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14 Líderes Espirituais Judeus Que Foram Presos


Por Yehuda Shurpin

No decorrer da nossa longa história, muitos líderes


judeus foram aprisionados, torturados e/ou
condenados à morte. Fazer uma lista até mesmo
de uma porção de nomes seria uma tarefa
impossível. Assim, essa reduzida lista destaca
somente alguns dos incidentes mais famosos.

1 – Avraham
Como o primeiro a sair e ensinar às massas a nova
concepção do monoteísmo, Avraham também tem
a distinção de ser o primeiro a ser preso por acreditar e espalhar essa ideia. Enquanto muitos estão
familiarizados com a história de Avraham sendo atirado na fornalha em Ur Kasdim, o Talmud1 relata que
Avraham na verdade ficou preso por 10 anos antes daquele incidente. Em última análise, após esse
incidente, Avraham aumentou ainda mais sua divulgação do conhecimento de D'us aonde quer que fosse.

Leia: Avraham realmente inventou o monoteísmo?

2 – Yossef
Após ser vendido por seus irmãos, Yossef tornou-se o supervisor da família de Potifar, que era um membro
da corte do Faraó. A esposa de Potifar tentou seduzir Yossef, e quando ele recusou seus avanços, ela o
incriminou e ele foi jogado na prisão. Ao interpretar corretamente os sonhos do faraó, ele foi libertado e
nomeado vice-rei do Egito.

Leia: A História de Yossef na Torá

3 – Moshê
O Targum, antiga tradução aramaica da Torá, relata que quando Yitro primeiro soube que Moshê tinha
fugido do Egito, ele o atirou num poço, onde ele ficou preso durante 10 anos. Tzipora, filha de Yitro e futura
esposa de Moshê, secretamente lhe levava comida durante seu aprisionamento. Ao ser libertado, ele viu o
bastão com o qual ele iria realizar milagres. O bastão estava cravado no solo, e ninguém além de Moshê
foi capaz de recuperá-lo. Quando ele o fez, Yitro deu a ele sua filha Tzipora como esposa.2

Leia: As Origens do Nome de Moshê

4 – Rei Yechoniyahu

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Onze anos após a destruição do Primeiro Templo Sagrado, o Rei Yechoniyahu (também mencionado como
Yechoiachin ou Choniá) sucedeu seu pai, Yechoiyakim, como rei de Yehuda. Apenas três meses depois, o
Rei Nevuchadnetsar da Babilônia fez um cerco a Jerusalém e o Rei Yechoniyahu se rendeu.
Nevuchadnetsar saqueou Jerusalém, levou o Rei Yechoniyahu como um prisioneiro, e instalou o tio
Yechoniá de Zedekiá como rei. Por fim, no 37º ano da prisão de Yechoniá, Evil-Merodach subiu ao trono da
Babilônia e libertou Yechoniá da prisão.

Este ato renovou a esperança aos judeus exilados que, por fim, a casa real de David iria novamente erguer
das cinzas. Na verdade, esta é a origem da posição semi-real do “exilarch” (cabeça do exílio”), reish galuta.

5 – Yirmiyahu
Yirmiyahu foi um profeta que viveu nos primeiros anos do Primeiro Templo Sagrado. Pelo “crime” de
profetizar sobre a iminente destruição de Jerusalém, o Rei Tzidkiau, (também conhecido como Tzidkiyahu)
teve Yirmiyahu aprisionado. A prisão de Yirmiyahu durou dois anos e meio, até que Jerusalém foi
conquistada e ele foi libertado pelos babilônios.3

O Rei Tzidkiyahu, no entanto, foi capturado por Nevuchadnetsar quando tentou escapar junto com alguns
dos seus seguidores. Ele foi então levado a Riblá, onde teve de testemunhar a execução do seu filho e
então teve seus próprios olhos arrancados. Foi então levado como preso para a Babilônia, onde morreu
como prisioneiro.

