Você está na página 1de 11

1

A acupuntura realizada no tratamento da síndrome femoropatelar:


uma reflexão
Alceonir de Melo Carneiro Júnior1
juniorxcarneiro@hotmail.com
Flaviano Gonçalves Lopes de Souza2

Pós Graduação em Acupuntura – Faculdade Faserra

Resumo

A síndrome femoropatelar (SFP) é caracterizada por dor peri ou retropatelar, na


ausência de outra afecção no joelho. Acomete atletas e não atletas, representando
um problema comum no joelho de adolescentes e adultos jovens fisicamente ativos.
É também uma queixa comum na população em geral, quando está envolvida a
descarga de massa corporal repetitiva no membro inferior. A acupuntura, como
técnica alternativa da medicina tradicional, pode tratar varias molestias, incluindo a
SFP. Assim sendo, o presente trabalho apreenta a temática da acupuntura utilizada
no tratamento da SFP, cuja delimitação consiste em refletir a respeito desta
associação de tratamento. O objetivo geral do presente estudo consiste em analisar a
acupuntura como técnica no tratamento da SFP. E os objetivos específicos são:
descrever a acupuntura, abordando-se seus conceitos e métodos, bem como suas
associações aos traumas; verificar a síndrome femoropaletar e sua associação com a
acupuntura; e verificar os benefícios da acupuntura no tratamento da SFP. A
metodologia adotada para a composição deste trabalho consitiu em pesquisa
bibliográfica atráves de bancos de dados como: SCIELO e MEDLINE, pesquisas em
livros de acupuntura e ortopedia, e revistas cíentificas. O tratamento através da
acupuntura oferece significativo alívio para a dor da SFP e uma grande melhora na
mobilidade do articulação do joelho associada a outras técnicas terapêuticas e
medicamentosas.

Palavras-chave: Acupuntura, Síndrome Femoropatelar, Anatomia do Joelho.

1. Introdução

A Síndrome da dor femoropatelar (SDFP) é uma das afecções mais comuns da


articulação do joelho. Dentre os fatores predisponentes à SDFP, é possível citar a
anteversão femoral, a fraqueza ou a atrofia do músculo vasto medial oblíquo, o
aumento do ângulo Q, o joelho valgo, a torção tibial externa, a hiperpronação subtalar,
a displasia troclear, a patela alta, a rigidez do trato íliotibial e a fraqueza dos músculos
abdutores e rotadores laterais do quadril¹. A síndrome femoropatelar (SFP) é

1 Pós graduando em Acupuntura.


2 Professor orientador, Fisioterapeuta, pós graduado em Cardiorespiratória.
2

caracterizada por dor peri ou retropatelar, na ausência de outra afecção no joelho. Acomete
atletas e não atletas, representando um problema comum no joelho de adolescentes
e adultos jovens fisicamente ativos. É também uma queixa comum na população em
geral, quando está envolvida a descarga de massa corporal repetitiva no membro
inferior².
A acupuntura, como técnica alternativa da medicina tradicional, pode tratar várias
molestias, incluindo a SFP. Assim sendo, o presente trabalho apresenta a temática da
acupuntura utilizada no tratamento da SFP, cuja delimitação consiste em refletir a
respeito desta associação de tratamento³.
O objetivo do presente estudo consiste em analisar a acupuntura como técnica no
tratamento da SFP.

2. Fundamentação Teórica

2.1 Aspectos Conceituais da Acupuntura

A acupuntura é uma alternativa da Medicina Tradicional Chinesa que trata várias


moléstias, desde o alívio de dores até a cura de doenças crônicas, através da
implantação de agulhas muito finas, de aço inoxidável ou metal nobre, em pontos
específicos e pré-determinados na superfície cutânea, pois "a acupuntura é o método
terapêutico que trata diferentes síndromes por implantação de agulhas ao nível do
aparelho cutâneo"⁴ .
De acordo com a teoria da medicina oriental o corpo humano possui pontos
específicos, chamados de meridianos, que são os caminhos da energia vital humana².
Essa energia, chamada Chi, percorre o corpo mantendo-o vivo e saudável, porém, se
há um desequilíbrio essa energia pode gerar desarmonia energética ou física. A
acupuntura age normalizando essa desarmonia e fazendo a energia Chi fluir
normalmente no corpo⁵.

