Você está na página 1de 206

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS
ESCOLA SARGENTO MAX WOLF FILHO

CURSO DE FORMAÇÃO E GRADUAÇÃO DE


SARGENTOS

PERÍODO BÁSICO

COLETÂNEA DE MANUAIS

TÉCNICAS MILITARES II
UD 10, 11 e 12

(LEITURA DE CARTAS, ORIENTAÇÃO EM CAMPANHA E


COMBATE CORPO A CORPO)

2021
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 1 / 205)
ÍNDICE DE ASSUNTOS

10. LEITURA DE CARTAS

10.1. Cartas e convenções cartográficas ................................................... 06

10.1.1 Definição ............................................................................................ 06


10.1.2 Classificação militar das cartas ........................................................... 06
10.1.3 Cuidado para com as cartas em campanha ........................................ 07
10.1.4 Convenções cartográficas .................................................................. 08

10.2 Símbolos militares ............................................................................... 08

10.2.1 Símbolos militares .............................................................................. 08

10.3 Escalas ................................................................................................. 15


10.3.1 Instrumentos para medida .................................................................. 16
10.3.2 Construção de uma escala gráfica ...................................................... 19
10.3.3 Exercício de aplicação ........................................................................ 20

10.4 Direção e azimute ................................................................................ 22

10.4.1 Medida angular e cálculo matemáticos ............................................... 22


10.4.2 Direção básicas .................................................................................. 24
10.4.3 Declinação magnética ........................................................................ 25
10.4.4 Convergência de meridianos .............................................................. 25
10.4.5 Diagramas de orientação .................................................................... 25
10.4.6 Lançamento e azimute........................................................................ 27
10.4.7 Ângulo QM.......................................................................................... 28
10.4.8 Azimute .............................................................................................. 32
10.4.9 Contra-azimute ................................................................................... 32
10.4.10 Declinação de carta topográfica........................................................ 32

10.5 Designação e locação de pontos na carta ......................................... 34

10.5.1 Coordenadas geográficas ................................................................... 34


10.5.2 Coordenadas retangulares ................................................................. 38
10.5.3 Coordenadas polares ......................................................................... 44
10.5.4 Linha código, Tela código e Calco ...................................................... 46

10.6 Representação do terreno .................................................................. 50

10.6.1 Generalidades .................................................................................... 50


10.6.2 Formas do terreno .............................................................................. 53

10.7 Identificação da carta com o terreno.................................................. 64

10.7.1 Bússola ............................................................................................... 64


10.7.2 Localização de um ponto pela interseção avante................................ 70

10.8 Processos expeditos de orientação ................................................... 74

10.8.1 Processos expeditos para determinar o norte verdadeiro ................... 74

10.9. Tecnologias da geoinformação ......................................................... 76


(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 2 / 205)
11. ORIENTAÇÃO EM CAMPANHA

11.1. Orientação por azimute .............................................................................97

11.1.1 Processos de orientação ...........................................................................97


11.1.2 Equipe de navegação ................................................................................97

11.2 Orientação por comparação ......................................................................97

11.2.1 Obtenção de azimutes por intermédio da carta e da bússola .....................97


11.2.2 Utilização da carta .....................................................................................98
11.2.3 Utilização da bússola .................................................................................99
11.2.4 Escolha da rota ........................................................................................100
11.2.5 Avaliação de distâncias ...........................................................................103
11.2.6 Técnicas propriamente ditas ....................................................................104

12.1. Pontos vulneráveis do corpo humano e armas naturais ......................105


12.1.1 Considerações gerais ..............................................................................105
12.1.2 Pontos vulneráveis na frente do corpo humano .......................................105
12.1.3 Pontos vulneráveis nas costas do corpo humano ....................................109
12.1.4 Armas naturais.........................................................................................111

12.2 Base de combate e deslocamentos.........................................................116

12.2.1 Tipos de base ..........................................................................................116


12.2.2 Deslocamentos e voltas ...........................................................................118

12.3 Técnicas de amortecimento de quedas e rolamentos ...........................123

12.3.1 Educativos de quedas..............................................................................123

12.4 Golpes traumáticos ..................................................................................133

12.4.1 Soco, Cotovelada, Cabeçada, e Pontapé ................................................133

12. COMBATE CORPO A CORPO

12.5 Técnicas de projeção ...............................................................................142

12.5.1 Projeções.................................................................................................142

12.6 Técnicas de combate no solo, estrangulamento e forçamento de articulações

12.6.1 Generalidades .........................................................................................151


12.6.2 Estrangulamentos ....................................................................................152

12.7 Defesas contra agressões a mãos livres ................................................164

12.7.1 Considerações Gerais .............................................................................164


12.7.2 Defesa contra agarramentos....................................................................164

12.8 Defesa contra agressões a mão armada .................................................180

12.8.1 Defesa contra adversários armados com faca .........................................180


12.8.2 Defesa contra pauladas na cabeça ..........................................................192

12.9 Técnicas de combate contra grupos de homens ...................................193

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 3 / 205)


12.9.1 Técnica de combate ............................................................................ 193

12.10 Técnicas especiais............................................................................. 195

12.10.1 Uso da faca ....................................................................................... 195


12.10.2 Uso do porrete .................................................................................. 202
12.10.3 Uso do garrote e do BLACK JACK .................................................... 203

REFERÊNCIAS................................................................................................205

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 4 / 205)


CAPÍTULO I
CARTAS TOPOGRÁFICAS

10.1 CARTAS E CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS


(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980 E
SEGUNDO C 21-30 – ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS)

10.1.1 DEFINIÇÃO
Carta — é a representação, em escala, sobre um plano, dos acidentes naturais e
artificiais que se encontram na superfície do solo, bem como da configuração dessa
superfície. Embora desenhada em escala, não é absolutamente precisa porque, sendo
a superfície da terra esférica, não permite sua representação exata num plano,
originando deformações inevitáveis. Procurando diminuir essas deformações, foram
criados diversos tipos de projeção para a referida representação.

10.1.2 CLASSIFICAÇÃO MILITAR DAS CARTAS


a. Classificação geral
1) Carta topográfica — reproduz os acidentes naturais e artificiais da superfície
terrestre de forma mensurável, mostrando suas posições horizontais e verticais. A
posição vertical ou relevo é normalmente determinada por curvas de nível, com as cotas
referidas ao nível do mar.
2) Carta planimétrica — representa apenas a posição horizontal do acidente
reproduzido. Distingue-se da carta topográfica pela omissão do relevo em condição de
ser medido.
3) Carta fotográfica — é a reprodução de uma fotografia aérea ou mosaica, constituída
de uma série destas fotografias, que se completou com uma quadriculação arbitrária,
dados marginais, nomes, numeração de estradas, curvas de nível, elevações
importantes, limites, escala e orientação aproximadas. Normalmente se denomina
fotocarta. O traçado de curvas de nível é excepcional.
4) Carta em relevo — reproduz as diferenças de nível por meio de sombreamento,
colorido, etc. A carta em relevo plástica, é uma carta topográfica normal, que foi impressa
sobre base de matéria plástica, de maneira que o relevo, indicado pelas curvas de nível
seja efetivamente reproduzido, em escala aumentada.
5) Carta especial — é uma carta destinada a fim particular, como por exemplo, uma
carta de rede de vias de transporte.
b. Classificação pela escala
1) Escala pequena — igual ou inferior a 1/500.000.
2) Escala média — maior que 1/500.000 e menor que 1/50.000.
3) Escala grande — superior a 1/50.000.
c. Classificação militar e utilização
1) Carta geral — em escala inferior a 1/1.000.000, destina-se a fins gerais de
planejamento.
2) Carta estratégica – em escala de 1/1.000.000, destina-se a emprego no
planejamento de movimentos, concentração e suprimento.
3) Carta estratégico tática — em escala de 1/250.000 ou eventualmente, na escala
de 1/500.000, destina-se a emprego no planejamento pormenorizado, utilização no
preparo de gráficos para esclarecimento de ordens, produção de cartas em relevo
plásticas (escala média) e uso como carta rodoviária ou carta para as diversas fases do
apoio aproximado ar terra. Na falta de cartas em escala maior, ainda serve como carta
tática ou de controle do tiro de artilharia de campanha.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 5 / 205)


4) Carta rodoviária — em escala igual ou inferior a 1/250.000 é utilizada nos
movimentos táticos e administrativos de tropas. Em certos casos, a mesma carta, na
escala de 1/250.000, pode ser usada como carta estratégico tática e carta rodoviária.
5) Carta tática — em escala de 1/50.000, é usada para fins táticos e administrativos.
Por vezes em lugar desta escala, pode-se empregar a de 1/25.000 ou a de 1/1 00.000.
A carta tática é comumente usada por todas as Armas e Serviços.
6) Carta de artilharia — em escala de 1/25000, é empregada na direção do tiro de
artilharia. A carta de 1/50.000 pode, em certos casos, servir para este fim.
7) Carta fotográfica ou fotocarta — definida em a(3), preferivelmente na escala c.e
1/25000, podendo porém ser de 1/10.000, é utilizada para fins táticos e administrativos.
8) Planta urbana — em escala igual ou superior a 1/10.000, destina-se a
representação dos arruamentos urbanos, assim como a localização dos principais
edifícios e de outros acidentes que sejam de importância e possam ser representados
na escala. Um tipo desta planta ressalta as principais vias que atravessam a área urbana.
d. Cartas aeronáuticas — estas cartas, produzidas e distribuídas pela Força Aérea
Brasileira, classificam-se de acordo com a utilização que se destinam.
1) Carta de planejamento — em escala igual ou inferior a 1/5.000.000, destina-se a
determinação de rotas internacionais, organização de amplos sistemas de transporte
aéreo e controle de movimentos aéreos estratégicos.
2) Carta da navegação aérea de longo alcance — em escala de 1/1.000.000 a
1/5.000.000, é utilizada para a navegação astronômica e por instrumento.
3) Carta de navegação aérea normal — em escala de 1/25.000 a 1/1.000.000,
também denominada carta de pilotagem, é utilizada na navegação precisa à vista.
Abrange áreas de terra e água indicando meios auxiliares e perigos para a navegação.
4) Carta de aproximação — em escala de 1/250.000 a 1/50.000, ou mesma maior, é
empregada na fase aérea do apoio terra-ar e na navegação visual sobre áreas
congestionadas. Fornece dados sobre obstruções críticas e outros por menores relativos
à direção de aproximação desejada. Pode ainda, apresentar vistas panorâmicas e
perspectivas oblíquas.
5) Carta de objetivo — em escala grande, serve para designação de um objetivo
aéreo particular. Contém informações esquemáticas, que localizam exatamente os
objetivos determinados ou identificam um objetivo particular numa área geral.

10.1.3 CUIDADOS PARA COM AS CARTAS EM CAMPANHA


Devem sempre que possível, ser colocadas em um porta-cartas e cobertas com uma
folha de papel transparente (acetato).
Quando empregadas pelas tropas em campanha, as cartas devem ser dobradas em
forma de sanfona, como está ilustrado na figura 01, e colocadas no bolso para protegê-
las do sol e da umidade.

Figura 1

Duas maneiras de se dobrar uma carta

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 6 / 205)


10.1.4 CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

a. Generalidades

Os símbolos contidos neste artigo são convenções que se destinam a representar,


de modo expressivo, os acidentes do terreno e os objetos topográficos em geral, de
modo a ressaltar sua importância, principalmente no que se refere à aplicação militar da
carta.

b. Cores e Símbolos

As cartas e esboços topográficos são geralmente confeccionados em cinco cores


(preto, azul, vermelho, verde e castanho).

1) PRETO – planimetria em geral, com exceção da hidrografia, e toda a no-


menclatura;
2) AZUL – hidrografia, traçado das margens em geral, representação das nas-
centes, poços, cisternas, bicas, encanamento e terrenos encharcados;

3) VERMELHO – rodovias, até 3ª classe, inclusive;

4) VERDE – bosques, macegas, mangues e culturas;

5) CASTANHO – curvas de nível e respectivas altitudes

10.2 SÍMBOLOS MILITARES

RODOVIAS, CAMINHOS E ELEMENTOS RELACIONADOS.

Tabela 1

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 7 / 205)


ESTRADAS DE FERRO E ELEMENTOS RELACIONADOS

Tabela 2

Tabela 3

ELEMENTOS RELACIONADOS ÀS INTERLIGAÇÕES

Tabela 4

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 8 / 205)


EDIFÍCIOS E LUGARES POVOADOS

Tabela 5

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 9 / 205)


ELEMENTOS DE ÁREAS E SEUS LIMITES

Tabela 6

PONTOS DE CONTROLE

Tabela 7

Tabela 8

LIMITES DE FRONTEIRA

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 10 / 205)


Tabela 9

ELEMENTOS HIDROGRÁFICOS

Tabela 10

ELEMENTOS HIDROGRÁFICOS (CONTINUAÇÃO)

Tabela11

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 11 / 205)


SINAIS CONVENCIONAIS DIVERSOS

Tabela 12

ELEMENTOS HIPSOGRÁFICOS

Tabela 13

Tabela 14

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 12 / 205)


COBERTURA VEGETAL

Tabela 15

Obs:
1-Nas Cartas de Orientação existem algumas simbologias próprias, diferentes das usa-
das nas Cartas Topográficas.

2-Só foram apresentadas as principais e mais usadas convenções. Existem muitas ou-
tras.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 13 / 205)


10. 3 ESCALA DA CARTA
(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

É a relação existente entre as dimensões representadas na carta (d) e as dimensões


correspondentes no terreno (D). O emprego da fórmula ao lado torna-se necessário,
quando não dispomos de uma régua com a graduação correspondente a
escala da carta.
Por exemplo, se numa carta de escala igual a 1/25.000 achamos uma
distância gráfica de 2,5 cm (medida com uma régua milimetrada) entre
dois pontos, a distância real no terreno será:

D = 2,5 cm x 25.000 = 62.500 cm = 625 m

Numa carta de escala 1/25.000, significa que:


-01 m na carta corresponde a 25.000m (25 Km) no terreno;
-01 cm na carta corresponde a 25.000cm (250 m) no terreno;
-01 mm na carta corresponde a 25.000 mm (25 m) no terreno.
Uma escala será tanto maior quanto menor for o valor do denominador da fração
que a representa.

Fig 4-1. Dados para a escala numérica.

a. Escala de equivalência – a escala pode ser expressa por uma equivalência.


Exemplo: 1cm = 250m (significando que 1 cm na carta corresponde a 250m no
terreno).
Pode ser Linear ou transversal:
(1) Escala linear – apresenta duas graduações, uma de origem (zero) para a direita re-
presentando, cada espaço, uma unidade tomada por base, e outra da origem para a
esquerda (talão) que apresenta subdivisões dessa unidade. As medidas inferiores às
graduações do talão são feitas por interpolação.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 14 / 205)


(2) Escala transversal – esta escala nos dá maior precisão mas não vêm gravadas
nas cartas, motivo pelo qual não trataremos delas.

10.3.1 INSTRUMENTOS PARA MEDIDAS

a. CURVÍMETRO
a. O curvímetro é um instrumento que serve para medir distâncias na carta em
linha reta, quebrada ou curva. Normalmente ele é constituído por uma roda dentada
conjugada a outras duas, uma pequena e outra grande. Estas rodas fazem cada um
girar um ponteiro sobre o limbo graduado. Há dois tipos mais comuns de curvímetros:
um decimal em que o limbo é graduado em centímetros e em milímetros e o outro em
que o limbo já possui, nos dois lados, graduações referentes às escalas mais comuns.
Para medir distâncias com o curvímetro, procede-se da seguinte maneira:
(1) Faz-se girar a roda dentada até o ponteiro estar em coincidência com a
origem da graduação.
(2) Toma-se o curvímetro na vertical (Fig 4-3) com o limbo voltado para o
operador; no caso de graduação referente às escalas, ter o cuidado de reconhecer qual
dos lados contém a escala da carta em que se trabalha.
(3) Coloca-se a roda dentada sobre o ponto inicial da medida, de modo que o
curvímetro tenha de se deslocar para a frente do operador.
(4) Desloca-se assim, o curvímetro por linhas retas, quebradas ou curvas, até o
ponto final da distância a medir.
(5) Lê-se no mostrador do curvímetro as graduações marcadas. Caso seja um
curvímetro decimal tem-se a medida em centímetro e milímetros e, aplicando-se a
escala da carta, obtém-se a distância procurada. Caso seja um curvímetro em que os
limbos já estão graduados nas escalas mais comuns, lê-se diretamente o valor
procurado.
b. Poderá, ainda, acontecer que o limbo do curvímetro não possua graduação
para a escala da carta que se está trabalhando. Neste caso, utiliza-se uma das escalas
do curvímetro e multiplica-se ou divide-se a leitura feita pela relação de
proporcionalidade entre as duas escalas.

b.. RÉGUA MILIMETRADA


a. A distância real entre dois pontos poderá ser determinada com auxílio de uma
régua graduada em milímetros, multiplicando-se a leitura feita na régua, entre os dois
pontos na carta, pelo denominador da escala.
b. Por exemplo, se numa carta de escala E = 1/25.000 achamos uma distância
gráfica de 3,2cm entre dois pontos, a distância real será:
D = 3,2cm x 25.000 = 80.000 = 800m

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 15 / 205)


Fig 4-3. Curvímetro

c. RÉGUA DE ESCALAS
a. Existem réguas graduadas com diferentes escalas gráficas. A de seção
triangular, por exemplo, apresenta em seu conjunto seis diferentes escalas.
b. Aplicando-se a régua com a graduação correspondente à escala da carta,
sobre a distância a medir, leremos diretamente o valor real dessa distância.
c. Caso a régua não possua a graduação para a escala em que se está traba-
lhando, utiliza-se outra escala e multiplica-se ou divide-se a leitura feita pela relação de
proporcionalidade entre as duas escalas. A relação de proporcionalidade sempre que
possível deve ser múltipla ou submúltipla de 10.
d. PARTICULARIDADES
Se os dados da escala não estiverem na margem da carta, a escala dessa carta pode
ser determinada partindo-se de uma medida no terreno, ou por meio da distância gráfica
tomada em outra carta de escala conhecida.
e. PELA DISTÂNCIA REAL ENTRE DOIS PONTOS NO TERRENO

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 16 / 205)


A escala de uma carta pode ser determinada pela comparação da distância real entre
dois pontos do terreno, com a respectiva distância gráfica na carta. Na figura 02, por
exemplo, a distância gráfica medida na carta é de 40 mm e a mesma distância medida
no terreno com trena, ou outro processo razoavelmente preciso, é de 2.000 m, ter-se-á:

Figura 2
Determinação da escala da carta conhecendo-se a distância do terreno.

c. Pela distância entre dois pontos de uma carta de escala conhecida


Para determinar a escala de uma carta com o auxílio de outra carta de escala
conhecida, escolhem-se dois pontos que estejam representados em ambas as cartas e
mede-se à distância entre eles. Desse modo, é possível deduzir a distância real pela
carta de escala conhecida e estabelecer a escala da outra pelo processo explanado na
letra b. Por exemplo: na figura 03, a escala da carta “A” é de 1/20.000 e a escala da carta
“B” é desconhecida. A distância gráfica entre o cruzamento das estradas e a casa na
carta “A” é de seis centímetros (6 cm). A distância real, entre o cruzamento de estradas
e a casa, determinada pela carta “A” é:

Comparação de duas cartas


Representando a mesma área

Com esta distância real, e com a distância gráfica obtida na carta “b”, encontraremos
o valor da escala desta carta:

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 17 / 205)


G. APROXIMAÇÃO DE ESCALA
1) O menor valor gráfico que se pode perceber a olho
nu (sem instrumento ótico) e ter precisão na medida, é de
dois décimos de milímetro (0,2 mm). Este valor se deno-
mina aproximação de escala ou erro gráfico cometido.
2) Para saber a dimensão real correspondente ao erro
gráfico, deve-se considerar a fórmula:
Exemplos:
a) Qual a menor dimensão real possível de ser representada na escala 1/25.000?
b)

b) Determinar as menores escalas que permitirão, respectivamente, as representa-


ções gráficas de: 5 m, 10 m e 20 m.
RESPOSTA: 1/25.000, 1/50.000 e 1/100.000

10.3.2 CONSTRUÇÃO DE UMA ESCALA GRÁFICA


a. Procedimento
1-Seja construir uma escala gráfica de 5.000 metros a ser empregada em uma carta
cuja escala é 1/25.000. Procede-se como se segue:
Determina-se o comprimento da escala pela fórmula geral. Nesta fórmula, o
comprimento da escala é a distância gráfica, o valor 5.000 metros é a distância real e
1/25.000 é a escala. Tem-se: Metros.
1/25.000 = d/5.000; 5.000/25.000 = 20 cm
– A escala gráfica deve medir 20 centímetros para representar 5.000
– Por meio de uma régua traça-se a linha ab com 20 centímetros de comprimento
– Traça-se, em ângulo agudo, a linha ab’ representando cinco divisões iguais
quaisquer, da régua milimetrada. Traça-se a linha bb’ e de cada divido de ab’ traçam-se
paralelas a bb’. Estas dividem a linha ab em cinco partes iguais, representando cada
uma 1.000 metros.
A divisão 1.000 metros à esquerda do “0”(zero) da escala e deve ser subdividido
em partes de 100 metros. Faz-se isso traçando a linha (a – d’), dividindo-a em 10 partes
e projetando essas divisões sobre o talão, tal como foi explanado acima.
Numeram-se as divisões da escala como mostra a figura 4

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 18 / 205)


10.3.3 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
a. Determinar os valores gráficos correspondentes a:
(1) 21,500 km na escala de 1/50.000
(2) 18.750 m na escala de 1/25.000
(3) 15,000 km na escala de 1/100.000
(4) 45,000 km na escala de 1/260.000

Respostas:
(1) 0,43 m
(2) 0,75 m
(3) 0,15 m
(4) 0,18 m

b. Determinar os valores naturais correspondentes a:

(1) 0,l79 m na escala de l/25.000


(2) 0,125 m na escala de 1/50.000
(3) 0,374 m na escala de 1/100.000
(4) 0,222 m na escala de 1/250.000

Respostas:
(1) 4.475 m
(2) 6.250 m
(3) 37.400m
(4) 55.500 m

c. Determinar a escala em que a grandeza gráfica de:

(1) 0,175 m corresponde a 17,5 km


(2) 0,040 m corresponde a 1,00 km
(3) 0,335 m corresponde a 83,75 km,
(4) 0,1582 m corresponde a 7.910 m

Respostas:
(1) 1/100.000

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 19 / 205)


(2) 1/25.000
(3) 1/250.000
(4) 1/50.000

d. Achou-se um fragmento de carta onde estava representado um cruzamento de


estradas e uma árvore isolada, afastados entre si de 4,7 cm. A distância real entre os
dois acidentes considerados é de 1.1 75 m. Qual é escala da carta?
Resposta: 1 /25.000
e. Na escala de 1/25.000. 15 mm corresponde a ______________ metros.
Resposta: 375 m
f. Em uma carta de escala 1/50.000, a distância entre dois pontos A e B representada
por 14 cm. Noutra carta, de escala desconhecida, esta mesma distância é representada
por 28 cm. Qual é a escala da carta?
Resposta: 1/25.000
g. Em trechos de cartas, cujas escalas são desconhecidas, identificam-se dois pontos
distantes entre si de 2 Nas referidas cartas as distâncias gráficas entre esses dois pontos
são respectivamente 2,75 cm, 11,0 cm e 5,5 cm. Pede-se:
As escalas das três cartas;
A carta de maior escala.
Respostas:
1/100.000, 1/25.000 e 1/50.000
h. Num fragmento de carta a distância entre duas cidades é de 0,066 m. Um motorista
percorrendo de viatura a distância entre elas, verificou que o odômetro do veículo acusou
a distância real de 3.300m. Qual será a escala da carta a que pertence o fragmento?
Resposta: 1/50.000
i. O erro gráfico cometido na carta de escala de 1/25.000 é de _________ m.
Resposta: 5 m
j. O erro gráfico cometido na carta de escala de 1/100.000 é de ________m.
Resposta: 20 m
l. A distância entre dois pontos no terreno é de 600 metros. Na escala da carta esses
dois pontos estio distanciados de 12mm. Qual é a escala dessa carta?
Resposta: 1/50.000
m. Você dispõe de uma folha de papel com 33 cm x 22 cm, na qual deverá desenhar um
acidente topográfico cuja extensão é de 620 m, deixando uma margem de 1 cm de cada
uma de suas bordas. Pede-se:
A escala adequada para representar o referido acidente de forma que o mesmo ocupe
o maior espaço possível no papel.
Resposta: 1/2.000
n. Determinar as menores escalas que permitirão, respectivamente, as representações
gráficas de: 5 m, l0m e 20 m.
Resposta: 1/25.000, 1/50.000 e 1/100.000.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 20 / 205)


10.4 DIREÇÃO E AZIMUTE

10.4.1 MEDIDA ANGULAR E CÁLCULOS MATEMÁTICOS


(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

4.1. FINALIDADE
As distâncias e as direções são empregadas para locar pontos ou objetos sobre o
terreno ou sobre uma carta em relação a pontos conhecidos. A distância é medida a
passo ou estimada, conforme o grau de precisão desejado. Para finalidades militares, a
direção é expressa sempre, por um ângulo formado com uma direção base fixa, ou
facilmente determinável.

4.2. UNIDADE DE MEDIDA ANGULAR


a. O valor de um ângulo é expresso em graus ou milésimos (Fig 5). As unidades de
artilharia têm os instrumentos de direção de tiro geralmente graduados em milésimos.
Outras armas empregam o grau e seus submúltiplos.
b. Graus, minutos e segundos – dividindo-se a circunferência em 360 partes iguais,
por meio de raios, o ângulo formado por dois raios consecutivos, vale 10.
Os graus são divididos em minutos e estes em segundos, de modo que:
Círculo 360°; 1º = 60’; 1’ = 60″
Os ângulos são representados numericamente do seguinte modo:
Â= 137°45’23″; Â = ângulo

4.3 MILÉSIMOS – quando uma circunferência é dividida em 6.400 partes iguais, o ângulo
que compreende uma dessas partes vale 1 milésimo. O milésimo é de utilidade para a
artilharia, porque ele é um ângulo cuja tangente é aproximadamente 1/1.000. Por esta
razão, a variação de 1 milésimo na direção do tubo de um canhão, muda o ponto de
impacto dos projéteis de 1 metro em 1000 metros de distância ou de 2 metros para o
alcance de 2.000 metros.
d. Relação entre grau e milésimo — os graus são transformáveis em milésimos por
meio dos seguintes fatores de conversão:
360º = 6.400″ (360 graus = 6.400 milésimos); ou seja: 1º = 17,778’

Figura 5

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 21 / 205)


4.3 FÓRMULA DO MILÉSIMO
a. Medida expedita de distâncias
Utiliza-se o binóculo na medida expedita de distâncias, obtendo-se o valor angular
de uma frente conhecida, com o qual, pela aplicação da fórmula do milésimo, fornecerá
o valor da distância (distância aproximada) que separa o operador da frente referida.
Assim, a distância será dada pela fórmula:
F (m) Onde: D é a distância em km, F é a frente conhecida em metros,
D(Km) =_______ e n é o número de milésimos da frente, ou ainda:
n'''

1000x F (m) Que é a mesma fórmula anterior, só que a medida será fornecida
D(m) =_______ em metros.
n'''
Exemplo: um observador querendo medir a
distância que o separa de um poste de 7 m de altura, visou-o com um ângulo de 10’’’.
Qual a distância?

7m 1000x7
Solução: D (Km) =------------------ = 0,7 Km ou D (m) = --------------- = 700 m
10''' 10'''

Os valores das frentes mais comuns são os seguintes:


- homem de joelho..............................................................1,50 m
- homem de pé....................................................................1,70 m
- homem a cavalo.................................................................2,50 m
- poste de linha telegráfica (de ferro)7,00 m (de madeira) 6,00 m
- poste de rede elétrica........................................................7,00 a 9,00 m
- casa pequena....................................................................4,00 a 5,00 m
- coqueiro e palmeira...........................................................15,00 a 25,00 m
- vagão de estrada de ferro..................................................3,00 a 3,50 m
- carro de combate.............................................................. 2,50 a 3,00 m
- viatura de 2,5 toneladas.....................................................por volta de 3 m
- viatura de 3/4 toneladas.....................................................por volta de 2 m
- viatura de 1/4 toneladas......................................................por volta de 2 m

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 22 / 205)


10.4.2 DIREÇÕES BÁSICAS
(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

10.4.1. DEFINIÇÃO
A direção entre dois pontos é expressa por um ângulo, do qual um dos lados é uma
direção base. Existem três direções bases, a saber: as do norte verdadeiro ou geográfico,
norte magnético e norte da quadrícula representados respectivamente por NG, NM e NQ
(Fig 7).
a. Direção do Norte Verdadeiro ou Geográfico – a direção do norte verdadeiro ou
geográfico é empregada em levantamentos, quando se deseja grande precisão e
normalmente não é empregada em campanha. Os meridianos de uma carta representam
as direções do norte e do sul verdadeiros.
b. Direção do Norte Magnético – a direção do norte magnético é indicada pela ponta
N da agulha da bússola. É comumente empregada nos trabalhos de campo, porque pode
ser determinada diretamente com a bússola comum.
c. Direção do Norte da Quadrícula – o norte da quadrícula é indicado pelas verticais
das quadrículas, geralmente feitas nas cartas militares.

