Você está na página 1de 3

A IDADE HERÓICA

Por: Vitória Aguiar


Durante a segunda metade do quinto século antes de Cristo, circularam relatos persistentes e
consistentes acerca de vários matemáticos que estavam intensamente preocupados com
problemas que formaram a base da maior parte dos desenvolvimentos posteriores na
geometria. Por isso chamaremos esse período de “Idade Heróica da Matemática”, uma vez
que raramente, antes ou depois, homens com tão poucos recursos se dedicaram a problemas
de tal significado matemático.
É neste momento em que a atividade matemática já não se fixava mais em duas regiões, mas
sim ao longo de todo Mediterrâneo.
A ciência grega tinha raízes numa curiosidade altamente intelectual que é frequentemente
contrastada com o utilitarismo imediatista do pensamento pré-helênico. Anaxágoras
claramente representava o motivo grego típico – o desejo de saber.
ANAXÁGORAS DE CLAZOMENE
Anaxágoras era primariamente um filosofo da natureza mais do que um matemático, mas sua
mente inquiridora levou-o a tomar parte na investigação de questões matemáticas.
Foi preso em Atenas por impiedade, ao assegurar que o Sol não era uma divindade, mas uma
grande pedra incandescente, grande como todo Peloponeso e que a Lua era uma terra
habitada que emprestava do Sol a sua luz.
Tem-se que o principal legado matemático da Idade Heróica pode ser condensado em seis
problemas: quadradura do ângulo, razão de grandezas incomensuráveis, paradoxos do
movimento e validade dos métodos infinitesimais.
Neste período, vemos um tipo diferente de matemática dos egípcios e babilônios (referência
para muitos matemáticos na época), não trata-se de aplicação prática de uma ciência de
números, mas de uma questão teórica envolvendo uma distinção clara entre bom grau de
aproximação e exatidão do pensamento.
TRÊS PROBLEMAS FAMOSOS
Conta Eratóstenes que certa vez, na antiga Grécia, os habitantes da ilha de Delos perguntaram
ao oráculo de Apolo o que fazer para combater uma peste que assolava o povo. A resposta do
oráculo foi que o altar de Apolo, de forma cúbica, devia ser duplicado. Assim, teria nascido o
problema geométrico da duplicação do cubo, também conhecido como “problema deliano”,
que se tornou um dos problemas clássicos da Antiguidade.
Os três famosos problemas da antiguidade são: Quadratura do círculo, duplicação do
cubo, trisseção do ângulo.
Neste momento, podemos falar especificamente do primeiro problema, que foi enunciado da
seguinte forma:
“Dada a aresta de um cubo, construir a aresta de um segundo cubo cujo volume seja o
dobro do primeiro”.
HIPÓCRATES DE CHIO
O matemático grego Hipócrates de Chio (cerca de 470 a.C - 410 a.C.), parece ter sido o
primeiro a calcular a área exata de uma figura delimitada por curvas. Era originalmente um
mercador, cujos bens foram roubados por piratas. Ele então seguiu para Atenas onde viveu
por muitos anos, estudou Matemática e compilou um livro sobre os elementos de matemática
que influenciou fortemente Euclides (cerca de 325 a.C. - 265 a.C.) em seus Elementos um
século mais tarde.
Para compreendermos o que Hipócrates fez, descrevemos um círculo de raio r=AO centrado
em O. Marcamos os pontos A,B, C e D nas extremidades dos diâmetros horizontal e vertical.
Em seguida, centrado em C e raio CA, descrevemos um arco AEB. A figura gerada lembra a
forma de lua crescente (ou minguante) limitada pelos arcos ADB e AEB.

OS SOFISTAS
O período clássico da história da Grécia Antiga, séculos Va. C. ao IV a.C. Foi nesse período,
que viveram os sofistas. Os sofistas foram reputados como grandes mestres, eram procurados
por jovens bem-nascidos, dispostos a pagar muito dinheiro para aprender o que os filósofos
tinham a lhes ensinar. O jovem buscava junto ao sofista a areté, qualidade indispensável para
se tornar um cidadão bem-sucedido.
Os escritos dos sofistas se perderam no tempo, os conhecemos a partir de comentários de
Platão, que nos deixa uma visão estereotipada dos sofistas, denominados de charlatães, pois
convencem os ignorantes de um saber que, na verdade não possuem. Eram considerados
como portadores de polimatia, ou seja, se posicionavam sobre qualquer assunto, organizaram
um currículo: gramática, retórica, dialética, aritmética, geometria, astronomia e música.
Principais sofistas gregos: Protágoras, Górgias, Hipías, entre outros.
OS QUATRO PARADOXOS DE ZENÃO E A CONTINUIDADE DO ESPAÇO
Zenão foi discípulo de Parmênides e que ambos, pré-socráticos, ficaram conhecidos por
desenvolver um estilo de argumentação que usamos até os dias de hoje: a “argumentação por
absurdo” que deu origem a “prova por absurdo” muito utilizada na Matemática.
Paradoxo 1: A Dicotomia: Não há movimento porque o que é movido tem que chegar ao
meio antes de chegar ao fim e assim por diante, eternamente.
Paradoxo 2: Aquiles e a Tartaruga: O mais vagaroso nunca será alcançado pelo mais
rápido, pois aquele que o está perseguindo precisa primeiro alcançar o lugar de onde partiu o
que está em fuga; portanto, o mais vagaroso sempre estará a alguma distância à frente.
DEMÓCRITO DE ABDERA
Demócrito é um filósofo grego que viveu em Abdera, nasceu em 460 a. C. e morreu em 371 a.
C. É conhecido sobretudo por ser um dos criadores da ideia de que tudo é formado
por átomos. Porém, sua filosofia é muito mais que isso.
Sua ideia era de que toda a realidade, desde cachorros, seres humanos, planetas e pedras, são
constituídos de partículas minúsculas que chamaram de átomos, que em grego significa “o
que não pode ser cortado”.

Você também pode gostar