empregado
quando se dispõe de pouco tempo e não é necessária grande precisão. É o caso, por
exemplo, de se traçar numa carta, aproximadamente, o itinerário de uma estrada de
construção recente.
b. Compasso de redução
(1) Escolhem-se os pontos como no processo anterior.
(2) Toma-se o compasso de redução e determina-se a posição em que deve
ficar o seu cursor para que, quando o raio das pernas longas for a distância entre A 1
e B 1 na fotografia (Figura 9- 23), o das pernas curtas seja a distância entre os dois
pontos correspondentes A e B na carta; essa determinação é feita dividindo o deno-
minador da escala da carta pelo da fotografia.
(3) Com as pernas longas mede-se, na fotografia, o raio entre A 1 e X1 •
(4) Com as pernas curtas, mantendo a mesma abertura e com o centro em
A, na carta, traça-se um arco de cfrculo.

10

Corto

8
~~;:::;;::=""':"""-;:::~'::i (_ X
_.1.-----_~::;::;::==--..:.-c:::::,::J: X
A

Fig 9-23. Compasso de redução

9-27
9-22 e 21-26
(5) Repete-se a operação com o ponto 8 1 , o ponto onde os arcos se cor-
tam é o ponto X procurado.
e. Processo do papel calco - deseja-se transportar um ponto X 1 da fotogra-
fia para a carta (Fig 9- 24). Escolhem~e dois pontos A 1 e 8 1 na fotografia, sufi-
cientemente afastados e que sejam identifü:êive1s na carta. (Se os 3 pontos estiverem
à mesma altura, a d istorção do relevo sera corrigida). Sejam A e B os pontos corres-
pondentes na carta.
( 1) Unem~. na fotografia, os pontos A 1 e B 1
(2) Coloca-se urna follla de papel calco sobre a carta, marcando-se os pon-
tos A e 8 .
(3) Coloca-se o papel calco sobre a fotografia, de modo que A caia sobre
A 1 e B sobre a reta A 1 8 1 •
(4) Traça-se, no papel calco, uma reta de A, passando sobre o ponto X1 •
(5) Desloca-se o papel calco de modo que B caia sobre o ponto 8 1 e A fi-
que sobre a reta 8 1 A 1 •

Ca r-t a

IB
Fo+oqrafia
1

Papel Calco

x.
A

Fig 9-24. Processo do papel calco

9-28
e 21-26 9-22

(6) Traça-se, no papel calco, uma reta de B, passando por X 1 •


(7) Coloca-se o papel calco sobre a carta, calcando nela o ponto de encon-
tro das duas retas traçadas, que é o ponto X na carta.
Este processo não corrige a inclinação da câmara nem a distorção do
relevo, quando há diferença de nível entre os pontos. Apenas corrige a diferença de
escala entre a fotografia e a carta.
d. Processo da linha radial - este processo é utilizado quando se dispõe de
duas fotografias com recobrimento de margem, aproximadamente vertical (ângulo
de inclinação menor que 30) e o ponto a ser restituído está situado na margem re-
coberta. Consideremos (Fig 9-25) duas fotografias (a) e (b), que apresentam
ambas, a imagem de um ponto X, que queremos transportar para a carta (e).

____-----.::e4 /co ( d}
A .J •11
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X
IA I 1
1

¾
Fig 9-25. Processo da linha radial

(1) Selecionam-se em cada fotografia, três pontos que sejam facilmente


identificáveis na carta. Os pontos podem ou não ser comuns ~s duas fotografias.
Devem ser escolhidos bem afastados do centro e de modo que os raios daí traçados
para êles interceptem-se nitidamente. Sejam esses pontos A 1 , 81 e C1 na fotografia

9-29
9-22/9-23 e 21-26
(a) e 8 2 (comum). D2 e E 2 na fotografia (b), facilmente identificáveis na carta em
A, 8, C, D e E.
(2) Determinam-se, nas fotografias os pontos principais e traçam-se raios
desses aos pontos A1 , 81 e C1 , 82, D2 e E2, respectivamente.
(3) Passam-se para o papel calco os pontos A, 8, C, D e E, da carta.
(4) Leva-se o papel calco sobre a fotografia (a), de modo que os pontos
A, 8 e C fiquem sobre os raios correspondentes, traçados na fotografia.
(5) Traça-se um raio do ponto principal ao ponto X1, a ser restituído.
(6) Leva-se o papel calco sobre a fotografia (b). orientando-se de modo
que os pontos B, D e E caiam sobre os raios correspondentes, traçados na fotografia.
(7) Traça-se um raio do ponto principal ao ponto X2. O ponto onde este
cortar o raio já traçado no calco é o ponto X.
(8) Coloca-se o papel calco sobre a carta, orientando-o. Coloca-se o ponto
X para a carta.
É esse o processo de uso corrente mais preciso, porquanto corrige a distor-
ção causada pelo relevo, bem como a diferença de escala.

9-23. ORTOFOTOMAPA
a. Objetivo - este item visa, sumariamente, definir termos relacionados à téc-
nica ortofotoscópica, estabelecer finalidades, emprego dessa técnica e o princípio
do método.
b. Definições
(1) Ortofotografia - é a fotografia resultante da transformação de uma
foto original, que é uma perspectiva central do terreno, em uma projeção ortogonal
sobre um plano.
(2) Ortofotocarta - é uma ortofotografia complementada por símbolos,
linhas de quadriculagem, com ou sem legenda, podendo conter informações altipla-
nimétricas ou somente informações planimétricas.
(a) Geralmente as ortofotocartas são tratadas como folhas de um
ortofotomapa.
(b) Uma ortofotocarta pode ainda resultar dd tr:msformação de ape-
nas um modelo estereoscópico.
(3) Ortofotomapa - é o conjunto de várias ortofotocartas adjacentes de
uma determinada região e todas em uma mesma escala.
e. Finalidade e emprego
(1) A técnica ortofotoscópica tem como finalidade principal acelerar era-
cionalizar a confecção dos mapas, baseando-se no princípio de utilizar a foto aérea
diretamente como mapa.
(2) A técnica ortofotoscópica pode ser empregada tanto para a confecção
de mapas novos de necessidade urgente como para a atualização dos mapas já
existentes.

9-30
e 21-2s 9-23

d. Princípio do método - o sistema universal de ortoprojeção baseia-se no


principio da retificação diferencial a um plano horizonta. por exposição em faixas
mediante um d iafragma de fenda, que explora a superfície de exposição em formas
de meandros, variando-se continuamente a distância de projeção. Reproduz-se na
superfície de exposição a configuração do terreno fotografado, reduzido desde logo,
à escala desejada do mapa. Para controlar a variação da distância de projeção é
necessário conhecer os perfis altimétricos de todas as faixas, o que se consegue
através de uma restituição precedente '!m um estereorestituidor fotogramétrico,
explorando-se também em forma de faixas o modelo do terreno formado no instru-
mento. Para um estudo mais detalhado do ortofotomapa, consultar o manual
técnico T 34-302.

9-31
CAPÍTULO 10

CONFECÇÃO DE MAPAS PLANIMÉTRICOS

10-1. GENERALIDADES
a. Diante da necessidade de se estudar áreas que, conquanto recobertas por
vôos fotográficos verticais, são desµrovidas de cartas suficientemente acuradas e
com escalas suficientemente grandes, torna-se necessário confeccionar, a partir das
fotografias aéreas disponíveis, uma carta base onde sejam reunidas todas as obser-
vações de caráter militar, feitas diretamente no terreno e obtidas por meio da foto-
interpretação. Uma carta suficientemente fidedígna será, além disso, utilíssima para
se obter valores corretos de escala fotográfica, quando deva efetuar, fotogrametri-
camente, medidas de distâncias horizontais ou verticais para determinação de dados
de importância. Se bem que uma carta topográfica seja preferível, especialmente
quando se está em presença de áreas com relevo acentuado, muitas vezes é opor-
tuno limitar-se, mais simplesmente, à confecção de uma carta planimétrica. A esco-
lha do tipo de carta dependerá de muitos fatores, entre os quais o grau de precisão
requerido para os resultados, a disponibilidade de instrumentos apropriados e o
tempo à disposição. Tendo à disposição um vôo constituído por uma ou mais faixas
de fotografias, com recobrimentos longitudinais e laterais regulares, as operações
que serão necessárias para confeccionar, a partir destas faixas, uma carta planimé-
trica, terão as seguintes finalidades :
( 1) A eliminação dos deslocamentos de imagens devidos ao relevo, presen-
tes nas fotografias.
(2) A compensação para diferenças de escala geral de cada fotografia em
relação à escala do mapa. Tal escala será, em geral, arredondada e não muito diversa
da escala aproximada das fotografias.
(3) As correções dos deslocamentos das imagens devidos à inclinação que
pode estar presente em a,gumas fotografias. Todavia, nos simples procedimentos
descritos abaixo, as fotografias não deverão ter inclinação maior do que 30_

