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Trajetória Histórica da Cromoterapia.


A Cromoterapia ressurge no Ocidente, em meados do século 20, ganhando popularidade como

uma forma de Medicina Complementar que atua de modo natural no processo saúde doença.

Entretanto, a Literatura de referência é unânime em afirmar que sua prática é milenar e sempre
esteve presente em diversas culturas da Antiguidade.

Origens da Cromoterapia.
Desde os tempos remotos, o homem é fascinadopela Natureza e em particular, peloambiente

colorido no qual se insere. Percepção esta que só é possível, graças à luz solar. Isso mesmo, cor é
luz! Veremos adiante que, segundo a Física, o fenômeno cromático é decorrente da interrelação
entre a luz e a escuridão.

Fato é que, na História da Humanidade, o uso das cores, também obtidas de pigmentos,
constituíram-se um meio de comunicação, assumindo significados diversos entre os povos,
seja para expressar poder, seja arte, religião, condição social, retratar um evento circunstancial
ou ser um instrumento de cura.
Trocando Ideias.
Para os ocidentais, o branco representa paz e pureza. Já para os
orientais, representa a morte e o luto. Significações que se inserem na
psicologia das cores, transmitindo ideias, despertando emoções e
reações comportamentais distintas, mas que têm efeito terapêutico
comum, já que a luz branca da Cromoterapia projeta o conjunto de
todas as cores, para o reequilíbrio energético geral do paciente.

Registros arqueológicos comprovam a história e revelam que civilizações antigas, como a


egípcia, a grega, a indiana e a chinesa, entre outras, faziam uso das cores para tratamento de
saúde. Por isso, não se sabe exatamente onde surgiu a Cromoterapia, mas é consenso que a
prática médica com o uso de cores se iniciou no Egito.

Essa conclusão se apoia nos estudos de Paul Galioughi, autor do livro La Médicine des Pharaons,
no qual relata como os sacerdotes-médicos egípcios, por volta de 2800 a.C., tratavam os doentes
com as cores nos templos de luz, utilizandoem sinergia, flores e cristais.

Traduzindo o título, A medicina dos faraós: magia e ciência médica no antigo Egito, obra
publicada em 1983, destaca-se por ser rica em informações que retrata a influência que a antiga
Medicina egípcia teve sobre a hipocrática, a árabe e a indiana, sendo que suas práticas médicas,
descritas no papiro Ebers, um dos tratados médicos mais antigos conhecidos, são usados até hoje.
descritas no Papiro Ebers, um dos tratados médicos mais antigos conhecidos, são usadas até
hoje.

Além dos grandes tempos de luz e cor de Karnak e Tebas, os egípcios construíram uma cidade de
luz, dedicada ao Deus do Sol – Rá, a principal divindade da mitologia egípcia, que ficou
conhecida na história pelo nome grego de Heliópolis.

Nesses locais, as salas de tratamento eram construídas de tal forma que refratavam os raios do
sol nas sete cores do arco-íris, sendo que, após diagnosticarem as doenças, os médicos
encaminhavam o paciente para receber a cor necessária para o restabelecimento orgânico.

Para esse propósito, os antigos egípcios preconizavam que as cores vermelha, amarela e azul
eram as forças ativas dos seres físicos, mentais e espirituais, entendimento baseado no fato de
que a cor vermelha estimula, enquanto a cor azul relaxa e revigora, caracterizando, assim, a base
da Cromoterapia para tratar tanto as doenças físicas quanto as mentais e as emocionais.

Esse pensamento holístico permeava, também, a Ciência Médica dos antigos chineses e hindus,
que desenvolveram um sistema de cromologia pautado na correspondência entre a natureza do
homem e a divisão setenária do espectro solar, predizendo que as cores correspondem aos
princípios da constituição do ser humano e se correlacionam à dinâmica energética corporal,
cuja fluência se dá por meio dos Chacras, segundo a Teoria Ayurveda, e pelos Meridianos ou
Canais de Acupuntura, conforme a chinesa.

