EGITO UM BREVE RESUMO

VITÓRIA AGUIAR DOS SANTOS

REGISTROS PRIMITIVOS E NOTAÇÃO HIEROGLIFICA

A Idade da Pedra, fase da Pré-história na qual A numeração hieroglífica egípcia foi facilmente
os seres humanos criaram ferramentas de pedra decifrada, o sistema, pelo menos tão antigo
sendo então, a tecnologia mais avançada naquela quanto as pirâmides, datando cerca de 5.000
época, precede o uso de metais, mas não teve um anos atrás, baseava-se, na escala de dez. Observe
fim abrupto. O surgimento de civilizações abaixo a representação dos números:
caracterizadas pelo uso de metais teve lugar
primeiro em vales de rios, como os do Egito,
Mesopotâmia, Índia e China, por isto, nós
designaremos a parte mais antiga do período de
“Estágio Potâmico”.
Os registros cronológicos das civilizações nos
vales dos rios Indo e Yang-tse não merecem
confiança, mas dispõe informações
razoavelmente seguras sobre os povos que
viveram ao longo do Nilo e no crescente fértil dos
rios Tigre e Eufrates, pois foi aonde surgiram as
primeiras “amostras” de registros escritos ou
através de símbolos.

Os primitivos registros pictográficos, evoluíram

para uma ordem linear de símbolos mais simples, Por repetições desses símbolos, o número
assim, foi compreendido que o homem passou a 12.345, se escrevia como:
procurar uma maneira mais “fácil” e “rápido” de
representação.

De que maneira eram feitos tais registros?