Diagrama de orientação

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 23 / 205)


10.4.3 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA
a. Generalidades — os ângulos formados pelas direções do norte verdadeiro com as
do norte magnético e norte da quadrícula são chamados respectivamente declinação
magnética e convergência de meridianos. Na figura 5—2 a declinação magnética é 6º40’
oeste e a convergência de meridianos é 2º25’ leste.
b. Declinação magnética — é o ângulo horizontal formado pelas direções porte
verdadeiro e norte magnético. Nos locais onde a ponta da agulha de bússola estiver a
leste do norte verdadeiro, a declinação magnética será leste. Onde a ponta da agulha
estiver a oeste do norte verdadeiro a declinação será oeste. Nos locais onde o norte
verdadeiro e o magnético coincidirem, a declinação será zero. A declinação magnética,
em qualquer localidade, está sujeita a uma variação cujo valor é dado em tabelas, como
as do Anuário do Observatório Nacional. Por exemplo, na figura 5—2 a variação anual é
de 3’. Essa variação é normalmente dada com o respectivo sentido para evitar confusão.

10.4.4 CONVERGÊNCIA DE MERIDIANOS


Convergência de meridianos ou simplesmente convergência, é a diferença, em
direção, entre o norte verdadeiro e o norte da quadrícula. Ela é variável para cada carta.
Na realidade, ela varia nos diferentes pontos de uma carta qualquer, mas nas cartas
táticas é considerada fixa sem risco de erro apreciável. As cartas militares apresentam,
sob forma de diagrama, a convergência média das quadrículas para as respectivas áreas
representadas.

10.4.5 DIAGRAMAS DE ORIENTAÇÃO

a. GENERALIDADES
As cartas militares têm um diagrama de orientação impresso na margem. Tal diagrama
contém três direções indicando o norte verdadeiro, o norte magnético e o norte da
quadrícula. Os ângulos, entre essas direções, são traçados com precisão e podem ser
utilizados para trabalhos gráficos na carta. Pelos motivos dados a seguir, os diagramas
de orientação devem ser verificados, pela medida, antes de utilizados para esse fim; em
certas cartas, em que a declinação ou a convergência são muito pequenas, o diagrama
tem tamanho exagerado. Nas cartas do Serviço Geográfico do Exército, os ângulos de
declinação e convergência são referidos em graus; portanto, é de toda conveniência, ao
trabalho com milésimos, fazer a transformação do valor destes ângulos e anotar no
diagrama.

b. ÂNGULO QM
O ângulo entre as direções do norte da quadrícula e do norte magnético é chamado
ângulo QM. O ângulo é Oeste, quando o norte magnético está a Oeste do norte da
quadrícula; é Leste, quando o norte magnético está a Leste do norte da quadrícula. O
ângulo QM é calculado somando a declinação magnética e à convergência (quando a
direção do norte magnético e do norte da quadrícula estão em lados opostos da direção
do norte verdadeiro) e subtraindo uma da outra quando estão do mesmo lado do norte
verdadeiro. Uma vez calculado o ângulo OM, ele deve ser escrito na carta, para uso
futuro. A variação anual da declinação magnética acarreta aumento ou diminuição do
ângulo QM. Se as direções do norte magnético e do norte da quadrícula se aproximam,
o ângulo QM diminui; se eles se afastam o ângulo QM aumenta.

c. AZIMUTE
Determinamos a posição de um ponto em relação a outro, na carta ou no terreno, por
meio de azimutes. Os azimutes são ângulos horizontais medidos no sentido do

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 24 / 205)


movimento dos ponteiros do relógio, a partir do norte magnético, do norte verdadeiro ou
do norte da quadrícula.
c.1. Azimute magnético — azimute magnético de uma direção é o ângulo horizontal
medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do norte magnético
até a direção dada. Na figura 8, por exemplo, o azimute magnético da direção entre a
bifurcação de estrada e a capela é 60º.
c.2. Azimute verdadeiro — azimute verdadeiro de uma direção é o ângulo horizontal
medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do norte verdadeiro
até a direção dada. Na figura 8, por exemplo, este azimute é 54º.
c.3 Azimute da quadrícula ou lançamento — lançamento de uma direção é o ângulo
horizontal, medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, partindo do norte
da quadrícula até a direção dada. Na figura 8 o lançamento é 51°.

Figura 8

c.4. Relação entre o azimute magnético e o lançamento — no campo, os azimutes


magnéticos são usados por meio da bússola. Se o operador possuir um transferidor a
direção do norte magnético poderá ser traçada facilmente na carta. Caso contrário,
converte-se a leitura da bússola em lançamento, antes de marcá-la na carta. A diferença
entre o lançamento e o azimute magnético é o ângulo QM.

(1) Quando o norte magnético está a Leste do norte da quadrícula:


Lançamento = azimute + ângulo QM
(2) Quando o norte magnético está a Oeste do norte da quadrícula:
Lançamento = azimute magnético — ângulo QM
Por exemplo: na figura 8, o lançamento é 60º – 9° = 51º
c.5 Contra-azimute — contra-azimute é simplesmente o azimute da direção oposta.
O contra-azimute de uma direção é o seu azimute mais 180º. Por exemplo: se essa soma
exceder 360º, ele é igual ao azimute menos 180º. Por exemplo: se o azimute de uma
direção é 50º, o contra-azimute é 50° + 180º = 230º, se o azimute é 310º, o contra-
azimute é 310° - 180° = 130°.

d. RUMO
Os rumos são empregados para exprimir direções por meio das bússolas graduadas
em quadrantes, de 0º a 90°. O rumo é o menor ângulo horizontal que uma direção forma
com a direção Norte-sul; nunca excede de 90º. A Figura 9 mostra como são medidos e
indicados os rumos, e as relações entre eles e os azimutes. Se os rumos são magnéticos,
os azimutes são também magnéticos. A Figura 10 ilustra como exprimir uma direção
típica em qualquer quadrante, tanto em azimute como em rumo.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 25 / 205)


10.4.6 LANÇAMENTO E AZIMUTE

a. TRANSFERIDOR
O transferidor é um instrumento para medir ou marcar ângulos na carta. A figura11
apresenta dois tipos de transferidor; o tipo semicircular é o mais comum. Ambos são
graduados em duas escalas, a fim de possibilitarem medidas de ângulos de valor até
uma circunferência. Possuem duas escalas: uma graduada de 0º a 180º e outra de 180°
a 360°.

b. COMO TRAÇAR UM AZIMUTE NA CARTA


b.1 Lançamento — problema: Traçar a partir do ponto cotado 685, na figura 12, uma
linha com lançamento igual a 75º Traça-se uma linha passando pelo ponto 685 e paralela
à direção Norte-sul da quadrícula. Coloca-se o transferidor sobre a carta, com sua base
sobre a linha traçada e seu índice sobre o ponto considerado. Marca-se o ponto P na
graduação de 75º do transferidor. Retira-se o transferidor e traça-se uma linha do ponto
685 ao ponto P.
b.2 Azimute magnético — para marcar o azimute magnético de uma direção, segue-
se o mesmo processo anterior, traçando-se, porém, a linha que passa pelo ponto 685,
paralelamente à direção do norte magnético e não à do norte da quadrícula. Pode-se
também converter o azimute magnético em lançamento, recaindo assim no problema
anterior.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 26 / 205)


10.4.7ÂNGULO QM

A carta topográfica possui na sua margem inferior o Diagrama de Orientação, que


possui as 03 (três) direções básicas: norte verdadeiro ou geográfico (NG), norte
magnético (NM) e o norte de quadrícula (NQ).

Diagrama de Orientação
Relembrando:
(1) o ângulo formado entre o NQ e NM é chamado de QM;
(2) o ângulo formado entre o NQ e NG é chamado de CM;
(3) o ângulo formado entre o NM e NG é chamado de DM;

OBSERVAÇÃO:
(1) a CM por ser um ângulo formado por duas direções fixas, não varia
conforme o tempo;
(2) a DM é variável por ter como uma de suas bases o NM que vária de
acordo com o magnetismo da Terra. Nas cartas topográficas esta varia-
ção é dada junto com o diagrama de orientação, e pode ser positiva
(quando aumenta o valor da DM) ou negativa positiva (quando diminui
o valor da DM).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 27 / 205)


a. CALCULANDO O QM

QM = DM +/- CM

São 2 (dois) passos para se calcular o QM primeiro deve-se atualizar a DM e em seguida


analisar o Diagrama de Orientação fazendo um estudo das posições das direções
básicas, com a finalidade de saber se o QM = DM + CM ou se QM = DM – CM.

1° Passo: atualizar a DM:


Para atualizar a DM deve-se utilizar o diagrama de orientação e a fórmula:

DM ano atual = DM ano da carta +/- (ano atual – ano da carta) X valor de atualização

(+/-) dependendo do dado do diagrama de orientação; (+) se DM cresce e (–) se DM


decresce.

Ex: Carta Topográfica – CIGRA Topo Vol 2 – Pág 16


Dados: DM 1992 = 19° 31’
DM cresce 6,4’ anualmente (valor de atualização)

DM 2012 = DM 1992 + (2012-1992) X 6,4’ (como a DM cresce soma-se a


atualização)
DM 2012 = 19° 31’ + 128’
DM 2012 = 19° 31’ + 2° 08’
DM 2012 = 21° 39’

2° Passo: analise do Diagrama de Orientação fazendo o estudo das posições das


direções básicas:

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 28 / 205)


1° tipo: QM = DM + CM 2° tipo: QM = DM + CM
Dado Dado

QM cresce anualmente QM cresce anualmente

QM 2012 = DM 2012 + CM QM 2012 = DM 2012 + CM

3° tipo: QM = DM + CM 4° tipo: QM = DM + CM
Dado Dado
QM decresce anualmente QM decresce anualmente

QM 2012 = DM 2012 – CM QM 2012 = DM 2012 – CM

5° tipo: QM = DM – CM 6° tipo: QM = DM – CM
Dado Dado
QM cresce anualmente QM decresce anualmente

QM 2012 = DM 2012 + CM QM 2012 = DM 2012 – CM

7° tipo: QM = DM + CM 8° tipo: QM = DM – CM
Dado Dado
QM cresce anualmente QM decresce anualmente

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 29 / 205)


QM 2012 = DM 2012 + CM QM 2012 = DM 2012 – CM

EXEMPLOS:
Qual o valor do ângulo QM em 2012?

a)
1° Passo atualizar a DM:
DM 2012 = DM 1956 + (2012-1956)
X 3’
DM 2012 = 9° 5’ + 168’
DM 2012 = 9° 5’ + 2° 48’
DM 2012 = 11° 53’

2°Passo Analise do Diagrama de


Orientação
QM 2012 = DM 2012 + CM (ver o
diagrama)
QM 2012 = DM 2012 + 2° 25’
QM 2012 = 11° 53’ + 2° 25’
QM 2012 = 14° 18

b)
1° Passo atualizar a DM:
DM 2012 = DM 1967 + (2012-1967)
X 2’
DM 2012 = 10° 30’ + 90’
DM 2012 = 10° 30’ + 1° 30’
DM 2012 = 12° 00’

2°Passo Analise do Diagrama de


Orientação
QM 2012 = DM 2012 – CM (ver o
diagrama)
QM 2012 = DM 2012 – 2° 5’
QM 2012 = 12° - 2° 5’
QM 2012 = 9° 55’

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 30 / 205)


10.4.8 AZIMUTES
São ângulos horizontais medidos no sentido do movimento dos ponteiros do relógio,
a partir do NM, do NV e do NQ.

É necessário, portanto, que se conheça o ângulo QM, o qual poderá encontrar-se em


duas situações:

10.4.9 CONTRA-AZIMUTE
É o azimute da direção oposta.
C Az = Az + 180º (caso o Az seja menor que 180º)
C Az = Az - 180º (caso o Az seja maior que 180º)

Por exemplo, se o azimute é 270º, o contra-azimute é:

270º – 180º = 90º

10.4.10 DECLINAÇÃO DA CARTA TOPOGRÁFICA

Declinar uma carta topográfica é atualizar o NM e locá-lo na da carta.


Existem 02 (dois) métodos: pelo transferidor e pela bússola.

Relembrando:
DM ano atual = DM ano da carta +/- (ano atual – ano da carta) X valor de atualização
QM = DM +/- CM

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 31 / 205)


Para facilitar a locação do NM na carta usamos o QM, pois QM é o ângulo formado
entre o NM e NQ, que já vem na carta.

1) Pelo transferidor:
1° Atualizar o QM
Se QM for E (tendo como referencial o NQ) → NM = QM.
Se QM for W(tendo como referencial o NQ) → NM = 360 – QM.

2° Centro do transferidor no encontro de quadrículas, sendo a linha 0° -


180° coincidente com o NQ.

3° Marcar o QM atualizado, que é o NM

2) Pela bússola:
1° Atualizar o QM
Se QM for E (tendo como referencial o NQ) → NM = QM.
Se QM for W(tendo como referencial o NQ) → NM = 360 – QM.

2° Lançar o QM na bússola.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 32 / 205)


3° Coincidir o centro da bússola (o quício) com o encontro de quadrículas,
alinhando o N do limbo móvel o NQ e a linha E – W do limbo móvel com a linha
horizontal da quadrícula.

4° A seta de navegação indicará o NM, bem como as laterais da bússola.

10.5 DESIGNAÇÃO E LOCAÇÃO DE PONTOS NA CARTA

10.5.1 COORDENADAS GEOGRÁFICAS


(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

5.1 GENERALIDADES
a. Para compreender essas coordenadas devemos estar familiarizados com as
noções de latitude e de longitude sobre o globo terrestre.
b. Seja O o centro da terra, PP` a linha dos polos e A um ponto qualquer da superfície
(fig. 21).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 33 / 205)


c. O Equador é o círculo imaginário EE` determinado na superfície terrestre por um
plano perpendicular à linha dos polos e passando pelo centro da terra. Os planos
paralelos do equador, passando no ponto A determinara a seção BB` que é chamada de
paralelo de latitude ou simplesmente paralelo.

d. Logo, paralelos de latitudes, ou simplesmente paralelos, são todos os círculos


determinados por planos paralelos ao plano do equador.
e. Os planos perpendiculares ao equador e que contém a linha dos polos PP` são
chamados de meridianos de longitudes ou simplesmente meridianos. Na figura 21, temos
como meridianos os círculos PAP` e PC` DP`.
f. O ponto A (interseção de um paralelo com um meridiano) será definido em
coordenadas geográficas pela latitude e longitude do paralelo e do meridiano,
respectivamente, que passam por esse ponto.
g. Latitude – a latitude (α) de um paralelo é o valor em graus do arco de meridiano
(CA) compreendido entre o Equador e esse paralelo. É contado de 0º a 90º a partir do
Equador para os polos, positivamente para o polo norte e negativamente para o sul.
h. Longitude – a longitude (λ) de um meridiano é medida pelo valor do arco (DC), do
círculo do Equador entre ele e o meridiano tomado como origem. É contada de 0º a 180º
a partir do meridiano origem, positivamente para Oeste e negativamente para Este. A
longitude pode ser também expressa em tempo, pois ela é determinada em astronomia,
pelo intervalo de tempo que medeia entre a passagem de um astro qualquer pelo
meridiano de origem e pelo meridiano do lugar considerado, em consequência do
movimento da terra em torno do seu eixo. O meridiano origem mais comumente usado
é o que passa na cidade de GREENWICH, na Inglaterra.
Exemplo de longitude de um ponto:
λ= 40º W ou λ = 2h 40 min (W Gr).

5.2. LOCAÇÃO DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS NAS CARTAS


As cartas topográficas possuem na moldura uma escala de latitude e de longitude
onde estão lançadas as graduações múltiplos de 5 (cinco) minutos e as correspondentes
aos cantos das folhas. As divisões de minutos são indicadas graficamente. Em certas
cartas, normalmente de pequenas escalas, são traçadas os próprios meridianos e
paralelos com seus respectivos valores lançados, também, na moldura.
a. Determinação das coordenadas geográficas de um ponto – as cartas topográficas
(1/25.000, 1/50.000 e 1/100.000) possuem na periferia uma escala de latitude e longitude
onde estão lançadas as graduações múltiplas de 5 (cinco) minutos e as correspondentes
aos cantos das folhas. As divisões de minutos são indicadas graficamente. Em certas

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 34 / 205)


cartas, normalmente de pequena escala, são traçadas paralelos e meridianos com seus
respectivos valores lançados também na moldura. Para a determinação das
coordenadas geográficas, tomamos por base a escala da moldura, que vem com divisões
em minutos, e traçamos inicialmente os paralelos e meridianos, intervalados de um
minuto, que enquadram o ponto considerado. Este ficará então dentro de um quadrado
determinado pelo cruzamento dos dois paralelos com os dois meridianos. Dos dois
meridianos traçados, o que fica do lado de onde vem a contagem, será o MERIDIANO
DE LONGITUDE com aproximação de minutos, servindo o outro apenas para possibilitar
a interpolação necessária à determinação do meridiano com aproximação de segundos.
Também, dos dois paralelos traçados, o que fica do lado de onde vem a contagem (lado
do Equador), será o PARALELO DE LATITUDE com aproximação de minutos, servindo
o outro, como no caso anterior, apenas para possibilitar a interpolação necessária à
determinação do paralelo com aproximação de segundos.
Na determinação do meridiano com aproximação de segundos, colocamos sobre os
meridianos traçados uma régua milimétrica, de tal modo que a graduação “O” fique sobre
o meridiano dos minutos, o 6 (6 cm) sobre o outro meridiano e a aresta da régua
tangenciando o ponto (fig 22). Nesta situação, as 60 divisões entre zero e seis,
correspondentes aos milímetros, ficarão entre os meridianos traçados, dividindo o
espaça entre eles em 60 divisões, ou seja, no número exato de segundos de que se
compõe m minuto. Agora é só verificarmos que divisão da régua coincide com o ponto e
teremos o valor em segundos para o meridiano de longitude. Procedemos de modo
semelhantes para a determinação do paralelo exato.
b. Locação de um ponto e suas coordenadas geográficas – seja locar o ponto de
coordenadas geográficas α = 29 º 58’ 35’’ S e λ= 56º 37’ 42’’ W.
Traçamos, inicialmente, tendo por base, graduações da periferia, o paralelo
fornecido, com aproximação em minutos, isto é, 29º 59’, ficando, assim, o ponto
enquadrado entre dois paralelos separados de um minuto. Traçamos agora os
meridianos 56º 37’ e 56º 38’, ficando assim o ponto também enquadrado entre dois
meridianos espaçados de um minuto.

Resta-nos agora procederemos à interpolação para a determinação do paralelo com


aproximação de seg. e do meridiano também com aproximação de seg. para isso
colocamos a régua milimetrada sobre os paralelos traçados, de modo que o “0” (zero)
dela coincida com o paralelo de menor valor, e o “6” (seis), com paralelo seguinte,
marcando, então, na carta, com lápis, um ponto em coincidência com a divisão da régua
referente a 35 milímetros (que significará no nosso caso 35 seg.). Esta operação é feita

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 35 / 205)


em dois lugares entre os paralelos e com tal afastamento que possamos obter dois
pontos bem afastados, e pela união deles, uma linha que será o paralelo do ponto. A
régua é então ajustada para interpolação do meridiano com aproximação de segundos,
operação é semelhante à feita para a determinação do paralelo, devendo os pontos
marcados na carta para a determinação de meridiano exato serem feito sem coincidência
com a divisão da régua referente a 42 milímetros, que no nosso caso corresponderá a
42 seg. No cruzamento do paralelo com o meridiano interpolado estará o ponto
procurado. A figura 23 mostra as diversas posições da régua na locação de um ponto por
suas coordenadas.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 36 / 205)


10.5.2 COORDENADAS RETANGULARES
(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

5.1 GENERALIDADES
a. As coordenadas retangulares, também conhecidas por coordenadas plano
retangulares ou ainda coordenadas planas, são baseadas na quadriculação UTM, e por
sua vez são usadas no sistema de projeção Mercarto, normalmente conhecida como
projeção UTM (UNIVERSAL TRANSVERSO MERCARTO PROJECTION). Este sistema
de coordenadas é normalmente usado no Exército devido a sua relativa simplicidade.
Portanto, estudaremos esse sistema com, mas detalhes de modo a nos familiarizarmos
não apenas com o “como” das coordenadas, mas também com o “porque” das mesmas.

b. A quadriculação UTM consiste de dois grupos de linhas retas paralelas que se


interceptam em ângulos retos formandos uma rede de quadrados, todos do mesmo
tamanho comumente chamados de “quadrículas”. Enquanto que no sistema de
coordenadas geográficas, um ponto é designado pela sua relação angular com o
Equador e o centro da Terra, e com o meridiano origem e o centro da Terra, no sistema
de coordenadas planas o ponto é designado pelas distâncias lineares que o separam do
Equador e do meridiano central do fuso de projeção em que o mesmo se encontra.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 37 / 205)


c. A quadriculação UTM é usada mundialmente entre as latitudes 80º Sul e 84º Norte.
A partir do antimeridiano de Greenwich (meridiano de longitude 180º), progredindo para
o leste, o globo terrestre acha-se dividido em fuso de projeção de 6º e numerados de 1
a 60, contendo, cada um, um meridiano de longitude leste e outro oeste, que o limitam,
e um meridiano central que passa pelo centro do fuso (fig. 24). O Brasil esta
compreendido nos fusos de 18 a 25, estando no estado do Rio de Janeiro enquadrado
no fuso 23 cujo meridiano central é um meridiano de longitude 45º W de Greenwich.

d. Usando a interseção do meridiano central com o Equador como origem, um ponto


poderia ser designado pela distância que ao mesmo fica ao Norte ou Sul do Equador, e
a Leste ou Oeste do meridiano central. Isto, entretanto, requeria o uso de Norte, Sul,
Leste e oeste para identificar o ponto, ou o uso de valores negativos. Este inconveniente
foi eliminado dando se valores numéricos à origem, o que resulta em valores positivos
para todos os pontos dentro do fuso. Assim, o valor 500.000 metros é dado ao meridiano
central para evitar números negativos na extremidade oeste do fuso. Os valores
aumentam de leste para oeste. Para os valores norte-sul no Hemisfério Norte, é dado ao
Equador o valor “zero”, e os números aumenta para o norte. Para os valores norte-sul
no Hemisfério Sul, é dado ao Equador valor de 10.000.000 metros e os números
decrescem em direção ao Sul (fig 25).

e. Todas as linhas que formam a quadricularão UTM são regulamente espaçadas e


trazem nas extremidades suas posições relativas ao ponto origem (cruzamento do
meridiano central com o Equador). Assim, os números que aparecerem nas
extremidades das linhas verticais indicam indiretamente as distâncias que elas se
encontram do meridiano central, bastando, para se conhecer essas distâncias subtrair o
valor da linha considerada de 500.000 metros, ou o inverso, caso não seja possível, isto
é, quando o valor da linha for superior ao valor do meridiano central. Por sua vez, os
números que aparecerem nas extremidades das linhas horizontais indicam, diretamente,
no Hemisfério Norte e indiretamente no Hemisfério Sul, basta subtrair de 10.000.000
metros o valor da linha horizontal considerada, e tem-se a distância que ela se encontra
do Equador.

f. Os intervalos do quadriculado são geralmente de 1.000 metros para as cartas de


grande escala; de 1.000 ou 10.000 metros, para cartas de escalas meia; e 100.000
metros para cartas de pequenas escala. Exceto para os valores que marcam a primeira
linha do quadriculado em cada direção, os 3 últimos algarismos são omitidos e 2 são
impressos de tamanho grande chamados de ALGARISMO PRINCIPAIS; isso nas cartas
com quadriculado de 1.000 metros de intervalos entre as linhas. Essa numeração
CRESCE para DIREITA e para CIMA. A numeração por extenso somente ocorre no canto
inferior esquerdo do quadriculado. Em cartas com quadriculas com 10.000 metros de
lado, isto é, de intervalo entre as linhas, os quartos algarismos finais dos valores são
omitidos e apenas um é impressão em tamanho grande, o qual é o ALGARISMO

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 38 / 205)


PRINCIPAL. Os algarismos principais são importantes já que são usados para
identificação das linhas e, portanto, como referência na locação de pontos.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 39 / 205)


g. Assim, a primeira linha norte-sul do quadriculado da carta da vila militar 1/50.000,
vem marcada, na sua extremidade inferior (canto inferior esquerdo do quadriculado) com
o número 654.000 E. Os algarismos principais “54”, impressos em tamanhos grandes,
identificam esta linha como referência de pontos, e indicam, ainda, que está a 154.000
metros a leste do meridiano central do fuso (664.000-500.000). Por sua vez, a primeira
linha leste-oeste está marcada em sua extremidade esquerda com o número 7.751.000
N. Os algarismos 51, também impressos em tamanho grande, identificam a linha e
servem como referência na locação de pontos, indicando, ainda, que esta linha se
encontra a 2.249.000 ao sul do Equador (10.000.000 – 7.451.000). Para a designação
de pontos, a leitura é feita para a DIREITA e para CIMA.

h. As coordenadas 6156 identificam toda a quadrícula que fica à DIREITA e ACIMA do


cruzamento das linhas 61 e 56. A primeira metade representa à linha vertical, que é o
valor E (este); a segunda metade representa a linha horizontal, que é o valor N (norte).
A área assim designada tem um quilômetro quadrado e por isso chamamos a este tipo
de coordenadas planas de “coordenadas quilométricas”. Temos ainda coordenadas
hectométricas, quando designam uma área com 100m² (614567); coordenada deca
métricas, quando designa uma área com 10 m² (61455672); e coordenadas métricas,
quando exigimos a precisão de um metro quadrado (6145256728).

i. Somente para as coordenadas quilométricas não há necessidade de material para


designação de pontos, bastando, para isso, indicar a quadrícula pelos números que
identificam a linha vertical e horizontal que passam respectivamente à esquerda e abaixo
do ponto considerado (primeiro valor de E, que é dado pela linha vertical, e a seguir o
valor de N que é dado pela linha horizontal).

j. No caso das demais coordenadas (hectométricas, deca métricas e métricas) há


necessidade de ser usar objetos especiais para a determinação das mesmas tais como
cartão de coordenadas, esquadro de locação, régua de escalas ou réguas milimétricas.

k. Ao conjunto de algarismos que expressam as coordenadas retangulares de um


ponto, chamados de “matrícula”. Conforme as coordenadas sejam quilométricas,
hectométricas, deca métricas ou métricas, as matrículas podem conter, respectivamente,
4, 6, 8 ou 10 algarismos. Assim, numa matrícula de 10 algarismos, sabemos que os cinco
primeiros algarismos (primeira metade da quadrícula) representam o valor leste-oeste,
isto é, o valor de E, também conhecido como ABCISSA, sendo os dois primeiros, os
ALGARISMOS PRINCIPAIS, e os outros três, a distância em metros entre o ponto e a
linha identificada pelos algarismos principais, e que passa à esquerda de referido ponto.
A outra metade da matrícula representa, por sua vez o valor norte-sul, isto é, o valor N,
também conhecido por ORDENADA, sendo os dois primeiros algarismos deste grupo os
ALGARISMOS PRINCIPAIS, que

Identificam a linha horizontal que passa abaixo do ponto considerado, e os outros três,
a distância entre o ponto e a citada linha.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 40 / 205)


l. Os seguintes objetos são normalmente empregados na designação e locação
de pontos por coordenadas planas:
(1) Cartão de coordenadas (Fig 26).
(2) Esquadro de locação (Fig 27).
(3) Régua de escalas.
(4) Régua milimetrada.

m. Estudaremos, em síntese, estes objetos:


(1) Um cartão de coordenadas – é um pequeno cartão de forma triângulo
retangular, facilmente improvisável, com os catetos graduados na escala da carta com
que estamos trabalhando. Qualquer pedaço de cartão ou papel com duas bordas em
ângulo reto prestar-se-á à improvisação de um cartão de coordenadas.

(2) Esquadro de locação – tem o Formato da figura 27 podendo ter até quatro
escalas diferentes: duas em cada face.

(3) Régua de escala – é uma régua com graduação referente às escalas mais
comuns. Há um tipo, em forma de prisma triangular, que contem 06 (seis) escalas
diferentes, duas em cada aresta.

