Você está na página 1de 93

05/10/2022

DIREITO TRIBUTÁRIO
META 09
DIREITO DO TRABALHO
META 09

SUMÁRIO
SUMÁRIO .......................................................................................................................................................... 3
DIREITO TRIBUTÁRIO – META 09 .............................................................................................................. 5
QUAL DEVE SER O FOCO? ....................................................................................................................................5
1. EXECUÇÃO FISCAL..............................................................................................................................................5
1.1. Objetivo da lei de execução fiscal ............................................................................................................5
1.2. Abrangência da LEF ......................................................................................................................................6
1.3. Dívida ativa e objeto da execução fiscal .................................................................................................6
1.4. Termo de inscrição em dívida ativa ..........................................................................................................9
1.5. Emenda ou substituição da CDA ........................................................................................................... 11
1.6. Presunção de certeza e liquidez da dívida ativa ............................................................................... 14
1.7. Sujeito passivo e redirecionamento da execução fiscal ................................................................. 14
1.7.1. Legitimados .......................................................................................................................................... 14
1.7.2. Redirecionamento da execução fiscal .......................................................................................... 15
1.7.3. Dissolução Irregular ........................................................................................................................... 18
1.8. Competência ................................................................................................................................................ 18
1.9. Petição Inicial ............................................................................................................................................... 20
1.10. Desenvolvimento da execução fiscal................................................................................................. 21
1.10.1. Citação ................................................................................................................................................. 22
1.10.2. Garantia do juízo............................................................................................................................... 24
1.10.3. Oferecimento de bens à penhora................................................................................................ 25
1.10.4. Intimação do executado ................................................................................................................. 27
1.10.5. Auto de penhora e avaliação dos bens ..................................................................................... 28
1.10.6. Substituição da garantia ................................................................................................................ 29
1.11. Mecanismos de defesa do devedor na LEF ..................................................................................... 29
1.11.1. Embargos do devedor .................................................................................................................... 30
1.11.2. Exceção de pré-executividade ..................................................................................................... 33
1.11.3. Defesas Heterotópicas ................................................................................................................... 36
1.12. Procedimento após o recebimento da defesa ................................................................................. 37
1.13. Extinção da execução fiscal .................................................................................................................. 39
1.14. Reunião das execuções fiscais ............................................................................................................. 40
1.15. Concurso de credores/preferência ...................................................................................................... 40
1.16. Prescrição Intercorrente ......................................................................................................................... 42
3
DIREITO DO TRABALHO
META 09
2. MEDIDA CAUTELAR FISCAL ......................................................................................................................... 46
2.1. Conceito ......................................................................................................................................................... 46
2.2. Hipóteses que autorizam o requerimento .......................................................................................... 47
2.3. Medida cautelar em procedimento preparatório .............................................................................. 48
2.4. Efeitos da medida cautelar fiscal ........................................................................................................... 48
2.5. Procedimento ............................................................................................................................................... 49
2.6. Eficácia da medida cautelar fiscal.......................................................................................................... 50
3. AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE ............................................................................................ 50
3.1. Ação Declaratória ....................................................................................................................................... 51
3.2. Ação anulatória ........................................................................................................................................... 53
3.3. Ação de repetição de indébito ................................................................................................................ 55
3.4. Ação de consignação em pagamento .................................................................................................. 58
4. TESES COM REPERCUSSÃO GERAL - STF .............................................................................................. 62
5. TEMAS REPETITIVOS - STJ ............................................................................................................................ 64
6. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA - STJ ......................................................................... 78
QUESTÕES PROPOSTAS – MULTIPLA ESCOLHA ..................................................................................... 78

4
DIREITO DO TRABALHO
META 09

DIREITO TRIBUTÁRIO – META 09


TEMA DO DIA
DIREITO TRIBUTÁRIO

Processo judicial tributário. Ação de execução fiscal. Medida Cautelar Fiscal. Ações de Iniciativa
do Contribuinte.

QUAL DEVE SER O FOCO?

• Abrangência da LEF
• Procedimento
• CDA
• Garantias e sua substituição
• Embargos à Execução Fiscal
• Medida Cautelar Fiscal

1. EXECUÇÃO FISCAL

1.1. Objetivo da lei de execução fiscal

Permitir que a Fazenda Pública promova a constituição de um título executivo extrajudicial, a

CDA, que funcione como um suporte para a Fazenda Pública executar seus créditos.

ATENÇÃO:

NEM TODO CRÉDITO DO FISCO SERÁ OBJETO DE EXECUÇÃO FISCAL: Só serão objeto de

execução aqueles créditos que não são objeto de um outro título, pois será necessário formalizar o

título unilateralmente, e não dentro de um processo judicial. Ex: Art. 71 da CF/88 - O Tribunal de

Contas da União pode aplicar multa, a qual não será cobrada pela execução fiscal, já que a CF diz

que essa decisão é título executivo.

5
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A LEF é necessária, pois a Fazenda Pública possui determinados créditos que quando surgem

não são consubstanciados como objetos de um título executivo. Nesse caso, a Fazenda Pública terá

que constituir unilateralmente esse título, que funcionará como suporte para a cobrança desses seus

créditos, que é a CDA.

1.2. Abrangência da LEF

Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos

Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será

regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.

Também se incluem as Fundações Públicas, conforme entendimento do STF. Ademais, a

Execução Fiscal é um microssistema processual, e só se socorre do CPC quando a questão não puder

ser solucionada pela Lei 6.830/90.

1.3. Dívida ativa e objeto da execução fiscal

Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como

tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as

alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito financeiro para

elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal.

§ 1º - Qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei às entidades de que

trata o artigo 1º, será considerado Dívida Ativa da Fazenda Pública.

§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não

tributária, abrange atualização monetária, juros e multa de mora e demais

encargos previstos em lei ou contrato.

6
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Esses créditos que vão ser inscritos em dívida ativa nem sempre são créditos tributários, a

exemplo:

• FGTS;

• Multas da Delegacia Regional do Trabalho;

• Taxa de Ocupação cobrada pela União;

• Multa penal prevista no art. 51 do Código Penal.

Essa diferenciação entre créditos tributários e não tributários é importante, pois há dispositivos

na LEF que se aplicam a créditos não tributários e não se aplicam aos créditos tributários, por serem

incompatíveis com o CTN. Com efeito, a LEF é uma norma de cunho eminentemente processual, mas

há dispositivos de cunho material, que não se limitam a ser normas de processo, invadindo

determinadas matérias reguladas pelo CTN. Um exemplo disso é o art. 2º, §3º:

Art.2º

(...)

§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da

legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza

do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180

dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo

aquele prazo.

§ 4º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da

Fazenda Nacional.

Percebe-se por esse §3º que versa sobre prescrição. Todavia, prescrição em matéria tributária

é regulada pelo CTN, pois a CF dispõe que cabe à Lei Complementar em matéria tributária

estabelecer normas gerais sobre prescrição. A LC em matéria tributária é o CTN, o qual estabelece

em vários dispositivos sobre prescrição. No CTN, se estabelece no art. 174 ser o prazo de 05 (cinco)

anos para constituir o crédito tributário, bem como dispõe as hipóteses de suspensão da prescrição.

7
DIREITO DO TRABALHO
META 09

Assim, em sendo execução fiscal de crédito tributário, deve ser analisada a LEF à luz do CTN.

Logo, em sendo crédito tributário, há uma dupla submissão, devendo existir compatibilidade da LEF

com o CTN. Em caso de incompatibilidade, o dispositivo da LEF não será aplicado. Logo, NÃO EXISTE

A SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO POR 180 (CENTO E OITENTA) DIAS EM SENDO CRÉDITO

TRIBUTÁRIO, DEVENDO SE APLICAR O CTN. Esse é o entendimento do STF.

Todavia, acaso se trate de uma execução fiscal de crédito não tributário, essa execução se

submete à LEF, é possível suspender o prazo prescricional por 180 (cento e oitenta) dias nesse caso.

Segundo previsão do Código Tributário Nacional:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa

natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente,

depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão

final proferida em processo regular.

Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste

artigo, a liquidez do crédito.

É POSSÍVEL FALAR EM EXECUÇÃO FISCAL CONTRA A FAZENDA PÚBLICA (EXECUÇÕES

FISCAIS ENTRE FAZENDAS PÚBLICAS DISTINTAS)?

Sim, a exemplo da execução fiscal de taxa de coleta de lixo não paga pelo IBAMA. A peculiaridade

é que, em se tratando de execução fiscal contra o particular, a citação é feita para que o

contribuinte pague ou apresente bens à penhora. Em se tratando de Fazenda Pública como

executado, a citação será feita para que apresente embargos à execução ou pague. Caso não

oponha embargos, o juiz expedirá ofício para pagamento de PRV ou precatórios e, nessas

hipóteses, NÃO há necessidade de garantir o juízo.

8
DIREITO DO TRABALHO
META 09

Para a jurisprudência, a simples oposição de embargos à execução fiscal, ou ação ordinária se

insurgindo em face do lançamento, é suficiente para suspender a exigibilidade do crédito tributário

e dar direito à expedição de certidão positiva com efeitos de negativa.

“É possível execução fiscal de um ente público contra outro, valendo dizer que cabe execução

fiscal contra a Fazenda Pública, observando-se o procedimento do art. 910 do CPC, e não o da lei

de execuções fiscais. Como a certidão de dívida ativa é um título executivo extrajudicial, incide

aqui o enunciado 279 da Súmula do STJ, que confirma caber execução fundada em título

extrajudicial contra a Fazenda Pública”. (CUNHA, 2018, p. 400).

1.4. Termo de inscrição em dívida ativa

A inscrição dos créditos em dívida ativa consiste em colocá-los nos sistemas das

Procuradorias, devendo conter uma série de informações, previstas no art. 2º, §5º, da LEF:

Art. 2º

(...)

§5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:

I - o nome do devedor, dos corresponsáveis e, sempre que conhecido, o

domicílio ou residência de um e de outros;

II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular

os juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;

III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;

IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização

monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o

cálculo;

V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e

VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles

estiver apurado o valor da dívida.

9
DIREITO DO TRABALHO
META 09
§ 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de

Inscrição e será autenticada pela autoridade competente.

§ 7º - O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa poderão ser

preparados e numerados por processo manual, mecânico ou eletrônico.

A etapa seguinte será emitir a CDA, que é a materialização no mundo concreto, dessas

informações do termo, e que é o título executivo extrajudicial, e se consubstancia na petição inicial

da execução fiscal.

Não cabe impor ao FISCO juntar qualquer planilha de débito, conforme jurisprudência do STJ.