Contudo, os gregos não apenas absorveram a sabedoria egípcia, como desenvolveram a prática
da Cromoterapia, especificando diferentes cores para tratar as doenças. Além disso, adquiriram
conhecimento sobre as características físicas e as propriedades terapêuticas da luz solar,
marcando o início do aprofundamento científico da terapia cromo-espectral ou Helioterapia,
como era por elesdenominada.
Bases Científicas da Cromoterapia
Da Grécia antiga, no que diz respeito ao aprimoramento da prática e fundamentação científica da
Cromoterapia, se destacam: Hipócrates, Pitágoras , Aristóteles
e Platão, que desenvolveram teorias sobre luz e cor, cores e

energia, formas geométricas associadas às cores, direcionando-nos, atualmente, na aplicação


das técnicas de tratamentoterapêutico.

Os estudos prosseguem e Galeno ainda que de maneira intuitiva, reconhece as

qualidades terapêuticas da luz.

Ptolomeu produz o Tratado sobre Óptica analisando questões de reflexão, refração e cor.

Nesse sentido, Isaac Newton dá um salto nesse entendimento, a partir de sua

experiência com o prisma de cristal.


Figura 1 – Decomposição da luz branca solar, ao incidir em
um prisma, nas sete cores do arco-íris: vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, índigo e violeta

Conforme Syring, Newton deu continuidade ao trabalho de René Descartes

que, além de perceber a importância da luz como fenômeno físico, evidenciou sua relação com a
essência humana.

Nesse contexto, em 1840, o alemão J. W. Goethe lança sua obra Teoria das Cores demonstrando,
além da constituição das cores, a influência e os efeitos que elas provocam nas pessoas no nível
físico, mental e emocional.
Esse fato que mudou o enfoque do estudo da ação terapêutica da luz e da cor e levou vários
cientistas do século 19 a se interessar pelos benefícios da Cromoterapia, como
Augustus J.
Pleasanton, que relata os efeitos da luz azul no sistema glandular, nervoso e nos órgãos
secretivos, em sua obra Luzes do sol e azuis, de 1876 e Seth Pancoast, relatando o poder
bactericida da luz violeta, em sua obra Luzes vermelhas e azuis, de 1877.

Entretanto, outros dois são os mais destacados pioneiros mencionados na Literatura relativa à
Cromoterapia, por conta de seus modelos de Terapia baseados na cor-luz;

Conheça-os a seguir.

Em 1878, o Dr. Edwin Babitt, lança Os princípios da luz e da cor, uma obra considerada clássica,
na qual relata experiências de cura de diversas desarmonias, atuando com luz colorida nas cores
vermelha, amarela e azul.

Um dos seus experimentos baseava-se na aplicação das cores em doentes mentais, sendo
percebido que a cor vermelha provocava estímulos de violência nos pacientes, enquanto a azul
estimulava a calma e a tranquilidade.

Em 1930, Dinshah Ghadiali descobriu que quando um elemento é exposto à luz branca ele
absorve a frequência correspondente à sua banda/linha espectral e emite luz nessa mesma
frequência.

Concluiu, assim, que o corpo humano também absorve luz em certas frequências e a emite ao
exterior, por meio do campo eletromagnético que o envolve, marcando o que os antigos
chamaram de aura.

A partir dessa abordagem científica, Ghadiali desenvolveu um conjunto de doze filtros de cor a
serem utilizados como sistema cromo-espectral de cura para tratar doenças do corpo, da mente
e da alma, por meio da luz, formulando, então, a base de aplicação da Cromoterapia no corpo
humano.
Mas o percurso histórico não para por aqui!

Vários outros pesquisadores agregaram valor científico à Cromoterapia, como, por exemplo:
Rodolf Steiner, Albert Einstein, James Maxwell, Max Planck, Dolores Krieger, Hiroshi
Motoyama. Cada um, a seu tempo, trouxe novos conhecimentos e comprovações das hipóteses
de que a promoção de modificações bioenergéticas surte em bioquímicas, a partir da interação
da luz com as células corporais.

