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EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES

SCS Quadra 9, Edifício Parque Cidade Corporate, Torre C, 1° ao 3° andares - Bairro Asa Sul
Brasília-DF, CEP 70308-200
- http://www.ebserh.gov.br

Nota Técnica - SEI nº 6/2022/SGE/CGS/DAI​-EBSERH

Processo nº 23477.010629/2022-81

INTERESSADO: Hospitais Universitários Rede Ebserh

ASSUNTO: Nota Técnica Aquisição, Gestão, Registro de Estoque e Contábil​de Materiais Consignados na Rede Ebserh

1. INTRODUÇÃO

1.1. O objetivo da presente Nota é orientar as Unidades Gestoras da Rede Ebserh quanto a aquisição, gestão, registro de estoque e contábil de
Materiais Consignados.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. Esta Nota observa o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), o Ajuste Sinief 11, de 15 de agosto de 2014, do
Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) - Ministério da Economia, que dispõe sobre a concessão de regime especial na remessa interna e
interestadual de implantes e próteses médico-hospitalares para hospitais ou clínicas, o Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais
Especiais (OPME's) do Ministério da Saúde, que tem a finalidade de estabelecer diretrizes e propor soluções para as questões práticas relacionadas à
aquisição, à solicitação, ao recebimento, à armazenagem, à dispensação, à utilização e ao controle de OPME's, nas unidades de saúde, e diferentes
produções acadêmicas e governamentais acerca da Administração de Materiais em organizações públicas.

3. CONCEITOS

3.1. Para entendimento desta Nota Técnica, trabalharemos com os seguintes conceitos:

a) Almoxarifado Central: área responsável pelo recebimento, armazenamento, movimentação interna,


controle, distribuição, dispensação e gestão do inventário dos materiais de consumo.
b) Central de Consignados: é um estoque não contábil, sob responsabilidade da Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque -
UACE, criado no sistema AGHUx como um tipo de almoxarifado, somente para controle dos materiais consignados. Deve estar
localizado, preferencialmente, no Almoxarifado Central, possuindo estrutura própria e exclusiva para gestão desse modelo de
contratação.
c) Comodato: empréstimo de bem que não pode ser substituído e deve ser devolvido ao proprietário após a sua utilização, sendo a
cessão do bem normalmente feita sob demanda. Alguns exemplos: Equipamento Ureteroscópio Flexível Digital, Medidor
Peniano, Fonte de Laser, Ótica e Cabos da Fonte de Luz, Ressectoscópio, Clipadores, Conjunto de Serra e Perfurador Pneumático.
d) Equipe de Fiscalização do Contrato (EFC): é o conjunto de colaboradores responsáveis pela gestão e fiscalização contratual, na
qualidade de titulares ou substitutos, designada formalmente, por ato do Diretor de Administração e Infraestrutura ou do Gerente
Administrativo, conforme o caso. No caso de aquisições de bens em que haja ordem de fornecimento com valor superior a R$
200.000,00 (duzentos mil reais), a EFC deverá ser formada com pelo menos 3 (três) membros titulares, sendo 1 (um)
necessariamente representante da unidade requisitante
e) Equipe de Fiscalização da Ata de Registro de Preços (EFARP): é o conjunto de colaboradores responsáveis pela gestão dos
elementos pré-contratuais da ata de registro de preços e da gestão e fiscalização dos contratos decorrentes da ata de registro de
preços, na qualidade de titulares ou substitutos.
f) Ficha de Consumo da Cirurgia: documento que detalha os materiais com seus respectivos quantitativos usados no procedimento
cirúrgico.
g) Fiscalização Técnica: é o acompanhamento com o objetivo de avaliar a execução do objeto nos moldes contratados e, se for o
caso, aferir se a quantidade, qualidade, tempo e modo da prestação dos serviços ou fornecimento de bens estão compatíveis com
os indicadores de níveis mínimos de desempenho estipulados no ato convocatório, para efeito de pagamento conforme o resultado.
h) Gestão de Contrato: é a coordenação das atividades relacionadas à fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público
usuário, bem como dos atos preparatórios à instrução processual e ao encaminhamento da documentação pertinente à área de
acompanhamento dos contratos para formalização dos procedimentos quanto aos aspectos que envolvam a prorrogação, alteração,
reequilíbrio, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção dos contratos, dentre outros .
i) Materiais Consignados: É todo material em que o fornecimento é intermediado por consignatário, em que o material é
disponibilizado pelo fornecedor para utilização futura da unidade hospitalar, com o pagamento sendo realizado somente após o uso.
j) Materiais Especiais: quaisquer materiais ou dispositivos de uso individual que auxiliam em procedimento diagnóstico ou
terapêutico e que não se enquadram nas especificações de órteses ou próteses, implantáveis ou não, podendo ou não sofrer
reprocessamento, conforme regras determinadas pela Anvisa.
k) Ordem de Fornecimento: é a permissão de compra de um ou mais itens. Esse procedimento deve ser formalizado no
SEI, conforme modelo 21214888
l) Ortéses, Próteses e Materiais Especiais (OPME): são insumos utilizados na assistência à saúde e relacionados a uma intervenção
médica, odontológica ou de reabilitação, diagnóstica ou terapêutica.
m) Órtese: peça ou aparelho de correção ou complementação de membros ou órgãos do corpo. Também definida como qualquer
material permanente ou transitório que auxilie as funções de um membro, órgão ou tecido, sendo não ligados ao ato cirúrgico os
materiais cuja colocação ou remoção não requeiram a realização de ato cirúrgico (Resolução Normativa da ANS – RN nº 338, de 21
de outubro de 2013, publicada na seção 1, do DOU de 22 de outubro de 2013).
n) Prótese: peça ou aparelho de substituição dos membros ou órgãos do corpo. Compreende qualquer material permanente ou
transitório que substitua total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido (Resolução Normativa da ANS – RN nº 338, de 21 de
outubro de 2013, publicada na seção 1, do DOU de 22 de outubro de 2013).
o) Padronização de Produtos: inclusão de material de uso regular ao rol de itens necessários ao atendimento das demandas
assistenciais, conforme as condutas adotadas pela unidade hospitalar, sendo observadas as exigências da Diretoria de Ensino e
Atenção a Saúde - DEPAS.
p) Recebimento de material: é um dos processos da gestão de almoxarifado. Compreende todas as atividades intermediárias
existentes entre os processos de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de responsabilidade das Equipes de Fiscalização do
Contrato (EFC) ou Equipe de Fiscalização da Ata de Registro de Preços (EFARP) a conferência necessária dos produtos e atestes de
conformidade, em locais previamente determinados em contrato.
q) Recebimento provisório: é a etapa do recebimento de material que ocorre no momento da chegada do produto no Almoxarifado
Central, ou seja, na entrega da carga pelo transportador. No recebimento provisório são realizadas conferências gerais acerca da
Nota Fiscal (NFE), Nota de Empenho (NE) e Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), bem como é efetuada a contagem dos
volumes entregues. Esse procedimento deve ser formalizado no SEI, conforme modelo 21214917.
r) Recebimento intermediário: é a etapa do recebimento de material que são verificadas as quantidades declaradas pelo
fornecedor na Nota Fiscal (NFE) e se há conformidade com o que foi efetivamente entregue. São observadas as especificações
técnicas do objeto e a análise do material entregue é feita de forma detalhada. Esse procedimento ocorre apenas negocialmente,
não sendo, portando, formalizado no SEI.
s) Recebimento definitivo: é a etapa do recebimento de material que a decisão sobre o aceite definitivo dos materiais que
passaram pelas etapas anteriores deve ser tomada. A entrada do material no estoque é registrada no sistema AGHU e a Nota Fiscal
(NFE) é liberada para pagamento em caso de aceitação total do material. Ocorre a devolução parcial ou total do material, caso o
produto não seja aceito, com notificação posterior ao fornecedor. Esse procedimento deve ser formalizado no SEI, conforme
modelo 21214929.
t) Rastreabilidade: capacidade de traçar o histórico, a aplicação ou a localização de um item por meio de informações previamente
registradas.
u) SIGTAP - Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS.
v) Valor de aquisição: é a soma do preço de compra de um bem com os gastos suportados direta ou indiretamente para colocá-lo
em condição de uso.