STJ: NÃO é necessário que da CDA conste a discriminação detalhada de todos os acréscimos

referentes à correção monetária, multa e juros de mora, bastando que seja indicado o fundamento

legal a partir do qual serão calculados os acréscimos e os débitos devidos.

Súmula 559 – Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o

demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei

6.830/1980.

É possível o protesto de CDA pela Fazenda Pública? O protesto das Certidões de Dívida Ativa

(CDA) constitui mecanismo constitucional e legítimo, por não restringir de forma desproporcional

quaisquer direitos fundamentais garantidos aos contribuintes e, assim, não constituir sanção política.

Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou improcedente o pedido formulado em

ação direta ajuizada contra o parágrafo único do art. 1º da Lei 9.492/1997, incluído pela Lei

12.767/2012 (“Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as Certidões de

Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias

e fundações públicas”). (...) de acordo com a jurisprudência desta Corte sobre o tema, é possível

concluir não bastar que uma medida coercitiva do recolhimento do crédito tributário restrinja direitos

dos contribuintes devedores para que ela seja considerada uma sanção política. Exige-se, além

disso, que tais restrições sejam reprovadas no exame de proporcionalidade e razoabilidade. Afirmou

que a utilização do instituto pela Fazenda Pública não viola o princípio do devido processo legal. (...)
10
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Assim, o protesto de Certidões de Dívida Ativa proporciona ganhos que compensam largamente as

leves e eventuais restrições aos direitos fundamentais dos devedores. Daí por que, além de

adequada e necessária, a medida é também proporcional em sentido estrito. Ademais, não configura

uma “sanção política”, já que não constitui medida coercitiva indireta que restrinja, de modo

irrazoável ou desproporcional, direitos fundamentais dos contribuintes, com o objetivo de forçá-los

a quitar seus débitos tributários. Tal instrumento de cobrança é, portanto, constitucional. [ADI 5.135,

rel. min. Roberto Barroso, j. 3 e 9-11-2016, P, Informativo 846.]

1.5. Emenda ou substituição da CDA

Art.2º

(...)

§ 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa poderá

ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a devolução do prazo

para embargos.

Caso ocorra um erro na CDA, prevê esse artigo ser lícito fazer a emenda ou a substituição da

CDA até a decisão de primeira instância. Nesse caso, situações se impõem:

• Embora a Fazenda Pública possa emendar ou substituir essa certidão, há um LIMITE

TEMPORAL, que nos termos da jurisprudência do STJ é a sentença proferida nos embargos,

não é qualquer decisão de primeira instância. Isso é importante, pois caso contrário, poderia

se conceber casos em que a emenda ou substituição não seja possível quando, em verdade

ela é.

• Não é todo e qualquer vício que será corrigido. Podendo corrigir a dívida, o FISCO NUNCA

poderá se valer dessa prerrogativa para corrigir vício no lançamento tributário, conforme

súmula 392 do STJ.

11
DIREITO DO TRABALHO
META 09
SÚMULA 392 STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação

da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a

modificação do sujeito passivo da execução.

DEVEDOR FALECIDO E ALTERAÇÃO DA CDA (ENTENDIMENTO DO STJ):

• Se a execução fiscal foi distribuída e a morte do devedor ocorre durante o processo de

execução: É possível redirecionar a execução para o espólio, com substituição da CDA;

• Se a morte antecede a execução: NÃO se pode falar em substituição da CDA. Nesse caso,

o processo será extinto SEM resolução de mérito.

OBSERVAÇÃO – DECISÃO RECENTE DO STJ:

Em caso de incorporação não informada, a execução fiscal pode ser redirecionada sem

alteração da CDA:

"A execução fiscal pode ser redirecionada em desfavor da empresa sucessora para cobrança

de crédito tributário relativo a fato gerador ocorrido posteriormente à incorporação empresarial e

ainda lançado em nome da sucedida, sem a necessidade de modificação da Certidão de Dívida

Ativa (CDA), quando verificado que esse negócio jurídico não foi informado oportunamente ao

fisco."

A tese foi firmada pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no julgamento

de dois recursos especiais repetitivos (Tema 1049).

Por unanimidade, o colegiado entendeu que, se a sucessão empresarial por incorporação

não foi informada ao fisco, a execução de crédito tributário anterior lançado para a empresa

sucedida pode ser redirecionada para a sociedade incorporadora sem a necessidade de alteração

da CDA.

Responsabilidade da incorporadora

Em um dos recursos analisados como representativos da controvérsia, o município de São

Paulo sustentou ser cabível o redirecionamento da execução fiscal em desfavor da empresa que

incorporou a devedora e não informou oportunamente essa operação à administração tributária.

12
DIREITO DO TRABALHO
META 09
No entender do recorrente, a incorporadora responde por todos os débitos da sucedida, não

sendo o caso de aplicação da Súmula 392 do STJ, pois essa substituição no polo passivo não afeta

o lançamento realizado com base nos dados então disponibilizados ao fisco.

Omissão

O relator, ministro Gurgel de Faria, explicou que a interpretação conjunta dos artigos 1.118

do Código Civil e 123 do Código Tributário Nacional (CTN) revela que o negócio jurídico que

culmina na extinção da pessoa jurídica por incorporação empresarial apenas surte seus efeitos na

esfera tributária depois da comunicação ao fisco.

Isso porque, segundo ele, somente após a comunicação é que a administração tributária

saberá da modificação do sujeito passivo e poderá realizar os novos lançamentos em nome da

empresa incorporadora (artigo 121 do CTN) e cobrar dela – sucessora – os créditos já constituídos

(artigo 132 do CTN).

"Se a incorporação não foi oportunamente informada, é de se considerar válido o lançamento

realizado contra a contribuinte original que veio a ser incorporada, não havendo a necessidade de

modificação desse ato administrativo para fazer constar o nome da empresa incorporadora, sob

pena de permitir que esta última se beneficie de sua própria omissão", apontou o ministro.

Redirecionamento imediato

Todavia – observou Gurgel de Faria –, se ocorrer a comunicação da sucessão empresarial ao

fisco antes do surgimento do fato gerador, devem ser reconhecidas a nulidade do lançamento

equivocado realizado em nome da empresa extinta (incorporada) e também a impossibilidade de

modificação do sujeito passivo diretamente no âmbito da execução fiscal, sendo vedada a

substituição da CDA para esse propósito, como preceitua a Súmula 392 do STJ.

"Na incorporação empresarial, a sucessora assume todo o passivo tributário da empresa

sucedida, respondendo em nome próprio pela quitação dos créditos validamente constituídos

contra a então contribuinte", afirmou.

De acordo com o relator, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, em se tratando

de imposição legal de automática responsabilidade, que não está relacionada com o surgimento

da obrigação, mas com o seu inadimplemento, a empresa sucessora poderá ser acionada,

13
DIREITO DO TRABALHO
META 09
independentemente de qualquer outra diligência por parte da Fazenda credora, não havendo a

necessidade de substituição ou emenda da CDA para que ocorra o imediato redirecionamento da

execução fiscal.

Esta notícia refere-se ao(s) processo(s): 1856403

1.6. Presunção de certeza e liquidez da dívida ativa

No art. 3º da LEF, é previsto que o crédito possui uma presunção de certeza e liquidez, mas

essa presunção deve ser relativa, admitindo prova em contrário do sujeito passivo, que pode, ao

longo da execução fiscal, comprovar a existência de vícios na formalização do título.

Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza

e liquidez.

Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode

ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem

aproveite.

1.7. Sujeito passivo e redirecionamento da execução fiscal

1.7.1. Legitimados

O art. 4º da LEF prevê que a execução fiscal pode ser ajuizada em face do devedor ou

corresponsável:

Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:

I - o devedor;

II - o fiador;

III - o espólio;

IV - a massa;

V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de

pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado; e

14
DIREITO DO TRABALHO
META 09
VI - os sucessores a qualquer título.

§ 1º - Ressalvado o disposto no artigo 31, o síndico, o comissário, o

liquidante, o inventariante e o administrador, nos casos de falência,

concordata, liquidação, inventário, insolvência ou concurso de credores,

se, antes de garantidos os créditos da Fazenda Pública, alienarem ou

derem em garantia quaisquer dos bens administrados, respondem,

solidariamente, pelo valor desses bens.

§ 2º - À Dívida Ativa da Fazenda Pública, de qualquer natureza, aplicam-

se as normas relativas à responsabilidade prevista na legislação tributária,

civil e comercial.

§ 3º - Os responsáveis, inclusive as pessoas indicadas no § 1º deste artigo,

poderão nomear bens livres e desembaraçados do devedor, tantos

quantos bastem para pagar a dívida. Os bens dos responsáveis ficarão,

porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à

satisfação da dívida.

STJ (Info 610): O alienante possui legitimidade passiva para figurar em ação de execução fiscal de

débitos constituídos em momento anterior à alienação voluntária de imóvel.

No concurso da PGDF (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Com base nas regras da lei de execução fiscal — Lei n.º 6.830/1980 —, julgue os
itens que se seguem.
Em execução fiscal contra uma empresa em processo de falência, caso, sem autorização
judicial, aliene um imóvel da empresa antes de garantidos os créditos da fazenda pública,
o liquidante responderá solidariamente pelo valor desse imóvel.

O item foi considerado CERTO.

1.7.2. Redirecionamento da execução fiscal

Embora seja possível que o FISCO ajuíze execução fiscal contra o devedor e o responsável já
15
DIREITO DO TRABALHO
META 09
na CDA, na maioria das vezes é ajuizada apenas contra o contribuinte, pessoa jurídica, e o FISCO

deixa para tentar atingir o patrimônio da pessoa física apenas depois, quando se torna impossível

atingir o patrimônio daquela pessoa jurídica. Esse mecanismo, através do qual o FISCO tenta retirar

o foco da execução do contribuinte para o corresponsável é chamado de REDIRECIONAMENTO DA

EXECUÇÃO FISCAL. Todavia, para redirecionar, deve estar na hipótese do art. 135 do CTN.

STJ: Se o FISCO optou por ajuizar a ação somente em face da pessoa jurídica, o ônus de demonstrar

o redirecionamento em face do sócio é do FISCO. Logo, ao longo da execução fiscal, deverá ser

demonstrada que a situação mudou, incidindo o art. 135 do CTN.

STJ (Info 564): É possível redirecionar a execução fiscal contra sócio-gerente que exercia a gerência

por ocasião da dissolução irregular da sociedade contribuinte, independentemente do momento da

ocorrência do fato gerador ou da data de vencimento do tributo.