6 – Rabi Akiva
Após a destruição do Segundo Templo Sagrado, os romanos decretaram que os judeus não tinham
permissão de ensinar Torá. Apesar do seu decreto, Rabi Akiva, o sábio líder na época, continuou a ensinar
Torá. Ele foi preso pelos seus “crimes” ,as continuou a ensinar, observar meticulosamente as mitsvot, e até
tomar muitas decisões haláchicas enquanto na prisão. Por fim foi barbaramente executado. Graças à sua
perseverança, as tradições da Torá voltaram ao Sinai onde foram preservadas até hoje.

7 – Rabeinu Guershon
Numa ocasião de sua vida, Rabeinu Gershon (960-1040), Meor Hagolá (“Luz do Exílio”), o primeiro grande
sábio e líder do Judaísmo Askenazita, estava em Constantinopla. Como sua esposa era incapaz de lhe dar
filhos, ele arrumou uma segunda esposa. No decorrer dos eventos, foi julgado e aprisionado por roubar do
tesouro real, parcialmente devido às ações de sua segunda esposa. Ele conseguiu escapar com a ajuda da
sua primeira esposa e mudou-se para Maintz. Ele é famoso por criar muitas proibições religiosas
(cheiramim). Talvez a mais famosa delas todas seja sua proibição contra a poligamia.

8 - Rabino Meir de Rothenburgh


Rabi Meir (Maharam) de Rothenberg (1215-1293) foi capturado e aprisionado pelo Rei Rudolph da Áustria
quando ele e muitos outros judeus tentaram fugir da Alemanha para escapar da crescente opressão dos
judeus. Embora a comunidade estivesse pronta a pagar a exorbitante quantia de dinheiro exigida deles
para libertar seu amado líder, Rabi Meir citou a halachá de que é proibido redimir um cativo por mais do
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que seu valor, para não encorajar mais a captura de judeus. Ele faleceu na prisão sete anos depois. Seu
corpo não foi entregue para enterro até 14 anos depois, quando um pesado resgate foi pago por um judeu
generoso, Alexander Suskind Wimpfen de Frankfurt.

Na prisão, ele era provido com implementos de escrita e eram permitidas visitas de seus alunos. Ele
conseguia escrever e transmitir milhares de regras haláchicas bem como um Rolo de Torá.

9 – Rabino Yom-Tov Lip,an Heller


Rabino Gershon Shaul Yom-Tov Lipman Heller (1579-1654), mais conhecido como o Tosefet Yom Tov [elo
seu clássico comentário sobre a Mishná por aquele nome, foi preso no verão de 1629 por ordem da corte
imperial do Imperador Romano Ferdinando II. Ele foi acusado de insultar o cristianismo e aprisionado em
Viena. Foi condenado à morte. Porém, após muita intervenção ele foi liberado (com uma enorme multa).
Em 1631, ele deixou Praga (onde tinha atuado como rabino na época da sua prisão) e passou a segunda
parte de sua vida na comunidade polonesa-lituana.

Rabino Heller ensinava que o primeiro dia do mês de Adar fosse celebrado pelos seus descendentes em
comemoração de sua prisão e da sua libertação. Nesse dia, muitos descendentes seus celebram o dia e e
leem a história de seu aprisionamento da Meguilat Eivá (“Rolo de Hostilidade”), que ele escreveu.

10 – Rabino Schneur Zalman de Liadi


Rabino Schneur Zalman de Liadi, o primeiro Rebe Chabad (1745-1812), também conhecido como o Rebe
Anterior, era o líder do movimento chassídico na Lituânia e na Rússia Branca, que era também o baluarte
dos oponentes do movimento chassídico. Assim, ele atraía muita ira e inveja. Em 1798, foi preso pelo
governo czarista e acusado de traição, baseado em acusações falsas feitas pelos seus oponentes. As
acusações incluíam tentativa de se tornar rei sobre os judeus, bem como enviar fundos à comunidade
chassídica na Terra Santa, então governada pelos turcos, inimigos da Rússia.

Por fim, a falácia das acusações veio à tona, e ele foi libertado da prisão 53 dias depois, em 19 de Kislev,
que é celebrado anualmente como o “Novo Ano do Chassidismo”.

