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FACULDADE DE ENGENHARIA
AUTOR:
SUPERVISORES:
FACULDADE DE ENGENHARIA
AUTOR:
SUPERVISORES:
Eu, Samuel Constantino Chissumba, declaro por minha honra, que este trabalho é da
minha inteira autoria e foi realizado com base no material referido ao longo do mesmo e
que não foi submetido para nenhum outro grau que não seja o indicado.
O Autor:
_______________________________________________
(Samuel Constantino Chissumba)
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DEDICATÓRIA
I
2017
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pelo dom da vida, pela segurança, força, sabedoria,
coragem para superar os obstáculos e acima de tudo, pela serenidade para aceitar as
coisas que não podemos mudar.
Minha profunda gratidão vai também para os supervisores: Doutor. Eng.º Jaime Palalane
e a Mestre Eng.ª Cristina Viola, pela proposta do tema, pelos comentários e críticas
construtivas e pela paciência que sempre tiveram ao tirar as minhas dúvidas. Obrigado
por terem dedicado parte do vosso precioso tempo para a discussão do trabalho.
Agradeço o apoio moral e material recebido da minha família, em especial a minha avó
Atália que fez com que este sonho se tornasse realidade, ao meu avô Samuel, pela
confiança e carinho, aos meus tios e aos meus padrinhos Sidis e Maria Arminda pelo
incentivo, orgulho, apoio necessário. Obrigado por me terem ajudado durante todo esse
tempo, dando coragem para nunca desistir, sobretudo nos momentos mais difíceis.
Agradeço a todas as demais pessoas não citadas, mas que de alguma forma
contribuíram para que eu concretizasse este sonho.
II
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“Quanto mais aumenta o nosso conhecimento, mais evidente fica a nossa ignorância”
(John F. Kennedy).
III
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RESUMO
Neste âmbito, o presente trabalho faz uma análise da dinâmica sedimentar na costa da
Cidade de Maputo, mais especificamente na praia da Costa do Sol. A análise consistiu
na identificação, caracterização e quantificação dos fluxos de sedimentos para
posteriormente realizar um balanço sedimentar. Dentre os fluxos identificados, foram
quantificados, o transporte eólico e a variação do volume de praia. Após a quantificação
dos fluxos, foram identificadas as fontes e sumidouros (entradas e saídas) de sedimentos
na área em estudo, para posterior realização do balanço sedimentar.
O balanço sedimentar foi feito por meio de uma equação que já inclui todos os fluxos
existentes em zonas costeiras. Para a aplicação dessa equação, foi necessário associar
os resultados deste estudo (evolução temporal da linha de costa e transporte eólico) com
taxas de transporte longitudinal de outros estudos relacionados com a dinâmica
sedimentar na área em estudo. Além disso, no âmbito da alimentação artificial feita nos
anos de 2012 e 2013, foi considerado um volume de alimentação apresentado no
relatório dessa mesma intervenção.
IV
2017
V
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ABSTRACT
As the first evidence of erosion was identified, the coast of Maputo City has benefiting
from coastal protection measures that aim to minimize the erosion problem in this area.
Such measures integrate the construction of sea walls, groins and beach nourishment.
These interventions, combined with other anthropogenic activities (dredging, mining) and
natural phenomena (wave climate, storms, and mean sea level rise) have influenced
significantly the sedimentary dynamics on the Maputo City coast.
In this context, the present study makes an analysis of the sedimentary dynamics on the
Maputo City coast, specifically on the Costa do Sol beach. The analysis consists of
identification, description and quantification of sediment fluxes in order to perform a
sediment budget analysis. Among the identified fluxes, the quantified ones were the
aeolian sediment transport rate and beach volume variation. The sediment sources and
sinks (inputs and outputs) of the study area, were identified after the quantification of
fluxes, for later implementation of the sediment budget.
In order to quantify the fluxes, shoreline position and local wind velocities data, accessible
from the National Centre for Mapping and Remote Sensing and European Centre for
Medium-Range Weather Forecasts, was gathered. Through Digital Shoreline Analysis
System (software application that works within a Geographic Information System
software), an investigation of the shoreline temporal evolution was carried out and the
rates of shoreline variation obtained from that analysis, were used to quantify the beach
volume variation. The quantification of aeolian sediment transport was made by
considering the formulae presented in the state of the art.
The sediment budget analysis was based on an equation that takes into account all the
existing fluxes in a coastal area. In order to apply this equation, the results of this study
(shoreline temporal evolution and aeolian sediment transport rates) were combined with
alongshore sediment transport rates for Maputo Coast area obtained in previous studies,
which describe the sedimentary dynamics in the study area. Furthermore, the volume of
sediments introduced on the beach, presented in the final report of the 2012 and 2013
beach nourishment, was considered.
From the performed analysis of the shoreline temporal evolution, aeolian transport and
sediment budget, for Maputo City coast, were found that, the average rate of shoreline
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recession is 0.41 m/year, the aeolian sediment transport, in most of the cases, is oriented
northwards and, finally, the sediment budget in the study area is negative (sediment loss).
Keywords: Maputo City coast, Costa do Sol beach, Shoreline evolution, aeolian
transport, sediment budget, coastal erosion
VII
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ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
VIII
2017
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................. 64
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 67
IX
2017
LISTA DE ABREVIATURAS
X
2017
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-5: Dunas vegetadas da Ilha de Inhaca, modificada do Google Earth ............. 22
Figura 3-2: Pesca artesanal e prática de desporto (Fonte: Saint - Louis Studios) ........ 28
XI
2017
XII
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LISTA DE TABELAS
XIII
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
1. INTRODUÇÃO
Este capítulo está dividido em quatro (4) partes, nas quais faz-se a apresentação do
assunto da tese, a justificativa para a sua realização, os objectivos geral e específicos
da tese, os métodos, as ferramentas e a lógica que guiou toda a pesquisa e, no fim do
capítulo, apresenta-se a estrutura da tese que dá uma visão geral deste e de outros
capítulos abordados no trabalho.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Samuel C. Chissumba 1
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Espera-se com esta tese contribuir para uma melhor percepção do problema de erosão
na costa da Cidade de Maputo, uma vez que, para além dos resultados do estudo são
apresentadas propostas de medidas de mitigação aplicáveis ao problema.
1.2 OBJECTIVOS
O objectivo deste trabalho é de, por meio de um balanço sedimentar, trazer mais uma
contribuição para a melhor percepção do problema de erosão que afecta a costa da
Cidade de Maputo. No entanto, o alcance deste objectivo passa por responder aos
seguintes pontos, que foram identificados como objectivos específicos:
1.3 METODOLOGIA
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
2. ESTADO DA ARTE
Este capítulo apresenta o estado da arte da dinâmica sedimentar na costa. Tem como
foco informações provenientes de relatórios de estudos sobre o transporte de
sedimentos e balanço sedimentar. Nas secções que se seguem faz-se a explicação dos
processos que ditam o transporte sedimentar longitudinal e transversalmente à costa,
logo a seguir são apresentadas formulações para a estimativa do transporte eólico. Faz-
se ainda uma breve explicação sobre a variação do volume de praia. Por fim apresenta-
se o conceito de balanço sedimentar, suas componentes e a respectiva ferramenta de
análise.