4. HISTÓRICO

4.1. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - Ebserh foi criada por meio da Lei n° 12.550, de 15 de dezembro de 2011, como empresa
pública vinculada ao Ministério da Educação - MEC, com a finalidade de prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio
diagnóstico e terapêutico à comunidade, assim como prestar às instituições públicas federais de ensino ou instituições congêneres serviços de apoio ao
ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de profissionais no campo da saúde pública.

4.2. Os hospitais da Rede Ebserh exercem a função de centros de referência de média e alta complexidade para o Sistema Único de Saúde -
SUS, possuindo um papel de destaque para a sociedade.

4.3. Não obstante, a Ebserh é uma organização pública de saúde e, portanto, atua em um ambiente peculiar. Uma área complexa devido à
limitação de recursos, com uma demanda crescente e contínua por serviços e que necessita de constantes atualizações tecnológicas. Adicionalmente, o
segmento de saúde ainda é amplamente regulado pelo poder público, o que acaba exigindo maior controle dos processos de aquisição de produtos, gestão
e fiscalização de contratos.

4.4. Pode-se afirmar que essa necessidade permanente de incorporação tecnológica é promovida por empresas de alta tecnologia, que
possuindo grandes investimentos em pesquisas, acabam gerando constantemente produtos que visam aprimorar a assistência em saúde, impondo, desta
forma, uma demanda permanente de padronização de novos produtos por parte das organizações de saúde (BURMESTER; HERMINI; FERNANDES, 2013).

4.5. No contexto da sua atuação focada na média e alta complexidade de serviços em saúde e para exercer a sua missão institucional, a Ebserh
necessita de diversos materiais específicos para realização de procedimentos cirúrgicos, que por conta das suas particularidades, são de difícil
previsibilidade de uso e, consequentemente, de planejamento de aquisição. Além disso, muitos desses materiais possuem um valor agregado bastante
representativo, o que tende, de uma forma geral, a implicar em alta imobilização de capital e expressivos impactos orçamentários em suas unidades
hospitalares.

4.6. As Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's compõem esse grupo de produtos, já que tendem a possuir uma ampla diversidade de
modelos, conhecido pelos gestores e profissionais de saúde que utilizam como grades, dificultando a aquisição e gestão de estoques por conta da
necessidade de disponibilidade permanente e integral de todos esses modelos nas unidades hospitalares, além de serem normalmente produtos de alto
custo., chegando a representar cerca de 10% da despesa total de uma unidade de saúde, conforme apontam diversas pesquisas.

4.7. Por isso as Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's tendem a ser mais complicadas de se gerir, visto que além de apresentarem
alto custo, apresentam baixo giro de estoque e características que variam de acordo com o paciente, em que o tipo ou tamanho do produto que será
utilizado é definido somente no momento da realização do procedimento, sendo por esses motivos, adquiridos normalmente pelas unidades de saúde em
regime de consignação (BARBIERI; MACHLINE, 2017).

4.8. Além disso, são materiais que necessitam de um controle rígido na rastreabilidade, já que pode haver necessidade de substituição, seja
por conta de problemas na linha de produção dos fabricantes, seja por indicação clínica, ou mesmo por determinação das agências reguladoras. Portanto,
a rastreabilidade deÓrteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's é fundamental para garantir mais segurança para os pacientes, bem como a qualidade
dos produtos utilizados.
4.9. Por esse e outros motivos que a gestão de Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's é bastante complexa, com múltiplos atores e
interesses envolvidos, como pacientes, médicos, gestores de estoques, demais profissionais da saúde, fabricantes e fornecedores de insumos e hospitais,
em que cada um assume sua parcela de responsabilidade na cadeia de suprimentos.

4.10. O Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's do Ministério da Saúde, ressalta que as
unidades de saúde devem ter uma visão sobre as OPME's sob a perspectiva dos seguintes pontos:

a) Eficiência operacional;
b) Segurança dos pacientes;
c) Redução de desperdícios;
d) Minimização de variabilidades;
e) Garantia de um bom custo-benefício para produtos e insumos;
f) Relações técnicas e comerciais harmoniosas na área da Saúde;
g) Confiança e resolubilidade na gestão em OPME;
h) Eliminação de riscos de atrasos ou glosas no faturamento.

4.11. Nesse contexto, surge a aquisição em regime de consignação como alternativa para as unidades hospitalares, modelo em que o material é
disponibilizado pelo fornecedor para utilização futura, com o pagamento sendo realizado somente após o uso.

4.12. A aquisição por consignação já é uma prática comum nos hospitais universitários administrados pela EBSERH, visto que é um modelo que
tende a reduzir o risco de ruptura de estoque, garantindo de forma mais eficiente o abastecimento desse tipo de materiais, ao mesmo tempo que reduz o
capital imobilizado na organização, apesar de terem, em tese, preços unitários de produtos mais elevados.

4.13. Complementarmente, boa parte dos materiais classificados como Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's, bem como a maioria
dos procedimentos que os envolve, tem seus valores compensados pelo SUS, mesmo que parcial, o que de uma forma ou de outra acaba agregando valor
ao faturamento da instituição. Nesse sentido, a gestão de Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's torna-se ainda mais estratégica, não apenas por
conta de variáveis assistenciais, como segurança do paciente, rastreabilidade, tecnovigilância, dentre outras, mas também pelo risco de gerar desequilíbrio
financeiro da organização em um cenário de controle ineficiente.

4.14. Ainda mais, são observadas constantemente recomendações da auditoria interna da Ebserh para a necessidade de acompanhamento,
contabilização e conciliação contábil dos insumos consignados, o que gerou a necessidade de se viabilizar uma forma padronizada de se contabilizar e gerir
a movimentação desses materiais.

4.15. O problema, diga-se novamente, é que a gestão desse modelo é complexa, considerando aspectos da própria gestão de estoque,
questões legais, regras contábeis, fiscais e demanda por processos operacionais mais extensos.

4.16. Assim sendo, a Administração Central, através da Diretoria de Administração e Infraestrutura, por meio do Serviço de Gestão de Estoque,
e a Diretoria de Orçamento e Finanças, por meio do Serviço de Contabilidade, vêm realizando uma série de estudos e discussões acerca de quais seriam as
melhores práticas a serem adotadas para este modelo de gestão. Para isso, foram feitas diferentes consultas, o que permitiu perceber a existência
de diversos fluxos, bem como rotinas distintas em cada unidade hospitalar, o que pode comprometer a legalidade e até a conta patrimonial da Ebserh.

4.17. Isto posto, após estudar diversos modelos da Rede Ebserh, em especial aquele adotado pelo Hospital de Ensino Dr. Washington Antônio
de Barros, vinculado à Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-UNIVASF), além de analisar diversas sugestões realizadas pelo Setor de
Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), foram iniciadas diversas tratativas
relacionadas a administração de materiais, gestão contábil e gestão fiscal.

4.18. Após maturação e definição de todos os requisitos técnicos, esta nota foi elaborada e antes de finalizada, apresentada para pactuação
junto a Auditoria Interna e Auditoria Independente da Ebserh.

4.19. Por fim, cabe ressaltar ainda que alguns modelos de Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's poderão ser adquiridos de forma
tradicional, sem ser por consignação, visto que é possível que alguns materiais possuam características que inviabilizem a compra por consignação, como
por exemplo a previsibilidade de consumo e também o alto giro.