O barro era abundante, então eram produzidos
tabletes moles que eram cozidos em forno ou ao
calor do sol, e para escrever, eram feitas marcas
em forma de cunha com estilete. Esse tipo de
escrita chama-se cuneiforme, onde posterior ao
uso dos tabletes, tornaram-se mais simples, já
que aos poucos foi se transformando em um
conjunto de centenas de sinais fonéticos e
silábicos. Com o decorrer do tempo, houve outra
mudança: deixou de ser escrita em colunas e
começou a ser escrita em linhas (escrita
horizontal) e da esquerda para a direita.
Os Egípcios começaram cedo a se interessar pela
astronomia e observaram que a inundação anual
do Nilo tinha lugar pouco depois que Sirius,
estrela do cão, se levantava logo antes do sol.
Através disto que, o anunciador da inundação
eram separados por 365 dias, também foi a
partir disto que foi estabelecido o calendário
solar, feito de doze meses de trinta dias cada um,
e mais cinco dias de festa (cálculos mais precisos
evidenciaram que os cinco dias de festa tornavam
o calendário um equívoco, como solução, foi
“retirado” tais dias).
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VITÓRIA AGUIAR DOS SANTOS
PAPIRO RHIND, OPERAÇÕES ARITMÉTICAS, PROBLEMAS ALGÉBRICOS
Há um limite para a quantidade de informações
matemática que se pode retirar de calendários e
pedras tumulares, e nossas ideias sobre a
contribuição egípcia seriam muito imprecisas se
dependêssemos somente de material de origem
cerimonial e astronômica. Logo, Papiros
Egípcios são nossa “segunda” fonte de
informações.
O mais extenso dos de natureza matemática é um
rolo de papiro com cerca de 0.30 metros de
altura e 5 metros de comprimento, que agora
está no British Museum e fragmentos no
Brooklin Museum. Foi comprado em 1858 numa
cidade à beira do Nilo, por um antiquário, Henry
Rhind, por isso é conhecido como Papiro Rhind,
ou Papiro Ahmes, em honra do escriba que o
copiou por volta de 1.650 A.C.
Os numerais e outros assuntos no Papiro de
Rhind não são escritos na forma hieroglífica
descritas anteriormente, mas sim numa escrita
mais cursiva, melhor adaptada ao uso de pena e
tinta sobre folhas de papiro preparadas e
conhecidas como hierática.
A numeração permaneceu decimal, mas o tedioso
princípio repetitivo de numeração hieroglífica foi
substituído pela introdução de sinais especiais
para representar dígitos e múltiplos de potências
de dez.
Por exemplo: O quatro, não é mais usualmente
representado por quatro riscos verticais, mas por
uma barra horizontal; O sete não é escrito como
sete riscos, mas com um único símbolo de uma
foice.
O princípio de ciferização, (ou seja, a introdução
de sinais especiais para representar dígitos
numéricos), introduzido pelos egípcios a cerca de
4.000 anos e usado Papiro de Rhind,
representou uma importante contribuição à
numeração, e é um dos fatores que fez do sistema
em uso hoje o instrumento tão eficaz que é.
Papiro também apresentava conhecimento de
manipulações equivalentes à regra de três. O
problema 72 pergunta qual o número de pães de
força 45 que são equivalentes a 100 de força 10,
e a solução é apresentada da seguinte maneira:
100/10 x 45 ou 450 pães
Os problemas até então são de natureza
aritmética, mas há outros que merecem a
designação de algébricos. São demonstrados
problemas em que se pede a solução de equações
lineares, da forma x+ax=b ou x+ax+bx=c,
onde a,b e c são conhecidos e x é desconhecido. A
incógnita é chamada de “aha”.
Prob. 24, por exemplo, pede o valor de aha
sabendo que aha mais um sétimo de aha dá 19.
A solução de Ahmes não é a dos livros modernos,
mas é característica de um processo conhecido
como "método de felsa posição" ou “regra de
falso”. Um valor específico, provavelmente falso,
é assumido para aba, e as operações indicadas à
esquerda do sinal de igualdade são efetuadas
cobra esse número suposto. O resultado é então
comparado com o resultado que se pretende e
usando proporções chega-se à resposta correta.
O historiador grego Heródoto nos diz que o
apagamento das demarcações pelas inundações
do Nilo tornou necessários os mensuradores. Os
conhecimentos dos “esticadores de corda”
egípcios eram evidentemente admirados por
Demócrito, um matemática de competência e um
dos fundadores de uma teoria atômica.
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VITÓRIA AGUIAR DOS SANTOS
PROBLEMAS MATEMÁTICOS, DEFICIÊNCIAS MATEMÁTICAS, PAPIROS E
CONTRIBUIÇÕES
Também conhecida como “Regra de Cordas”, os
geômetras utilizam as duas extremidades de uma
corda para medir a circunferência, uma de suas
extremidades ficava fixa em um ponto e com a
outra girava-se em torno do referido ponto,
encontrando relações como raio e também
comprimento da circunferência.
Ainda naquela época, foi observado que para
medir superfícies, os trabalhadores primeiro
pavimentavam com mosaicos quadrados uma
superfície retangular, e assim concluíram que “o
total de mosaicos necessários para cobrir a
superfície seria contar os de uma fileira e repetir
esse número tantas vezes quantas fileiras
houvesse”, e assim nasceu a fórmula da área do
retângulo.
Apesar de suas realizações, e a precisão
admirável da construção das pirâmides, diz-se
frequentemente que os egípcios antigos
conheciam o Teorema de Pitágoras (entre outros
Teoremas), mas não há traços disto nos papiros
que chegaram até nós.
Há no entanto alguns problemas geométricos no
Papiro Ahmes. O Prob. 51 mostra que a área de
um triângulo isósceles era achada tomando a
metade do que chamariamos base e multiplicando
isso pela altura. Ahmes justifica seu método para
achar a área sugerindo que o triângulo isósceles
pode ser pensado como dois triángulos
retângulos, um dos quais pode ser deslocado de
modo que os dois juntos formam um retângulo.
Uma deficiência séria em sua geometria era a
falta de uma distinção claramente estabelecida
entre relações que são exatas e as que são
aproximações.
Não se conhece Teorema ou demonstração
formal na matemática egípcia, mas algumas
comparações geométricas feitas no vale do Nilo,
como essas sobre perímetros e áreas de círculos e
quadrados, estão entre as primeiras afirmações
precisas da história, referentes a figuras
curvilíneas.
Muito de nossa informação sobre a matemática
egípcia vem do Papiro Rhind ou de Ahmes, o
mais extenso documento matemático do antigo
Egito; mas há também outras fontes. Além do
Papiro Kahun, há um Papiro de Berlim, um rolo
de couro contendo listas de frações unitárias e
datando do fim do período dos Hicsos. E um
Papiro de Moscou, comprado no Egito em 1893,
tem quase o comprimento de Rhind, mas só um
quarto de largura.
Durante muito tempo se supôs que os gregos
aprenderam os rudimentos de geometria com os
egípcios, e Aristóteles arguiu que a geometria
teria surgido no vale do Nilo porque lá os
sacerdotes tinham o lazer necessário para
desenvolver o conhecimento teórico. Que os
gregos de fato emprestaram do Egito alguma
matemática elementar é provável, pois o uso de
frações unitárias persistiu na Grécia e em Roma
até boa parte do período medieval, mas
evidentemente a extensão desse empréstimo foi
exagerada.
O amor aos deuses benevolentes o respeito à
tradição, a preocupação com a morte e as
necessidades dos mortos, tudo isso encorajou um
alto grau de estagnação. A geometria pode ter
sido uma dádiva do Nilo, como Heródoto
acreditava, mas os egípcios pouco a
aproveitaram.