Através dos "pontos de acupuntura" pode-se fazer com que a energia


bloqueada volte a circular e o organismo retorne ao seu perfeito equilíbrio.
Nisto consiste a acupuntura: trazer o corpo ao seu ponto ideal, dando
condições ao organismo de ser mais eficaz na luta contra as doenças, por
meio do estímulo de pequenos pontos da superfície da pele⁶.
3

A acupuntura é o conjunto de conhecimentos teórico-empíricos da medicina


tradicional chinesa que visa a terapia e a cura das doenças através da aplicação de
agulhas e de várias outras técnicas, sendo seus conhecimentos transmitidos de
geração em geração desde o seu surgimento a milhares de anos na China⁷.
De acordo com a medicina chinesa, o tratamento pela acupuntura tem como objetivo
estabelecer a normalização das estruturas doentes do nosso corpo, em busca da
harmonização de nossas energias com técnicas e procedimentos, estimulando pontos
reflexos dos canais de energia (meridianos e outros pontos). Para a teoria da
acupuntura, todas as estruturas do organismo se encontram originalmente em
equilíbrio pela atuação das energias Yin (negativas) e Yang (positivas), e se ambas
estiverem em perfeita harmonia ter-se-á saúde, caso contrário o desequilíbrio
provocará a doença⁸.
A medicina ocidental prioriza o controle dos sintomas, principalmente, pelo uso de
drogas⁹. Trata a doença, disseca, divide, analisa para chegar a uma conclusão. Já na
medicina oriental a saúde representa o equilíbrio entre as energias do homem, na qual
há uma preocupação em harmonizar a energia vital do paciente; tratando o
doente/homem como ser integral. Este enfoque é caracterizado em inglês pelo termo
holistic medicine – medicina holística. Isto não quer dizer que uma seja melhor que a
outra, pois seus enfoques são diferentes e ambas têm suas limitações, sendo
necessário conhecê-las para procurar a terapia mais adequada para cada caso em
particular¹⁰.
A acupuntura tornou-se popular, atingindo novos níveis de conhecimentos científicos,
com uma eficácia terapêutica cada vez mais adotada no mundo moderno. Esta técnica
possui inúmeras possibilidades de aplicação, sendo possível sua inseri-la em qualquer
tipo de patologia, independente da faixa etária e do sexo, podendo ser associada a
outras modalidades terapêuticas⁹.
A medicina chinesa é um vasto campo de conhecimento, com concepções voltadas
muito mais ao estudo dos fatores causadores da doença e das formas de prevenção,
na qual reside toda a essência de sua filosofia. Enfatiza os fenômenos precursores
das alterações funcionais e orgânicas que provocam o aparecimento de sintomas,
onde o fator causal destes processos nada mais é do que o desequilíbrio da energia
interna, ocasionado pelo meio ambiente, origem externa, ou pela alimentação
inadequada, emoções, fadigas, de origem interna¹¹.
4

O maior potencial das técnicas orientais está em tornar o paciente consciente de seu
próprio corpo, o qual armazena emoções, sentidos, e reflete o estado mental. Está
inscrito no corpo, entre os músculos e nervos, um pouco do passado e o presente⁹.

A acupuntura foi idealizada dentro do contexto global da filosofia do Tao e


das concepções filosóficas e fisiológicas que nortearam a medicina chinesa.
A concepção dos canais de energia e dos pontos de acupuntura, o
diagnóstico e o tratamento baseiam-se nos preceitos do Yang e do Yin, dos
cinco elementos, da energia (Qi) e do sangue, visando restabelecer a
circulação da energia ao nível dos canais de energia, dos órgãos e das
vísceras, levando o corpo a uma perfeita harmonia de energia e de¹¹.