(4) Régua milimetrada – dispensa maiores comentários por se tratar de um


pedaço de madeira ou outro material qualquer graduado em centímetros e milímetros,
muito comum nos trabalhos burocráticos e desenho.

5.2 LOCAÇÃO DAS COORDENADAS RETANGULARES

a. Determinação das coordenadas retangulares de um ponto – inicialmente,


determina-se, por inspeção visual a quadrícula em que se encontra o ponto. A seguir
procede-se do seguinte modo:

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 41 / 205)


(1) Cartão de coordenadas – uma vez determinada quadrícula coloca-se o cartão de
coordenadas sobre a carta, de modo que um dos catetos fique sobre a linha horizontal
inferior da quadrícula, com a escala deste cateto crescendo da direita pra esquerda, e o
outro cateto tangenciando o ponto em questão (fig. 28). O valor da abscissa será dado
pelos algarismos principais que
identificam à linha vertical que
passa à esquerda do ponto, mais
a divisão da graduação do cateto
horizontal do cartão sob a qual
passa à citada linha.
A ordenada será dada pelo
valor linha horizontal em que se
apoia o cartão, mais a divisão da
graduação do cateto vertical, que
coincide com o ponto.
(2) Esquadro de locação – o esquadro de locação possui escalas nas bordas internas
e externas e, como no caso do cartão de coordenadas, as graduações da mesma escala
formam ângulo reto entre si, sendo o vértice, origem da contagem. É colocado sobre a
carta de modo semelhante ao cartão de coordenadas, ficando uma graduação
tangenciando a linha horizontal inferior da quadrícula, e a graduação que faz ângulo reto
com ela e fica na vertical, tangenciando o ponto (fig 29). A leitura da abscissa e ordenada
é feita como no do cartão de coordenadas.
(3) Régua de escalas – enquanto que com o esquadro de locação e com o cartão de
coordenadas, encontramos a abscissa e ordenada numa só operação, com a régua de
escalas, esses elementos são encontrados separadamente: primeiro a abscissa, depois
a ordenada. Isso porque a régua contém apenas uma graduação linear em cada escala,
e não duas em ângulo reto, como no esquadro e no cartão. Assim, utilizando a escala da
carta com que se está, trabalhando, mede-se a distância em metros entre a linha vertical
que passa à esquerda do ponto, encontrando-se, portanto, os três algarismos finais da
abscissa, sendo os seus algarismos iniciais, os que identificam a linha. Para a ordenada,
procede-se de modo semelhante: o valor obtido entre o ponto e a linha horizontal que
passa abaixo dele representa os três algarismos finais da ordenada, sendo seus
algarismos iniciais, os algarismos principais que identificam a linha.
(4) Régua milimetrada – procede-se de modo muito semelhante ao usado para a
régua de escalas. A diferença básica está em que, enquanto que nas medições, com a
régua de escalas, ela nos da diretamente o valor procurado, com a régua milimétrica,
esse valor em milímetros, devendo-se fazer a transformação dessa grandeza gráfica (d)
para a grandeza real (D).

b. Locação de um ponto por suas coordenadas retangulares – dividimos,


inicialmente, as coordenadas em dois grupos iguais de algarismos: a abscissa (1ª
metade) e ordenada (2ª metade). Tomando-se os dois algarismos iniciais de cada grupo,
que são os algarismos principais que identificam as linhas vertical e horizontal que
limitam os lados esquerdo e inferior da quadrícula, localiza-se então essa quadrícula.
Localizada então a quadrícula em que se encontra o ponto, procede do seguinte modo,
conforme o material disponível:
(1) Cartão de coordenadas – coloca-se o cartão sobre a quadrícula de modo que um
cateto fique apoiado na linha horizontal da quadrícula e a divisão da graduação da escala
deste cateto, que corresponde ao valor em metros representados pelos três últimos
algarismos da abscissa, fique em coincidência com a linha vertical que forma o lado
esquerdo da quadrícula. Nesta situação esta tangenciando o outro cateto, em

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 42 / 205)


coincidência com a divisão da graduação deste cateto, que indica o valor em metros,
representados pelos três últimos algarismos da ordenada.
(2) Esquadro de locação – é colocado sobre a carta como no
caso para determinação de coordenadas a linha vertical que
forma o lado esquerdo da quadrícula deve passar sob a
graduação existente na borda horizontal, em coincidência com a
Divisão da escala que corresponde ao valor em metros indicados
pelos três últimos algarismos da abscissa. O ponto tangenciará
a escala vertical, em coincidência com a divisão da escala que
corresponde ao valor em metros indicados pelos três últimos
algarismos da ordenada (fig. 29).
(3) Régua de escalas – localizando a quadrícula como nos
casos anteriores e, considerando-se a vertical que forma o lado
esquerdo da quadrícula, traça-se uma linha paralela a ela e
distando dela o número de metros correspondentes aos três
últimos algarismos da abscissa, usando-se a régua de escalas
para fazer as duas marcas que, ligadas determinarão a paralela.
Esta operação é repetida em relação à linha que forma o lado
inferior da quadrícula: fazem-se marcas que distam da linha horizontal inferior da
quadrícula o número de metros correspondentes aos três últimos algarismos da
ordenada. Ligadas essas marcas, teremos uma linha horizontal paralela à linha
horizontal inferior da quadrícula o ponto procurado estará no cruzamento das duas linhas
traçadas vertical e horizontal.
(4) Régua milimetrada – procede-se de modo idêntico ao usado para régua de escalas,
sendo a única diferença o fato de que se deve transformar os valores em metros que se
vai utilizar para traçar as paralelas (vertical e horizontal) aos lados esquerdo e inferior da
quadrícula, em milímetros já que a régua milimetrada não permite o emprego diretamente
com os valores reais.
NOTA – as explicações acima, tanto para a determinação das coordenadas de um ponto,
como para a locação de um ponto por suas coordenadas, referem-se às coordenadas
retangulares métricas. Quanto às coordenadas hectométricas, deca métricas, as
diferenças são tão insignificantes que por analogia se chega facilmente a conclusão de
como são determinadas as coordenadas ou locados pontos.

10.5.3 COORDENADAS POLARES


(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

5.1 GENERALIDADES
a. Um sistema de coordenadas polares compreende um PONTO ORIGEM a uma
DIREÇÃO ORIGEM. Um ponto é então designado por um ângulo medido em sentido do
movimento dos ponteiros do relógio, a partir da direção origem e por uma distância em
metros, a partir do ponto de origem. O ponto origem pode ser designado citando-se
nominalmente o ponto, como por exemplo: “ponto cotado da colina do Capão Redondo”,
ou por suas coordenadas planas, Ex: “ponto de coordenadas planas 6350062250
(hospital)”. Pode-se ainda escrever o ponto e complementar essa descrição com as
coordenadas planas do mesmo (quadrícula).

b. A direção origem pode ser dada por meio de um ponto de referências (designado como
no caso do ponto a origem) que, ligado ao ponto origem, determina uma direção a partir

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 43 / 205)


da qual são medidos ângulos. Esta direção origem também pode ser um dos “nortes”,
sendo frequentemente usado o norte do quadriculado.

c. A matrícula consta das letras PL seguidas de dois números separados por um traço,
entre parênteses. Assim: PL (230-1200). O primeiro número indica o ângulo que deve
ser medido a partir da direção origem e ser GRAU, se tiver três algarismos, MILÉSIMOS,
se contiver quatro algarismos. O segundo número indica a distância a partir do ponto
origem, em METROS. Assim a matrícula PL (035-1500) indica que o ponto se acha a 35º
da direção de origem a 1500 metros do ponto origem. Por sua vez, a matrícula PL (0082-
2300) indica que o ponto se encontra a 82’’’ (milésimos) da direção origem, e a uma
distância de 2300 metros do ponto origem.

d. A vantagem deste processo de locação e designação de pontos repousa na


segurança que o mesmo proporciona às operações militares, já que se podem
convencionar vários pontos e direção origem para cada dia, ou até mesmo para
diferentes horários. As fig 6-11 e 6-12 mostram exemplos de emprego de coordenadas
polares, calcados na carta da Vila Militar 1/50.000.

e. Entretanto, situações se apresentam em que o militar não conhece o sistema de


coordenadas polares empregado no TO onde esta operando, mas, mesmo assim, ele
precisa enviar informes para a retaguarda. Neste caso ele dará como ponto origem um
ponto facilmente identificado, podendo mesmo ser o seu ponto de estação: dará o
azimute da direção do ponto que deseja mostrar, e, a seguir dará a distância a esse
ponto, exato ou aproximado, conforme possa ou não medi-la.

f. Portanto, o comandante de uma patrulha de reconhecimento situado na colina do


Capão Redondo e que quisesse enviar para a retaguarda uma mensagem, avisando ao
seu comandante de companhia que descobrira um agrupamento de viaturas inimigas
poderia amarrar a posição das viaturas dirigindo-se a um ponto facilmente identificável
na carta como, por exemplo, a bifurcação dos caminhos a noroeste da colina do Capão
Redondo, e medindo o azimute para as viaturas. A seguir estimaria a distância para as

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 44 / 205)


mesmas e estaria pronto para enviar sua mensagem. Essa mensagem, na parte
referente à posição das viaturas, poderia dizer:
… da bifurcação de caminhos a noroeste da colina Capão Redondo, Azm 60º –
distância 1500 metros -Viaturas em reunião. A Fig 31 ilustra exemplo.

10.5.4 LINHA-CÓDIGO, TELA-CÓDIGO E PAPEL CALCO


(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

5.1 LINHA-CÓDIGO
A linha código pode ser com qualquer carta. Um ponto origem e um ponto de
referência são designados na carta. A linha que se passa por esses dois pontos é
denominada linha base é utilizada para a designação do ponto que deve ser locado. No
mínimo serão asseguradas, nas I E Com, 4 linhas-bases para cada dia. A linha base e
designada por uma cor. Para se designar um ponto, pela linha código procede-se da
maneira abaixo descrita.

a. Baixa-se uma perpendicular do ponto a ser designado à linha-base ou seu


prolongamento.

b. Dá-se como primeiro elemento do grupo código, o nome da cor designada para a
linha-base.

c. O segundo elemento é a posição do ponto em relação ao observador, colocado este


sobre o ponto origem, voltado para o ponto referência. Designa-se por F, o local à frente
do observador e R, local à retaguarda.

d. O terceiro elemento e a distância em hectômetros, do ponto origem ao pé da


perpendicular baixando do ponto a ser designado à linha-base ou seu prolongamento.

e. O quarto elemento e a posição do ponto a ser designado em relação à linha-base


direita (D) ou esquerda (E).

f. O quinto e último elemento é o comprimento em hectômetros da perpendicular baixada


sobre a linha-base ou se prolongamento.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 45 / 205)


g. Exemplo: seja um grupo código VERMELHO (R18-E7) significa que o ponto a ser
locado acha-se (fig 32):
(1) Relacionado com a linha-base de cor vermelha.
(2) À retaguarda do observador a 18 Hm (1.800m).
(3) À esquerda do observador, a 7 Hm (700 m).

5.2 TELA-CÓDIGO
a. A tela código é empregada com qualquer carta, quadriculada ou não, desde que
tenha margens perpendiculares, e consiste de um quadriculado com 100 quadrados
iguais, dispostos segundo 10 fileiras de 10 colunas. Pode ser construído com uma folha
de papel transparente ou semitransparente.
b. Para empregar a tela código é necessário conhecer suas dimensões e os pontos
de referência. Essas informações são encontradas nas I E Com. O vértice do ângulo
inferior esquerdo é colocado sobre o ponto de referência e tela disposta paralelamente
às linhas do quadriculado da carta ou, sobre carta sem quadriculado, paralelamente às
margens.
c. Cada designação consiste de cinco elementos:
Exemplo: X (45-68) Significa.
X – ponto de referência (na carta)
4 – Abscissa (parte inteira)
5 – Abscissa (parte decimal)
6 – Ordenada
8 – Ordenada (parte decimal)
d. A figura 33 dá uma ideia do emprego da tela código, de acordo com o exemplo
citado. A segurança do sistema baseia-se na variação das dimensões da tela, bem como
na utilização de pontos de referência diferentes.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 46 / 205)


5.3 OUTROS PROCESSOS DE DESIGNAÇÃO DE PONTOS

1. NORMÓGRAFOS DE DESIGNAÇÃO DE PONTOS (NDP)


a. O normógrafo de designação de pontos (NDP) é uma quadriculação de referência
que consta de um retângulo de 24 quadrados de 2,3 cm de lado e que recebem, cada
um, uma letra de A a Y, omitido o O.
b. Cada quadrado grande é subdividido em outros cem quadrados, no caso do M1,
cada um com um furo no centro. O M2 possui os furos, mas não possui os riscos das
divisões dos pequenos quadrados. Em cada quadrado com letra há uma numeração na
sua linha inferior (1, 11, 21, 31, 41, 51, 61, 71, 81, 91) e outra na vertical esquerda (1, 2,
3, 4, 5, 6, 7, 8, 9). Um furo na vertical 71 e na horizontal 3 correspondentes a 73; outro
na vertical 41 e horizontal 9 correspondentes a 49. Possui ainda o normógrafo 9, dos
quais 8 ficam nas bordas e um no centro, todos os números em algarismo romanos. Na
borda inferior do normógrafo estão os furos: I no canto esquerdo; II no centro; III no canto
direito. Na horizontal que passa pelo centro temos: IV na extremidade esquerda; V no
centro; VI na extremidade direita. Finalmente, na borda superior temos: o furo VII no
canto esquerdo; o VIII no centro; e o IX no canto direito.

c. Para se usar o normógrafo há necessidade de se utilizar de pontos origens: Um na


carta e outro no normógrafo. O ponto origem da carta ou é determinado por qualquer

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 47 / 205)


sistema de coordenadas ou pela própria designação que tem na carta. O ponto origem
no normógrafo é dado em algarismos romanos, indicando um dos furos. É dada também
uma direção de referência na carta e outra no normógrafo. A direção de referência na
carta pode ser dada por um lançamento a partir do ponto origem, pela designação de
outro ponto (ponto de referência) que com o ponto origem determinará a direção de
referência ou por uma linha do quadriculado. A direção de referência do normógrafo é
dada por algarismos romanos de modo que alinhados com o ponto origem determinam
a direção da referência do normógrafo. Ex: I----IV----VII ou I – V – IX, sendo I o ponto
origem (o primeiro citado).

d. Dados os pontos origem e as direções de referências, na carta e normógrafo, faz-


se a coincidência do ponto origem da carta com o ponto origem do normógrafo. A seguir
superpõe-se a direção de referência no normógrafo sobre a direção de referência na
carta, e nestas condições o normógrafo está orientado.

e. Para a designação do ponto, vê-se a letra do quadrado que está superposto ao


ponto e o número correspondente ao furo que está mais próximo ao ponto a ser
designado. Suponhamos que a letra do quadrado seja L e o furo mais próximo, o 73. O
ponto será designado por NDP L-73. Se o ponto estiver equidistante de dois furos, tomará
o de maior valor.

f. Para locação de pontos pelo normógrafo, conhecido ou pontos origens e direções


de referência, bem como a matrícula, orienta-se o mesmo e procura-se, tendo por base
a matrícula, localizar, inicialmente, o quadrado de a letra a seguir o furo indicado na
matrícula. Com um lápis, então, marca-se na carta através do furo, o ponto procurado.

2. REFERÊNCIA A UM PONTO NÍTIDO


Este processo consiste em amarrar o ponto que se deseja referir a um acidente
planimétrico ou altimétrico importante, existente nas proximidades, fornecendo a direção
e a distância que os separa. A distância é obtida na carta, usando-se a escala desta; No
terreno, pela medição direta ou por estima. A direção referida aos pontos cardeais ou
colaterais.
Exemplo: “Do cruzamento de caminhos a leste da Colina do Capão Redondo, 500
metros a NE – Cabana isolada”.

3. USO DO PAPEL CALCO


a. Generalidades – para enviar a retaguarda informes colhidos em combate, utiliza-
se normalmente o calco, especialmente quando esses informes se referem à posições
no terreno, que serão apreciados através da carta. É um modo simples e prático de
apresentar a situação numa área considerada, quer tanto às tropas amigas, quer como
às tropas inimigas. As posições das armas, as áreas minadas gaseadas, obstáculos AC
e outras podem ser facilmente calcadas num papel transparente, onde inscrições podem
ser lançadas para complementar o informem, e enviado para a retaguarda por um
comandante de patrulha, por exemplo. Calco é pois um papel transparente com informes
em forma de símbolos militares e ou inscrições que, é convenientemente disposto sobre
a área ou pontos da carta onde se encontram os objetos representados pelos símbolos
militares ou a que se referem às inscrições contidas no calco.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 48 / 205)


b. Amarração – para que o destinatário possa utilizar convenientemente o calco, co-
locando-o sobre a carta na posição exata, como quando foi confeccionado, é que,
quando de sua confecção, seja feita devida amarração. Isto é feito se calcando dois cru-
zamentos de linhas do quadriculado ou dois ou três pontos distintos da carta, cruzamen-
tos de estradas, edifícios, pontes, etc. Quando na amarração forem usados cruzamentos
de linhas do quadriculado, estes devem ser identificados com o número das referidas
linhas (abscissas e ordenadas); quando a amarração for feita por meio de pontos distin-
tos, estes devem ser anotados com dados que bem os identificam.

c. Identificação – além da amarração, já estudado, o calco deve conter informações


que bem o identifiquem, tais como:
– Designação (posição do 1º pelotão)
– Carta e Escala (Vila Militar 1/50.000)
– Data e hora (041430JUN79)
– Emitente (quem emitiu)
– Assinatura (do emitente)

d. Informações – as informações são lançadas no calco usando-se, de preferência


símbolos militares, complementados, quando for o caso, por inscrições.
e. Utilização – o destinatário coloca o calco sobre um exemplar da carta pela qual foi
feito, de modo que os pontos de amarração no calco coincidam com seus
correspondentes na carta. Uma vez na posição correta, os símbolos e outras indicações
ficarão em coincidência com os pontos da carta a que eles se referem, os quais serão
vistos graças à transparência do papel do calco.

10.6 REPRESENTAÇÃO DO TERRENO

10.6.1 GENERALIDADES
a. A irregularidade de superfície da terra, conhecida como elevação e relevo
torna-se uma fonte importante de informações militares com as quais o usuário da carta
deve se familiarizar.
(1) A elevação (altura) dos pontos e o relevo (configuração do terreno) de uma
área afetarão o movimento e o deslocamento das pessoas, limitando o caminho ao
longo do qual podem viajar, a velocidade com a qual podem mover-se, restringindo
certos tipos de equipamento e, a facilidade ou dificuldade de ataque ou defesa de uma
área. A elevação pode ser definida como a altura (distância vertical) de um acidente
acima de um plano de nível. Na grande maioria das cartas, o plano de referência, é o
nível médio dos mares.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 49 / 205)


(2) São usados vários métodos para a indicação da elevação e do relevo nas
cartas. As cartas em escala pequena, geralmente usam os processos das hachúrias, o
das cores hipsométricas e o dos pontos cotados, ao passo que as cartas em escala
grande usam o processo das curvas de nível, que mostram as elevações e o relevo
com exatidão e com detalhes consideráveis.
b. Curvas de nível – são as projeções ortogonais horizontais das interseções do
terreno com planos horizontais equidistantes. Eles representam linhas imaginárias, no
terreno, ao longo da qual todos os pontos estão em uma mesma altitude. As curvas de
nível indicam uma distância vertical acima, ou abaixo, de um plano de nível.
Começando no nível médio dos mares, que é a curva de nível zero, cada curva de nível
tem um determinado valor. A distância vertical entre as curvas de nível, é conhecida
como equidistância, cujo é encontrado nas informações marginais da carta.
A equidistância é indicada em metros e será constante em toda a área da carta,
não havendo na mesma folha mais de um intervalo básico. Este, será sempre um
número redondo múltiplo de 5, 10, 20, 40, etc. Na maioria das cartas, as curvas de
nível estão impressas na cor sépia. Para facilitar interpretação do terreno são usadas
curvas com traço reforçado, normalmente as múltiplas de 100 metros, que são
denominadas curvas mestras e nas quais são colocados os seus valores de altura. As
curvas de nível entre as mestras são as intermediárias, podendo ainda ser utilizada
curva auxiliar, para demonstrar formas topográficas importantes (Fig 7-1 e 7-2).
c. Hachúrias – hachúrias são pequenas linhas paralelas ou ligeiramente
divergentes, traçadas na direção dos declives. Elas são mais ou menos espaçadas
conforme as encostas a representar, sejam suaves ou íngremes.
d. Cores hipsométricas – o relevo é representado, em certas cartas, por meio
de cores, nesse processo cada cor ou a tonalidade representa determinada zona de
altitude. As cartas possuem na margem uma legenda mostrando a correspondência
entre as cores e as altitudes. Normalmente as cores mais escuras são as zonas mais
elevadas.
e. Pontos cotados – esse processo consiste em representar os pontos do
terreno por suas projeções horizontais, indicando sua altura ou cota. É normalmente
utilizado nas cartas topográficas como um sistema complementar às curvas de nível,
particularmente nas regiões pobres de relevo. Segundo o método adotado para a
determinação da altitude, esses pontos recebem as denominações de pontos
trigonométricos, astronômicos e cotados. Esses pontos ao mesmo tempo que
completam a definição do relevo, prestam-se também à designação militar de objetivos.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 50 / 205)


Fig 7-1. Perspectiva esquematizando as curvas de nível.

Fig 7-2. Carta com as curvas de nível mostradas.

f. Determinação da cota de um ponto na carta – se o ponto estiver sobre uma curva


de nível a sua cota será a desta curva de nível. Caso não esteja, verifica-se entre quais
curvas de nível acha-se compreendido e, por interpolação, determina-se o valor da sua

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 51 / 205)


cota. Esta determinação pode ser feita por cálculo, graficamente ou por simples
avaliação, supondo-se uniforme o declive entre duas curvas de nível consecutivas.
(1) Seja determinar a cota do ponto P na (Fig 7-3). Verificamos que o ponto P
acha-se compreendido entre as curvas de nível 40 e 50. Traçando-se a normal MN às
duas curvas passando por P verificamos ser as distâncias horizontais MP e MN iguais
a 50 e 145 metros respectivamente. Como a equidistância é de 10 metros temos que a
diferença de nível entre P e M é de: 10 x 50 = 3,4m
145

A cota do ponto P é pois 43,4 m.


(2) Graficamente, desenha-se o triângulo MnN (Fig 7-4) em escala que não dê
grande erro, e mede-se a distância gráfica Pp cujo valor dará a diferença de nível entre
P e M.
(3) Por simples avaliação na figura 7-3 verifica-se que MP é cerca de 1/3 de MN; logo,
P é aproximadamente a terça parte da equidistância ou seja 3,3 m.
Assim a cota do ponto P será de 43,3 m.

Fig 7-3. Determinação da cota de um Fig 7-4. Gráfico para o cálculo da


ponto na carta. cota de um ponto.

10.6.2FORMAS DO TERRENO

6.1 ELEMENTOS
A maioria dos acidentes geográficos da terra resulta na erosão, desgastes pelo
congelamento, degelo e drenagem da água dos terrenos baixos. Assim na maior parte
das regiões, em que o terreno foi conformado pelas águas pluviais, apresenta a forma
mais conveniente à rápida evacuação das mesmas. A superfície do solo, geralmente
arredondada, pode ser substituída, para fins de interpretação esquemática, por tantos
planos tangentes quantos necessários à conservação aproximada do aspecto côncavo-
convexo que lhe é próprio. Esses planos denominam-se a encostas ou vertentes, pois

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 52 / 205)


que no terreno as águas pluviais vertem efetivamente ao longo deles. Vertentes ou
encosta é, portanto, uma superfície inclinada do terreno, que forma um ângulo com o
plano horizontal. O grau de inclinação é chamado declive.
a. Tipos de vertentes – há três tipos de encostas ou vertentes que são a plana,
a côncava e a convexa.
(1) Encosta plana ou uniforme é aquela que apresenta uma declividade
constante e, consequentemente, é representada por curvas de nível igualmente
espaçadas. Numa encosta suave, as curvas de nível são bem distanciadas entre si;
numa encosta íngreme, as curvas de nível são bem próximas umas das outras (Fig 7-
5).
(2) Encosta côncava – esta encosta tem a curvatura voltada para baixo. A
declividade diminui á proporção que a encosta desce. As curvas de nível são bem
próximas no cume e bem espaçadas na parte baixa (Fig 7-6).

Fig 7-5. Encosta Plana Fig 7-6. Encosta Côncava

(3) Encosta convexa – esta encosta é abaulada. A declividade aumente à


proporção que a encosta desce. As curvas de nível sçai bem espaçadas no cume e
bem próximas na parte baixa (Fig 7-7).
b. Ligações das vertentes – as vertentes ligam-se sempre duas a duas. Se a
ligação das vertentes é um ângulo convexo, a aresta do ângulo diedro por elas formado
é denominante e divisora das águas, chama-se então “linha de crista”, “linha de festo”,
“linha de cumiada” ou “linha de divisão de águas” (Fig 7-8). Quando a ligação é em
ângulo côncavo, a aresta é denominada e coletora das águas, chama-se então “linha
de fundo”, “linha de reunião das águas” ou “talvegue” (Fig 7-9).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 53 / 205)


Fig 7-7. Encosta Convexa

Fig 7-8. Linha de crista

Fig 7-9. Linha de fundo

(1) Crista topográfica – chama-se crista topográfica ao ponto mais alto de uma
linha de crista (Fig 7-10).
(2) Crista militar – chama-se crista militar ao ponto da linha da crista que proporciona
comandamento de todo o terreno à frente da elevação, sem a presença de ângulos
mortos. Pode coincidir com a crista topográfica, porém pode ser outro ponto da linha de
crista (Fig 7-11 e 7-12).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 54 / 205)


Fig 7-10. Crista Topográfica

Fig 7-11 Crista Militar

Fig 7-12 Crista Militar e Topográfica

6.2 FORMAS SIMPLES OU ELEMENTARES


A ligação de duas vertentes em ângulo convexo, segundo o tipo de encostas e a
abertura do ângulo por elas formado, pode dar origem a três formas do terreno:
a. Espigão – é o acidente do relevo em que as vertentes são íngremes e
uniformes. O ângulo diedro por elas formado é pequeno, provocando, na sua
representação, curvas de nível cuneiformes (Fig 7-13).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 55 / 205)


Fig 7-13. Espigão

b. Garupa – é a forma do terreno em que as vertentes são convexas. O ângulo diedro


por elas formado é obtuso, dando origem a uma linha de crista abaulada, donde as
curvas de nível representativas terem também a forma abaulada (Fig 7-14).

Fig 7-14. Garupa


c. Esporão – forma de terreno caracterizada por uma linha de crista com inflexão,
acusando uma elevação ou um cume mais pronunciado (Fig 7-15).

Fig 7-15. Esporão

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 56 / 205)


d. Da reunião de vertentes resultam ainda os seguintes elementos:
(1) Ravina – sulco ou mordedura na encosta de uma elevação, provocada pela
ligação lateral de duas vertentes, servindo de linha de reunião de águas (Fig 7-16).
(2) Nó de crista – elemento do relevo resultante da reunião de várias linhas de
festo no topo de uma elevação. Neste caso as ravinas correm de alto a baixo da
elevação, fazendo com que a curva de nível mais interna sofram as mesmas inflexões
das demais (Fig 7-16).
(3) Nó topográfico – elemento do relevo resultando do fato das diversas ravinas
não atingirem o tôpo da elevação, graças à adversidade de dureza das rochas que a
formam. Neste caso a curva de nível mais interior terá sua sinuosidade discordante das
envolventes (Fig 7-17).

6.3 FORMAS COMPOSTAS OU DERIVADAS


Os diedros resultantes de duas vertentes ligam-se geometricamente constituindo
formas compostas ou derivadas, chamadas genericamente de elevações. Nas
elevações, as curvas de nível de menor valor envolvem as de maior valor. Nas
depressões, as curvas de nível de menor valor são envolvidas pelas de maior valor.

Fig 7-16. Nó de Crista Fig 7-17. Nó topográfico

a. Elevações – uma elevação pode ser considerada, pois, como sendo a reunião de
dois diedros convexos pelas partes superiores, à guisa de pirâmides ou troncos de
pirâmides.
(1) Elevações isoladas – as elevações isoladas podem ser:
(a) Quanto à forma
- Mamelão – tipo de elevação em que as vertentes são mais ou menos
arredondadas e uniformes (Fig 7-18).
- Colina – elevação que difere basicamente do mamelão por ter o formato
alongado segundo uma direção. Sua linha de crista tende a abaular-se formando uma
espécie de sela (Fig 7-19).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 57 / 205)


Fig 7-18. Mamelão Fig 7-19. Colina

- As elevações isoladas podem apresentar-se na parte superior em pico, zimbório ou


platô (Fig 7-20 a 7-22).

