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Curso de Formação Inicial e

Continuada NR-10 Sistema


Elétrico de Potência

Aula 4: Organização como Fator de Segurança

Prof. Tiago Quartiero Pereira, Me. Eng.


Sumário

• Métodos de trabalho;
• Prontuário e cadastro das instalações;
• Programação e planejamento dos serviços;
• Liberação de instalações e equipamentos.

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1 Métodos de trabalho

A natureza do serviço a ser executado exige que o método


de trabalho a ser adotado tenha as seguintes características:

• procedimentos padronizados e descritos;


• controle efetivo dos riscos;
• comportamento ético;
• todos os envolvidos devem possuir treinamento específico
para a execução da atividade.

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1 Métodos de trabalho – Man. Linha Viva
a. Método ao contato

• Trabalhador tem contato com a rede energizada,


mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica,
todos os equipamentos de proteção individual e de
proteção coletiva devem ser adequados à tensão
da rede para garantir que o mesmo esteja
devidamente isolado;
• Todos os procedimentos de utilização de EPIs e
EPCs devem ser seguidos obedecendo as técnicas
de segurança para não haver falha durante as
operações no SEP.
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1 Métodos de trabalho – Man. Linha Viva

b. Método ao potencial

• O trabalhador fica em contato direto com a tensão da


rede, no mesmo potencial;
• Necessário o emprego de medidas de segurança que
garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro
do trabalhador;
• É imprescindível que sejam feitos os testes com
todas as roupas condutivas necessárias para manter
uma perfeita equalização do campo elétrico
distribuído no operador.

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1 Métodos de trabalho – Man. Linha Viva

c. Método a distância

• Trabalhador interage com a parte energizada a uma


distância segura pelo emprego de procedimentos,
equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes
apropriados;
• Todos os equipamentos utilizados, como varas de
manobra, bastões e escadas devem ser submetidos a
testes de isolação para garantir que não haverá potencial
de choque elétrico para o operador.

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2 Prontuário e cadastro das instalações

• A principal diferença entre o cadastro de um equipamento


e o seu prontuário é o tempo;

• Pois o prontuário é o cadastro dinâmico que contém as


informações do presente e do passado do equipamento
e dos trabalhadores. Isso significa que todas as alterações,
especialmente as dos equipamentos, devem ficar
registradas.

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2 Prontuário e cadastro das instalações

• Pelo novo texto da Norma Regulamentadora NR 10, as empresas estão obrigadas a


manter os seguintes documentos necessários para a prevenção dos riscos durante a
construção, operação e a manutenção do sistema elétrico:

• Esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas


dos seus estabelecimentos;

• Especificações do sistema de aterramento dos


equipamentos e dispositivos de proteção, entre outros,
que você estudará a seguir.

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2 Prontuário e cadastro das instalações
Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75KW devem constituir e manter, além dos
esquemas unifilares e das especificações do sistema de aterramento (Laudo SPDA), o Prontuário
de Instalações Elétricas (PIE) atualizado com seus respectivos procedimentos, contendo:

• Laudo SPDA - sistema de para-raios, segundo a NBR 5419;


• Laudo Técnico das Instalações Elétricas – é o relatório emitido após as inspeções e os ensaios
nas instalações elétricas, atestando sua conformidade com as normas técnicas vigentes (ABNT
NBR 5410, 5418, 5419, 14039 e outras);
• Ver detalhes no item 10.2.4 da NR-10.

Os laudos devem incluir em seu relato as não conformidades encontradas, as recomendações e o


cronograma de adequações.
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2 Prontuário e cadastro das instalações

• Empresas que realizam trabalhos em proximidade do


Sistema Elétrico de Potência (tais como empresas de
telefonia e TV a cabo) devem constituir prontuário
específicos, comforme previsto na NR 10;

• Se a empresa não cumprir o que está apresentado


nessa NR, sofrerá multas por infração à normas
especificadas pelas seguintes portarias:

Portaria nº 126 / 2005 do MTE;


Portaria nº 143 / 2005 do MTE.

