Você está na página 1de 4

CENTRO EDUCACIONAL VILA VERDE

EDUARDA GOMES DA CRUZ

ANÁLISE INDIVIDUAL DO 1° CAPÍTULO DE “AS CIDADES E AS SERRAS”

Praia Grande
2023
O primeiro capítulo de "As Cidades e as Serras" estabelece um contraste marcante
entre a vida urbana e a vida rural, apresentando ao leitor as duas realidades em que
se desenrolará a narrativa. Através do protagonista Jacinto, somos convidados a
refletir sobre as tensões entre a modernidade e a tradição, a ostentação e a
simplicidade, e as superficialidades da vida urbana.

O capítulo começa com uma descrição detalhada do palácio luxuoso em Paris onde
Jacinto reside. Eça de Queirós utiliza uma linguagem rica e elegante para retratar o
ambiente opulento, repleto de móveis luxuosos, obras de arte valiosas e objetos
requintados. Essa representação visual do luxo e da ostentação permite ao leitor
mergulhar no universo da alta sociedade parisiense e compreender o cenário em
que Jacinto está imerso.

No entanto, é interessante notar que, apesar de toda a riqueza material que o cerca,
Jacinto se sente entediado e desiludido. Ele começa a questionar a superficialidade
e a falta de autenticidade da vida urbana. A partir dessa insatisfação, surge uma
nostalgia intensa por suas origens rurais em Tormes, uma aldeia no norte de
Portugal.

A descrição da vida no campo, que Jacinto tanto almeja, é contrastada com a vida
na cidade. Eça de Queirós descreve a natureza exuberante, o ar puro e a
simplicidade da vida rural, em contraposição ao artificialismo e à efervescência das
cidades. Jacinto anseia por uma vida mais autêntica, onde ele possa se reconectar
com a terra, com suas raízes e com a verdadeira essência da existência humana.

Esse contraste entre a vida urbana e a vida rural é um tema recorrente em toda a
obra de Eça de Queirós. Ele nos convida a refletir sobre os valores perdidos em
meio ao avanço da modernidade, mostrando que, apesar de todas as comodidades
e avanços tecnológicos, algo essencial é deixado para trás. Jacinto representa o
desejo universal de autenticidade, de conexão com a natureza e de uma vida mais
significativa.

Ao tomar a decisão de retornar a Portugal e se afastar do mundo urbano em busca


de uma vida mais autêntica nas serras de Tormes, Jacinto nos leva a refletir sobre o
equilíbrio necessário entre o progresso e a autenticidade. Eça de Queirós sugere
que é possível encontrar um meio-termo entre a modernidade e a tradição, onde as
conquistas do progresso podem ser integradas de forma harmoniosa a uma vida
mais verdadeira.
Em suma, o primeiro capítulo de "As Cidades e as Serras" estabelece os principais
temas e contrastes que serão explorados ao longo da obra.
REFERÊNCIAS:

Queirós, E. de. (1901). As Cidades e as Serras. Portugal: Livraria Chardron.

Você também pode gostar