Fig 7-21. Zimbório Fig 7-20. Pico

Fig 7-22. Platô

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 58 / 205)


(b) Quanto ao porte
- Montes – elevações consideráveis, geralmente abruptas e sem
vegetação na parte superior, destacando-se do solo circunvizinho. Graficamente são
representadas por curvas de nível que se fecham no limite do desenho e mantém uma
curvatura mais ou menos uniforme.
- Morros – quando também isolados, mas de vulto mais modesto, tendo a
parte superior quase sempre arredondados.
- Outeiros – são ainda de menor porte que as colinas, porém sua
principal característica é a de apresentarem-se isoladas nas planícies ou nos planaltos.
- Cêrros ou Serrotes – elevações de vertentes penhascosas, de
medíocres dimensões.
- Dobras – pequenas elevações simples alongadas, de pequena altura
(15 a 20 metros), formando depressões capazes de furtar tropas às vistas terrestres
inimigas.
(2) Elevações grupadas
(a) Montanha – termo genérico que exprime coletividade, um aglomerado de
elevações de formas e natureza diferentes, numa extensão mais ou menos
considerável, em que o comprimento excede a largura.
(b) Cordilheira – uma série de montanhas que se sucedem numa grande
extensão, sempre na mesma direção, dando origem a grande linhas de cumiadas e
donde, em geral, se destacam, no sentido mais ou menos normal à direção principal,
montanhas alongadas denominadas contrafortes.
(c) Cadeia de Montanhas – são montanhas contíguas, de formas mais ou
menos alongadas e que ocupam grandes superfícies.
(d) Serra – montanha de forma muito, alongada, e cuja parte elevada
apresenta pontos saliente, culminantes, em forma de dentes de serra, denominados
vértices, cumes ou cimos.
(e) Pico – quando o cimo é cônico e elevado.
(f) Agulha – pico scarpado e agudo.
(g) Maciço – é um agrupamento de elevações que se ramificam de diversas
maneiras, em qualquer sentido, apresentando o aspecto de um círculo de elevações
em torno de um ponto culminante central.
(h) Planalto – superfície mais ou menos extensa e regular, situada a grande
altura em relação ao nível do mar, em geral ondulada, com declividades suaves e
algumas vezes acidentadas, porém acessíveis. Quando o planalto é de grande
extensão é chamado chapada.
b. Depressões – denominam-se depressões as aformas opostas às elevações e
às quais vão ter as águas das chuvas que se escoam ao longo das vertentes das
montanhas que as cercam.
(1) Cuba – depressão sem escoamento para as águas, servindo normalmente
de fundo de lago (Fig 7-23).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 59 / 205)


Fig 7-23. Cuba

(2) Vale – nome genérico de depressão que serve de leito de escoamento das
águas, com a forma de sulco alongado e sinuoso.
(3) Desfiladeiro – passagem mais ou menos longa entre duas elevações,
cujas vertentes se prestam a uma organização capaz de barrar por sí a passagem de
tropas, ou ainda suscetível de ter essa passagem impedida por uma organização
localizada em outro movimento do terreno que a enfie. As elevações que a formam são
de acesso difícil. Para uma tropa, o termo desfiladeiro é também empregado para
designar um obstáculo que a obrigue a diminuir sua frente (Fig 7-24).

Fig 7-24. Desfiladeiro

(4) Corredor – é caracterizado por uma passagem entre elevações, de extensão


apreciável, podendo as elevações que a formam ser ou não acessíveis (Fig 7-25).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 60 / 205)


Fig 7-25. Corredor

(5) Garganta – passagem estreita e curta entre elevações (Fig 7-26).


c. Planícies – forma intermediária entre as elevações e depressões, são
resultantes muitas vezes do entulhamento dessas últimas com os detritos provenientes
da erosão. São vastas as extensões de terreno sensivelmente planas, situadas nas
regiões mais baixas da superfície terrestre. Conforme o aspecto que apresentam e a
situação em que se encontram as seguintes denominações:
(1) Charneca – quando a planície é inculta.

Fig 7-26. Garganta

(2) Deserto – quando a planície além de inculta, falta água e vegetação.


(3) Várzea – quando cultivadas ou a isso se prestarem.
(4) Descampados – quando muito extensas.
(5) Brejo ou Charco – quando baixas, sujeitas às invasões das águas pluviais.
(6) Pampas – planícies vastas, quase sem relevo, monótonas, cobertas de
ervas, revestidas de prados, baixas e desabrigadas dos ventos.
(7) Baixada – quando situada entre as abas de grandes elevações e o mar.
As planícies, em geral, diferem dos planaltos pela sua situação em relação ao
nível do mar, pois os planaltos nada mais são do que planícies situadas no alto das
grandes cadeias de montanhas.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 61 / 205)


6.4 CLASSIFICAÇÃO DO TERRENO
a. Quanto ao relevo
(1) Plano – quando a diferença de nível é quase nula.
(2) Ondulado – quando apresenta dobras não superiores a 20 metros.
(3) Movimentado – quando apresenta elevações e depressões, próximas
umas das outras, e de altura entre 20 e 50 metros.
(4) Acidentado – quando apresenta elevações entre 50 e 100 metros.
(5) Montuoso – quando apresenta elevações entre 100 e 1000 metros.
(6) Montanhoso – quando apresenta elevações superiores a 1000 metros.
b. Quanto ao aspecto tático
(1) Quanto às vistas
(a) Coberto – quando a vista é limitada por obstáculos (matas, bosques,
construções).
(b) Descoberto – quando oferece vários horizontes.
(2) Quanto ao movimento de tropa
(a) Livre – quando no terreno não há obstáculos ao movimento de tropa.
(b) Cortado – quando oferece obstáculos ao movimento de tropa, tais como
valas, fossos, muros, cercas, curso d'água.
(3) Quanto aos fogos inimigos
(a) Desenfiado – quando não pode ser batido pelos fogos inimigos.
(b) Enfiado – quando está sujeito aos fogos inimigos. Diz-se, também,
batido.
(4) Quanto à vegetação
(a) Limpo – quando a vegetação existente não prejudica o movimento, as
vistas ou a ligação das tropas amigas.
(b) Sujo – quando a vegetação existente prejudica o movimento, as vistas ou
a ligação das tropas amigas.
(5) Quanto à praticabilidade das operações militares
(a) Praticável – quando o terreno, na sua conformação geral, se presta a
uma operação militar.
(b) Impraticável – quando não se presta à operação militar em vista.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 62 / 205)


10.7 IDENTIFICAÇÃO DA CARTA COM O TERRRENO

10.7.1 BÚSSOLA
(MANUAL DE ENSINO TOPOGRAFIA DE CAMPANHA – VOL. 1(EB60-ME-14.068), 1ª EDIÇÃO, DE 2013

Bússola é um instrumento destinado à medida de ângulos horizontais e à orientação da


carta e orientação no terreno (Fig 4).(Exemplo de uma bússola Silva, limbo graduado em
graus (0º a 360º) - limbo
móvel)
A bússola é um goniômetro
no qual a origem de suas
medidas é determinada por
uma agulha imantada que
indica, por princípio da física
terrestre, uma direção
aproximadamente constante,
que é o norte magnético.
Comumente uma bússola
compõe-se de uma caixa
acrílica ou de metal em cujo
interior existe um limbo
graduado. No fundo e no
centro desta caixa existe um
pino de aço, denominado quício, sobre o qual gira a agulha imantada.

a . Tipos de Bússola
O Exército Brasileiro utiliza basicamente dois tipos de bússolas: as bússolas de limbo
móvel (Fig 5) e as bússolas de limbo fixo (Fig 6)

Bússola de limbo Fixo

Bússola de limbo móvel

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 63 / 205)


7.1 DETERMINAÇÃO DE UM AZIMUTE
A leitura de um azimute com a bússola depende do tipo deste aparelho: se de limbo
móvel, se de limbo fixo. E, mais do sentido de sua graduação: NESO ou NOSE. Assim:
a. Com a bússola de limbo fixo: Graduação NESO – o azimute é igual à divisão do
limbo apontada pelo índice da caixa. Graduação NOSE o azimute é igual a 360º ou
6.400'’’ menos a graduação indicada pelo índice da caixa – medida inversa.
b. Com a bússola de limbo móvel: Graduação NESO – o azimute é igual a 360º ou
6.400'’’ menos a graduação indicada pela ponta “N” da agulha imantada – medida inversa.
Graduação NOSE – o azimute é igual à graduação indicada pela ponta “N” da agulha
imantada – medida direta. Do exposto, conclui-se que nas bússolas de limbo fixo a leitura
é indicada pelo índice da caixa do aparelho e nas de limbo móvel, pela ponta “N” da
agulha imantada.
ENTRETANTO UMA REGRA PRÁTICA RESOLVE TODOS OS PROBLEMAS CRIADOS PELOS DIVERSOS
TIPOS DE APARELHOS, EVITANDO POSSÍVEIS DÚVIDAS, QUALQUER QUE SEJA A BÚSSOLA E SUA
GRADUAÇÃO. GIRAMO-LA PARA A DIREITA, SE A GRADUAÇÃO AUMENTA ELA NOS DÁ O AZIMUTE
DIRETAMENTE, NO CASO CONTRÁRIO, O VALOR DO AZIMUTE SERÁ IGUAL A 360º OU 6.400'’’
MENOS A GRADUAÇÃO LIDA.

7.2 EMPREGO DAS BÚSSOLAS DE LIMBO FIXO


a. Determinação do azimute de um ponto – se
segura a bússola conforme a figura 7; utilizando-se
o entalhe e o retículo, faz-se a visada sobre o
objetivo; deixa-se o limbo parar (utilizar o retém do
limbo) e sem desfazer a visada faz-se a leitura do
azimute através da lente (fig 7). A leitura dos
azimutes deve ser feita sob a maior linha luminosa
do vidro móvel. Para tanto, essa linha deve,
previamente, ser colocada em alinhamento com o
retículo da tampa (para conferir, fechar a tampa e
ver se a linha está exatamente sobre o retículo).
MODO DE SEGURAR A BÚSSOLA

b. Determinação da direção correspondente a um azimute – Para se estabelecer a


direção correspondente a um azimute conhecido, segura-se a bússola na altura do peito
e gira-se o corpo até obter sob a linha luminosa (previamente preparada, apontada para
o retículo) o azimute aproximado; em seguida faz-se a visada, como já visto nas figuras
8 e 9, até ler com exatidão o azimute desejado. Escolhe-se então, nessa direção, um
ponto de referência que materialize no terreno a direção obtida.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 64 / 205)


F
a
z
endo a visada Visada e leitura simultânea

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 65 / 205)


c. Preparação da bússola de limbo fixo para uso noturno – Antes de ser empregada à
noite, a bússola deve ser preparada, colocando-se a linha luminosa maior na direção do

DE PARA CLIQUES
10 100 E 30
100 310 D 50
310 40 E 30
40 280 E 40
70 0 D 23 (aproximação)
Tabela
retículo, conforme já foi descrito e 1 expondo-a aberta a uma forte luminosidade,
a seguir
durante, pelo menos, um minuto. Deve-se usar o facho de uma lanterna ou uma lâmpada
incidindo diretamente sobre o vidro da caixa (debaixo de um poncho). Essa providência
excitará o material fosforescente das marcações da bússola, intensificando-lhe a
luminosidade. Geralmente as bússolas têm as seguintes marcas luminosas: duas linhas
de tamanhos diferentes sobre o vidro móvel, e, sobre o limbo, as letras correspondentes
aos pontos cardeais E, S, W e uma seta indicadora do Norte. Devemos lembrar que cada
clique do anel serrilhado corresponde a 3 graus.
OBSERVAÇÃO – Verifica-se que em algumas bússolas de limbo fixo de diversas
origens de fabricação, os cliques não correspondem exatamente a 3 graus. É
conveniente, portanto, que, antes de se usar uma bússola à noite, ela seja testada,
contando-se o número de cliques do anel serrilhado. Se este for diferente de 120 cliques,
a bússola não deve ser usada.
d. Utilização da bússola a noite – Uso do anel serrilhado – A noite, quando houver
restrição de luzes, os azimutes serão registrados, tomados como base a referência
luminosa e a agulha imantada, as quais devem permanecer superpostas durante as
visadas.
Antes de iniciar um percurso, onde haverá mudanças de direção sem auxílio de luzes, o
azimute inicial será registrado ainda com luz, fazendo-se a superposição da referência
luminosa e a agulha imantada. Para as variações subsequentes será usado o anel
serrilhado, variando-se a posição da referência luminosa. A cada clique corresponde a
uma variação angular de 3 graus. Quando se gira o anel serrilhado para a esquerda, a
nova coincidência da referência luminosa e agulha imantada será obtida com a variação
da visada para a direita. O número de cliques será igual a 1/3 da variação angular em
graus.

Exemplos:

a) Azimute inicial...........240 graus


Novo azimute............30 graus
Variação................… 210 graus
Cliques...................…70 para a direita ou 50 para a esquerda

b) Azimute inicial de 10 graus – mudanças

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 66 / 205)


7.3 OBTENÇÃO DE AZIMUTES – BÚSSOLAS DE LIMBO MÓVEL
Para obter melhor precisão e facilitar a utilização da bússola, é importante que sejam
seguidos os seguintes passos:
No terreno
a. Colocar a bússola na palma da mão, mantê-la na altura do peito e na horizontal,
para não impedir o livre movimento da agulha imantada; (Fig 10)
b. Apontar a seta de navegação para a direção do objetivo a ser atingido; (Fig 10)
c. Girar o limbo até que a seta de navegação coincida com a agulha imantada; (Fig
11)
d. Após esta operação, verificar o azimute que está registrado na bússola. (a
graduação da bússola, geralmente, é numerada de 20 em 20 graus e dividida de 2 em 2
graus). (Fig 12)

7.4 OBTENÇÃO DE DIREÇÃO – BÚSSOLAS DE LIMBO MÓVEL


Com o auxílio da bússola é possível saber a direção para um determinado ponto, porém
é necessário saber o azimute para este ponto.
Para obtenção da direção, basta seguir os seguintes passos:
1) Registrar o azimute na bússola; (Fig 13)
2) Colocar a bússola na palma da mão, mantê-la na altura do peito e na horizontal, para
não impedir o livre movimento da agulha imantada; (Fig 14)
3) Girar o corpo até que a seta de orientação da bússola coincida com a agulha.(Fig 15)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 67 / 205)


4) Verificar a direção a ser seguida, através da indicação da seta de navegação da
bússola. (Fig 15)

7.5 PRECAUÇÕES NO EMPREGO E CONSERVAÇÃO DA BÚSSOLA


a. Além da variação causada pela declinação magnética, uma bússola é afetada pela
presença do ferro, magnetos, fios condutores de eletricidade e aparelhos elétricos.
b. Certas áreas geográficas possuem depósitos de minério (tal como o de ferro) que
podem tornar imprecisa uma bússola situada próximo deles. Consequentemente, todas
as massas visíveis de ferro ou campos elétricos devem ser evitados quando se emprega
a bússola. São as seguintes às distâncias mínimas de segurança:
1) Linhas de força de alta-tensão................60 metros.
2) Canhão de campanha.............................20 metros.
3) Viatura ou carro de combate...................20 metros.
4) Linhas telegráficas..................................20 metros.
5) Arame farpado........................................10 metros.
6) Arma automática.....................................03 metros.
7) Capacete.................................................01 metro.
c. Outras precauções devem ser tomadas, tais como:
- Não friccionar a tampa de vidro da bússola com lenço, flanela, etc., isto porque a
agulha se cola à tampa.
- Visar sempre pontos bem definidos e notáveis no terreno, nas visadas mais longas
e, sobretudo, deixar parar bem a agulha apoiando, sempre que possível, a bússola.
- Executar uma visada inversa, sempre que pretender uma operação com
resultados mais apurados.
- Prender a agulha após o término do trabalho (dependendo do tipo usado)
- Não conservar a bússola em ambiente úmido.
- Evitar que a bússola sofra choques violentos.
- Limpar de vez em quando as partes externas da bússola.
- Nunca desmontar o aparelho, o que só pode ser feito por pessoa especializada.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 68 / 205)


10.7.2 LOCALIZAÇÃO DE UM PONTO PELA INTERSEÇÃO À VANTE

a. Com a bússola e o transferidor – os objetos distantes ou inacessíveis, podem ser


locados, na carta, pela interseção das visadas de dois pontos de posições conhecidas.
Por exemplo: para determinar a localização duma posição inimiga, representada na Fig
8-8 as leituras da bússola são feitas do cruzamento de estradas 685 e da bifurcação
573. As leituras de 46º e 333º são convertidas em lançamento e locadas na carta, com
o auxílio do transferidor. A interseção das visadas, assinala a localização da posição
inimiga, como mostra a figura 8-8.

Fig 8-8. Interseção à vante

b. Processo gráfico – a posição inimiga pode ser localizada graficamente, como


mostra a figura 8-9. Na bifurcação 573, o observador orienta sua carta pela bússola ou,
por inspeção, nivela-a e coloca um alfinete na carta, na posição da bifurcação 573.
Coloca uma alidade junto ao alfinete, visa ao longo dela a posição inimiga e traça uma
linha na carta passando pela bifurcação 573. Dirige-se para o cruzamento 685, orienta

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 69 / 205)


e nivela a carta, procede no mesmo modo traçando a linha que passa pelo cruzamento
685. A interseção das duas linhas, localiza a posição inimiga na carta.

Fig 8-9. Interseção à vante – graficamente

7.1LOCALIZAÇÃO DE UM PONTO PELA INTERSEÇÃO À RÉ


e. Interseção à ré com a bússola – na figura 8-10 o problema é, para os homens
situados no observatório, a localização de sua própria posição na carta da figura
8-10 (2). São feitas leituras da bússola do observatório para a bifurcação de
estradas 171 (333º) e para o cruzamento 162 (46º), que podem ser identificados
no terreno e locados na carta. As leituras da bussola devem ser convertidas em
contra-azimute e depois em lançamento. O azimute magnético da direção
“observatório – bifurcação 171” é 333º e o contra-azimute magnético é 333º
menos 180º, ou 153º.
Para achar o lançamento o ângulo QM é subtraído: o resultado é 144º para
este lançamento. Esse procedimento é repetido para a direção “observatório
– cruzamento 162”. A interseção dessas direções é a localização do
observatório. A localização da posição foi determinada pela leitura de dois
ângulos e pelo traçado de duas direções na carta.
f. Processo gráfico – este processo consiste em cravar alfinete na carta, nas
representações dos pontos 171 e 162 (Fig 8-11). Orientar e nivelar a carta,
colocando-se uma alidade contra o alfinete no cruzamento em 162, visando,
segundo ela, o cruzamento de estradas e traçando na carta essa direção. Sem
deslocar a carta, repete-se a operação no ponto 171. A posição do operador
estará onde se der a interseção das direções traçadas na carta.
g. Processo do papel transparente – o papel transparente também pode ser
empregado na interseção a ré. Primeiro escolhem-se três objetivos distantes,
representados na carta, como por exemplo, uma igreja, o canto de uma cerca e
uma bifurcação de estradas (Fig 8-12). Esses pontos devem ser locados de tal
modo que as direções traçadas entre eles e a posição ocupada, não façam
ângulos inferiores a 30º nem superiores a 150º. Fixa-se um alfinete no papel
transparente em uma suposta posição do observador, coloca-se uma alidade
contra o alfinete, visando-se cada um dos objetivos escolhidos, girando-se a

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 70 / 205)


alidade sem mover o papel transparente, traça-se uma linha na direção de cada
ponto visado até ao alfinete. Coloca-se o papel transparente sobre a carta e gira-
se o papel até que cada direção traçada passe pela representação do ponto
visado. Feitas essas coincidências, o furo no papel transparente indicará na
carta a posição ocupada pelo operador. A interseção à ré deve, se possível, ser
feita sobre pontos que forme um triângulo, em cujo interior está a posição
procurada.

Fig 8-10. Interseção à ré

Fig 8-11. Interseção à ré - Processo Gráfico

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 71 / 205)


Fig 8-12. Interseção à ré - Processo do papel transparente

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 72 / 205)


10.8 PROCESSOS EXPEDITOS DE ORIENTAÇÃO
(SEGUNDO O MANUAL DE CAMPANHA – C21-26. LEITURA DE CARTAS E FOTOGRAFIAS AÉREAS. 2ª ED. 1980)

Saber como se orientar em campanha e como usar com propriedade uma carta
topográfica significa ser capaz de sair de situações difíceis, em que a direção certa é
fator preponderante no sucesso da missão. Antes de utilizar uma carta, ela deve ser
colocada em posição tal que as direções na carta coincidem com as direções no terreno.
Há dois meios de fazer isso; um deles sem o auxílio da bússola e o outro com esse
auxílio ou com o de algum outro meio que sirva para determinar o norte. Essa operação
de ajustar a posição da carta ao terreno, chama-se orientação da carta.

10.8.1 PROCESSOS EXPEDITOS PARA DETERMINAR O NORTE VERDADEIRO


a. Pela Declinação da Bússola — para achar a declinação com uma bússola, toma-
se o azimute magnético do sol, de um planeta ou de uma estrela brilhante, no nascente
e no poente do mesmo dia ou no poente num dia e no nascente no dia seguinte. Somam-
se esses dois azimutes e toma-se a metade da diferença entre essa soma e 360º. Se a
soma é menor do que 360º, a declinação é para leste. Se a soma é superior a 360º, a
declinação é para oeste. Na figura 1, por exemplo:
Azimute magnético do sol no nascente...................................................................... 110º
Azimute magnético do sol no poente......................................................................... 270º
SOMA......................................................................................................................... 380°
Diferença entre essa soma (380º e 360º).........................................……….................20º
Toma-se a metade dessa diferença que é..............................…………........................10º
A declinação magnética é 10 e é oeste, porque a soma dos azimutes é maior do que
360. As leituras da bússola
devem ser feitas quando o
corpo celeste estiver
exatamente acima do
horizonte, ou com inclinação
zero. Se isso não puder ser
feito, as leituras na nascente e
no poente devem ser feitas sob
a mesma inclinação. A
inclinação pode ser
determinada por um
clinômetro. Quando é utilizada
uma estrela, procura-se uma
que nasça aproximadamente a
leste do ponto de observação.
Como a declinação sofre variações devem ser feitas observações de 16 em 16 km.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 73 / 205)


b. Processo da sombra e do fio de prumo — do estudo do movimento do sol,
verifica-se que todo objeto situado no hemisfério norte, acima do trópico de Câncer, terá
sua sombra voltada para o norte; que os situados no hemisfério sul, abaixo do trópico do
Capricórnio, terão sua sombra voltada para o sul, e que os situados entre os dois trópicos,
isto é, aqueles cujas latitudes estiverem compreendidas entre O e 23, terão sua sombra
dirigida, ora para o norte, ora para o sul, conforme a época do ano. Conhecida esta
particularidade podemos, pela sombra de uma vara, deter minar a direção do norte
geográfico. Coloca-se, como mostra a figura 2, a vara inclinada na direção aproximada
da linha norte-sul. Na sua extremidade suspende-se por meio de um cordel, um peso
quase tocando o solo.
Crava-se, debaixo do peso,
uma estaca a no terreno.
Cerca de uma hora antes
do meio-dia crava-se uma
estaca b na sombra da
ponta da vara. Com uma
ponteira de madeira, presa
a um cordel de
comprimento ab e fixo em
a, traça-se um arco de
círculo bcd no terreno.
Cerca de uma hora após o meio-dia a sombra da ponta da vara cruzará o arco em d,
onde se crava outra estaca. Liga-se b a d e determina-se e, meio de bd, ou se determina
f, meio do arco bcd. O norte verdadeiro estará na direção fea, se nesta época do ano a
sombra estiver voltada para o sul ou na aef, no caso contrário.
c. Pelo uso do Sol — o sol ao nascer, define quase sempre, aproximadamente, a
direção Este e, ao se por, a direção Oeste.
Conhecidas estas direções, basta que para elas
se dirija o nosso lado direito para o nascente ou
o nosso lado esquerdo para o poente, teremos o
Norte à nossa frente. Ainda com o Sol e com
auxílio de um relógio, devidamente certo, pode-
se determinar a direção Norte. Basta que,
conservando-se a graduação 12 horas para o
Sol, se identifique, no terreno, a direção da linha
que divide ao meio (bissetriz) o ângulo formado
pela direção do Sol e a do ponteiro das horas,
contado no sentido do movimento dos ponteiros.
Esse bissetriz define a direção Norte-sul. Antes
de doze horas ela dá a direção Sul e depois
dessa hora a direção Norte (Fig 3).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 74 / 205)


10.9 TECNOLOGIA DA GEOINFORMAÇÃO
(Segundo o Manual do fabricante do GPS GARMIN 12 XL)

GPS 12 XL – GARMIN
O GPS 12 XL é uma poderosa ferramenta de navegação que pode guiá-lo em qualquer
lugar do mundo. Para compreender melhor sua operação e capacidade, pode ser de
grande auxílio rever os termos e conceitos básicos explicados, de forma resumida, a
seguir.
Dados de Almanaque
São as informações sobre a constelação de satélites (incluindo-se sua localização e
situação operacional), que são transmitidas para o seu receptor, por cada um dos
satélites GPS. Os dados do Almanaque devem ser obtidos antes que a navegação GPS
possa ter início.
Rumo (Bearing –BRG)
Direção indicada pela bússola, desde a posição atual até um destino qualquer.
Rumo Percorrido (Course Made Good –CMG)
A direção angular desde o ponto inicial do caminho percorrido (active from – ativo a partir
de) até a posição atual.
Desvio Lateral (Cross Track Error – XTK)
Distância linear entre o rumo desejado e a sua posição, medida lateralmente.
Rumo Desejado (Desired Track – DTK)
Direção angular entre os waypoints de partida (from) e de chegada (to).

GPS Diferencial (DGPS)


Extensão do sistema GPS que usa radiofaróis situados em terra para transmitir correções
de posição aos receptores GPS.
Hora Estimada de Chegada (Estimated Time of Arrival –ETA)
Hora prevista para a chegada ao ponto de destino.
Tempo de Viagem Estimado (Estimated Time Enroute –ETE)
Tempo que falta para chegar ao destino, na velocidade atual.
Coordenadas Planas (Grid)
Sistema de coordenadas que projeta a terra sobre uma superfície plana, usando zonas
quadradas para medições de posição. Os formatos UTM.UPS e Maidenhead são
sistemas de coordenadas planas (grid systems).
Velocidade em relação ao solo (Ground Speed – SPD)
Velocidade de deslocamento em relação a uma posição fixa no terreno.
Latitude
Medição de posição, no sentido norte/sul, perpendicular ao eixo polar da Terra.
Longitude
Medição de posição, no sentido leste/oeste, em relação ao Primeiro Meridiano, um
círculo imaginário que passa sobre os pólos Norte e Sul.
Navegação
Processo de viajar de um lugar a outro e saber onde se está em relação ao rumo
desejado.
Posição
Uma localização, única e exata, baseada em um sistema de coordenadas geográficas.
Trilha (Track – TRK)
Direção de movimento relativa a uma posição fixa no terreno.
Universal Transversa de Mercator (UTM)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 75 / 205)


Um sistema de coordenadas planas que projeta seções do globo em superfícies planas,
para que se possa medir posições em zonas determinadas.
Velocidade de Percurso (Velocity Made Good – VMG)
A velocidade segundo a qual você progride em direção ao ponto de destino.
Ponto de Destino (Waypoint)
Local específico armazenado na memória do receptor.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 76 / 205)


(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 77 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 78 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 79 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 80 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 81 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 82 / 205)
GPS MAP 76 – GARMIN

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 83 / 205)


(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 84 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 85 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 86 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 87 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 88 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 89 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 90 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 91 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 92 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 93 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 94 / 205)
(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 95 / 205)
11.1 ORIENTAÇÃO POR AZIMUTE
(Segundo o Manual de Campanha – C21-74. Instrução Individual para o Combate. 2ª Ed. 1986)

O soldado é, geralmente, empregado em operações de combate desenvolvidas em


regiões que lhe são totalmente estranhas. Por esse motivo, a habilidade para orientar-
se em áreas desconhecidas, quaisquer que sejam suas características e sob quaisquer
condições, é um atributo de grande valor para o militar.
Determinar e manter uma direção durante os deslocamentos torna-se sumamente
importante em combate, quando a direção correta dos movimentos e dos fogos são
fatores preponderantes para o cumprimento da missão.

11.1.1 PROCESSOS DE ORIENTAÇÃO


Vários são os processos de orientação utilizados em campanha, dos quais os mais
seguros e práticos são: pela bússola, pelas cartas topográficas, pelo sol e pelas estrelas.
Podem, no entanto, ser empregados outros processos sumários, os quais, embora
sujeitos a erros grosseiros, vêm a ser em algumas ocasiões, a última alternativa para a
orientação do combatente.

