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Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Campus V
Formação Geral
Artes

Gabriel Moizés da Silva


Kethleyn Kathya de Oliveira
Luan Guilherme da Cruz Silva
Luca Henrique Tavares
Matheus Tavares de Bessa
Rafael Gonçalo Pereira Ribeiro

Vanguardas Europeias: Impressionismo

Seminário

Divinópolis, Minas
Gerais, 2022
Gabriel Moizés da Silva
Kethleyn Kathya de Oliveira
Luan Guilherme da Cruz Silva
Luca Henrique Tavares
Matheus Tavares de Bessa
Rafael Gonçalo Pereira Ribeiro

Vanguardas Europeias: Impressionismo

Divinópolis, Minas
Gerais, 2022
Eu pinto aquilo que eu
vejo, e não aquilo que
para os outros é
agradável ver.
-Olympia, Edouard
Manet, 1
Introdução 6

Introdução

O impressionismo foi um movimento artístico que se iniciou na segunda metade


do século 19 por Claude Monet e outros artistas parisienses. No entanto, a pintura ao ar
livre, uma das principais características do impressionismo, já havia sido introduzida no
Reino Unido por John Constable há quase meio século antes do início do movimento.
Ao invés de pintar dentro de um ambiente fechado, os impressionistas acharam
um modo de capturar os efeitos passageiros do ambiente trabalhando em frente aos
objetos que seriam retratados em sua obra ao ar livre (en plein air ). Isso resultou em uma
maior preocupação com a iluminação, com as cores e com a cena natural. As pinceladas
se tornaram rápidas e espaçadas a fim de realçar a iluminação da obra. As sombras
são representadas de modo luminoso e colorido, evitando a tonalidade preta. Os artistas
impressionistas buscavam retratar momentos cotidianos.
A primeira exibição foi realizada em Paris em 1874 e incluiu obras de Monet, Auguste
Renoir, Edgar Degas e Paul Cezanne. A exibição foi recebida com críticas negativas
particularmente a obra de Monet, “Impression, Sunrise”, obra que deu nome ao movimento,
impressionismo. Outras sete exibições foram realizadas até 1886.
Capítulo 1. Caracterização Geral 7

1 Caracterização Geral

1.0.1 Registro das tonalidades das cores que a luz do sol produz em determinados
momentos;

1.0.2 Figuras sem contornos nítidos;

1.0.3 Sombras luminosas e coloridas;

1.0.4 Misturas das tintas diretamente na tela, com pequenas pinceladas.

1.1 Características do Movimento

Desde a sua concepção, a pintura impressionista foi definida por um conjunto de


características que incluem:

• Contornos pouco nítidos;

• Sombras luminosas e repletas de cores;

• Fortes contrastes entre cor e luz determinados pela lei das cores complementares;

• Registro dos tons das cores de acordo com a luz solar;

• Pinceladas soltas;

• Valorização da iluminação natural;

• Misturas das tintas realizadas diretamente no quadro;

• Representação de temas do cotidiano;

• Composições inspiradas na fotografia.

Embora não se possa falar em uma escola homogênea ou em programa, é possível


localizar certos princípios comuns na pintura desses artistas: preferência pelo registro da
experiência contemporânea; observação da natureza com base em impressões pessoais e
sensações visuais imediatas; suspensão dos contornos e dos claro-escuros em prol de pinceladas
fragmentadas e justapostas; aproveitamento máximo da luminosidade e uso de cores
complementares, favorecidos pela pintura ao ar livre. Em relação ao trabalho com as cores pela
técnica da mistura ótica - cores que se formam na retina do observador e não pela mistura de
pigmentos -, cabe observar o diálogo que estabelecem com as teorias físicas da época, como as
de Chevreul, Helmholtz e Rood.
A renovação estilística empreendida pelo impressionismo encontra algumas de
suas matrizes nos trabalhos precursores de Joseph Mallord William Turner (1775-1851) e
Capítulo 1. Caracterização Geral 8

