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1º Mistério: A oração
Venha, ó alma, iniciar este Tempo da
Quaresma, aos pés do teu Senhor. O
que podes aprender no Horto com o
teu Senhor? Vede que Ele padece, ago-
niza, sua sangue. Ele não sofre por Si
mesmo, mas pelos pecados da humani-
dade, pelos teus pecados... Vede o Anjo
que Lhe traz o cálice do fortalecimento.
Este cálice não é para livrá-Lo de Suas
penas e angústias, dos futuros sofri-
mentos que O aguardam, mas é o cálice
da aceitação da vontade de Deus, e só
através da oração que se alcança a
graça de receber este cálice!
A Quaresma não é um tempo atípico de
se fazer coisas extras que não se fazem
em outros tempos, mas o tempo para
intensificar aquilo que já se faz, ou re-
começar naquilo que se propôs fazer,
mas não foi fiel, com uma única finali-
dade: a tua conversão... e estar digno
de encontrar o teu Senhor, vencedor do
pecado e da morte!
A oração é indispensável para a vida
(saúde) da alma, pois a oração é sem-
pre um encontro... entre a alma e Deus.
E é através desse encontro com Deus
(ou seja, pela oração) que se alcança a
força necessária para: lutar contra a
tentação e os pecados; para compreen-
der a vontade de Deus; e para cumprir
esta vontade. “Por que dormis? Levan-
tai-vos, e orai, para não cairdes em ten-
tação” (cf. Lc 22,46).
2º Mistério: O jejum e a abstinência
Venha, ó alma, iniciar este Tempo da
Quaresma aos pés do teu Senhor. Por
que dormis? Vejo que não são somente
teus olhos estão pesados de sono, mas
também todo o teu corpo está pesado...
pela busca do prazer, do conforto, da
boa vida e boa mesa... Não vês que tu-
do isso te conduz à acídia (a preguiça
espiritual), que por sua vez te faz fraco
para lutar contra o inimigo de tua alma?
Lembra-te do que o teu Senhor te ensi-
nou: “Este demônio só se pode expulsar
à força de oração e de jejum" (cf. Mt 17,20).
É que o jejum é o complemento da ora-
ção. Deixa-te governar pelo Espírito de
Deus e não pelo espírito do mundo e da
carne... Só conseguirás lutar contra as
coisas ilícitas que te tentam como um
flagelo, se souberes abster-se das coi-
sas lícitas. A força do jejum e da absti-
nência unidos à oração te dará forças
para lutar contra tua vontade rebelde...
e ainda te fará solícito com o teu irmão
necessitado, quando sentires em algu-
mas horas, o que teu irmão pobre sente
todos os dias.
3º Mistério: A esmola
Venha, ó alma, iniciar este Tempo da
Quaresma aos pés do teu Senhor, e
aprender: “Boa coisa é a oração acom-
panhada de jejum, e a esmola é preferí-
vel aos tesouros escondidos, porque a
esmola livra da morte: ela apaga os pe-
cados e faz encontrar a misericórdia e
a vida eterna” (Tob 12,8-9). Ouviste o que
foi dito aos antigos? A esmola apaga os
pecados! E por quê? Porque ela desa-
pega e purifica o teu coração de bens
ilusórios, e ainda te torna apto para al-
cançar a misericórdia e a posse dos
bens eternos! É que “onde está o teu te-
souro, lá está o teu coração!” (cf. Mt 6,21).
Além disso, o teu coração precisa estar
puro e livre para abrigar o teu Senhor.
Assim, o que Ele te pede é somente que
“dês de esmola do que possuís, para
que todas as coisas vos sejam limpas”
(cf. Lc 11,41). Desapega-te daquilo que te
prende, mas faça-o com verdadeira ca-
ridade. Não é o que sobra e o que está
estragado que deves doar, mas o que é
ainda é bom. “Em verdade te digo: o
que deres a um dos teus irmãos mais
pequenino, foi a teu Senhor que destes”
(cf. Mt 25,40). E mais... faça-o com verda-
deira discrição, “não toques a trombeta
diante de ti, como fazem os hipócritas...
para serem louvados pelos outros... as-
sim, já receberás tua recompensa...
mas que tua mão esquerda não saiba o
que faz a direita... e teu Pai, que vê o
escondido, recompensar-te-á” (cf. Mt 6,2-4).
4º Mistério: Sacrifício e Penitência
Venha, ó alma, iniciar este Tempo da
Quaresma aos pés do teu Senhor, e ou-
ve o convite que Ele te faz: “Se alguém
quiser vir coMigo, renuncie-se a si
mesmo, tome sua cruz e siga-Me” (cf. Mt
16,24), e mais ainda: “Fazei penitência
porque está próximo o Reino dos céus”
(cf. Mt 3,2). Lembra-te de que Ele mesmo
não poupou a Si mesmo, mas “carregou
os teus pecados em Seu Corpo... foi por
Suas Chagas que fostes curados”. (cf. I
Cor 2,24). “Não sabeis que vossos corpos
são membros de Cristo? Tomarei, então,
os membros de Cristo e os farei mem-
bros de uma prostituta? De modo al-
gum!” (ICor 6,15). Sabes que a maior pe-
nitência foi o Sacrifício do teu Senhor...
mas deves imitá-Lo, não porque o sacri-
fício d’Ele não foi suficiente, mas por-
que tu és fraco, e também se te entre-
gas ao pecado, crucifica-O novamente.
Lembra-te do que disse São Paulo:
“Castigo o meu corpo e o mantenho em
servidão, de medo de vir eu mesmo a
ser excluído depois de ter pregado aos
outros.” (I Cor 9,27). E não te esqueças de
que tua carne sempre te aliciará para o
mal, é preciso que ela esteja sob as ré-
deas da mortificação, “pois os que são
de Jesus Cristo crucificaram a carne,
com as paixões e concupiscências” (Gal
5,24). Assim, como o profeta, “volta-te
para o Senhor com orações de súplica,
com jejuns, com o cilício e com a cinza.”
(cf. Dan 9,3).
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