4.20. Ainda mais, apesar de não estarem incluídos no modelo de gestão da Central de Consignados, estes deverão, obrigatoriamente, sob
escopo da Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE e supervisão do Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS, observar
as demais recomendações técnicas apontadas para gestão de Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's.

5. PADRONIZAÇÃO DE OPME'S

5.1. A padronização de materiais hospitalares é essencial para as organizações de saúde, visto que promove segurança dos pacientes,
profissionais e controle de qualidade.

5.2. A construção de um bom sistema de padronização nas organizações tende a reduzir custos, tornando suas operações mais econômicas.
Além disso, com um catálogo de produtos mais enxuto, tende-se a simplificar processos, aumentando a produtividade e tornando atuação das instituições
mais eficiente. Por isso a importância da padronização de produtos para a atuação do Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS.

5.3. Na Rede Ebserh, a padronização de medicamentos e produtos para saúde é de responsabilidade da Diretoria de Ensino e Atenção à Saúde
- DEPAS.

5.4. Nesse sentido, no caso da gestão de as Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's, a padronização para as unidades hospitalares
se torna ainda mais importante, já que se tratam de produtos com alto impacto financeiro e que a utilização dos mesmos tendem a estar associados
diretamente as contratualizações realizadas com os gestores de saúde.

5.5. O próprio Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's do Ministério da Saúde corrobora com
esse entendimento, já que afirma ser necessário o estabelecimento de especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade desses
produtos, além da definição das quantidades a serem adquiridas, que deverão ser realizadas, sempre que possível, com base nas metas de procedimentos
cirúrgicos, hospitalares e ambulatoriais. Ou seja, no caso das unidades hospitalares da Rede Ebserh, tomando como base o contrato de objetivos.

5.6. O manual supracitado ainda aponta demais premissas a serem consideradas, que são elas:
a) Preparar a logística de abastecimento com base na padronização estabelecida.
b) Revisar periodicamente a padronização, as incorporações, as substituições e as prováveis exclusões, readequando o
planejamento.
c) Revisar descritivos em suas clareza e finalidade, sendo vedadas as especificações que, por excessivas, irrelevantes ou
desnecessárias, limitem a competição.
d) Planejar, buscando compatibilizar a provável demanda à logística de mercado.
e) Definir previamente a necessidade de inclusão de equipamentos, instrumentais, acessórios ou serviços, compatíveis com o
procedimento a ser realizado, os quais deverão ser fornecidos com as OPME's, preferencialmente em cessão gratuita de uso.
f) Estabelecer estratégias diferenciadas para itens de alto e baixo custo. Sugere-se o armazenamento do objeto em lotes, sempre
que as características do mercado ou do produto exigirem, organizando-os por especialidade ou por procedimento.
g) Prever a disponibilidade da grade de produtos conforme o consumo e a base de utilização.
h) Buscar preços vantajosos, em função do envolvimento e das informações técnicas do profissional da Saúde que utilizará as
OPME's.
i) Identificar fornecedores adequados às necessidades logísticas do objeto.
j) Estabelecer condições atrativas que atendem à linha de produtos dos fornecedores estratégicos.

5.7. Esse tipo de material normalmente é de alto custo e apresenta uma gama de diversidade em diferentes categorias, o que reforça,
portanto, a importância da padronização. Cabe, de acordo com o Ministério da Saúde, estabelecer requisitos mínimos, que sirvam de parâmetro para
futuras aquisições, que impactem positivamente a qualidade, otimizem custos, mas que atendam ao mesmo tempo aos padrões técnicos exigidos.

5.8. Portanto, para a aquisição desses produtos, recomenda-se as seguintes premissas:

I- As Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's antes de seres padronizadas, devem ser amplamente analisadas pela
Comissão de Padronização de Produtos para Saúde, observando diversos aspectos, com perspectiva multiprofissional, dentre eles:
procedimentos contratualizados, protocolos, eficiência operacional, segurança do paciente, faturamento, custos, dentre outros.
II - Para a padronização e posteriormente aquisição, os produtos devem observar as diretrizes definidas pela Diretoria de
Ensino e Atenção à Saúde - DEPAS, como previsibilidade do material no Catálogo de Tecnologia em Saúde e aprovação da lista de
seleção de produtos das unidades hospitalares.

5.9. Tratando-se especificamente das especificações técnicas de Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's, o Manualdo Ministério da
Saúde aponta ainda que as mesmas devem estar baseadas nas especificações contidas nos códigos do Sistema de Gerenciamento da Tabela de
Procedimentos, Medicamentos e OPME do SUS - SIGTAP.

5.10. Isto posto, parte-se do princípio que, se são itens padronizados, devem ter registro de preços sempre vigente, com políticas de estoque e
reposição definidas.

6. AQUISIÇÃO DE MATERIAIS CONSIGNADOS

6.1. A definição se a aquisição de materiais ocorrerá por consignação ou não deve ser realizada pela Equipe de Planejamento da Contratação -
EPC, observando demais alternativas de mercado, bem como consultas a outras áreas envolvidas com a movimentação e utilização desses produtos na
instituição.

6.2. Para essa definição, o Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS deverá consultar as áreas demandantes, a Comissão de
Padronização de Produtos para Saúde, Setor de Contabilidade, Setor de Administração, área de Orçamento e Finanças, dentre outras.

6.3. A aquisição de materiais consignados, por conta da sua característica de compra e gestão de estoque, deverá ser, sempre que possível,
realizado através de sistema de Registro de Preços.

6.4. Todas as aquisições de materiais consignados deve ter como base a sua padronização, observando as descrições, especificações técnicas e
requisitos mínimos de qualidade, com suas respectivas pesquisas de preços, atendendo integralmente, assim como as demais contratações realizadas pela
Rede Ebserh, o novo Regulamento de Licitações e Contratos da empresa.

6.5. O Termo de Referência da contratação deverá contemplar todos os requisitos mínimos para sua elaboração, com ênfase nas prerrogativas
relacionadas a consignação:

a) fundamentação e justificativa da aquisição dos materiais consignados


b) modelos e prazos para envio da ordem de fornecimento
c) prazos de emissão da nota de remessa
d) prazos de emissão da nota de venda
e) prazos de emissão da nota de devolução
f) controle da emissão e liquidação da nota de empenho
g) os itens e suas respectivas quantidades que deverão ser consignadas
h) informações sobre os modelos e grades dos produtos
i) necessidade de comodato para instrumentais e/ou equipamentos
j) modelo de movimentação e prazos para utilização desses instrumentais e/ou equipamentos
k) dentre outros.

6.6. De acordo com o Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's do Ministério da Saúde,
a aquisição, quando de OPME, deve ser de produto legalmente registrado na Anvisa, conforme as disposições da Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976,
que dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e
Outros Produtos, e dá outras Providências; dentro de seu prazo de vigência, com indicação técnica de uso registrada na bula do produto. Além
disso, deverá ser realizada por fabricante ou distribuidor legalmente habilitado para a comercialização no País.
6.7. O manual também aponta que no caso das OPME's que possuírem conjunto de componentes com tamanhos variados, o Termo de
Referência deverá conter cláusulas que estabeleçam obrigação do fornecedor em disponibilizar o conjunto de componentes de tamanhos variados, bem
como o instrumental necessário para o adequado uso, sendo a cessão em regime de comodato ou cessão gratuita. Além disso, o Termo de Referência
também deverá prever a responsabilidade do fornecedor em realizar a troca de componentes não utilizados, mesmo depois de expirada a sua validade ou
garantia.

6.8. Ainda mais, também é necessário prever critérios de acesso para a movimentação dos técnicos do fornecedor no interior da unidade
hospitalar, bem como obrigatoriedade do fornecedor capacitar servidores e demais profissionais do hospital para uso do material, caso necessário.