Os canais de energia constituem um meio de ligação entre o interior e o exterior, e


vice versa, transmitindo e recebendo diversas formas de energia destes meios. Os
canais de energia principais são oriundos dos cinco órgãos (Yin) e a circulação-sexo
e das seis vísceras (Yang), apresentando uma parte profunda que corresponde ao
trajeto dentro das cavidades torácica e abdominal, onde se promovem conexões
energéticas internas entre órgãos e vísceras acoplados. Após emergirem destas
cavidades, percorrem por entre os ossos e os músculos, do tronco e dos membros até
atingir as extremidades dos dedos das mãos e dos pés¹².
Estes canais de energia (meridianos) estão intimamente relacionados aos cinco
elementos: madeira, fogo, terra, metal e água, que correspondem aos cinco
movimentos que geram a vida, com duas horas por dia de concentração máxima de
energia⁵.
Além destes, também existem os canais de energia curiosos ou maravilhosos, que
são em número de oito; canais de energia divergentes ou distintos; canais de energia
de conexão – Luo ou Lo; e os canais de energia tendino-musculares¹¹.

2.3 Acupuntura como Tratamento

A acupuntura é um tratamento ao mesmo tempo preventivo e curativo. A verdadeira


indicação da acupuntura é para o distúrbio funcional, em oposição às lesões que
empregam a cirurgia ou outros métodos⁸.
O primeiro passo é selecionar os pontos mais indicados para o tratamento, a seguinte
etapa é a estimulação desses pontos. Um único ponto de acupuntura pode ser
estimulado de várias maneiras, tais como: com massagens, com agulhas, com calor¹³.
5

A acupuntura começou numa forma de massagem dos pontos. E após algum tempo,
foi verificado que "picando" os pontos com agulhas, a reação era mais rápida e
duradoura. Mas em pacientes mais fracos ou em crianças, a massagem dos pontos é
mais aconselhável que a introdução das agulhas⁵ .
A massagem dos meridianos e pontos de acupuntura é chamada de shiatsu, que é
executada por massagistas e é extremamente relaxante. A acupuntura não cura
doenças, ela estimula o próprio organismo a se curar⁶.
Normalmente o tratamento pela acupuntura é longo, durando de algumas semanas
até alguns anos, de acordo com a doença a ser tratada. Porém o tratamento tem
algumas restrições, devendo-se evitá-lo após as refeições, ou se o paciente é
hemofílico, no início da gravidez e em pessoas muito debilitadas ou inconscientes⁷.

2.6 Anatomia e Fisiologia do Joelho

O joelho é parte do sistema ósteo-articular de sustentação e de fundamental


importância tanto na integridade anatômica quanto funcional. Esta articulação está
localizada nos extremos de dois importantes braços de alavanca: o fêmur e a tíbia¹⁹.
O joelho era comumente classificado como uma articulação dobradiça, pois seus dois
movimentos principais são a flexão e extensão. Apesar de ter um grau de liberdade
principal (flexão-extensão), utiliza ainda a rotação sobre o eixo longitudinal da perna
de uma forma acessória, pois só aparece quando o joelho está flexionado e, portanto,
mais móvel, o que requer estabilização especial da potente cápsula, ligamentos e
músculos que cercam esta articulação¹⁵.
O joelho é uma das maiores e mais complexas articulações do corpo humano e
consequentemente uma das mais lesionadas e também contém fortes ligamentos que
estabilizam a articulação evitando movimentos anormais auxiliados pelos meniscos
que além de estabilizarem o joelho, servem também como amortecedores das
cartilagens. Estas, por sua vez, absorvem os impactos e choques recebidos pela
articulação do joelho¹⁴.
Classificado como uma articulação sinovial, o joelho apresenta uma poderosa cápsula
fibrosa que se fixa superiormente ao fêmur e inferiormente na margem articular da
tíbia. Como sua congruência óssea é relativamente precária o joelho depende de
outras estruturas para exercer grande parte de sua força e integridades estruturais¹.
6