Os processos hidrodinâmicos tais como correntes marítimas, subida do nível das águas
do mar, ondas na sua propagação em direcção à costa e ainda correntes de ventos
actuantes ao largo e na costa provocam o transporte sólido longitudinalmente ou
transversalmente à costa. Dependendo de certas condições, a erosão ou acreção de
sedimentos na praia pode ser explicada pelo transporte longitudinal assim como pelo
transporte transversal de sedimentos à linha da costa ou ainda pela combinação de
ambos os processos.
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
A equação 2-1 é geralmente designada de “Fórmula de CERC”. Essa equação foi obtida
assumindo que a rebentação acontece em águas pouco profundas. Desta equação
constata-se que a taxa de transporte longitudinal pode ser representada na forma de
taxa de transporte do peso imerso (𝐼𝑙 ).em N/s.
3
𝜌𝑎𝑔 𝑔2 5
𝐼𝑙 = 𝐾 ( 1 ) 𝐻𝑟 2 sin(2𝛼𝑟 ) (2-1)
16𝜅 2
Onde:
Definindo duas direcções para o transporte longitudinal como sendo para a esquerda ou
direita (olhando em direcção ao mar), pode-se dizer que este se poderá direccionar parte
do ano para um lado e parte para o outro (USACE, 2002a; Rosati, 2005).
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
𝑄𝑙 = 𝑄𝑑 + 𝑄𝑒 (2-2)
Por essa razão, a taxa líquida de transporte sedimentar será dirigida para direita e
positiva quando 𝑄𝑑 > 𝑄𝑒 , e para esquerda e negativa quando 𝑄𝑑 < |𝑄𝑒 |.
O transporte líquido anual pode variar, teoricamente, de zero até grandes magnitudes,
estimadas em um milhão de metros cúbicos de areia por ano em algumas zonas
costeiras (USACE, 2002a).
𝑄𝑡 = 𝑄𝑑 + |𝑄𝑒 | (2-3)
Björnberg e Wahlström (2012) afirmam que a escala temporal para que se verifiquem
mudanças induzidas pelo transporte transversal na costa é bastante reduzida quando
comparada com a do transporte longitudinal. Geralmente, o transporte transversal é
responsável pelas mudanças sazonais na posição da linha de costa e no perfil de praia.
Este transporte determina a resposta das bermas e dunas às tempestades e a resposta
da linha de costa à subida do nível das águas do mar e mudanças da maré (Björnberg e
Wahlström 2012).
Larson et al. (2016) afirmam que devido à acção de tempestades, os sedimentos podem
ser transportados da berma para o largo, onde são geralmente depositados na forma de
bancos de sedimentos submersos. Após a tempestade, ou mesmo durante o seu estágio
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Figura 2-2: Perfil transversal desenvolvido por Larson et al. (2016), adaptada de Larson et al. (2016)
Onde:
Neste modelo a secção transversal da duna é caracterizada por sua altura (𝑠), suas
extremidades (𝑦𝐿 ) e (𝑦𝑠 ) juntamente com suas inclinações (𝛽𝐿 ) e (𝛽𝑠 ) as quais
consideram-se constantes e pelo volume da duna (𝑉𝐷 ). A berma é caracterizada pela sua
largura que é dada pela diferença entre a extremidade (𝑦𝑠 ) da duna e a extremidade (𝑦𝐵 )
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
da berma. A praia, que vai desde a crista da berma até 𝑦𝐺 , apresenta uma inclinação
uniforme. E por fim, na parte subaquática, o banco de areia é caracterizado por seu
volume (𝑉𝐵 ).
Palalane (2016a) e Larson et al. (2016) apresentam expressões que permitem quantificar
o volume de sedimentos mobilizados pelas ondas incidentes sobre as dunas assim como
o volume de sedimentos mobilizados no caso de, as ondas passarem por cima das dunas
(Galgamento). Larson et al. (2016) apresentam ainda uma expressão (obtida por Larson
e Kraus (1989), a partir de observações empíricas do crescimento dos bancos
submersos) para a quantificação da troca de sedimentos entre o banco e a berma.
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Lettau e Lettau (1977) citados em Larson et al. (2016) e Navarro et al. (2015) propuseram
a equação 2-4 que inclui a velocidade crítica de arrastamento que deverá ser excedida
para que ocorra o transporte eólico de sedimentos.
𝑑50 𝑢∗2
𝑚̇𝑉𝐸 = 𝐾𝑉 √ 𝑟𝑒𝑓 𝜌𝑎𝑟 (𝑢∗ − 𝑢∗𝐶 ) (2-4)
𝑑50 𝑔
Onde:
Sendo que, para se obter a taxa de transporte volumétrico (𝑞𝑉𝐸 ) de sedimentos usa-se a
equação 2-5.
𝑚̇𝑉𝐸
𝑞𝑉𝐸 = (2-5)
𝜌𝑠 (1 − 𝑛)
Onde:
𝑢∗ = 𝐶𝑠 𝑢̅10𝑚 (2-6)
Onde:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
As componentes (𝑢10𝑚 ) e (𝑣10𝑚 ) são ainda usadas para a determinação da direcção (𝜙)
do vento através da seguinte relação:
𝑢10𝑚
𝜙 = tan−1 ( ) (2-8)
𝑣10𝑚
(𝜌𝑠 − 𝜌𝑎𝑟 )
𝑢∗𝐶 = 𝐴𝑉 √ 𝑔𝑑50 (2-9)
𝜌𝑎𝑟
Onde:
Segundo USACE (2002b), em dias chuvosos, a precipitação deverá ser comparada com
a evaporação. Se a evaporação exceder a precipitação, a taxa de transporte eólico é
calculada através das equações acima referidas. Nos casos em que se verifica o
contrário calcula-se uma velocidade crítica de arrastamento através da equação 2-10
que representa um cenário húmido do sedimento (USACE 2002b).
Onde:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Estudos feitos por Svasek e Terwindt (1974) citados em USACE (2002b) dão a indicação
de que o teor em água dos sedimentos da camada mais superficial, com uma espessura
de 5 mm, é sempre inferior a 0.025 (𝜔 < 2.5%). portanto:
Larson, et al. (2016) citam Hotta (1984) que menciona que será necessária uma certa
distância para que a taxa de transporte dada pela equação 2-4 atinja o seu valor de
equilíbrio. Neste âmbito, Sauermann, et al. (2001) também citados em Larson, et al.
