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FABIO AUGUSTO NUNES FUENTES

MBA Datacenter: Turma 006

2023-06-30/01 – Climatização

Estudo de Caso

Enunciado:

Você foi convidado para ser consultor de um projeto de climatização de um data


center. Esse data center está localizado em uma cidade cuja as caracterísitcas climáticas estão
na carta psicrométrica abaixo. Além disso, sabe-se que essa cidade possui problemas com
poluição, o fornecimento de água pela concessionária é barato e abundante. Esse data center
tem previsão de ter uma carga de TI de aproximadamente 1 MW e racks com densidade média
de 6kW. Com essas informações, aborde:

* O tipo de chiller que poderia ser utilizado nesse caso.

* Qual norma para os parâmetros ambientais internos deverá ser utilizada e quais são os
parâmetros.

* É possível utilizar algum sistema de freecooling? Se sim, qual é o tipo indicado e quais são os
parâmetros ambientais ótimos para se aproveitar o máximo potencial.

* Formas de controle de umidade e temperatura no data center. Como e onde controlar.

* Como deverão ser dispostos os racks e que estratégia utilizar para otimizar a gestão do ar

* O data center possuirá 10 CRAHs de 125kW de potência elétrica cada em configuração N+2
(N=8). Do ponto de vista de consumo de energia, as redundâncias devem ser em stand-by ou
todos os equipamentos operando velocidade mais baixa? Na prática, qual é

a potência esperada para todo sistema nos dois modos?


Resolução:

Para o projeto de climatização do data center, é necessário levar em consideração as


características climáticas da cidade, a carga de TI esperada, a densidade de potência dos racks
e a possibilidade de utilizar sistemas de freecooling. Vamos abordar cada um desses pontos:

Tipo de chiller:

Considerando que a cidade possui problemas com poluição e que o fornecimento de água pela
concessionária é barato e abundante, uma opção interessante para o chiller é o "chiller a
água", também conhecido como "chiller de condensação a água". Esse tipo de chiller utiliza
água como fluido refrigerante e água como fluido de resfriamento. É uma escolha comum para
data centers, pois pode proporcionar eficiência energética e, se bem projetado, pode operar de
forma mais sustentável.

Norma para parâmetros ambientais internos:

Para garantir o adequado funcionamento do data center e o desempenho dos equipamentos,


pode-se utilizar como referência a norma ASHRAE TC9.9, que estabelece os parâmetros
ambientais recomendados para data centers. Os principais parâmetros são:

Temperatura: Recomenda-se uma temperatura entre 20°C e 27°C no corredor frio (cold aisle) e
entre 23°C e 27°C no corredor quente (hot aisle).

Umidade relativa: A faixa recomendada é de 40% a 60%.

Uso de sistema de freecooling:

Dado que a cidade possui água abundante e o fornecimento é barato, é possível utilizar um
sistema de freecooling com "Chiller a Água" em conjunto com torres de resfriamento. O
sistema de freecooling aproveita as temperaturas mais baixas do ambiente externo para
resfriar a água do circuito do chiller, reduzindo assim o consumo de energia elétrica do sistema
de refrigeração.

Parâmetros ambientais ótimos para freecooling:

O sistema de freecooling é mais eficiente quando a temperatura ambiente externa está abaixo
da temperatura de água de retorno do chiller. A temperatura de água de retorno é
determinada pelo limite superior da temperatura do ar de saída do corredor quente (hot aisle).
Em um sistema de freecooling, pode-se aproveitar ao máximo o potencial quando a
temperatura ambiente externa está abaixo de 20°C.

Controle de umidade e temperatura:


Para controlar a umidade e a temperatura no data center, podem ser utilizados equipamentos
como umidificadores e desumidificadores, além dos próprios chillers, que são capazes de
controlar a temperatura do ambiente interno. O controle da umidade relativa deve ser feito
para evitar problemas como estática e oxidação dos componentes eletrônicos. Os sensores e
controladores devem ser colocados em diferentes pontos do data center para monitorar e
controlar de forma adequada.

Disposição dos racks e gestão do ar:

Para otimizar a gestão do ar e garantir a refrigeração adequada dos racks, pode-se adotar a
estratégia de arranjo dos racks em corredores quente/frio (hot/cold aisles). Os racks devem ser
dispostos de forma que os corredores quentes e frios se alternem. Isso permite uma melhor
segregação do fluxo de ar, garantindo que o ar frio seja direcionado para a entrada dos
equipamentos e o ar quente seja removido das saídas dos racks. A utilização de painéis cegos e
dispositivos de contenção de corredor (como cortinas ou portas) também auxilia no
direcionamento do fluxo de ar e evita mistura indesejada entre os corredores.

Consumo de energia e redundâncias:

No caso dos 10 CRAHs de 125kW de potência elétrica cada em configuração N+2 (N=8), é
recomendado operar os equipamentos em velocidades mais baixas em vez de mantê-los em
stand-by. O motivo é que, em stand-by, os equipamentos ainda consomem uma quantidade
significativa de energia, e a redundância N+2 já oferece uma proteção adequada contra falhas.

Na prática, a potência esperada para o sistema de refrigeração nos dois modos pode ser
estimada considerando que cada CRAH tem 125kW de potência elétrica.

Modo de operação normal (todos os equipamentos operando): 10 CRAHs x 125kW = 1250kW.

Modo de operação com redundâncias em velocidade mais baixa (N+2): 8 CRAHs x 125kW =
1000kW.

No modo de operação com redundâncias em velocidade mais baixa, 2 CRAHs são mantidos em
stand-by, resultando em uma potência total menor do sistema de refrigeração. Essa
configuração é mais eficiente do ponto de vista energético e ainda proporciona um nível
adequado de redundância para garantir a disponibilidade do data center.

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