Os mestres chassídicos explicam que como uma azeitona, que somente libera seu óleo quando é
esmagada, o Alter Rebe somente partilhou seus ensinamentos mais profundos depois que foi preso e
libertado.4

11 – Rabi Dovber Schneuri de Chabad


Rabi Dovber Schneuri (1773-1827) foi o segundo Rebe e filho de rabi Schneur Zalman de Liadi. No outono
de 5587 (1826), ele foi preso e instruído a aparecer em Vitebsk, a capital da província, sobre acusações de
que estava planejando uma rebelião contra o governo russo. Ele foi informado oficialmente que estava
exonerado de toda suspeita e libertado em 10 de Kislev, uma data que desde então tem sido uma festa
entre os chassidim.

12 – Rabino Yisroel Friedman de Ruzhin


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Após ser falsamente acusado de assassinato, Rabino Yisroel Friedman (1796-1850), o Rebe Ruzhiner,
bisneto do Maguid de Mezeritch, foi preso pelo Czar Nicholas da Rússia por dois anos. Quando foi
libertado temporariamente em Shushan Purim, 1840, ele conseguiu escapar e por fim se instalou na cidade
de Sadigura, Áustria, onde continuou na liderança até sua morte em 1851. Ele foi o patriarca de várias
dinastias chassídicas.

13 – Rabino Yitzchak Meir, Primeiro Rebe de Guer


Rabino Yitzchak Meir Rotenberg-Alter (1799-1866) foi o primeiro Rebe da dinastia chassídica de Guer,
conhecido pelo nome de seu comentário sobre o Talmud, o Chidushei Harim. À medida que os proponentes
da assimilação se espalhavam pela Polônia, ganhando poder e influência, eles tiveram sucesso em
influenciar o governo para emitir um decreto contra o modo único de vestes judaicas daquela época. A ideia
era forçar os judeus a se assimilar com os não-judeus. No ano de 1851, sabendo que Rabi Yitzchak
permanecia firme contra o decreto, o governador russo, Fuerst Poskiwitz, o prendeu e tentou levá-lo a
aprovar publicamente o decreto. Porém, Rabi Yitzchak Meir se recusou. Ele decidiu (um tanto
controversamente como muitos, incluindo o Tzemach Tzedek de Lubavitch5 e Rabi Menachem Mendel de
Kotzk, discordou) que, embora esse decreto parecesse ser simplesmente sobre modos de vestir, era
essencialmente um decreto visando afastar o Judaísmo, portanto, não poderia haver acordo e a pessoa
deveria estar preparada até mesmo para dar sua vida por isso.

Quando as notícias sobre a sua prisão se espalharam, muitos não-judeus também condenaram o ato
brutal. Isso alarmou os oficiais do governo, que estavam temerosos de que os pólos nacionalistas usassem
isso como uma desculpa para aumentar o apoio judaico para as suas atividades revolucionárias. Portanto
eles foram forçados a libertá-lo. Ele então voltou à sua liderança, mas saiu de Varsóvia e mudou seu nome
de Rotenberg para Alter

14 – Rabino Yosef Yitzchak Schneersohn o sexto Rebe de Chabad


Em 1927, Rabino Yossef Yitzchak Schneersohn (1880-1950) foi preso e acusado de atividades contra-
revolucionárias e condenado à morte. Seu “crime” foi estabelecer e fundar uma rede para fortalecer o
Judaísmo na Rússia Comunista. Por fim, sua sentença foi mudada e ele foi condenado a passar três anos
de exílio no Cazaquistão. Porém, devido à enorme pressão internacional, isso também foi comutado e ele
foi libertado no dia 12-13 do mês de Tamuz. O aniversário de sua milagrosa libertação da prisão é
celebrado pelos chassidim até o dia de hoje como uma data festiva.

NOTAS

1. Talmud Bava Batra 91a. 4. Torat Shalom pág. 26.


2. Targum Jonathan sobre Shemot 2:21. 5. Veja por exemplo sua responsa, Yorê Deiá, 90.
3. Yermyiahu 37-38

Por Yehuda Shurpin

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Famoso erudito e pesquisador, Rabi Yehuda Shurpin atua como editor de conteúdo em Chabad.org, e escreve a
popular coluna semanal Pergunte ao Rabino. Rabi Shurpin é o rabino do Chabad Shul em St. Louis Park, Ninn., onde
reside com sua esposa, Ester, e seus filhos.

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