EM RESUMO:

Se a execução fiscal já vier com o nome do devedor pessoa jurídica e do corresponsável sócio, é

ônus do devedor demonstrar que não agiu em uma das hipóteses do art. 135 do CTN;

Se a execução fiscal só foi proposta originariamente em face do devedor pessoa jurídica, em caso

de redirecionamento da Execução Fiscal, para abarcar agora tão somente o sócio responsável, ao

longo da execução fiscal, o ônus da prova passa a ser do FISCO quanto à existência das hipóteses

do art. 135 do CTN.

Art. 135 - São pessoalmente responsáveis pelos créditos

correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados

com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de

direito privado.

STJ: O mero inadimplemento do tributo não justifica por si só o redirecionamento da execução fiscal
16
DIREITO DO TRABALHO
META 09
para o sócio gerente da empresa:

SÚMULA 430 DO STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só,

a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

→ Recentemente o STJ definiu algumas teses relevantes sobre a prescrição do redirecionamento

da execução fiscal para o sócio:

1 - O prazo de redirecionamento da execução fiscal, fixado em cinco anos, contado da diligência de

citação da pessoa jurídica, é aplicável quando o referido ato ilícito, previsto no artigo 135, inciso III,

do Código Tributário Nacional (CTN), for precedente a esse ato processual;

2 - A citação positiva do sujeito passivo devedor original da obrigação tributária, por si só, não

provoca o início do prazo prescricional quando o ato de dissolução irregular for a ela subsequente,

uma vez que, em tal circunstância, inexistirá, na aludida data (da citação), pretensão contra os sócios-

gerentes (conforme decidido no REsp 1.101.728, no rito do artigo 543-C do CPC/1973, o mero

inadimplemento da exação não configura ilícito atribuível aos sujeitos de direito descritos no artigo

135 do CTN). O termo inicial do prazo prescricional para a cobrança do crédito dos sócios-gerentes

infratores, nesse contexto, é a data da prática de ato inequívoco indicador do intuito de inviabilizar a

satisfação do crédito tributário já em curso de cobrança executiva promovida contra a empresa

contribuinte, a ser demonstrado pelo fisco, nos termos do artigo 593 do CPC/1973 (artigo 792 do

novo CPC – fraude à execução), combinado com o artigo 185 do CTN (presunção de fraude contra a

Fazenda Pública); e,

3 - Em qualquer hipótese, a decretação da prescrição para o redirecionamento impõe seja

demonstrada a inércia da Fazenda Pública, no lustro que se seguiu à citação da empresa

originalmente devedora (REsp 1.222.444) ou ao ato inequívoco mencionado no item anterior

(respectivamente, nos casos de dissolução irregular precedente ou superveniente à citação da

empresa), cabendo às instâncias ordinárias o exame dos fatos e provas atinentes à demonstração

da prática de atos concretos na direção da cobrança do crédito tributário no decurso do prazo

prescricional.

17
DIREITO DO TRABALHO
META 09
1.7.3. Dissolução Irregular

Atualmente, a maioria dos redirecionamentos é feito com base na dissolução irregular, prevista

na súmula 435 do STJ:

SÚMULA 435 STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu

domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da

execução fiscal para o sócio-gerente.

O FISCO passou a dizer que se há certidão nos autos da execução proferida pelo oficial de

justiça atestando que ela não funciona mais no endereço indicado, há um indício de dissolução

irregular, o que também é infração à legislação civil e comercial. É a existência do indício da prática

de dissolução irregular que autoriza o redirecionamento da execução fiscal, para atingir o patrimônio

do sócio responsável, que terá que se defender e, se for o caso, mostrar que a dissolução irregular

não ocorreu:

• Demonstrando que não há dissolução irregular: o patrimônio do sócio está protegido;

• Caso não demonstrado: o sócio integrará o polo passivo e seu patrimônio responderá pelas

dívidas da empresa na execução fiscal.

ATENÇÃO: A dissolução irregular NÃO se confunde com a falência da empresa. O STJ NÃO tem

admitido o redirecionamento nos processos de falência, por entender que falir não é infração à lei.

Inclusive, há precedentes do STJ que dizem:

• A falência, por si só não legitima o redirecionamento;

• Em caso de falência, só é possível redirecionar a execução quando restar provada que o

sócio agiu com infração à lei, ou quando o nome do sócio constou na CDA desde o início

da execução.

1.8. Competência

Segundo o art. 46, § 5º, do CPC, a execução fiscal será proposta no foro do domicílio do réu,

18
DIREITO DO TRABALHO
META 09
no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

• COMPETÊNCIA DO STF: Execução proposta pela União ou por Estado-membro contra

Estado estrangeiro ou organismo internacional.

“É discutível se cabe ou não uma execução fiscal contra Estado estrangeiro

ou organismo internacional, mercê da imunidade de jurisdição.

Independentemente de ser cabível ou não, se a União ou um Estado-membro

intentar execução fiscal contra Estado estrangeiro ou organismo

internacional, deverá fazê-lo perante o STF; é da Suprema Corte a

competência para processar tal execução” (CUNHA, 2018, p. 409).

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL: É residual. Quando não for competência de

qualquer outra, deverá a execução ser intentada perante a Justiça Estadual.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL: A competência será da Justiça Federal nos casos

previstos no art. 109 da Constituição Federal, devendo ali ser processada a execução fiscal

quando tiver como exequente ou executada a União, autarquia federal ou empresa pública

federal.

ATENÇÃO: LEI 13.043/2014 E FIM DA COMPETÊNCIA DELEGADA

Antes da Lei nº 13.043/2014, a Lei nº 5.010/66 previa a competência delegada da Justiça Estadual

para as execuções fiscais cujo devedor não fosse domiciliado em comarca com vara federal. Com

a Lei nº 13.043/2014, se a União, autarquias e fundações ajuizarem execução fiscal, serão sempre

processadas e julgadas pela Justiça Federal, mesmo que o executado resida em comarca do

interior onde não funcione vara federal.

As execuções fiscais propostas antes da lei (14/11/2014), com base na competência delegada não

19
DIREITO DO TRABALHO
META 09
têm a competência revogada, e deverão ser sentenciadas pelo juiz estadual, com eventual recurso

remetido ao TRF competente.

Atenção: Compete à Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de

fiscalização profissional. (Súmula 66, STJ).

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL: Execução fiscal proposta para a cobrança de multa

eleitoral.

• COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO: Execução fiscal destinada à cobrança de

multa aplicada por órgão fiscalizador das relações de trabalho (art. 114, VII, da CF).

Art. 5º - A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa

da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência,

da concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário.

Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre

pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:

I - União e suas autarquias;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias,

conjuntamente e pro rata;

III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

1.9. Petição Inicial

Art. 6º - A petição inicial indicará apenas:

I - o Juiz a quem é dirigida;

II - o pedido; e

III - o requerimento para a citação.

§ 1º - A petição inicial será instruída com a Certidão da Dívida Ativa, que dela

fará parte integrante, como se estivesse transcrita.

20
DIREITO DO TRABALHO
META 09
§ 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um

único documento, preparado inclusive por processo eletrônico. – é assim que

funciona na prática.

§ 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de

requerimento na petição inicial. – afinal, se está em uma demanda executiva.

§ 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os

encargos legais.

STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o argumento da falta

de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada (Súmula 558-STJ), visto tratar-se de

requisito não previsto no art. 6º da Lei nº 6.830/80, cujo diploma, por sua especialidade, ostenta

primazia sobre a legislação de cunho geral, como ocorre frente à exigência contida no art. 15 da Lei

nº 11.419/06.

Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o

demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei n.

6.830/1980. (Súmula 559, STJ).

No concurso da PGDF (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Com base nas regras da lei de execução fiscal — Lei n.º 6.830/1980 —, julgue os
itens que se seguem.
Se a fazenda pública do DF ajuizar ação de execução fiscal contra um contribuinte e não
pedir, na exordial, qualquer produção de provas, esta poderá ser requerida no curso da
ação.

O item foi considerado CERTO.

1.10. Desenvolvimento da execução fiscal

Art. 7º - O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para:

21
DIREITO DO TRABALHO
META 09
I - citação, pelas sucessivas modalidades previstas no artigo 8º; - é a

triangularização da relação.

II - penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de

depósito ou fiança ou seguro garantia;

III - arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;

IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de

custas ou outras despesas, observado o disposto no artigo 14; e

V - avaliação dos bens penhorados ou arrestados.

OBS.: A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor constitui faculdade do Juiz.

(Súmula 515, STJ)

OBS: BLOQUEIO DE VALORES VIA BACENJUD E PARCELAMENTO FISCAL:

O bloqueio de ativos financeiros do executado via sistema BACENJUD, em caso de concessão de

parcelamento fiscal, seguirá a seguinte orientação:

(i) será levantado o bloqueio se a concessão é anterior à constrição; e

(ii) fica mantido o bloqueio se a concessão ocorre em momento posterior à constrição, ressalvada,

nessa hipótese, a possibilidade excepcional de substituição da penhora online por fiança

bancária ou seguro garantia, diante das peculiaridades do caso concreto, mediante comprovação

irrefutável, a cargo do executado, da necessidade de aplicação do princípio da menor

onerosidade.

(REsp 1.696.270-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, por unanimidade,

julgado em 08/06/2022. (Tema 1012). INFORMATIVO 740)

1.10.1. Citação

A citação na execução fiscal pode ocorrer de três formas, sendo a mais usual pelo Correios, com AR,

considerando-se feita pela data da entrega na casa do executado, via de regra.

22
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Nos termos da LEF, essa citação pelos Correios NÃO precisa ser feita na pessoa do executado,

bastando ser entregue no endereço do executado por alguém que se encontre naquele endereço,

não havendo qualquer espécie de nulidade.

NA EXECUÇÃO FISCAL, INICIALMENTE O EXECUTADO NÃO É CITADO PARA SE DEFENDER,

MAS PARA TOMAR CONHECIMENTO DO FATO E PAGAR O DÉBITO.

• Se houver menção no AR da data em que foi entregue a carta na casa do executado,

presume-se que o prazo a quo é essa data;

• Não existindo menção de data, a citação presume-se dada 10 (dez) dias depois que a carta

foi entregue na agência dos Correios.

• Caso o AR não retorne em 15 (quinze) dias da entrega da carta na agência dos Correios,

considera-se que a citação foi infrutífera, prevendo a LEF a citação por Oficial de Justiça. Caso

igualmente reste infrutífera a citação, o último mecanismo será o edital. O edital é mecanismo

de citação residual, até mesmo pois é após a citação por oficial que será possível o

redirecionamento eventual em caso de dissolução irregular. Nesse sentido, dispõe a súmula

414 do STJ:

SÚMULA 414 DO STJ. A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as

demais modalidades.