6.9. Adicionalmente, é necessário que os termos de referência contemplem cláusulas que estabeleçam a obrigação do fornecedor em
disponibilizar um orientador técnico exclusivo para esta função, caso haja necessidade de uso ou montagem da OPME no estabelecimento de saúde.

6.10. Sempre que possível, por conta da sua complexidade, todas as contratações oriundas de aquisição através de consignação deverão,
preferencialmente, gerar contratos e com prazos mais amplos de vigência.

6.11. Nesse contexto, pode-se afirmar que a gestão de materiais consignados é complexa e trabalhosa, por isso a necessidade de adoção de
critérios e análises bem fundamentadas para a escolha desse tipo de contratação. Sendo assim, cabe ressaltar que a regra é comprar tradicionalmente,
consignar é exceção, sendo necessária a sua adoção somente quando a avaliação for que a sua implementação é mais vantajosa, seja sob a perspectiva
administrativa e financeira, seja sob a perspectiva assistencial.

6.12. Quando solicitada uma OPME não prevista no SIGTAP e na padronização da unidade hospitalar, a decisão para aquisição deverá ser
avaliada, antes do uso, pela Comissão de Padronização de Produtos para Saúde - CPPS, quanto a sua indicação e evidência terapêutica. Para tanto, deverá
ser observado o anexo V da Diretriz para Constituição de Comissões de Padronização de Produtos para Saúde - CPPS da Rede Ebserh, que trata sobre o fluxo
para a compra de produtos para saúde não padronizados. Adicionalmente, deve-se atender as demais diretrizes definidas pela Diretoria de Ensino e
Atenção à Saúde - DEPAS em relação a matéria.

6.13. Considerando a complexidade de aquisição e gestão de materiais consignados, cabe definir as premissas básicas para delimitação do
objeto da contratação. Nesse sentido, recomenda-se para aquisição através de consignação que:

I- O produto deve ter alto valor agregado, com impactos orçamentários representativos.
II - O produto deve ter a sua apresentação em formato de grades, principalmente com modelos complementares, em que a
definição do modelo a ser utilizado depende da avaliação do médico ou profissional de saúde responsável, no momento do
procedimento cirúrgico.
III - Imprevisibilidade do consumo.

6.14. Cabe ressaltar ainda que é possível adquirir materiais que não estejam enquadrados na definição de Órteses, Próteses e Materiais
Especiais - OPME's através de consignação, desde que os mesmos atendam a um ou mais requisitos técnicos recomendados nesta nota. Um exemplo
objetivo de um produto que pode ser adquirido através de consignação e que não é classificado comoÓrteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's é a
lente intraocular para procedimentos de oftalmologia, relacionada ao tratamento da catarata.

6.15. Da mesma forma, é possível que algum tipo de Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's não seja adquirido na forma de
consignação. Contudo, recomenda-se prever no Termo de Referência que no cenário de aquisições para estoque próprio, é mantida a obrigação do
fornecedor em trocar os produtos não utilizados, quando solicitado pela unidade hospitalar, recomendação esta também realizada pelo ministério da
Saúde, através do Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's.

7. CENTRAL DE CONSIGNADOS

7.1. O Manual Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's afirma que todo estabelecimento de
saúde deverá possuir local específico para guarda e armazenagem das OPME's, com acesso restrito e controlado por profissional designado pela
instituição.

7.2. Para a Rede Ebserh, nesta nota técnica, tal local é tratado como Central de Consignados, que será responsável pelo controle não apenas
das Órteses, Próteses e Materiais Especiais - OPME's, mas de todos os materiais adquiridos em modelo de consignação pelas unidades hospitalares.

7.3. A Central de Consignados é um estoque não contábil, sob responsabilidade da Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE,
criado no sistema AGHUx como um tipo de almoxarifado, somente para controle dos materiais consignados. Deve estar localizado, preferencialmente, no
Almoxarifado Central, possuindo estrutura própria e dedicada para gestão desse modelo de contratação.

7.4. A Central de Consignados não precisa ter uma grande estrutura. Contudo, para atendimento aos apontamentos das auditorias, precisa
estar localizada em local que seja possível identificar de forma clara o que é material consignado e o que é patrimonial.

7.5. Recomenda-se que a Central de Consignados possua equipe própria e exclusiva, preferencialmente, observando o volume de
movimentações de materiais consignados que a unidade hospitalar realiza mensalmente.

7.6. Além do volume de movimentações, a recomendação de equipe própria e exclusiva para a Central de Consignados se encaixa no contexto
em que a unidade hospitalar necessita realizar a guarda e dispensação de um ativo muito alto, com representação significativa em relação ao valor total dos
estoques, o que gera, obrigatoriamente, demanda mais rígida por controle.

7.7. A Central de Consignados será responsável direta por toda gestão relacionada aos produtos consignados, incluindo os processos de Envio
das Ordens de Fornecimento, nota de empenho, monitoramento da movimentação dos produtos, acompanhamento da emissão e entrega das notas de
simples remessa, devolução simbólica e venda, recebimento, armazenamento, dispensação e/ou distribuição de produtos, gestão de inventário,
disponibilização de informações para a elaboração de indicadores e do Relatório de Movimentação de Almoxarifado - RMA, dentre outros.

8. GESTÃO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS PARA MATERIAIS CONSIGNADOS

8.1. Conforme apontado pelo Novo Regulamento de Licitações e Contratos, todos contratos firmados pela Ebserh regulam-se pelas normas ali
descritas, pelos preceitos de direito privado e pela Lei nº 13.303/2016, com as cláusulas necessárias conforme indicado no artigo 143 do documento.

8.2. O Novo Regulamento de Licitações e Contratos também aponta a obrigatoriedade de se realizar a gestão e fiscalização de contratos das
aquisições, conforme consta no artigo 161 que diz " A execução dos contratos deverá ser acompanhada e fiscalizada pela Ebserh com o objetivo de garantir
a observância dos direitos e o cumprimento das obrigações pactuadas, bem como a obediência à legislação pertinente."
8.3. Nesse contexto, conforme já recomendado anteriormente nesta Nota Técnica, Sempre que possível, por conta da sua complexidade,
todas as contratações oriundas de aquisição através de consignação deverão, preferencialmente, gerar contratos, com prazos mais amplos de vigência.

8.4. A Equipe de Fiscalização do Contrato (EFC) deverá conter, obrigatoriamente, um colaborador pertencente a Central de Consignados,
vinculado à Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE.

8.5. A Equipe de Fiscalização do Contrato (EFC), com apoio do Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS, deve gerenciar os
materiais consignados, organizar treinamentos para os profissionais sobre a utilização de produtos, intermediar a solicitação de instrumentais e
equipamentos em comodato para a Central de Material Esterilizados - CME e Setor de Engenharia Clínica - STEC, respectivamente, bem como definir o fluxo
de movimentação do orientador técnico do fornecedor junto ao Centro Cirúrgico, para uso ou montagem da OPME.

8.6. Cabe a Unidade de Planejamento e Dimensionamento de Estoques - UPDE contribuir com a Unidade de Almoxarifado e Controle de
Estoques - UACE, monitorando os níveis de estoque e seus respectivos pontos de pedido, acionando ações para garantir o suprimento e ressuprimento de
materiais consignados e comodatados.

8.7. A gestão, operacionalização das movimentações e registros dos materiais consignados serão realizados pela Central de Consignados, no
âmbito da Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE.

8.8. A operacionalização das movimentações e registros dos instrumentais e equipamentos em comodato, ou seja, a fiscalização técnica do
contrato, serão realizadas pela Central de Material Esterilizados - CME e Setor de Engenharia Clínica - STEC, respectivamente.