Os músculos que atuam para os movimentos do joelho são: grácil (flexão da perna),
sartório (flexão da perna), quadríceps (extensão da perna) e isquiostibiais (flexão da
perna)⁶. Entre as mais importantes e aqueles que mais são lesados estão os
ligamentos cruzados e os ligamentos colaterais. Os ligamentos colaterais ocupam os
compartimentos medial e lateral do joelho, e servem para resistir as cargas em valgo
e varo. Existem dois tipos de ligamentos colaterais: o ligamento colateral lateral (LCL)
ou fibular- se estender do epicôndilo lateral do fêmur até a superfície lateral da cabeça
da fíbula, e o ligamento colateral medial (LCM) ou tibial- vai do epicôndilo femoral
medial até a superfície supero-medial da tíbia. Os ligamentos cruzados cuja
designação resulta da sua orientação oblíqua ou com formato de X, se estendem entre
o fêmur e a tíbia².
Existem dois tipos de ligamentos cruzados: o ligamento cruzado anterior (LCA)-
classificado como o mais fraco, se insere proximalmente na parte póstero-medial do
côndilo lateral do fêmur e, distalmente na porção anterior da superfície intercondilar
da tíbia, e o ligamento cruzado posterior (LCP)- caracterizado como o mais forte, se
insere proximalmente na parte antero-medial do côndilo medial do fêmur passa
medialmente ao LCA e fixa-se distalmente na porção posterior da área intercondilar
do fêmur².
Além de seu apoio capsular e ligamentar o joelho contém dois meniscos, cada um é
um coxim de fibrocartilagem com formato de cunho e com inserção periférica na
cápsula articular. Eles se projetam centralmente e se movimentam livremente na
flexão em sustentação do peso, ambos possuem um formato característico e
crescente. Os meniscos classificam-se em: meniscos mediais com formato semilunar
e os meniscos laterais com uma forma mais compacta e uma curva quase fechada¹⁶.
A patela está localizada entre o tendão do quadríceps e sua inserção na tuberosidade
da tíbia, aprimora a vantagem mecânica do mecanismo extensor do joelho. O joelho
apresenta então um papel importante principalmente a nível motor e devemos então
ter uma atenção maior quando este é afetado fisicamente, é importante saber lidar
com as lesões causadas no joelho, pois uma lesão nesta área sem devido tratamento
pode ser fatal para a vida do lesionado¹⁵.

2.7 Síndrome Femoropatelar


7

A síndrome femoropatelar (SFP) é caracterizada por dor peri ou retropatelar⁸ , na


ausência de outra afecção no joelho¹⁴ . Acomete atletas e não atletas, representando
um problema comum no joelho de adolescentes e adultos jovens fisicamente ativos².
É também uma queixa comum na população em geral, quando está envolvida a
descarga de massa corporal repetitiva no membro inferior².
Embora não tenha uma origem exata, sabe-se que a síndrome pode desenvolver por
desgaste, sobrecarga ou impacto, que causa o desequilíbrio da patela¹⁶ . Para ter uma
ideia melhor do que acontece, veja abaixo uma figura da anatomia da articulação
femôropatelar.

Fonte: http://www.fisioterapiaparatodos.com/p/dor-no-joelho/sindrome-femoro-patelar/
Figura 1: Articulação femôropatelar

O tratamento conservador leva a um alívio dos sintomas na maioria dos pacientes e


geralmente inclui exercícios de fortalecimento (com ênfase no músculo vasto medial
oblíquo, uma das porções do vasto medial), alongamento muscular, controle motor,
modalidades terapêuticas e uso de anti-inflamatórios⁷.
Apesar de não estar claramente estabelecida, a etiologia pode ser relacionada a
vários fatores que levam ao mau alinhamento patelar, como o aumento do ângulo Q,
patela alta ou baixa, pronação subtalar excessiva, rotação lateral da tíbia, anteversão
femoral, joelhos valgos ou varos e encurtamento do retináculo lateral, dos músculos
isquiotibiais e do tracto iliotibial¹. O diagnóstico hoje é realizado com base no exame
clínico feito por profissionais experientes, entre eles o fisioterapeuta, levando em
8

consideração que uma avaliação detalhada é extremamente importante para propor


futuras intervenções¹.
Os pacientes com SFP apresentam dor difusa anterior ou retropatelar, que é
exacerbada por atividades como subir e descer escadas, sentar por um período
prolongado, agachar ou ajoelhar, nas quais há um aumento das forças compressivas
na articulação fêmoropatelar. Outros sinais observados nos pacientes são a
crepitação patelar, edema e bloqueio articular².
Atualmente, tem sido aceito que o tratamento conservador leva a um alívio dos
sintomas na maioria dos pacientes com SFP. Esse tratamento geralmente inclui
exercícios de fortalecimento do músculo quadríceps femoral, realizados em cadeia
cinética aberta (CCA) e fechada (CCF)¹.