John Constable (1776-1837), sobre cujas paisagens luminosas Monet, Sisley e Pissarro se
debruçam em passagem pela Inglaterra em 1870. Na França são sobretudo Eugène
Delacroix (1798-1863), e suas pesquisas de cor e luz, os artistas da Escola de Barbizon e a
defesa da pintura ao ar livre, e as paisagens de Jean-Baptiste-Camille Corot (1796-1875)
e Gustave Courbet (1819-1877), partidários de novas formas de registro da natureza, as
principais referências para os jovens impressionistas. Isso sem esquecer o impacto causado
pelas estampas japonesas - suas soluções formais e colorido particulares - principalmente nos
trabalhos de Degas. Éduard Manet (1832-1883), por sua vez, de precursor do grupo passa
a seu integrante - embora nunca tenha exposto com eles -, sobretudo a partir de 1870,
quando se volta para a pintura em espaço aberto e aproxima-se mais diretamente de Monet,
na companhia de quem registra cenas de Argenteuil.
Se as paisagens e naturezas-mortas estão entre os temas preferidos dos pintores,
observa-se certa variação em seu repertório. Basta lembrar as figuras femininas de Renoir, as
dançarinas e as corridas de cavalos de Degas, os retratos e os interiores de Cézanne. De
qualquer modo, as eleições temáticas, ainda que variáveis, recusam os motivos históricos,
mitológicos e religiosos consagrados pela tradição acadêmica. Entre os paisagistas mais
fiéis ao movimento encontram-se Pissarro, único a participar de todas as exposições do
grupo, e Monet, comprometido com os pontos centrais da pauta impressionista até o
fim da vida. Mas se as paisagens de Monet privilegiam o movimento das águas e seus
reflexos, explorados em regatas, barcos e portos, as de Pissarro inscrevem-se nos motivos
camponeses trabalhados por Milliet, em que ocupam lugar central as terras cultivadas, as
aldeias e estradas que conduzem até elas. O impressionismo e a renovação estilística por
ele empreendida redirecionam a história da pintura ocidental, a partir de fins do século
XIX. Boa parte da produção pictórica desde então pode ser lida como uma série de
desdobramentos e reações ao movimento, seja nas manifestações mais imediatamente
ligadas a ele - por exemplo o neo-impressionismo de Georges Seurat (1859-1891) e o pós-
impressionismo de Cézanne, Vincent van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903) -,
seja nas vanguardas posteriores.
Capítulo 2. Tópicos 9

2 Tópicos

2.1. Expressões e Linguagem

O movimento impressionista se destaca principalmente nas pinturas, entretanto não se


resume somente a esse tipo de arte. O impressionismo também possui contribuições
significantes na literatura, música e fotografia.

2.2. Local e Período

O Impressionismo teve início na França durante o século XIX, com destaque na


pintura e na música. O nome desse movimento artístico surgiu a partir da obra
“Impressão: Nascer do Sol”, de um dos mais importantes pintores franceses da época,
Claude Monet.
Naquele período, essa obra foi muito criticada pelo pintor e escritor Louis Leroy, que
a descreveu como uma impressão mal feita ou mal acabada de uma paisagem. Ainda que
usado em tom pejorativo, o termo impressionismo foi utilizado por Monet e seus colegas por
perceberem as mudanças que estavam promovendo por meio da arte.

2.2.1 História e Período

Impressionismo é o termo usado para designar uma corrente pictórica que tem
origem na França, entre as décadas de 1860 e 1880, e constitui um momento inaugural da
arte moderna. A origem do nome remonta a um texto jornalístico que, inspirado na tela
Impressão, Sol Nascente, 1872, de Claude Monet (1840-1926), rotula de Exposição dos
Impressionistas a primeira apresentação pública dos novos artistas no estúdio do fotógrafo
Nadar (1820-1910), em 1874. A essa exposição seguem-se outras sete, nos anos de 1876,
1877, 1879, 1880, 1881, 1882 e 1886, que conhecem reações hostis por parte do público e da
crítica, com exceção de algumas leituras favoráveis, como as de Armand Silvestre, Duranty e
Duret, este autor do primeiro estudo analítico sobre a nova pintura, Os Pintores
Impressionistas, 1878. O grupo tem sua formação associada à Académie Suisse e ao ateliê
Gleyre, em Paris, e entre seus principais integrantes estão Monet, Pierre Auguste Renoir
(1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Frédéric Bazille (1841-1870), Camille Pissarro
(1831-1903), Paul Cézanne (1839-1906), Edgar Degas (1834-1917), Berthe Morisot (1841-
1895) e Armand Guillaumin (1841-1927).