10-1
10-1 e 21-26
(4) A determinação da orientação real das várias imagens de cada foto-
grafia em relação às imagens das outras fotografias e de todo o conjunto em relação
ao norte.
(5) A eventual ligação da área do mapa ao sistema de coordenadas geogra-
ficas, quando se exige que o mapa tenha o valor ma ior do que o local.

b. O processo de estabelecimento da posição correta, em um mapa, das várias


imagens fotográficas, executando as operações com a finalidade de corrigir os itens
descritos acima, chama-se RESTITUIÇÃO (inicialmente visto no parágrafo 9-22).
O primeiro passo para efetuar tal restituição será o de determinar uma rede, sufi·
cientemente extensa de pontos de controle planimétrico, isto é, de pontos facil-
mente identificáveis nas fotografias e o imrtunamente dispostos, dos quais se conhe-
cem as exatas posições planimétricas no terreno. Depois que tal rede de pontos de
ontrole estiver estabelecida e representada numa folha-base, na escala do mapa
re4uerido, será possível sucessivamente, baseando-5e em tais pontos, transferir cor-
retamente à folha os vários pormenores fotográficos de importância cartográfica
ou militar. Um levantamento completo no terreno de tais pontos de controle por
meio dos métodos normais topográficos seria difícil, custoso e muito lento. E, por-
tanto, muito vantajoso poder aplicar um procedimento de laboratório, por meio do
qual, baseando-se em número muito limitado de pontos de controle no terreno, seja
possível estabelecer um número grande de pontos suplementares de controle. O pro-
cedimento mais simples e atualmente mais comumente usado para chegar-se a tal
fim, baseia-se sobre o mesmo princi'pio do método de interseção de linhas radiais
que, toma o nome, quando aplicado à restituição, de triangulação radial gráfica.

c. Os pontos de controle no terreno (muitas regiões da Terra já possuem rede


mais ou menos densa de pontos de controle) são estabelecidos em parte por meio de
determinações astronômicas e em parte por meio de triangulações topográficas de
várias ordens. Os dados relativos a tais pontos, isto é, as coordenadas e as informa-
ções sobre as suas localizações, podem ser encontrados nas entidades apropriaoas ou
em publicações editadas por estas. Quando em certa área, tal rede falta ou não se
apresenta suficientemente densa, esta é, comumente, estabelecida ou acrescida de
pontos pelas turmas de levantamentos topográficos, antes da execução do vôo.
Além disso, os novos pontos determinados, como também os já existentes, vêm,
via de regra, convenientemente marcados no terreno por meio de tinta branca ou
em panos brancos, para que possam, posteriormente, ser fácil e claramente identifi-
cados nas fotografias. Se isto não for feito, será muitas vezes necessário uma visita
no terreno, depois de terem sido obtidas as fotografias, para identificá-los e marcá-
los com exatidão nestas. Quando o controle no terreno deve ser estabelecido depois
da execução do vôo fotográfico, pontos convenientes serão originalmente seleciona-
dos pelo exame estereoscópico das fotografias e as posições, no terreno, estabeleci-
das por meio dos métodos clássicos de triangulação ou de poligonais levantadas a
trânsito. Se se requer valor mais do que local para a carta, esses pontos deverão ser
amarrados a uma ou mais estações de coordenadas geográficas conhecidas. Qualquer

10-2
e 21-26 10-1/10-2

informação necessária sobre pontos de controle será anotada no reverso da foto-


grafia.
d. O número de pontos de controle no terreno, necessário para apoiar uma
triangulação radial gráfica. depende do grau de precisão requerido para o mapa que
se quer construir, da qualidade das fotografias, especialmente em relação à presença
de eventual inclinação e do tipo particular do método de triangulação radial usado.
Nenhuma regra fixa pode ser estabelecida mas, em geral, pode-se dizer qu,. será
necessário, como mínimo, um ponto de controle no terreno, escolhido em faixas
alternadas, para cada cinco ou dez fotografias de uma faixa de vôo. Mesmo tra-
tando-se de pequenas áreas, é necessário ter também um mínimo de um ponto
próximo a cada ângulo da área que deve ser mapeada e que seja comum a pelo me-
nos três fotografias. Além disso, como será melhor compreendido em seguida, pelo
menos dois pontos, oportunamente espaçados na área de recobrimento de duas
fotografias (preferivelmente na parte central da área). serão necessários para poder
iniciar os procedimentos de laboratório em uma escala prefixada. Os pontos de con-
trole no terreno, depois de terem sido marcados apropriadamente em todas as foto-
grafias onde eles aparecem, serão também marcados na folha-base, na escala esco-
lhida, por meio de suas coordenadas. Quando a área do terreno possui extensão rela-
tivamente limitada, isto é, extensão tal que os erros introduzidos, substituindo-se a
superfície curva da terra por um plano, estejam dentro dos limites da ordem de
precisão requerida (e este é o caso que mais comumente se apresenta). os pontos de
controle no terreno podem ser transferidos com referência a um sistema de coorde-
nadas plano-retangu lares que podem ser ajustadas ou não a uma projeção cartográ-
fica apropriada. A escala escolhida para registrar os pontos na folha-base será, de
preferência, uma escala arredondada próxima à escala aproximada das fotografias.
e. Os métodos para uma triangulação radial gráfica são essencialmente três:
( 1) O método com moldes transparentes.
(2) O método com moldes fissurados.
(3) O método com moldes metálicos.
Uma vez que o segundo e terceiro métodos são desenvolvidos no primeiro,
para facilidade de compreensão dar-se-á aqui principalmente a descrição do pri-
meiro. Este apresenta, sobre os outros, a vantagem de não exigir aparelhamento
especial, mas resulta um tanto mais laborioso e lento. Além disso, a sua aplicação, a
fim de se obterem resultados satisfatórios, deverá limitar-se a áreas de extensão não
muito grandes, não superior, digamos, a 300 km2 quando, por exemplo, se usam
fotografias com escala aproximadamente de 1 : 25.000.

10-2. MÉTODO COM MOLDES TRANSPARENTES


O procedimento a seguir pode ser realizado por etapas sucessivas: (Figura
10-1).
a. Marcam-se, em cada uma das fotografias, com agulha de picar, o centro e
os centros transferidos que são contornados com pequenos círculos, assinalando

