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Ásia e Europa, duas cabeças de uma nova potência modelada por Xi

Jinping por meio da iniciativa One Belt One Road(Um cinturão, Uma
Rota) como instrumento de consolidação da Eurásia.

Este trabalho considera o contexto geopolítico a fim de lançar um pouco


de luz nos eventos que possuem determinado peso na construção dos
chamados “blocos econômicos” e tentar, através destes, verificar se estão
relacionados aos eventos descritos nos livros do profeta Daniel e no
Apocalipse.

Talvez você se pergunte: Por que olhar para o cenário geopolítico?

A resposta está baseada na seguinte observação:

Todas as dispensações do Eterno após o surgimento dos impérios ou


reinos, considerou o movimento geopolítico como um dos elementos que
somavam no conjunto dos eventos que norteavam o curso da história
daqueles que eram contemporâneos, partícipes da mesma.

A maior prova disto está no surgimento da Mesopotâmia. Mais tarde o


Egito e finalmente no sonho do rei Nabucodonosor e posteriormente na
revelação do Eterno ao profeta Daniel.

Tudo isto levou-me a olhar sob esta perspectiva a fim de buscar


compreender se este tempo pode ser aquele do qual fala os dois livros
citados.
Considere que este material que chega até você é apenas um esboço.
Ainda que acredite nele ou duvide, não deixe de recorrer ao Eterno, e
vestido de seu Cristo, buscar humildemente que o Santo Espírito lhe
mostre mais do que conseguimos expor aqui.

Há quase dez anos(2011), o presidente Putin, então candidato ao cargo de


presidente da Rússia propôs à Alemanha “a criação de uma comunidade
econômica harmoniosa que se estendesse de Lisboa a Vladivostok.”

A ideia representava um imenso empório comercial que uniria Rússia e


União Europeia ou, nas palavras de Putin, “um mercado continental
unificado com capacidade estimada em trilhões de dólares.”

Uma ideia antiga proposta inicialmente pelo Presidente do Cazaquistão,


Nursultan Nazarbayev, durante um discurso em 1994 numa universidade
em Moscovo/Moscou.

Os EUA viviam o final do 1º mandato de Obama e a visão de Putin,


embora extremamente sedutora para os industriais alemães e comunistas
em geral, não contemplava a China na posição de líder do novo bloco
proposto.

Sendo democrata e um dos responsáveis em abrir caminho para o projeto


de Xi Jinping e colaborar com a China na sua trajetória em busca do 1º
lugar entre as potências, Obama iniciou um processo de demolição
controlada que os EUA puseram em ação na Ucrânia.
Não é precisa falar que, a esta altura, Putin não seria aquele que lideraria a
consolidação do novo bloco proposto.

Com a Rússia neutralizada, Obama seguiu abrindo caminho para que a


China avançasse em seu projeto.
Em 2012 os democratas garantem mais 4 anos no poder e Obama
continuaria seu projeto de cooperação com a China.

O tempo urgia e o temor de


uma vitória dos republicanos
nos EUA era uma constante.

Isto fez com que os planos


fossem acelerados.

Há sete anos(2013), já no início do 2º mandato de Obama, no Cazaquistão,


depois na Indonésia, Xi Jinping expandiu a visão de Putin, propondo o
projeto Um Cinturão, Uma Rota [One Belt, One Road], também chamado
Novas Rotas da Seda ou sua forma singular “Nova Rota da Seda”.

Xi visava ampliar a integração geoeconômica do Pacífico Asiático


mediante uma vasta rede de rodovias, ferrovias para trens de alta
velocidade, oleodutos e gasodutos, portos e cabos de fibra ótica.

Resumindo: Xi Jinping estava propondo usar as novas rotas da Seda como


projeto de sustentação para a consolidação da Eurásia.
Mapa da Eurásia e a extensão da Rota da Seda

A proposta de Xi Jinping parecia muito mais factível que a ideia de Putin


em 2011, uma vez que todos os projetos de revitalização dos países por
onde passariam as rotas, contariam com financiamento de instituições
chinesas e não do FMI ou da União Europeia.

