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O IMPRESSIONISMO

«O Impressionismo “nasceu” oficialmente em


1874, quando o termo foi aplicado a um grupo
relativamente diversificado de artistas que
expuseram no “Salão dos Recusados” desse
ano. Muitas das obras tinham um aspeto
comparativamente rude e inacabado, que dava
uma forte sensação de imediatismo suscetível
de enraivecer os críticos.»
Irmã Wendy Beckett, História da Pintura, Livros e Livros

Os nenúfares, Claude Monet

Novo Plural 11 | 11.º ano


O IMPRESSIONISMO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Nasceu em Paris em 1874 e, depois de
vencer muitas resistências, estendeu-se por
toda a Europa e Américas.
Surgiu na exposição de pintura, no «Salão
dos Recusados», que mostrou aos
parisienses as obras de jovens artistas que
ousaram pintar contrariando as regras
académicas e apresentando uma visão da
arte completamente inovadora.
Nos seus quadros, procuraram captar, do
real, as impressões puras, as perceções
visuais instantâneas, o momento fugaz.
A preferência recai sobre a captação da vida
quotidiana, no seu movimento natural.
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O IMPRESSIONISMO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS (cont.)

A luz e a cor passaram a ser os elementos


centrais do quadro, sendo indissociáveis, já
que a cor depende da luz.
Para a sensação luminosa ser apreendida em
estado puro, os pintores passaram a preferir
pintar ao ar livre, como forma de captar as
variações da luz.
Abandonaram os contornos do desenho e
usaram a pincelada solta, individual, as cores
puras não sobrepostas, cabendo ao
observador processar visualmente a
associação de cores.

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CLAUDE MONET

Monet (1840-1926)

Foi o título deste quadro


que deu origem ao nome
IMPRESSIONISMO, que
passou a designar o
movimento nascido em
Paris.
O termo foi usado de
forma pejorativa, mas os
artistas gostaram e Impressão, nascer do sol, 1872
adotaram-no.
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CLAUDE MONET
Este quadro mostra a visão
impressionista de um
observador colocado numa
janela alta, que lhe permite
captar:
– o movimento das
pessoas vistas como pontos
de cor;
– as árvores como manchas
de sombra suave que deixa
passar a luz;
– a rua, na sua globalidade.
Tudo é difuso, como a
nossa perceção, que fixa
um momento passageiro.
Boulevard des Capucines, 1873
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CLAUDE MONET

Neste quadro, Monet quis


captar e transmitir a
impressão do movimento
e a luminosidade
provocadas pelo vento e
pela luz solar.
O retrato das personagens
é central, mas ao mesmo
tempo secundário, pois as
suas feições são também
traduzidas em impressões
momentâneas. Madame Monet e o filho, 1875
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CLAUDE MONET

Apesar de habitado
por várias
personagens, o
título do quadro
decorre daquilo
que, em primeiro
lugar, impressiona
o nosso olhar: as
inúmeras e
vibrantes manchas
vermelhas – as
papoilas.
Papoilas em Argenteuil, 1873
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CLAUDE MONET

A LUZ CRIA A REALIDADE


Entre 1892 e 1894, Monet
pintou 30 quadros da
Catedral de Rouen em
diversas horas do dia e do
ano, para demonstrar que
a impressão que temos da
realidade depende da luz.
Segundo a sua experiência,
é a luz que revela e
transforma os objetos.

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EDOUARD MANET

Manet (1832-1883)

Manet pintou o amigo


Monet no seu barco, um
verdadeiro ateliê
flutuante que permitia ao
pintor observar e captar
na tela os reflexos e
mutações da luz na água.
Claude Monet no barco-ateliê, 1874

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EDOUARD MANET

A família de Monet Neste quadro, a luz e a pincelada livre são usadas na captação
no seu jardim em de um momento familiar, descontraído, ao ar livre.
Argenteuil, 1874
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RENOIR

Pierre-Auguste Renoir
(1841-1919)