10-3
10-2 e 21-26
cada um destes com um número, segundo um oportuno sistema progressivo. A tais
pontos se dá o nome de pontos radiais.
b. Identificam-se e marcam-se todos os pontos de controle do terreno em
cada uma das fotografias nas quais eles aparecem, contornando-os com pequenos
triângulos e assinalando-os com uma letra.
e. Escolhem-se e marcam-se nos dois lados paralelos à linha de vôo de cada
fotografia, pelo menos três pontos, mais ou menos espaçados, chamados pontos
auxiliares. Cada um desses pontos deverá ser comum a pelo menos três fotografias
da mesma faixa (salvo, obviamente, os da primeira e da última fotografia de cada
faixa) e a outras três fotografias da faixa adjacente (salvo, obviamente, os lados
externos das duas faixas laterais); eles serão escolhidos, de preferência, na parte me-
diana da área de recobrimento lateral. Os pontos devem ser, tanto quanto possível,
claramente identificáveis nas fotografias, por exemplo, cruzamento de estradas,
cantos de cercas, postes, casas, etc. A transferência destes pontos para as fotografias
deverá ser feita, de preferência, estereoscopicamente. Os pontos auxiliares também
serão contornados com pequenos círculos e serão assinalados com números em um
sistema progressivo diferente daquele usado para os pontos radiais.
d. Serão necessários mais de três pontos quando as fotografias de duas faixas
adjacentes estão "defasadas" de, cerca de um quarto, de lado.
e. Quando o terreno é topograficamente muito acidentado, será conveniente
escolher, além dos anteriores, outros pontos a fim de corrigir o mais possível as dis-
torções fotográficas devidas ao relevo. Tais pontos serão escolhidos estereoscopica-
mente em correspondência a picos de morros e fundos de vales. O critério de sele-
ção e o número desses pontos dependerá principalmente da experiência, devendo-se
ter em conta as necessidades que se apresentam sucessivamente no decorrer da com-
pilação de detalhes planimétricos. Também esses pontos serão transferidos e anota-
dos em todas as fotografias nas quais eles aparecem. As fotografias podem assim ser
consideradas preparadas.
f. Cortam-se folhas de papel plástico transparente de desenho, de forma qua-
drada e dimensões iguais ou ligeiramente maiores do que as das fotografias, colocan-
do-se sob ou sobre cada uma das fotografias de modo a poder transferir-lhes, o mais
exatamente possível, todos os pontos marcados nas fotografias. Isto pode ser feito
por transferência ou, se a folha for colocada sob a fotografia, por meio de agulha
de picar. Serão traçadas então, nas folhas, com a máxima precisão, linhas radiais
muito finas mas bem marcadas, com lápis ou nanquim, do centro a todos os outros
pontos. As linhas que unem o centro aos dois centros transferidos e que represen-
tam o traçado da linha de vôo nas fotografias e que são chamadas linhas axiais, de-
verão ser completas e prolongar-se além dos referidos centros transferidos. As outras
linhas serão de preferência mais curtas, traçadas através do ponto e estendendo-se
um par de centímetro em ambos os lados. Este trabalho de traçar nas folhas todas
as linhas radiais relativas a cada uma das fotografias poderá ser facilitado enfiando

10-4
e 21-26 10-2

uma agulha no ponto correspondente ao centro da fotografia. Próximo a cada


ponto transferido transcrever-se-á o seu número correspondente (ou sua letra),
escrevend~ lateralmente em relação à linha radial que passa pelo ponto. O centro
unicamente será contornado por um pequeno círculo. Cada uma dessas folhas assim
preparadas toma o nome de molde.

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0
21

e e r0 0 01 0 0
OJO 02, 011 OH 021 027 oze 027

Fig 10- 1. Moldes transparentes

g. Poderemos agora iniciar a montagem desses moldes sobre a folha-base que


foi anteriormente preparada e que conterá, portanto, os pontos disponíveis de con-
trole no terreno. Essa folha, de tamanho um pouco maior do que o que irá repre-
sentar a área que deverá ser "restituída", poderá ser constituída por papel de dese-
nho ou papel plástico bastante espesso e dimensionalmente estável. Escolheremos
dois moldes relativos a duas fotografias sucessivas da mesma faixa de vôo, cuja área
de recobrimento contenha dois ou mais pontos de controle no terreno e que per-
tençam, preferivelmente, à parte central da área (Fig 10- 2). Estes dois moldes serão
colocados sobre a folha-base de tal modo que as linhas axiais homólogas fiquem
superpostas e as linhas radiais, relativas aos pontos de controle no terreno, se cru-

10- 5
10- 2 e 21 - 2s

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Fig 10- 2. Moldes transparentes preparados

zem nos pontos correspondentes marcados na folha-base. Isto se conseguirá por


tentativas, movendo-se os dois moldes, um relativamente ao outro, de modo que as
linhas axiais permaneçam superpostas, e movendo-se também o conjunto dos dois
sobre a folha-base. Uma vez conseguido o arranjo requerido, os dois moldes serão
fixados à folha-base com fita adesiva Os pontos de interseção das restantes linhas
radiais homólogas determinarão então novos pontos de controle sobre os quais se
baseará a montagem dos sucessivos moldes.
h. Cada molde sucessivo da mesma faixa de vôo e das outras faixas será mon·
tado e fixado de modo tal que as suas linhas radiais, relativas aos pontos auxiliares,
passem pela interseção das homólogas linhas radiais dos outros moldes já montados
e as relativas a pontos de controle no terreno passem pelas posições marcadas na
folha-base. Além disso, as linhas axiais homólogas devem ficar superpostas. Um

10-6
c 21-2s 10-2/10-3

ponto que apareça em seis fotografias será assim representado por uma estrela de
doze pontas. A despeito de todo o cuidado possível acontece, freqüentemente, não
se obter, com facilidade, a montagem correta, mesmo de uma única faixa, verifican-
do-se que em um certo lugar não é mais possível a interseção perfeita de todas as
linhas homólogas em um mesmo ponto. Os pontos de interseção formarão então
pequenos triângulos. Quando a falta de coincidência é muito acent uada, podere·
mos tentar uma compensação desmontando parte dos moldes já arranjados e ten-
tando distribuir o mais uniforme entre eles o erro resultante. Neste caso, pode acon-
tecer que seja necessário mesmo afastar ligeiramente entre si, as linhas ax iais homó-
logas, procurando, todavia, fazer com que elas continuem o mais possível para le-
las. Uma boa montagem dos moldes é, em boa parte, dependente da habilidade
e experiência do operador. Em geral, ao crescer o número de moldes a montar, cres-
cem as dificuldades.
i. Uma vez completada, de modo satisfatório, a montagem dos moldes, trans-
ferem-se à folha-base, com agulha de picar, os pontos radiais contornados por
c/rculos (isto é, os pontos correspondentes aos centros das fotografias), como tam-
bém os pontos de interseção das linhas radiais relativas aos pontos auxiliares. No
caso em que as linhas radiais homólogas, em lugar de se cruzarem todas em um
ponto, formarem pequenos triângulos, a posição exata dos pontos sera encontrada
nos centros desses triângulos, Todos os pontos radiais e auxiliares ficam assim repre-
sentados na folha, nas suas posições planimétricas corretas, na escala pref ixada.
Serão contornados por círculos e marcados com os números correspondentes.

10-3. MÉTODO COM MOLDES FISSURADOS


Com este método, obtém-se n:iecanicamente os mesmos resultados ati ngi-
veis com o método dos moldes transparentes e, em relação a este, é mais rápido e
permite o mesmo grau de precisão com menor número de pontos de controle no
terreno. Além disso, é susceptível de ser aplicado também em áreas de grande exte n-
são superficial e é atualmente usado largamente nos laboratórios cartográficos. Os
moldes usados, em lugar de serem plástico transparente, são de papelão duro. Nest es
moldes são cortados, por meio de um aparelho chamado Sectador Radial (Fig
10-3), estreitas fendas radiais em substituição às linhas radiais que se traçam nos
moldes transparentes. O ponto correspondente ao centro de cada fotografia , nos
respectivos moldes, é também furado com um perfurador apropriado. Como folha-
base usa-se. normalmente, papelão com alma de alumínio ou outro materia l de
superfície dura. No caso de superfícies de grande extensão, várias folhas são opor-
tunamente unidas entre si. As fendas e furos homólogos dos moldes são mecanica-
mente unidos entre si com botões metálicos especiais, dotados de arruelas de bor-
racha, de maneira tal que torna possível o deslocamento de um molde em relação
aos outros, ao longo das fendas radiais; os botões correspondentes aos pontos de
controle no terreno, são fixados nas suas exatas posições sobre a folha-base. O prin-
cípio de orientação dos moldes é praticamente o mesmo do descrito ant eriormente

10- 7
26
------~~:::-----~e 2211-

Fig 10-4. Montagem d os moldes f 1ssurados

10-8
c 21-2s 10-3/10- 5

(Fig 10-4). Os erros que surgem do conjunto de pequenas inexatidões gráficas,


que o método inevitavelmente comporta, resultam distribuídos estatisticamente nas
áreas compreendidas entre os pontos de controle no terreno. Quando a montagem
dos moldes está terminada, as posições de todos os pontos de controle, radiais e
auxiliares, são transferidos à folha-base por meio de uma ponta metálica inserida
através de um furo existente ao longo do eixo de cada botão.

10-4. MÉTODO DOS MOLDES METÁLICOS


Os moldes usados neste método consistem de braços de metal com um furo
em uma extremidade e uma fenda na outra. Para cada fotografia é armado um con-
junto de oito ou mais braços e por meio de um parafuso central, as suas posições
recíprocas são rigidamente fixadas (Fig 10-5). Apresenta a vantagem, em relação ao
método com moldes de papelão, de notável economia de material, pois que neste
caso os braços de metal podem sempre ser recuperados e usados para outras monta-
gens; é, todavia, um método mais lento e menos preciso, não podendo ser satisfa-
toriamente aplicado a áreas muito extensas.