Reflita.
Uma prova disso são os tratamentos medicinais que utilizam a luz.
Como exemplos, temos: a aplicação de luz azul em bebês com icterícia,
a fim de eliminar a bilirrubina armazenada no corpo em razão de
fígado imaturo, ou o emprego da luz infravermelha para promover
analgesia nos tratamentos de Fisioterapia.

Isso posto, seguimos nos aprofundando nas características e propriedades físicas da luz e da
cor, haja vista que é desse fenômeno que se deflagram os efeitos terapêuticos promovidos pela
Cromoterapia, bem como norteia toda a prática clínica.

Características e Propriedades Físicas de Luz e de Cor.


A compreensão do fenômeno da luz e de sua relação com a cor se pauta nas descobertas da
Física Moderna sobre o entendimento da luz como onda e partícula, na interação da luz com a
matéria, e na diferença interacional da cor nos pigmentos.

Nesse arcabouço é relevante à prática clínica da Cromoterapia a distinção dos princípios da cor-
luz e da cor-pigmento.

Cor-luz: Espectro de Luz Visível Solar.


O conceito de cor-luz está intrinsecamente relacionado à estreita faixa de radiação
eletromagnética solar, que compreende o espectro de luz visível, isto é, a luz branca do sol. Em
outras palavras, a cor-luz representa a própria luz solar, que reúne e é capaz de se decompor em
todas as cores e matizes existentes na natureza.

Trocando Ideias.

A radiação/onda eletromagnética é uma das maneiras pela qual a energia viaja no espaço, sendo
que, de suas variedades existentes no universo se compõem o espectro eletromagnético. Cada
tipo de onda está organizado conforme seu comprimento e faixa de frequência.
Figura 2 – Espectro eletromagnético

Observe que, à esquerda, estão as ondas de rádio, micro-ondas e infravermelho, cujas


frequências são as mais baixas. Aproximadamente no meio do espectro, está a fração de luz
visível, a luz branca solar, que podemos enxergar com nossos olhos e diferenciar sua
composição quando nos deparamos com um lindo arco-íris no céu. À direita, estão as ondas
ultravioleta, raios X e raios gama, sendo os de frequência mais alta, carregando assim, altas
quantidades de energia.

Antes de prosseguirmos, é preciso esclarecer o significado desses termos tão utilizados na


Física, que explicam, também, as características e as propriedades do nosso objeto de estudo, a
luz visível.

Segundo a Literatura de referência, temos que:

Comprimento de onda é a distância entre a máxima e a mínima amplitude (cristas-


-9
vales), expressa em nanômetro (nm) = 1 x 10 m;
Amplitude de onda se refere à intensidade, ou seja, à quantidade de energia que a
onda é capaz de transferir;

Frequência é o número de oscilações produzidas pelas ondas no intervalo de um


segundo, sendo a grandeza física que a expressa dada em hertz (Hz);

Fótons são as partículas que compõem a luz, transmitida em “pacotes” que


transportam a energia contida nas radiações eletromagnéticas, o quantum.

A definição desses parâmetros foi possível a partir da clássica experiência de Isaac Newton, que
elucidou o fenômeno cromático e seus efeitos de percepção das cores.

Quando a luz solar atravessou o prisma, o físico observou que ela se refratou – decompôs-se em
sete cores-luzes: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.

Aprofundando seu estudo, o cientista percebeu que cada uma dessas cores seguia uma direção
diferente.