2.3 Artistas

2.3.1 Principais artistas do Impressionismo

No grupo original dos pintores impressionistas estavam:


Capítulo 2. Tópicos 10

• Édouard Manet (1832-1883)

• Alfred Sisley (1839-1899)

• Camille Pissarro (1830-1903)

• Edgar Degas (1834-1917)

• Auguste Renoir (1841-1919)

• Claude Monet (1840-1926)

2.3.2 Mulheres Impressionistas

Apesar de terem pouco espaço na história da arte, podemos citar alguns nomes de
importantes pintoras Impressionistas, como:

• Berthe Morisot (1841-1895)

• Mary Cassatt (1844-1926)

• Eva Gonzalès (1849- 1883)

• Lilla Cabot Perry (1848-1933)

2.4 Pinturas

As características das obras impressionistas contém pinceladas soltas, cores vivas, a


representação de temas do cotidiano, contornos pouco nítidos e, a mais importante, a vaiorização
da luz do sol e seus diferentes refiexos nos objetos no decorrer do dia.
  Apesar da curta duração, esse movimento foi fundamental para a evolução da história da
arte por apresentar uma proposta vanguardista: a de romper com os padrões rígidos e formais das
correntes da época, com a  arte acadêmica. Assim, os artistas impressionistas retratavam a arte de
acordo com suas observações e impressões. 
Neste contexto, é importante destacar que esse processo não acontecia de modo ób-
vio. Isso porque os principais artistas impressionistas apresentavam uma visão diferenciada e
inovadora. Logo, pintavam um objeto do cotidiano com um olhar singular e criativo.
Outro diferencial da arte impressionista foi o fato de que, até então, os artistas
retratavam paisagens e outros cenários em estúdio. Desse modo, o impressionismo rompeu
com esse aspecto, já que seus artistas, na maioria das vezes, pintavam ao ar livre.
Embora o Impressionismo tenha sido inicialmente criticado, Iogo reuniu alguns
seguidores e levou a movimentos análogos na música e na literatura. Desse modo, evoluiu e
conquistou mais adeptos e, assim, se configurou como uma corrente que marcou a história
Capítulo 2. Tópicos 11

e influenciou outras expressões artísticas, como a arte moderna, o expressionismo abstrato e a arte


contemporânea.

No decorrer deste texto, você conhecerá duas das mais surpreendentes obras


impressionistas, assim como saberá quais foram os artistas impressionistas que as criaram.

2.4.1 “A AULA DE DANÇA” 1872 , DE EDGAR DEGAS

“A Aula de Dança” abra a lista de obras impressionistas ao apresentar características


desse movimento, como os contornos poucos nítidos de suas figuras e também pelo fato dessa
pintura ter como fonte de inspiração a fotografia.

Para isso, Edgar Degas, um dos principais artistas impressionistas da história, captou esse
cenário das bailarinas de modo único e talentoso.

Degas – A AULA DE DANÇA - VÍRUS


DA ARTE & CIA.

 2.4.2 “A PONTE EM
VILLENEUVE-LA-
GARENNE” 1872 , DE
ALFRED SISLEY 

“A Ponte em ViIIeneuve-la-Garenne” é
uma das principais obras
impressionistas e, também,
uma das mais emblemáticas da
vida de Alfred Sisley.

Representando uma paisagem


ao longo do Rio Sena, o artista foi
sublime ao apresentar uma perspectiva de elevada qualidade técnica. Além disso, fez um
excelente uso das cores luminosas, que representam os efeitos da luz do sol sobre o rio.
Capítulo 2. Tópicos 12