Fig 10- 5. Molde metálico

10-5. CONFECÇÃO E UTILIZAÇÃO DO MOSAICO DA LINHA RADIAL


a. Duas ou mais fotografias aéreas verticais de um recobrimento podem ser
utilizadas para controle de tiro de artilharia e morteiros, quando enquadradas
dentro da técnica da triangulação radial gráfica. O processo a ser empregado na co n-
fecção do mosaico da linha radial, dependerá da porcentagem que se possui no reco-
brimento da faixa. Quando possuirmos recobrimento igual ou superior a 50%, usa-
remos para confeccionar o mosaico o processo da triangulação radial gráfica. Pa ra
recobrimentos inferiores a 50% aplicaremos o processo de inspeção . Este processo
de restituição apesar de não ser tão preciso quanto o primeiro, pode ser utilizado
em qualquer tipo de mosaico ou fotografia desde que as vantagens dele decorren-
tes sejam recomendáveis no caso particular em estudo.
b. O mosaico da linha radial executado pela triangulação radial gráfica é cons-
tru(do em uma folha de acetato, permitindo assim, que trabalhemos com as fotogra-

10-9
10-5 e 21-26
fias isoladamente e que escolhamos a escala do mosaico independente da escala das
fotografias utilizadas. Quando trabalhamos com fotografias oblíquas este processo
só será possível se os raios partirem do isocentro da fotografia e o relevo não for
muito acentuado, permitindo assim. termos as verdadeiras posições das imagens
que estão contidas nas linhas que atravessam os pontos que as representam.
(1) Montagem do Mosaico da Linha Radial (MLR)
(ai Determinação dos pontos principais - inicialmente determinamos
o ponto principal das fotografias que serão utilizadas no mosaico. Cada ponto prin
c1pal receberá o número da respectiva fotografia (Fig 10-61.

PONTO PRINCIPAL

1
1
1 1
1 1
1 1
1 1
------G)- --- - - ------0-----
1 53 1 54
1 1
1 1
1 1
1 1

Fig 10-6. Determinação do ponto principal

(bl Traçado da linha de vôo - a ltnha que une os pontos principais


das fotografias sucessivas que se recobrem, denominamos de linha de vôo ou linha
base (LB). O seu traçado é executado da seguinte forma:
Pela estereoscopia
Coloca-se lado a lado duas fotografias da faixa, prontas para
o exame estereoscópico .
- Com o auxílio do estereoscópio marcamos com alfinete o
ponto principal da primeira fotografia na segunda e vice-versa.
Fixa-se à prancheta cada fotografia por seu ponto principal,
de maneira que possamos girá-la ltvremente.
Apoia-se o bissel de uma régua contra os dois alfinetes
(Fig 10-7).
Giram-se as fotografias até que os pontos principais e suas
imagem fiquem no mesmo alinhamento (Fig 10-8)

10-10
e 21-26

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10-11
10-5 e 21-2s

Verifica~ junto ao bissel da régua se os detalhes da primei-


ra fotografia são os mesmos da segunda.
- Traça•se com um alfinete junto ao bissel a linha de vôo.
Pode-se colorir com lápis dermatográfíco vermelho para facilitar a visão do sulco
da linha de vôo. Marca-se, também, no extremo de cada fotografia o prolongamen-
to da linha de vôo.
- Com c1s demais fotografias da faixa procede-se da mesma
forma.
Sem auxilio de estereoscopia
- Colocam-se lado a lado as duas primeiras fotografias da
faixa dispostas de tal sorte que os lados comuns estejam voltados um para o outro
Fixa-se com um alfinete cadc1 fotografia à prancheta, prendendo-a pelo ponto prin-
cipal de modo a deixá-la girar livremente. Apoia-se o bissel da régua contra os dois
alfinetes (Fig 1C- 7).
- Giram-se as fotografias até que o mesmo detalhe coincida
com o bissel da régua. Dessa forma as fotografias ficarão orientadas ( Fig 10- 8).
Orientadas as fotografias, retiram-se os alfinetes dos cen-
tros e traça-se a iinh, de vôo cm ambas as fotografias com a ponta de um deles,
marcando também o seu pfolongamento no extremo oposto da fotografia .
(c) Escolha e marcação dos pontos auxiliares - pontos auxiliares são
os pontos existentes nas fotografias usadas na triangulação radial gráfica. Cada foto-
grafia deve ter dois pontos auxiliares primários ou pontos de radial primàrios situa-
dos o mais afastado possível do ponto principal, aproximadamente da mesma alti·
tude e próximos das linhas que unem as marcas fotogramétricas, superior e inferior
(Fig 10-9). Esses pontos auxiliares terio de aparecer em ambas as fotografias adja-
PONTOS PONTOS
SECU NDÁRIOS PRIMÁRIOS

Fig 1 O- 9 Pontos auxiliares

10-12
e 21-2s 10-5

cantes como pontos auxiliares secundários ou pontos de radial secundários. Os pon·


tos auxiliares serão locados pela interseção de linhas radiais partidas dos pontos
principais das fotografias vizinhas, e por isso, devem ser escolhidos de sorte a pro-
porcionar ângulos de interseção favoráveis. O uso do estereoscópio facilita a busca
de pontos de igual altitude. Trançam-se com a ponta de um alfinete linhas radiais
de 4 cm de extensão a partir do ponto principal passando pelos pontos auxiliares
escolhidos e assinalados, ficando cada fotografia com o aspecto da figura 10-1 O,
excetuando-se as fotografias extremas da corrida que não terão, num dos lados, os
pontos auxiliares secundários e a linha de vôo.
(d) Marcação dos pontos de controle (apoio planimétrico) - identi·
ficam-se e marcam-se todos os pontos de controle no terreno em cada uma das foto·
grafias nas quais eles aparecem, contornando-os com pequenos triângulos e assina-
lando-os com uma letra. Traçam-se com a ponta do alfinete, linhas radiais de 4 cm

3
. 5'

~ N

1
~
52 54'

Fig 10- 10. Fotografia preparada

de extensão passando por esses pontos. Estes pontos devem obedecer às seguintes
condições:
Existirem na carta disponível, ou terem suas roordenadas
conhecidas.
Estarem situados bem distantes um do outro.
Permitirem interseções favoráveis.
Possibilitarem suas locações no calco da linha radial, por inter-
seção de linha~ rõd.a1s.

10-13
10-5 e 21-2s

(2) Preparo do Calco de Controle (Folha Base)


(a) Orientação aproximada - marcadas todas as fotografias da faixa,
prepara-se o Calco de Controle ou Calco da Linha Radial, preferivelmente em papel
acetato, embora se possa utilizar outro material em sua falta. As fotografias são
antes reunidas grosseiramente para se avaliar a direção geral e o tamanho da faixa
e localizar o início do traçado para que seu prolongamento não venha a sair da folha
(b) Locação no calco de controle da primeira fotografia - coloca-se o
acetato sobre a primeira fotografia e locam-se seu ponto principal, a linha de vôo
para a segunda fotografia e as ;;nhas radiais para todos os pontos auxiliares de con·
trole, com um lápis duro e bem apontado. No traçado da linha de vôo utiliza-se seu
prolongamento no lado oposto da fotografia para orientar melhor a régua. Traça-se
outro prolongamento da linha de vôo na direção da segunda fotografia e aproxima·
damente meia fotografia além do bordo da primeira (Fig 10-11 ).