Eurásia em relação ao globo(formando um supercontinente).


Tudo devidamente preparado para remodelar a estrutura monetária
mundial com base numa grande operação de “reset” capaz de formar uma
governança financeira mundial onde a estrutura do novo bloco proposto
por Xi seja a sede desta nova governança.

Tal proposta, aparentemente, não trazia riscos para os signatários do


acordo para a formação do novo bloco, pois o seu promotor e líder tem
uma “boca que fala grandiosamente” e assim convence-os vendendo a
ideia que Xi Jinping tanto ressalta – o chamado “ganha-ganha”.
Mas estamos realmente falando de uma relação “ganha-ganha”?

Na verdade esta nova potência – Eurásia – surge totalmente comprometida


financeiramente com a China que detém maior influência sobre os países
do Bloco.

Seja por meio das linhas de crédito concedidas ou por meio das relações
comerciais dependentes das Rotas da Seda, o controle do bloco pertence,
inegavelmente a China.

Todo o projeto precisa vencer desafios.

Um evento seria decisivo para que este audacioso projeto pudesse ser
realizado:

Garantir a permanência dos democratas no comando dos EUA bem como


nos demais países estrategicamente importantes para a consolidação da
Eurásia.

Em 2016 ocorre a vitória de Donald Trump e pela 1ª vez o projeto corre


um sério risco de sofrer significativo atraso.

Wall Street é acionado para tentar


desestabilizar e neutralizar as
políticas dos EUA, mas fracassam.

Dois anos depois(2018), no Brasil, a


esquerda sofre mais uma
significativa derrota.

Com Jair Bolsonaro eleito, os EUA


ganham um importante aliado para
se proteger contra o projeto de formação da Eurásia sobre o comando
absoluto da China.

Uma gigantesca batalha começa a ser travada nos bastidores da


geopolítica.

As atenções de Xi
Jinping já estavam
sobre a América
Latina Havia
décadas.

Este continente é extremamente importante nos planos que Xi Jinping tem


para incluí-la nas Rotas da Seda e assim garantir que a Eurásia, sob seu
comando, tenha controle sobre todos os recursos naturais do continente.
Estratégia que isolaria os EUA consolidando a China como a potência nº 1
tanto da Eurásia como do mundo, o que fez com que Xi aumentasse sua
influência política em diversos países do continente.

É neste contexto que 2019


surge como indicador de
que outra potência nas
Américas conseguia
grandes resultados
econômicos e se igualava
aos EUA em condições de
resistir ao poder da Eurásia
sob o comando de Xi
Jinping.

Assim o Brasil de Bolsonaro, Paulo Guedes e companhia seria a bola da


vez.

Sucessivas investidas com demonstrações cada vez mais ousadas faziam


parte das atividades de resistência do aparelhamento do establishment.

Tudo para causar o maior número possível de impedimentos.


Impedimentos que opositores classificaram como “atenuar danos”.

Estratégia voltada para impedir aprovação de propostas importantes que o


governo encaminhava ao congresso. Local onde enfrentaria a oposição
estratégica dos presidentes das duas casas para o biênio 2018-2020.

Com raríssimas exceções, o governo foi sistematicamente boicotado.

Cada vez mais ficava evidente o papel dos presidentes das duas casas
legisladoras ante a necessidade de impedir o sucesso das pautas do
governo.

Fato que ficou claro quando, neste mês de dezembro(2020), o atual


presidente da câmara federal declara-se, em plena tribuna, contra a pauta
de costumes (conservadorismo) defendida pelo governo.
Parece que o conservadorismo ainda assombra o projeto de Xi para tornar
o Brasil dependente de acordos comerciais com a China e futuramente
com a Eurásia.

