Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

CENTRO DE HUMANIDADES - CH
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA

Componentes: Bárbara Davyne, Josefa Janicy, Julia Tainá, Maria Clara Rodrigues
Disciplina: História Moderna
Professora: Paula Cristiane
Turno: Manhã
Data: 08/02/2023

HISTÓRIA DO MEDO NO OCIDENTE

INTRODUÇÃO: O medo é Natural

O medo é um legado de nossos ancestrais pré-históricos, ele se instala no


cérebro e nos deixa cicatrizes teimosamente, nasceu com a humanidade nos
tempos mais sombrios, percorre todo o nosso ser, desde a infância até o último
suspiro. É inerente à nossa natureza, protege-nos do perigo, dá-nos uma sensação
de segurança e é um reflexo indispensável que nos permite escapar
temporariamente da morte.
Adiante, esse sentimento é essencial para nos proteger dos perigos do
mundo, surgindo quando nos vemos ameaçados de alguma forma. No filme
Divertidamente, Riley a protagonista, de 11 anos, a partir da sua mudança com sua
família de um lugar para outro passa a vivenciar 5 emoções, uma delas é o medo,
que serve para protegê-la e mantê-la segura. O medo faz a menina pensar antes de
agir, e surge com mais frequência quando ela começa a explorar a casa e os
perigos vão ficando cada vez mais próximo.
Vale ressaltar, que todo ser ter medo, não tem nada a ver com coragem,
precisa trabalhar muito para supera-los , pois não é algo que podemos escapar
facilmente, no filme "O Bom Dinossauro" é exatamente esse tipo de esforço e
encorajamento para vencer o medo que é abordado. O medo do desconhecido se
manifesta na dificuldade de enfrentar novas situações. Conta a história do pequeno
e medroso Arlo, que, com a ajuda de seu pai, não se deixa vencer por seus medos.
Além disso, o medo é um inimigo mais perigoso do que qualquer outra coisa,
pode se tornar patológico e criar obstáculos. Muitas vezes sentimos medo, seja da
tempestade, da escuridão, da morte, da solidão e principalmente da perda de
alguém especial. A animação brasileira O Menino e O Mundo aborda esse medo, o
medo da perda. Quando seu pai vai para a cidade grande em busca de novas
oportunidades, Cuca tem pavor de perdê-lo e, guiado pelo som de sua flauta, se
aventura pelo mundo em sua busca.
Ao contrário dos animais, o homem há muito sabe que vai morrer, o mesmo
é composto de muitos medos. O medo da espécie animal é único, igual a ele
mesmo, é o medo de ser devorado.
Os antigos viam o medo como uma punição dos deuses, viam no medo uma
força mais forte que os seres humanos. O homem contemporâneo detecta
prontamente o medo a cada passo e nas mais diversas esferas da vida, e suas
diversas manifestações abrangem e dilaceram nosso mundo.

CAPÍTULO: Onipresença do Medo


No capítulo intitulado Onipresença do Medo com o tópico, Mar variável, onde
todo temor abunda,( MAROT, Complainte I”) continua a discussão sobre o medo,
onde localiza o medo do mar.
Na Europa do começo da Idade Moderna o medo está presente em toda
parte já que ele responde às múltiplas agressões de um meio ameaçador, ou seja,
aquilo que era desconhecido ganhava significado além das explicações físicas com
isso o mar fenômeno desconhecido gerou uma diversidade de significados, no qual
não era considerado um fenômeno natural. No final da Idade Média permaneceu a
mentalidade coletiva por causa das provérbios, discursos poéticos e os relatos de
viajantes e diante disso verifica duas ligações com o mar em que o mar era
provação para os descobridores e o mar para a grande maioria era o lugar do medo.
O mar recebeu vários significados, no qual destaca o domínio de satã, o sinal
para o fim do mundo, a morte, o pecado e o lugar de monstros. Contudo é
interessante ressaltar que a civilização na Idade Média é preferencialmente
terrestre, onde focalizava os incontável males no mar.
No filme “1492 A Conquista do Paraíso “ Colombo se aventura no mar, onde ele
contestava as verdades ditos sobre ele e diante disso o mar para ele era
provocação em que era caminho para descobertas, progresso e avanço.

CAPÍTULO: O passado e as trevas.