(2016) desenvolveram um modelo para o transporte eólico de sedimentos a partir do qual
foi derivada a equação 2-12 que descreve a evolução espacial da taxa de transporte (𝑞𝑉 ).
𝜕𝑞𝑉 1 𝑞𝑉
= 𝑞𝑉 (1 − ) (2-12)
𝜕𝑦 𝑙𝐸 𝑞𝑉𝐸
Onde:
Larson, et al. (2016) por sua vez, através da equação 2-13, apresentam uma versão mais
simples, proposta por Sauermann, et al. (2001), da equação 2-12 que é:
Onde:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
A linha de costa é uma linha imaginária que muda rapidamente em zonas costeiras. Ela
é o elemento chave para o Sistema litoral de Informação Geográfica e fornece muita
informação sobre a dinâmica costeira.
A posição da linha de costa muda continuamente ao longo do tempo. Este facto, tal como
foi mencionado na secção 2.1.2, deve-se ao transporte transversal e ao transporte
longitudinal de sedimentos na zona litoral e, especialmente, deve-se à natureza dinâmica
dos níveis de água nas fronteiras litorais.
Thieler et al. (2009) mencionam ainda que todos os métodos usados para calcular as
taxas de evolução da linha de costa baseiam-se na medição das distâncias entre as
diferentes posições da mesma ao longo do tempo. As referidas taxas são expressas em
metros de deslocamento, ao longo dos transeptos perpendiculares à linha de costa, por
ano. Os métodos mais usados para a avaliação da variação da posição da linha de costa
ao longo do tempo são: Diferença entre a posição inicial e final (End Point Rate - EPR)
e Regressão linear (Linear Regression Rate – LRR).
Diferença entre a posição inicial e final (End Point Rate - EPR): Este método utiliza
apenas dois pontos do transepto para determinar a taxa de evolução da linha de costa –
a posição mais antiga e a mais recente da linha de costa. Para calcular a taxa de
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
evolução, a diferença entre essas posições é dividida pelo tempo decorrido desde a linha
de costa mais antiga até a formação da mais recente (Genz et al., 2007);
O DSAS só pode ser usado quando se tem acesso ao conjunto de dados de entrada tais
como: fotografias aéreas geograficamente referenciadas, imagens de satélite, e outros
dados sobre a posição da linha de costa. Segundo Björnberg e Wahlström (2012), para
a correcta análise da evolução da linha de costa é necessário que as fotografias
apresentem escalas equivalentes e que permitam a visualização de todos os detalhes
necessários.
Segundo Rosati (2005), os dados sobre a posição da linha de costa (obtidos por exemplo
do DSAS) podem ser usados para calcular a variação líquida de volume (∆V) em
qualquer célula ou trecho da costa. Para esse efeito, a autora menciona que pode ser
usada a equação 2-14.
∆𝑉 = ∆𝑦𝐴𝐷 ∆𝑥 (2-14)
Onde:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
A altura activa (𝐴𝐷 ) é dada pela soma da profundidade de fecho (𝐷𝐶 ) com a altura da
crista da berma (𝐷𝐵 ), como mostra a equação 2-15.
𝐴𝐷 = 𝐷𝐶 + 𝐷𝐵 (2-15)
Onde:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Dolan et al. (1987) citados em Rosati (2005) mencionam que as células para o cálculo
do balanço sedimentar definem os limites de cada cálculo e denotam a existência de um
balanço sedimentar completamente autónomo. As células são definidas por estruturas
costeiras, conhecimento do local, ou isolando uma área de interesse. Algumas costas
podem ainda estar naturalmente divididas em uma série de células litorais.
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Em linha com a figura 2-3, são apresentadas, de forma resumida, na tabela 2-1, as
possíveis fontes e sumidouros de sedimentos para o balanço sedimentar.
Fontes Sumidouros
Transporte longitudinal Transporte longitudinal
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𝑄𝑠𝑠 = 𝑎𝑄 𝑏 (2-17)
Onde:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Griggs e Patsch (2006) afirmam que os sedimentos depositados na praia podem vir de
várias fontes tais como: Dragagem de portos costeiros, Lagoas, Baías, Estuários ou em
canais de rios; Projectos de construção ao longo da costa onde areias das dunas são
depositadas na praia; Dragagem ao largo da costa. A figura 2-4 ilustra o processo de
alimentação artificial de praias.
No estudo realizado por Griggs e Patsch (2006) consta ainda que o movimento dos
sedimentos na costa ou ao largo é controlado por factores como a energia das ondas e
a amplitude das marés, inclinação do fundo e o tamanho dos grãos da areia. No estudo
em causa considera-se válida a hipótese apresentada em 2.1.2, que considera que as
trocas de sedimentos transversalmente à costa são nulas.
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
A medição da migração, do crescimento e da erosão (ou deflação) das dunas pode ser
feita tanto no terreno como a partir de fotografias aéreas e convertida em volumes de
areia (Griggs e Patsch, 2006). A figura 2-5 é um exemplo de dunas vegetadas localizadas
na Ilha de Inhaca, Sul de Moçambique. Em dunas vegetadas os processos de migração,
crescimento e da erosão são bastante lentos.
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Uma vez que os desfiladeiros submarinos se encontram em águas pouco profundas, eles
são considerados sumidouros em células litorais e, geralmente, servem como barreiras
efectivas à deriva litoral (Inman e Masters, 1991; Griggs e Patsch, 2006).
g) Mineração (Sumidouro)
A areia e o cascalho removidos nos leitos de rios, praias, dunas e outras áreas próximas
da costa destinados às actividades de construção e/ou fins comerciais representa, por
vezes, sumidouros importantes em algumas células litorais (Griggs e Patsch, 2006).
O SBAS pode estar sob duas formas: na forma de uma barra de ferramentas a ser usada
com o ArcGIS/ArcMAP 10 por forma a desenvolver o balanço sedimentar dentro de uma
base de dados do GIS ou na forma autónoma que não permite o uso de imagens
geograficamente referenciadas para o balanço sedimentar.
O SBAS para ArcGIS 10 é usado quando se tem acesso ao conjunto de dados de entrada
tais como: Fotografias aéreas geograficamente referenciadas, levantamentos do perfil
de praia, dados sobre a posição da linha de costa, histórico das actividades de dragagem
e levantamentos batimétricos.