11.1.2 EQUIPE DE NAVEGAÇÃO


No deslocamento de um grupo de homens deverá ser construída uma equipe destinada
a preocupar-se exclusivamente com a manutenção da direção correta. A constituição da
equipe de navegação variará conforme a disponibilidade de homens, mas de uma forma
geral será organizada com: um homem bússola, dois homens passos, um homem carta
e um homem ponto.
a. Homem bússola: é o responsável pela determinação e manutenção dos azimutes.
b. Homem passo: é responsável pela determinação das distâncias já percorridas,
através da contagem do passo duplo; devem ser escalados dois ou mais homens
passo para que, fazendo-se uma média das medidas, obtenha-se mais precisão.
c. Homem carta: É o responsável pela orientação baseada na comparação carta
com terreno; pode ser um dos homens passo.
d. Homem ponto: Marcha a frente da equipe e baliza a direção dos sucessivos
azimute, determinados pelo homem bússola. Para maior precisão no trabalho
pode utilizar-se de uma baliza que será cravada sobre o solo no local estabelecido
pelo homem bússola. À noite deve valer-se de meios que assinalem suas
posições exatas tais como, equipamentos infravermelhos, lanternas veladas,
dispositivos fosforescentes, etc.

11.2 ORIENTAÇÃO POR COMPARAÇÃO


(Manual de ensino Topografia de Campanha – Vol. 1(EB60-ME-14.068), 1ª edição, de 2013.)

Na verdade, talvez não existam técnicas de orientação, mas sim uma técnica única, que
consiste no emprego equilibrado por parte do combatente, das diversas habilidades que
deve possuir, quer na utilização da bússola e da carta, na avaliação de distâncias ou até
mesmo no seu condicionamento físico.
Para melhor facilidade na explanação, procurou-se tratar cada assunto separadamente,
sendo alguns apresentados até como técnicas específicas.
Na verdade, é pelo emprego simultâneo e ponderado de todos esses tópicos que se
consegue bons resultados em Orientação.

11.2.1 OBTENÇÃO DE AZIMUTES POR INTERMÉDIO DA CARTA E DA BÚSSOLA


(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 96 / 205)
Independente de estar no terreno ou não, você pode obter azimutes com auxílio de uma
carta, tendo esta que estar declinada. Para tanto, deverá seguir os seguintes passos:
a. Orientar a carta, ou seja, coincidir a linha NM da carta com o NM da bússola, ou
compará-la com o terreno; (Fig 16)
b. Localizar na carta o ponto estação e o objetivo a ser atingido;
c. Traçar uma linha ligando o ponto estação ao objetivo. (Fig 17)
d. Afixar a bússola com a sua lateral sobre a linha que une os dois pontos, ou paralela
a esta linha, mantendo a seta de navegação voltada para o objetivo a ser atingido; (Fig
18)
e. Girar o limbo (sem movimentar a bússola da carta) até que as linhas meridionais do
mesmo fiquem paralelas à linha NM da carta; (Fig 19)

f. Após esta operação, verificar o azimute que está registrado na bússola.

11.2.2 UTILIZAÇÃO DA CARTA


Após termos apresentado os materiais básicos para a orientação – a carta e a bússola –
começaremos a verificar, já com intuito de orientação, algumas habilidades ou técnicas
que devem ser aprimoradas para um bom desempenho:
a. Leitura da carta com auxílio do polegar
Esta é maneira mais usada para leitura da carta. Neste tipo, o polegar é colocado
exatamente na posição onde se encontra o combatente e movido sobre o a carta à
medida que o mesmo se desloca, de modo que a todo momento indique na carta a

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 97 / 205)


posição onde o combatente está. Assim, de instante a instante, o militar poderá conferir,
rapidamente, os pontos por onde passa com a sua carta. Esta é também uma maneira
prática de segurar a carta, que deve estar dobrada de modo a aparecer somente na área
onde se está trabalhando. Deve-se procurar ler a carta sem interromper a progressão.
Antes de iniciar a pernada, deve-se escolher os
“check-points” (pontos ao longo da rota os quais
decidiu-se conferir com a carta). À medida que
são atingidos, o combatente desloca o seu
polegar para esses pontos, na carta, de modo que
seu dedo estará sempre no último “check-point”
atingido. O militar experiente deve saber que
quanto mais próximo o objetivo mais “check-
points” serão necessários. Os últimos cem metros
de uma pernada são caracterizados por uma leitura intensa da carta, normalmente, com
o auxílio do polegar (Fig 20 – uso do polegar)
Pernada é a distância percorrida entre dois pontos do terreno, previamente escolhidos.

b. Leitura rudimentar da carta


Muitas vezes, quando o terreno é conveniente, não é necessário a utilização de muitos
“check-points” (isto geralmente acontece no início de uma pernada), deste modo, ganha-
se tempo fazendo uma leitura rudimentar da carta. Nesta leitura, só são conferidos os
acidentes do terreno facilmente identificados, de tempos em tempos, a fim de assegurar
a correção da direção geral.
Evidentemente não se deve abandonar, totalmente, a leitura da carta, porque
muitos acidentes do terreno são bastante semelhantes e são detalhes que os diferenciam.
O perigo do erro paralelo está sempre presente se o militar não conferir adequadamente
seus “check-points”. Erro paralelo acontece quando o terreno por onde se pretende
seguir apresenta uma ou mais regiões de características extremamente parecidas e
pode fazer com que o militar siga pela região que não era a pretendida. (Fig 21)

11.2.3 A UTILIZAÇÃO DA BÚSSOLA


A utilização da bússola é também de grande utilidade na orientação. É com a bússola
que se confirma a direção-geral, a localização do objetivo e, algumas vezes, até a própria
localização.
A bússola é usada em diversas ocasiões dependendo da precisão que cada uma
necessita, nas diferentes situações. Para a utilização da bússola nós temos as seguintes
técnicas:
a. Utilização da Bússola com Precisão
Esta é a maneira mais cuidadosa de se utilizar a bússola. Só deve ser utilizada nos
momentos adequados, pois toma muito tempo, entretanto, há sempre que utilizá-la.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 98 / 205)


Durante a última parte de uma pernada, quando se ataca o objetivo ou quando a
orientação parece difícil, mesmo os mais experientes gastam parte do seu tempo tirando
azimutes precisos, seguindo-os exatamente, tal a segurança que este processo dá à
leitura da carta. A combinação adequada da leitura da carta, da contagem de passos e
da precisão na bússola, levam à precisão na orientação.
Quando as imediações do objetivo são pobres de detalhes, a utilização dos azimutes,
cuidadosamente tirados e seguidos é obrigatória. Devido ao inconveniente do tempo
gasto com esta técnica, ela é colocada em segundo plano, devendo sempre, procurar na
carta, subsídios suficientes para a localização do objetivo. Porém, quando a carta não
oferece esses subsídios, então, só a bússola com precisão pode levar à localização do
alvo.
b. Utilização Rudimentar da Bússola
Esta é a maneira mais comum de se utilizar a bússola, pois não se perde tempo com ela.
Se a direção seguida conduz a um acidente facilmente identificado, então a leitura com
precisão da bússola pode ser desprezada. Nestes casos garante-se a rota verificando
com a bússola apenas os acidentes marcantes, não sendo necessário, para isso,
azimutes precisos. Muitas vezes um acidente cuja identificação é desejada, é tão
característico que apenas a carta é necessária para a sua localização.
Quando se ataca o objetivo é a bússola que confirma a leitura da carta; porém, durante
a pernada, é a leitura da carta que garante a utilização da bússola.
Assim, a leitura rudimentar da bússola é a maneira de deslocar-se rapidamente durante
a parte mais difícil de uma pernada sem se perder tempo com azimutes desnecessários.
Se a orientação for simples, basta olhar a carta e obter da bússola a direção-geral.
Entretanto, a utilização da bússola em nenhum momento é abandonada totalmente. Um
azimute, mesmo aproximado oferece a necessária segurança para se prosseguir com
confiança.

11.2.4 A ESCOLHA DA ROTA


Atingimos aqui um dos aspectos mais bonitos da orientação. É, ao ter decidido por uma
boa rota, que o militar encontra satisfação de ter comprovado a adequabilidade de sua
decisão.
Planejar qual deve ser a rota não é só uma questão de escolher o melhor caminho a
seguir, mas também de decidir que técnicas de orientação são mais adequadas para o
tipo de terreno que se vai percorrer. É no momento de decidir a rota que se garante a
navegação pelo itinerário mais econômico em tempo e com menor desgaste físico.
Basicamente, a escolha de uma rota está equacionada na seguinte frase: “se a linha reta
é o menor caminho entre dois pontos, por que não segui-la?”.
Em orientação, nem sempre a linha reta é o melhor caminho, sendo sempre necessário
planejar a rota antes de iniciá-la. É preciso observar na carta a área do objetivo e
considerar o seguinte:
a. De que direção é mais fácil atacar o objetivo?
b. Como se pode “estender” o objetivo? - (aqui cabe uma explicação do que seja
“estender”: no início de uma pernada, quando se planeja a rota não se tem como objetivo
inicial ir diretamente ao objetivo e sim chegar com segurança, às suas cercanias. Para
tanto, planeja-se a rota de modo a alcançar algum acidente do terreno, na área do
objetivo, perfeitamente identificado. Deste acidente então numa segunda etapa, procura-
se atingir o objetivo).
c. É necessário um Ponto de Ataque? (Ponto de Ataque é um ponto nítido e inconfundível
(casa, árvore, cruzamentos de estradas, etc) existente na carta e no terreno e bem
próximo do objetivo.)
Após ter respondido a estas perguntas e delineado, na carta, a rota julgada mais
adequada, deve-se ponderar:

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 99 / 205)


1)se a rota escolhida pode ser percorrida com segurança;
2) se não há uma outra rota alternativa que melhor se adapte à missão.
É evidente que nada de definitivo pode ser apresentado como regra para a escolha da
rota, já que tudo depende da própria missão e das considerações que fizer. Os tópicos
acima apresentados são apenas observações que deverão ser ponderadas e que
ajudam na decisão.
É interessante observar que, além
dos tópicos apresentados, há ainda
algumas considerações:
a) O caminho longo e fácil, versus o
caminho curto, porém difícil (Fig 22).
Este é o dilema mais comum com o
qual o militar se depara numa missão.
O que gastará mais tempo? Seguir a
trilha que desborda o bosque ou
atravessá-lo em linha reta? A resposta
dependerá da dificuldade que o terreno em linha reta oferece, o ritmo que se poderá
manter nesse terreno e da segurança oferecida.
Suponhamos, por exemplo, que um militar deva decidir entre duas rotas para atingir seu
próximo alvo. Uma, em linha reta, através de uma floresta de progressão relativamente
fácil, e a outra através de uma trilha que desborda essa floresta.
Ora, a única maneira dele decidir com segurança qual a rota a tomar, é comparando o
que só poderá ser feito, após estabelecer previamente, suas velocidades nesses
terrenos. Assim, por exemplo, se ele percorre 400 m em 2 minutos numa trilha e gasta 6
minutos para percorrer os mesmos 400 m numa floresta de fácil progressão, mesmo que
a distância a percorrer pela trilha seja 3 vezes maior que a distância através da floresta,
a trilha ainda será a rota mais adequada.
É fácil constatar a importância do estabelecimento prévio desses dados para uma
escolha acertada, não se esquecendo, também de comparar a segurança que o caminho
oferece à rapidez desejada na missão.
b) A subida e descida de uma colina versus o seu contorno.
Não há exercício físico que consuma mais energia, tão rapidamente, quanto subir
elevações. Atletas podem correr até horas em esteiras rolantes, porém quando os
fisiologistas desejam cansá-los rapidamente, é suficiente colocar a esteira numa
inclinação de 15º. Em quinze minutos, os atletas podem chegar à estafa.
Consequentemente, o militar deve pensar duas vezes ao decidir por uma rota que
atravesse curvas de nível improdutivas (chamam-se curvas de nível improdutivas
aquelas que são subidas e descidas numa mesma pernada).
John Disley em seu livro “Orienteering”, partindo da premissa que para distâncias
maiores de 1.000 metros, cada 5 m de subida equivalem a 100 m no plano, estabeleceu
a seguinte regra prática:
Um contorno é válido quando a sua extensão for menor que a soma da distância entre
dois pontos mais 100 metros para cada 5 metros de subida.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 100 / 205)


Contorno X Subida
c) Uso de linhas de referência
O militar pode reduzir o número de paradas para leitura da carta ou da bússola se utilizar
as linhas de referência. Linhas de referência são acidentes do terreno, artificiais ou
naturais, que numa pernada, são paralelos ou acompanham a direção-geral da rota.
Obviamente, uma trilha é a melhor linha de referência possível; contudo numa pernada
em que estas não são encontradas, vales, rios e até mesmo montanhas ao longo da rota
podem ser utilizadas como tal.
Acidentes artificiais como cercas e linhas de transmissão de energia podem também
constituir-se em excelentes linhas de referência, caso estejam plotados na carta.
Uma rota que utilize linhas de referência pode ser rápida e relaxante para o militar, uma
vez que tendo a certeza da sua direção pode imprimir maior velocidade ao deslocamento
sem preocupar-se com a carta ou com a bússola.
d) Linhas de segurança
Outro uso para os acidentes notáveis é o de Linhas de Segurança. Frequentemente o
problema da orientação não depende somente da direção correta, mas também até onde
seguir esta direção. Militares experientes costumam utilizar acidentes do terreno que
cruzam a rota como Linhas de Segurança.
É muito mais proveitoso andar rapidamente através de um campo aberto sem muito
cuidado com a carta e bússola, se o militar já sabe que existe adiante uma cerca
cruzando perpendicularmente a sua direção, que pode ser utilizada como Linha de
Segurança. Ao atingir a cerca, então, poderá continuar sua orientação pela carta,
empregando a técnica de utilização de uma referência linear próxima ao objetivo. (Fig
24).

Se o objetivo está situado na confluência de dois rios não basta se dirigir diretamente
para a citada confluência, pois dificilmente chegaremos nela (um erro de 4º no azimute
numa distância de 1000 m, implica num erro de Segurança de aproximadamente 100 m)
Fig 25 – Azimute de Segurança.
Ora, caso esse erro seja cometido (e isto é normal) alcançar-se-á o rio, mas não a
confluência. Sobrevém, então, a dúvida.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 101 / 205)


Para que lado estará o objetivo? A fim de se evitar erros desse tipo, utiliza-se o azimute
de segurança, que nada mais é que um azimute com um erro proposital para um dos
lados em vez de ser tirado diretamente para o objetivo. Assim ao se chegar ao rio saber-
se-á, com segurança, para que lado está o objetivo (Fig 25).
É possível percorrer-se muitas pernadas de um percurso utilizando-se linhas de
segurança sucessivas. Quando isto acontece, há maior rendimento e uma corrida mais
tranqüila pela certeza da correção da rota.
e) Azimute de Segurança
Muitas vezes o objetivo está localizado num
acidente cuja dimensão predominante é o
comprimento, tal como rios, lagos, trilhas, etc.
Neste caso, não é suficiente se atingir este
acidente, mas também ter certeza de onde
está ao longo dele, a fim de se evitar perda de
tempo com erros desnecessários.

Azimute de Segurança.

11.2.5 AVALIAÇÃO DE DISTÂNCIAS


Muitos erros são cometidos em orientação devido a estimativas erradas de
distâncias. Depois de algum tempo se torna fácil seguir a direção correta; o que se torna
difícil é saber, com certeza, até onde ir naquela direção. o mesmo problema se apresenta
quando se escolhe como “check-points” certos acidentes como trilhas, casas, pequenos
córregos, picadas, etc., que podem ser facilmente confundidos devido ao grande número
deles num percurso. A única maneira de se confirmar, exatamente, se é este ou aquele
o acidente procurado é através da estimativa da distância. há dois tipos de avaliação de
distância em orientação:
a. Na carta
A medida de distância na carta é fácil e de muita precisão, bastando para tal, usar-se a
sua escala. O meio mais fácil é utilizar a escala gráfica que a própria bússola contém
(caso a bússola não a possua, deve-se colar uma). Assim, a medida de distância na carta
não representa nenhum obstáculo, desde que a distância a medir seja em linha reta. O
problema maior é avaliar distâncias de uma rota curva. Para tal, só a prática e a ajuda
da escala gráfica podem permitir uma boa avaliação.

b. No Terreno
A contagem de passos é ainda o melhor método para a medida de distâncias no terreno.
Para a contagem de passos, o mais adequado é o passo duplo e para tanto o militar
deve ter o seu aferido. Esta aferição deve ser feita para diversos tipos de terreno e para
as diversas velocidades que são utilizadas (correndo ou andando).
Assim, se um militar dá aproximadamente 35 passos duplos para percorrer 100 m em
terreno limpo e plano, numa subida dará cerca de 42. Daí a aferição de passo ser
individual e para os diversos ritmos imprimidos.
Alguns militares, contudo, dizem que é perfeitamente desnecessária a contagem de
passos se a carta for boa e o terreno bastante acidentado, porém, é um conceito errado,
pois frequentemente encontram-se partes de um percurso onde a carta não coincide
exatamente com o terreno. Afinal, uma trilha, conforme o uso, não leva muitos meses
para ser feita.
Ao longo de uma pernada há diversas maneiras de se medir as distâncias. O meio mais
correto, porém, é medir-se a distância entre os acidentes do terreno que foram
escolhidos para referência. A cada ponto atingido, nova contagem deve ser feita.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 102 / 205)


Se a rota foi improvisada, não tendo sido decidido antes quais os pontos a serem
verificados, torna-se desnecessária a mensuração das distâncias.

11.2.6 TÉCNICAS PROPRIAMENTE DITAS


Após termos apresentado a utilização da carta e da bússola, a avaliação de distâncias e
alguns tópicos a observar na escolha da rota, podemos passar ao estudo das técnicas
de orientação que nada mais são do que a combinação adequada de todas essas
habilidades.
a. Orientação Rudimentar ou Estimada
Consiste em correr ou andar a uma velocidade máxima, utilizando a direção-geral da
progressão, deixando que o terreno determine o caminho a seguir, aproveitando, sempre,
as vias que oferecem maior facilidade à progressão. Tal técnica é muito utilizada quando
o terreno apresenta acidentes bastante característicos, inconfundíveis, ou quando numa
pernada, busca-se uma linha de segurança.
A Orientação Rudimentar caracteriza-se por:
1) Permitir um rápido deslocamento, com o mínimo de paradas;
2) Não necessitar de leituras frequentes da bússola, que é utilizada apenas para
dar a direção-geral.
Para utilizar a Orientação Rudimentar deve-se considerar que:
1) só os acidentes mais importantes são observados, desprezando-se os detalhes
do terreno (procurar pontos de referências nítidos);
2) a bússola é lida durante o deslocamento. Para tanto, é necessário mantê-la por
alguns segundos à frente do corpo na posição correta (agulha estabilizada);
3) o método mais indicado de leitura da carta é o polegar;
4) o caminho exato é determinado pelo terreno através das suas vias de acesso
mais fáceis, mantendo-se, porém a direção da progressão;
5) os acidentes do terreno pelos quais se passou são memorizados bem como a
sua sequência, pois isto será de grande utilidade no caso de algum erro seja cometido;
6) quando há uma Linha de Segurança bem definida, corre-se o mais rápido
possível até ela, preocupando-se apenas com a direção-geral;
7) quando algum acidente do terreno não coincide com o da carta, utiliza-se
imediatamente a Orientação Precisa.
Ao aproximar-se das imediações do Ponto de Ataque, esta técnica deve ser abandonada
em proveito da orientação precisa, a fim de evitar perda de tempo com a sua localização.
b. Orientação Precisa
Consiste em deslocar-se, cautelosamente, seguindo um rumo dado pela bússola após
uma leitura criteriosa. Esse rumo deve ser verificado, frequentemente através de uma
contagem de passos e uma leitura
precisa da carta, observando e
verificando todos os detalhes do
terreno minuciosamente. Esta
técnica não permite erros maiores
que 10 m em cada 100 m
percorridos. Uma utilização típica
desta técnica é quando se vai do
Ponto de Ataque para o objetivo
(alvo).
Leitura precisa da carta
Entretanto, pode-se executar a técnica da leitura precisa da carta na região do objetivo,
sem a necessidade do militar ir até o ponto de ataque. Quando for necessário usar o
ponto de ataque, o militar poderá realizar a interseção à ré (azimute à ré) através de
pontos nítidos no terreno e na carta (Fig 26).
Quando o terreno não oferece acidentes que possam ser utilizados como Linhas de
Referência ou de Segurança, a técnica da Orientação Precisa também é empregada

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 103 / 205)


UD 12 - COMBATE CORPO A CORPO

12.1 PONTOS VULNERÁVEIS DO CORPO HUMANO E ARMAS NATURAIS

12.1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Neste capítulo, serão apresentados os pontos mais frágeis do corpo


humano, bem como os efeitos e as respectivas causas dos traumatismos nestas
regiões.

Estes pontos devem ser do conhecimento do combatente para que este os


proteja, caso seja atacado, e os objetive, em caso de seu ataque contra um
agressor.

12.1.2 PONTOS VULNERÁVEIS NA FRENTE DO CORPO HUMANO (Fig 2-1)

1. FRONTE:
EFEITOS: COMOÇÃO CEREBRAL - MORTE.
CAUSAS: EDEMA CEREBRAL.

2. TÊMPORA:
EFEITOS: HEMATOMA INTRACRANIANO - MORTE.
CAUSAS: HEMORRAGIA CEREBRAL.

3. ORELHAS:
EFEITOS: HEMORRAGIA INTERNA, CONCUSSÃO CEREBRAL OU
MORTE.
CAUSAS: EDEMA CEREBRAL, LESÃO VASCULAR INTERNA
INTRACRANIANA, LESÃO VASCULAR NO CONDUTO AUDITIVO OU RUPTU-
RA DE TÍMPANO.

4. OLHOS:
EFEITOS: CEGUEIRA.
CAUSAS: TRAUMA NO NERVO ÓPTICO.

5. NARIZ:
EFEITOS: DOR, CEGUEIRA TEMPORÁRIA OU MORTE.
CAUSAS: TRAUMA NO QUIASMA ÓPTICO.

6. LÁBIO SUPERIOR:
EFEITOS: DOR E DESMAIO.
CAUSAS: TRAUMA NO LÁBIO E RUPTURA.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 104 / 205)


7. MANDÍBULA:
EFEITOS: FRATURA DO PESCOÇO E DESMAIO.
CAUSAS: FRATURA DA COLUNA VERTEBRAL CERVICAL, OCASIO-
NANDO UMA COMPRESSÃO DA MEDULA OU BULBO E OCORRENDO UMA
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 105 / 205)


8. POMO-DE-ADÃO:
EFEITOS: NÁUSEA, ROMPIMENTO DA TRAQUÉIA OU MORTE.
CAUSAS:CARTILAGEM TIREÓIDE DA TRAQUÉIA LESIONADA,OCOR-
RENDO UM EFISEMA SUBCUTÂNEO.

9. BASE DA GARGANTA:
EFEITOS: LESÃO GRAVE E NÁUSEA.
CAUSAS: LESÃO DA TRAQUÉIA E GLÂNDULA TIREÓIDE.

10. CLAVÍCULA:
EFEITOS: FRATURA.
CAUSAS: TRAUMA ÓSSEO (NÃO CAUSA MORTE).

11. JUGULAR E CARÓTIDA:


EFEITOS: DESMAIO OU MORTE.
CAUSAS: INTERDIÇÃO MOMENTÂNEA DO FLUXO SANGÜÍNEO AO
CÉREBRO.

12. PLEXO BRAQUIAL (AXILA):


EFEITOS: PARALISIA TEMPORÁRIA.
CAUSAS: TRAUMATISMO NO PLEXO BRAQUIAL, ENERVANDO OS
MEMBROS SUPERIORES.

13. PLEXO SOLAR:


EFEITOS: DOR AGUDA OU MORTE.
CAUSAS: LESÃO NO PLEXO, OCASIONANDO UMA PARADA CAR-
DÍACA.

14. ESTÔMAGO:
EFEITOS: LESÃO SÉRIA E DOR AGUDA.
CAUSAS: LESÃO DA VÍSCERA E LESÃO VASCULAR, OCASIONAN-
DO HEMORRAGIA INTERNA.

15. COSTELAS FLUTUANTES:


EFEITOS: DOR INTENSA OU MORTE POR LESÃO VISCERAL.CAUSAS: FRATURA ÓSSEA.

16. FÍGADO:
EFEITOS: DOR INTENSA OU MORTE.
CAUSAS: RUPTURA DO FÍGADO COM HEMORRAGIA INTERNA.

17. TESTÍCULOS:
EFEITOS: DOR INTENSA.
CAUSAS: ORQUITE DA GLÂNDULA (INFLAMAÇÃO), DEVIDO AO
TRAUMA, PODENDO HAVER LESÃO NO CANAL ESPERMÁTICO.

18. DEDOS:
EFEITOS: FRATURA OU DOR.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 106 / 205)


CAUSAS: FRATURA DAS FALANGES.

19. ARTICULAÇÕES (PUNHO, COTOVELO, OMBRO, JOELHO, TORNO-


ZELO)
EFEITOS: LUXAÇÃO OU DOR.
CAUSAS: LUXAÇÃO - PERDA DO CONTATO ENTRE AS SUPERFÍCI-
ES ARTICULARES.

20. PARTE ANTERIOR DA TÍBIA (ABAIXO DA PATELA)


EFEITOS: DOR INTENSA.
CAUSAS: FRATURA.

21. PEITO DO PÉ:


EFEITOS: FRATURA OU DOR.
CAUSAS: FRATURA DOS OSSOS PRÓPRIOS DO PÉ OU
METATARSIANOS.

1. FRONTE
2. TÊMPORA
3. ORELHAS
4. OLHOS
5. NARIZ
6. LÁBIO SUPERIOR
7. MANDÍBULA
8. POMO DE ADÃO
9. BASE DA GARGANTA
10. CLAVÍCULA
11. JUGULAR E CARÓTIDA
12. PLEXO BRAQUIAL
13. PLEXO SOLAR
14. ESTÔMAGO
15. COSTELAS FLUTUANTES
16. FÍGADO
17. TESTÍCULOS
18. DEDOS
19. ARTICULAÇÕES
20. PARTE ANTERIOR DA TÍBIA
(ABAIXO DA PATELA)
21. PEITO DO PÉ

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 107 / 205)


12.1.3 PONTOS VULNERÁVEIS NAS COSTAS DO CORPO HUMANO (Fig 2-2)

1. BULBO:
EFEITOS: MORTE.
CAUSAS: LESÃO DO BULBO.

2. NUCA:
EFEITOS: MORTE.
CAUSAS: LESÃO DA MEDULA ALTA OU DE BULBO, OCASIONANDO
UMAPARADACARDIORRESPIRATÓRIA(QUANTOMAISALTAMAISGRAVE).

3. COLUNA VERTEBRAL:
EFEITOS: MORTE OU PARALISIA.
CAUSAS: LESÃO MEDULAR - CHOQUE MEDULAR, CAUSANDO
UMA PARALISIA MOMENTÂNEA.

4. RIM:
EFEITOS: MORTE OU CHOQUE NERVOSO.
CAUSAS: MORTE POR LESÃO DO PEDÍCULO VASCULAR RENAL
(FÁCIL DESLOCAMENTO DOS VASOS SANGÜÍNEOS QUE IRRIGAM O ÓR-
GÃO), PODENDO HAVER QUEDA DO RIM (PTOSE-INTERNA).

5. PLEXO LOMBO-SACRAL:
EFEITOS: DOR INTENSA, PARALISIA DE MEMBROS INFERIORES
TEMPORÁRIA OU DEFINITIVA.
CAUSAS: TRAUMA DIRETO, COM OU SEM FRATURA DE VÉRTE-
BRAS.

6.CÓCCIX:
EFEITOS: DOR INTENSA.
CAUSAS: FRATURA OU LUXAÇÃO.
7. NERVO CIÁTICO:
EFEITOS: PARALISIA TEMPORÁRIA DOS MEMBROS INFERIORES.
CAUSAS: TRAUMA DIRETO COM EDEMA DO NERVO.

8. PANTURRILHA:
EFEITOS: DOR INTENSA
CAUSAS: TRAUMA DIRETO, POR LESÃO DOS MÚSCULOS GÊMEOS

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 108 / 205)


9. TENDÃO DE AQUILES:
EFEITOS: DOR INTENSA, COM IMPOSSIBILIDADE DE FICAR NA
PONTA DO PÉ QUANDO HÁ RUPTURA DO TENDÃO DE AQUILES (SÍNDROME
DA PEDRADA).
CAUSAS: TRAUMA DIRETO SOBRE O TENDÃO.