3. Metodologia

Descrevem-se neste tópico os procedimentos metodológicos adotados para a


elaboração deste artigo. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica realizado no
período de janeiro a abril de 2017. A presente pesquisa tem caráter exploratório-
descritivo e qualitativo, feita em bibliotecas virtuais, bases de dados como Scielo e
Medline, onde as palavras chaves foram: acupuntura, joelho, síndrome femoropatelar,
dor e tratamento. Para o enriquecimento teórico da pesquisa foram utilizados livros de
acupuntura, livros de ortopedia, e revistas científicas. Foram encontradas 22
literaturas nos idiomas inglês e português que datam de 1999 a 2017. Os critérios de
inclusão desses artigos para o estudo de revisão foram os que se enquadravam na
data proposta e os que se correlacionavam com o tratamento da acupuntura na
síndrome feromopatelar, e aqueles que poderiam dar andamento ao estudo proposto.

4. Resultados e Discussão

Há uma carência de estudos voltados para o tema do presente estudo, entretanto,


outras pesquisas com o tratamento da dor pela acupuntura mostraram significativos
resultados.
Em um estudo comparando-se os efeitos da acupuntura, massagem com gelo e
estimulação nervosa transcutânea (TENS) em pacientes com osteoartrite na
articulação femoro-tibio-patelar, observou-se que a acupuntura proporcionou uma
9

diminuição da dor e da rigidez, aumentou a capacidade de contração muscular e


facilitou a flexão do joelho¹⁷ .
Em outro estudo visando comparar a eficácia da Acupuntura versus o uso do
ultrassom contínuo, em pacientes com artrite nos joelhos, 85 pacientes foram
avaliados de forma randomizada quanto aos padrões de dor e amplitude de
movimento. Os tratamentos foram realizados por fisioterapeutas, 2 vezes por semana,
durante 5 semanas, sendo os resultados avaliados por 12 meses. Os resultados
demonstraram que ambos os tratamentos foram efetivos, porém a acupuntura foi mais
eficiente¹⁸ .
Bjordal et al.¹⁹ avaliaram o efeito analgésico do laser de baixa potência (LBP), da
estimulação elétrica transcutânea (TENS) e da acupuntura em pacientes com
Osteoartrite (OA) de joelho, durante um tratamento de quatro semanas e constataram
que todos os tratamentos foram eficazes no alívio da dor.
Já Ezzo et al.²⁰ em outra revisão sistemática, constataram que há fortes evidências
de que a aplicação da acupuntura para o alívio da dor é mais efetiva quando
comparada ao placebo, mas que para a função do joelho, existem limitadas evidências
sobre uma maior eficácia da aplicação da acupuntura em relação ao placebo.
Vas et al.²¹ analizaram a eficácia da acupuntura como terapia complementar ao
tratamento farmacológico da OA de joelho no que diz respeito ao alívio da dor
mensurada através da EVA, e, redução da rigidez articular, funcionalidade, qualidade
de vida mensuradas através do WOMAC e no consumo de diclofenaco durante o
tratamento. Observaram que a acupuntura, como terapia complementar ao tratamento
farmacológico, é mais efetiva que o tratamento farmacológico administrado
isoladamente na redução da dor, rigidez, funcionalidade e qualidade de vida. No
presente estudo de caso, a acupuntura foi aplicada isoladamente e foi observada uma
melhora em todas essas variáveis.

5. Conclusão

A acupuntura é uma técnica de analgesia praticada comumente em pacientes com


dores, sejam elas crônicas ou agudas, em qualquer região do corpo humano, com
efeitos comprovados cientificamente. Com poucas referências com a abordagem
direta da acupuntura na síndrome femoropatelar, sem claras recomendações, o
10

presente estudo recomenda que futuras publicações sobre o tema sejam de âmbito
clínico.

6. Referências Bibliográficas

1. CAMANHO, Gilberto; CAMANHO, Luís Felipe; VIEGAS, Alexandre. Reconstrução


do ligamento cruzado anterior com tendões dos músculos flexores do joelho
fixos com Endobutton. Revista Brasileira de Ortopedia, Joinville, v. 38, n. 6, p. 329-
336, junho 2003.