No SBAS, o índice total de incerteza em uma célula é calculado através da soma das
incertezas de todas as componentes do SBAS nessa mesma célula (Rosati e Kraus,
1999). Esse valor é normalizado através dos valores absolutos das magnitudes das
fontes, sumidouros, e actividades de engenharia dentro dessa célula e é expresso em
percentagem como é mostrado na equação que se segue:
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
∑𝑖
𝐼(%) = × (100) (2-18)
∑ 𝑄𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 + ∑ 𝑄𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑢𝑟𝑜 + |∆𝑉| + 𝑃 + 𝑅
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Para além da localização da área em estudo este capitulo tem como foco a descrição
climatológica, geomorfológica, demográfica abordando-se ainda aspectos relacionados
com a utilização da zona costeira da Cidade de Maputo. Tais informações foram obtidas
em publicações científicas e relatórios de estudos e projectos elaborados e
implementados na praia da Costa do Sol.
O estudo da evolução temporal da linha de costa foi realizado num troço de cerca de 10
km de comprimento, que vai desde o Clube Naval até a entrada do Bairro Triunfo, mais
especificamente entre os pontos A e B da figura 3-1 com coordenadas UTM (465445.71
mE, 7134450.61 mS) e (459542.05 mE, 7126804.40 mS), respectivamente.
A região de Maputo apresenta um clima subtropical húmido com duas estações distintas:
seca ou de Inverno que vai de Abril até Setembro e húmida ou de Verão entre os meses
de Outubro e Março. A precipitação média anual é de cerca de 1200 mm, e ocorre
maioritariamente durante o Verão, destacando-se os meses de Novembro, Dezembro e
Janeiro onde ocorre chuva de grande intensidade (chuvas moderadas ocorrem nos
meses de Outubro, Fevereiro e Março). No geral, em Moçambique, as temperaturas
médias anuais estão entre 22 – 24oC, sendo que a temperatura média anual ao longo da
costa é de 23oC (Hoguane, 2007; Albino, 2012).
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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Figura 3-2: Pesca artesanal e prática de desporto (Fonte: Saint - Louis Studios)
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
As marés em Maputo são da espécie semidiurna, uma vez que se verificam duas preia-
mares e duas baixa-mares por cada dia lunar com elevações idênticas em valor absoluto
(Langa, 2008). As correntes de enchente e de vazante de marés na entrada da Baía de
Maputo ao Norte atingem velocidades máximas na ordem dos 1.0 m/s. O fluxo de marés
na foz dos rios ao Sul atinge velocidades máximas entre 0.5 – 1.5 m/s, na preia-mar
mínima e na preia-mar máxima, respectivamente (Langa, 2008). Barwell e Theron (2012)
citam o United Kingdom Hydrographic Office (Serviço Hidrográfico do Reino Unido) que
fornece valores do nível médio da maré alta de águas vivas para diferentes localizações
ao longo da costa de Moçambique, sendo que para Maputo o valor indicado é de1.50 m
(em relação ao nível do mar).
Figura 3-4: Rosa-dos-ventos para o período de 1979 - 2016 (Indicando a proveniência do vento), obtida
do WRPLOT no âmbito da análise dos ventos locais na praia da Costa do Sol
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Langa (2007) analisou a dinâmica sedimentar na costa de Maputo com base na leitura e
interpretação dos fluxos gerados pelas correntes de agitação actuantes na área em
estudo. Através dos dados de agitação foi estimado o balanço sedimentar através dos
volumes de transporte de sedimentos, quantificados pelo(a):
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
DHV (1999) citado em Langa (2007) 0.50 – 1.50 1970(s) - 1999 Estudos e Fotografias aéreas
Nas zonas dunares, para além da erosão causada pelas acções hidrodinâmicas, há
indícios significativos de erosão por acção humana, consequente de uma massiva
destruição das dunas e da vegetação nos acessos à praia, habitualmente usados pelos
banhistas, pescadores e por veículos motorizados.
Para Langa (2007) e Barwell e Theron (2012) a ocorrência de erosão na área em estudo
pode, ainda, estar potencialmente relacionada com a construção e manutenção do canal
de navegação que dá acesso ao Porto de Maputo, onde segundo Langa (2007) são
extraídos cerca de 1.20 Mm3 de areia por ano. O canal de navegação, situado a cerca
de 1200 m à Sudeste do clube naval, forma uma zona de sedimentação que interrompe
parte significativa do material sedimentar que aflui à zona, transportado pelos rios
Maputo, Tembe, Umbelúzi e Matola. Segundo Barwell e Theron (2012), os sedimentos
são depositados no canal localizado na entrada do porto de Maputo que é regularmente
dragado para o manter suficientemente profundo.
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Figura 4-1: Linhas de costa, transeptos e linha de referência, modificada do Google Earth
Por fim foi feito o cálculo automático das taxas de variação da linha de costa no
DSAS. A tabela A1-2, do anexo 1, apresenta os resultados do cálculo das taxas
de variação da linha de costa.
De um total de 253 transeptos foram analisados 198 transeptos, isto deve-se ao facto de
o DSAS dar, ao usuário, a possibilidade de fixar o número mínimo de linhas de costas a
Samuel C. Chissumba 33
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
serem intersectadas por um determinado transepto, de tal modo que todo o transepto
que não intersectar o número mínimo estabelecido de linhas costeiras será excluído da
análise. Para esta análise foi fixado em cinco (5) o número mínimo de linhas a serem
intersectadas por um determinado transepto para que este faça parte da análise. A
escolha desse número deve-se ao facto de, também, se dispor de um total de cinco
linhas de costa para a análise da evolução temporária da linha de costa.
4.1.3 Resultados
A figura 4-2 representa a evolução temporal da linha de costa na praia da Costa do Sol.
Foi construída a partir da tabela A1-1, do anexo 1, obtida do DSAS. Essa tabela indica
os pontos de intersecção dos transeptos com as linhas de costa referentes aos anos em
estudo. Os valores da variação da linha de costa apresentados na figura 4-2 e na tabela
A1-1, do anexo 1, têm como referência uma linha de base que se encontra à uma
distância de cerca de 400 m da costa.
550
V a r ia ç ã o d a lin h a d e c o s ta [m ]
500
450
1969
400
1979
2000
2010
350
2017
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C o m p rim e n to d a c o s ta [k m ]
Samuel C. Chissumba 34
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
125
100
75
E v o lu ç ã o d a lin h a d e c o s ta [m ]
50
25
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
-2 5
-5 0
-7 5 C o m p rim e n to d a c o s ta [k m ]
-1 0 0
-1 2 5
Samuel C. Chissumba 35
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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E v o lu ç ã o d a lin h a d e c o s ta [m ]
50
25
0
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-2 5
-5 0
-7 5
C o m p rim e n to d a c o s ta [k m ]
-1 0 0
-1 2 5
A figura 4-4 ilustra as zonas de sedimentação e erosão na praia da Costa do Sol, num
contexto global, isto é para o período de 1969 - 2017. Este período engloba todos os
anos para os quais foram obtidas fotografias aéreas e imagens de satélite para a análise
da evolução temporal da linha de costa e para a posterior estimativa da variação líquida
de volume na praia.