Quando as duas casas não conseguiam, por elas mesmas impor a derrota
do governo em alguma MP ou PEC, um partido provocava o STF a fim de
que este lhe garantisse sucesso naquilo que o congresso fracassara.

O ambiente não permitia folego ao novo governo ao mesmo tempo que


promovia uma cruel redução do espaço de manobra dos ministérios.
Dentre os mais otimistas havia quem acredita-se ser uma questão de tempo
até que, com muito trabalho e articulação, o governo venceria os desafios.

Entretanto a China sabia que impedir o sucesso econômico do Brasil, a


exemplo do que tinha conseguido em outros países da América Latina, era
crucial.

Então chega o período da pandemia.

A era dos biografados.

A primeira ação dos partidos de oposição – provocar o STF a fim de


garantir que o Governo Federal entregue o controle das medidas
relacionadas com segurança sanitária para estados e municípios.

Na prática isto impedia que


o governo fosse o gestor da
crise ao mesmo tempo que
obrigava-o empenhar uma
vultuosa quantia. Quantia
esta que estaria sob
controle de estados e
municípios.

Medida que jogava um


balde de água fria nos
resultados conquistados em
2019 e colocava o país no caminho de retrocesso do PIB e dependente dos
investimentos da China ou da exportação de suas commodities. Podendo
apenas arcar com os custos, enquanto se endividava.

Não precisa ser um gênio da economia para perceber o quanto tal situação
beneficiaria a China.

Com estratégias como consórcio Nordeste e iniciativas como INVESTSP


destinadas a ir na China captar recursos financeiros por meio de parcerias
público-privada, as chamadas PPI's, o cerco se fechava.
Seria uma questão de tempo para o governo implorar um acordo comercial
com a China e torcer pela consolidação da Eurásia, pois com a pandemia o
país não só deixava de crescer, como precisaria se endividar a fim de
garantir recursos para estados e municípios.

Tudo isto sabendo que não teria controle sobre a gestão destes recursos.

Bastava agora alguns pequenos ajustes na correlação de forças políticas e


sua proporção nas esferas municipais.

O primeiro deles ocorre por ocasião das eleições municipais.

Fato que fica evidente ao constatarmos que na maioria das cidades as


eleições favoreceram aqueles mais alinhados e, de certa forma, encantados
ante o discurso e o poder do dragão asiático.

A importância destas eleições, dentro dos planos de Xi Jinping para o


Brasil, ficam evidentes na proposta que parece ter tido uma vitória da
China no congresso.

Pela proposta até 25% de terras podem ser adquiridas por estrangeiros.
Um processo que, na prática, permitirá acontecer o que a China fez em
países como Argentina e Siri Lanka, segundo o projeto de Xi Jinping.

Quanto as ambições de Xi, não se trata de interpretação, elas são


comprovadas em seus pronunciamentos.

Em 18/10/2017, durante
o 19º Congresso do
Partido Comunista, Xi
Jinping proclamou “uma
nova era” para a China e
para seu Partido
Comunista, deixando
claro quem continuaria
as mesmas políticas,
ainda mais marcadas e
que não haveria espaço
para a divergência.

Neste mesmo ano a imprensa, por ocasião das reformas no sistema político
da China, o considerou “o novo imperador da China”. Foi, também, nesta
ocasião que Xi declarou:

“A China ocupa agora uma nova posição no mundo”.


Nem sempre existe um abismo entre o discurso e a prática.

Como Xi conseguiria seu objetivo de formar um bloco econômica e


politicamente forte sem levar em consideração acordos já firmados entre
os países do bloco que formam a União Europeia?

Enfraquecer o bloco europeu parecia ser um meio para deixar os países


deste ávidos pela construção de um novo onde pudessem sustentar seu PIB
e demais indicadores.

Então surge o Reino Unido decidindo que em 31/12/2020 deixará o bloco


da União Europeia – o tão falado Brexit.