Figura 2 – Arteeblog: Análise da pintura de Alfred Sisley - The Bridge at


Villeneuve-la -Garenne

Arteeblog: Análise da pintura de Alfred Sisley - The Bridge at


Villeneuve-la -Garenne

2.5 Impressionismo no Brasil

2.5.1 Quando e como começou

O Impressionismo foi primeiramente disseminado pelo Brasil no ano de 1884, pelo


pintor bávaro (Gentílico da Baviera, estado alemão) Georg Grimm, que nasceu na Alemanha
no ano de 1846, estudando na Academia de Belas Artes de Munique, no período entre 1868 e
1870. Após uma série de viagens pela Europa e África, chega ao Brasil em 1878, onde
estudou e pintou plantações de café e paisagens do interior de Minas e do Rio. Em 1882,
obtêm sucesso na primeira exposição pública realizada pela Academia Imperial das Belas
Artes, onde suas mais de 100 obras lhe garantem um ofício como professor na escola.
Grimm, ao ingressar na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, passou
a lecionar os princípios impressionistas, levando seus alunos para pintarem ao ar livre, se
distanciando dos ateliês e, consequentemente, do método acadêmico tradicional. Esse
afastamento acarretou problemas semelhantes aos dos impressionistas franceses, com a
negligência da AIBA, que retirou o cargo de Grimm dentro da academia. Entretanto, Grimm
Capítulo 2. Tópicos 13

já havia conquistado seguidores através do método impressionista, o que os levaram a sair junto
de seu mentor, para darem continuidade ao seu próprio estilo de forma independente. Dentre os
seguidores, estavam importantes figuras impressionistas brasileiras, como os pintores França
Júnior, Francisco Ribeiro, Antônio Parreiras, Garcia y Vásquez, Giovanni Castagneto e Hipólito
Boaventura Carón, onde esses compunham o Grupo Grimm, grupo que se mudou para o Niterói,
começando um importante período de representações topográficas artísticas na praia de Boa
Viagem.

Nos anos entre 1890 e 1900, artistas brasileiros como Eliseu Visconti, Georgina, Lucílio de
Albuquerque e os irmão Arthur e João Timóteo, viajam até a França, por meio de bolsas, onde
presenciam o reconhecimento da população pelo impressionismo, movimento que lhes
influenciam de forma decisiva, fazendo com que desenvolvam seu estilo baseado nos princípios
dessa tendência ao voltarem ao Brasil.

2.5.2  Artistas Brasileiros 

 Antônio Parreiras: Nascido em 1860, no Rio de Janeiro na cidade Niterói, inicia seus
estudos artísticos na Academia Imperial de Belas Artes em 1883, onde estuda com Georg
Grimm na disciplina de paisagens, animais e flores até 1884, quando discorda dos
métodos de ensino impostos pela AIBA, partindo para sua terra natal junto do Grupo
Grimm.
 França Júnior: França nasce em 1838, na cidade do Rio de Janeiro. Consagrado não só
como artista, mas também como advogado, político, jornalista e dramaturgo, se forma em
um curso de pintura em 1880, dirigido pelo artista alemão Breno Treidler. Passa a estudar
na AIBA no período compreendido entre 1882 e 1884, onde conhece Georg Grimm e se
junta ao Grupo Grimm.
  Eliseu Visconti: Visconti, artista ítalo-brasileiro, nasce em Salerno, Itália, em 1866.
Chega ao Brasil junto de sua irmã, em 1873, devido a influência da baronesa brasileira
Francisca de Souza Monteiro de Barros, passando a morar em Guararema, São Paulo. Em
1882, visita o Rio de Janeiro, onde passa um período de sua vida estudando arte no Liceu
de Arte e Ofícios, ingressando também na AIBA no ano seguinte, permanecendo em
ambas as instituições, até 1890, quando passa a fazer parte do movimento ateliê livre, se
afastando da AIBA. Volta a frequentar a recém abandonada instituição quando esta se
altera com a proclamação da república, ganhando em 1892 a primeira bolsa de viagem
estrangeira da ENBA (Escola Nacional Brasileira de Belas Artes), indo morar em Paris até
1900.
Capítulo 2. Tópicos 14

2.6 Música

Na música, o impressionismo,apresenta uma ampla gama de possibilidades sonoras


inovadoras. O estilo tinha como principal objetivo evocar sentimentos, estados de espírito
e impressões através da harmonia e cores totais.
Surgiu como oposição à música romântica e explorava o recurso da dissonância e escalas
hexafônicas, além de composições mais curtas.
Podemos citar como compositores impressionistas os franceses:

 Claude Debussy (1862-1918)


 Maurice Ravel (1875-1937)