Samuel C. Chissumba 36
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
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E v o lu ç ã o d a lin h a d e c o s ta [m ]
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C o m p rim e n to d a c o s ta [k m ]
-1 0 0
-1 2 5
A taxa média de recuo da linha de costa para o período de 1969 - 2017, estimada através
do método da taxa de regressão linear (LRR), foi de 0.41 m/ano. A tabela 4-1 apresenta
valores das taxas médias de recuo da linha de costa nas quatro células de balanço
sedimentar deste estudo.
I 0.50
II 0.30
1969 - 2017
III 0.49
IV -
Samuel C. Chissumba 37
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Para a obtenção dos dados de vento, precipitação e evaporação foi consultado o ERA-
Interim que é a reanálise atmosférica global mais recente, produzida pelo Centro
Europeu de Previsão do Tempo de Médio Prazo (European Centre for Medium-Range
Weather Forecasts - ECMWF) e foi lançada em 2009. Abrange o período a partir de 01
de Janeiro de 1979 até os dias correntes.
Samuel C. Chissumba 38
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizada a série temporal de 1979 - 2016 das
componentes: zonal (Oeste-Este, denotada por 𝑢) e meridional (Sul-Norte, denotada por
𝑣), do vento aos dez metros de altura. Esta série foi extraída para um ponto de interesse
localizado na costa da Cidade de Maputo com as coordenadas UTM (462140.74 mE,
7130391.92 mS). Salientar ainda que foi utilizada, para a extracção de dados, uma grade
de 0.75º x 0.75º (aproximadamente 83.30 x 83.30 km) de latitude e longitude
respectivamente, sendo esta a resolução mais reduzida disponível no repositório do
ECMWF no momento da pesquisa.
Foi também usada a série de 1979 - 2002 da evaporação e precipitação total. Também
extraída para o ponto de interesse acima mencionado sendo que, para a extracção dos
dados foi utilizada uma grade de 0.125º x 0.125o (aproximadamente 13.90 x 13.90 km)
de latitude e longitude respectivamente.
Apresenta-se a seguir o tratamento que foi dado aos dados do vento obtidos nas fontes
acima citadas.
Samuel C. Chissumba 39
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
4.2.3 Resultados
Com os dados obtidos e descritos em 4.2.1 e através das equações descritas em 2.1.3,
foram determinadas taxas de transporte eólico para a costa da Cidade da Maputo. Os
resultados são a seguir apresentados tanto na forma rosas de transporte como na forma
de tabelas.
A rosa da figura 4-6 fornece a direcção para a qual os sedimentos são transportados
assim como as taxas médias de transporte anual em cada direcção.
Samuel C. Chissumba 40
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Foram ainda obtidas rosas de transporte para quatro intervalos de tempo (1979 – 1988,
1989 – 1998, 1999 – 2008 e 2009 - 2016). As rosas desses períodos são apresentadas
na figura 4-7.
A figura 4-7, assim como a figura 4-6, foram obtidas a partir dos resultados apresentados
na tabela A2-1, do anexo 2.
Samuel C. Chissumba 41
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Sol (figura 4-8). Em linha com os gráficos apresentados na figura 4-8, a figura A3-1, do
anexo 3 apresenta a evolução espacial do transporte eólico nas direcções NW, SSE e
SSW, por forma a permitir uma melhor percepção da evolução do transporte nessas
direcções. Os gráficos apresentados nas figuras 4-8 e A3-1 foram obtidos através da
equação 2-13 que produziu, também, a tabela A3-1, do anexo 3.
0 .2 0
T a x a d e tra n s p o rte [m /h o ra /m ]
0 .1 5
N
3
NNE
SSE
0 .1 0 S
SSW
NW
NNW
0 .0 5
0 .0 0
0 10 20 30 40 50
L a r g u r a d a b e r m a [m ]
Através dos gráficos acima apresentados foram obtidas as larguras de equilíbrio nas
direcções de transporte potencial, tais valores são apresentados da tabela 4-3.
Samuel C. Chissumba 43
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
N 42 42 43
NNE 36 48 35
SSE 25 25 30
S 31 41 31
SSW 21 25 21
NW 27 28 26
NNW 38 39 46
Para a praia da Costa do Sol, o vento precisa percorrer 21 – 48 m para que se atinja a
saturação na taxa de transporte eólico.
Samuel C. Chissumba 44
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
sedimentos introduzidos na praia da Costa do Sol nos anos de 2012 e 2013, no âmbito
da alimentação artificial de praias.
Os procedimentos de análise dos dados acima referidos são apresentados nas secções
seguintes juntamente com todas outras componentes do balanço sedimentar.
A partir das taxas de evolução temporal da linha de costa apresentadas na tabela A1-2,
do anexo 1, e fazendo o uso da equação 2-14, foi determinada a variação líquida de
volume (∆V) nas células de balanço sedimentar para os períodos em análise. Tais
valores são os apresentados na tabela 4-4. Para esse cálculo consideraram-se valores
médios da profundidade de fecho (𝐷𝐶 ) e da altura da crista da berma (𝐷𝐵 ) de 2.45 m e
1.45 m, respectivamente, obtidos em Carimo (2016).
I -2.1 +9.8
II -3.1 +28.2
IV +1.3 +3.9
Samuel C. Chissumba 45
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
b) Transporte eólico
Através da combinação da figura 4-8 com a tabela 4-3 foi obtida a tabela 4-5. Esta tabela
apresenta as taxas de transporte eólico para os períodos em análise que são: 1979 –
2012 e 2013 – 2016.
Onde:
Em linha com a tabela 4-5, as tabelas 4-6 e 4-7 apresentam valores acumulados tanto
das perdas para o domínio terrestre assim como das perdas para o largo. As perdas para
o domínio terrestre são obtidas pela soma das taxas de transporte eólico nas direcções
Norte, Nor-nordeste, Noroeste e Nor-noroeste e as perdas para o largo são obtidas pela
soma das taxas de transporte eólico nas direcções Su-sudeste, Sul e Su-sudoeste.
Tabela 4-6: Valores acumulados de transporte eólico nas células, 1979 – 2012
Samuel C. Chissumba 46
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Tabela 4-7: Valores acumulados de transporte eólico nas células, 2013 – 2016
c) Transporte longitudinal
Far-se-á a combinação dos resultados obtidos por cada um desses três autores com as
taxas de transporte eólico e de variação líquida do volume obtidas neste estudo. Neste
âmbito, para a realização do balanço sedimentar serão considerados três cenários
resultantes da combinação das taxas obtidas no presente estudo com as taxas de
transporte longitudinal obtidas nos três estudos acima referidos. A análise desses
cenários é feita em 4.3.3.