Qual o país que garantiu


ao reino Unido as
condições para a
realização do Brexit?
Vejamos.
Em dezembro de 2017, o
ministro das Finanças do
Reino Unido, Phillip
Hammond, já tinha ido
buscar uma aproximação,
tentando vender Londres
como o centro de transações
para a moeda yuan e
anunciando um investimento
de 35 bilhões de dólares para
o projeto One Belt One Road.

As exportações britânicas
para a China tinham
aumentado em torno de 60%
desde 2010, e estimava-se
que a China seria um dos
maiores investidores
estrangeiros do Reino Unido
até 2020.

Garantir que isso acontecesse foi fundamental desde que os britânicos


decidiram sair da União Europeia.

Um documento vazado do governo britânico revelou as preocupações


econômicas com a saída da União Europeia.

Nele ficava evidente


que, nesta batalha, a
China seria o fiel da
balança que garantiria a
conclusão do Brexit,
algo que só fortaleceria
o projeto de Xi Jinping
para consolidação da
Eurásia. Enquanto o
mundo pensava que o
Brexit não tinha o dedo da China, com a saída do Reino Unido, surge uma
janela única para a formação de um novo bloco capaz de amortizar o
impacto referente à redução de mais de 30% no PIB do bloco europeu.
Xi Jinping garante que será,
por meio da China,
controladora da Eurásia, um
parceiro comercial dos
britânicos – fato que
permitiu agendar o Brexit
para 31/12/2020 – o Reino
Unido já não seria
resistência.

Outro ponto forte da


proposta de Xi, que
satisfez a Rússia, foi
permitir sua
participação, uma vez
que estava impedida na
União Europeia por
ocasião dos conflitos na
Ucrânia provocados
pelo processo de
demolição controlada na
era Obama/Biden.

Obama/Biden e sua crucial participação nos planos de Xi Jinping.

A ação dos EUA durante a gestão Obama teve papel fundamental nos
eventos relacionados à Rússia.
A atuação de Obama
pavimentou uma
situação onde Putin não
encontraria o ambiente
para que fosse ele a
levar adiante sua antiga
promessa de campanha
feita em 2011, sobre a
criação de um novo
bloco econômico entre
Ásia e Europa.

Sem falar que na construção deste novo bloco, agora sob a liderança da
China, não só o ingresso da Rússia estaria garantido (o que evita
resistências) como dos países da Ásia Ocidental onde se localiza o Iran.

Isto nos leva a compreender o papel do Iran nas acusações que fazem parte
do processo sobre as fraudes nas eleições presidenciais dos EUA neste ano.

Diante de todos os preparativos Xi Jinping sabia que precisava neutralizar


a influência dos EUA no cenário geopolítico.

Nada seria mais eficaz do que garantir a volta dos democratas no comando
da maior resistência aos seus planos – os EUA.

Com um projeto geracional, a China já tinha se infiltrado nos mais


influentes veículos de mídia, em diversos países sua principal rede de TV
conseguia espaço próprio ou por meio de participações em outras
empresas.
2020, Eleições presidenciais nos EUA (Talvez um dia saibamos as razões
pelas quais as eleições no Brasil foram remarcadas para o mês de
novembro – Não abordarei isto aqui).

Foi neste período que um tsunami sacode a maior economia do mundo,


com vários processos colocando em suspeição as eleições presidenciais.

Com fortes indícios, segundo consta nos autos dos processos ainda em
andamento, de que a China tenha se aliado ao Iran para garantir a volta dos
democratas ao poder.

Poucos analistas foram capazes de perceber as ameaças que estão ocultas


nos eventos relacionados a esta eleição.

Trata-se da tentativa de neutralizar a única potência com chances reais de


resistir, não a formação da Eurásia, mas às imposições que este bloco terá
poder de fazer aos países signatários e os demais que assinarem acordos
comerciais com ele.

Neste sentido devemos procurar entender o perigo que representa, para as


liberdades individuais e a propriedade privada, ter a China, sob o comando
de Xi Jinping, liderando a Eurásia – bloco econômico que representará a
maior parcela do PIB mundial.