10. ARTICULAÇÕES (PUNHO, COTOVELO, OMBRO, JOELHO, TORNO-


ZELO):
EFEITOS: LUXAÇÃO, FRATURA, DOR INTENSA OU PARALISIA DOS
MEMBROS.
CAUSAS: PERDA DO CONTATO ARTICULAR.

1. BULBO
2. NUCA
3. COLUNA
VERTEBRAL
4. RIM
5. PLEXO LOMBO-
SACRAL
6. CÓCCIX
7. NERVO CIÁTICO
8. PANTURRILHA
9.TENDÃO DE
AQUILES
10. ARTICULAÇÕES

FIG 2-2

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 109 / 205)


12.1.4 ARMAS NATURAIS

1.1 SOCO
Deve tocar o corpo do adversário com a face dorsal das articulações dos
ossos da mão, com os dedos indicador e médio. (Fig 4-1)

Fig 4-1.

1.2.MARTELO

Utiliza-se o bordo cubital da mão.


É usado em ataques dirigidos à clavícula, nariz, têmpora e fronte. (Fig 4-2)

Fig 4-2.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 110 / 205)


1.3 CUTELO

Golpe dado com o bordo cubital da mão, estando a mesma espalmada.


Utilizada contra o pescoço, têmporas e clavícula. (Fig 4-3)

Fig 4-3.

1.4 PONTA DOS DEDOS MÉDIO E INDICADOR DISTENDIDOS

Inicialmente, a palma da mão deverá estar em contato com o rosto,buscando-


se, em seguida, o ataque aos olhos. (Fig 4-4)

Fig 4-4.

1.5 GOLPE COM A ARTICULAÇÃO DO COTOVELO

Pode ser dirigido contra todo o corpo, principalmente quando se está em


situações de agarramentos. (Fig 4-5)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 111 / 205)


Fig 4-5.

1.6 JOELHADA

Golpe aplicado com a articulação do joelho, estando a perna flexionada.


A joelhada é utilizada contra o plexo solar, abdômen, testículos e até o
rosto, conforme o caso. (Fig 4-6)

Fig 4-6.

1.7 PEITO DO PÉ

Dirigido contra os órgãos genitais, região lateral do corpo e, conforme o


caso, pode ser aplicado contra o rosto do adversário. (Fig 4-7)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 112 / 205)


Fig 4-7.

1.8 CALCANHAR

Dirigido contra qualquer parte do adversário, principalmente quando se


executa pisões ou pontapés de costas. (Fig 4-8)

Fig 4-8.

1.9 BICO DO CALÇADO


Dirigido contra órgãos genitais e membros inferiores do adversário. (Fig 4-9)

Fig 4-9.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 113 / 205)


1.10 REGIÃO LATERAL DO PÉ

Utilizado em pontapés laterais contra qualquer parte do corpo do adversário.


(Fig 4-10)

Fig 4-10.

1.12 CABEÇADA

Golpe dado com a testa ou com a parte superior da cabeça. Dirigido contra
o plexo ou contra o rosto do adversário. (Fig 4-11)

Fig 4-11.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 114 / 205)


12.2 BASES DE COMBATE E DESLOCAMENTOS

12.2.1 TIPOS DE BASE


2.1.CONSIDERAÇÕES GERAIS

a. Para que as técnicas de ataque e defesa tenham eficiência é necessário


que o corpo tome uma posição equilibrada e facilite os movimentos. Estas
posições são denominadas “bases” e podem variar com o tipo de ataque, tipo de
defesa e com o tipo físico do homem.
b. Todas as técnicas a seguir são formas padronizadas, é, porém, normal
que existam pequenas variações de acordo com a constituição física de cada um.

2.2 POSIÇÃOINICIAL
a. Cabeça na vertical, queixo recolhido, tronco ereto, quadril projetado para
frente, braços caídos naturalmente, pernas distendidas, pés paralelos afastados
com distância semelhante à largura dos ombros. (Fig 3-1)
b. Serve como posição inicial para a tomada de bases mais adequadas a
qualquer forma de ataque ou defesa.

Fig 3-1.

2.3 BASE COM GRANDE AFASTAMENTO LATERAL


a. O afastamento dos pés deverá ser de aproximadamente duas vezes a
largura dos ombros. As pernas deverão estar semiflexionadas com os joelhos e
pés apontados para a frente. As mãos deverão estar cerradas. (Fig 3-2)
b. É muito utilizada para pontapés laterais e esquivas.
c. Os deslocamentos nesta base serão realizados lateralmente e especial
atenção deve ser dada para a manutenção do equilíbrio.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 115 / 205)


OBSERVAÇÃO: Iniciar o deslocamento para a tomada da base com a perna
esquerda.

Fig 3-2.

2.4BASE EM DIAGONAL
a. O afastamento dos pés deverá ser de duas vezes a largura dos ombros,
no sentido ântero-posterior, e uma vez, no sentido lateral.
b. A perna traseira deverá estar distendida e o pé correspondente estará
ligeiramente apontado para frente, em um ângulo de aproximadamente 45º.
A perna dianteira estará semiflexionada com o joelho e o pé apontados para frente
e o peso do corpo distribuído nas duas pernas. O tronco e cabeça deverão estar
na vertical, com os braços na posição de defesa baixa. (Fig 3-3)
c. É usada para todas as formas de ataque e defesa, podendo ser utilizadas
as pernas ou os braços, estando o homem parado ou em movimento.

Fig 3-3.

2.5 BASE DE COMBATE


a. Pernas semiflexionadas, afastadas diagonalmente com o corpo total-
mente equilibrado, pé dianteiro voltado para o interior e o traseiro ligeiramente para
o lado. Braço esquerdo flexionado, mão na altura do ombro, o cotovelo correspon-

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 116 / 205)


dente (esquerdo) à frente das costelas flutuantes. Braço direito semiflexionado
com a mão direita na altura do queixo. As mãos deverão estar fechadas, porém,
sem grande contração. (Fig 3-4)
b. Como o próprio nome diz, é a base que mais se utiliza em um combate,
já que facilita qualquer mudança de direção, deslocamentos ou formas de ataque
e defesa.

Fig 3-4.

12.2.2 DESLOCAMENTOS E VOLTAS

2.6 MOVIMENTOS

Deverão ser realizados com rapidez e de forma equilibrada, não se


distendendo completamente as pernas, pois o homem deve manter sempre a
mesma elevação em relação ao solo. É importante que não se incline o tronco,
pois isto acarretaria desequilíbrios desnecessários. Ao ser invertida a posição das
pernas, o mesmo deverá acontecer com os braços.

2.7 SEQÜÊNCIA DE MOVIMENTOS DE ATAQUE E DEFESA

a. São movimentos de ataque e defesa ensinados neste manual, realizados


em uma seqüência definida ,em grupo e/ou individualmente, que tem por objetivos:
(1) melhorar as técnicas aprendidas;
(2) avaliar o aprendizado;
(3) realizar demonstrações; e
(4) aumentar a motivação dos instruendos.
b. A seqüência de movimentos de ataque e defesa é composta pelos
seguintes movimentos:
(1) posição inicial; (Fig 3-5)
(2) volta à esquerda (90º) com defesa baixa à esquerda; (Fig 3-6)
(3) soco reto de direita avançando; (Fig 3-7)
(4) meia volta pela direita com defesa baixa à direita; (Fig 3-8)
(5) soco reto de esquerda avançando; (Fig 3-9)
(6) volta à esquerda (90º) com defesa baixa à esquerda; (Fig 3-10)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 117 / 205)


(7) defesa alta de direita avançando; (Fig 3-11)
(8) defesa alta de esquerda avançando; (Fig 3-12)
(9) defesa alta de direita avançando com Kiai; (Fig 3-13)
(10) volta à esquerda (270º) com defesa baixa à esquerda; (Fig 3-14)
(11) soco reto de direita avançando; (Fig 3-15)
(12) meia volta pela direita com defesa baixa à direita; (Fig 3-16)
(13) soco reto de esquerda avançando; (Fig 3-17)
(14) volta à esquerda (90º) com defesa baixa à esquerda; (Fig 3-18)
(15) soco reto de direita avançando; (Fig 3-19)
(16) soco reto de esquerda avançando; (Fig 3-20)
(17) soco reto de direita avançando com Kiai; (Fig 3-21)
(18) volta à esquerda (270º) defesa baixa de esquerda; (Fig 3-22)
(19) soco reto de direita avançando; (Fig 3-23)
(20) meia volta pela direita com defesa baixa à direita; (Fig 3-24)
(21) soco reto de esquerda avançando; (Fig 3-25) e
TÉRMINO: Posição inicial. (Fig 3-26)

Fig 3-5. Fig 3-6.

Fig 3-7. Fig 3-8.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 118 / 205)


Fig 3-9. Fig 3-10.

Fig 3-11. Fig 3-12.

Fig 3-13. Fig 3-14.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 119 / 205)


Fig 3-15. Fig 3-16.

Fig 3-17. Fig 3-18

Fig 3-19 Fig 3-20

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 120 / 205)


Fig 3-21 Fig 3-22

Fig 3-23 Fig 3-24

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 121 / 205)


Fig 3-25 Fig 3-26

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 122 / 205)


12.3 TÉCNICAS DE AMORTECIMENTO DE QUEDAS E ROLAMENTOS

12.3.1 EDUCATIVO DE QUEDAS

3.1 EDUCATIVOS DE COSTAS


a. Deitado
(1) Situação inicial: deitado em decúbito dorsal, mãos cruzadas sobre a
cintura.
(2) Execução: elevar os braços na vertical, com as palmas das mãos
voltadas para frente. Em seguida, bater com os antebraços e as palmas das mãos
simultaneamente no solo, formando um ângulo de aproximadamente 45º com o
corpo e elevando a cabeça, de modo que o queixo se aproxime ao máximo do
peito. (Fig 5-1, 5-1a e 5-1b)

Fig 5-1 Fig 5-1a

Fig 5-1b

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 123 / 205)


b. Sentado
(1) Situação inicial: sentado, tronco na vertical, braços distendidos,
paralelos ao solo, palma da mão voltada para baixo. (Fig 5-2)
(2) Execução: deixar o tronco cair naturalmente para trás, mantendo as
pernas distendidas e formando o mesmo ângulo com o tronco na posição inicial.
(Fig 5-3)
(3) Bater com a palma da mão e os antebraços no solo, como no exercício
anterior. Procurar sempre encostar o queixo no peito com o objetivo de não bater
a cabeça no chão. (Fig 5-4)

Fig 5-2. Fig 5-3.

Fig 5-4.

c. De Cócoras
(1) Situação inicial: de cócoras, apoiado na ponta dos pés, tronco na
vertical, braços distendidos e paralelos ao solo, palma da mão voltada para baixo.
(Fig 5-5)
(2) Execução: semelhante ao exercício anterior, deve-se, porém, ter o
cuidado de evitar que o iniciante largue seu corpo sobre o solo, caindo sentado.
Para tal, inicialmente os calcanhares deverão estar apoiados ao solo e, em
seguida , as nádegas e as costas deverão proceder como um mata-borrão.
(Fig 5-6)
(3) Manter sempre o queixo próximo ao peito. (Fig 5-7)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 124 / 205)


Fig 5-5. Fig 5-6

Fig 5-7.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 125 / 205)


d. Posição de Pé
(1) Situação inicial: em pé, braços distendidos paralelos ao solo e palma
da mão voltada para baixo. (Fig 5-8)
(2) Execução: semelhante ao exercício anterior. Antes do combatente
tocar o solo, deverá flexionar as pernas (posição de cócoras) para iniciar o mata-
borrão com as regiões lombar e dorsal. (Fig 5-9)

Fig 5-8. Fig 5-9.

3.2 EDUCATIVOS LATERAIS

a. Deitado
(1) Situação inicial: a região lateral do tronco em contato com o solo,
queixo próximo ao peito, braço esquerdo distendido, mão esquerda espalmada e
afastada cerca de um palmo da coxa esquerda, perna esquerda semiflexionada
com a região lateral externa em contato com o solo. Perna direita semiflexionada,
formando um ângulo de 90º com a esquerda. Planta do pé tocando o solo.
(Fig 5-10)

Fig 5-10.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 126 / 205)


(2) Execução: elevar os braços e as pernas, fazendo com que o corpo role
para o lado oposto e se inverta a posição. O antebraço direito deverá bater no solo,
com energia, para amortecer o impacto do corpo por ocasião da queda. Ao final
do movimento, o corpo deverá estar na posição da situação inicial, só que do lado
oposto. (Fig 5-11 e 5-11a)

Fig 5-11 Fig 5-11a

b. De cócoras
(1) Situação inicial: posição de cócoras com a perna direita distendida em
diagonal à frente e à direita. (Fig 5-12)

Fig 5-12

(2) Execução: faz-se um semicírculo à frente do corpo, com a perna


direita distendida, até que se desequilibre para a retaguarda e para o lado. A região
lateral do tronco fará o trabalho de mata-borrão. As pernas ficarão unidas,
formando um ângulo aproximado de 90º com o tronco. Ao final do movimento, o
corpo estará na mesma posição do exercício anterior. (Fig 5-13)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 127 / 205)


OBSERVAÇÃO: Este exercício deve ser realizado para os dois lados.

Fig 5-13

c. Posição de pé
(1) Situação inicial: perna direita ligeiramente avançada em diagonal, à
direita, em relação ao corpo. O restante do corpo se mantém como nos exercícios
anteriores. (Fig 5-14)
(2) Execução: faz-se um semicírculo à frente do corpo, mantendo sempre
a perna direita distendida, até que se inicie o desequilíbrio para a retaguarda e para
o lado direito. O tronco fará o mesmo trabalho de mata-borrão. É importante
ressaltar que a perna esquerda irá flexionando, à medida que a direita executa o
semicírculo, de maneira que as nádegas toquem o solo, estando com a perna
esquerda, ainda, flexionada. Em seguida, as pernas permanecerão unidas,
formando um ângulo com o tronco de aproximadamente 90º. O queixo deverá ficar
sempre encostado ao peito e, ao final do movimento, o corpo deverá estar
posicionado igual ao exercício anterior (Fig 5-15 e 16).
OBSERVAÇÃO: Este exercício deverá ser feito pelos dois lados.

Fig 5-14 Fig 5-15

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 128 / 205)


Fig 5-16

ROLAMENTOS

a. Para frente
(1) São os educativos de quedas que mais se assemelham com a
projeção real. Portanto, assim que os instruendos estejam adestrados com os
educativos iniciais, esta técnica deve ser executada ao máximo. De acordo com
o rendimento da turma, poderá ser realizado saltando obstáculos, utilizando-se
faixas ou homens agachados.
(2) Inicialmente, para que o aprendizado seja mais rápido, deve-se
ensinar partindo-se da posição parado na base em diagonal. A seguir, deve ser
executado andando e correndo.
(3) Situação inicial (direita): base em diagonal direita.
(4) Execução: mão esquerda apoiada ao solo, em posição como se fosse
um dos vértices de um triângulo formado com os pés. Mão direita apoiada ao solo,
entre a mão esquerda e o pé direito, estando a cabeça voltada para a esquerda
e o tronco flexionado. O peso do corpo estará distribuído entre a perna direita e
o braço esquerdo. (Fig 5-17)
Diagrama da posição dos pés e das mãos
(execução pela direita)

Fig 5-17

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 129 / 205)


Desequilibra-se o corpo para a frente retirando-se o calcanhar esquerdo do
solo e dando impulso com a perna direita. O trabalho do braço e do ombro direito
deverá ser feito como se fosse uma roda, pois cada região destas partes do corpo
irá tocando o solo em uma seqüência (inicialmente a mão, a seguir o antebraço,
braço e, finalmente, a região dorsal), quando, ao final do movimento, o homem
estará na posição do educativo de queda de lado deitado. (Fig 5-18 e 5-19)
OBSERVAÇÃO: Este educativo deverá ser feito tanto pela esquerda como
pela direita.

Fig 5-18 Fig 5-19

b. Para a retaguarda
(1) Situação inicial: base de combate
(2) Execução: a perna da frente recua até ficar paralela à outra,
semelhante ao educativo de costas, na posição de cócoras (Fig 5-20), até o
movimento de mata-borrão. Neste momento, a região lombar e dorsal tocam o solo
pelo lado correspondente ao giro para a retaguarda e a cabeça se posiciona do lado
oposto ao ombro que toca o solo, no momento do giro para trás (Fig 5-21). As
pernas acompanham o movimento do ombro, até tocarem o solo, e o corpo
assume uma posição de combate agachado. (Fig 5-22).

Fig 5-20 Fig 5-21

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 130 / 205)


Fig 5-22

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 131 / 205)


12.4 GOLPES TRAUMÁTICOS

12.4.1 SOCO, COTOVELADA, CABEÇADA E PONTAPÉ


Esta técnica pode ser executada de várias formas. Estando o elemento
parado ou em movimento, o importante é que se atinja o adversário no ponto
desejado com força, velocidade e com o restante do corpo equilibrado. Após a sua
realização, o oponente não deverá ter oportunidade de segurar ou agarrar o corpo
de quem o executou.
a. Maneira correta de fechar as mãos - Flexionar os dedos, de modo que
suas pontas toquem na região palmar, ficando o polegar flexionado sobre os dedos
indicador e o médio. O dedo mínimo ficará mais retesado que os demais, a fim de
dar firmeza a estes últimos. A mão, nesta posição, permanece sempre no
prolongamento do antebraço. (Fig 4-12, 4-12a, 4-12b e 4-12c)

Fig 4-12 Fig 4-12a

Fig 4-12b Fig 4-12c

b. Posição que a mão pode tomar para atingir o oponente (conforme a


técnica a ser utilizada, Fig 4-13, 4-13a e 4-13b).

Fig 4-13 Fig 4-13a

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 132 / 205)


Fig 4-13b

c. Soco reto
(1) Posição inicial: partindo da base com grande afastamento lateral, o
combatente estará com o braço (direito ou esquerdo) retraído, punho fechado na
altura das costelas flutuantes, palma da mão voltada para cima, cotovelo voltado
para baixo e para dentro. O braço oposto deverá estar numa posição de defesa,
posicionado mais à frente e mais alto do que o outro. (Fig 4-14)
(2) Execução: distende-se o braço que está à retaguarda (direito ou
esquerdo) com energia, realizando uma rotação com o antebraço, de modo que
a palma da mão fique voltada para baixo, buscando atingir um ponto preciso no
corpo do oponente. O braço oposto deverá ser retraído com a mesma energia do
braço executante, vindo a tomar a posição inicial do que está realizando o soco
naquele momento. O tronco, que antes estava de lado, passa a ficar de frente para
o oponente. (Fig 4-14)
OBSERVAÇÃO: Esta técnica, se realizada parada, será semelhante ao
soco KARA ZUKI, mas se for executada em movimento será igual ao OI ZUKI e
ao RYAKU ZUKI, todos do Karatê.

Fig 4-14

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 133 / 205)


d. Soco direto
(1) Posição inicial: na base de combate.
(2) Execução: é um golpe lançado em linha reta, combinado com um
rápido giro de cintura e conseqüente giro do corpo sobre a ponta do pé traseiro,
realizando a extensão completa do braço, sem prejuízo do equilíbrio do corpo. A
mão executa ¼ de volta para dentro e o braço que executou o soco volta à posição
de guarda pelo mesmo caminho. (Fig 4-15)

OBSERVAÇÃO: Este golpe, semelhante ao DIRETO do boxe, pode ser


conduzido em direção ao rosto ou ao corpo do oponente.

Fig 4-15

e. Soco frontal
(1) Posição inicial: na base de combate.
(2) Execução: é um soco executado da mesma forma que o DIRETO, só
que é dado com a mão que estiver à frente, acarretando uma perda de potência.
(Fig 4-16)
OBSERVAÇÃO: Este golpe, semelhante ao JAB do boxe, normalmente é
direcionado ao rosto do oponente.
f. Soco ascendente
(1) Posição inicial: partindo da base de combate, o combatente deverá
flexionar o tronco, mantendo as mãos à frente e abaixo do rosto.
(2) Execução: o combatente deverá realizar uma extensão completa da
coluna e o braço executante deverá ser lançado simultaneamente para cima, com
energia, e em direção ao alvo. Esta técnica pode ser executada com as duas mãos
e deve ser empregada contra o oponente que estiver a curta distância. (Fig 4-17)
OBSERVAÇÃO: Este golpe, semelhante ao UPPERCUT do boxe, pode ser
direcionado tanto para o rosto como para o abdômen. (Fig 4-18).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 134 / 205)


Fig 4-17

Fig 4-16

Fig 4-18

g. Soco em rotação
(1) Posição inicial: na base de combate.
(2) Execução: consiste no giro acentuado da cintura e dos ombros no
sentido do golpe, sendo acompanhado pelo braço executante. Este braço estará
semiflexionado e será lançado com energia em direção ao alvo. (Fig 4-19)
OBSERVAÇÃO: Este golpe, semelhante ao GANCHO do boxe, pode ser
direcionado para o rosto ou para o tronco do oponente. (Fig 4-20).

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 135 / 205)


Fig 4-19 Fig 4-20

h. Cotoveladas
Estas técnicas, executadas geralmente na base de combate, são
empregadas somente quando o adversário está bem próximo. A mão que não
realiza a cotovelada deve permanecer em condições de executar um soco.
É importante salientar que as técnicas de cotoveladas terão mais
eficiência se realizadas com movimento de tronco, rotação, flexão e extensão de
quem as aplicar.
(1) Cotoveladas de baixo para cima. (Fig 4-21)
(2) Cotoveladas de cima para baixo. (Fig 4-22)
OBSERVAÇÃO: O movimento inicia-se com o cotovelo sendo deslocado
para fora e para cima, até o limite máximo. Em seguida, o cotovelo é abaixado
energicamente.

Fig 4-21 Fig 4-22

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 136 / 205)


(3) Cotovelada da esquerda para a direita: (Fig 4-23)

Fig 4-23

(4) Cotovelada da direita para esquerda. (Fig 4-24)

Fig 4-24

i. Cabeçada - Consiste em atingir o adversário com a testa. É executada


mediante uma enérgica flexão de tronco, mantendo o pescoço rígido. (Fig 4-25)
OBSERVAÇÃO: Esta técnica aumenta de eficiência quando se traz o corpo
(cabeça) do adversário de encontro à testa de quem a executa.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 137 / 205)


Fig 4-25

j. Chute frontal
(1) Situação inicial: base de combate. (Fig 4-26)
(2) Execução: eleva-se o joelho da perna que está à retaguarda, de modo
que este atinja a altura dos quadris. O calcanhar deverá se aproximar das
nádegas. O pé ficará voltado para frente e os dedos para cima. Em seguida,
distende-se violentamente a perna, descrevendo com o pé um semicírculo, como
se fosse uma chicotada. Durante este movimento, os quadris devem ser lançados
para frente. Imediatamente após a extensão da perna, esta deve ser retraída,
voltando imediatamente à situação inicial. (Fig 4-26a)
(3) Os objetivos desta técnica podem ser joelhos, órgãos genitais,
abdômen, sendo realizada com ambas as pernas.

Fig 4-26 Fig 4-26a

l. Chute lateral
(1) Situação inicial: base de combate
(2) Execução: é executado com o corpo perpendicular ao do adversário.
(3) Eleva-se o joelho de modo que atinja a altura dos quadris. Em seguida,
a perna será lateralmente distendida com energia e, após esta ação, será retraída,

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 138 / 205)


descrevendo as mesmas ações no sentido inverso.
(4) A perna de apoio permanece semiflexionada e fará um giro de
aproximadamente 90º no sentido inverso do golpe. O tronco deve ser mantido na
vertical e o rosto voltado para direção do alvo. Os braços devem permanecer em
guarda. (Fig 4-27)
(5) Esta técnica é empregada com ambas as pernas, podendo ser
utilizada contra qualquer parte do corpo do adversário, inclusive como pisão.

Fig 4-27

m. Chute circular
(1) Situação inicial: base de combate.
(2) Execução: o calcanhar e o joelho são elevados, de modo que ambos
fiquem aproximadamente no mesmo plano, à altura dos quadris. A seguir, gira-se
o quadril na direção do golpe e distende-se com energia a perna executante, de
modo que o pé descreva um arco de círculo. A perna de apoio se mantém
semiflexionada, realizando uma rotação no mesmo sentido do movimento dos
quadris (aproximadamente 90º).
(3) O tronco será ligeiramente flexionado, devendo ser mantido, porém,
o mais reto possível, com o rosto voltado para o alvo e os braços mantidos em
guarda. (Fig 4-28)
(4) Esta técnica é empregada com ambas as pernas contra as regiões
laterais do corpo do adversário.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 139 / 205)


Fig 4-28

n. Chute para trás


(1) Situação inicial: base de combate.
(2) Execução: eleva-se o joelho da perna que está à retaguarda e,
simultaneamente, gira-se a cabeça sobre o ombro na direção do alvo. Em seguida,
inclina-se o tronco para frente, distendendo a perna para a retaguarda, realizando
movimento semelhante a um “coice”. (Fig 4-29)

Fig 4-29

o. Joelhada
(1) É empregado quando se está próximo ou agarrado com o adversário.
(2) Consiste em elevar o joelho com energia, projetando o quadril para a
frente. O golpe, que pode ser frontal ou lateral, aumenta sua eficiência quando são
usados os braços, trazendo o corpo do adversário de encontro ao joelho.
(Fig 4-30)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 140 / 205)


Fig 4-30

12.5 TÉCNICAS DE PROJEÇÃO

12.5.1 PROJEÇÕES

6-2.TÉCNICAS DE PERNAS
a. Gancho Externo - Varrer externamente uma das pernas do adversário.
(1) Situação inicial: posição de pé, mão esquerda segurando o braço
direito do adversário, entre o ombro e o cotovelo. Mão direita segurando o pescoço
do adversário na altura da nuca. (Fig 6-1)

Fig 6-1 Fig 6-2

(2) Execução: dá-se um passo em diagonal e à frente com a perna e, pela


ação dos braços, traz-se o peito do adversário para junto do tronco do executor.
É importante que também seja dominada a cabeça do adversário, desequilibran-
do-a no mesmo sentido de seu corpo. O adversário deverá ficar totalmente

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 141 / 205)


desequilibrado para a retaguarda e para o seu lado direito (Fig 6-2). Em seguida,
leva-se à frente a perna direita distendida e, com energia, varre-se a perna direita
do adversário na parte posterior do joelho (Fig 6-3). Deve-se executar esta ação
com o impacto da perna direita do executor sobre a perna direita do adversário.
(3) A ação da perna direita deverá prosseguir para a retaguarda, estando
esta distendida e, simultaneamente, o tronco deverá ser flexionado para a frente,
até que o adversário perca o apoio e seja projetado. (Fig 6-4 e 6-5)

Fig 6-3 Fig 6-4

Fig 6-5

b. Gancho Interno - Varrer internamente a perna do adversário.


(1) Situação inicial: semelhante a da técnica anterior, com a diferença do
adversário estar com as pernas mais abertas. (Fig 6-6)
(2) Execução: avança-se o pé direito em direção ao centro da linha

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 142 / 205)


imaginária que une os pés do adversário. (Fig 6-7)
(3) Aproxima-se o pé esquerdo do pé direito. O braço direito deverá forçar
o tronco do adversário para a retaguarda e para a direita. A mão esquerda deverá
forçar o cotovelo do adversário para cima. (Fig 6-8)
(4) Introduz-se a perna direita, varrendo a parte posterior da perna
esquerda do adversário. O pé deverá tocar o solo com o bico do coturno,
descrevendo um semicírculo. (Fig 6-9)
(5) Haverá uma rotação enérgica do tronco no sentido do movimento da
perna direita, acompanhado do giro da cabeça.
(6) Dá-se prosseguimento à ação dos braços (direito à retaguarda e à
direita, esquerdo para cima), até que o adversário perca o apoio e seja projetado.
(Fig 6-10)

Fig 6-6 Fig 6-7

Fig 6-8 Fig 6-9

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 143 / 205)


Fig 6-10

(7) Situação final: para que a técnica tenha mais eficiência e traumatize
mais o corpo do oponente, deve-se deixar o tronco cair por cima.
OBSERVAÇÃO: Na fase inicial dos treinamentos, deve-se evitar cair em
cima do companheiro.