Samuel C. Chissumba 47
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
TTS NC NC NC
TE NC NC NC
∆V C NC C
Onde:
Samuel C. Chissumba 48
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Tabela 4-9: Valores médios das componentes consideradas nos diferentes cenários
Magnitude da componente
Período
Autor(a) [m3/ano/m]
considerado
TLS ∆V
Samuel C. Chissumba 49
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Samuel C. Chissumba 50
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Por fim a hipótese de Carimo (2016) que à semelhança das hipóteses acima referidas
também leva em consideração a variação de volume ao longo da costa e o transporte
longitudinal de sedimentos sendo que para a análise deste último destaca-se a zona que
recentemente foi alvo de uma alimentação artificial de praia. Por via disto a costa
encontra-se dividida em três células distintas que são apresentadas na figura 4-11.
Carimo (2016) usou fotografias aéreas e respectivas linhas de costa para determinar as
taxas de evolução temporal da linha de costa na área em estudo. A tabela 4-10 apresenta
tais valores.
Samuel C. Chissumba 51
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Recuo [m/ano]
Período considerado
Área alimentada Toda extensão
d) Hipótese considerada
Para o estudo em causa, foi formulada uma nova hipótese que para além do transporte
longitudinal, e do detalhamento do ∆V considera ainda o transporte eólico, que por sua
vez se encontra dividido em perdas para o largo e perdas para o dominio terrestre ou
para o interior. A figura 4-12 apresenta todas as componentes consideradas na nova
hipótese.
Figura 4-12: Hipótese considerada da dinâmica sedimentar na costa da Cidade de Maputo, modificada
do Google Earth
Para a realização do balanço sedimentar foi adoptada a hipótese da figura 4-12. Uma
vez que, para o transporte longitudinal de sedimentos, são adoptados resultados de
outros estudos, como foi mencionado anteriormente, as taxas referentes a variação
Samuel C. Chissumba 52
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
líquida do volume nas células e ao transporte eólico (perdas para o largo e para o domínio
terrestre) serão associadas a valores de transporte longitudinal de sedimentos de cada
um desses estudos formando um total de três novas hipóteses dentro da hipótese
considerada. Salientar ainda que devido à recente intervenção na célula II, que consistiu
na alimentação artificial, o balanço sedimentar em cada uma das hipóteses será feito
para os períodos de 1979 – 2012 e 2013 – 2016.
1 − Associação dos resultados do estudo com a taxa de TLS obtida em Langa (2003)
2 − Associação dos resultados do estudo com a taxa de TLS obtida em Björnberg e
Wahlström (2012)
3 − Associação dos resultados do estudo com a taxa de TLS obtida em Carimo
(2016)
Em todos os cenários que a seguir são apresentados foi usada a equação 2-16, do
balanço sedimentar, para o cálculo do valor residual em cada uma das células.
a) Hipótese 1
Samuel C. Chissumba 53
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
No âmbito da estimativa do valor residual nas células de balanço sedimentar, nas tabelas
4-11 e 4-12 são novamente apresentadas as magnitudes das figuras 4-13 e 4-14.
Samuel C. Chissumba 54
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
III 5.5 11.0 6.5 0.9 5.5 18.4 -2.1 0.0 -10.8
b) Hipótese 2
Samuel C. Chissumba 55
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
III 33.5 53.5 6.5 0.9 33.5 60.9 -2.1 0.0 -25.3
Samuel C. Chissumba 56
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
c) Hipótese 3
Os resultados deste estudo foram ainda associados com as taxas de transporte eólico
obtidas por Carimo (2016). Tal associação é apresentada nas figuras 4-17 e 4-18 e logo
a seguir nas tabelas 4-15 e 4-16 onde se faz a estimativa do valor residual nas células
através das magnitudes esquematizadas nas figuras.
Samuel C. Chissumba 57
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
III 2.5 3.6 6.5 0.9 2.5 11.0 -2.1 0.0 -6.4
A tabela 4-17 é uma síntese dos resultados acima apresentados. Apresentando apenas
o valor residual nas células em m3/ano/m em cada uma das hipóteses consideradas.
Célula 1 2 3
A D A D A D
Samuel C. Chissumba 58
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Onde:
Samuel C. Chissumba 59
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
O presente capítulo faz a discussão dos resultados obtidos sobre a análise da evolução
da linha de costa, transporte eólico e balanço sedimentar na praia da Costa do Sol. Tais
resultados foram apresentados nas secções anteriores. Essa discussão consiste
sobretudo na análise crítica dos resultados obtidos, comparando-os com outros
resultados de estudos e projectos relacionados com a dinâmica sedimentar em
ambientes costeiros.
Discussão
Analisando a figura 4-5 que dá a indicação da variação da linha de costa (em metro) em
função do comprimento da mesma para o período de 1969 - 2017, verifica-se uma
sedimentação em cerca de 25 m nos últimos 2 km da costa. Por outro lado, Analisando
as imagens históricas do Google Earth, no mesmo troço de cerca de 2 km, ou seja, no
troço que vai desde o clube naval até as proximidades do primeiro esporão (cerca de 2
km em direcção ao Hotel Southern Sun), verifica-se uma estabilidade da linha de costa.
Esta diferença pode estar relacionada ao facto de as fotografias aéreas serem
centralmente projectadas, isto é, o centro é o único ponto que apresenta coordenadas
reais. Por essa razão é praticamente impossível a obtenção de um ajuste perfeito nas
linhas de costa.
Esta constatação pode ainda estar relacionada com a existência de lacunas nas
fotografias aéreas obtidas do CENACARTA, uma vez que esta instituição fornece um
conjunto de fotografias em que, cada uma delas, separada, representa determinada
parte da costa e, portanto, para se conseguir uma representação de todo o comprimento
da costa da Cidade de Maputo foi necessário fazer a sobreposição dessas fotografias. A
necessidade de juncão de várias fotografias aéreas para a visualização parcial ou
completa da linha de costa dificulta ainda mais o ajuste perfeito das várias linhas de
costa.
Entre os anos de 2012 e 2013, a Praia da Costa do Sol sofreu uma intervenção que
consistiu na construção de um sistema de 7 (sete) esporões e alimentação artificial em
troço considerável da costa. Analisando as figuras 4-3, 4-4 e 4-5, referentes a variação
da posição da linha costa para os períodos de 1969 – 2010, 2010 – 2017 e 1969 – 2017,
Samuel C. Chissumba 60
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
nota-se facilmente que após uma considerável erosão entre os anos de 1969 – 2010 foi
registado um período de sedimentação entre os anos de 2010 – 2017 em quase todo o
comprimento da costa. Esta sedimentação é o resultado da construção desse sistema
de esporões e da alimentação artificial em cerca de 3 km da costa.