SOBRE AS MODALIDADES DE CITAÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL, PREVIU A LEF:

Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a

dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de

Dívida Ativa, ou garantir a execução, observadas as seguintes normas:

I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda

Pública não a requerer por outra forma;

II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no

endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10

(dez) dias após a entrega da carta à agência postal;


23
DIREITO DO TRABALHO
META 09
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da

entrega da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou

por edital;

IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez

no órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de

30 (trinta) dias, e conterá, apenas, a indicação da exequente, o nome do

devedor e dos corresponsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data

e o número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da

sede do Juízo.

§ 1º - O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60

(sessenta) dias.

1.10.2. Garantia do juízo

Caso o executado não queira pagar, deverá garantir a execução, dispondo o art. 9º sobre as

possibilidades de garantia do juízo:

Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora

e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:

I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial

de crédito, que assegure atualização monetária;

II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia;

III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou

IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda

Pública.

§ 1º - O executado só poderá indicar e o terceiro oferecer bem imóvel à

penhora com o consentimento expresso do respectivo cônjuge.

§ 2º - Juntar-se-á aos autos a prova do depósito, da fiança bancária, do

seguro garantia ou da penhora dos bens do executado ou de terceiros.

24
DIREITO DO TRABALHO
META 09
§ 3º - A garantia da execução, por meio de depósito em dinheiro ou fiança

bancária ou seguro garantia, produz os mesmos efeitos da penhora.

§ 4º - Somente o depósito em dinheiro, na forma do artigo 32, faz cessar a

responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora.

§ 5º - A fiança bancária prevista no inciso II obedecerá às condições pré-

estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional.

§ 6º - O executado poderá pagar parcela da dívida, que julgar incontroversa,

e garantir a execução do saldo devedor.

STJ (Info 559): O inciso II do art. 9° da Lei 6.830/80 (LEF), alterado pela Lei 13.043/2014, que faculta

expressamente ao executado a possibilidade de oferecer fiança bancária ou seguro garantia nas

execuções fiscais, possui aplicabilidade imediata aos processos em curso.

Art. 10 - Não ocorrendo o pagamento, nem a garantia da execução de que

trata o artigo 9º, a penhora poderá recair em qualquer bem do executado,

exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

1.10.3. Oferecimento de bens à penhora

Deverá respeitar uma ordem de preferência prevista no art. 11 da LEF para assegurar a

satisfação do crédito pelo FISCO, tanto é que são preferíveis bens de fácil alienação:

Art. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecerá à seguinte ordem:

I - dinheiro;

II - título da dívida pública, bem como título de crédito, que tenham cotação

em bolsa;

III - pedras e metais preciosos;

IV - imóveis;

V - navios e aeronaves;

VI - veículos;
25
DIREITO DO TRABALHO
META 09
VII - móveis ou semoventes; e

VIII - direitos e ações.

Quanto ao art. 11, VIII, que versa sobre direitos e ações, a jurisprudência entende que é possível

incluir como bens à penhora os precatórios a serem recebidos pelo sujeito passivo executado. Sob a

ótica da jurisprudência majoritária, precatório é, num primeiro momento, direito de crédito, e não

valor equiparado a dinheiro. É por isso que o art.15 da LEF não admite que num primeiro momento

o bem seja substituído por precatório, por não se equiparar a dinheiro. Logo, só pode o sujeito passivo

requerer a substituição de dinheiro por precatório se houver a aquiescência do exequente.

Quando se fala em penhora do art. 11, há uma confusão entre três institutos. (i) O primeiro é a

penhora Bacen-Jud: é a penhora em dinheiro, razão pela qual não há necessidade de esgotamento

de outras formas de satisfação do crédito; (ii) penhora de estabelecimento comercial: tem

fundamento no art.11, §1º da LEF, e abarca não só o imóvel, mas os bens móveis organizados para

permitir as atividades (a ideia do estabelecimento comercial é a ideia de direito empresarial):

Art.11. (...)

§ 1º - Excepcionalmente, a penhora poderá recair sobre estabelecimento

comercial, industrial ou agrícola, bem como em plantações ou edifícios em

construção.

§ 2º - A penhora efetuada em dinheiro será convertida no depósito de que

trata o inciso I do artigo 9º.

§ 3º - O Juiz ordenará a remoção do bem penhorado para depósito judicial,

particular ou da Fazenda Pública exequente, sempre que esta o requerer, em

qualquer fase do processo.

Como o estabelecimento comercial NÃO é dinheiro, a LEF preleciona que a penhora de

estabelecimento comercial é medida excepcional, sendo necessário que o FISCO não tenha

conseguido satisfazer o seu crédito por outros mecanismos. Embora seja residual, é legítimo, seja

com base na Lei ou na súmula 451 do STJ:

26
DIREITO DO TRABALHO
META 09
SÚMULA 451 DO STJ. É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.

Além da penhora do dinheiro, do estabelecimento comercial, ainda é possível, pela

jurisprudência do STJ, promover a penhora do faturamento da empresa, nos termos da doutrina e

jurisprudência. Todavia, o STJ entende que isso só deve ocorrer excepcionalmente, de forma residual

no processo executivo fiscal. Nesse sentido, o STJ criou condições para que houvesse a penhora do

faturamento:

• Demonstrar nos autos da execução fiscal que não há outra modalidade de o exequente

efetivar o seu crédito: A penhora do faturamento é algo residual;

• Uma vez deferida a penhora do faturamento dessa empresa, o juiz do processo executivo

fiscal deverá nomear um administrador, para verificar como essa penhora poderá ser

efetivada, devendo, inclusive, apresentar relatórios mensais para possibilitar a reanálise

dessa penhora nos termos originários em que foi proposta (ver se a penhora não está

comprometendo a viabilidade da empresa);

• É necessário que essa penhora seja determinada num percentual que não comprometa o

exercício da atividade econômica pela empresa, de modo que, analisando o caso concreto,

deve ser adotada num patamar razoável.

1.10.4. Intimação do executado

Art. 12 - Na execução fiscal, far-se-á a intimação da penhora ao executado,

mediante publicação, no órgão oficial, do ato de juntada do termo ou do auto

de penhora.

§ 1º - Nas Comarcas do interior dos Estados, a intimação poderá ser feita pela

remessa de cópia do termo ou do auto de penhora, pelo correio, na forma

estabelecida no artigo 8º, incisos I e II, para a citação.

§ 2º - Se a penhora recair sobre imóvel, far-se-á a intimação ao cônjuge,

observadas as normas previstas para a citação.

27
DIREITO DO TRABALHO
META 09
§ 3º - Far-se-á a intimação da penhora pessoalmente ao executado se, na

citação feita pelo correio, o aviso de recepção não contiver a assinatura do

próprio executado, ou de seu representante legal.

1.10.5. Auto de penhora e avaliação dos bens

Art. 13 - O termo ou auto de penhora conterá, também, a avaliação dos bens

penhorados, efetuada por quem o lavrar.

§ 1º - Impugnada a avaliação, pelo executado, ou pela Fazenda Pública, antes

de publicado o edital de leilão, o Juiz, ouvida a outra parte, nomeará avaliador

oficial para proceder a nova avaliação dos bens penhorados.

§ 2º - Se não houver, na Comarca, avaliador oficial ou este não puder

apresentar o laudo de avaliação no prazo de 15 (quinze) dias, será nomeada

pessoa ou entidade habilitada a critério do Juiz.

§ 3º - Apresentado o laudo, o Juiz decidirá de plano sobre a avaliação.

Art. 14 - O Oficial de Justiça entregará contrafé e cópia do termo ou do auto

de penhora ou arresto, com a ordem de registro de que trata o artigo 7º, inciso

IV:

I - no Ofício próprio, se o bem for imóvel ou a ele equiparado;

II - na repartição competente para emissão de certificado de registro, se for

veículo;

III - na Junta Comercial, na Bolsa de Valores, e na sociedade comercial, se

forem ações, debênture, parte beneficiária, cota ou qualquer outro título,

crédito ou direito societário nominativo.

Na prática, a avaliação desses bens é feita pelo próprio oficial, que lavra a penhora e intima o

executado. Todavia, pode o executado discordar da avaliação do oficial. Nessa hipótese, pode o juiz

se valer de um avaliador oficial. Caso na comarca não haja avaliador oficial ou não possa apresentar

o laudo no prazo de 15 (quinze) dias, poderá ser nomeado um terceiro, para posteriormente o juiz se
28
DIREITO DO TRABALHO
META 09
manifestar.

1.10.6. Substituição da garantia

O art. 15 da LEF prevê algumas hipóteses, seja a pedido do FISCO ou do executado.

Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz:

I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro ou

fiança bancária; e

II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por outros,

independentemente da ordem enumerada no artigo 11, bem como o reforço

da penhora insuficiente.

A substituição da garantia é possível para o executado e para a Fazenda Pública. Em sendo o

executado, a substituição dessa garantia se sujeita a um limite, pois só pode promover a substituição

se for para dar ao FISCO um bem de maior liquidez. Em decorrência dessa limitação, há inúmeros

precedentes do STJ que não admitem a substituição de um bem por precatório. Isso ocorre pois o

precatório constitui direito de crédito, não sendo bem equiparável a dinheiro, esbarrando no art. 15,

I, da LEF.

Em relação à substituição pela Fazenda Pública, esse direito não é absoluto, devendo haver

critérios, elencados pela jurisprudência:

• Ao constatar que o bem oferecido pelo sujeito passivo é de difícil alienação;

• Se constatar que o bem penhorado não está livre e desembaraçado, se está sendo objeto de

outras execuções fiscais.

1.11. Mecanismos de defesa do devedor na LEF

29
DIREITO DO TRABALHO
META 09
1.11.1. Embargos do devedor

O art. 16 da LEF fala dos embargos do devedor, que será ação autônoma de conhecimento:

Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias,

contados:

I - do depósito;

II - da juntada da prova da fiança bancária;

III - da intimação da penhora.

§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a

execução.

PRAZO PARA EMBARGAR E GARANTIA DO JUÍZO

O mecanismo típico de defesa são os embargos, e darão origem ao contraditório. O prazo que

o executado terá é de 30 (trinta) dias, a depender do tipo de oferecimento de garantia. Todavia, a

LEF condiciona o ajuizamento dos embargos ao oferecimento prévio de garantia do juízo.