Concluiu, então, que tal fato, a reflexão da luz, ocorria porque elas têm comprimento de onda e
velocidade diferentes, estando as maiores na faixa do vermelho (625-740 nm) e as menores na
faixa do violeta (380-440 nm), conforme mostra a Figura a seguir:
Figura 3 – Espectro de radiação da luz visível

Tabela 1 – Especificações de comprimento de onda e frequência das cores-luzes

Comprimento de onda
Cor Frequência (THz)
(nm)

Vermelho 625 a 740 480 a 405

Laranja 590 a 625 510 a 480

Amarelo 565 a 590 530 a 510


Comprimento de onda
Cor Frequência (THz)
(nm)

Verde 500 a 565 600 a 530

Azul 485 a 500 620 a 600

Índigo 440 a 485 680 a 620

Violeta 380 a 440 790 a 680

Dessa forma, foi possível à Ciência caracterizar as propriedades físicas da luz e evidenciar que
a cor que vemos nos objetos ou na Natureza, na verdade, corresponde à parcela de luz que foi
refletida por ele. Isso significa, especificamente, que o nosso olho capta a reflexão do
comprimento de onda de tal cor-luz e o cérebro cria a sensação da cor.

No que tange à natureza da luz, Newton afirmou ser uma onda de energia composta de
corpúsculosluminosos. Durante o século 20, os precursores da Física Quântica – Maxwell,

Planck e Einstein, aprofundaram tal conhecimento, investigando a relação entre os


comprimentos de onda, a energia da luz e sua capacidade de interação com matéria.

As conclusões evidenciaram que a luz solar é irradiada e absorvida em “pacotes” individuais,


chamados de quantum. Isso, por identificarem que a partícula que compõem a luz é o fóton, uma
estrutura que, além de transportar essa energia, interage com a matéria, quando absorvida,
transferindo-a para ela, o que causa a movimentação dos elétrons nela presentes, deflagrando o
fenômeno fotoelétrico.
ACESSE

Assim, afirma-se que a luz ora se comporta como onda eletromagnética, ora como partícula,
entendimento essencial quanto ao modo de ação da Cromoterapia, já que também somos feitos
de matéria. Isso mostra que as nossas estruturas corporais interagem e respondem à irradiação
dos fótons das cores-luzes. Destaca, também, outra característica determinante para a
compreensão do conceito e aplicação prática da cor-luz.

Segundo os princípios de refração e de reflexão, para se obter a luz branca novamente, não é
necessário combinar todas as faixas de radiação (cores), basta misturar apenas as cores
primárias da luz: vermelho, verde e azul. Delas surgem as cores secundárias da luz que,
misturadas em determinadas proporções, originam o magenta/violeta, o ciano/índigo e o
amarelo.

Perceba que esse processo, na realidade, resulta numa cor diferente das que lhe deram origem,
pois a radiação obtida representa a soma das radiações iniciais. Por exemplo, o magenta é
resultado da mistura da luz vermelha com a azul, o ciano, da verde com a azul, e a luz amarela, da
vermelha com a verde.

O mesmo fenômeno não ocorre em se tratando de cor-pigmento. Entretanto, em ambos os


conceitos, é conclusivo de fato que: para que exista cor, é preciso haver luz.

Cor-pigmento e a Relação com o Espectro de Luz Solar.


Por definição, pigmento é a substância química que confere cor ao objeto, cuja origem, orgânica
ou inorgânica, pode ser vegetal, animal, mineral ou sintética. Assim, o conceito de cor-
pigmento se refere à capacidade que a superfície da matéria, coberta por pigmentos, tem de
absorver, refratar e refletir os raios da luz que incidem sobre ela.

Em suma, a cor-pigmento é a cor observada no reflexo da luz branca em algum objeto, que é
captada pelas células estruturais dos nossos olhos.

Nesse fenômeno, parte da luz que incide na superfície pigmentada é absorvida e transformada
em calor e outra é refletida como sinal irradiante na frequência específica da cor que reveste
essa superfície.

A Figura a seguir mostra a luz branca, que carrega em si todas as cores, incidindo sobre três
objetos diferentes: um azul, um vermelho e um preto.