Como dados de saída, o DSAS apresenta tabelas que caracterizam a evolução da linha
de costa fornecendo pontos espaciais de intercepção das linhas de costa com os
transeptos e respectivas taxas de evolução temporal da linha de costa (tabelas A1-1 e
A1-2 do anexo 1). Foram obtidas taxas de evolução temporal da linha de costa segundo
os métodos de EPR e LRR. As taxas de evolução temporal apresentadas no presente
estudo, foram as obtidas segundo o método de LRR, pelo facto de o método de EPR
usar apenas dois pontos do transepto para determinar a taxa de evolução da linha de
costa.
Quanto a velocidade do vento, apenas foi possível a obtenção de dados segundo uma
grade de 0.75º x 0.75o (aproximadamente 83.30 x 83.30 km) respectivamente de latitude
e longitude. A não disponibilidade de dados em grades mais reduzidas, como por
exemplo a de 0.125º x 0.125o (aproximadamente 13.90 x 13.90 km), também pode estar
por detrás das características dos resultados apresentados.
Samuel C. Chissumba 61
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Neste estudo assumiu-se que a taxa de transporte eólico depende ainda da quantidade
de sedimento a ser transportado. A tabela 4-3 apresenta larguras de equilíbrio e a tabela
A3-2, do anexo 3, apresenta as larguras médias da berma da praia. Comparando essas
duas tabelas verifica-se que na maior parte dos casos, ou seja, em quase todas as
direcções estão criadas as condições para que se atinja a saturação no transporte eólico
de sedimentos. Considerando que o volume de sedimentos aumenta com a largura da
berma pode se dizer que na praia da Costa do Sol existe quantidade suficiente de
sedimentos a ser transportado.
A largura de equilíbrio na praia da Costa do Sol varia entre 21 - 48 m. Estes valores são
relativamente altos quando comparados por exemplo com a gama de valores da largura
de equilíbrio obtida por Hotta (1984) citado por Larson et al. (2016) que é de 5 – 10 m.
Em contrapartida a gama de valores de largura de equilíbrio da praia da Costa do Sol
assemelha-se à aquela que foi apresentada por Davidson-Arnott e Law (1990) também
citados em Larson et al. (2016). Estes autores indicaram que pode ser necessário
percorrer 20 - 30 m (ou mais) para que se atinja o equilíbrio no transporte eólico. Essa
diferença que se verifica na gama de valores de largura de equilibrio pode ser explicada
pelo facto de a largura de equilibrio depender das condições locais, tais como o tamanho
dos grãos, velocidade do vento, ou mesmo se os sedimentos se encontram secos ou
húmidos, como mencionado também em Larson et al. (2016).
Samuel C. Chissumba 62
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Samuel C. Chissumba 63
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Conforme o título, este capítulo encontra-se dividido em duas partes. Primeiro são
apresentadas as conclusões onde se faz uma discussão final do presente estudo e logo
a seguir são apresentadas as recomendações onde se encontram algumas proposições
que podem ser implementadas futuramente no âmbito da realização de estudos e
projectos relacionados com o transporte de sedimentos e balanço de sedimentar na
costa da Cidade de Maputo.
6.1 CONCLUSÕES
O presente estudo tinha como objectivo trazer mais uma contribuição para a melhor
percepção do problema de erosão que afecta a costa da Cidade de Maputo por meio de
um balanço sedimentar. A partir de fotografias aéreas, imagens de satélite, dados de
vento associados aos dados de precipitação e evaporação foram determinadas taxas de
transporte eólico e de variação do volume de praia na costa da Cidade de Maputo tendo
em conta dois períodos. Os resultados obtidos foram associados com as taxas de
transporte longitudinal de sedimentos obtidas em outros estudos e usados para a
realização do balanço sedimentar.
A praia da Costa do Sol apresentou uma variação morfológica que foi dominada
por fenómenos de sedimentação e erosão na costa. No entanto, a evolução da
linha de costa não se distribuiu de forma uniforme no tempo e no espaço;
No período de 1979 - 2000 foram verificados elevados níveis de erosão, sendo
que em alguns pontos a recessão atingiu cerca de 120 m;
A taxa média de recuo da linha de costa nas células de balanço sedimentar, para
o período de 1969 - 2017, estimada através do método da taxa de regressão linear
(LRR), varia entre 0.30 a 0.50 m/ano e a taxa média de recuo da linha de costa
em todo o comprimento da costa é de 0.41 m/ano.
Samuel C. Chissumba 64
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Samuel C. Chissumba 65
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
6.2 RECOMENDAÇÕES
Ao longo dos últimos 40 anos, quase toda a costa da Cidade de Maputo passou por um
processo contínuo de destruição de dunas. Tal destruição resultou da acção de
fenómenos naturais e, sobretudo, de acções antropogénicas. A ausência de dunas é
apontada como uma das principais causas da erosão eólica na praia da Costa do Sol,
sobretudo no trecho que beneficiou de alimentação artificial entre os anos de 2012 e
2013. A partir desta constatação recomenda-se que os futuros projectos que envolvam
a alimentação artificial a serem elaborados e implementados na praia da Costa do Sol
tenham em conta também a construção e respectiva vegetação de dunas e reabilitação
de dunas degradadas;
Samuel C. Chissumba 66
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
BIBLIOGRAFIA
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Samuel C. Chissumba 69
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Samuel C. Chissumba 70
Balanço sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Samuel C. Chissumba 71
ANEXOS
ANEXO 1 − Resultados do DSAS
ANEXO 2 − Transporte eólico potencial
ANEXO 3 − Evolução espacial do transporte eólico
ANEXO 4 − Características dos dados de vento
ANEXO 5 − Resultados do SBAS
ANEXO 6 − Área em estudo
Balanço Sedimentar. Um contributo para a percepção do problema de erosão na costa da Cidade de Maputo 2017
Cenário 1
(𝜌𝑠 − 𝜌𝑎𝑟 )
𝑢∗𝐶 = 𝐴𝑉 √ 𝑔𝑑50
𝜌𝑎𝑟
Onde:
𝐴𝑉 = 0.118
𝑔 = 9.81 𝑚⁄𝑠 2
𝑑50 = 0.30 𝑚𝑚
𝜌𝑎𝑟 = 1.20 𝑘𝑔⁄𝑚3, para uma temperatura média de 23℃ da costa de Maputo
𝜌𝑠 = 2650 𝑘𝑔⁄𝑚3
𝑢∗ = 𝐶𝑠 𝑢̅10𝑚
𝑢∗𝐶
𝑢∗𝐶 = 𝐶𝑠 𝑢̅10𝑚𝐶 ⟺ 𝑢̅10𝑚𝐶 =
𝐶𝑠
Onde:
𝐶𝑠 = 0.053
𝑢∗𝐶 = 0.30 𝑚⁄𝑠
De seguida, a equação 2-4 foi transformada na equação A2-1 de tal modo que a mesma
esteja em função da velocidade do vento aos 10 m de altura (𝑢10𝑚 ), uma vez que todos
outros parâmetros da equação 2-4 já são conhecidos.
