Você está na página 1de 3

Música Instrumental Renascentista

Instrumentos

Alaúde:
O alaúde é um instrumento musical de cordas dedilhadas que era muito popular durante o
Renascimento. Ele possui um corpo arredondado, geralmente em forma de pera, e uma
caixa de ressonância coberta com uma tampa em forma de rosácea. O alaúde tem várias
cordas que são tocadas com os dedos, e sua sonoridade é suave e melódica.
Durante o Renascimento, o alaúde desempenhou um papel significativo na música da
época, sendo usado tanto em apresentações solos como em conjunto com outros
instrumentos e vocais. Com o tempo, o alaúde evoluiu e deu origem a outros instrumentos
de cordas dedilhadas, como o violão.
O som característico do alaúde e sua importância na música renascentista o tornam um
instrumento interessante e valioso na história da música ocidental.
- Principais componentes de um alaúde e como ele era construído:

Caixa de Ressonância: A caixa de ressonância do alaúde era geralmente feita de madeira,


frequentemente em forma de pera. A escolha da madeira e seu design eram cruciais para a
qualidade do som.
Tampo: A parte superior da caixa de ressonância, conhecida como tampo, era
frequentemente feita de madeira de abeto, que é conhecida por suas propriedades sonoras.
Fundo: A parte de trás da caixa de ressonância, chamada de fundo, também era feita de
madeira, muitas vezes de nogueira ou outras madeiras duras.
Braço: O braço do alaúde, que sustentava as cordas e as trastes, era feito de madeira,
geralmente de bordo ou ébano.
Trastes: O alaúde tinha trastes semelhantes aos de uma guitarra, que eram colocados no
braço para ajudar a definir a afinação das cordas.
Cabeça: A cabeça do alaúde continha as tarraxas ou cravelhas, que eram usadas para
ajustar a tensão das cordas e, portanto, a afinação do instrumento.
Cordas: O alaúde normalmente tinha várias cordas de tripa (intestino animal) ou, mais
tarde, cordas de tripa recobertas de metal.
A construção do alaúde era uma habilidade especializada e meticulosa, com luthiers
(fabricantes de instrumentos) dedicando tempo para escolher as melhores madeiras e
garantir que o instrumento tivesse a sonoridade desejada. O formato e o tamanho do
alaúde podiam variar, resultando em diferentes tipos, como o alaúde soprano, tenor, ou
baixo, adaptados para diferentes alcances musicais. Cada alaúde era único, e sua construção
desempenhava um papel fundamental na qualidade do som que ele produzia.

Cravo:
O cravo é um instrumento musical de teclado que foi amplamente utilizado durante o
período Renascentista, bem como no Barroco. Ele é semelhante ao piano, mas tem algumas
diferenças significativas. O cravo produz som quando as teclas são pressionadas e uma
pequena pua de metal atinge as cordas, criando um som característico e brilhante.
Uma das características mais notáveis do cravo é a falta de controle de dinâmica, ao
contrário do piano, que permite variações de intensidade. O som do cravo é consistente em
termos de volume, o que era apropriado para a música da época.

O cravo desempenhou um papel importante na música do Renascimento e do Barroco, e


muitas obras compostas nesse período foram originalmente escritas para esse instrumento.
Mais tarde, o cravo evoluiu para outros instrumentos de teclado, como o clavicórdio e o
piano, que ofereciam maior controle dinâmico.

Espinete:
A espineta é um instrumento musical de teclado semelhante ao cravo, mas geralmente
menor e mais portátil. Ela foi amplamente usada durante os períodos Renascentista e
Barroco. Assim como o cravo, a espineta produz som quando as teclas são pressionadas,
fazendo com que pequenas pletinas de metal atinjam as cordas.
A principal diferença entre o cravo e a espineta é o tamanho e a forma. A espineta é mais
compacta e tem uma estrutura de cordas e caixa de ressonância que geralmente se
assemelha a um retângulo ou caixa de formato trapezoidal, em oposição ao cravo, que tem
uma forma mais elaborada e arredondada.
A espineta também era usada para tocar música da época, e seu som delicado e brilhante a
tornava adequada para a música de câmara e a música solista. Ela foi uma parte importante
da evolução dos instrumentos de teclado na história da música ocidental.

Flauta doce:
A flauta doce renascentista é uma variante da flauta doce, um instrumento de sopro de furo
simples. Durante o período Renascentista, a flauta doce era um dos instrumentos mais
populares e amplamente tocados. Ela se destaca por seu som suave e doce, que era muito
apreciado na música da época.
A flauta doce renascentista tinha algumas variações em comparação com as flautas doces
modernas, incluindo diferenças no tamanho, afinação e número de furos. Ela era
frequentemente usada em conjuntos de música renascentista, junto com outros
instrumentos de época, como o alaúde, a viela, a espineta e o cravo.
Esse instrumento desempenhou um papel significativo na música do Renascimento,
contribuindo para a sonoridade característica da época. Atualmente, a flauta doce
renascentista é tocada por músicos que se dedicam à interpretação de música antiga e
histórica.

Viola Gamba:
A viola da gamba é um instrumento de cordas friccionadas que era muito popular durante o
Renascimento e o início do período Barroco. Ela se assemelha a um violoncelo, mas possui
diferenças na forma e na técnica de tocar. A viola da gamba tem um corpo mais delgado e
geralmente possui entre 6 e 7 cordas, que eram tocadas com um arco.
Ao contrário dos instrumentos de cordas dedilhadas, como o alaúde, a viola da gamba é um
instrumento de cordas friccionadas, o que significa que o som é produzido quando o músico
passa um arco sobre as cordas. Ela tem um som suave e expressivo, e era frequentemente
usada em conjuntos de música de câmara e concertos durante o Renascimento e o início do
Barroco.
A viola da gamba é conhecida por sua capacidade de expressar nuances emocionais na
música e foi um instrumento importante na história da música ocidental. Ela desempenhou
um papel significativo na música renascentista e barroca, mas eventualmente foi substituída
pelo violoncelo e outros instrumentos de cordas friccionadas no período Barroco posterior.

Sackbut:
O sackbut é um instrumento de sopro da família dos trombones que era usado na música
renascentista e barroca. Ele é considerado um precursor do trombone moderno. O termo
"sackbut" se refere a vários tipos de trombones renascentistas e barrocos, que variavam em
tamanho e afinação.
O sackbut tem uma característica distintiva: seu tubo é deslizante, permitindo que o músico
altere a afinação deslizando o tubo para dentro ou para fora. Isso proporciona uma grande
flexibilidade na execução musical e é uma das razões pelas quais o sackbut era popular na
música da época.
O instrumento era frequentemente usado em conjuntos de música renascentista e barroca,
e desempenhou um papel importante na música sacra e secular da época. O som do sackbut
é caracterizado por sua qualidade brilhante e expressiva. Mesmo que tenha sido substituído
pelo trombone de vara mais moderno em orquestras, o sackbut ainda é usado em conjuntos
de música histórica e é valorizado por sua contribuição para a autenticidade nas
interpretações de música antiga.

Você também pode gostar