6-3.TÉCNICAS DE QUADRIL
a. Envolvendo a cintura
(1) Situação inicial: semelhante à técnica do Gancho Externo. (Fig 6-11)
(2) Execução: avança-se o pé direito em direção ao pé direito do
adversário, até que o bico do coturno de ambos se toquem, envolvendo-se a cintura
do adversário com o braço direito. (Fig 6-12)
(3) Executa-se um giro para a esquerda, fazendo pivô sobre a perna direita
e descrevendo um arco de círculo para a retaguarda com a perna esquerda. Nesta
posição, as pernas deverão ficar semiflexionadas, com os joelhos e pés voltados
para a frente. A coluna deverá permanecer na vertical, e o braço esquerdo deverá
puxar o direito, mantendo-se o cotovelo elevado (Fig 6-13). Imediatamente após
a tomada desta posição, haverá a percussão das nádegas do executor na parte
superior da coxa direita do oponente. A percussão se dá pela extensão das pernas
e pela flexão do tronco à frente. (Fig 6-14)
(4) Durante os movimentos em que o adversário se encontra em
suspensão, deverá haver uma rotação de tronco para a esquerda e o braço
esquerdo,quepuxavaoadversárioparaafrente,deverápuxá-loparabaixo,atéque
o adversário seja inteiramente projetado sobre o solo. (Fig 6-15)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 144 / 205)


Fig 6-11 Fig 6-12

Fig 6-13 Fig 6-14

(5) Situação final: durante os treinamentos, deve-se procurar segurar o


adversário no momento em que este for projetado. Em situação real, deve-se
procurar projetar o adversário com o máximo de violência, como se quisesse cravá-
lo ao solo.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 145 / 205)


Fig 6-15

b. Envolvendo o pescoço
(1) Situação inicial: semelhante às técnicas anteriores.
(2) Execução: difere da técnica anterior somente em relação ao trabalho
do braço direito, que deverá envolver o pescoço do adversário. (Fig 6-16, 6-17,
6-18 e 6-19).
(3) Todas as outras ações são idênticas à técnica em que se envolve o
quadril.

Fig 6-16 Fig 6-17

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 146 / 205)


Fig 6-18 Fig 6-19

c. Varrendo o adversário com a coxa


(1) Situação inicial: semelhante às demais técnicas. (Fig 6-20)
(2) Execução: o avanço do pé direito, o recuo do pé esquerdo e o ato de
colar o corpo do adversário junto do executor são semelhantes às outras técnicas
de quadril.
(3) A parte superior da coxa direita do executor deverá varrer, com
energia, os dois membros inferiores do adversário (na altura da coxa direita),
mantendo-se a perna distendida, no sentido da direita para a esquerda e em
direção à retaguarda. (Fig 6-21)
(4) O tronco e a cabeça farão uma rotação da direita para a esquerda, até
que o adversário seja projetado sobre o solo. (Fig 6-22 e 6-23)

Fig 6-20
Fig 6-21

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 147 / 205)


Fig 6-23

Fig 6-22

6-4.TÉCNICA DE BRAÇO
Projeção por cima do braço
a. Situação inicial: semelhante às técnicas de quadril.
b. Execução: o trabalho das pernas é semelhante ao das técnicas de
quadril.
c. A parte interna da articulação do cotovelo direito deverá ficar abaixo da
axila direita do oponente (Fig 6-24). É importante que o peito do adversário fique
colado ao corpo do executante, sendo isto feito pela ação do braço esquerdo, que
deverá puxar para frente o braço direito do adversário. (Fig 6-25)
d. Para que se fixe melhor o braço direito do adversário, o polegar da mão
direita do executante poderá ficar sempre voltado para a retaguarda. (Fig 6-26)
e. O trabalho de percussão do quadril, flexão e rotação do tronco do
executante são semelhantes às técnicas de quadril. (Fig 6-27)

Fig 6-24 Fig 6-25

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 148 / 205)


Fig 6-26 Fig 6-27

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 149 / 205)


12.6 TÉCNICAS DE COMBATE NO SOLO, ESTRANGULAMENTOS E
FORÇAMENTOS DE ARTICULAÇÕES

12.6.1 GENERALIDADES

6.1.CONSIDERAÇÕES GERAIS

As técnicas, aqui apresentadas, são demonstradas em posições que mais


facilitam o aprendizado, podem, porém, ser executadas nas posições possíveis
durante o combate. O importante é que, quem for aplicá-las, consiga encaixá-las
com firmeza no corpo do inimigo, independente da posição que estiver, aprovei-
tando todas as oportunidades que surjam

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 150 / 205)


12.6.2 ESTRANGULAMENTOS
6.2.GENERALIDADES
O que caracteriza o estrangulamento, para o leigo, é o fato de se apertar o
pescoço do adversário e, impedindo sua respiração, levá-lo à morte. O estrangu-
lamento, no entanto, quando aplicado corretamente, além de impedir a respiração,
interrompe o fluxo sangüíneo para o cérebro e comprime a medula através de um
forçamento da cervical, causando uma morte muito mais rápida e impedindo que
o inimigo emita sons, como gritos, grunhidos etc.

6.3 ESTRANGULAMENTO PELA FRENTE


a. Situação inicial: o adversário deverá estar com o tronco flexionado e com
a cabeça encostada ao lado do corpo do executor, debaixo de sua axila. (Fig 7-1)
b. Execução: as mãos deverão ficar atadas, com as regiões palmares
unidas e com os dedos sobre a região dorsal fazendo pressão, como em um
cumprimento entre duas pessoas amigas (Fig 7-2). A região do antebraço direito,
próxima ao pulso e do lado do polegar (bordo radial), deve estar em contato com
a parte anterior do pescoço do inimigo. Para a finalização, deve-se procurar
pressionar o pescoço do adversário contra a axila e, ao mesmo tempo, realizar
uma rotação com o antebraço direito, procurando elevar o polegar. Simultanea-
mente a esta ações, deve-se distender o tronco e procurar girar o quadril direito
para cima e para a esquerda. Este ato, feito com energia, poderá causar uma lesão
na cervical do opositor. (Fig 7-3)

Fig 7-1

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 151 / 205)


Fig 7-2 Fig 7-3

6.4 ESTRANGULAMENTO PELAS COSTAS - TIPO Nr 1


a. Situação inicial: as mãos devem estar atadas como em um cumprimento
entre dois amigos, com a direita sobre a esquerda. Bordo, do lado do polegar, do
antebraço direito em contato com o pescoço do inimigo, cotovelo direito voltado
para o lado. A cabeça do inimigo deverá estar sempre fixa entre o ombro direito
e a cabeça do executor. (Fig 7-4)
b. É importante que, nesta técnica, se desequilibre o adversário para a
retaguarda e o leve ao chão. Para facilitar esta ação, aplica-se uma joelhada bem
no centro de suas costas ou dá-se um pisão na articulação da perna. Pressiona-
se o pescoço do inimigo pelo trabalho de ambos os braços, executando,
simultaneamente, uma rotação com o antebraço direito, visando manter elevado
o polegar direito, puxando o cotovelo direito para a retaguarda. A cabeça do inimigo
deve estar sempre fixa entre o ombro e a cabeça do executor. (Fig 7-5)
ATENÇÃO: Quando esta técnica está bem encaixada, só a queda já é o
suficiente para que haja uma lesão na cervical (Fig 7-6). Portanto, os instrutores
e monitores, durante os treinamentos, deverão orientar seus instruendos para que
afrouxem a posição quando forem levar o companheiro ao solo.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 152 / 205)


Fig 7-4 Fig 7-5

Fig 7-6

6.5 ESTRANGULAMENTO PELAS COSTAS - TIPO Nr 2


a. Situação inicial: o braço direito deverá envolver o pescoço da mesma
forma que na técnica anterior, estando o bordo, do lado do polegar, tocando o
pescoço (Fig 7-7). A palma da mão esquerda deverá apoiar-se na nuca do
adversário. Ao mesmo tempo, a mão direita apóia-se logo acima da articulação
interna do cotovelo. O antebraço esquerdo deverá ficar posicionado na parte
posterior da cabeça do inimigo, forçando a nuca para baixo. (Fig 7-8 e 7-9)
b. Nesta técnica, também, deve-se levar o inimigo ao solo, desequilibrando-
o para a retaguarda, procurando trazê-lo para sua guarda. A cabeça do inimigo
também deve estar fixa entre o ombro direito e a cabeça executante. (Fig 7-10)
ATENÇÃO: Durante os treinos, os instrutores e monitores deverão orientar

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 153 / 205)


seus instruendos para que afrouxem a posição quando forem levar seus compa-
nheiros ao solo, a fim de evitarem acidentes.

Fig 7-7 Fig 7-8

Fig 7-9 Fig 7-10

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 154 / 205)


6.6 ESTRANGULAMENTO PELAS COSTAS COM USO DA TONFA OU
PORRETE
a. Situação inicial: tonfa segura na parte longa, próximo à empunhadura,
que deverá estar voltada para frente. No caso do porrete segurá-lo pela empunhadura
e, em ambos os casos, a parte longa deverá estar em contato com o pescoço do
inimigo, substituindo o braço direito do estrangulamento anterior. (Fig 7-11)
b. Execução: o porrete ou a tonfa realizam o trabalho semelhante ao do
braço direito na técnica anterior, sendo a ação do braço esquerdo idêntica à
mostrada anteriormente, só que, no caso da tonfa, a parte que se apóia na
articulação do cotovelo esquerdo é a empunhadura. (Fig 7-12)
c. O uso de porrete ou tonfa facilitam muito o movimento para os elementos
de menor estatura, quando estes tiverem que aplicar um estrangulamento em
indivíduos maiores.
OBSERVAÇÃO: Também deve-se levar o inimigo para o solo.

Fig 7-11 Fig 7-12

6.7 ESTRANGULAMENTO PELAS COSTAS USANDO O UNIFORME DO


INIMIGO
a. Situação inicial: o braço direito deve passar sobre o ombro direito do
adversário, segurando a gola esquerda do uniforme com a mão direita próxima ao
pescoço do mesmo. O braço esquerdo passará por baixo da axila esquerda do
adversário e se posicionará atrás de seu pescoço. (Fig 7-13)

b. Execução: com o braço direito deve-se pressionar o pescoço do


adversário, trazendo-o para a retaguarda. Deve-se procurar distender o braço
esquerdo, procurando mantê-lo bem junto ao pescoço do inimigo e com a mão
apontada para baixo. (Fig 7-14)
c. Nesta técnica deve-se também desequilibrar o inimigo para a retaguarda.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 155 / 205)


ATENÇÃO: As mesmas precauções para as técnicas anteriores serão
mantidas.

Fig 7-13 Fig 7-14

6.8 ESTRANGULAMENTO CRUZADO NA MONTADA


a. Posição da montada: o peito dos pés deve estar tocando o solo,
calcanhares bem próximos das nádegas, devendo os joelhos ficarem bem junto
das axilas, pressionando levemente o opositor. (Fig 7-15)
b. As partes das mãos que estiverem voltadas para fora serão introduzidas
na gandola do inimigo (Fig 7-16, 7-17 e 7-18), de modo que as mãos fiquem o mais
próximo possível uma da outra, na altura da nuca. (Fig 7-19)

Fig 7-15 Fig 7-16

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 156 / 205)


Fig 7-17 Fig 7-18

Fig 7-19 Fig 7-20

c. Execução: pressiona-se o pescoço do inimigo com a rotação dos


punhos, elevando o seu tronco através da ação dos braços e puxando ambos os
cotovelos para trás. Mantém-se a pressão e larga-se o peso do tronco em cima
do adversário, aumentando a pressão exercida pelos braços. (Fig 7-20)

7.9 ESTRANGULAMENTO CRUZADO COM O ADVERSÁRIO NA GUARDA


a. Execução: a posição das mãos pode ser qualquer uma das demonstra-
das na técnica anterior.
b. A ação dos braços consiste em flexioná-los e, a das pernas, em
desequilibrar o adversário para frente, procurando trazer o tronco do inimigo para
baixo, aumentando, conseqüentemente, a pressão em seu pescoço. (Fig 7-21)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 157 / 205)


Fig 7-21

7.10 ESTRANGULAMENTO COM OS DOIS BRAÇOS, UM PASSANDO POR


BAIXO E OUTRO POR CIMA DO PESCOÇO
a. Situação inicial: partindo-se da montada, antebraço direito sob o
pescoço, apoiando-se no ombro do adversário.
b. Execução: a mão esquerda irá segurar a manga direita da gandola do
adversário, na altura do braço, fazendo pressão com o braço esquerdo sobre o
pescoço do inimigo. A ação dos braços consiste em procurar levar o cotovelo para
frente e para baixo, largando-se o peso do tronco sobre o inimigo, a fim de
aumentar a pressão. (Fig 7-22)
OBSERVAÇÃO: Esta técnica pode ser realizada sem o auxílio da camisa,
colocando-se a mão direita no antebraço esquerdo, próximo à parte interna da
articulação do cotovelo, e, a esquerda, no braço direito. A ação dos braços
continuará a mesma.

Fig 7-22

7.11 FORÇAMENTO DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO, COM AS DUAS


PERNAS PASSANDO POR CIMA DO TRONCO DO ADVERSÁRIO
a. Situação inicial: partindo-se da montada, distende-se o braço direito do
adversário, retirando-se o ombro do solo. (Fig 7-23)
b. Execução: desloca-se o joelho esquerdo até a cabeça do adversário,
inclinando o corpo sobre ele e apoiando o braço esquerdo do adversário sobre o
corpo. Em seguida, desloca-se a sola do pé direito até a axila do inimigo e inclina-
se o tronco em direção ao abdômen do oponente. Passa-se, então, a perna
esquerda por cima da cabeça do inimigo, pressionando o corpo do adversário, de
modo que este se aproxime ao máximo das nádegas do executor. (Fig 7-24)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 158 / 205)


c. Os joelhos devem ficar o mais próximo possível um do outro. As coxas
pressionarão o braço do inimigo, que deverá estar com o cotovelo voltado para
baixo e o polegar para cima. O quadril do executante deverá ser elevado para que
haja um forçamento da articulação. (Fig 7-25)

Fig 7-24
Fig 7-23

Fig 7-25

OBSERVAÇÃO: Esta técnica é difícil de ser empregada em uma situação


de combate real, pode, porém, ter largo emprego para se dominar um elemento
que não se queira eliminar de fato, pois só a dor sentida na articulação é suficiente
para que o elemento em questão tome uma atitude passiva. As demais técnicas
de forçamento de articulação também têm esta característica.

7.12 FORÇAMENTO DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO COM O TRONCO


PERPENDICULAR AO CORPO DO ADVERSÁRIO
a. Situação inicial: tronco sobre o adversário, quadril forçando para baixo,
joelho esquerdo pressionando o quadril esquerdo do inimigo e braço envolvendo
o braço direito do adversário, próximo ao ombro. (Fig 7-26)
b. Execução: cotovelo direito tocando o rosto do inimigo, mão direita
segurando seu pulso, antebraço esquerdo por baixo do braço direito do adversário
e a mão esquerda segurando o pulso direito do executante. (Fig 7-27)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 159 / 205)


c. Trazer o antebraço esquerdo para a retaguarda e para cima. O braço
direito acompanha o movimento, mantendo o cotovelo direito no solo e o braço do
adversário sempre flexionado. (Fig 7-28)
OBSERVAÇÃO: Vale para este forçamento a mesma observação da
técnica anterior.

Fig 7-26

Fig 7-27

Fig 7-28

7.13 FORÇAMENTO DA ARTICULAÇÃO DO COTOVELO NA POSIÇÃO DE


PÉ, DE COSTAS PARA O ADVERSÁRIO
a. Situação inicial: de pé, de costas para o adversário, mão direita
segurando o punho direito do inimigo, braço esquerdo envolvendo o direito do
oponente, na altura do cotovelo, e a mão segurando o pulso. (Fig 7-29)
b. Execução: deverá ser realizada uma flexão dos dois punhos para baixo,
de modo que, pela ação da mão direita, seja feita uma rotação para dentro,
forçando o antebraço do adversário para baixo, e, pela ação da mão esquerda, seja
feita uma rotação para cima do punho esquerdo, aproximando o cotovelo esquerdo
do próprio corpo. Assim, o antebraço direito será forçado a se elevar, pressionando
a articulação do opositor. (Fig 7-30)
OBSERVAÇÃO: As mesmas das técnicas anteriores.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 160 / 205)


Fig 7-29 Fig 7-30

7.14. FORÇAMENTO DA ARTICULAÇÃO DO PUNHO


a. TIPO Nr 1
(1) Situação inicial: mão do adversário no peito do executante. Mão direita
do executante segurando o pulso direito do adversário. Polegar voltado para cima
e apoiado no centro da mão esquerda, segurando o cotovelo. (Fig 7-31)
(2) Execução: consiste em afastar o pé direito e girar o tronco para a
direita. O braço do opositor deve estar sofrendo ação de forçamento na articulação
do punho, cotovelo e ombro. Prossegue-se executando uma rotação com este
braço, através da ação das mãos, procurando manter os dedos do adversário
voltados para cima (Fig 7-32). Deve ser feito um deslocamento em direção ao
adversário, conduzindo-o até o solo em decúbito ventral (Fig 7-33). Deve-se treinar
o mesmo forçamento de articulação empregando a mão direita.

Fig 7-31 Fig 7-32

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 161 / 205)


Fig 7-33

b. TIPO Nr 2
(1) Situação inicial: mão direita apoiada no peito do executante e mão
esquerda segurando a mão do agressor, com o dedo polegar sob as costas da mão
e os demais dedos tocando a palma da mão. (Fig 7-34)
(2) Execução: recuar a perna esquerda, realizando uma rotação com o
tronco para a esquerda. Logo após, realizar uma rotação com o antebraço do
agressor, através da ação da mão, de modo que os dedos fiquem voltados para
cima (Fig 7-35). Nesta posição, a dor é intensa, por ação do forçamento da
articulação do punho, cotovelo e ombro. Dando continuação à ação, o adversário
irá ao solo. (Fig 7-36)
(3) Deve-se treinar o mesmo forçamento de articulação empregando
somente a mão esquerda.

Fig 7-34 Fig 7-35

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 162 / 205)


Fig 7-36

12.7 DEFESA CONTRA AGRESSÕES A MÃOS LIVRES

12.7.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


a. Este capítulo versa sobre técnicas de defesa contra agarramentos e
golpes traumáticos, sendo importante salientar que as situações a seguir são as
mais comuns em um combate corpo a corpo e que, normalmente, levará vantagem
aquele que mantiver o controle emocional, nunca “partindo para cima” do
adversário em uma seqüência de ações descoordenadas.
b. O treinamento deve ser conduzido de tal forma que, quando se pressinta
o ataque, imediatamente seja executada uma reação correta, enérgica e agres-
siva, impedindo que o adversário domine a situação, principalmente nos casos de
agarramentos. Todas as defesas apresentadas terão maior eficiência no início das
ações do agressor.
c. No caso do combate corpo a corpo, não existem regras fixas e o
importante é que se destrua o adversário. O instruendo deve ser orientado para que
não se detenha somente ao que é apresentado neste capítulo. Ele deve ter
flexibilidade para que, se uma técnica não der certo, usar, imediatamente, outro
artifício para pelo menos neutralizar seu opositor, sem nenhum constrangimento
em atacar os diversos pontos vulneráveis do corpo do adversário (olhos, nariz,
boca, órgãos genitais, etc.) e até mesmo aplicar-lhe mordidas.

12.7.2 DEFESA CONTRA AGARRAMENTOS PELA FRENTE, POR BAIXO DOS


BRAÇOS
a. Situação inicial: de pé, com o agressor agarrando o tronco do agredido
por baixo dos braços.
b. Execução: pode-se usar qualquer artifício para que o agressor domine a
situação. Flexiona-se ambas as pernas, proporcionando uma base mais segura.
Para isto, pode-se atacar o nariz, olhos, etc e, com a dor causada, a posição
normalmente será afrouxada. (Fig 8-1)
c. Imediatamente após o agarramento, ou quando se pressinta que a
posição foi afrouxada, ataca-se violentamente, com a parte da palma da mão mais
próxima do punho, o queixo do inimigo, iniciando-se a extensão do braço direito.
Simultaneamente, coloca-se a palma da mão esquerda na base da coluna,

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 163 / 205)


forçando-a para dentro (Fig 8-2 e 8-3). Caso a posição do agarramento não seja
desfeita, o agredido deve conduzir o adversário até o solo e, imediatamente, deve
ser realizada a finalização.

Fig 8-1 Fig 8-2

Fig 8-3

7.3. DEFESA CONTRA AGARRAMENTOS PELA FRENTE, POR CIMA DOS


BRAÇOS
a. Situação inicial: de pé com os braços do agressor envolvendo o tronco
e os braços do agredido. (Fig 8-4)
b. Execução: o agredido deverá apoiar as duas mãos na crista ilíaca do
agressor, com o cuidado de os dedos estarem unidos, inclusive o polegar. Ao
mesmo tempo, deve-se estender com energia a perna direita para a retaguarda e
aumentar a flexão da perna esquerda, procurando flexionar o tronco para a frente
(Fig 8-5). Após a extensão da perna para a retaguarda, deverá ser realizada uma
violenta joelhada contra os órgãos genitais ou abdômen do agressor, como
finalização. (Fig 8-6)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 164 / 205)


Fig 8-4 Fig 8-5

Fig 8-6

7.4 DEFESA CONTRA AGARRAMENTOS PELAS COSTAS, POR BAIXO


DOS BRAÇOS
a. Situação inicial: adversário agarrando pelas costas, com os braços
envolvendo o corpo, por baixo das axilas do oponente. (Fig 8-7)
b. Execução: deve-se procurar um artifício, tais como: pisão, cabeçadas,
socos e cotoveladas, para que o agressor afrouxe a posição (Fig 8-8). Haverá mais
dificuldade quando o inimigo colar o seu rosto às costas do agredido. Se, por
acaso, este ficar suspenso, deverá trancar uma de suas pernas nas do adversário,
de modo que limite esta ação (Fig 8-9) . Ao retornar com os pés no chão, deve-
se deslocar o quadril lateralmente, buscando a liberação do agarramento por meio
de golpes traumáticos nas mãos do agressor ou na região genital. (Fig 8-10)
c. Quando ocorrer o afrouxamento da posição e não a liberação completa,
o agredido deverá flexionar seu tronco para a frente, segurar qualquer um dos pés
de seu opositor e, imediatamente, deverá erguê-lo, provocando uma queda para
a retaguarda. (Fig 8-11)
d. Para a finalização, pode-se largar o peso do corpo em cima do joelho do
adversário. (Fig 8-12)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 165 / 205)


Fig 8-7 Fig 8-8

Fig 8-9 Fig 8-10

Fig 8-12

Fig 8-11

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 166 / 205)


8-5. DEFESA CONTRA AGARRAMENTOS PELAS COSTAS, POR CIMA DOS
BRAÇOS
a. Posição inicial: adversário agarrando pelas costas, com os braços e
nvolvendo o corpo do oponente por sobre os braços. (Fig 8-13)
b. Execução: flexionam-se as pernas e o tronco para a frente, devendo os
quadris serem acentuadamente projetados para a retaguarda e os braços
estendidos para a frente, a fim de liberarem o tronco dos braços do agressor. É
importante que, nesta posição, o queixo fique colado ao peito, a fim de proteger
o pescoço de “gravatas” (Fig 8-14). Após esta ação, a perna esquerda do agredido
deve ser posicionada, distendida, à retaguarda da perna esquerda do agressor,
estando as mãos segurando na parte posterior das coxas do agressor. (Fig 8-15)
c. A ação dos braços deve ser a de puxar, para a frente e para cima, as
pernas do agressor, de modo a deixá-lo de cabeça para baixo. (Fig 8-16)
d. Para a finalização, o corpo do inimigo deve ser arremessado contra o solo,
de maneira que o impacto do choque seja recebido na cabeça (Fig 8-17). Esta
finalização pode ser complementada com socos, cotoveladas e chutes.

Fig 8-13 Fig 8-14

Fig 8-15 Fig 8-16

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 167 / 205)


Fig 8-17

8-6. DEFESAS CONTRA “DOUBLE NELSON”


a. Tipo Nr 1
(1) Situação inicial: adversário segurando no “Double Nelson” (Fig 8-18).
(2) Execução: bloqueia-se a ação sobre o pescoço e executa-se um forte
pisão no adversário. Com a dor, normalmente, a posição é afrouxada, facilitando
que o agredido se libere dos braços do agressor. (Fig 8-19)

Fig 8-18 Fig 8-19

b. Tipo Nr 2
(1) Situação inicial: idêntica à anterior.
(2) Execução: ataca-se a articulação do dedo do agressor, procurando
forçá-lo a que se movimente em sentido contrário. Com a dor, a posição é,
normalmente, relaxada. (Fig 8-20 e 8-21)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 168 / 205)


Fig 8-21

Fig 8-20

c. Tipo Nr 3
(1) Situação inicial: assim que se pressinta o forçamento do pescoço
para a frente, deve-se bloquear esta ação, pressionando a testa para a retaguarda
com as duas mãos (Fig 8-22) e, nesta posição, as pernas deverão ficar
semiflexionadas para melhorar a base. (Fig 8-23)
(2) Após bloqueada a ação sobre o pescoço, os cotovelos são energica-
mente abaixados, não só pelo trabalho dos braços, como, também, pelo peso do
corpo, transmitido aos braços pelo aumento da flexão das pernas (Fig 8-24). Os
cotovelos abaixam-se lateralmente em relação ao tronco. Assim que o agredido
sinta que está liberado pelo agressor, o tronco poderá ser flexionado e, com as
mãos, pegar a perna mais próxima do agressor (Fig 8-25), agindo até a finalização
de maneira semelhante à defesa tipo Nr 1, da técnica de defesa contra agar-
ramentos pelas costas, por baixo dos braços (Fig 8-25 e 8-26), podendo, antes,
deslocar o quadril lateralmente para golpear a sua região genital (ver item 8-4).
(3) Outra forma de defesa é proceder semelhante ao agarramento pelas
costas por cima dos braços, após a liberação do tronco do agredido (ver item 8-5).

Fig 8-22 Fig 8-23

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 169 / 205)


Fig 8-24 Fig 8-25

Fig 8-26
8-7.
DEFESA CONTRA GRAVATAS LATERAIS, SEM DOMÍNIO
a. O que caracteriza a gravata sem domínio é o fato de não haver flexão de
tronco do agredido.
b. Situação inicial: os dois na posição de pé, com o agressor envolvendo o
pescoço do agredido. (Fig 8-27)
c. Execução: o agredido deverá segurar, com a mão direita, o pulso direito
do agressor e, com a mão esquerda, o braço esquerdo, impedindo-o de executar
socos em seu rosto. O quadril deve ser projetado para a frente, procurando-se
estender as pernas, de modo que o agressor não possa colocá-lo em uma posição
de domínio, com o tronco flexionado. (Fig 8-28)
d. A mão esquerda deverá largar o braço esquerdo e se posicionar à frente
da boca do inimigo (Fig 8-29). A região do bordo cubital, próxima à articulação do
dedo mínimo, deverá pressionar a base do nariz do opositor (Fig 8-30). Esta
posição deve ser tomada com violência e, simultaneamente, o braço estará sendo
distendido. A dor causada pela pressão (ou impacto) no septo nasal fará com que
o adversário afrouxe a posição e, devido à extensão do braço, o tronco do inimigo
iniciará uma rotação para a esquerda (Fig 8-31). A mão direita do agredido
empurrará o quadril, a fim de auxiliar o movimento de rotação do tronco, até que

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 170 / 205)


o adversário fique na posição favorável para que seja aplicada uma gravata pela
frente (técnica já apresentada no item 7-3), uma joelhada ou qualquer outro tipo
de finalização. (Fig 8-32)

Fig 8-27 8-28

Fig 8-29 Fig 8-30

Fig 8-31 Fig 8-32

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 171 / 205)


8-8. DEFESA CONTRA GRAVATAS LATERAIS COM DOMÍNIO
a. O que caracteriza a gravata com domínio é o fato de o agredido estar com
o tronco flexionado, sendo dominado pelo inimigo.
b. Situação inicial: Agressor envolvendo o pescoço do oponente. (Fig 8-33)
c. Execução: o agredido deverá segurar, com a mão direita, o pulso direito
do adversário e, com a esquerda, envolver o seu antebraço esquerdo, passando
seu pulso sob a axila, a fim de impedir socos em seu rosto (Fig 8-34). Deve-se
realizar uma maior flexão das pernas, conduzindo, simultaneamente, a mão
direita por entre as pernas do agressor, envolvendo a coxa esquerda (Fig 8-35). Em
seguida, projetar o quadril para a frente, retirando o agressor do solo com o auxílio
do braço que puxará a perna para a frente e para cima (Fig 8-36). Para a finalização,
o corpo do adversário deve ser arremessado contra o solo.