𝑑50 𝑢∗2
𝑚̇𝑉𝐸 = 𝐾𝑉 √ 𝑟𝑒𝑓 𝜌𝑎𝑟 (𝑢∗ − 𝑢∗𝐶 )
𝑑 𝑔
50
𝐾𝑉 = 4.2
𝑔 = 9.81 𝑚⁄𝑠 2
𝑑50 = 0.30 𝑚𝑚
𝑟𝑒𝑓
𝑑50 = 0.25 𝑚𝑚
𝜌𝑎𝑟 = 1.20 𝑘𝑔⁄𝑚3, para uma temperatura média de 23oC da costa de Maputo
𝑢∗𝐶 = 0.30 𝑚⁄𝑠
𝑢∗ = 0.053𝑢̅10𝑚
0.30 (0.053𝑢̅10𝑚 )2
𝑚̇𝑉𝐸 = 4.2 × √ × 1.20 × × [(0.053𝑢̅10𝑚 ) − 0.30]
0.25 9.81
2
𝑚̇𝑉𝐸 = (8.38𝑢̅10𝑚 − 47.55) × 10−5 × 𝑢̅10𝑚 (A2-1)
E por fim foi aplicada a equação 2-5 para obtenção da taxa de transporte volumétrico de
sedimentos (𝑞𝑉𝐸 ).
𝑚̇𝑉𝐸
𝑞𝑉𝐸 =
𝜌𝑠 (1 − 𝑛)
2
𝑚̇𝑉𝐸 = (8.38𝑢̅10𝑚 − 47.55) × 10−5 × 𝑢̅10𝑚
𝜌𝑠 = 2650 𝑘𝑔⁄𝑚3
𝑛 = 0.40
2
𝑞𝑉𝐸 = (5.27𝑢̅10𝑚 − 29.90) × 10−8 × 𝑢̅10𝑚 (A2-2)
Cenário 2
Neste caso assume-se que o sedimento se encontra húmido e será necessária uma
maior velocidade crítica de arrastamento para que o mesmo seja mobilizado. A
velocidade crítica de arrastamento nestas condições é em função da velocidade crítica
de arrastamento obtida no primeiro cenário e calcula-se através da equação 2-10, a
seguir apresentada.
Onde:
Consequentemente, para o cenário 2, todas aquelas velocidades que excedem 9.20 m/s
aos 10 m de altura são capazes de transportar sedimento. As velocidades menores que
9.20 m/s serão ignoradas para o estudo do transporte eólico de sedimentos na costa da
Cidade de Maputo.
2
𝑚̇𝑉𝐸 = (8.38𝑢̅10𝑚 − 77.19) × 10−5 × 𝑢̅10𝑚 (A2-3)
2
𝑞𝑉𝐸 = (5.27𝑢̅10𝑚 − 48.55) × 10−8 × 𝑢̅10𝑚 (A2-4)
1995
Direcção Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total
N 0.19 0.31 0.40 1.81 0.28 0.19 0.09 0.23 0.03 0.19 0.35 0.30 4.37
NNE 0.15 0.00 0.01 0.32 0.03 1.75 0.05 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 2.31
NE 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.01
SSE 0.00 0.00 0.03 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00 0.07
S 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 0.05 0.88 0.14 0.00 1.20
SSW 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00 0.02 0.00 0.00 0.05
NW 0.06 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00 0.00 0.09
NNW 0.39 0.30 0.42 0.23 0.01 0.00 0.34 0.07 0.43 0.24 0.35 0.18 2.97
Total 0.79 0.61 0.86 2.36 0.32 1.95 0.48 0.46 0.51 1.36 0.88 0.48 11.06
2003
Direcção Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total
N 0.38 0.50 0.23 0.06 0.35 0.42 0.04 0.29 0.15 1.24 0.09 0.51 4.26
NNE 0.00 0.10 0.06 0.13 0.10 0.05 0.00 0.08 0.00 0.00 0.00 0.00 0.54
SSE 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.00 0.00 0.05
S 0.00 0.00 0.02 0.00 0.00 0.00 0.00 0.70 0.08 0.30 0.10 0.00 1.20
SSW 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.05 0.01 0.03 0.00 0.09
NW 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.30 0.00 0.23 0.53
NNW 0.27 0.42 0.23 0.11 0.09 0.28 0.06 0.26 0.23 0.84 0.17 0.54 3.52
Total 0.65 1.03 0.55 0.30 0.54 0.76 0.11 1.33 0.51 2.73 0.39 1.28 10.19
2016
Direcção Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Total
N 0.14 0.14 0.08 0.63 0.00 0.45 0.84 0.01 0.14 0.57 0.57 0.19 3.75
NNE 0.01 0.02 0.00 0.00 0.01 0.00 0.00 0.00 0.05 0.18 0.00 0.02 0.29
SSE 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.13 0.00 0.00 0.13
S 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.02 0.46 0.20 0.07 0.00 0.75
SSW 0.01 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.03 0.00 0.04 0.00 0.08
NW 0.12 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.04 0.02 0.04 0.01 0.00 0.24
NNW 0.11 0.01 0.10 0.24 0.00 0.07 0.05 0.22 0.27 0.20 0.03 0.72 2.02
Total 0.38 0.17 0.19 0.87 0.01 0.51 0.89 0.29 0.97 1.34 0.72 0.93 7.27
T a x a d e tra n s p o rte [m /h o ra /m ] 0 .0 1 5
SSE
SSW
0 .0 1 0
3
NW
0 .0 0 5
0 .0 0 0
0 10 20 30 40 50
L a r g u r a d a b e r m a [m ]
Figura A3-1: Evolução do transporte eólico nas direcções NW, SSE e SSW
A tabela A3-2 apresenta valores médios de largura da berma da praia nas direcções de
transporte potencial para a praia da costa do sol.
Tabela A3-2: Largura média da berma da praia nas direcções de transporte potencial
Direcção Célula II
Célula I Célula III Célula IV
Antes Depois
N 70 30 150 80 45
SSE 60 25 115 60 35
S 70 30 150 80 45
NW 50 25 100 55 30
NNW 60 25 115 60 35
Figura A5-1: Estado das células em termos de valor residual, 1979 - 2012
Figura A5-2: Estado das células em termos de valor residual, 2013 - 2016
Figura A6-1: Sedimento depositado ao longo da Figura A6-3: Sedimento sendo carregado pelo
Avenida da Marginal vento (Processo de erosão eólica)
Figura A6-2: Sedimento depositado na via e no Figura A6-4: Perda de sedimentos para o
passeio da Avenida da Marginal domínio terrestre