As ações do governo Trump ficaram evidente antes e durante o encontro


de cúpula do G7.
Nos dias imediatamente anteriores ao encontro histórico de Singapura,
houve duas Cúpulas emblemáticas.

Nos dias 8 e 9 de junho de 2018, o G7 (grupo formado pelas grandes


economias capitalistas – Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido,
Alemanha, Japão e Itália) se reuniu em Charlevoix, no Canadá.

O destaque em Charlevoix foi o aumento da tensão entre os EUA e os


outros seis membros, que estariam insatisfeitos com a saída dos EUA da
Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento – TTIP, do Acordo de
Paris (do clima) e do Acordo nuclear com o Irã.

Além das críticas à Otan e das medidas para o enfraquecimento do Nafta –


Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

Na ocasião, Trump chegou


atrasado e saiu mais cedo
do encontro, não assinou o
comunicado conjunto da
Cúpula de Charlevoix e
ainda acusou o primeiro-
ministro canadense, Justin
Trudeau(imagem ao lado),
de ser fraco e desonesto.
A imprensa tratou de classificar a
atitude de Trump, como mera
demonstração do lema “America
first” (Primeiro a América –
tradução livre), ocultando uma
ação que revelaria as preocupações
de Washington com o avanço de Xi
Jinping por intermédio da proposta
de consolidação da Eurásia.

Enquanto a imprensa cuidava em desvirtuar as ações de Trump, do outro


lado acontecia a Cúpula de Qingdao.

Enquanto os líderes se desentendiam na Cúpula de Charlevoix, os países


asiáticos se encontravam na 18ª cúpula da Organização de Cooperação de
Xangai – OCX, ocorrida nos dias 9 e 10 de junho de 2018, na cidade
litorânea chinesa de Qingdao.

Era a primeira reunião de cúpula da OCX depois que a Índia e o Paquistão


foram aceitos como membros plenos em junho do ano passado.

Os membros plenos da OCX(Organização para Cooperação de Xangai) são


China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Índia
e Paquistão.
A OCX também tem quatro estados observadores e seis parceiros de
diálogo.

Os oito países-membros respondem por mais de 60% do território


eurasiático, quase metade da população global e cerca de 30% do PIB
mundial (em poder de paridade de compra – ppp, na sigla em inglês).

O PIB conjunto dos países da OCX é maior do que o PIB total do G7.

A cúpula de Qingdao foi a


primeira a contar com os
líderes do triângulo estratégico
(Rússia, Índia e China – RIC)
e ainda teve a presença do
presidente do Irã, Hassan
Rohani.

Na ocasião Xi Jinping resumiu o encontro dizendo:

“A cúpula de Qingdao é um novo ponto de partida para nós. Juntos, vamos


içar a vela do Espírito de Xangai, quebrar ondas e iniciar uma nova viagem
para nossa organização”.

Ficou evidente que o encontro marcava à ascensão do século asiático e a


liderança do dragão rumo à hegemonia chinesa global principalmente
como líder da Eurásia.

Sem falar no perigo que esta iniciativa representa quando consideramos


que Rússia, Índia e China são potências nucleares da Eurásia e aliados no
âmbito da OCX.

Todos os fatos mencionados até aqui, construíam o ambiente perfeito para


o mais importante componente na estratégia de Xi Jinping, sem a qual tudo
não passaria de uma utopia – As Novas Rotas da Seda (One Belt One
Road).
Quando Xi Jinping apresentou seu projeto monumental de restauração das
Rotas da Seda, a rede ancestral de vias de comércio que, na Antiguidade e
Idade Média, conectava a China à Europa, Xi prometeu financiamentos
anuais de US$ 125 bilhões, ao longo de uma década.

O financiamento prometido viabilizaria obras de infraestrutura ferroviária,


portuária, oleodutos e gasodutos em 68 países que somam 4,4 bilhões de
pessoas e 40% do PIB mundial.