2.7 Literatura

A valorização das emoções é a característica principal da literatura no impressio-


nismo. A literatura impressionista tem o foco na descrição e aspectos psicológicos das
personagens.
A denominação “Impressionismo”, já corrente na pintura e na música, passou a ser
aplicada à literatura a partir dos irmãos Edmond e lules de Goncourt, para designar a
“escrita artística” uma linguagem vibrátil, com os diálogos e descrições convertidos em
“estenografias ardentes”, procurando grafar a aparência vivida da realidade humana, com
exatidão e esmero científico, mas voltados para a pintura refinada das impressões subjetivas,
dos estados d’alma das personagens.
O romance psicológico de tipo moderno, ou seja, de estrutura não-linear, em que a
história é narrada do ponto de vista do herói-autor, ou do ponto de vista plurifocal, a
partir da perspectiva de várias personagens, surge no bojo do Impressionismo, com Henry
James (Os Embaixadores – 1903); Joseph Conrad (LordJim- 1900); ítalo Svevo (A
Consciência do Zeno – 1923) e Marcel Proust (Em Busca do Tempo Perdido 1913-1927).
Algumas obras literárias do impressionismo que se destacam são obras do autor
francês Marcel Proust (1871-1922) como:

• Os prazeres do dia – 1896

• Em busca do tempo perdido – 1913 a 1927

• No caminho de Swann

• À sombra das raparigas em flor

• A prisioneira.

• A fugitiva

• O tempo redescoberto

• Paródias e miscelâneas
• Crônicas – 1927

• Jean Santeuil (obra póstuma de 1952)

• Contra Sainte-Beuve (ensaio, obra póstuma de 1954).


Capítulo 2. Tópicos 15

 As principais características das obras de Marcel Proust eram:

 Presença do tema da homossexualidade em muitas de suas obras.


 Se destacou, principalmente, na escrita de romances. O tema do amor é muito trabalhado
por Proust.
 Transportou para suas obras muitas situações de sua própria vida.
 Estilo literário marcado por originalidade. Presença de rapidez, preciso, forte e cheio de
simbolismos.

2.8 Fotografia

A fotografia começou a se relacionar com o impressionismo na origem do movimento francês.


Segundo Eugène Boudin, o Impressionismo é “um movimento que leva a pintura ao estudo da luz
plena, do ar livre e da sinceridade na reprodução dos efeitos do céu”, daí a proximidade com a
fotografia.

 Alguns pintores Impressionistas se inspiraram na recém-criação do momento: a fotografia.


Utilizaram as primeiras imagens fotográficas como estudos para pinturas, com novos ângulos,
agora oblíquos, e a capacidade de decompor o movimento, agora retratado mais fielmente. Alguns
desses pintores também foram fotógrafos, como por exemplo Edgar Degas, que fotografava
bailarinas para estudar seus movimentos. Assim, tornou-se possível pintar sem que o modelo
tivesse de estar presente o tempo todo.

  A fotografia não inspirou os impressionistas simplesmente como fonte iconográfica. Os pintores


impressionistas encontraram também nela uma inspiração técnica sobre a manipulação da luz e a
representação de um espaço assimétrico e interrompido, o que se pode apreciar na exploração da
espontaneidade e da ambiguidade visual.

Muitos dos quadros expostos revelam como os pintores utilizavam figuras em plano
cinematográfico, ou cenas incompletas que ajudam a transmitir uma sensação de que o quadro se
estende para além dos limites da própria tela, sendo estes recursos muito utilizados na fotografia.

 Por sua vez, os fotógrafos começaram a revelar alguma preocupação pela materialidade das suas
imagens, e a procurar novas fórmulas para fotografar com um efeito mais pictórico, encontrando
no impressionismo a sua fonte de inspiração.

  Décadas e mais décadas passaram-se depois do advento da fotografia e, o conceito de arte


mudou, reconhece-se a diversidade artística, sendo a fotografia uma delas, assim, o fotografo
também é um artista; o que outrora, foi considerado trabalho de má qualidade, como a pintura dos
impressionistas, hoje é muito bem visto no mundo acadêmico das Belas Artes, e incentivado nas
grandes escolas de arte contemporânea.
Capítulo 2. Tópicos 16