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3 Programação e planejamento dos serviços

Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância.


Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa, mas pensar em quê?

• Em primeiro lugar, na maneira mais segura de fazer a tarefa;


• Na maneira mais simples de fazer a tarefa;
• No modo mais barato de fazer a tarefa;
• No meio menos cansativo para quem vai realizar a tarefa;
• Num procedimento que seja mais rápido.;
• Melhor qualidade e o resultado mais confiável;
• Preservar meio ambiente.

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3 Programação e planejamento dos serviços

Dentre os fatores de acidente registrados no setor elétrico, é possível afirmar que os


acidentes do trabalho não têm como causa mais frequente o ato inseguro do empregado,
e sim, as falhas de planejamento e de supervisão, incluídos os fatores organizacionais em
primeiro plano.

Exemplo: Acidente por não planejar e supervisar a troca de um isolador em uma linha de
transmissão.

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3 Programação e planejamento dos serviços
O responsável pela equipe deverá:

• Apresentar os itens das normas e dos procedimentos falar sobre os prazos de desligamento;
• Fazer os normativos internos relativos para a solicitação de liberações, incluindo:

- a realização de manobras;
- a delimitação e a sinalização da área de trabalho;
- o bloqueio de impedimento de reenergização.

• Promover a execução dos serviços, inclusive o


passo-a-passo de procedimentos de manutenção;

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4. Liberação de instalações e equipamentos

A liberação de instalações e equipamentos para serviços, operação e uso aplica-se


basicamente:

• À manutenção;
• Às melhorias;
• À expansão;
• aos reparos;
• Às reformas;
• E outros.

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4. Liberação de instalações e equipamentos

a. Definição de desenergização

• Somente será considerada desenergizada a instalação elétrica liberada para


trabalho, mediante os procedimentos apropriados e obedecida toda a sequência que
você estudará a seguir, porém o desligamento de circuito é diferente da
desenergização de circuito. Na desenergização estão previstas todas as medidas
contra reenergização acidental; já no desligamento não estão necessariamente
contempladas todas as medidas contra essa reenergização.

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4. Liberação de instalações e equipamentos
b. Desenergização de circuitos:

Seccionamento – Deverá garantir que não existem fontes de tensão alimentando circuitos
existentes na área de trabalho que possam colocar em risco a segurança dos trabalhadores
envolvidos, direta ou indiretamente, na atividade de manutenção;

impedimento da reenergização – aplicação de travamentos


mecânicos, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento
suficientes para garantir que não haverá possibilidade de
reversão indesejada do seccionamento elétrico das fontes de
tensão que alimentam os circuitos objetos da intervenção, e que
possam oferecer risco a pessoas envolvidas na intervenção;
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4. Liberação de instalações e equipamentos

constatação da ausência de tensão – utilizar medidores testados, podendo essa ser realizada
por contato ou por aproximação e de acordo com os procedimentos específicos;

instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos


circuitos – constatada a inexistência de tensão, efetuar o aterramento temporário das partes
elétricas que possam colocar em perigo os trabalhadores caso haja alguma entrada de
potencial.
É importante controlar a quantidade de aterramentos temporários implantados de forma a
garantir a retirada de todas as unidades antes da reenergização;

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4. Liberação de instalações e equipamentos
proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
– na impossibilidade da desenergização providenciar mantas, calhas,
capuz de material isolante, etc., de forma a proteger as pessoas
envolvidas na intervenção;

instalação da sinalização de impedimento de reenergização – adotar


todas as medidas de sinalização adequadas de segurança destinadas à
advertência e à identificação da razão de desenergização;

liberação da instalação para serviço de manutenção – somente após


serem atendidas as etapas anteriores liberar para os serviços de
manutenção.
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4. Liberação de instalações e equipamentos

c. Reenergização de circuitos:

retirada de todas as ferramentas, utensílios e equipamentos – remover todo o


ferramental e os utensílios para fora da zona controlada, a fim de permitir a liberação da
instalação;

retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no processo


de reenergização – efetuar a contagem, a identificação e a retirada da zona controlada de
todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização;