8.9. Caso exista na instituição a gestão de materiais consignados e comodatos sob a reponsabilidade de outras áreas, cabe ao Setor de
Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS e a Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE orientar e dar suporte para as
movimentações desses materiais.

9. GESTÃO DE ESTOQUE, RECEBIMENTO, ARMAZENAMENTO, DISTRIBUIÇÃO, DISPENSAÇÃO E GESTÃO DE INVENTÁRIO DE MATERIAIS


CONSIGNADOS

9.1. Considerando que os materiais consignados tendem a ter um valor agregado alto e que gera impactos orçamentários representativos,
existe a necessidade da implantação de controles efetivos no uso desses itens.

9.2. A administração desses materiais deve ser baseada em estudos específicos de comportamento dos estoques. O Manual de Boas Práticas
de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) do Ministério da Saúde corrobora com essa ideia, já que aponta a necessidade de controles
rígidos, visto que pode haver uma tendência a consumir mais determinado item, somente porque ele está disponível no estabelecimento.

9.3. Nesse sentido, o manual aborda que a "equipe responsável pelos suprimentos do estabelecimento de saúde (almoxarifado, farmácia ou
até mesmo outra estrutura definida pelo estabelecimento) tem como atribuições: ter o mínimo conhecimento de mercado (quanto a prazos para execução e
entrega); proporcionar a otimização dos resultados, tais como o cadastro de todo o estoque existente, cadastro de requisições praticadas pelos setores de
serviços, a organização dessas requisições para uma programação e possível compra, a confecção de planilhas comparativas de preços, realização e envio
de cotações para os fornecedores e análise da melhor cotação por produto ou por fornecedor, avaliando neste item o preço e a qualidade."

9.4. Fica a cargo da Equipe de Fiscalização do Contrato (EFC), na Central de Consignados, no âmbito da Unidade de Almoxarifado e Controle de
Estoques - UACE, receber o material, conferir e atestar as notas fiscais, conforme diretrizes estabelecidas na Nota técnica -SEI 15 23110063 - "Gestão de
Almoxarifado: Recebimento de Materiais de Consumo", Processo 23477.011948/2022-11, que contemplam todas as etapas do processo de recebimento
de materiais: recebimento provisório, recebimento intermediário e recebimento definitivo, e conforme orientações realizadas pelo Ajuste Sinief 11, de 15
de agosto de 2014, do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) - Ministério da Economia, que dispõe sobre a concessão de regime especial na
remessa interna e interestadual de implantes e próteses médico-hospitalares para hospitais ou clínicas.

9.5. No processo de recebimento de materiais consignados é de competência do responsável designado e/ou equipe de fiscalização do
contrato observar a integridade da embalagem, o atendimento das especificações técnicas, instruções de uso, etiqueta de rastreabilidade com identificação
do fabricante, lote, validade e registro na Anvisa.

9.6. Após o aceite definitivo dos materiais, os responsáveis designados deverão alocar os produtos na Central de Consignados, onde deverá
haver armazenamento especial, com local especifico para guarda e armazenagem, com acesso restrito e controlado, a fim de obter maior controle de
entrada/saída desses materiais, que são de alto custo.

9.7. O armazenamento desses tipos de materiais deverá ocorrer na Central de Consignados, que deverá ser adaptada para o gerenciamento
dos mesmos, de forma a atender as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, e que seja possível distinguir objetivamente os
materiais consignados dos demais materiais de estoque.

9.8. As unidades hospitalares devem elaborar procedimentos operacionais padrão - POP's e fluxos internos envolvendo todas as áreas
relacionadas, administrativa e assistencial, que visem organizar os fluxos de atendimento de Ortéses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) e demais
materiais consignados.

9.9. Tais procedimentos deverão contemplar a indicação da necessidade do item no Mapa cirúrgico, a gestão de estoque, gestão e fiscalização
do contrato, distribuição, dispensação, faturamento, liquidação e pagamento, além de observar possíveis casos de intercorrências, rastreabilidade e alertas
de tecnovigilância.

9.10. A dispensação direta Ortéses, Próteses e Materiais Especiais (OPME) e demais materiais consignados da Central de Consignados para uso
pode ser realizada, dependendo da característica da unidade hospitalar, estrutura organizacional e capacidade operacional das equipes de trabalho.
Contudo, esses materiais devem ser, preferencialmente, transferidos da Central de Consignados para as Farmácias Satélites especializadas, quando houver,
para as mesmas dispensarem os produtos conforme efetivação do mapa cirúrgico. Isso visa melhor controle da rastreabilidade, segurança e eficiência
operacional.

9.11. Para fins de adequações processuais nas unidades hospitalares da Rede Ebserh, em relação a movimentação de Órteses, Próteses e
Materiais Especiais (OPME's), é importante observar o Manual de Boas Práticas do Ministério da Saúde que afirma:

a) "As OPME's, os instrumentais e acessórios que necessitem de esterilização devem ser enviados para a Central de Materiais
Esterilizados - CME com antecedência e mediante registro de informações antes do envio... Os indicativos de rastreabilidade deverão
ser anexados à embalagem.... A dispensação de OPME ocorrerá no momento do procedimento, quando são encaminhados para a
sala cirúrgica.... além do nome do profissional da Saúde responsável pelo procedimento cirúrgico e número da sala cirúrgica, e
entregue ao profissional responsável pela sala."
b) "As OPME's utilizadas devem ser registradas pelos profissionais da Saúde envolvidos no procedimento no documento de registro
de consumo da sala, na descrição cirúrgica e no prontuário do paciente. Deve ser especificada a quantidade e o tamanho, sendo
ainda obrigatória a fixação das etiquetas de rastreabilidade contidas na embalagem do produto em cada um dos documentos
citados e no Danfe. A descrição cirúrgica é responsabilidade do profissional que realiza o procedimento e deve conter o registro
detalhado do ato cirúrgico e a relação das OPME utilizadas e, em casos específicos, a justificativa da utilização de material
excedente ou incompatível com o Sigtap. É obrigatória a fixação, neste documento, da etiqueta de rastreabilidade das OPME
utilizadas no procedimento cirúrgico. Nas situações de urgência, para que seja assegurada a continuidade da assistência, pode ser
utilizada OPME disponível em estoque."
c) "Recomenda-se, contudo, que a comunicação do uso de OPME's seja justificada imediatamente após a utilização e anexada à
documentação do paciente, com a nota de consumo e a descrição do ato cirúrgico. A dispensação da OPME não relacionada ao ato
cirúrgico deve ser anotada nos registros do setor e no prontuário do paciente. A dispensação da OPME não cirúrgica só deve ocorrer
se para reabilitação. Tanto os dispositivos pré-fabricados quanto os confeccionados de forma personalizada precisam ser validados
pelo profissional prescritor e terem seu uso acompanhado, quando indicado. Para tanto, o estabelecimento de saúde deve dispor de
algum mecanismo para evitar que o produto seja levado pelo usuário sem garantia de retorno ao profissional assistente do serviço."
d) "Quando houver incompatibilidade entre a utilização de OPME e o procedimento ou a quantidade utilizada for excedente ao
previsto, contrariando a tabela de referência, o profissional da Saúde responsável deve preencher a justificativa de uso de materiais
excedentes ou incompatíveis, sempre que os estabelecimentos de saúde adotarem esta obrigatoriedade na sua rotina. Deverá ser
encaminhado ao setor de faturamento de cada estabelecimento de saúde o registro de consumo da sala cirúrgica, a descrição
cirúrgica, o Danfe ou Nota Fiscal, laudo complementar de materiais especiais e justificativa de uso, quando houver, para o adequado
faturamento das OPME"
e) "Sobre Auditoria Interna, os estabelecimentos de saúde devem realizar auditorias internas periódicas para acompanhamento e
controle da execução das etapas do processo de gestão de OPME, bem como para validação do processo descrito neste Manual. A
realização de inventários periódicos, disponibilizando relatórios sobre utilização e compatibilidade com procedimentos realizados e
verificando a acurácia e possíveis perdas são recomendáveis. Recomenda-se também que a relação das OPME, que serão objeto de
monitoramento e auditoria, seja estabelecida por uma Comissão Técnica de Auditoria a ser constituída por profissionais das diversas
áreas da instituição."
f) "Ações preventivas para controle e implantação de melhores práticas no uso de OPME, em todas as suas etapas, podem ser
estabelecidas por meio de:
I- Gestão centralizada do abastecimento de OPME, envolvendo a padronização de materiais, o planejamento, a aquisição, o
recebimento, a armazenagem, a distribuição e a dispensação.
II - Implantação de sistema de gestão de OPME integrado com todos os setores da unidade.
III - Caso seja possível, utilizar etiquetas com a identificação para rastreabilidade.
IV - Gestão de estoques com controle de validade das OPME.
V- Exigência de declaração de conflito de interesses pelos profissionais envolvidos."

