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Sabbats

Ir Cernunnos
A bruxaria tradicional constitui-se em um movimento de conexão com o ritmo da
Deusa e do Deus ou do ritmo feminino e masculino da criação ou ainda o ciclo de Luz e
Sombra. Estes ciclos evidenciam movimentos de expansão e recolhimento na natureza
e sempre revelam o ritmo de vida.

Expandir constitui todo movimento que lhe tira de dentro de si e lhe faz movimentar-
se em relação ao outro e a realidade exterior. Recolher constitui todo movimento que
lhe remete ao mundo subjetivo e a realidade metafísica.

Para expandir é necessário visualizar com clareza e para tanto há o movimento de Luz,
sendo o seu ápice a dignidade astrológica da expansão e o seu equilíbrio no domicílio.
O recolhimento evidencia um momento em que não se observa nada do lado de fora
e, portanto, remete-nos a dinâmica de interioridade, tendo seu ápice na queda e seu
equilíbrio no exílio.
Queda do Masculino
Ascensão do Feminino

Exaltação
- Litha

Equilíbrio Domicílio Expansão e Queda - Equilíbrio


- Ostara Recolhimento Mabon

Exílio -
Yule
Queda do Feminino
Ascensão do Masculino

Os ciclos de Expansão equivalem ao momento em que o masculino tem seus


potenciais desabrochados. Os ciclos de Recolhimento equivalem ao momento em que
o feminino tem seus potenciais desabrochados. Os movimentos de Domicílio e Queda
possuem aspectos: masculino e feminino nos seus movimentos de expansão e
recolhimento em equivalência. Os ritmos de Luz e Sombra já foram devidamente
analisados em outra instrução, havendo agora o trabalho de cada bruxa e bruxo, intuir
como eles se relacionam as dignidades e aos ritmos do ciclo do masculino e feminino.

Outra coisa importante a se pensar é que o ritmo do masculino evidencia o processo


de nascimento, crescimento, amadurecimento e morte, sendo nos deuses corníferos a
associação deste processo, inclusive com tríplice aspecto. No caso do feminino, as
Deusas Brancas têm ciclo associado a fertilidade e a gestação, sendo a imortalidade
um traço de todas as deusas em suas histórias. Quando mesclamos a história das
deusas com os deuses, constituímos os chamados Sabbats que se enumeram em oito e
repercutem em seus festejos, os mitos relativos a deusas e deuses. Alguns se destacam
mais do que outros, mas todos estão espalhados nestes ritmos e em quaisquer
tradições que sejam.

De acordo com os textos sagrados de bruxaria, a Primavera era o estado primordial


após a criação e ordenação do universo. Não havia leis, não havia morte, não havia
escassez, apenas o florescimento e a fartura, o estado perfeito, traduzido nas tradições
cristãs como o Jardim do Éden. Então, entende-se que a primavera constituía o
momento em que a verdade sobre si mesmo era revelada, pois equivale ao estado de
imortalidade da alma, que se encontra em contato direto com os deuses ou forças
criadoras cósmicas e universais.

O mito de Coré, com o seu sequestro pelo deus Hades, determinam a formação das
quatro estações. A deusa Deméter, mãe de Coré, revoltada com o rapto de sua filha,
castigou o mundo, fazendo minguar a fartura, que ela deusa da agricultura concedia e
o resultado, após um acordo em que a deusa Coré, agora Perséfone, teria o direito de
passar 6 meses na terra e 6 meses no submundo, era exatamente a divisão do tempo
em 4 estações.

As estações evidenciam o ritmo de proximidade e afastamento do Sol, nos ciclos de


órbita da terra, sendo que os momentos transitórios entre este movimento elíptico
espacial equivalem à ida de Coré/Perséfone para o mundo de Hades e o seu retorno a
terra. Na ida, ao término do verão, inicia-se o movimento de aumento da sombra e
quando a mesma retorna, na primavera, inicia o movimento de aumento da Luz.

Diante disto, temos os quatro principais Sabbats: Litha, Mabon, Yule e Ostara. As
posições do sabbat na roda evidenciam também os pontos cardeais, deuses e deusas,
ventos mágicos, elementos e elementares regentes, e várias outras coisas, naquilo que
no esoterismo é chamado de Correspondências Mágicas. O que fazemos na bruxaria é
nos aproximar vibratoriamente de cada um dos princípios mágicos existentes e
potencializamos as energias para usar em favor das práticas mágicas. Para tanto, os
rituais precisam reproduzir simbolicamente os elementos e eventos principais dos
Sabbats em questão.
Os Sabbats que ocorrem no movimento de expansão ocorrem no templo da natureza
ao ar livre, porque é quando a natureza encontra o seu ápice no processo de
florescimento e germinação e os animais estão aproveitando o momento natural para
aproveitar-se de todos os recursos. Já no ciclo de recolhimento, os rituais acontecem
em espaços delimitados e interiores, reproduzindo o cuidado que se tem com o frio, e
a condição inóspita da natureza, para exposição.

Dignidade Dinâmica de
Sabbats Significado Gênero
Astrológica Luz e Sombra
Litha Primeiro dia do verão
associado à saga do Energia
Exaltação Luz no Ápice
Rei Carvalho e do Rei Masculina
Azevinho.
Lammas Primeira Colheita e
Luz minguando
celebração do Senhor Declínio para Feminino
e Sombra
e da Senhora do Queda aumentando
aumentando
Milho.
Mabon Segunda Colheita e a
exaltação da Grande Masculina e
Luz e Sombra
Mãe como grande Queda Feminino em
em equilíbrio
provedora e do Deus harmonia
como semente.
Samhaim Passagem do deus Sombra em
para o mundo dos maior
Afastamento da Ascenção da
mortos e a Deusa quantidade e
Luz para Exílio Sombra
gestando-o. Luz
desaparecendo
Yule Marca o ano novo
céltico com o
nascimento do Deus, Sombra no
Exílio Feminino
momento em que a Ápice
deusa torna-se a
Grande Mãe.
Imbolc Marca o início da
primavera e o instante Sombra
Declínio para Masculina
em que o deus bebe o minguando e
Domicílio aumentando
leite e a Deusa o Luz aumentando
provê.
Ostara Relacionado a deusa
Feminino e
Oster e ao momento Sombra e Luz
Domicílio Masculina em
em que há a festa das em equilíbrio
Equilíbrio
luzes e das flores.
Beltane Celebração do
Hierogamos e da Afastamento da
Masculino
união do masculino e Sombra para Ascenção da Luz
aumentando
feminino para gestar a Exaltação
criança sagrada.

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