A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o prazo de 30 (trinta) dias para a oposição

dos embargos à execução fiscal conta a partir da intimação da penhora, na exata dicção no art. 16

da LEF, e não a partir da juntada do mandado nos autos. Logo, a juntada só é o termo a quo se for

fiança bancária.

Conforme asseverado em jurisprudência, no mandado de intimação da penhora, o oficial de

justiça deve fazer menção ao fato de que o prazo de 30 (trinta) dias para a oposição de embargos do

devedor se inicia naquele momento. Todavia, não haverá problema se o mandado fizer menção ao

termo legal para ajuizar os embargos, ainda que não fale do prazo de 30 (trinta) dias expressamente.

Prevê a Lei que deve haver a garantia do juízo prévia para que os embargos sejam opostos.

Porém, há na jurisprudência do STJ uma flagrante diferenciação entre a ausência de garantia do juízo

e da existência de bens suficientes para satisfazer o crédito. Nas hipóteses de garantia parcial, o STJ

30
DIREITO DO TRABALHO
META 09
entende que se restar comprovado que o sujeito passivo não possui patrimônio suficiente para

satisfazer o crédito totalmente ou reforçar a penhora, impedir a oposição de embargos seria cercear

o direito de defesa do executado. Logo, em caso de penhora parcial, é possível opor embargos à

execução, o que não é possível diante da ausência de garantia de juízo.

STJ (Info 563): No caso em que a garantia à execução fiscal tenha sido totalmente dispensada de

forma expressa pelo juízo competente - inexistindo, ainda que parcialmente, a prestação de qualquer

garantia (penhora, fiança, depósito, seguro-garantia) -, o prazo para oferecer embargos à execução

deverá ter início na data da intimação da decisão que dispensou a apresentação de garantia, não

havendo a necessidade, na intimação dessa dispensa, de se informar expressamente o prazo para

embargar.

https://youtu.be/xSUBn2Y0DgY

ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS

Os embargos que não forem recebidos no efeito suspensivo podem ter esse efeito concedido se

presentes algumas condições:

• A existência de garantia do juízo: requisito fundamental do CPC, mas que será sempre

cumprido na LEF, pela própria disposição do art. 16, por ser condição de procedibilidade dos

embargos na LEF;

• Explícito requerimento do sujeito passivo;

• Evidenciar fumaça do bom direito e o perigo da demora.

31
DIREITO DO TRABALHO
META 09

MATÉRIAS A SEREM ALEGADAS

Ajuizados os embargos do devedor, deve o sujeito passivo alegar toda a matéria de defesa, se

aplicando o princípio da eventualidade:

Art.16. (...)

§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda matéria útil à

defesa, requerer provas e juntar aos autos os documentos e rol de

testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até o dobro desse limite.

§ 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as exceções,

salvo as de suspeição, incompetência e impedimentos, serão argüidas como

matéria preliminar e serão processadas e julgadas com os embargos.

Embora o sujeito passivo deva alegar toda a matéria de defesa, não pode ser alegado

reconvenção ou compensação. A LEF é de 1980 e, embora o CTN admitisse a compensação como

mecanismo de extinção do crédito, o próprio CTN previa que a compensação extingue o crédito nos

termos da lei.

No final, a compensação objetiva promover o encontro de contas e a norma legislativa que

disciplina como esse encontro de contas ocorre. Em âmbito federal, a Lei 8.383/91 regulamenta

como ocorrerá esse encontro de contas para extinguir o CT, mas a LEF é de 1980. É por isso que a

jurisprudência entende que, embora o art. 16, §3º diga não ser possível a compensação, tal

dispositivo deve ser interpretado com parcimônia. O que não pode é o sujeito passivo é alegar nos

embargos do devedor o direito à compensação subjetiva, ou seja, suscitar o direito subjetivo, algo

que pretende fazer.

Todavia, nada impede que o direito passivo alegue nos embargos ao devedor que a

compensação já ocorreu, já existindo compensação realizada, fato extintivo do direito do FISCO na

execução fiscal.
32
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 19 - Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os

embargos, no caso de garantia prestada por terceiro, será este intimado,

sob pena de contra ele prosseguir a execução nos próprios autos, para, no

prazo de 15 (quinze) dias:

I - remir o bem, se a garantia for real; ou

II - pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos,

indicados na Certidão de Divida Ativa pelos quais se obrigou se a garantia

for fidejussória.

Art. 20 - Na execução por carta, os embargos do executado serão

oferecidos no Juízo deprecado, que os remeterá ao Juízo deprecante, para

instrução e julgamento.

Parágrafo Único - Quando os embargos tiverem por objeto vícios ou

irregularidades de atos do próprio Juízo deprecado, caber-lhe -á

unicamente o julgamento dessa matéria.

1.11.2. Exceção de pré-executividade

Esse mecanismo de defesa NÃO é previsto na LEF, sendo construção doutrinária. A LEF prevê

a necessidade de garantia o juízo para embargar. Porém, às vezes ocorrem situações em que a

execução fiscal está lastreada em um título sem condição de prosperar. Nessas circunstâncias, ter

que exigir que o sujeito passivo constranja seu patrimônio para se defender seria exigir uma conduta

absolutamente incompatível com a realidade concreta, se o juiz puder observar essas questões de

ofício (questões de ordem pública). Para fazer frente às situações em que há vícios indeléveis na

execução fiscal, tanto a doutrina quanto a jurisprudência criaram o instituto da exceção de pré-

executividade.

• Natureza jurídica: A exceção de pré-executividade é uma petição apresentada pelo devedor

executado nos autos do processo executivo fiscal sem que haja a necessidade de uma prévia

garantia do juízo, através da qual o devedor chama a atenção do juízo tanto da existência de

33
DIREITO DO TRABALHO
META 09
vícios na CDA e na execução fiscal.

• Dilação probatória: A jurisprudência permite discutir qualquer espécie de matéria, seja de

direito ou de fato, desde que a matéria arguida NÃO demande dilação probatória. Por isso,

qualquer discussão de prova deverá ser feita nos embargos do devedor, enquanto que se for

dispensada a prova, poderá ser apresentada em exceção de pré-executividade.

SÚMULA 393 STJ. A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às

matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

ATENÇÃO: STJ – As questões decididas anteriormente em exceção de pré-executividade, sem a

interposição de recurso cabível pela parte interessada, NÃO podem ser posteriormente reabertas

em sede de embargos à execução fiscal.

Transcorrido em branco o prazo de embargos, NÃO pode o executado se valer da exceção de

pré-executividade para se opor à cobrança, em respeito à preclusão.

STJ já decidiu:

Tributário. Execução fiscal sócio-gerente cujo nome consta da CDA.

Presunção de responsabilidade. Ilegitimidade passiva arguida em exceção de

pré-executividade. Inviabilidade. Precedentes.

1. A exceção de pré-executividade é cabível quando atendidos

simultaneamente dois requisitos, um de ordem material e outro de ordem

formal, ou seja: (a) é indispensável que a matéria invocada seja suscetível de

conhecimento de ofício pelo juiz; e (b) é indispensável que a decisão possa

ser tomada sem necessidade de dilação probatória.

2. Conforme assentado em precedentes da Seção, inclusive sob o regime do

art. 543-C do CPC (REsp n. 1.104.900, Min. Denise Arruda, sessão de

25.3.2009), não cabe exceção de pré- executividade em execução fiscal

promovida contra sócio que figura como responsável na Certidão de Dívida

Ativa - CDA. É que a presunção de legitimidade assegurada à CDA impõe ao


34
DIREITO DO TRABALHO
META 09
executado que figura no título executivo o ônus de demonstrar a inexistência

de sua responsabilidade tributária, demonstração essa que, por demandar

prova, deve ser promovida no âmbito dos embargos à execução.

3. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC.

O Relator decidiu, nesse sentido:

Processual Civil e Tributário: execução scal. Exceção de pré-executividade.

Exclusão de sócios. Pólo passivo. Responsabilidade subsidiária. Agravo

provido.

I - De início, a exceção de pré-executividade, conforme resta pacífico

entendimento na doutrina e na jurisprudência, é cabível nas hipóteses em que

a matéria objeto de defesa pelo executado seja de ordem publica,

correspondendo às condições da ação e podendo ser conhecida de o cio pelo

juiz.

II - A ilegitimidade passiva, incluída entre as condições da ação, portanto,

pode ser argüida em sede de exceção de pré-executividade, desde de que

não demande dilação probatória, como nos autos em questão.

III - A responsabilidade solidária frente aos débitos previdenciários da

empresa, descrita no art. 13 da Lei n. 8.620/1993, aplica-se somente nos

casos em que se veri que dolo ou culpa no inadimplemento, conforme

preceituado no parágrafo único do dispositivo.

IV - Referida norma não deve ser interpretada isoladamente, mas em

conjunto com o artigo 135 do Código Tributário Nacional, o qual prevê, em

seu caput, que as pessoas indicadas somente serão pessoalmente

responsáveis pelos débitos tributários resultantes de atos praticados com

excesso de poderes, infração à lei, ao contrato social ou estatuto.

V - Não cabe, no caso em questão, a responsabilização pessoal com base no

simples inadimplemento da obrigação tributária, posto que a mesma não

caracteriza infração legal se não estiver vinculada às demais condutas

descritas no art. 135, do Código Tributário Nacional.


35
DIREITO DO TRABALHO
META 09
VI - Para que o mero inadimplemento con gure infração à lei, mister observar

se o débito exeqüendo originou-se de contribuições decorrentes dos salários

dos empregados, nos termos do art. 20, da Lei n. 8.212/1991, com redação

da Lei n. 9.032/1995, caso no qual são aplicáveis as hipóteses do art. 135,

do CTN, o que não se veri ca nos autos em questão.

VII - A empresa é a principal responsável pela obrigação ou débito perante o

fisco. Na hipótese de infração à lei, independentemente do tipo societário

adotado, a responsabilidade dos sócios e/ou administradores é subsidiária,

de forma que a desconsideração da pessoa jurídica só deve operar-se nos

casos previstos em lei, e ainda se não houver patrimônio su ciente da

empresa para solver os débitos.

VIII - Agravo provido ( s. 98-99).

(REsp 1.110.925-SP)

1.11.3. Defesas Heterotópicas

O art. 38 prevê que ainda é possível travar ações correlatas a execução fiscal em outras

demandas, a exemplo da Ação Anulatória, Ação de Repetição de Indébito e Mandado de Segurança.

As defesas heterotópicas são defesas interpostas em posição diferente da natural, sendo meio

autônomo de impugnação, que servirá às partes ou terceiros interessados.

Na execução fiscal, surgem como ações autônomas e prejudiciais, podendo discutir débito,

requerer a sua nulidade, etc.