Trace este segmento de radial

-~?--: • 1
1 Trace a extensão da linha

l ~ de,001__
L...._ ___Jb ___ ~ ;~~~/p~;~~i~ vôo eº

Fig 10-11. Preparo do calco de controle

(e) Orientação e locação no calco de controle da segunda fotografia


põe-se o acetato sobre a segunda fotografia, coincidindo a linha de vôo comum
da primeira fotografia com a sua correspondente na segunda. O prolongamento
proveniente da primeira fotografia deve sobrepor-se ao prolongamento no lado
oposto da segunda fotografia. Mantendo-se em coincidência as linhas de vôo, deslo•
ca-se o acetato até as linhas traçadas pelos pontos auxiliares primários da primeira
fotografia passarem pelos pontos secundários correspondentes da segunda ou em
suas proximidades. Se não passarem por eles, será porque estão deslocados de suas
posições verdadeiras nas fotografias. Desde que as linhas de vôo se mantenham em
coincidência, qualquer posição do acetato sobre a segunda fotografia proporcionará
uma locação precisa, variando apenas, de uma posição para outra, a escala da loca·
ção. 1: aconselhável, contudo, efetuar as locações no acetato tão próximas quanto
possi'vel da escala média das fotografias. Desta forma os desvios dos traçados secun•

10-14
e 21-2s 10-5

dários da primeira fotografia, em relação aos pontos auxiliares primários da segun-


da, ficarão compensados, passando um traço do acetato à esquerda do ponto auxi-
liar primário superior e outro, a igual distância, à direita do ponto auxiliar primário
inferior. Com o acetato sobre a segunda fotografia , linhas de vôo em coincidência,
e, erros dos pontos auxiliares primários d istribu(dos convenientemente, loca-se o
ponto principal da segunda fotografia e traçam-se a linha de vôo para a fotografia
seguinte e as linhas radiais por sobre os pontos de referência primários e secun-
dários. As locações corretas relativas dos pontos de referência das duas primeiras
fotografias são definidos pelas interseções das linhas radiais respectivas (Fig 10-12).

papel calco

Fig 10-12. Calco de controle - 2iHo tografia

(d) Orientação e locação do calco de controle da terceira fotografia


- coloca-se o acetato sobre a terceira fotografia, coincidindo a linha de vôo do ace-
tato e a linha de vôo correspondente da fotografia. Desloca-se o acetato mantendo
as linhas de vôo em coincidência até que as linhas radiais da fotografia aos pontos
auxiliares coincidam, ou quase coincidam com as interseções das linhas dos pontos
auxiliares correspondentes do acetato. Se não for possível obter perfeita coincidên-
cia das linhas radia is dos pontos auxiliares da fotografia com as interseções no ace-
tato, é provável que se tenha cometido erros. Deve-se então verificar as linhas de
vôo e a identificação dos pontos auxiliares. Só se admitirão triângulos de erro se
houver escassez de tempo e for poss(vel tolerar perda de precisão. Neste caso, des-
loca-se o acetato até obter menor triângulo de erro poss(vel, e igualdade dos triân-
gulos opostos. Obtido um ponto ou um triângulo aceitável, prossegue-se a operação
da seguinte maneira: coloca-se a quarta fotografia sob o acetato, linha de vôo da
fotografia em coincidência com a linha de vôo do acetato; desloca-se o acetato até
fazer o segmento de radial da fotografia pela interseção das radiais do acetato. Isto
feito, não se encontrarão mais triângulos de erro nas interseções futuras. As opera-
ções seguintes serão idênticas as já descritas anteriormente (Fig 10-13).

10- 15
10- 5 e 21-26

papel calco

Fig 10-13. Calco de controle - 3éllfotografia

(3) Preparo da Grade de Controle


Para reduzir o calco de co~trole a uma escala conveniente, são necessários
dois ou mais pontos de controle, bem distantes um do outro e permitindo interse-
ções favoráveis. Prepara-se a grade de controle da seguinte forma:
(a) Locam-se os pontos de controle ou de apoio planimétrico por
suas coordenadas, numa folha de acetato quadriculada na escala da prancheta de
tiro, chamada Grade de Controle ou de Amarração (Fig 10-14).

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Fig 10- 14. Grade de controle

(b) Coloca-se a grade de controle sobre o calco de controle, fazendo a


coincidência de um dos pontos de apoio planimétrico. Orienta-se a grade de contro-
le de sorte que todos os pontos de apoio fiquem na direção de seus correspondentes
no calco de controle. Traçam-se linhas do ponto de apoio sobreposto para os pontos

10-16
c 21-2s 10-5

principais de todas as fotografias e para todos os pontos auxiliares primãrios e


secundários.
(c) Repete-se a operação com outros pontos de apoio. As locações
oorretas dos pontos principais e dos pontos auxiliares na grade de controle encon-
tram-se nas interseções das linhas traçadas a partir dos pontos de apoio coincididos.
(d) Util izando dois pontos principais contíguos, a linha de vôo e to-
dos os pontos auxiliares, pode-se orientar cada fotografia sob a grade de controle
da seguinte maneira: Coloca-se a grade de controle sobre a fotografia, ponto princi-
pal da fotografia em correspondência com sua representação na grade. Gira-se a
grade até que a linha de vôo da fotografia caia sobre a linha de vôo correspondente
na grade. Os pontos auxiliares deverão estar sobre as linhas radiais traçadas na foto-
grafia, sé não houver coincidência, faz-se uma pequena ajustagem para distribuir os
erros. Obtem-se assim a melhor orientação possível. Marca-se à tinta na grade de
controle uma seta (cerca de 2 cm) sobre cada marca fotogramétrica. Feito isto deve-
se apagar os pontos auxiliares existentes na grade de controle, e utilizar, dai por
diante, as setas feitas a tinta em orientações futuras. Fica assim eliminada a necessi-
dade de ter as linhas de vôo e os pontos de referência locados na grade de controle,
tornando possível o uso da grade, ou de sua reprodução, com qualquer cópia das
fotografias que serviram para a sua confecção. Essa nova Grade de Controle é tam-
bém denominada Mosaico da Linha Radial.
(4) Emprego da Grade de Controle (Mosaico da Linha Radial)
Para locar pontos na prancheta de tiro utilizando uma grade de controle,
procede-se da seguinte forma :
(a) Identifica-se o ponto na fotografia . Coloca-se sobre ela a grade de
controle coincidindo os pontos principais e orientando a grade até que as marcas
fotogramétricas coincidam. Traça-se uma linha radial pelo ponto a locar. Identifica-
se o mesmo ponto numa fotografia adjacente e repetem-se as mesmas operações. O
ponto procurado encontra-se na interseção das linhas radiais traçadas.
(b) Põe-se a grade de controle sobre a prancheta de tiro e transporta-
se o ponto com um alfinete. Apagam-se os traços feitos a lápis na grade de controle,
a fim de não confund í-los com os que venham a ser traçados na locação de pontos
subseqüentes.
(5) Locação de duas ou mais faixas adjacentes
Pode-se locar duas ou mais faixas na mesma grade de controle, independen-
temente uma da outra. e quaisquer que sejam suas escalas. Para que isso seja possí-
vel, basta que existam pelo menos dois pontos de apoio comuns a cada faixa. Quais-
quer pontos já locados na grade de controle podem servir de pontos de apoio para
amarração das mesmas faixas ( Fig 10-15).
OBSt:HVAÇÃO - vendo-se a locação dos pontos principais e das marcas
fotogramétricas na escala da prancheta de tiro, as marcas fotogramétricas verticais
apontam para o lado em que se encontra a inscrição marginal na fotografia utilizada
(6) Difusão da Grade de Controle
A fim de facilitar a coordenação entre as unidades do Exército, a grade

10- 17
10-5 e 21-2s

37 38 39 40 41 ◄2 43

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1
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60
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Fig 10-15. Locação de duas ou mais faixas adjacentes

de controle pode ser enviada a outras unidades fornecendo-se uma cópia da grade
e exemplares das fotografias que serviram para o seu preparo.
e. Mosaico da "Linha Radial" pelo processo de inspeção
( 1) Generalidades
Quando não dispomos de fotografias com recobrimento superior a 50% e
portanto não temos possibilidades de utilizar o processo apresentado no subitem
anterior na confecção de um mosaico da linha radial, utilizamos um processo que,
embora, menos preciso que o da triangulação radial, satisfaz as exigências de utili-
zação desde que exista um recobrimento mínimo de 25%.
(2) Técnica de Construção
(a) Preparação das fotografias - determina-se em cada fotografia o
seu ponto principal que é definido pela interseção das retas que unem as marcas
fotogramétricas situadas em bordos opostos; escolhe-se em cada par de fotografias
dois pontos auxiliares com as seguintes características:
Próximos a linha de vôo (quando esta for traçada).
O mais distanciado possível um do outro.
Situados em terreno baixo (mesma cota).
Fácil identificação.
Situados na faixa recoberta do par.
Com excessão do último item, que é imprescindível, os demais serão obtidos de
acordo com as possibilidades apresentadas pelo terreno fotografado, resultando