Perceba que os dois primeiros refletem apenas a luz de sua respectiva cor, enquanto o objeto
pigmentado em preto não reflete nenhuma luz.
Figura 4 – Cor-pigmento, características de absorção e a
cor verdadeira de um objeto

Você pode se perguntar a razão pela qual o objeto preto não reflete a luz incidente.

Buscando esse entendimento, Gaspar explica que o preto, assim como o branco, é

considerado não cor. Isso porque a percepção de ambos depende da presença de luz.

Dessa forma, o preto significa ausência de luz e, ao contrário do branco, que reflete, ele absorve
todas as cores.

O que acontece se incidirmos uma luz colorida sobre esses objetos?


Esse vídeo traz a explicação e aborda, de modo lúdico, o conceito de
cor-luz e cor-pigmento, haja vista a relevância do tema para a
Cromoterapia.
CORES

Vale destacar que a tinta e os corantes são substâncias na qual pigmentos estão concentrados e
sendo usados para imitar o fenômeno da cor-luz.

Nesse sentido, sobressaem- se as formulações teóricas do mestre da Arte Renascentista, o


italiano Leonardo da Vinci que, em sua obra Tratado da Pintura e da Paisagem:

Sombra e Luz, já afirmava que a cor era uma propriedade da luz, bem como de sua ausência. Vem
desse estudo os conceitos de cores-pigmento primárias, ou seja, aquelas que não podem ser
criadas a partir da combinação de outras cores: vermelho, amarelo e azul.

Levanta, ainda, uma questão fundamental à Cromoterapia, ao observar que a cor é um fenômeno
subjetivo, pois depende do olho que observa o objeto, entrando, assim, no campo da percepção
da cor e de seu efeito psicológico, fator que mais tarde foi aprofundado e desenvolvido pelo
polímata alemão, Johann W. Goethe incluindo o efeito fisiológico da cor.
Polímata é um termo utilizado para se referir à pessoa que estuda em profundidade e detém
grande conhecimento em vários assuntos e Áreas da Ciência. Como eram os filósofos da
Antiguidade.

Os conceitos dos princípios cromáticos colocados por Goethe influenciam não apenas os
artistas contemporâneos, mas também a maioria dos profissionais que utilizam as cores, já que
desse entendimento resultou um instrumento extremamente útil para estudar as cores-
pigmento – o disco cromático.

Veja na Figura a seguir.


Figura 5 – Disco cromático, evidenciando as cores
primárias, secundárias e terciárias

Em análise, podemos notar que, além das cores primárias, o disco cromático traz as cores
secundárias, aquelas que estão em oposição às primárias, cujo propósito é complementá-las,
sendo também denominadas de cores complementares.

Observe que a cor complementar do vermelho é o verde, do amarelo é o violeta, e do azul é o


laranja.
Heller explica que elas são formadas pela união de duas cores primárias, criam

contrastes, e ressalta uma característica muito importante: elas se neutralizam entre si.

Temos, ainda, as cores terciárias, também denominadas análogas, que são aquelas cores que se
encontram lado a lado da cor primária ou secundária, sendo formadas pela união delas,
pertencendo, assim, à mesma família de tons, totalizando seis cores, por exemplo: amarelo-
alaranjado, laranja-avermelhado, azul-esverdeado, cuja função é dar a sensação de
uniformidade e harmonia.

No recorte à direita, destaca-se outra característica relevante, que se refere à temperatura da cor,
segmentando-as em cores quentes e frias, devido à diferença nas proporções luz-calor que são
absorvidas e refletidas. No entanto, as sensações de calor e frio de uma cor também são relativas
e têm um significado psicológico específico do observador.

Em Síntese.
As cores não são apenas qualificações da luz, ou seja, propriedades
inatas que diferem em frequências. Nesse fenômeno, há o mecanismo
biológico envolvido, diz respeito à percepção sensorial proveniente da
comunicação da nossa visão e das células corporais com o sistema
nervoso, que nos proporciona a impressão de luz e cor, com seus
brilhos e matizes.
Esses aspectos conceituais de cor-pigmento têm aplicação prática na Cromoterapia no que
tange à indicação de harmonização de ambientes e a escolha da cor do vestuário, entre outros,
trazendo ações tanto subjetivas quanto objetivas, enquanto o conceito de cor-luz representa o
método terapêutico propriamente dito.

