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INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES
EM SAÚDE
Cromoterapia
e termalismo
Flávia Garramone
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
O ritmo frenético da vida moderna tem contribuído para expor as pessoas a situações
que podem interferir na sua saúde. Claro que nem todos são atingidos da mesma
forma, pois a maneira como cada indivíduo percebe e reage frente a essas circuns-
tâncias dita o nível dos agravos físicos, emocionais e/ou psicológicos de cada um.
Diante disso, tanto para o tratamento quanto para a prevenção da doença,
uma abordagem terapêutica à luz do holismo se torna importante, pois é capaz
de reestabelecer o equilíbrio integral, por atuar em distintos sistemas corporais
simultaneamente e, assim, restituir a saúde e o bem-estar do indivíduo. Nessa
perspectiva, o terapeuta dispõe das técnicas de cromoterapia e termalismo dentro
do rol das práticas integrativas e complementares em saúde.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos e princípios da cromoterapia e
do termalismo, que fundamentam o uso das cores e da água mineral, respecti-
vamente, como forma de tratamento. Para isso, examinaremos as características
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eletromagnéticas das cores primárias e secundárias, e como cada uma delas pode
influenciar e produzir reações fisiológicas, conforme o tratamento específico. Além
disso, analisaremos as características físico-químicas da água termal que a tornam
um agente terapêutico do termalismo. Por fim, as propriedades terapêuticas dos
elementos oligominerais também serão abordadas, relacionando seus benefícios
no tratamento e prevenção de doenças.
Luz e cor
Na física, entende-se por espectro de luz visível a luz solar ou branca, cuja
característica é ser formada por radiações ou ondas eletromagnéticas que
se tornam perceptíveis ao olho humano nas cores do arco-íris. As grandezas
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Esse conceito foi provado por Isaac Newton no século XVII. Segundo Agne
(2014), o físico fez um experimento usando um prisma e observou que, quando
a luz solar atravessava o vidro transparente, cada cor seguia uma direção
diferente. Dessa forma, concluiu que tal fato ocorria porque cada uma dessas
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Águas medicinais
A designação termalismo, no âmbito deste capítulo, refere-se a um conjunto de
práticas que têm como agente terapêutico a água minero-medicinal. Segundo
o documento Política Nacional de Prática Integrativas e Complementares no
SUS, publicado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2015), o uso das águas ter-
mais ou minerais para tratar a saúde é um dos mais antigos procedimentos,
e cita que Heródoto (485–425 a.C.), geógrafo e historiador grego, foi autor da
primeira publicação científica termal.
De fato, a água, principalmente os banhos (Figura 3), tinham grande impor-
tância para os gregos. Hipócrates (460–370 a.C.), considerado o pai da medicina,
estabeleceu a água como um dos elementos essenciais e determinantes do
estado de saúde ou doença. Segundo Nunes e Tamura (2012), Asclepíades
(124–40 a.C.) utilizou a ingestão de água como método terapêutico preventivo
e curativo, assim como a hidroterapia.
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O Brasil, esta feliz e abençoada porção de terra que nos tocou em partilha, também
encerrando em seu seio com profusão águas minerais de diversas naturezas, não
necessita de mendigar ao estrangeiro as suas águas gasosas de Vichy, Montedouro,
Selters, as ferruginosas de Spa, Piemont, Forges, as sulfurosas de Barrèges etc. etc.,
que artificiais ou naturais, nunca jamais a nossa primorosa água gasosa da Vila
de Campanha, as ferruginosas de Andaraí, a Matacavalos, as sulfurosas de Vila de
Caldas em Minas Gerais, e da Vila de Itapicuru na Bahia, as termas de Santa Catarina
e de Goiás etc. as quais podem ser usadas nas mesmas fontes: circunstância que,
como veremos, é de maior importância para o seu bom êxito. (CASTRO, 1841, p. 5).
Além dessas, o Brasil possui fontes termais em Águas da Prata, Lindoia, Serra
Negra e São Pedro (SP), Gravataí, Águas Mornas e Piratuba (SC), entre outras.
Após esse passeio histórico-científico, percebemos que as águas minerais
naturais são, conforme nos aponta Nunes e Tamura (2012, p. 253), “as soluções
formadas em condições geológicas específicas e caracterizadas por dinamismo
físico-químico”. Essas águas provindas das nascentes são puras, ou seja,
não apresentam agentes microbianos, e os elementos químicos presentes
possuem potencial terapêutico. Elas são classificadas de acordo com suas
várias propriedades químicas, físico-químicas, de temperatura e terapêuticas,
listadas a seguir (AMARAL, 2015; NUNES; TAMURA, 2012).
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Dessa forma, percebemos que, assim como cada cor tem sua característica
e suas propriedades físicas, também tem um significado específico e uma
vibração própria, capaz de causar reações nos sentidos de quem as percebe,
inclusive orgânicas. Do mesmo modo, todo sentimento ou emoção, como
raiva, ódio, amor, prazer, alegria, entre outros, tem uma vibração e uma cor
correspondente. A seguir são listados os significados gerais de cada uma das
sete cores do arco-íris (HELLER, 2013; ZYLBERGLEJD, 2017).
Nesse sentido, Fonseca (2011) nos explica que a interação da energia das
cores com nossa bioenergia — espontaneamente, por meio de estímulos
visuais coloridos (como a cromoterapia), ou involuntariamente, por meio
de estímulos naturais (como a luz solar) — promove efeitos relevantes no
contexto da vida e também curativos, refletindo em aspectos físicos, mentais
e/ou emocionais.
Apoiada nesse conceito, a cromoterapia busca na vibração das cores a
interação com nosso campo energético — nossa aura, a qual está integrada à
totalidade de nosso ser. Para isso, recorre aos sete pontos centrais energético-
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(Continuação)
Referências
AGNE, J. E. Eletro Termo Foto Terapia. 3. ed. Santa Maria: Andreoli, 2014.
AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 702, de 21 de março de 2018. Altera a Portaria
de Consolidação nº 2/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para incluir novas práticas
na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares — PNPIC.. Brasília, DF:
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Leitura recomendada
CADERNOS DE NATUROLOGIA E TERAPIAS COMPLEMENTARES. Florianópolis: Unisul, v. 3,
n. 5, 2014. Disponível em: http://www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/CNTC/
issue/view/188. Acesso em: 4 dez. 2020.
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