Em regra, NÃO suspendem a execução, mas o juiz pode conferir o efeito suspensivo.

ESAF: A defesa heterotópica, que impugna o lançamento tributário, proporciona uma limitação

cognitiva aos embargos à execução, não podendo o executado, mesmo se tratando de título

extrajudicial, reiterar causa petendi já declinada naquela demanda.

Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é

admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado

36
DIREITO DO TRABALHO
META 09
de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato

declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do

débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e

demais encargos.

Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste

artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e

desistência do recurso acaso interposto.

Quanto à exigência do depósito prévio, já se pronunciou o STF pela sua

inconstitucionalidade, por configurar barreira ao acesso ao Poder Judiciário:

“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial

na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”. (Súmula Vinculante 28)

No concurso da PGE RO (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Uma pessoa jurídica recebeu um mandado de citação relativa a uma execução fiscal, com
ordem para pagar, em até cinco dias, débitos de ICMS já inscritos em dívida ativa. Como
não houve o pagamento tempestivo, foi ordenada a penhora de bens.
Nessa situação hipotética, considerando-se a jurisprudência do STJ, o prazo para a
apresentação dos embargos à execução fiscal deve ser contado a partir

A) do ato de inscrição do crédito tributário em dívida ativa.


B) da juntada aos autos do mandado de citação.
C) do fim do prazo para o pagamento do crédito em execução.
D) da efetiva intimação da penhora.
E) da juntada aos autos do mandado de penhora cumprido.

A alternativa considerada correta foi a letra D.

1.12. Procedimento após o recebimento da defesa

Após o recebimento da defesa, será concedido o prazo de 30 (trinta) dias para o FISCO

impugnar. Em que pese se tratar de um prazo para se manifestar, esse prazo não será concedido em

dobro, por ser prazo próprio.

37
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Na hipótese de alienação antecipada dos bens penhorados, o produto será depositado em

garantia da execução.

Art. 22 - A arrematação será precedida de edital, afixado no local de

costume, na sede do Juízo, e publicado em resumo, uma só vez,

gratuitamente, como expediente judiciário, no órgão oficial.

§ 1º - O prazo entre as datas de publicação do edital e do leilão não poderá

ser superior a 30 (trinta), nem inferior a 10 (dez) dias.

§ 2º - O representante judicial da Fazenda Pública, será intimado,

pessoalmente, da realização do leilão, com a antecedência prevista no

parágrafo anterior.

Art. 23 - A alienação de quaisquer bens penhorados será feita em leilão

público, no lugar designado pelo Juiz.

§ 1º - A Fazenda Pública e o executado poderão requerer que os bens

sejam leiloados englobadamente ou em lotes que indicarem.

§ 2º - Cabe ao arrematante o pagamento da comissão do leiloeiro e demais

despesas indicadas no edital.

Art. 24 - A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:

I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for

embargada ou se rejeitados os embargos;

II - findo o leilão:

a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;

b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condições com a

melhor oferta, no prazo de 30 (trinta) dias.

Parágrafo Único - Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for

superior ao dos créditos da Fazenda Pública, a adjudicação somente será

deferida pelo Juiz se a diferença for depositada, pela exeqüente, à ordem

do Juízo, no prazo de 30 (trinta) dias.

38
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 25 - Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial

da Fazenda Pública será feita pessoalmente.

Parágrafo Único - A intimação de que trata este artigo poderá ser feita

mediante vista dos autos, com imediata remessa ao representante judicial

da Fazenda Pública, pelo cartório ou secretaria.

1.13. Extinção da execução fiscal

O art. 26 trata da extinção da execução fiscal:

Art. 26 - Se, antes da decisão de primeira instância, a inscrição de Dívida

Ativa for, a qualquer título, cancelada, a execução fiscal será extinta, sem

qualquer ônus para as partes.

Essa decisão de primeiro grau é a sentença proferida na execução fiscal, ou que julga os

embargos. Logo, se a Fazenda Pública promover o cancelamento do débito antes de decisão de

primeiro grau e requerer judicialmente a extinção do processo, nessa hipótese NÃO há razão para

condenar a Fazenda, tampouco cabe falar em honorários.

O STJ diz que se o sujeito passivo citado for nos autos da execução fiscal, constitui advogado,

e suscita, seja via embargos do devedor ou exceção de pré-executividade, e a Fazenda reconhece a

existência de vício no débito e extingue o processo, deve haver a condenação da Fazenda Pública

nos ônus da sucumbência. A lógica desse entendimento do STJ é o princípio da causalidade, pois se

a Fazenda deu causa ao executado contratar advogado, ingressar no processo, deverá arcar com os

honorários advocatícios.

Recentemente, sobre esse tema, o STJ firmou o seguinte tema repetitivo (nº 961): “Observado

o princípio da causalidade, é cabível a fixação de honorários advocatícios, em exceção de pré-

executividade, quando o sócio é excluído do polo passivo da execução fiscal, que não é extinta.”

39
DIREITO DO TRABALHO
META 09
1.14. Reunião das execuções fiscais

O art. 28 determina a possibilidade de reunião dos processos executivos existentes no nome

de um único devedor, podendo se dar a requerimento das partes.

Art. 28 - O Juiz, a requerimento das partes, poderá, por conveniência da

unidade da garantia da execução, ordenar a reunião de processos contra o

mesmo devedor.

Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, os processos serão

redistribuídos ao Juízo da primeira distribuição.

Para ser possível promover a reunião dos processos, a JURISPRUDÊNCIA DO STJ entende que

existem alguns requisitos:

• Deve haver execuções fiscais que estejam correndo contra o mesmo devedor: mesmo

devedor principal e corresponsáveis;

• Não basta haver diversas execuções fiscais contra o mesmo devedor, essas execuções fiscais

devem estar submetidas ao mesmo órgão jurisdicional com competência para julgar esses

processos;

• Todas as execuções fiscais submetidas a um mesmo órgão julgador competente devem estar

aproximadamente na mesma fase processual, ou em etapas próximas.

Súmula 515 do STJ. A reunião de execuções fiscais contra o mesmo devedor

constitui faculdade do Juiz.

1.15. Concurso de credores/preferência

O art. 29 da Lei 6.830 dispõe que a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda não é sujeita

a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento.

No entanto, o concurso de preferência se verificaria entre pessoas jurídicas de direito público.


40
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita
a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação,
inventário ou arrolamento. (Vide ADPF 357)
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre
pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: (Vide ADPF 357)
I - União e suas autarquias; (Vide ADPF 357)
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e
pro rata; (Vide ADPF 357)
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. (Vide ADPF
357)

No entanto, o STF julgou não recepcionado pela CF/88 o concurso de preferência previsto no

parágrafo único, conforme decisão proferida na ADPF 357:

O Tribunal, por maioria, conheceu da arguição de descumprimento de


preceito fundamental, julgou procedente o pedido formulado para declarar a
não recepção pela Constituição da República de 1988 das normas previstas
no parágrafo único do art. 187 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário
Nacional) e do parágrafo único do art. 29 da Lei nº 6.830/1980 (Lei de
Execuções Fiscais), e cancelou a Súmula n. 563 do Supremo Tribunal Federal,
nos termos do voto da Relatora, vencidos o Ministro Dias Toffoli, que julgava
improcedente a ação, e o Ministro Gilmar Mendes, que julgava parcialmente
procedente a ação, para dar interpretação conforme a Constituição.
Presidência do Ministro Luiz Fux. Plenário, 24.06.2021 (Sessão realizada por
videoconferência - Resolução 672/2020/STF).

No mesmo sentido, julgou não recepcionado o parágrafo único do art. 187 do CTN e também

cancelou o teor da Súmula 563 do STF:

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de


credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata,
inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas
jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Súmula 563, STF - O concurso de preferência a que se refere o parágrafo único do art. 187

do Código Tributário Nacional é compatível com o disposto no art. 9º, I, da Constituição Federal.

41
DIREITO DO TRABALHO
META 09

Segundo a relatora da ADPF, após a promulgação da CF/88, os entes federativos se tornaram

autônomos, e o tratamento entre eles passou a ser isonômico. Concluiu, então, que o

estabelecimento de hierarquia entre pessoas jurídicas de direito público interno para crédito de

tributos contraria o artigo 19, inciso III, da Constituição de 1988, que veda à União e aos demais

entes federativos criar preferências entre si.

1.16. Prescrição Intercorrente

A prescrição intercorrente NÃO se confunde com a prescrição do direito de crédito:

• Prescrição do direito de crédito: é aquele prazo previsto no art. 174 do CTN, que é um prazo

de 05 (cinco) anos, dentro do qual, uma vez constituído o crédito tributário, deve a Fazenda

Pública providenciar o seu ajuizamento. Trata-se de um momento anterior ao ajuizamento da

execução fiscal.

• Prescrição intercorrente: é um instituto previsto no art. 40 da LEF que diz que, após ajuizada

a execução fiscal, se essa execução fiscal ficar paralisada por um prazo superior a 05 (cinco)

anos, o juiz deve promover a extinção da execução, pois presume-se que não será possível

conseguir satisfazer o crédito. Tal instituto, portanto, se conta dentro da demanda executiva.

Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado

o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e,

nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.

§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao

representante judicial da Fazenda Pública.

§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o

devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento

dos autos.

§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão

desarquivados os autos para prosseguimento da execução.

42
DIREITO DO TRABALHO
META 09
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo

prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício,

reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato.

§ 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo

será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao

mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda.

Uma vez ajuizada a execução, caso não localizado o devedor ou ele não tenha bens

penhoráveis, a LEF prevê que o juízo da execução deve, a requerimento da Fazenda Pública,

promover a suspensão da execução pelo prazo de 01 (um) ano. Isso ocorre para dar a possibilidade

de a Fazenda Pública agir, seja para localizar o devedor ou formular pesquisas da existência de bens

da titularidade do executado. Então, a LEF prevê que dentro desse prazo de 01 (um) ano de

suspensão NÃO corre a prescrição.

Entretanto, a Lei prevê o caso em que essa suspensão pode ser transformada em arquivamento

sem baixa, após o prazo de 01 (um) ano. Ou seja, o juiz profere um despacho e transforma essa

execução fiscal em arquivamento provisório na Vara, sem que ponha fim ao processo executivo.

Transformada a suspensão em arquivamento sem baixa, o juiz da execução fiscal deve contar um

prazo de 05 (cinco) anos, que é propriamente um prazo prescricional, que corre dentro do processo

executivo, razão pela qual se denomina prescrição intercorrente.