Há de se considerar, ainda, que os estudos científicos sobre os princípios fundamentais da cor e


da luz resultaram em avanços no entendimento de outros níveis da função humana.

A Teoria Fotônica, de Einstein, contribuiu para que se evidenciasse que nossas células

também emitem luz, devido aos biofótons, que estabelecem comunicação para regulação dos
processos fisiológicos.

Dessa forma, não é à toa que somos considerados seres de luz.

Concorda, caro(a) aluno(a)?

Nem tampouco que nossa rede bioenergética, formada pelos campos bioeletromagnéticos: aura,
chacras e nádis, existem!

Existe, ainda, nessas estruturas etéreas, uma correspondência qualitativa e energética com as
cores. Por isso, entender a natureza desses centros vitais e suas relações com a fisiologia
humana é essencial para a escolha e a aplicação da cor adequada para se tratar doenças
específicas.

Conceito e Definição de Chacras.


As escrituras sagradas dos Vedas descrevem a existência dos chacras e nádis ,
estabelecendo um sistema de correspondência com a Natureza, as deidades do Hinduísmo e as
cores, bem como com os aspectos fisiológicos e psicológicos do ser humano,

termos de origem sânscrita, uma antiga língua da Índia, em que chacra significa

roda, centro ou ciclo, e nadi significa torrente, escoar livremente.


Define-se, então, que os chacras são centros ou vórtices energéticos vitais que fazem parte da
anatomia sutil do ser humano, responsáveis por captar, distribuir e transmutar as energias
superiores, numa forma utilizável para a estrutura corporal, enquanto nadi é uma rede de canais
energéticos que se conecta a eles, a fim de circular a energia vital e integrar o ser humano.

Esses antigos escritos relacionam haver mais de 360 chacras entre primários e secundários.

Entretanto, Gerber cita estudos científicos que comprovam a existência dessas

estruturas bioenergéticas se concentrando nos sete chacras principais e alguns dos


secundários, validando, inclusive, sua correspondência com a energia e a vibração de sua cor
equivalente.

Chacras Primários.
Os sete chacras primários desempenham o papel central no equilíbrio energético e na
homeostasia corporal, sendo da harmonia de seus movimentos giratórios que se dá a saúde
integral.

Anatomicamente, como mostra a imagem, cinco deles estão alinhados à frente da coluna
vertebral, um está entre as sobrancelhas e o outro, acima do topo da cabeça, e em
correspondência com a sequência de radiação do espectro de luz visível.
Figura 6 – Chacras primários em correspondência às cores
do espectro da luz solar

Além de estarem em similaridade energética com as cores-luzes, eles atuam como interfaces do
plano físico com os energéticos mais sutis. Assim, estão associados ao sistema nervoso e
endócrino e regem nossas instâncias psíquicas, como o pensamento, a inteligência, a
consciência e a força de vontade, entre outros.

Nesse sentido, os três primeiros chacras são aqueles que trazem a base para a sobrevivência do
ser humano, influenciando nossos instintos primários, os prazeres e as atividades biológicas.
Esses vórtices inferiores se ocupam do controle da natureza física das pessoas. Os dois chacras
centrais trazem união e propósito ao ser humano, sendo os responsáveis pela capacidade de
comunicaçãoe de relacionamentos.

Dessa forma, esses vórtices energéticos agem como uma conexão, integrando as forças físicas
às espirituais superiores, que é sítio de ação dos dois últimos chacras, os de consciência do ser
humano, responsáveis pela capacidade de criação mental e a ligação com o nosso ser interior,
permitindooamadurecimentoespiritual.

