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GUERRA DA COREIA

No início do século XX, a China não era uma república ou uma nação comunista, mas uma
monarquia. A família Manchu estava no comando e o país estava sendo cada vez mais
invadido por potências estrangeiras ansiosas por uma fatia de sua riqueza. Isso provocou
uma crescente insatisfação entre os chineses, que ansiavam por mudanças.
Essa insatisfação culminou na Revolução Xinhai de 1911, que pôs fim à dinastia Manchu e
transformou a China em uma República. O nacionalista Sun Yat-sen tornou-se o chefe de um
governo provisório, mas o controle logo passou para Yuan Shikai, que tentou, sem sucesso,
restaurar a monarquia.
Durante esse período, a China se fragmentou. Imagine se cada estado do nosso país fosse um
país próprio, governado por seu próprio líder. Foi isso que aconteceu na China de 1916 a
1927, com vários "senhores da guerra" assumindo o controle de diferentes regiões.
Em meio a essa fragmentação, o Partido Nacionalista ou Kuomintang começou a lutar para
reunificar a China. Mas eles não estavam sozinhos nessa busca pelo poder. Um novo jogador
entrou no jogo de xadrez: o Partido Comunista Chinês.
Inspirados pelo sucesso da Revolução Russa em 1917, os comunistas chineses começaram a
ganhar força. Eles representavam a crescente classe trabalhadora e tinham uma missão
clara: organizar esses trabalhadores e lutar por seus direitos. Em 1921, o Partido Comunista
Chinês foi oficialmente formado, com apenas 57 membros, incluindo Mao Tsé-tung.
Guerra e República Popular da China

O Partido Comunista Chinês fez, recentemente, 100 anos.
Os primeiros anos após a fundação do Partido Comunista Chinês (PCC) foram relativamente
pacíficos em relação ao Partido Nacionalista, ou Kuomintang. Isso graças ao árbitro desse
jogo, a União Soviética, que apoiava os nacionalistas em sua luta contra os senhores da
guerra.
Mas as coisas mudaram quando um novo jogador assumiu o comando do Partido
Nacionalista, Chiang Kai-shek. Ele assumiu o poder após a morte de Sun Yat-sen, e
comandou os nacionalistas na batalha contra os senhores da guerra, ainda com o apoio dos
comunistas.
No entanto, os comunistas começaram a ganhar força, principalmente nas grandes cidades.
Essa ascensão alarmou Chiang Kai-shek, que decidiu tomar medidas para controlar o
crescimento comunista. O Kuomintang, agora aliado aos senhores da guerra, começou a
reprimir os comunistas, o que resultou em uma guerra civil entre nacionalistas e comunistas.
Os comunistas, liderados por Mao Tsé-tung, usaram uma combinação de levantes urbanos e
guerrilhas rurais para combater os nacionalistas. Em resposta, Chiang mobilizou grandes
forças para perseguir e reprimir os comunistas. Esta perseguição resultou na Longa Marcha,
um recuo estratégico dos comunistas que percorreram mais de 10.000 quilômetros para
evitar a aniquilação.
Enquanto essa guerra civil estava em andamento, uma ameaça externa surgiu: o Japão. Com
um governo extremamente militarista e ambições imperialistas, o Japão havia alvejado a
China desde o final do século XIX. Sua agressão culminou na invasão da Manchúria em 1931,
e declarou guerra à China em 1937, iniciando a Segunda Guerra Sino-Japonesa.

Soldados do Japão Imperial na Segunda Guerra Sino-Japonesa.
Com esse inimigo comum, a guerra civil entre comunistas e nacionalistas foi
temporariamente suspensa. No entanto, ambos os lados ainda se engajaram em pequenos
combates, pois sabiam que a luta iria recomeçar assim que a ameaça japonesa fosse
eliminada.
Após a derrota do Japão em 1945, a guerra civil entre comunistas e nacionalistas retomou.
Apesar das tentativas de negociação para um governo conjunto, as exigências do líder
nacionalista, Chiang Kai-shek, de um desarmamento completo dos comunistas foram
rejeitadas por Mao Tsé-tung.
Na retomada da guerra civil, os comunistas mostraram-se extremamente fortalecidos,
principalmente no interior rural da China. Eles haviam implementado medidas
revolucionárias para dar acesso à terra aos camponeses, o que lhes rendeu um apoio
massivo. Com isso, possuíam uma força de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo
soldados bem equipados e milicianos.
Entre 1946 e 1949, os comunistas gradativamente dominaram o interior da China e
reduziram o poder dos nacionalistas nas grandes cidades. Em janeiro de 1949, Chiang
Kai-shek, os nacionalistas e a alta burguesia chinesa abandonaram o país e foram para
Formosa, hoje conhecida como Taiwan.
Finalmente, em 1º de outubro de 1949, Mao Tsé-tung proclamou a República Popular da
China, iniciando uma série de reformas que transformaram a China em uma nação
comunista. E assim, o jogo de xadrez terminou com a vitória do Partido Comunista.

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