10-18
c 21-26 10-5

daí uma maior ou menor precisã'o no processo. Após esta operação as fotografias
estão preparadas e se apresentam com os pontos principais e dois pontos auxiliares
(fotos externas) ou quatro pontos auxiliares (fotos intermediárias) locados.
(b) Utilização da folha de acetato - fazendo uso da primeira foto-
grafia, transporta-se para o acetato que se constituirá no mosaico, o ponto principal,
os índices de colimação e os pontos auxiliares a e b como mostra a figura 10-16.
Utilizando-se a segunda fotografia faz-se coincidir os pontos a e b marcados no
acetato com os seus homólogos a, e b1. Devido as distorções provavelmente os pon-
tos não coincidirão. Neste caso coincide-se um deles, a com a,, por exemplo, e
sobre a reta AB marca-se no acetato um ponto b1 a meia distância entre b e b 1 . Ter-
minada esta operação, transporta-se o ponto principal, os índices de colimação e os
pontos auxiliares e e d da segunda fotografia para o acetato. As operações nas foto-
grafias seguintes são idênticas as realizadas no primeiro par.
(c) Construção do quadriculado - terminada a 21! fase, marca-se no
acetato um quadriculado quilométrico e para isto executam-se as seguintes
operações:

1
P3
e 1 P21 a
1 d '
1
0
1 C' a' 1 PI
0~ b~
d'
0: 1
b'I
1

@ ® 1
1
_ _ _ __ _J
©

Fig 10-16. Preparação do calco

Determina-se a escala do mosaico através das inscrições margi-


nais da fotografia ou da comparação de grandezas fotográficas com grandezas reais.
- Com o auxílio de uma carta ou prancheta de tiro escolhem-se
pontos de apoio planimétricos (no mínimo dois) de coordenadas conhecidas. No
caso de dois pontos eles devem estar situad~s em quadrículas diagonalmente
opostas.
- Mede-se os comprimentos das perpendiculares baixadas dos

10-19
10-5 e 21-2e
vários pontos de apoio planimétrico sobre uma reta do quadriculado, escolhida em
suas proximidades (comparação da coordenada conveniente dos pontos de apoio
com a reta do quadriculado escolhido).
- Converte-se estas distâncias para a escala da fotografia, aplican-
do-a como o raio de círculos cujos centros serão os pontos de apoio planimétrico.
A tangente a esses círculos será a reta em apreço do quadriculado. Quando nã'o for
possível traçar uma tangente a todos os arcos, a tangente aos arcos extremos repre-
sentará a verdadeira direção da reta, ajustando-se sua posição de sorte a compensar
o erro. A segunda reta do quadriculado será perpendicular a primeira e centrada em
relação aos pontos de apoio planimétrico, obtendo-se o seu traçado por processo
idêntico, através de tangentes aos arcos de círculo correspondentes e sem prejudicar
o perpendicularismo com a primeira reta do quadriculado. Essas duas primeiras
retas do quadrirulado constituem o ponto de partida para a construção das demais.
Para isso, determina-se a grandeza gráfica correspondente, na prancheta de tiro, a
1000 metros no terreno, que será transportada para permitir o traçado das retas
paralelas anteriores (pontos M e N da figura 10-17) .

Fig 10-17. Construçã'o do quadriculado

(d) Emprego do mosaico - o processo de inspeção pode ser utilizado


como prancheta de tiro de diferentes maneiras:

- As locações no acetato podem servir de guia na construçã'o de


um mosaico a utilizar como prancheta de tiro.

10-20
e 21-26 10-5/10-6

- O acetato pode servir de prancheta de tiro locando-se nele


pontos restituídos da fotografia.
- Restituição de pontos do acetato ou do mosaico quadriculado
para a prancheta de tiro, em que se utiliza uma carta ou um papel quadriculado.

10-6. COMPILAÇÃO DE DETALHES


A etapa final n. construção de um mapa planimétrico consiste na transfe-
rência, na posição correta, para a folha-base, dos detalhes fotográf icos como ima-
gens de rio , estradas, escarpas, etc, que foram identificados nas fotografias e marca-
dos ou diretamente nestas ou nos acetatos trar,sparentes. No caso em que foram
usados acetatos transparentes, sobre estes serão também transferidos todos os pon-
tos de controle no terreno, os pontos radiais e auxiliares. Quando não se possui
instrumento apropriado, a transferência de detalhes poderá ser efetuada recorrendo-
se a um método gráfico si mples, se bem que um tanto laborioso e lento (Fig 10-18).
Este método consiste em traçar em cada fotografia (ou no acetato correspondente)
um número suficientemente grande de linhas retas que unam entre si os pontos
de controle e, eventualmente, outras linhas ligando as interseções daquelas. Linhas
correspondentes às traçadas nas fotografias são também desenhadas na folha-base,
que ficará assim subdividida em pequenas unidades de superfícies análogas, mas, em
geral, são semelhantes às das fotografias. Utilizando-se estas duas redes de referêncra
podemos executar a transferência dos detalhes. Um instrumento monocular que
permite transferir os detalhes fotográficos em suas posições corretas na folha-base,
é a câmara clara (câmara lúcida). Um dos tipos de câmara clara mais comumente
usados é apresentado na figura 10- 19. É constituído, essencialmente, de um pris-
ma duplo de reflexão parcial A, por meio do qual o observador, colocando um
olho próximo a uma pequena abertura B, poderá observar a fotografia ou o acetato
C, como se fosse projetada sobre a folha-base D. A chapa porta-fotografia é susten-
tada por uma coluna vertical E, provida de barra denteada e pode mover-se vertical-
mente, e além disso, dotada atrás, de um cardan esférico que possibilita os movi-
mentos de inclinação e rotação em todos os sentidos. Também o braço horizontal
F, que sustenta o prisma, pode ser deslocado de tal maneira que possibilita variar a
distância entre o prisma e a chapa porta-fotografia. Usufruindo-se desses três siste-
mas de movimento, pode-se conseguir pelo menos três pontos de controle, marca-
dos na fotografia ou no acetato, sejam vistos como coincidindo com os pontos
homólogos da folha-base. De fato, o movimento do braço horizontal e o movimento
ao longo da coluna, possibilitarão a adaptação da escala geral da fotografia à escala
da folha-base, enquanto o movimento cardânico da chapa possibilitará a correção
das distorções fotográficas devidas ao relevo do terreno e à inclinação da fotografia.
Ao se efetuar a observação, será possível assim transferir para a folha-base, co'm lá-
pis, os detalhes compreendidos entre esses pontos. Tais detalhes resultarão em posi-
ção planimétrica correta na escala da folha-base. Outros aparelhos comumente usa-
dos para a transferência dos detalhes são os especiais projetores verticais de refie-

10-21
e 21-26

Fig 10-18. Transferência de detalhes

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•\ 0

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Fig 10-19. Cãmara clara

10-22
e 21-26 10-6
xão. com focalização automática. cujo funcionamento é essencialmente similar ao
dos projetores comuns de ilustrações. Por meio de um desses aparelhos a fotografia
(ou o acetato) é projetada, por partes sucessivas, na posição correta sobre a folha•
base, apoiada em uma mesa dotada de movimento cardãnico. Será, assim, possi'vel
traçar, sobre esta folha, com lápis. os detalhes fotográficos. Em todos os métodos
anteriormente descritos, quando se está em presença áreas de relevo muito acen-
tuado e se deseja atingir grau suficientemente alto de precisão na confecção do
mapa, será conveniente traçar os detalhes fotográficos em cada uma das fotografias
em lugar de em fotografias alternadas de cada faixa de vôo. É possível, desse modo,
utilizar, para a transferência dos detalhes, só a parte central de cada fotografia .
Um instrumento que consiste em uma combinação de estereoscópio de espelhos
oom câmara lúcida é o "Multiscope". Ele foi especialmente desenhado para torne·
cer um meio rápido e relativamente preciso de transferência dos detalhes planimé-
tricos para a folha-base, a partir diretamente do modelo estereoscopico de cada este-
reopar de fotografias. Este modelo poderá ser observado na projeção sobre a pró-
pria folha-base. Um outro instrumento, o "Radial Planimetric Plotter", cujo funcio·
namento se baseia sobre o mesmo princi'pio da triangulação radial gráfica, per-
mite compilação muito precisa dos detalhes fotográficos observados estereoscopi-
camente. A transferência desses detalhes para a folha-base é efetuada por intermé·
dio de um sistema de braços que funciona pelo mesmo princi'pio do pantógrafo de
desenho. Depois que todos os detalhes fotográficos foram transferidos para a folha-
base, esta será passada a limpo, usando-se a simbologia clássica e a toponomástica
apropriada. Um título adequado será, além disso, atribu(do, anotada a escala numé-
rica, composta a legenda e desenhada a escala gráfica. Notaremos, enfim, de passa-
gem, que os métodos descritos para a transferência de detalhes topográficos servi-
rão também, em um segundo tempo, para transferir para a carta, as anotações mili-
tares efetuadas durante a fotointerpretação.