9.12. A garantia de um inventário fidedigno dos materiais consignados é de responsabilidade da Unidade de Almoxarifado e Controle de
Estoque - UACE, via Central de Consignados.

9.13. Para isso, cabe aos responsáveis garantir um armazenamento lógico e organizado desses materiais e realizar contagens periódicas,
conforme diretrizes estabelecidas na Norma Operacional de Inventário de Bens.

9.14. Sob a perspectiva de gestão de inventário, recomenda-se que essas contagens ocorram, no mínimo uma vez por
semana, preferencialmente, a fim de identificar inconsistências quando relacionadas as informações lógicas e físicas desses materiais. Como os materiais
não compõem o ativo patrimonial da unidade hospitalar, pertencendo a terceiros, é necessário identificar qualquer divergência a tempo, dentro da mesma
competência inclusive, de preferência, a fim de corrigir tal não conformidade.

10. CONTROLE, RASTREABILIDADE E APOIO A TECNOVIGILÂNCIA

10.1. Na Rede Ebserh, as diretrizes, orientações e parâmetros para rastreabilidade e a vigilância em saúde são de responsabilidade da Diretoria
de Ensino e Atenção à Saúde - DEPAS e áreas correlatas nas unidades hospitalares.

10.2. Contudo, como o Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS atua em toda cadeia de suprimentos dos medicamentos e
produtos para saúde, tem responsabilidade em aprimorar os mecanismos de controle desses produtos, garantir a RASTREABILIDADE E dar APOIO
A TECNOVIGILÂNCIA e quaisquer ocorrência de notificação técnica.

10.3. Nesse sentido, as unidades hospitalares devem elaborar procedimentos operacionais padrão - POP's e fluxos internos envolvendo todas as
áreas envolvidas, administrativa e assistencial, que visem organizar os fluxos relacionados a controle, rastreabilidade e apoio a tecnovigilância na utilização
de Ortéses, Próteses e Materiais Especiais (OPME's) e demais materiais consignados.

10.4. o Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos - SAFS, a Unidade de Planejamento e Dimensionamento de Estoques - UPDE e
a Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoques - UACE, deverão apoiar a área assistencial, principalmente a vigilância em saúde e o controle de
infecção, no controle, rastreabilidade e apoio a tecnovigilância na utilização de Ortéses, Próteses e Materiais Especiais (OPME's) e demais materiais
consignados.

10.5. Para fins de adequações processuais nas unidades hospitalares da Rede Ebserh, em relação ao controle de Órteses, Próteses e Materiais
Especiais (OPME's) cirúrgicas, o Manual de Boas Práticas do Ministério da Saúde afirma que:

a) Quando o procedimento tiver indicação de exame de imagem para controle, este deverá ser anexado ao prontuário do paciente,
comprovando a efetiva utilização da OPME no ato cirúrgico.
b) Nos casos em que não for possível realizar exames de imagem que comprovem a utilização do implante, o cirurgião deverá
registrar, detalhadamente, na descrição cirúrgica, a OPME utilizada.
c) Após a alta do paciente, o setor responsável pelo faturamento realizará, obrigatoriamente, o lançamento e a conferência final da
AIH, compatibilizando as informações constantes na descrição cirúrgica e no registro de consumo da sala cirúrgica com as OPME
utilizadas no procedimento, bem como anexará cópia da nota fiscal no prontuário do paciente.

10.6. Sobre as Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME's) não cirúrgicas, o Manual cita que:
a) O controle das OPME não cirúrgicas está intimamente relacionado com o desempenho e a segurança no uso do dispositivo pelo
paciente. Para evitar o abandono do produto pelo usuário ou o surgimento de iatrogênicas, recomenda-se que o indivíduo seja
acompanhado em estabelecimento de saúde que disponha de equipe de reabilitação.
b) No ato da dispensação, deve-se colher a assinatura do usuário ou responsável em termo específico que comprove a entrega,
constando ciência dos devidos cuidados e responsabilidades envolvidas na utilização da OPME. Este documento deve ser anexado ao
prontuário do paciente

10.7. Sobre a rastreabilidade de OPME's, os processos de dispensação devem observar o art. 4º, item XIX, da RDC nº 2 da Anvisa, de 25 de
janeiro de 2010.

10.8. Ainda sobre a rastreabilidade, o Manual de Boas Práticas do Ministério da Saúde aborada ainda que:

a) As informações de rastreabilidade deverão estar disponíveis no prontuário do paciente, com as etiquetas e os registros realizados
pela equipe técnica.
b) A fim de garantir a rastreabilidade das OPME, uma etiqueta do produto deverá ser fixada nos seguintes documentos: documento
fornecido ao paciente, prontuário do paciente e nota fiscal ou Danfe de faturamento financeiro.
c) Os profissionais da Saúde envolvidos no procedimento são responsáveis pela fixação das etiquetas de rastreabilidade no registro
de consumo da sala cirúrgica ou no prontuário do paciente.
d) As informações que devem constar na etiqueta de rastreabilidade do produto implantado são: nome ou modelo comercial,
identificação do fabricante ou importador, código do produto ou do componente do sistema, número de lote e número de registro na
Anvisa, conforme a RDC n° 14 – Anvisa, de 5 de abril de 2011.
e) Para se garantir segurança na confecção e dispensação de OPME não cirúrgica, deve-se incluir, no produto, a identificação do
paciente com nome, número do prontuário, da ordem de serviço (ou documento similar) e demais informações necessárias (data de
nascimento, nome da mãe etc.) em todas as etapas do processo (moldes, dispositivos em produção ou acabados).

10.9. Não obstante, as unidades hospitalares deverão atuar de forma a garantir que as seguintes informações estejam resguardadas:

a) nome do material; fabricante ou importador;


b) marca e modelo; tamanho;
c) lote;
d) registro na Anvisa;
e) validade;
f) data de utilização;
g) profissional responsável pelo procedimento;
h) paciente;
i) fornecedor e número de nota fiscal.

10.10. Ainda mais, de acordo com o Manual de Boas Práticas de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME's) do Ministério da
Saúde, "visando ao controle de qualidade e à segurança assistencial, as OPME implantadas devem ser acompanhadas permanentemente. O profissional da
Saúde deve registrar a ocorrência, detalhadamente, em formulário apropriado, quando a OPME apresentar não conformidade ou qualquer outro desvio de
qualidade, para que o responsável pela aquisição analise a possibilidade, com o fornecedor, de troca ou devolução.Os estabelecimentos de saúde devem,
obrigatoriamente, comunicar a ocorrências de queixa técnica e evento adverso decorrente do uso de OPME à Anvisa, por meio do sistema de notificação do
órgão (Notivisa)..... No caso de queixa técnica ou quebra de qualidade confirmada, o estabelecimento de saúde deve recolher o produto, comunicar ao
fornecedor para troca de lote e notificar à Anvisa. Se o produto gerar efeito não esperado, causando dano ao paciente, o estabelecimento de saúde deve
proceder ao recolhimento dele, comunicar ao fornecedor, notificar à Anvisa e monitorar o paciente."