2.9 Pós-impressionismo

2.9.1 Início e fim do movimento

O Impressionismo foi um movimento revolucionário, que causou grande


turbulência na França no século XIX, com seus ideais contrários aos padrões acadêmicos.
O fim desse movimento é datado em 1886, após sua última exposição, seguida com o
distan- ciamento dos pintores. O Impressionismo pode ter chegado ao fim, porém, suas
ideias ainda geraram frutos após sua dissolução: Artistas se inspiraram no espírito
Impressionista para dar começo a uma nova tendência, o Pós-Impressionismo, recebendo
esse título em 1910 na exposição de arte da Grafton Galleries, onde o crítico Roger Eliot
Fry avaliou quadros dos artistas que desde então são chamados de “Pós-Impressionistas”.
O término do pós-impressionismo é datado no começo do século XX, com o advento das
vanguardas europeias, que emergiram das ideias do movimento antecessor.

2.9.2 Diferenças em relação ao impressionismo

Apesar de beber no Impressionismo, o novo período artístico apresentava diferenças


claras: Enquanto seu antecessor se preocupava em retratar de forma realista o exato
momento em que o pintor observava a paisagem do cotidiano, utilizando metodicamente
cores aproximadas do real, com brilho inspirado na luz do instante observado, os artistas
Pós-Impressionistas se dedicaram na representação das emoções passadas pelo momento,
utilizando de cores mais saturadas, um brilho inspirado no sentimento por trás da pintura,
possuindo uma liberdade maior ao enquadrar a mesma vista.

2.9.3 Artistas

Os artistas Impressionistas eram bastante próximos, se reunindo frequentemente


para debater e organizar exposições, porém, os pós-impressionistas vinham de diferentes
estilos artísticos, sendo apenas “conhecidos” um pelo outro, com pouca ligação entre si,
podemos notar isso ao observar os quadros deste movimento, podemos notar isso ao
observar os quadros deste movimento, onde estes não possuem um padrão. Essa grande
variedade de estilos foi um dos motivos dos artistas novamente ficarem de fora do meio
acadêmico, sendo criticados e expulsos de exposições oficiais, sendo obrigados a
formarem as suas próprias, semelhante as dificuldades do movimento anterior.
O Pós-Impressionismo possui como principais referências, artistas como Paul Ce-
zánne, Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. Irei contar um pouco sobre cada um:

• Paul Cezánne (1839-1906): Considerado o pai da arte da moderna, Paul nasce na


Capítulo 2. Tópicos 17

França em 1889, na região de Provença ao sul do país. Teve um relacionamento


conturbado com o pai, que insistia que o filho se tornasse advogado, porém esse sonhava
em ser artista. Após ser incentivado por um amigo, se mudou para a França onde
conheceu Cecille Pisarro, considerado por Paul quase como um pai, que o influenciou em
sua entrada no movimento impressionista. Com o tempo, Paul começou a se afastar do
impressionismo com a ideia de que este era apenas um momento artístico, e que sua arte
deveria ser duradoura, como as “artes de museu”, daí passou a focar em pintar paisagens
estáticas com uma forte noção geométrica, paisagens com o tema “natureza morta” ou
representações da Montanha Santa Vitória, que ficava próxima à região em que viveu a
maior parte de sua vida. Paul, após ser pego de surpresa por uma forte tempestade durante
uma de suas caminhadas a montanha em busca de inspiração, desenvolvendo uma
hipotermia, o que culminou em sua morte na manhã do dia seguinte. O estilo de Paul, com
especial atenção na geometria viria a influenciar o advento do Cubismo, nas Vanguardas
Europeias.