10-23
ANEXO A

PROJEÇÕES

A-1. GENERALIDADES
A representação da superfície da terra, considerada elipsóidica ou esférica,
sobre uma superfície plana ou sobre uma superfície desenvolvível acarreta deforma-
ções ou distorções inevitáveis. O ideal seria a representação da superfície da terra
sobre outra semelhante, guardando apenas uma proporção correspondente à escala.
Dessa dificuldade de representar a terra, surgiram os mapas e cartas, apresentando
imperfeições impossíveis de serem eliminadas totalmente. Essas deformações se
refletem sobre os ângulos, os comprimentos e as áreas e, na impossibilidade de eli-
miná-las totalmente, foram criados numerosos tipos de projeções, cada qual desti-
nado à resolver o problema segundo um de seus aspectos, considerado principal,
em detrimento, evidentemente, dos demais. Quanto às propriedades que apresen-
tam, as projeções podem ser classificadas em equivalente, eqüidistante, conforme
e afilática.

A-2. TIPOS
a. Equivalentes - são as projeções que não deformam as áreas, isto é, as áreas
na carta guardam uma relação constante com as suas correspondentes na superfície
da terra.
b. Equidistantes - são as que não apresentam deformações lineares.
e. Conformes - são as que não apresentam deformações nos ângulos e, decor-
rente dessa propriedade, não deformam também as pequenas áreas.
d. Afiláticas - são as que não apresentam nenhuma das características das
anteriores, isto é, deformam ângulos, distâncias e áreas.

A-3. SISTEMAS DE PROJEÇÃO


A confecção de uma carta exige, antes de tudo, o estabelecimento de um mé-

A -1
A-3/A-4 c 21-26
todo, segundo o qual, a cada ponto da terra corresponda um ponto da carta e vice-
versa. Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência
de pontos, constituindo os chamados sistemas de projeções. Algumas projeções
admitem definições simples do percurso dos raios projetivos, e são por isso cha-
madas geométricas. O centro de projeção pode ser: um dos polos e ela se denomina
polar ou equatorial; um ponto do equador, e neste caso ela se chama transversa; ou
um ponto qualquer do globo, e ela é chamada obliqua. As superfícies de projeção
podem ser cilindros, cones ou planos, considerados tangentes em um ponto ou
círculo da superfície terrestre, ou secantes ao elipsoide, e originando as projeções
ditas, cilíndricas e planas.

A-4. ESPECIFICAÇÕES DO SISTEMA UTM


a. Projeção conforme de Gauss - tendo em vista o levantamento da revisão
de Hanover, Gauss estabeleceu o sistema de projeção conforme que leva o seu nome
e que tem as seguintes características:
(1) Cilindro tangente a terra como na representação de Mercator.
(2) O Cilindro é transverso, tangente ao meridiano de Hanover.
b. Sistema Gauss-Krüger - geodesista alemão, retomando os estudos de
Gauss, aplicou a projeção de Gauss em sistemas parciais de 30 de amplitude, chama-
dos fusos. Após a HI Grande Guerra, as projeções conformes são largamente utiliza-
das, devido à sua aplicação nas cartas militares. O Serviço Geográfico do Exército
adota o sistema Gauss-Krüger em 1932. O francês Tardi, introduz um artifício se-
gundo o qual, aquele sistema passa a ser aplicado em fusos de 60 de amplitude, idên-
ticos ao da carta ao milionésimo. Este sistema é então adotado pelo SGE em 1943.
c. Sistema UTM - este sistema, cuja sigla provem de Universal Transversal
Mercator, é a mesma projeção Gauss-Tardi com modificação no valor do fator de
redução da escala, aplicada ao sistema da carta ao milionésimo, conforme reco-
mendação da UGGI (União Geodésica e Geográfica Internacional) em 1951. Este
sistema foi adotado pelo SGE em 1955 e é usado até a presente data.
d. Especificações
(1) Projeção conforme de Gauss em fusos de 6° de ,mplítude no sistema
Tardi.
(2) Origem dos sistemas parciais: cruzamento do meridiano central do
fuso com o equador, acrescida das constantes 10.000.000 metros para o Equador,
tomado como eixo da coordenada E (para Este) e 500.000 metros para o meridiano
central do fuso, tomado como eixo da coordenada N (para o Norte). Fig A- 1.
(3) Fator de redução de escala: Ko = 0,9996
(4) Meridiano central do fuso: são múltiplos de 30, coincidente com a
carta ao milionésimo.
(5) Zonas de superposição: os pontos básicos situados até 30' além dos
meridianos extremos do fuso são calculados no fuso próprio e no contiguo.
(6) O cilindro é secante e não tangente como no Tardi.

A-2
e 21-26 A-4/A-5

N
5110.rn?

Fig A- 1. Fuso de 6º

e. Conclusões - dessa transformação de cilindro tangente para secante resulta


que obteremos duas linhas dentro do fuso onde as deformações são nulas, que são
os pontos de secância. O meridiano central do fuso terá raio maior que o cilindro
secante, logo terá que ser reduzido para ser representado sobre o mesmo. Os pontos
de secância não são os extremos do fuso e sim pontos afastados de 1o 37' do
mesmo, ou seja 180 km a leste e oeste do meridiano central. Com a adoção deste
artifício teremos uma redução nos pontos próximos ao meridiano central; dua~
linhas sem deformação (linhas de secância) e duas zonas de ampliação, que são a~
exteriores às linhas de secância. Os valores das zonas de ampliação e redução apa•
recem na figura A- 2. A interpretação prática a que nos leva o fator de escala é quE
numa carta as distâncias aparecem ligeiramente modificadas de acordo com a distân·
eia do meridiano central. Para se representar uma distância medida no terreno, no
sistema UTM, tem-se sempre que multiplicá-la por esse fator de escala, ou coefi-
ciente de redução de escala.
f. Emprego do sistema UTM pela cartografia brasileira - o Brasil abrange os
fusos de número 18 a 25, incluindo os extremos, números tirados dos fusos de O a
60, da carta internacional ao milionésimo. Os meridianos centrais dos fusos brasi-
leiros são como aparecem na figura A-3.

A-5. ÍNDICE DE NOMENCLATURA E OUADRICULAGEM DAS CARTAS BRA-


SILEIRAS
a. Índice de nomenclatura - em conseqüência da divisão adotada o globo
ficou dividido em áreas de 40 x 6º as quais são mapeadas na escala de 1 : 1.000.000
e designadas pelas letras indicativas das latitudes que abrange, seguidas da nu-

A-3
e 21-26
Fig A-2. Area de redução
R,o/...,~«o e ampliação
/80 K,... ,10 K,..,

~ r.n'
~ ' '\)
í)

"
1:,
,1:1...
~I ~\ ~
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\ ~I .li

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~1~" 11 ' ~
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"
~ ~l ~ ~ Fig A-3. Brasil dividido
em fusos de 60

72° 6D' 54-' 42º 3i;•


-,-
1
T
1
1

.) + +

ªºl·C--·-/.')
1 }l__,
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1
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... ,,,,

18 19 T,J~ 12'

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1
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. rr{.._,,..;__j
\

. r . ,-- ..
'l'
r I
\ )

! I I - -Z8
.
78º
1

72º
\ -L
6ôº
1
54º 48º
lili 42º 36º 30°

A-4
e 21-26 A-5

meração do fuso. Por exemplo, o Rio de Janeiro, cujas coordenadas médias são
li) = 22º 53' Se À = 430 13' WGr, está situado entre as longitudes de 42º e 48º
(múltiplas de 6º), extremos do fuso 23, e entre as latitudes de 200 e 240, extremos
da zona F. Portanto, a carta de 1 : 1.000.000, na qual a cidade aparece é designada
por SF .23. Esta designação recebe o nome de índice de nomenclatura. Partindo,
desta escala, as cartas nas escalas maiores são obtidas da seguinte maneira:
(1) 1 : 500.000 - divisão da anterior em 4 folhas iguais de 30 x 2º
(Fig A-4).
.... IO"

V X

y
________________. 2,·
Fig A-4. lndice de nomenclatura: SF.23- Z

(2) 1 : 250.000 - divisão da anterior em 4 folhas iguais de 1,5º x 1o


(Fig A- 5).
,,,.
- - - - - - - - - - - - - - - - - ~ ttt•

A B

e
Fig A- 5. fndice de nomenclatura : SF.23- Z- D

(3) 1 : 100.000 - divisão da anterior em 6 folhas iguais de 30' x 30'


(Fig A- 6).