No Capítulo o passado e as trevas, estudando o ponto dois denominado “o
medo da noite” vemos que a noite talvez possa ser considera o berço de todas as
histórias assustadoras (Lobisomens, fantasmas, duendes, bruxas e etc.) e por isso
de todo o medo, sendo ela “o lugar onde os inimigos do homem tramavam sua
perda, no físico e no moral.” (DELUMEAU, P. 138). Diante da crença cristã a noite
se constituía como o lugar de Satã, onde ele dominava as mentes e os corpos das
pessoas, onde eram lhes oferecidos os sabás, onde os quauquemaires invadiam os
sonhos dos camponeses, onde o lobisomem atacava suas vítimas, e o frio intenso
percorria as casas dos pobres crentes, com a lua sendo capaz de provocar a
loucura e os maus presságios.
O início da idade moderna representa o desvencilhar-se da idade média (a
idade das trevas) da qual muitas das crenças vividas eram herdadas, normalmente
ao longo da nova idade pensamentos são modificados ou deixados de lado, e ao
decorrer do texto podemos ver isso acontecer. A idade moderna se inicia com a
ainda existente perseguição as “bruxas” e aos seus sabás, que eram os “encontros”
dessas mulheres com lúcifer ao anoitecer; como também ainda é possível ver a
crença nos seres sobrenaturais dominados pela noite, onde podemos analisar um
cenário interessante onde o dia é o espaço de Deus e das coisas boas, enquanto a
noite é o espaço de seu antagonista caído, sendo estudadas as culturas tanto
indígenas quanto européias em relação ao medo do escuro presente em ambas as
culturas, tendo cada uma a sua maneira de lutar pelo lado da luz, assim podemos
perceber que as questões em relação ao medo da noite vem de um tempo muito
distante da idade moderna, sendo perceptível na pré-história.
Na pré-história os seres praticavam a caça durante o dia, e na noite
ficavam em cavernas ou até em cima de árvores dependendo da situação de perigo,
sendo eles socorridos desta situação por meio do fogo que iluminava a escuridão e
permitia que os animais se afastassem com medo. No tempo da idade moderna
este medo da noite ainda era presente, pelos mesmos motivos de anteriormente
(pelos animais predadores) com um adicional das questões do sagrado, que
desaprovavam e puniam qualquer atividade noturna, como os chamados sabás, que
podemos analisar no filme “Silenciadas” da Netflix onde o mesmo demonstra ao
longo da trama como ocorriam os julgamentos das tais “bruxas” e como algo irreal
se transformava em real por meio da insistência e do poder de subjugar.
Além dos sabás existiam os serões, esses eram reuniões feitas entre
pessoas de uma mesma comunidade geralmente no campo, era local de dança,
música e encontros; existiam ainda os serões dos santos, esses eram religiosos
podiam acontece tanto na igreja quando no cemitério, mas nem por serem da igreja
significavam algo bom, já que houveram muitas denúncias dos mesmos que eram
espaço para além do que já foi citado, como também para “divertimentos”, “jogos”,
“danças”, violações e outras violências.” (DELUMEAU, P.152). Essas e outras
experiências da idade moderna como cerimônias de natal, o são João e as noitadas
eram formas de afastar o medo da noite e portanto o medo como um todo.
A noite é até hoje um campo de perigos objetivos e subjetivos, de riscos
que realmente corremos ao sair a noite como assaltos, estupros e assassinato como
também de riscos subjetivos (psicológicos) como o medo de fantasmas e de
aparições, e outras coisas que podem vir ao nosso encontro e que antes que essas
cheguem já passamos pelo medo de sua espera e chegada. Sendo o medo um
meio tanto de dominação como de proteção, como é mostrado no filme “A vila” onde
todos da comunidade se sentem no dever de continuar nela, devido ao medo de
atravessar a floresta, temendo que ao chegar próximo ou que ao entrar nela sejam
devorados pelas criaturas tenebrosas que lá existem, ao longo do filme percebemos
que viver na comunidade mesmo que com medo da floresta era melhor que viver no
mundo violento que existia além dela, e por esse motivo ela havia sido criada, mas
também que viver nela implicava a renuncia dos avanços externos, na medicina em
especial.

CAPÍTULO:

REFERÊNCIAS:

LIVRO:
DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente (1300-1800). Companhia de
bolso. 2009.
FILMES:

A vila. M. Night Shyamalan. 2004.

Silenciadas. Pablo Aguero. 2020. Netflix

Você também pode gostar