A Tabela a seguir traz as características gerais e a cor-luz dominante de cada um dos grandes
chacras:

Tabela 2 – Características gerais e cor-luz dominante dos grandes chacras

Grandes Cor-luz
Características gerais
Chacras dominante

Capta a energia magnética terrestre


(telúrica) e sustem os demais chacras.
Básico Vermelho É o centro de origem (ativação dos
chacras) e de retorno desse sistema
energético.

Tem estreita correlação com o chacra


básico, facilita a absorção do prana/qi
Umbilical Laranja do corpo etéreo, bem como sua
circulação dentro dos
nadis/meridianos.

Controla e energiza vários órgãos


vitais. É o responsável por eliminar as
Plexo
Amarelo energias descartáveis do perispírito.
solar
Absorve e distribui a vitalidade do
prana ao corpo físico.
Grandes Cor-luz
Características gerais
Chacras dominante

Ligado ao corpo mental, atua como


uma central energética sob o aspecto
Cardíaco Verde psíquico e reforça os aspectos dos
outros chacras: caráter, personalidade
e níveis de consciência.

Ligado à inteligência criativa do


chacra frontal, sua função é a
autoexpressão, comunicação e
Laríngeo Azul
liberdade de escolha. É importante
centro de cura, pois afeta o corpo
etéreo por inteiro.

Considerado chacra mestre, também


chamado de terceiro olho, por ser uma
ponte entre o consciente e o
Frontal Índigo/Anil
subconsciente. Está ligado à energia
intuitiva, ao discernimento e à
percepção direta.

Liga-nos ao divino, à energia do


universo, sendo a abertura para o
transpessoal. É o portal das energias
superiores e a síntese de todos os
Coronário Violeta
chacras, o movimento energético, o
metabolismo orgânico e a vida
consciencial. Conecta-se ao chacra
básico.
Vale destacar que esses vórtices helicoidais agem ao mesmo tempo como transmissores e
transformadores de energia, a fim de manter a vida do corpo físico.

A cor-luz equivalente indica a energia captada predominantemente e a frequência energética


específica de harmonização, que ele deverá voltar a sintonizar no processo terapêutico

Chacras Secundários e Nádis.


Os chacras secundários têm uma potência energética menor que os principais. No entanto, são
importantes por cobrirem funções específicas no equilíbrio psicobioenergético. A Literatura
reporta existirem vários deles distribuídos por todo o corpo.

A Tabela 3 destaca alguns dos chacras secundários de maior relevância para a prática da
Cromoterapia e descreve algumas de suas características gerais.

Tabela 3 – Características gerais dos chacras secundários

Chacras
Características gerais
secundários

Estão em correspondência com os grandes


chacras, porém, ao longo da coluna vertebral
Dorsais e da região occipital. Eles têm comprimento
um pouco menor que seus pares e atuam
complementando suas funções energéticas.
Chacras
Características gerais
secundários

Consistem em vórtices que atuam em


consonância com chacras principais, que
Dos Plexos movimentam grandes fluxos de energia, como
os plexos: das axilas, dos quadris, dos seios,
dos joelhos.

Está na região dorsal na altura do umbigo,


com diâmetro 1/3 menor. Sua cor-luz é o
Meng Mei índigo. Relacionado aos rins, tendo influência
na circulação sanguínea, razão pela qual a
Cromoterapia deve ser feita com critério.

É o centro de força do aparelho reprodutor


(gênesis), a fonte de criação de nova vida
física para a consciência. Está relacionado
Genésico
com as pernas e regiões do cérebro
diretamente articuladas com essa parte
inferior do corpo.

São centros emissores de energia prânica,


atuando sobre os chacras e partes do corpo,
Palmas das mãos
enviando a vitalidade orgânica. Não tem cor
específica.