«Tenho uma
predileção por
quadros que
encham uma
parede de alegria»
Renoir
Baile em Bougival e Baile no campo, 1883
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RENOIR
Na época, a
burguesia e as
classes populares
criaram o hábito
dos bailes ao ar
livre, deslocando a
dança dos salões
aristocráticos para
a rua.
Num ambiente
cheio de alegria, o
pintor capta o
instante, o
movimento, a
impressão da
atmosfera global.
Baile no Moulin de la Galette, 1876
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RENOIR

O instante captado pelo


pintor transmite a
impressão instantânea
do movimento da rua.
A jovem em primeiro
plano e a luz são as
protagonistas do
instante captado,
dando-nos a sensação
de que, se desviarmos o
olhar, a imagem será
outra, porque todos
terão já passado.
Place Clichy, 1880
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RENOIR
A Menina que viria a
morrer em Auschwtiz
Renoir trabalhou para
algumas das famílias ricas
de Paris que lhe
encomendaram retratos.
Este quadro, encomenda do
banqueiro judeu Cahen
d’Anvers, retrata duas das
suas filhas.
A menina da fita azul,
Elisabeth Cahen d’Anvers,
viria a morrer no campo de
concentração de Auschwtiz,
em 1944, como muitos dos
membros da sua família.
Rosa e azul (as meninas Cahen
d’Anvers), 1881
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VAN GOGH

Vicent van Gogh


(1853-1890)

Como o seu compatriota


Rembrandt fizera mais de
dois séculos antes, Van
Gogh pintou muitos e
perturbados autorretratos,
talvez numa tentativa
desesperada de
autoconhecimento.

Autorretratos
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VAN GOGH

«Quando voltei a
ver os meus
quadros depois da
doença, o que me
pareceu melhor foi
O Quarto.»
Van Gogh

O quarto em Arles, 1889


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VAN GOGH
Há uma interessante
controvérsia em torno
deste quadro pintado
quando o artista estava no
asilo psiquiátrico.
Uns críticos sublinham o
facto de ser um dos
poucos pintados de
memória, e não através da
observação da Natureza,
outros defendem tratar-se
da observação de um
momento astronómico
concreto.
Imaginação perturbada ou
recriação da Natureza, a
pincelada vigorosa,
luminosa e dramática de
Van Gogh é inconfundível.
Noite estrelada, 1889

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VAN GOGH

Campo de trigo com corvos, 1890


Neste quadro, podemos observar os traços característicos do
pintor: a espessura da tinta, a pincelada individual e curta, a
intensidade das cores puras e da luz, de que resulta uma
paisagem, simultaneamente, luminosa e dramática.

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VAN GOGH

A sesta, 1890 A espessura da tinta, a pincelada curta, as cores vibrantes


transmitem uma sensação de calor de que o casal se protege,
numa fusão com o feno.
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DEGAS

Edgar Degas
(1834-1917)

As bailarinas, nos seus


movimentos fluidos e nas
suas roupas criadoras de
luminosas transparências,
são o grande tema da
pintura deste artista – um
dos fundadores do
Impressionismo.
A primeira bailarina, 1876-77
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DEGAS
A fluidez do
movimento
das bailarinas
contrasta com
a verticalidade
das colunas.
A luz e a paleta
de cores
impressionista
ganham um
sentido
especial nos
tutus azuis e
na superfície
quase líquida
do soalho.
Bailarinas no «foyer», 1890
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DEGAS

O instante captado
não é o da dança,
mas nem por isso a
bailarina cansada
ou abatida deixa de
ostentar a leveza
transparente, em
contraste com a
mancha escura da
mãe que a
acompanha.

A espera, 1882
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DEGAS

Os temas ligados ao
trabalho duro das
mulheres mereceram a
atenção de Degas.
Neste quadro, sem as cores
puras e vivas típicas do
Impressionismo, a luz
branca da roupa tratada
pela engomadeira ganha
um enorme protagonismo.