2. BONFIM, T.R.; PACCOLA, C.A.; Propriocepção após a reconstrução do


ligamento cruzado anterior usando ligamento patelar homólogo e autólogo.
Revista Brasileira de Ortopedia, Joinville, v. 35, n. 6, p. 194-201, junho 2000.
3. AUSTREGÉSILO, Armando S. B. Massagem e Sensibilidade: método de
massagem de origem chinesa pelos pontos de comando / Do-in, Shiatsu, Yoga,
3ª Edição. São Paulo: Ediouro Publicações S.A., 2007.
4. ZHANG, X. Accupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled
Clinical Trials. Disponível em: http://www.who.int/medicines/library/trm/acupuncture/
acupuncture_trials.pdf. Acesso em: 10 mar. 2017.
5. TETAU, Max; LERNOUT, Henri. Acupuntura Clínica. 4ª Edição. São Paulo:
Andrei, 2005.
6. FERREIRA, Marcus Vinícius. O que é Acupuntura. 2ª Edição. São Paulo:
Brasiliense, 2005.
7. PAI, Hong Jin. O que vem a ser Acupuntura? 4ª Edição. São Paulo: Mascarenhas,
2002.
8. BEAU, Georges. A Medicina Chinesa. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Interciência,
2002.
9. PRADIPTO, M. J. Zen Shiatsu: equilíbrio e consciência do corpo.4ª Edição. São
Paulo: Summus Editorial, 2006.
10. BISCKO, Johannes. Acupuntura para o Médico Ocidental. 4ª Edição. Rio de
Janeiro: Colina, 2004.
11. YAMAMURA, Ysao. Acupuntura Tradicional: a arte de inserir, 5ª Edição. São
Paulo: Ed. Roca, 2001.
11

12. AUTEROCHE, B. & AUTEROCHE, M. Guia Prático de Acupuntura e


Moxibustão.4ª Edição. São Paulo: Ed. Andrei, 2006.
13. CHAITOW, Leon. O Tratamento da Dor pela Acupuntura. 10ª Edição. São
Paulo: Manole, 2004.
14. AMESTOY, R.D.F; LIMA, W.C. de. Entorse de joelho: eletroestimulação
trancutânea dos pontos de acupuntura. Fisioterapia em movimento.13ª. Ed. São
Paulo: Editora Campus, 2000.
15. DANGELO, Geraldo; FATTINI, Carlos. Anatomia Humana Sistêmica e
Segmentar. 4ª. Edição. São Paulo: Atheneu, 2000.

16. CHATRENET, Yves; KERKOUR, Khelaf. Fisioterapia das Lesões Ligamentares


do Joelho no Atleta. 4ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2002.
17. BEHNKE, Robert. Anatomia do Movimento. 4ª. Edição. Porto Alegre: Artmed,
2004.
18. YURTKURAN, M. & KOGACIL T. TENS, electroacupuncture and ice massage:
comparison of treatment for osteoarthritis of the knee. American Journal of
Acupuncture . 27: 133-140, 1999.
19. JOHANSSON, K.M., ADOLFSSON L.E. & FOLDEVI M.O. Effects of acupuncture
versus ultrasound in patients with impingement syndrome: randomized clinical
trial. Physic Therapy. 85: 490-501, 2005.
20. BJORDAL J.M, JOHNSON M.I, MARTINS L.R, BOGEN B, CHOW R,
LJUNGGREN A.E. Short-term efficacy of physical interventions in osteoarthritic
knee pain. A systematic review and meta-analysis of randomised placebo-
controlled trials. BMC Musculoskelet Disord. 8:51, 2007.
21. EZZO J, HADHAZY V, BIRCH S, LAO L, KAPLAN G, HOCHBERG M, et al.
Acupuncture for Osteoarthritis of the Knee: A systematic review. Arthritis
Rheum. 44(4):819-25, 2001.
22. VAS J, MÉNDEZ C, MILLA EM, VEGA E, PANADERO MD, LEÓN JM, et al.
Acupuncture as a complementary therapy to the pharmacological treatment of
osteoarthritis of the knee: randomised controlled trial. BMJ. 329(7476):1216,
2004.

Você também pode gostar