(4) 1 : 50.000 - divisão da anterior em 4 formas iguais de 15' x 15'


(FiyA- 71.

A-5
A-5 e 21-26
.... Ir

1 11 111

IV ___
____ V 1;____
l!!i' ~.
_.._, _.._,

Fig A-6. (ndice de nomenclat~ra: SF .23-Z-D-V I

1,1•11·

1 2

Fig A-7. i'ndice de nomenclatura: SF.23-Z-D-Vl-4

(5) 1 : 25.000 - divisão da anterior em 4 partes iguais de 7,5' x 7,5'


(Fig A-8).

+Z'tl1P'-'O"

NO NE

so

Fig A-8. i'ndice de nomenclatura: SF.23-Z-D-Vl-4-SE

A-6
e 21-26 A-5
b. Ouadriculagem - as cartas topográficas possuem quadrículas que corres·
pendem às coordenadas plano-retangulares. São resultantes da transformação das
coordenadas geográficas projetadas sobre o plano da carta, tendo como referência
um determinado sistema de projeção que tem como origem o cruzamento de um
meridiano central de cada fuso, com a linha do equador {ver CAP 6).

A-7
ÍN DICE ALFABÉTICO

Prf Pag
A
Ângulo OM 5- 7 5- 4
Aproximação de escala . . .... . ... . ... . .. . . . . . . . . . 4- 7 4- 7
Azimute 6- 8 5- 5

B
Bússolas 5- 12 5- 9

c
Classificação do terreno ... . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7- 5 7- 15
Classificação militar das cartas . . . . . . : .... . ... . ... . . . 2- 2 2- 1
Como traçar um azimute na carta .. . . . ... . .... . .... . 5- 11 5- 7
Comparação da fotografia aérea com a carta ... . . . . . . . . . 9- 10 9 - 12
Compilação de detalhes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . 10- 6 10- 21
Confecção e utilização do mosaico da linha radial .. .. . . . . . 10- 5 10- 9
Construção de uma escala gráfica ... . . . . . . . . . .. ..... . 4- 8 4- 7
Convenções cartográficas ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3- 1 3- 1
Convergência de meridianos . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . 5- 5 5- 4
Coordenadas geográficas .. .... . . .... . . . . . .. . .. .. . 6- 2 6- 1
Coordenadas polares ..... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6- 6 6- 16
Coordenadas retangulares . . . . . . . . . . .... . . . . . . . . . . . 6- 4 6- 6
Cuidados para com as cartas em campanha . . . . . . . . . . . . . 2- 3 2- 3
Curvi'metro 4- 3 4- 3

D
Declinação magnética . .... . . ... . . . . . . . . . .. . . . .. . 5- 4 5- 3
Declive .. . . . . . . . . . . . . . . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . 7- 10 7- 23
Definição de carta . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . 2- 1 2- 1
Prf Pag

Definição de escala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4- 1 4- 1
Definições sobre distorção e restituiçSo . . . . . . . . . . . . . . . . 9-19 9-23
Destaque e clareza de minúcia . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . 9- 13 9-17
Determinação de um azimute . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-13 5- 10
Diagramas de orientação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5- 6 5- 4
Direção base • • • . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5- 3 5- 2
Distorção causada pela inclinação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9-21 9-26
Distorção causada pelo relevo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9-20 9-24
Distorção e restituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 18 9-23

E
Elementos das formas do terreno . . . . . . . . . . . . . . . . ... . 7- 2 7- 4
Emprego da bússola . . . . . . . . . . ..... . . . . . . . . . . . . . 5- 16 5- 12
Escala da fotografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 7 9- 9
Especificações do sistema UTM . . . . . . . . . . . .. ... ... . . A- 4 A- 2
Estereoscópios - instruções para seu uso . . . . . . . . . . . . . . . 9-15 9-19
Estudo dos pares estereoscópicos . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 9- 16 9-21
Exercícios de aplicação 4- 9 4- 8

F
Faixas de fotografias 9- 4 9- 5
Finalidade das direções e azimutes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5- 5- 1
Finalidade do manual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1- 1 1- 1
Finalidades da designação e locação de pontos na carta .... . 6- 1 6- 1
Fontes de erros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 8 9-11
Formas compostas ou derivadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7- 4 7- 9
Formas de escala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 4- 2 4- 1
Formas simples ou elementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7- 3 7- 8
Foto cartas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 9- 9 9- 11
Fotografias aéreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 9- 1 9- 1
Fotografias compostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 3 9- 4

G
Giro do horizonte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8- 7 8-10

Identificação da carta com o terreno 8- 1 8- 1


Iluminação e esqueleteamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7-13 7-32
Índice de nomenclatura e quadriculagem das cartas brasileiras. A- 5 A- 3
Inscrições marginais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 6 9- 6
Prf Pag

L
Leis do modelado . . . . . 7- 6 7-16
Linha-código . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . 6- 7 6-19
Locação de coordenadas geográficas nas cartas . . . . . . . . . . . 6- 3 fi- 3
Locação de coordenadas retangulares . . . . . . . . . . . . . . .. . 6- 5 6-13
Localização de um ponto pela interseção à vante . . . . . . . . . 8- 5 8- 6
Localizacão de um ponto pela interseção à ré . . . . . . . . . . . . 8- 6 8- 8

M
Mapas planimétricos 10- 1 10-
Método com moldes
- fissurados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10- 3 10- 7
- metálicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10- 4 10- 9
- transparentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10- 2 10- 3
Mosâicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 5 9- 6

N
Normógrafo de designação de pontos (NOP) 6- 9 6-22

o
Objetivo da instrução 1- 2 1- 1
Orientação da carta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5-14 5-11
Orientação da fotografia aérea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9- 11 9-13
Orientação pela bússola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8- 4 8- 5
Orientação pelo exame do terreno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8- 3 8- 4
Ortofotomapa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 9-23 9-30

p
Partes vistas e ocultas 7-12 7-29
Partes vistas e ocultas - processo da linha flutuante . . . . . . . 9-17 9-22
Particularidades sobre determinações da escala da carta . . . . . 4- 6 4- 5
Perfis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7-11 7-27
Precauções no emprego e conservação da bússola . . . . . . . . . 5-15 5-11
Processos expeditos para determinação do norte verdadeiro .. 8- 2 8- 1
Projeções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A- 1 A- 1

a
Quadriculação para designação de pontos 9-12 9- 16

R
Referência a um ponto nítido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6-10 6-23
Prf Pag

Regras referentes aos talvegues e cursos d'água ..... . .. . . . 7- 7 7-16


Regras referentes às linhas de festos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7- 9 7-20
Regras referentes às vertentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7- 8 7-20
Régua de escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4- 5 4- 4
Régua milimetrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4- 4 4- 3
Representação do relevo . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 7- 1 7- 1
Restituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9-22 9-27
Rumo .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5- 9 5- 6

s
Simbolos militares 3- 2 3- 2
Sistemas de projeção A- 3 A- 1

T
Tela-código 6- 8 6-20
Tipos de fotografias aéreas . . . . . . . . . . . 9- 2 9-
Tipos de projeções . . . . . . . . . . . . . . . A- 2 A- 1
Transferidor . 5- 10 5- 7

u
Unidade de medida angular . 5- 2 5- 1
Uso do papel calco . 6-11 6-24

V
Visão estereoscópica 9-14 9-18
■GGCI'

2.ª Edição
Tiragem: 5. 000 eX!e!mplares
Agosto d.e 1988

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