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A Rússia é uma tempestade; China, mudança climática.

A metáfora, evocada
em outubro do ano passado, pelo chefe do serviço de inteligência interna da
Alemanha, deixa claro que no turbulento ambiente geopolítico em que vivemos,
e a ordem de grandeza das questões sobre a mesa das relações
internacionais, a força motriz do século XXI é a competição entre os EUA e a
China.

Esses, são agora, os gigantes em luta. O que iniciou-se como uma queda de
braço entre as duas superpotências pela primazia no campo da tecnologia
envolvendo a gigante Huawei, logo alastrou-se para o terreno da política
comercial quando o Banco Central Chinês enfraqueceu o dólar diante do Yuan
Chinês. O posicionamento dos Estados Unidos diante da “exploração” de mão
de obra barata pela China foi um outro movimento que deixou claro quem
mexia agora nas peças do tabuleiro global.

Se a “primeira Guerra Fria” colocava em colisão o capitalismo americano


versus socialismo russo, “a segunda”, agora põe frente a frente a peleja entre
um regime democrático e outro não. O que ofende seriamente ao imperialismo
norte americano. Dessa forma deixou de ser um embate por tecnologia e
avançou para a geopolítica mundial. Os EUA conseguiram que a OTAN
incluísse a China em seu conceito estratégico e decidiu pela primeira vez
financiar compras de armas de Taiwan. A China, por sua vez, assinou uma
declaração estratégica afirmando um relacionamento "sem limites" com a
Rússia pouco antes da invasão a Ucrânia. Os dois países possuem grande
atividade na região Indu-Pacifico, onde os EUA procura fortalecer laços com
seus aliados na região. A China, por sua vez, está cultivando profundamente o
relacionamento com seus países parceiros, como o Paquistão, e tentando
cimentá-la com investimentos no âmbito da Nova Rota da Seda, como a
importante linha ferroviária construída no Laos.

O mais recente capitulo desse xadrez global foi a derrubada de um balão


Chinês desgarrado que invadiu o espaço aéreo americano, e claro foi
interpretado por Washington como parte de um amplo programa de

espionagem de instalações militares em todo o mundo.


As atitudes e a luta por espaço global de ambas não deixa dúvidas de que as
duas potências estão envolvidos em uma dura batalha pela supremacia
mundial.

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