Passado esse prazo, diz a LEF que o juiz da execução deve ouvir o exequente. O objetivo é

indagar a Fazenda Pública se existem causas suspensivas ou interruptivas dessa prescrição. Caso

não existam, o juiz decreta a prescrição intercorrente. Todavia, a jurisprudência do STJ relativizou

diversos aspectos do art. 40 da LEF. Pode se falar, basicamente, da existência das seguintes

relativizações pelo STJ:

• Embora o art. 40 da LEF diga que a Fazenda Pública deve ser intimada da

suspensão do prazo executivo por 01 (um) ano para encontrar bens, o STJ

entende que nem sempre a intimação da Fazenda Pública acerca da

suspensão é necessária. Isso porque às vezes, quem requer a suspensão é o


43
DIREITO DO TRABALHO
META 09
exequente. Logo, para o STJ, se é o exequente quem requer a suspensão,

presume-se que a suspensão será deferida, sendo desnecessária a intimação.

Só é necessário intimar o exequente se a suspensão for decretada de ofício

pelo juiz;

• Transcorrido o prazo de 01 (um) ano, conta-se desde logo a prescrição

intercorrente, sendo desnecessário o despacho de arquivamento, conforme

súmula 314 do STJ.

Súmula 314 do STJ. Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o

processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

Forma de contagem do prazo da prescrição intercorrente prevista no art. 40, da LEF1

Termo inicial do prazo de 1 ano: data da intimação da Fazenda Pública

O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto

no art. 40, §§ 1º e 2º da Lei nº 6.830/80 (LEF) tem início automaticamente na data da ciência da

Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis

no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado

declarar ter ocorrido a suspensão da execução.

SEM PREJUÍZO DO DISPOSTO ANTERIORMENTE:

Nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza

tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da

vigência da Lei Complementar n. 118/2005), depois da citação válida, ainda

que editalícia, logo após a primeira tentativa infrutífera de localização de

bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução; e,

Em se tratando de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de

1
https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2018/12/Info-635-STJ.pdf
44
DIREITO DO TRABALHO
META 09
natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido

na vigência da Lei Complementar nº 118/2005) e de qualquer dívida ativa de

natureza não tributária, logo após a primeira tentativa frustrada de citação do

devedor ou de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a

execução.

ENCERRADO O PRAZO DE 1 ANO, INICIA-SE AUTOMATICAMENTE A CONTAGEM DO

PRAZO PRESCRICIONAL:

Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse

sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão, inicia-se automaticamente o prazo prescricional

aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo), durante o qual o processo deveria estar

arquivado sem baixa na distribuição, na forma do art. 40, §§ 2º, 3º e 4º da Lei n. 6.830/1980 - LEF,

findo o qual o Juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição

intercorrente e decretá-la de imediato.

PARA INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL É NECESSÁRIO REQUERIMENTO DA

FAZENDA PÚBLICA QUE ACARRETE EFETIVA CONSTRIÇÃO OU EFETIVA CITAÇÃO:

A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a

interromper o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em

juízo, requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens. Os

requerimentos feitos pelo exequente, dentro da soma do prazo máximo de 1 (um) ano de suspensão

mais o prazo de prescrição aplicável (de acordo com a natureza do crédito exequendo) deverão ser

processados, ainda que para além da soma desses dois prazos, pois, citados (ainda que por edital)

os devedores e penhorados os bens, a qualquer tempo - mesmo depois de escoados os referidos

prazos -, considera-se interrompida a prescrição intercorrente, retroativamente, na data do protocolo

da petição que requereu a providência frutífera.

https://youtu.be/je4ayYrvJeI
45
DIREITO DO TRABALHO
META 09

FALTA DE INTIMAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA E EFETIVO PREJUÍZO:

A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 278 do CPC/2015),

ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação dentro do procedimento do art. 40 da LEF,

deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a falta da intimação que constitui o termo inicial -

Tema 566, onde o prejuízo é presumido), por exemplo, deverá demonstrar a ocorrência de qualquer

causa interruptiva ou suspensiva da prescrição. O magistrado, ao reconhecer a prescrição

intercorrente, deverá fundamentar o ato judicial por meio da delimitação dos marcos legais que

foram aplicados na contagem do respectivo prazo, inclusive quanto ao período em que a execução

ficou suspensa. STJ. 1ª Seção. REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em

12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 635).

2. MEDIDA CAUTELAR FISCAL

2.1. Conceito

A Lei nº 8.397/92, com a nova redação dada pelo art. 65 da Lei 9.532/97, instituiu a medida

cautelar fiscal, de natureza processual. Por meio dela, a Fazenda Pública tem um instrumento para,

judicialmente, obter a indisponibilidade patrimonial dos devedores para com o fisco até o limite do

valor exigido, frustrando com isso a tentativa de ser lesado o Estado tanto na fase administrativa

quanto na judicial de cobrança.

46
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Como regra, poderá ser instaurada após a constituição do crédito, inclusive no curso da

execução judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do DF, dos Municípios e respectivas

autarquias. No entanto, o requerimento da medida cautelar independe da prévia constituição do

crédito tributário no caso de o devedor, notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao

recolhimento do crédito fiscal, põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros; ou quando aliena

bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente,

quando exigível em virtude de lei.

No concurso da PGDF (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Julgue os itens seguintes à luz das regras da Lei da Cautelar Fiscal – Lei n.º 8.397/1992.
Caso um contribuinte aliene um bem de sua propriedade sem proceder à devida
comunicação ao órgão da fazenda pública competente, quando essa comunicação for
exigível em virtude de lei, a fazenda pública poderá mover contra ele uma ação cautelar
fiscal, mesmo antes de constituir o crédito tributário devido.

O item foi considerado CERTO.

2.2. Hipóteses que autorizam o requerimento

A medida cautelar fiscal poderá ser requerida pelo sujeito ativo contra o sujeito passivo da

obrigação tributária, quando ele:

a) sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixar de pagar a

obrigação no prazo fixado;

b) tendo o domicílio certo, ausentar-se ou tentar ausentar-se, visando elidir o adimplemento

da obrigação;

c) caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;

d) contrai ou tenta contrair dívidas que comprometem a liquidez de seu patrimônio;

e) notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal:

e.1.) deixar de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;

e.2.) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;

47
DIREITO DO TRABALHO
META 09
f) possui débitos inscritos ou não em dívida ativa, que, somados, ultrapassem 30% de seu

patrimônio conhecido;

g) aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública

competente, quando exigível em virtude de lei, que é exatamente o caso do arrolamento

administrativo;

h) tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta pelo órgão fazendário;

í) pratica atos que dificultem ou impeçam a satisfação do débito.

A medida cautelar deverá ser requerida ao juiz competente para a execução judicial da Dívida

Ativa. E se a execução estiver em Tribunal, será competente o relator do recurso.

No concurso da PGDF (2022), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Julgue os itens seguintes à luz das regras da Lei da Cautelar Fiscal – Lei n.º 8.397/1992.
Não está sujeito a sofrer medida cautelar fiscal o contribuinte que, tendo domicílio certo,
tentar evadir-se para evitar o adimplemento de uma obrigação tributária.

O item foi considerado ERRADO.

2.3. Medida cautelar em procedimento preparatório

Quando a medida cautelar for concedida em procedimento preparatório deverá a Fazenda

Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de 60 dias, contados da data em que a

exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa.

2.4. Efeitos da medida cautelar fiscal

A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do

requerido, até o limite da satisfação da obrigação.

Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativo

permanente, podendo, ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em

48
DIREITO DO TRABALHO
META 09
razão do contrato social ou estatuto tenham poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações

fiscais, ao tempo:

a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;

b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.

A indisponibilidade patrimonial poderá ser estendida em relação aos bens adquiridos a

qualquer título do requerido ou daqueles que estejam ou tenham estado na função de administrador,

desde que seja capaz de frustrar a pretensão da Fazenda Pública.

Decretada a medida cautelar fiscal, será comunicada imediatamente ao registro público de

imóveis, ao Banco Central do Brasil, à Comissão de Valores Mobiliários e às demais repartições que

processem registros de transferência de bens, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam

cumprir a constrição judicial.

2.5. Procedimento

A Fazenda Pública pleiteará a medida cautelar fiscal em petição devidamente fundamentada,

que indicará:

• - o Juiz a quem é dirigida;

• - a qualificação e o endereço, se conhecido, do requerido;

• - as provas que serão produzidas;

• - o requerimento para citação.

O juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, dispensada a Fazenda Pública de

justificação prévia e de prestação de caução. Do despacho que conceder, cabe agravo de

instrumento.

O requerido será citado para, em 15 dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende

produzir, contados DA JUNTADA DO MANDADO de citação, devidamente cumprido; da execução

da medida cautelar, quando concedida liminarmente.

49
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo requerido, como verdadeiros, os

fatos alegados pela Fazenda Pública, caso em que o Juiz decidirá em 10 dias.

O indeferimento da medida cautelar fiscal não obsta a que a Fazenda Pública intente a

execução judicial da Dívida Ativa, nem influi no julgamento desta, salvo se o Juiz, no procedimento

cautelar fiscal, acolher alegação de pagamento, de compensação, de transação, de remissão, de

prescrição ou decadência, de conversão do depósito em renda, ou qualquer outra modalidade de

extinção da pretensão deduzida.

2.6. Eficácia da medida cautelar fiscal

A medida cautelar fiscal conserva sua eficácia no prazo de 60 dias e na pendência do processo

de execução judicial da Dívida Ativa pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Essa

eficácia cessa:

• Se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da Dívida Ativa no

prazo de 60 dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível

na esfera administrativa;

• Se não for executada dentro de 30 dias a ordem judicial obtida;

• Se for julgada extinta a execução judicial da dívida ativa;

• Se o requerido promover a quitação do débito que está sendo executado.

Salvo decisão em contrário, a medida cautelar fiscal conservará sua eficácia durante o período

de suspensão do crédito tributário ou não tributário.

3. AÇÕES DE INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

• Ação declaratória;

• Ação anulatória;

• Ação de repetição de indébito.

50
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 38, LEF - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é

admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado

de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato

declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do

débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e

demais encargos.

Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste

artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa

e desistência do recurso acaso interposto.

Ação declaratória pura e Ação Anulatória Ação de Repetição de


simples Indébito
Antes do lançamento Depois do lançamento Após o pagamento
O contribuinte quer a O contribuinte pretende O contribuinte paga
declaração de inexistência de anular auto de infração. indevidamente e quer a
uma obrigação quantia de volta.