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4. Liberação de instalações e equipamentos

remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais –


este procedimento inicia em uma instalação desenergizada, mas termina em instalações apenas
desligadas, o que sugere a adoção de técnicas, equipamentos e procedimentos próprios para
circuitos energizados. Preferencialmente, os membros da equipe designados para a
desinstalação dos aterramentos deverão ser os mesmos que efetuaram a instalação;

remoção da sinalização de impedimento de reenergização – a equipe de manutenção


deverá acompanhar a retirada das placas e dos avisos de impedimento de reenegização pela
equipe de operação. Essa atividade também será realizada com medidas e técnicas adotadas
para os trabalhos com circuitos energizados;

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4. Liberação de instalações e equipamentos

destravamento e religamento dos dispositivos de seccionamento – Nessa etapa, os


membros da equipe de manutenção que detêm algum componente do bloqueio em seu
poder, deverão participar do destravamento em conjunto com a equipe de operação;

liberação da instalação para serviço de operação – somente após serem atendidas as


etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços de
operação.

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4. Liberação de instalações e equipamentos

d. Situações específicas

e. Circuitos com possibilidade de reenergização


Quando a desenergização não é possível, caracterizando que o circuito está apenas
desligado, deverão ser adotadas as técnicas de trabalho em circuitos energizados vigentes
na empresa.

De acordo com a NR 10, subitem 10.5.4:

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4. Liberação de instalações e equipamentos

10.5.4 - Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com


possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o
disposto no item 10.6 . Segurança em Instalações Elétricas Energizadas. (BRASIL, 2004, p. 4).

10.7.5: Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a


equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar
e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios
técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço.

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4. Liberação de instalações e equipamentos
Antes do início de qualquer atividade no SEP, o responsável deverá reunir toda a equipe e
abordar os seguintes tópicos:

• Revisar os procedimentos programados;


• Equalizar o entendimento de todos e eliminar eventuais dúvidas;
• Alertar acerca de outros riscos possíveis;
• Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;
• Encontrar problemas potenciais que possam resultar em mudanças no serviço ;
• Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a relação de equipamentos
de segurança e trabalho;
• Difusão de conhecimentos, criando novas motivações.

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• Todas as informações aqui apresentadas devem ser complementadas com os
normativos internos da empresa, da ANEEL, da ONS, etc;

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Micro-Amperímetro
• Utilizado para medição de corrente de fuga em qualquer
equipamento que esteja em contato direto com a fonte de
alta tensão e aterrado no outro extremo;

• É um instrumento obrigatório para monitoramento de corrente de


fuga nas escadas de linha viva, andaimes isolantes, braços
isolantes de cestas aéreas, etc.;

• Recomenda-se tomar leituras durante as tarefas e de forma


periódica para manter a segurança em condições de trabalho;
http://www.adamdistribuidora.c
om.br/produto.php?cod=543
• Ver procedimentos específicos das concessionárias.
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Micro-Amperímetro

Manual:

http://www.fasten.com.ar/Catalogo%20de%20Productos%20RITZ.pdf

Video:

https://www.terexritz.com.br/video/produto/instrumento-md800.mp4

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Referências

DUARTE, Ronaldo Scoz (Org.). Curso Complementar da NR 10. Segurança no Sistema Elétrico de
Potência (SEP) e em suas proximidades: curso na modalidade a distância . Joinville: SENAI/SC, 2007.

NR 10: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Portaria GM n.º 598, de 07 de dezembro de


2004. Brasília, 2013.

NBR 5460: Eletrotécnica e eletrônica: Sistema elétrico de potência. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

NBR 5460: Sistemas Elétricos de Potência. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

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