A engomadeira, 1869
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DEGAS

As corridas de
cavalos, tema
muito
trabalhado por
Degas,
permitem
interessantes
efeitos ao nível
do movimento
e da ideia de
captação do
instante
rápido.
Jockeys sob a chuva, 1881

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CAMILLE PISSARRO

Camille Pissarro
(1830-1903)

A suavidade da pintura não


contradiz, antes realça, a
agitação da vida das grandes
avenidas cheias de
movimento e de luz,
acentuada pelas
transparências da chuva.
Avenida de l’Opéra, 1898

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CAMILLE PISSARRO

Este pintor, como outros


impressionistas,
experimentaram obter
efeitos de luz mais intensa,
através da pincelada
independente e muito
curta, por vezes convertida
em pequenos pontos, uma
técnica que ficou
conhecida por
pontilhismo.
A Ilha Lacroix, Rouen, sob o nevoeiro, 1888

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BERTHE MORISOT

Berthe Morisot
(1841-1895)

Neste quadro, a pincelada


livre é usada na captação
de um momento familiar,
numa atmosfera em que os
verdes da Natureza são,
simultaneamente, cor e luz.

No parque, 1874
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MARY CASSATT

Mary Cassatt
(1845-1926)

A ternura do tema da
maternidade tratado
através da suavidade das
cores e da luminosidade
decorrentes do uso das
técnicas impressionistas
(pinceladas livres e curtas,
cores não sobrepostas,
pouca definição dos traços
fisionómicos). Um beijo, 1897

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MARY CASSATT

Um típico
tema da
vida
pública
burguesa,
pintado
com as
mais
perfeitas
técnicas
impressio-
nistas.

Um recanto do camarote, 1879

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TOULOUSE-LAUTREC

Toulouse-Lautrec
(1864-1901)

O pintor da noite boémia


parisiense combinou as
técnicas impressionistas
com as da publicidade, em
ascensão na época.
A bailarina do cabaré
Moulin Rouge, Jane Avril,
foi um dos seus modelos.
Jane Avril a dançar e a deixar o Moulin Rouge, 1892
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TOULOUSE-LAUTREC

Um tema
íntimo
pouco
habitual na
pintura da
época.

O beijo, 1892
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PAUL CÉZANNE

Paul Cézanne
(1839-1906)

O pintor combina as
técnicas da luz e da
cor impressionistas
com pinceladas e
traços geométricos
que anunciam o
Cubismo.

O Lago d’Annecy, 1896


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PAUL CÉZANNE

Como no
quadro
anterior, o
Impressionis-
mo com
elementos
geométricos.
As grandes banhistas, 1894

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GUSTAVE CAILLEBOTTE

Gustave Caillebotte
(1848-1894)

Uma visão
impressionista do
crescimento urbano,
burguês e
aristocrático de Paris.
Rua Halevy vista do sexto andar, 1878

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GUSTAVE CAILLEBOTTE
Pintura muito
influenciada pela
fotografia:
– corte de
enquadramento;
– vários planos
com focagens
diferentes;
– movimentação
natural das
personagens.

O tratamento da
luz, sobretudo a
cintilação da
calçada, é muito
impressionista.
Rua de Paris num dia de chuva, 1877
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GUSTAVE CAILLEBOTTE

Uma cena
de trabalho
captada
com o rigor
realista e a
luz e
movimento
impressio-
nistas.
Afagadores de soalhos, 1875

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PORTUGAL
HENRIQUE POUSÃO

Henrique Pousão
(1859-1884)

O mais talentoso e
promissor
impressionista
português, mestre no
tratamento da luz,
morreu com apenas
25 anos.

Janela das persianas azuis, 1883


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HENRIQUE POUSÃO

Apaixonado pelos efeitos


da luz, pintou as ruas de
Capri onde se refugiou na
procura de cura para a
tuberculose.
Ruas de Capri, 1882
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HENRIQUE POUSÃO

Atmosfera impressionista
na qual a luz solar é o
agente da configuração de
formas e cores.
Mulher da Água, 1882
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HENRIQUE POUSÃO

A luz e a pincelada
impressionistas,
surpreendentes em toda a
composição, atingem um
ponto alto na captação do
negro do vestido.

Senhora vestida de preto, 1882

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SILVA PORTO

Silva Porto
(1850-1893)

Este quadro evidencia a


influência da pintura
impressionista francesa,
No Areinho, Douro, c. 1880
concretamente de Manet,
no «barco-ateliê de
Monet».

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SILVA PORTO

Margens do Rio Nabão, Tomar, 1886


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