Obras que garantem o sucesso da empreitada de Xi Jinping ao mesmo


tempo que endivida que aceitam este financiamento.

Segundo o dragão, desde 2014, suas empresas firmaram contratos relativos


à Rota no valor de 279 bilhões de dólares (948 bilhões de reais – cotação
de 2017).

Pequim criou um fundo de 36 bilhões de euros (122 bilhões de reais –


cotação de 2017 época do anúncio) voltado especificamente à concessão
de projetos.

Além disso, boa parte dos 91,5 bilhões de euros(311 bilhões de reais –
cotação da época do anúncio) que compõem o caixa do Banco Asiático de
Investimento em Infraestrutura (BAII) também será investida nessas
iniciativas.
Segundo os funcionários, Pequim espera injetar até 732 bilhões de euros
(2,48 trilhões de reais – cotação 2017) até 2022.

O endividamento dos países fortalece a China economicamente e a coloca


com controle absoluto sobre os 68 países contemplados pelas Novas Rotas
da Seda.

As Rotas da Seda do século XXI têm um componente terrestre (o


“Cinturão”) e um marítimo (a “Rota”).

O Cinturão organiza-se em torno de um


corredor econômico principal, ligando a China
à Europa, através da Ásia Central, Irã, Turquia
e Rússia.

Dele, partiriam cinco corredores secundários,


rumo à Sibéria, à Rússia europeia, ao Sudeste
Asiático, à Índia e ao Paquistão.

A Rota, inspirada nas rotas quatrocentistas da


frota imperial do almirante Zheng He(imagem
ao lado), formaria um corredor marítimo entre
a China e os países asiáticos e africanos da
Bacia do Índico, alcançando a Europa pelo
Mar Vermelho e Canal de Suez.
Muito mais que rotas comerciais.

Se considerarmos que a União Europeia nasce a partir do Tratado de


Roma, não é difícil conceber a ideia de que estaríamos diante do
ressurgimento do antigo império romano, desta vez sob a liderança da
China.

Neste contexto, a China é o dragão que dá poder ao bloco da Eurásia


dentre o qual está a União Europeia e os países oriundos do antigo império
romano.

A iniciativa das novas Rotas da Seda, ao contrário do que possa parecer,


não tem suas origens no planejamento de Xi Jinping, se não das ideias de
Halford Mackinder.

Halford Mackinder foi diretor da


London School of Economics, tido
como um dos fundadores da
geopolítica, que formulou a
chamada Teoria da Heartland.

“Quem controlar a Eurásia


dominará o mundo”, teria
profetizado Mackinder no ensaio “O
pivô geográfico da História”,
apresentado em 1904 à Sociedade
Real de Geografia (imagem da capa
ao lado).

É em direção ao controle absoluto


da Eurásia que se concentram todos
os esforços de Xi Jinping, inclusive
no envio do seu embaixador
especial para penetrar no ambiente
político de diversos governos, a
exemplo de outros países da
América Latina e atualmente no Brasil.
Estamos vivenciando uma verdadeira guerra de gigantes.

Muitos estudiosos em escatologia (estudo dos acontecimentos profetizados


nas Sagradas Escrituras relacionados aos últimos dias), estão numa terrível
encruzilhada.

Eu a comparo com o encontro furtivo que Nicodemos busca ter com o


Cristo.

Na ocasião do encontro, sua preocupação é a de todo aquele que tem a


responsabilidade de guiar seus discípulos no caminho da salvação.

Como “mestre”, quanto mais certeza tivesse acerca do conteúdo a ser


ministrado, com mais confiança o transmitiria.

Mas a resposta do Cristo impõe a única coisa que o “mestre” não consegue
compreender:

Nascer de novo.