11. REGISTRO DE ESTOQUE E OPERACIONALIZAÇÃO DE MATERIAIS CONSIGNADOS NO SISTEMA AGHUX

11.1. No AGHUx, o Setor de Contabilidade deverá criar um novo estoque, novo tipo de almoxarifado, com a descrição de "Central de
Consignados", que será a porta de entrada das notas de remessas relacionadas aos materiais consignados, sendo exclusivo para o registro
dessas movimentações, que ficam em sistema de consignação. Além disso, esse estoque não terá caráter contábil, somente de controle. Ou seja, enquanto
o material estiver neste estoque, será considerado um bem de terceiro, não compondo o ativo da unidade hospitalar.

11.2. No AGHUx, o Setor de Contabilidade, com apoio do Setor de Tecnologia de Informação, deverá solicitar a Diretoria de Tecnologia da
Informação - DTI a criação de um novo grupo, com a descrição de "Material Consignado", onde deverão ser cadastrados os materiais adquiridos através de
consignação.

11.3. É importante mencionar que sempre que um item venha a ser lançado no AGHUx pela primeira vez, o cadastro deverá ocorrer em
duplicidade. Ou seja, um com apenas a descrição do item, no grupo "Material Hospitalar" e o outro com descrição idêntica, mas com o prefixo “CONSIG.”,
no grupo "Materiais Consignados", conforme demonstrado a seguir:

a) 1º cadastro: ACETABULO CIMENTADO MULLER 42X28MM - Grupo 36 - Material Hospitalar;


b) 2º cadastro: CONSIG.ACETABULO CIMENTADO MULLER 42X28MM - Grupo XX - Material Consignado.

11.4. Sendo assim, sempre que o material em consignado tiver entrada na unidade hospitalar, o mesmo deve ser registrado na "Central de
Consignados", no produto com a TAG "CONSIG", independentemente de compra inicial ou reposição de estoque. Esse grupo específico representa os
quantitativos reais de bens de terceiros que estão em posse da filial, sendo totalmente auditáveis e aplicáveis para inventariação.

11.5. Quando o material é utilizado, a Ficha de Consumo ou Documento Equivalente retorna para a Central de Consignados, junto à Unidade de
Almoxarifado e Controle de Estoque, onde a equipe vai executar a movimentação dos materiais do estoque "Central de Consignados", através do
lançamento da requisição de material, haja visto que foram utilizados e não estão mais na posse da unidade hospitalar.

11.6. A Central de Consignados deverá solicitar a Unidade de Planejamento e Dimensionamento de Estoques - UPDE o reforço da Nota de
Empenho dos produtos, enviar a Ordem de Fornecimento a empresa contratada, receber a Nota fiscal de faturamento do produto, que, após, deverá ser
lançada no AGHUx no Almoxarifado Central, Grupo 36 - Material Hospitalar, só que dessa vez no item equivalente ao anterior, mas sem a TAG “CONSIG.” no
seu descritivo. Após, registra-se o consumo do item no Almoxarifado Central.

11.7. Adicionalmente, a Central de Consignados deverá viabilizar junto ao fornecedor a nota referente à devolução simbólica da nota de
remessa, que será utilizada apenas para baixa contábil no SIAFI.

11.8. Resumidamente, após o retorno da ficha cirúrgica são realizadas as seguintes atividades de forma concomitante:

a) baixa por requisição de material do produto no almoxarifado "Central de Consignados"


b) emissão da Nota de empenho
c) envio da Ordem de Fornecimento ao fornecedor
d) Emissão da Nota fiscal do Fornecedor
e) devolução simbólica da nota de remessa
f) entrada do produto
g) baixa do mesmo por requisição de material no almoxarifado "Almoxarifado Central".

11.9. É importante frisar que todas as operações deverão ocorrer na mesma competência, para fins de alinhamento da operação junto ao
Relatório de Movimentação Mensal - RMA. Caso não seja possível, a relação de divergência deverá ser ajustada pela contabilidade e apontada na nota
explicativa do processo.

11.10. Também é preciso observar que se os preços médios no grupo consignados e material hospitalar estão convergindo. Caso não, é
necessário realizar os ajustes através de novo cadastro. Ou seja, a tendência é que seja realizado um novo cadastro a cada mudança de contrato ou
repactuação de preços, já que nestas situações é que normalmente ocorrem alteração do valor do produto.

11.11. Ao fim do contrato, os saldos de produtos que persistirem no sistema, ou seja, no estoque "Material Consignado", deverá ser ajustado
para menos, tipo "outras saídas", conforme a emissão de nota de devolução simbólica.

11.12. Cabe ao Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos acompanhar de forma permanente e garantir que a gestão de consignados
realizada pela Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE., com participação da Unidade de Planejamento e Dimensionamento de Estoques -
UPDE, esteja em conformidade com esta nota técnica.

12. REGISTRO CONTÁBIL DOS MATERIAIS CONSIGNADOS NO SIAFI

12.1. A Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE, através da Central de Consignados, deverá registrar no AGHUx todas as notas
fiscais relacionadas a aquisição por consignação, seja de simples remessa, de devolução simbólica ou de venda.

12.2. Ao fim de cada competência, a Unidade de Almoxarifado e Controle de Estoque - UACE deverá enviar ao Setor de Contabilidade todas as
informações, em processo único mensal, anexando as respectivas notas fiscais para registro nas contas de controle de credores do Plano de Contas Aplicado
ao Setor Público, no Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI.

12.3. Contudo, é importante citar que elas compreendem as contas em que são registradas a execução de atos potenciais, não alterando o
patrimônio da entidade. Portanto, não são contas de estoque, apenas contas de controle.

12.4. Cabe ao Setor de Abastecimento Farmacêutico e Suprimentos acompanhar e garantir o envio das informações ao Setor de Contabilidade
no prazo previsto nesta nota técnica.

12.5. A nota fiscal de simples remessa é um modelo de nota fiscal eletrônica que tem como finalidade acompanhar as mercadorias que ainda
não possuem finalidade de venda. Em obediência ao Ajuste Sinief 11, de 15 de agosto de 2014, do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) -
Ministério da Economia, que dispõe sobre a concessão de regime especial na remessa interna e interestadual de implantes e próteses médico-hospitalares
para hospitais ou clínicas, deve conter as seguintes informações:

I- A empresa remetente deverá emitir a Nota Fiscal Eletrônica e imprimir o respectivo Documento Auxiliar da Nota Fiscal
Eletrônica - DANFE para acobertar o trânsito das mercadorias.
II - A nota fiscal eletrônica deverá, além dos demais requisitos exigidos:
a) Ser emitida com o destaque do imposto, se houver;
b) Conter como natureza da operação “Simples Remessa”;
c) Constar a observação no campo Informações Complementares: “Procedimento autorizado pelo Ajuste SINIEF 11/14”.

12.6. Essa movimentação de entrada é registrada no SIAFI através da situação LDV051 - APROPRIAÇÃO DE RESPONSABILIDADES COM
TERCEIROS, através das respectivas ações:

a) Inserir documento hábil do tipo RC – REGISTRO DE CONTROLES DIVERSOS;


b) Aba Dados Básicos - Preencher os campos Data de Emissão Contábil, Credor, Valor e Observação. No campo “Credor” incluir o
CNPJ do fornecedor, conforme Nota Fiscal de Simples Remessa. O valor do documento hábil será definido pelo total das notas fiscais
de simples remessa no mês de referência;
c) Aba Outros Lançamentos - Situação: LDV051- APROPRIAÇÃO DE RESPONSABILIDADES COM TERCEIROS - Conta Contábil:
8.9.7.2.1.07.00 - RECEBIDOS EM CONSIGNACAO;
d) Registrar.