Tem a finalidade de descarregar o excesso


energético, como também a absorção da
Plantas dos pés energia telúrica. Tem ligação com o chacra
Básico e todo o conceito de sobrevivência, de
segurança, de força e a estabilidade em geral.
Chacras
Características gerais
secundários

Está situado sobre o baço e diretamente


relacionado à vitalização do sangue. Por ele, a
energia prânica é absorvida e distribuída para
Esplênico os demais chacras. Diferentes Escolas de
Pensamento o nomeiam como o 2º chacra, o
sacral ou umbilical, talvez seja por conta da
semelhança funcional.

Finalizando o entendimento desse complexo sistema energético, temos, por sua vez, os Nádis –
estruturas do organismo etérico de suma importância, que interligam os chacras entre si e ao
corpo físico, sendo por essa extensa rede de canais que a energia vital é veiculada, a fim de
nutrir todas as estruturas por onde passa.

Segundo os escritos Vedas, em nosso corpo, há mais de 72.000 nádis que canalizam o prana para
todas as células.

Esses filamentos energéticos constituídos de matéria etérea se diferenciam dos meridianos de


Acupuntura, por não possuírem uma contraparte física, ou seja, acupontos. Entretanto,
conectam-se ao sistema nervoso, no corpo físico, equilibrando e influenciando toda a fisiologia
e a homeostasia orgânica, determinando, então, tanto o estado de saúde quanto o de doença.

Desses milhares de nádis, três deles, como mostra a imagem a seguir, são de grande relevância e
tidos como principais. Isso, por se localizarem no centro do nosso corpo e atuarem como um
eixo central de fluxo constante de energia vital do etéreo para o telúrico e vice-versa.
Figura 7 – Localização dos nádis: Shushumna, Ida e Pingala

Segundo a Cosmologia Veda, apenas o canal central de polaridade neutra chega até o chacra
coronário. Os outros dois, dispostos como uma dupla hélice no entorno dele, acabam no chacra
Frontal, sendo que em cada cruzamento se encontra um dos grandes chacras.

Elucidando, Wills nos explica que:

Shushumna é o nadi central do eixo, disposto verticalmente, que traz a energia da


consciência superior que aflui do chacra coronário até o chacra básico, e estimula a
subida da energia de kundalini, desse vórtice inferior até o superior;

Ida é o nadi localizado à esquerda do eixo, corresponde aos aspectos femininos da


personalidade humana. Sua natureza é nutritiva e diz respeito ao controle de
processamento mental, relacionando-se com emoções, sentimentos e memórias. A
cor-luz azul representa sua qualidade de vibração energética;

Pingala é o nadi localizado à direita do eixo, corresponde aos aspectos masculinos,


está associado à energia solar, sendo, assim, de natureza estimulante, controlando
os processos vitais somáticos, a parte lógica, racional e analítica do intelecto. A cor-
luz vermelha representa sua qualidade de vibração energética.

Assim, podemos dizer que as funções e a saúde do corpo físico dependem da atividade
equilibrada e dinâmica dos chacras e dos nádis que, por sua vez, dependem da energia vital dos
corpos sutis.

Nesse sentido, os sinais e os sintomas das doenças que nos acometem se devem aos
desequilíbrios desse sistema, gerados pela obstrução, deficiência ou acúmulo energético
indevido.

Como você pode ver ao longo desse estudo, caro aluno, a Cromoterapia, utilizada há

milênios, fundamenta seus princípios em três Áreas da Ciência: a Física (Moderna e Quântica), a
Biomedicina e a Bioenergética.

Todas elas têm em comum uma visão multidimensional dos fenômenos da natureza,
especialmente, no que se refere à matéria e à energia, contexto do qual derivam estudos de
cientistas ícones, dos quais se compreende a função e o mecanismo de ação da principal
ferramenta da Cromoterapia, o fenômeno cromático, dado pelas cores-luzes e pelas cores-
pigmentos, cuja interação orgânica de sua aplicação sobre o sistema energético sutil, Chacras e
nádis, promove efeitos em nível físico, mental e emocional, resultando no reestabelecimento da
nossa saúde integral.

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