Um recém-nascido, neste contexto, pode ser considerado como aquele que,


ao contrário de um “mestre”, precisa beber do leite racional, como disse
São Pedro, “não falsificado para que por ele vades crescendo”.
É neste sentido que muitos estudiosos terão dificuldades em olhar
Apocalipse 13 e o Dragão que dá a besta, com suas sete cabeças, o poder
que exercerá sobre as nações.

Resistirão em buscar nos eventos geopolíticos supracitados a fim de


investigar se a China pode ser uma representatividade deste Dragão e a
Eurásia(Europa e Ásia) como complemento deste terrível arranjo.
Besta que ora usa a pandemia como uma flecha no arco daquele que
recebeu uma coroa e com a qual consegue derrubar todas as garantias
constitucionais validando a destruição das liberdades individuais – ações
vitais ao sucesso do seu projeto.

Ao ponto de empoderar governos a fim de que possam determinar quem


pode e quem não pode manifestar sua cidadania(Algo perfeitamente
adequado ao conceito de comprar e vender, mencionado no referido
capítulo do livro do Apocalipse).

Há duas nações nas Américas resistindo bravamente a fim de que seus


povos não sejam subjugados pelo poderio desta potência que surge com a
consolidação da Eurásia e sob o domínio da China, são elas:

Brasil e EUA são as únicas nações que ainda estão impedindo que se
cumpra a frase de Halford Mackinder que ficou conhecida em 1904 quanto
a importância geopolítica da Eurásia.

“Quem controlar a Eurásia dominará o mundo”.


Agora veja ao lado um recorte de uma
matéria de 19/05/2020 onde há o
destaque para um dos projetos de Xi:

“China será guardiã da economia global”.

Se há alguma fé em você para acreditar


nos eventos que se desenrolam em nossos
dias, Reze/Ore pelos líderes destas duas
nações.

Por hora são eles os que resistem, por


obra e graça que o Eterno nos envia por
meio do seu Cristo.

Outro ponto sobre o qual devemos manter nossa atenção é referente ao


acordo firmado entre o Vaticano e a China.

Será que o acordo prevê um papa chinês ou com fortes ligações com o
dragão?

Vejamos dois recortes sobre estas passibilidades:


Vale ressaltar que Dom Thomas Chen Tianhao, o novo bispo de Qingdao é
considerado um prelado “muito obediente à política religiosa do governo
comunista” chinês.

Lembre-se: os países asiáticos se encontraram para a 18ª cúpula da


Organização de Cooperação de Xangai – OCX, ocorrida nos dias 9 e 10 de
junho de 2018, na cidade litorânea chinesa de Qingdao.

Dom Thomas Chen Tianhao, por ocasião do acordo entre a China e o


Vaticano, foi consagrado o novo bispo de Qingdao.

Isto passaria desapercebido, não fosse uma notícia que começou a circular
neste mês.
Segundo o que já começou a ser noticiado, uma possível renúncia do papa
Francisco poderia ser uma brecha por onde a China concluiria seu projeto
e estendendo seu controle da Eurásia, inclusive sob o aspecto religioso.

Pode ser que não haja como impedir a consolidação da Eurásia, por todas
as razões supracitadas, mas podemos e devemos acreditar que a poderosa
mão do Eterno não preparou estes dois países por acaso.

Ainda que seja no deserto, sempre podemos contar com seu poder e, acima
de tudo, com suas infinitas misericórdias.

Há quem olhe para tudo isto e considere apenas uma grande coincidência.

Não estou aqui para dizer quem está certo ou errado.


Apresento-lhes a maneira como encaro os fatos deste tempo à luz das
revelações escatológicas.

Esteja à vontade para discordar e seguir em frente.

Quanto aos que sentirem que estamos vivendo o princípio das revelações
do apocalipse, lembre-se das promessas feitas pelo Cristo do Eterno e sê
forte.

Não deixe de acreditar.

Não tenha medo de lutar.

Maior é o que está em nós.

Que o Eterno continue nos abençoando e que venha a Eurásia e quem sabe
até um novo papa.

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