Christel Heidemann foi um fisioterapeuta alemão, professor de
fisioterapia e massagem. Estou Medicina Chinesa, especialmente a acupuntura, e também os trabalhos sobre Antroposofia realizados por Rudolf Steiner. Antroposofia é um método de conhecimento da natureza do ser humano e do universo. O ser humano é abordado em seus níveis físico, energético e espiritual, assim como as inter-relações entre eles e com o universo (GREUEL, 2016). Na década de 1960, Heidemann realizou uma síntese entre a Medicina Natural, a Medicina Chinesa e a Antroposofia e idealizou seu próprio método de cura, a terapia dos meridianos através das cores. Considerava que a natureza humana vai além do físico. O aspecto "invisível", não material, do ser humano era considerado durante o processo terapêutico. O homem não é apenas um ser físico, mas possui também os corpos etérico, astral e espiritual. Segundo descreve Rudolf Steiner há um fluxo de energia invisível que anima o corpo físico, dando-lhe vitalidade. Este fluxo energético está presente no que é referido na terminologia antroposófica como corpo etérico, o qual é responsável pelos processos metabólicos do corpo, ao mesmo tempo que liga a alma e o espírito com o corpo físico. O fluxo energético flui no lado direito e esquerdo do corpo em doze faixas, que são chamadas meridianos principais. A direção do fluxo é da ponta dos dedos das mãos até a cabeça, e da cabeça aos pés, havendo ainda um fluxo em outra direção, dos dedos dos pés até o tórax, chegando à cabeça. Os meridianos principais se ramificam em um número infinito de ramos levando a energia a toda parte do corpo (KÜPER-FRERICH, 2016). No corpo humano, há uma estrutura conhecida como tecido conjuntivo, a qual está presente em toda parte, entre os músculos, tendões e ossos, tendo a capacidade de transmitir informações sobre as alterações que ocorrem no corpo. Heidmann descobriu a relação entre zonas reflexas no tecido conjuntivo e pontos de acupuntura da Medicina Chinesa, observando que quando há um desequilíbrio em algum dos aspectos que constituem o ser humano, surgem os sintomas e as patologias. Essa situação patológica dá uma característica diferenciada no tecido conjuntivo subcutâneo das costas, alterando a tensão da pele, que pode ser diagnosticada através do toque e saber se há uma alteração no fluxo energético de um meridiano. Estas alterações nas zonas da pele, no tecido conjuntivo e nos músculos, também podem ser causadas por desequilíbrios dos órgãos internos. Através da palpação identifica-se a área que manifesta a alteração e que pode ter sintomas aparentemente não relacionados com a causa do problema. Por exemplo, a palpação revela um problema na zona do estômago, mas o paciente relata ter enxaquecas. Isso pode ser explicado através do trajeto do meridiano do estômago que chega na cabeça. Atuando neste meridiano, os sintomas tendem a desaparecer. Na terapia dos meridianos, o tratamento é realizado através de um pedaço de seda que é colorido com corantes vegetais e aplicados em pontos de acupuntura específicos a fim de restabelecer o equilíbrio energético do meridiano afetado. A partir disso, ocorre uma mudança na tensão no tecido conjuntivo subcutâneo, o qual é perceptível através do toque na pele. As plantas, para Heidemann, sintetizam a luz solar e parte dessa energia está nas cores que caracterizam cada espécie. Essa energia das cores pode ser utilizada de forma terapêutica para restabelecer o equilíbrio energético do corpo humano através de corantes vegetais fabricados a partir dessas plantas. O ação das cores nos pontos de acupuntura tem um efeito eficaz, pois o corpo humano reage à cores, tendo como vantagem uma ação contínua. No entanto, em casos de doenças severas há a necessidade da alteração da cor aplicada no ponto de acupuntura, que pode variar de uma a duas vezes por dia. A terapia das cores produz um equilíbrio na tensão dos músculos e no tecido conjuntivo de todo o corpo, que são apenas uma expressão do fluxo energético do corpo etérico. Assim, o processo de cura começa no corpo etérico (KÜPER-FRERICH, 2016). Heidmann, através de seus estudos verificou a correspondência de cores com os meridianos principais. A relação é exibida no quadro 5 abaixo. Quadro 5 - Cores de tratamento de Heidmann Órgão / Víscera Cor Órgão / Víscera Cor Pulmão Azul Bexiga Laranja Intestino Grosso Azul claro Rim Laranja escuro Estômago Verde Pericárdio Vermelho Baço Verde claro Triplo aquecedor Vermelho escuro Coração Amarelo Vesícula Biliar Violeta Intestino Delgado Amarelo escuro Fígado Violeta claro
Para a utilização das cores em um tratamento deve-se considerar que em um
caso de deficiência do meridiano, ele é tratado com a cor principal, ou seja, esta cor faz a tonificação; e no caso de excesso do meridiano, ele é tratado com a cor complementar, ou seja, esta cor dispersa.