Fig 8-33 Fig 8-34

Fig 8-35 Fig 8-36

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 172 / 205)


8-9. DEFESA CONTRA GRAVATAS PELA FRENTE
a. Situação inicial: as duas mãos deverão estar apoiadas na parte inferior
da coxa direita do inimigo, estando os dedos unidos. (Fig 8-37)
b. Execução: avança-
se o pé esquerdo até a altura do pé direito do inimigo
(Fig 8-38). A perna direita deve ser introduzida entre as pernas do agressor,
distendida. Simultaneamente, a perna esquerda estará sendo flexionada como se
fosse sentar sobre o calcanhar, estando o corpo desequilibrado para a
retaguarda. (Fig 8-39)
c. Os braços deverão estar sendo distendidos, de modo que empurrem o
corpo do agressor para cima e para a retaguarda, com o objetivo de lançá-lo de
cabeça sobre o solo. (Fig 8-40 e 8-41)
d. É importante ressaltar que esta técnica só terá validade quando o
agressor já estiver com a gravata encaixada (o que sempre deve ser evitado). Caso
contrário, o agredido irá ao chão e o inimigo permanecerá de pé em uma posição
de vantagem. As mãos devem não só empurrar a coxa do adversário, como
também, fixá-la.
e. Após o agressor ser projetado sobre o solo, o executante deve,
imediatamente, tomar uma posição de vantagem e procurar uma finalização, tais
como golpes traumáticos, gravatas, etc.
f. Para que os instruendos treinem esta técnica, já deverão estar realizand
o
com perfeição todos os educativos de quedas e rolamentos, pois, para treinamen-
tos, o agressor, ao ser projetado sobre o solo, deverá proceder um rolamento por
cima do ombro. Em situação real, porém, o objetivo é lançar o inimigo de cabeça
sobre o solo.

Fig 8-37 Fig 8-38

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 173 / 205)


Fig 8-40

Fig 8-39

Fig 8-41

8-10. DEFESA CONTRA GRAVATAS PELAS COSTAS


a. Situação inicial: adversário envolvendo o pescoço do oponente, estando
o seu corpo encostado às costas do agredido. (Fig 8-42)
b. Execução: os dedos são introduzidos entre o antebraço do agressor e
o pescoço, girando-se o queixo em direção às mãos do agressor, a fim de bloquear
a pressão no pescoço. Ambas as pernas são flexionadas, de maneira que as
nádegas fiquem à frente da parte superior da coxa direita do inimigo. (Fig 8-43)
c. As pernas deverão ser distendidas, percutindo as nádegas contra a coxa
do oponente. Ao mesmo tempo, flexiona-se o tronco para a frente, executando
uma rotação para a esquerda (Fig 8-44), até que o inimigo seja projetado sobre o
solo, quando, então, deverá ser realizada a finalização através de pontapés,
pisões, etc. (Fig 8-45)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 174 / 205)


Fig 8-42 Fig 8-43

Fig 8-44 Fig 8-45

8-11. DEFESA CONTRA CHUTES


a. Tipo Nr 1 - Chute parado
(1) Situação inicial: adversário de frente para o agredido, projetando sua
perna direita de encontro ao corpo deste. (Fig 8-46)
(2) Execução: o executante deve sair da linha de ataque, deixando que
o golpe caia no vazio (Fig 8-47). Em seguida, aplicará, com o cutelo interior da mão
esquerda, um golpe na nuca do adversário (Fig 8-48). Prossegue-se apoiando as
duas mãos no pescoço do inimigo e, com um movimento brusco, trazendo seu
peito ou rosto de encontro ao joelho, para, através da rotação do tronco contra o
adversário, realizar uma joelhada. (Fig 8-49)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 175 / 205)


Fig 8-46 Fig 8-47

Fig 8-48 Fig 8-49

b. Tipo Nr 2 - Chute em movimento


(1) Situação inicial: semelhante ao tipo anterior, tendo como única
diferença estar o agressor em movimento. (Fig 8-50)
(2) Execução: quando o adversário já estiver bem próximo do executante,
sair de sua linha de ataque, voltando o corpo para a direita com o recuo da mesma
perna (Fig 8-51). Com a mão esquerda espalmada, deverá dar um tapa na perna
ou no pé do inimigo, impedindo-o de mudar a direção de seu ataque. Executará,
rapidamente, uma rotação de tronco e uma cotovelada lateral da direita para a
esquerda, com o braço direito contra o rosto do inimigo. (Fig 8-52)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 176 / 205)


Fig 8-50 8-51

Fig 8-52
8-12. DEFESA CONTRA CHUTE CIRCULAR
a. Situação inicial: agressor realizando um chute circular. (Fig 8-53)
b. Execução: avança-se a perna direita diagonalmente. O tronco ficará
voltado para a esquerda, próximo ao corpo do inimigo. O braço esquerdo deve
absorver o impacto do golpe, que já será bem reduzido, devido à posição do corpo
do executante. O antebraço esquerdo deverá prender a perna do inimigo,
impedindo novas ações. A mão direita deve ir de encontro ao queixo do opositor
(Fig 8-54). O braço esquerdo deve ser distendido, desequilibrando o inimigo para
a retaguarda. A perna direita deve varrer a perna esquerda do inimigo (Fig 8-55),
projetando-o contra o solo. A seguir, deverá ser realizada a finalização (Fig 8-56)
com socos, chutes, etc.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 177 / 205)


Fig 8-53 Fig 8-54

Fig 8-55 Fig 8-56

8-13. DEFESA CONTRA CHUTES DE FRENTE


a. Situação inicial: agressor e agredido, um de frente para o outro, até que
o agressor execute o chute de frente. (Fig 8-57)
b. Execução: recua-se a perna direita, saindo do alcance do adversário. A
seguir, “pesca-se”, com o antebraço, a perna (Fig 8-58) até que o inimigo seja
projetado sobre o solo, quando, então, deverá ser realizada a finalização. (Fig 8-59)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 178 / 205)


Fig 8-57 Fig 8-58

Fig 8-59

12.8 DEFESA CONTRA AGRESSÕES A MÃO ARMADA

12.8.1 DEFESA CONTRA ADVERSÁRIOS ARMADOS COM FACA

8.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


a. As defesas contra facas apresentam um relativo grau de eficiência,
particularmente quando nos deparamos com um adversário que saiba como usá-
las. O combatente saberá reconhecer, pela maneira de empunhar a arma, se o
inimigo é adestrado ou não, bem como o seu provável objetivo. Deverá, também,
ter uma perfeita noção de distância, além de firmeza em todas as suas ações, de
modo que não vacile quando for aplicar qualquer técnica.
b. É sempre preferível, e mais confiável, utilizar-se de objetos que ofereçam
proteção contra os cortes ou pontadas quando se é atacado por elementos
armados com facas. Assim, objetos como a gandola, a japona, paus e cobertores,
enquanto protegem o combatente, possibilitam que ele use, se for o caso, o outro
braço ou as pernas, até que o inimigo largue a arma ou fique em uma situação de
desvantagem.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 179 / 205)


8.2. POSIÇÕES MAIS NORMAIS DO LEIGO EMPUNHAR A FACA
a. Posição utilizada para ataques ao rosto, ao peito ou às costas. (Fig 9-1)

Fig 9-1

b. Posição utilizada para ataques ao abdômen. (Fig 9-2)

Fig 9-2
c. Posição usada contra a região lateral esquerda do corpo, rosto, pescoço
e tronco. (Fig 9-3)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 180 / 205)


Fig 9-3.
d. Posição usada contra a região lateral direita do corpo, rosto, pescoço e
tronco. (Fig 9-4)

Fig 9-4

9-3. DEFESA CONTRA ATAQUES AO ROSTO OU AO CORPO


a. Situação inicial: de pé, em frente ao agressor. (Fig 9-5)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 181 / 205)


Fig 9-5
b. Execução: enquanto o adversário estiver armando o golpe, o agredido
aproxima-se do agressor, deslocando toda a base, de modo que o pé direito fique
próximo do pé direito do inimigo (Fig 9-6). O antebraço direito deverá bloquear o
do inimigo e a mão deverá estar flexionada, visando segurar o antebraço do inimigo
para impedir que ele repita a ação. Desta maneira, evita-se a exposição do corpo
(Fig 9-7). Imediatamente, o braço direito passará por baixo do braço direito do
inimigo. A mão correspondente segurará o pulso (Fig 9-8) e os cotovelos deverão
estar apontados para a frente, o mais próximo possível um do outro. Será, então,
iniciada uma pressão para baixo sobre o antebraço do adversário e, como a dor
passará a ser intensa, é normal que o inimigo largue a arma. Alguns, porém,
resistirão e o procedimento será o seguinte: a perna direita do inimigo deve ser
varrida externamente (Fig 9-9) a fim de que este seja projetado ao solo. O
executante acompanhará o movimento e colocará o joelho direito sobre o
abdômen ou peito do inimigo, fixando-o ao solo (Fig 9-10). A posição dos braços
nunca deve ser desfeita e a pressão deve continuar aumentando até que o inimigo
largue a arma.
OBSERVAÇÃO: Após realizado o bloqueio, e se o inimigo permanecer com
o braço esticado, deve-se dar uma pancada violenta com qualquer parte da região
dorsal da mão direita na parte interna da articulação deste braço, de maneira a
forçá-lo a ser flexionado.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 182 / 205)


Fig 9-6 Fig 9-7

Fig 9-8 Fig 9-9

Fig 9-10

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 183 / 205)


9-4. DEFESA CONTRA FACADAS NA BARRIGA
a. Tipo Nr 1
(1) Situação inicial: adversários frente a frente, estando o agressor
empunhando uma faca à altura da região abdominal. (Fig 9-11)

Fig 9-11

(2) Execução: desloca-se o corpo diagonalmente na direção do adversá-


rio, na mesma base, bloqueando-se o braço atacante do inimigo com o cutelo da
mão (Fig 9-12). Simultaneamente, a mão aprisionará o punho do oponente,
deslocando sua articulação do cotovelo para baixo (Fig 9-13). O braço esquerdo
envolve o punho do oponente e a mão segura seu pulso direito (Fig 9-14). Deverá
ser realizada uma flexão para baixo dos dois punhos, de modo que, pela ação da
mão direita, force o antebraço do adversário para baixo e, pela ação da mão
esquerda, force o antebraço direito que se elevará, pressionando a articulação do
opositor. (Fig 9-15)

Fig 9-12 Fig 9-13

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 184 / 205)


Fig 9-14 Fig 9-15
b. Tipo Nr 2
(1) Situação inicial: igual à situação anterior. (Fig 9-16)

Fig 9-16

(2) Execução: desloca-se o corpo diagonalmente na direção do adversá-


rio, na mesma base, bloqueando-se o braço atacante do inimigo com o cutelo da
mão (Fig 9-17). Ao mesmo tempo, a mão aprisionará o punho e, em seguida, o
cotovelo esquerdo envolverá o braço abaixo da axila (Fig 9-18). Será iniciado o
forçamento do braço do inimigo para baixo e de seu punho para cima (Fig 9-19).
O deslocamento das pernas prosseguirá, fazendo um movimento circular asso-
ciado ao movimento de forçamento do braço, conduzindo o inimigo até o solo
(Fig 9-20). A posição dos braços nunca deve ser desfeita até que o inimigo largue
a arma.
OBSERVAÇÃO: O combatente deve ter sempre visível o braço livre do
inimigo, a fim de impedir que ele passe a arma para a outra mão. Assim que
conseguir desarmar o adversário, deverá fazer uso da mesma contra seu opositor.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 185 / 205)


Fig 9-17 Fig 9-18

Fig 9-19 Fig 9-20

9-5. DEFESA CONTRA FACADAS LATERAIS DA DIREITA PARA A ESQUERDA

Fig 9-21

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 186 / 205)


a. Posição inicial: adversários de frente um para o outro, com o agressor
empunhando uma faca na mão direita. (Fig 9-21)
b. Execução: o pé direito e o esquerdo deverão ser avançados, voltando-se
o tronco para a direita, ficando o antebraço na vertical. Bloqueia-se o golpe com
o cutelo da mão esquerda à altura do pulso do adversário (Fig 9-22), segurando-
o, imediatamente, com a mão esquerda, a fim de impedir novas ações. (Fig 9-23)

Fig 9-22 Fig 9-23

c. A mão direita passará por baixo do braço direito do inimigo e golpeará,


com energia, a articulação do cotovelo. Simultaneamente, realiza-se o forçamento
da articulação do cotovelo do inimigo (Fig 9-24). A ação deve continuar até que o
agressor solte a faca. O inimigo deverá ser levado ao solo pela aplicação da técnica
de projeção do Gancho Externo (Fig 9-25), que deve ser acompanhada, aumen-
tando sempre a ação das duas mãos sobre o braço do inimigo (Fig 9-26). Para que
a defesa seja mais eficiente, deve-se procurar forçar o braço do inimigo,
aumentando, assim, a dor.

Fig 9-24 Fig 9-25

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 187 / 205)


Fig 9-26

9-6. DEFESA CONTRA FACADAS LATERAIS DA ESQUERDA PARA A DIREITA

Situação inicial: adversários de frente um para o outro, inimigo empunhando


uma faca na mão direita, com o braço flexionado, direcionando o movimento da
esquerda para a direita. (Fig 9-27)

Fig 9-27

a. Tipo Nr 1
Execução: recua-se os dois pés, de modo que o golpe caia no vazio. Dá-
se um passo para a frente com o pé esquerdo. O cutelo da mão direita irá bloquear
o antebraço do adversário na altura do pulso (Fig 9-28). A mão direita irá segurar
o pulso do adversário, impedindo futuras ações desse braço (Fig 9-29). Com a mão
esquerda, deverá ser dada uma pancada de baixo para cima no cotovelo direito do
inimigo. A mão direita forçará o antebraço do oponente para baixo, de modo a levá-
lo para as suas costas (Fig 9-30). Nesta situação, a mão esquerda fixará o cotovelo
do inimigo, e a direita irá forçar o antebraço deste para a retaguarda e para cima
(Fig 9-31). Depois da situação dominada, a mão esquerda irá segurar as laterais
da lâmina da arma, apoiando o polegar na face que estiver voltada para baixo (Fig
9-32). A mão deverá executar uma ação de modo que a ponta da arma fique voltada
para cima (Fig 9-33). Nesta situação, devido à dor, o adversário soltará a arma.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 188 / 205)


Fig 9-29

Fig 9-28

Fig 9-30 Fig 9-31

Fig 9-32 Fig 9-33

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 189 / 205)


OBSERVAÇÃO: as mesmas das demais técnicas de defesa contra
Facadas.
b. Tipo Nr 2
Execução: dá-se um passo para a frente com o pé esquerdo. O cutelo
da mão direita irá bloquear o antebraço do adversário na altura do pulso (Fig 9-34).
A mão direita irá segurar o pulso do adversário (Fig 9-35), impedindo futuras ações
desse braço. Com a mão esquerda, deverá ser dada uma pancada no cotovelo,
simultaneamente, à rotação do braço do inimigo pelo giro da mão direita
(Fig 9-36), conduzindo o inimigo até o solo pelo movimento circular do tronco,
associado ao movimento de forçamento do braço do inimigo para baixo.

Fig 9-35

Fig 9-34

Fig 9-36

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 190 / 205)


12.8.2 DEFESA CONTRA PAULADAS NA CABEÇA

9-7. DEFESA CONTRA PAULADAS NA CABEÇA


a. Situação inicial: inimigo segurando a arma na mão direita, acima de sua
cabeça. (Fig 9-37)
b. Execução: o combatente deve, quando o adversário já estiver próximo,
avançar a perna direita em diagonal e para frente, tomando a seguinte posição:
braço esquerdo erguido, palma da mão voltada para fora, cabeça protegida pelo
braço, corpo voltado para a direita. Deverá existir uma linha do braço esquerdo até
a extremidade da perna correspondente (Fig 9-38). O golpe não deve ser
bloqueado pelo braço e, sim, deixar que a arma deslize pela lateral do braço, até
a região da axila, quando, então, a mão esquerda deverá envolver o braço direito
do inimigo, realizando pressão à altura do cotovelo (Fig 9-39). Partindo desta
posição, pode-se aplicar os tipos de projeções no adversário já descritos no
capítulo anterior (Fig 9-40). Quando o adversário estiver totalmente projetado sobre
o solo, deverá ser realizada a finalização. (Fig 9-41)

Fig 9-37 Fig 9-38

Fig 9-39 Fig 9-40

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 191 / 205)


Fig 9-41

9-8. DEFESA CONTRA PAULADAS LATERAIS


Procede-se de maneira idêntica à defesa contra facadas laterais (itens
9-5 e 9-6).

12.9 TÉCNICAS DE COMBATE CONTRA GRUPOS DE HOMENS


12.9.1 TÉCNICAS DE COMBATE

10-10. CONTRA GRUPOS DE HOMENS


a. Um contra dois
Procedimento: deve-se procurar colocar os dois adversários alinhados,
nunca permanecendo entre ambos. (Fig 10-29 e 10-30)

Fig 10-29 Fig 10-30

b. Dois contra um
Procedimento: deve-se procurar deixar o adversário entre os dois. (Fig 10-
31 e 10-32)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 192 / 205)


Fig 10-31 Fig 10-32

c. Dois contra três


Procedimento: um deve atacar somente um adversário, tendo sempre o
cuidado de nunca permanecer entre os demais. O outro atacará dois, tendo o
cuidado de fazer com que um deles fique entre os dois restantes. (Fig 10-33)

Fig 10-33

d. Três contra dois


Procedimento: um deve atacar somente um adversário, procurando fixá-
lo. Os dois restantes atacarão o outro, procurando envolvê-lo e, assim que o
destruírem, auxiliarão o primeiro. (Fig 10-34)

Fig 10-34

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 193 / 205)


12.10 TÉCNICAS ESPECIAIS

10-1. CONSIDERAÇÕES GERAIS


a. Neste capítulo, são apresentadas técnicas de como se destrói o
adversário com facas, porretes, garrotes, “Black Jack” e de lutas contra grupos de
homens. São de grande valia para o combate, pois podem existir ocasiões em que
não se disponha de uma arma de fogo e a faca pode representar um importante
instrumento de combate, bem como pode-se usar, com eficiência, diversos meios
de “fortuna” para destruir seu inimigo.
b. Deve ser bem transmitido o conceito para o instruendo que “se não for
destruído o inimigo, ele o destruirá”. Portanto, no combate corpo a corpo, não
existem regras e todos artifícios são válidos para que se consiga sobrepujar o
adversário.

12.10.1 USO DA FACA

10-2. DIVISÃO DA FACA (Fig 10-1)


a. Empunhadura - É a parte da faca na qual executamos a pegada para
sua utilização. As empunhaduras em borracha, madeira, ou couro isolam as mãos
do frio e do calor e devem ser utilizadas em detrimento das de metal e de plásticos.
As que possuem alguma rugosidade são mais seguras e não escorregam com
facilidade, caso estejam sujas ou úmidas.
b. Pomo - É a parte da faca localizada no início da empunhadura, cujas
formas várias fazem-na passível de utilização em pancadas. Existem pomos
protuberantes e mesmo pontiagudos que podem causar ferimentos mortais
quando usados com este objetivo.
c. Guarda - É a parte da faca que se situa na junção da lâmina com a
empunhadura, tendo formatos e tamanhos muito diversos, podendo ser até
inexistente em alguns tipos de armas.
d. Ponta - É a parte da faca localizada no final da lâmina e que abre caminho
para sua passagem quando usada em estocadas. Seus formatos podem ser
diversos, também.
e. Lâmina - É a parte da faca onde encontramos o corte ou o fio. Ela deve
ser feita de um tipo de aço que permita a execução de trabalhos diversificados,
sem sofrer deformações e, ainda, retenha o fio ou permita que ele seja avivado por
uma simples pedra de amolar, durante sua manutenção. Algumas facas trazem
em sua lâmina serrilhas que servem para serrar pequenos pedaços de madeira ou
ossos, bem como outros materiais. Encontramos ondulações em alguns tipos de
lâminas que servem para aumentar sua superfície de corte.
(1) Fio Simples - corte em apenas uma das bordas.
(2) Fio Duplo - corte em ambas as bordas da lâmina.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 194 / 205)


Fig 10-1

10-3. PEGADA
a. Pegada direta - A faca é empunhada com o fio de sua lâmina voltado
para frente e ligeiramente para baixo.
Tipo Sabre Modificada - O polegar deverá envolver a empunhadura,
juntamente com os outros dedos. É chamada, também, de “Pegada Completa” e
sua resistência a pancadas vindas de qualquer direção, objetivando atingir a faca,
é maior. (Fig 10-2)

Fig 10-2

b. Pegada invertida - A faca é empunhada apontada para trás, por vezes


seguindo a linha do antebraço, tocando-o com o lado oposto ao corte.
(1) Tipo reversa - Todos os dedos envolvem a empunhadura. (Fig 10-3)
(2) Tipo reversa modificada - Os dedos envolvem a empunhadura, exceto
o polegar que é colocado sobre o pomo, de forma a evitar que a mão escorregue
sobre a lâmina em uma faca que tenha uma guarda pequena. (Fig10-4)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 195 / 205)


Fig 10-3 Fig 10-4

10-4. POSIÇÃO DE COMBATE


É semelhante à base de combate, com a mão da faca colocada na altura
do plexo solar, a mão desarmada próxima ao esterno, o pé da frente voltado para
o adversário e o pé de trás voltado 45º para fora (Fig 10-5 e 10-6). Possibilitando
um ótimo equilíbrio em qualquer deslocamento, ela será classificada como
ofensiva, quando a mão da faca e a perna do mesmo lado estiverem à frente
(Fig 10-7), ou defensiva, quando elas estiverem para trás. (Fig 10-8)

Fig 10-5 Fig 10-6

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 196 / 205)


Fig 10-7 Fig 10-8

10-5. PONTOS DO CORPO HUMANO MAIS VULNERÁVEIS AO ATAQUE COM


FACAS E MODO MAIS CORRETO DE EMPUNHAR A ARMA PARA
ATACÁ-LOS
a. Ataque ao bulbo - É o ponto mais sensível do corpo humano e uma
pequena estocada, sendo a lâmina introduzida pouco mais de 1 (um) cm, é o
suficiente para que o inimigo morra sem emitir qualquer tipo de ruído. Para que haja
mais eficiência, é importante que o combatente traga o inimigo de encontro à ponta
da faca, puxando-o com seu braço esquerdo. (Fig 10-9)

Fig 10-9

b. Ataque entre a clavícula e a omoplata (saboneteira) - Deve ser


usado o tipo de pegada reversa, ficando a parte da lâmina de maior corte voltada

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 197 / 205)


para o pescoço. Nesta técnica, a faca provavelmente perfurará um dos pulmões,
seccionará a artéria aorta e perfurará o coração. É um dos pontos mais vulneráveis
ao ataque com facas, havendo necessidade, porém, que a mão esquerda tampe
a boca e o polegar e o indicador esquerdo pressionem o nariz do inimigo para que
este não emita sons. (Fig 10-10)

Fig 10-10
c. Corte da jugular e da carótida
(1) Pegada direta. O corte deve ser iniciado na altura da articulação do
maxilar com os ossos da face, prosseguindo até o maxilar oposto.
(2) Deve-se ter o cuidado de, com o braço esquerdo, provocar a flexão do
pescoço para a retaguarda e, com a mão, bloquear a boca e o nariz do inimigo,
semelhante à técnica anterior. (Fig 10-11 e 10-12)

Fig 10-11 Fig 10-12

d. Ataque ao coração - Utiliza-se a pegada reversa. Esta técnica tem o


inconveniente de, quando for desferido o golpe, a faca poder atingir um osso
(costelas), bloqueando a penetração. (Fig 10-13)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 198 / 205)


Fig 10-13

e. Ataque ao fígado e ao baço - Usa-se a pegada reversa. Após a


introdução, deve ser executado um corte oblíquo, ascendente, em direção ao
ombro direito do inimigo. Para este ataque, o fio da lâmina deve ficar voltado para
o antebraço do combatente. (Fig 10-14)
f. Ataque ao rim - Usar a pegada direta, estando o maior fio da faca voltado
paradentro.Apósaintrodução,realizarumcorteoblíquo,ascendente,nosentidodo
ombro esquerdo do inimigo. Bloquear a boca e o nariz do adversário. (Fig 10-15)

Fig 10-14 Fig 10-15

g. Ataque à femural - Usar a pegada direta. Realizar um corte profundo na


região da virilha do inimigo. Bloquear a boca e o nariz do oponente. (Fig 10-16)
OBSERVAÇÃO: Para que estas técnicas tenham a eficiência devida, é
importante que o combatente esteja, sempre, com a sua faca em condições de
corte.

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 199 / 205)


Fig 10-16

10-6. TÉCNICAS DE DEFESA EM UM COMBATE COM FACAS


a. Em um combate com facas, quaisquer tipos de fintas são válidas para
que se iluda o adversário e se atinja o objetivo desejado. Um alvo que se torna fácil
de atingir no adversário e que serve, também, para bloquear seu ataque é o pulso,
principalmente no caso do leigo que deixará seu braço bem avançado. Estes
ataques também servirão de ponto de partida para outros ataques a pontos mais
sensíveis.
b. No combate com facas usa-se com eficiência:
(1) ataque ao pulso bloqueando uma facada lateral; (Fig 10-17)
(2) ataque ao pulso bloqueando uma facada no peito; e (Fig 10-18)
(3) ataque ao pulso bloqueando uma facada à barriga. (Fig 10-19)

Fig 10-17 Fig 10-18

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 200 / 205)


Fig 10-19

12.10.2 USO DO PORRETE

10-7. PONTOS VULNERÁVEIS A ATAQUES COM O PORRETE


a. Muitas vezes o combatente, devido a certas situações, não dispõe de
armas. Ele pode conseguir, porém, na região, meios de “fortuna” como um pedaço
de madeira (de preferência pesado) ou de ferro, que podem ser perfeitamente
usados como armas.
b. Os pontos apresentados neste parágrafo, quando devidamente alvejados
com a força de um material pesado, são suficientes para que o inimigo caia ao
solo, totalmente destruído.
(1) ataque à nuca (bulbo); (Fig 10-20)
(2) ataque à fronte; (Fig 10-21)
(3) ataque ao crânio; e (Fig 10-22)
(4) ataque à têmpora; (Fig 10-23)

Fig 10-20 Fig 10-21

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 201 / 205)


Fig 10-22 Fig 10-23

12.10.3 USO DO GARROTE E DO “BLACK JACK”

10-8. ATAQUES COM O GARROTE


a. Qualquer cadarço de coturno pode ser usado como garrote, bastando
apenas ser melhorado, se for o caso. Tem grande utilidade quando se deseja
atacar o inimigo pelas costas e não se deseja fazer barulho.
b. Maneira de empunhar: as mãos empunham os batoques de modo que o
fio passe entre os dedos médio e anelar.
c. Maneira de usar:
(1) Tipo Nr 1 - Apóia-se a mão direita no ombro do inimigo e, com a outra
mão, envolve-se o pescoço, no sentido anti-horário, com o fio (Fig 10-24), como
se fosse um laço. A seguir, puxa-se as duas pontas do fio, cada uma em um
sentido. (Fig 10-25)

Fig 10-24 Fig 10-25

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 202 / 205)


(2) Tipo Nr 2 - Apóia-se a mão esquerda no ombro direito do inimigo e, a
seguir, envolve-se o pescoço com o fio, no sentido horário (Fig 10-26). A mão
esquerda ficará apoiada no pescoço e a direita puxará o fio para baixo (Fig 10-27).
O fio, que é tracionado para baixo, deve passar por cima do que está envolvendo
o pescoço junto à mão esquerda.
OBSERVAÇÃO: Qualquer tipo de cordão pode ser usado, contanto que seja
resistente e fino (Ex.: “nylon”, aço, etc.).

Fig 10-26 Fig 10-27

10-9. ATAQUES COM O “BLACK JACK”


a. Consiste num saco fino e comprido contendo areia, de preferência
molhada, para aumentar o peso, podendo ser usada até mesmo a meia do
uniforme.
b. O objetivo de sua utilização consiste em acertar a nuca do inimigo.
(Fig 10-28)

(Coletânea de manuais / Tec Mil II / UD 10, 11 e 12........................................................ 203 / 205)


Fig 10-28

REFERÊNCIAS

CARTAS E CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

C 21-30 – Abreviaturas, Símbolos e Convenções Cartográficas

SÍMBOLOS MILITARES

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

C 21-30 – Abreviaturas, Símbolos e Convenções Cartográficas

ESCALA DA CARTA

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

DIREÇÃO E AZIMUTES

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

REPRESENTAÇÃO DO TERRENO

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

IDENTIFICAÇÃO DA CARTA COM O TERRENO

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

Manual de ensino Topografia de Campanha – Vol. 1(EB60-ME-14.068), 1ª edição, de


2013.

PROCESSOS EXPEDITOS DE ORIENTAÇÃO

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas


TECNOLOGIA DA GEOINFORMAÇÃO

Manual do fabricante do gps garmin 12 xl

ORIENTAÇÃO POR AZIMUTE

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

Segundo o Manual de Campanha – C21-74. Instrução Individual para o Combate. 2ª


Ed. 1986

ORIENTAÇÃO POR COMPARAÇÃO

C 21-26 – Leitura de Cartas e Fotografias Aéreas

COMBATE CORPO A CORPO

C 20-50 – Manual de Campanha - Treinamento físico militar – LUTAS 3ª Edição 2002

(Coletânea de Manuais / Tec Mil II – UD 2.....................................................205/205 )

Você também pode gostar