12.7. Cabe ressaltar que o registro referente às entradas é realizado pelo valor total mensal, por fornecedor.

12.8. A utilização do material consignado pela unidade hospitalar determinará a emissão dos demais documentos fiscais, conforme
interpretação abaixo:

I- Nota fiscal eletrônica de entrada, referente a devolução simbólica, contendo os dados do material utilizado pela unidade
hospitalar, com o respectivo destaque do ICMS, se houver;
II - Nota fiscal eletrônica de faturamento, que deverá, além dos demais requisitos exigidos na legislação tributária:
a) ser emitida com o destaque do imposto, se houver;
b) indicar no campo Informações Complementares a observação “Procedimento autorizado pelo Ajuste SINIEF 11/14”;

12.9. A baixa do material consignado no SIAFI, que será através da devolução simbólica do material, é realizada por meio da situação LDV052 -
BAIXA DE RESP. COM TERCEIROS, seguindo as respectivas ações:

a) Inserir documento hábil do tipo RC – REGISTRO DE CONTROLES DIVERSOS;


b) Aba Dados Básicos - Preencher os campos Data de Emissão Contábil, Credor, Valor e Observação.
c) No campo “Credor” incluir o CNPJ do fornecedor;
d) O valor do documento hábil será definido pelo total das notas fiscais de devolução no mês de referência;
e) Aba Outros Lançamentos - Situação: LDV052 - BAIXA DE RESP. COM TERCEIROS; Conta Contábil: 8.9.7.2.1.07.00 - RECEBIDOS EM
CONSIGNACAO.
f) Registrar.

12.10. Cabe ressaltar que o registro das devoluções é realizado pelo valor total mensal, por fornecedor.

12.11. Também é importante frisar que, independente do tipo de movimentação do material consignado, inclusive do tipo ajuste, é necessário
que o lançamento seja realizado na situação "RC".

12.12. Por fim, a conta de controle 8.9.7.2.1.07.00 - RECEBIDOS EM CONSIGNACAO apresentará o saldo financeiro do material, por conta
corrente do fornecedor, que deverá conciliar com o saldo em estoque do Sistema AGHUx do mês de referência.

13. RELATÓRIO DE MOVIMENTAÇÃO DE ALMOXARIFADO - RMA

13.1. Os materiais consignados serão gerenciados contabilmente nas unidades hospitalares através de contas de controle. Logo, não estarão
apropriados no SIAFI e, consequentemente, não irão compor o ativo patrimonial da empresa.

13.2. Contudo, negocialmente a administração central e auditorias da Ebserh entendem que os mesmos precisam ser gerenciados, com o maior
nível possível de controle, visto que se trata de bens de terceiros e que, em caso de ausência de uso, ou devolvemos, ou pagamos.

13.3. Isto posto, nos lançamentos do Relatório de Movimentação de Almoxarifado - RMA, os mesmos arquivos indicados na Norma Operacional
de RMA e RMB, Processo 23477.001023/2022-54, também devem ser preenchidos adicionalmente, a fim de demonstrar as operações relacionadas a
gestão de materiais consignados.

14. CONCLUSÃO

14.1. A aquisição por consignação é uma prática comum nos hospitais universitários administrados pela EBSERH.

14.2. Por ser uma matéria complexa, diversos modelos são adotados na empresa, o que gera uma ausência de parametrização gerencial
e contábil.

14.3. Por estes motivos, a presente nota tem o objetivo de normatizar e orientar a forma com que os insumos consignados deverão
ser operacionalizados na Rede Ebserh, seja do ponto de vista negocial, seja do ponto de vista contábil.

14.4. Além disso, a nota também se propõe a estabelecer os atores, responsabilidades e sanar dúvidas dos gestores quanto ao atendimento dos
apontamentos da Auditoria.

14.5. Por conta do exposto no decorrer desta nota, indica-se a indispensabilidade de que todas as unidades hospitalares provenham a estrutura
necessária para a implementação de tal conformação, contemplando estrutura física, recursos materiais e equipes de trabalho, de forma a garantir os
recursos suficientes para o exercício pleno das novas atribuições.

14.6. Por fim, o Serviço de Gestão de Estoque e o Serviço de Contabilidade deverão ser consultados sempre quando houverem dúvidas quanto
aos procedimentos a serem realizados para a gestão de materiais consignados na Rede Ebserh.

15. REFERÊNCIAS

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais, distribuição física. 1 ed. 30 reimpr. São Paulo: Atlas,
2015.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5º edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.

BARBIERI, J. C.; MACHLINE, Claude. Logística Hospitalar: teoria e prática. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Manual de Boas Práticas
de Gestão das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME). Brasília, 2016

BURMESTER, Haino; HERMINI, Alexandre Henrique; FERNANDES, Jorge Alberto Lopes. Gestão de materiais e equipamentos hospitalares.
São Paulo: Saraiva, 2013.

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 6º edição. São Paulo: Atlas, 2015.

FENILI, Renato Ribeiro. Gestão de Materiais. 2º edição. Brasília: ENAP, 2013.

FREIRE CARDOSO, Eduarda C. Análise da relação público-privada e a utilização de OPME no SUS. Universidade de Brasília, 2019.

GONÇALVES, Paulo Sérgio. Administração de materiais. 5º edição. Rio de Janeiro. Elsevier, 2016.

SANTOS CALDEIRA, Et Al. Plano Nacional de Saúde: Evolução do Acesso Às Órteses, Próteses e Materiais Especiais pela População Idosa do
Rio Grande do Sul. São José dos Campos - São paulo: Revista Univap, 2018.
À consideração superior.

(assinado eletronicamente) (assinado eletronicamente)


PABLO ANDRADE VALLADAS ALEX RODRIGUES BATISTA
Chefe de Serviço de Gestão de Estoque Chefe de Serviço de Contabilidade

De acordo com as orientações propostas nesta Nota Técnica.

Encaminhe-se à Diretoria de Administração e Infraestrutura e à Diretoria de Orçamento e Finanças para avaliação e aprovação.

(assinado eletronicamente) (assinado eletronicamente)


MARIA RACHEL DE CASTRO WASLEI JOSE DA SILVA
Coordenadora de Gestão de Suprimentos Coordenador de Contabilidade e Finanças

A Diretoria de Administração e Infraestrutura e a Diretoria de Orçamento e Finanças aprovam a presente Nota Técnica e encaminham aos
Superintendentes dos Hospitais Universitários Federais da Rede Ebserh para que sejam adotadas as providências administrativas necessárias para revisão
do fluxo de registro de material e registro contábil de acordo com a presente Nota.

(assinado eletronicamente)
ERLON CESAR DENGO
Diretor de Administração e Infraestrutura
Diretor Substituto de Orçamento e Finanças

Documento assinado eletronicamente por Pablo Andrade Valladas, Chefe de Serviço, em 02/09/2022, às 17:22, conforme horário
oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Maria Rachel de Castro, Coordenador(a), em 02/09/2022, às 17:49, conforme horário oficial
de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Erlon Cesar Dengo, Diretor(a), em 05/09/2022, às 09:19, conforme horário oficial de Brasília,
com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por Alex Rodrigues Batista, Chefe de Serviço, em 05/09/2022, às 11:01, conforme horário oficial
de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site https://sei.ebserh.gov.br/sei/controlador_externo.php?


acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 22607952 e o código CRC 034FC074.

Referência: Processo nº 23477.010629/2022-81 SEI nº 22607952

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