 Paul Gauguin (1848-1903): Nascido na França, Gauguin é considerado o mais


desajustado e problemático artista pós-impressionista, vivendo uma vida cheia de autos e
baixos. Perdeu pai e mãe quando jovem, encontrando-se sozinho no mundo. Possuiu como
mentor Gustave Arosa, quem lhe ensinou a amar a arte. Em 1873, casado com Mette
Sophia, na França, Gauguin começa a pintar como hobby quando estava desocupado. Foi
nessa época que conheceu Cecille Pisarro, quem o instruiu e o introduziu no movimento
Impressionista, fazendo sua primeira exposição com o grupo na quinta exposição
impressionista. Passa um importante período de sua vida na Bretanha, para onde se mudou
em 1876. Teve uma curta passagem em Martinica, ilha francesa no qual Gauguin teve
muito contato com a natureza, passando a imbuir a cor de seus quadros em sentidos,
utilizando cores e formas que se afastavam da representação realista da paisagem, o
distanciando do impressionismo. Ao voltar a Paris, conheceu o ilustre pintor Vincent Van
Gogh, por meio de seu irmão Theo Van Gogh, quem vendia os quadros de Gauguin.
Depois de outra curta estadia na Bretanha, Gauguin se muda para Arles, após muita
insistência de van Gogh, onde passou um período turbulento, culminando em van Gogh
retirando parte de sua orelha. Em 1891, o artista se muda para o Taiti, onde se encontra
como artista desenvolvendo sua forma “primitiva”, mais ligada ao natural, de representar
as paisagens. Após dificuldades financeiras, volta para a França para vender seus quadros,
onde foi negligenciado, fazendo com que ele se afastasse de vez da civilização, passando
assim o resto de sua vida no Taiti.
 Vincent Van Gogh (1853-1890): Van Gogh, hoje um dos artistas mais célebres da
história, foi negligenciado em sua época. Nascido na Holanda, Van Gogh abandonou
Capítulo 2. Tópicos 18

a escola cedo e tentou seguir o exemplo do pai na carreira de padre, mas após falhar, resolveu
investir na arte, cujo havia afinidade desde pequeno, sendo incentivado pela mãe. Seu irmão,
Theo, foi também seu melhor amigo, o acompanhando a vida inteira. Van Gogh sempre foi
associado a uma personalidade volátil, o que o prejudicou durante sua vida social, passando
bastante tempo afastado, tendo como contato apenas o irmão, através de correspondências que
logo viriam a ser uma das principais fontes históricas para se conhecer o artista. Após um
romance fracassado com uma prostituta, Van Gogh retorna para o interior da Holanda, para
morar com sua família, voltando seus olhos para a vida dos trabalhadores do campo, o que
inspirou sua primeira obra a ganhar destaque em 1885, “Os comedores de batata”, onde o pintor
resolve representar a dura vida dos camponeses como ela é, sem as falsas aparências das
representações dos pintores clássicos. Após a morte do pai em 1886, Van Gogh se mudou para
Paris, onde morou com o irmão, que vendia quadros impressionistas, o que atraiu a atenção de
Van Gogh, o aproximando do movimento, o que alterou o modo de pintar do artista, que passou
a ser mais fiel a realidade ao pintar paisagens. Seu irmão foi ponte para que Van Gogh
conhecesse líderes impressionistas como Claude Monet e Cecille Pisarro, conhecendo também
Paul Gauguin, formando a amizade dos dois que passou por períodos turbulentos. Porém, o
pintor começou a se sentir mal em Paris, com um ambiente estressante e com pouco espaço para
sua arte expressiva, o que o levou a mudar para o campo no sul da França, onde pintou inúmeros
quadros de encher os olhos. Em 1888, Van Gogh se muda para Arles, local que lhe chamou
muita atenção, devido as características do lugar. Em 1889, no final da estadia de Gauguin em
Arles, após o confronto dos dois, Van Gogh foi parar no hospital e sua saúde mental
desmoronou, até que foi confinado do hospital psiquiátrico Saint-Paul-de-Mausole, onde
trabalhou incansavelmente, criando ali, uma de suas mais ilustres obras, a “Noite Estrelada”.
Após isso, Van Gogh mudou se para a casa de um amigo de Theo, perto de Paris, onde Van
Gogh pintou sua última grande obra, “O campo de trigo com corvos”, duas semanas antes de
cometer suicídio em 1890.
Capítulo 3. Conclusão 19

3. Conclusão

Mediante aos fatos aqui apresentados, podemos perceber que o movimento impressionista, foi de
extrema importância para a consolidação da arte. Pintores como Manet e Monet, ligados a este
movimento marcaram seus nomes na história, a partir de seus quadros e representações. A famosa
luz citada então pelos impressionistas pôde enfim ganhar destaque, mudando a concepção da arte.
Capítulo 4. Referências Bibliográficas 20

4 Referências Bibliográficas

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Lopes A. Impressionismo, Educa + Brasil. Acesso em:24 de abril de 2022.


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ZANCHETTA, Luciene. Impressionismo: 230 anos de luz. Ciência e Cultura, v. 56, n.

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