3.1. Ação Declaratória

O objeto limita-se à declaração de existência ou inexistência da relação jurídica tributária. NÃO

cabe ação declaratória sobre a interpretação de lei em tese.

a) Legitimidade: Em geral está adstrita aos sujeitos envolvidos na relação tributária material em

litígio.

ATENÇÃO:

Se a discussão for sobre a retenção na fonte de imposto estadual ou municipal de servidor, tais

entes é que serão partes legítimas na ação eventualmente proposta, conforme súmula 447 do STJ:

Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de imposto de renda

retido na fonte proposta por seus servidores.

51
DIREITO DO TRABALHO
META 09
b) Interesse de agir: NÃO cabe ação declaratória para a interpretação do direito em tese ou para o

esclarecimento de fatos.

c) Prazo prescricional: A ação declaratória pura e simples é imprescritível segundo a doutrina

tradicional, pois a todo tempo há interesse de agir na declaração de existência, inexistência ou modo

de existir da relação jurídica tributária. No entanto, se a ação declaratória tiver um conteúdo

constitutivo ou condenatório, passa a estar sujeita a prazo prescricional de 05 anos.

d) Ação declaratória e repetição de indébito: A ação declaratória pode ser cumulada com a

repetição de indébito.

e) Ação declaratória e execução: Para a doutrina tradicional, a ação declaratória NÃO comporta

execução porque pretende acertar a relação jurídica controvertida, SALVO quanto à condenação ao

pagamento das verbas resultantes da sucumbência. No entanto, a doutrina moderna entende

possível a execução.

Sempre que uma sentença declaratória passar por todas as etapas e certificar o indébito,

possuindo um conteúdo condenatório, será possível de ser executada, por exemplo. A compensação

ou o pedido administrativo de devolução de valores pagos a maior são duas formas que a legislação

coloca a critério do contribuinte como formas de reaver o que ele pagou indevidamente. As duas

situações são formas de repetição do indébito, segundo o STJ. Assim, em alguns casos de

compensação judicialmente reconhecidos, é possível promover ação de execução.

Súmula 461 do STJ. O contribuinte pode optar por receber, por meio de

precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença

declaratória transitada em julgado.

f) Ação declaratória e tutela de urgência: É possível a concessão de tutela de urgência, mas não

pode impedir o lançamento, serve para suspender a exigibilidade do crédito tributário.

52
DIREITO DO TRABALHO
META 09
g) Valor da causa: Deve corresponder ao conteúdo econômico pretendido.

3.2. Ação anulatória

Pode ser promovida pelo contribuinte contra a Fazenda Pública, tendo como pressuposto a

preexistência de um lançamento fiscal.

Ao propor uma ação anulatória relativa a tributo ou multa quando não houver crédito tributário

constituído, faltará interesse de agir, porque se quer anular algo que ainda não existe.

a) Depósito na ação anulatória: A ação anulatória, assim como as demais defesas dos contribuintes,

constitui defesa heterotópica. Prevê o art. 38 da LEF:

Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é

admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado

de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato

declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do

débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e

demais encargos.

Salvo na impetração de mandado de segurança, em que o direito precisa estar comprovado de

plano, os demais casos pressupõem a garantia do juízo: nos embargos à execução se daria através

de penhora ou depósito, na repetição de indébito através do pagamento e na ação anulatória seria

necessário o depósito. Assim, começou a surgir o questionamento se para a ajuizar uma ação

anulatória do crédito tributário já inscrito em dívida ativa era ou não necessário o depósito como

requisito essencial. O STF editou súmula vinculante, entendendo que inconstitucional a exigência do

depósito.

53
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Súmula Vinculante 28 - É inconstitucional a exigência de depósito prévio

como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda

discutir a exigibilidade de crédito tributário.

Embora inconstitucional, a realização de depósito traz algumas vantagens:

• A impossibilidade de cobrança do débito durante a discussão judicial, evitando a

inscrição em dívida ativa e a execução fiscal;

• A exclusão da responsabilidade do contribuinte pelos encargos referentes ao débito,

que passam a ser da instituição financeira em que o depósito foi realizado;

• Impedimento ou suspensão da inscrição do contribuinte no CADIN;

• Direito do contribuinte de obter certidão positiva com efeito de negativa.

No entanto, o depósito deve ser integral e em dinheiro:

Súmula nº 112 - O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito

tributário se for integral e em dinheiro.

Depósito e levantamento:

Segundo o STJ, o levantamento será efetuado em função do resultado da demanda:

• Procedente: O contribuinte levante o valor depositado corrigido e há a extinção do

crédito tributário pela sentença;

• Improcedente: Conversão do depósito em renda;

• Parcialmente procedente: Levantamento e conversão na proporção fixada na decisão;

• Extinção sem julgamento de mérito: Segundo o STJ, haverá a conversão em renda do

ente político.

b) Legitimidade: São os sujeitos da relação obrigacional tributária que deu ensejo ao lançamento
54
DIREITO DO TRABALHO
META 09
que se pretende desconstituir.

3.3. Ação de repetição de indébito

a) Cabimento: Objetiva a restituição dos valores pagos indevidamente, pretensão que pode ser

exercida tanto na via administrativa, quanto na via judicial. É cabível nas hipóteses do art. 165 do

CTN:

• Na hipótese de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior do

que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza, ou ainda, das

circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;

• Na hipótese de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota

aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de

qualquer documento relativo ao pagamento; e

• Para reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

b) Legitimidade: Ocorrerá uma inversão dos polos: o sujeito passivo (contribuinte ou responsável)

figurará como sujeito ativo da relação jurídica de direito material que será deduzida em juízo. E o

sujeito ativo da relação jurídica tributária (Fazenda Pública) será o sujeito passivo da relação

processual.

Mero pagador: A jurisprudência que prevalece nos tribunais e a doutrina entendem que não

possui legitimidade para discutir o tributo, ao fundamento de que aquele que paga por outrem, sem

estar indicado na norma tributária como sujeito passivo (contribuinte ou responsável), não tem

legitimidade para discutir o tributo e para pleitear a sua repetição. Isso porque não há relação jurídica

que o vincule ao sujeito ativo da relação tributária.

Súmula 614 - O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação

jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para

repetir indébito desses tributos.

c) Tributos indiretos: Dispõe o art. 166 do CTN:

55
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 166 - A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,

transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem

prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a

terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.

SÚMULA 546 do STF - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente,

quando reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou

do contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo.

Quem terá direito de questionar ou pedir a restituição de determinado tributo é o sujeito

passivo, pessoa que por lei figura na relação jurídico-tributária, conforme art. 122 do CTN. O art. 166

do CTN, de acordo com a jurisprudência, deve ser visto hoje como uma exceção. Assim, o sujeito

passivo somente poderá pedir a restituição nas hipóteses em que ele não tiver repassado o encargo

da tributação.

O art. 166 do CTN somente se aplica para os casos de tributos indiretos, mas apenas nos

tributos em que a repercussão for jurídica, regulada pela legislação tributária, a exemplo do IPI, ICMS

e ISS.

https://youtu.be/xCYUjvFzUxs

56
DIREITO DO TRABALHO
META 09
d) Juros e correção monetária:

SÚMULA 162 DO STJ: Na repetição de indébito tributário, a correção

monetária incide a partir do pagamento indevido.

SÚMULA 188 DO STJ: os juros moratórios, na repetição do indébito

tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença.

e) Prescrição: O prazo para requerer a repetição de indébito é de cinco anos.

TESE DOS CINCO + CINCO

A grande discussão acerca do tema no passado foi a respeito dos tributos sujeito a

lançamento por homologação (LC 118/2005). Nestes casos, o contribuinte tem a obrigação de

declarar e pagar determinada quantia e a Fazenda tem o prazo de cinco anos para homologar o

pagamento efetuado pelo contribuinte.

Havia uma tese pró-contribuinte que dizia que a homologação do pagamento, a extinção

definitiva do crédito tributário ocorre depois de decorridos cinco anos a partir do fato gerador.

Assim, o prazo para requerer a restituição somente prescreveria decorridos os cinco anos para a

Fazenda homologar. E sendo a homologação tácita após cinco anos do fato gerador (art. 150, §

4º), o prazo prescricional levaria em conta os cinco anos para homologação mais cinco,

totalizando dez anos.

A LC 118/05 que alterou o CTN e determinou que o prazo de cinco anos deve ser contado

a partir do pagamento antecipado independente de manifestação ou homologação por parte do

poder público.

A LC 118/05, dizendo ser lei interpretativa, estabeleceu que o prazo é e sempre foi de

cinco anos contados do pagamento antecipado. Assim a discussão que houve foi se poderia

aplicar essa LC retroativamente.

O STF entendeu que a lei é inconstitucional no aspecto que manda aplicar retroativamente

o prazo de cinco anos, por mudar o entendimento jurisprudencial que havia a respeito do tema.

Conclui então: a lei entrou em vigou em 09/06/2005; para as ações judiciais ajuizadas antes da

57
DIREITO DO TRABALHO
META 09
entrada em vigor da lei vale o prazo de dez anos (5 +5); por outro lado, para as ações ajuizadas

depois da entrada em vigor da lei o prazo é de cinco anos.

A LC 118/2005 não foi considerada meramente interpretativa, reduziu um prazo de dez

para cinco anos e, portanto, não pode ser aplicada retroativamente, por violar a segurança

jurídica, a estabilidade das relações e a confiança.

Súmula 625-STJ: O pedido administrativo de compensação ou de restituição

não interrompe o prazo prescricional para a ação de repetição de indébito

tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da execução de título judicial

contra a Fazenda Pública.

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do

prazo de 5 (cinco) anos, contados:

I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito

tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)

II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva

a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha

reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.

Se o pedido de restituição for feito na via administrativa e ele for negado se teria dois anos

para ajuizar uma ação para impugnar essa desconstituição na via administrativa e pedir de volta.

Art. 169 CTN - Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão

administrativa que denegar a restituição.

3.4. Ação de consignação em pagamento

É cabível nos casos enumerados no art. 164 do CTN:

58
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada

judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro

tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências

administrativas sem fundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de

tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

a) Procedimento

Segue o rito previsto no CPC:

Art. 890, § 1º, do CPC/73 - Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o

devedor ou terceiro optar pelo depósito da quantia devida, em

estabelecimento bancário oficial, onde houver, situado no lugar do

pagamento, em conta com correção monetária, cientificando-se o credor por

carta com aviso de recepção, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a

manifestação de recusa.

b) Sucumbência

Art. 164, § 2º - Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa

efetuado e a importância consignada é convertida em renda; julgada

improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito

acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Tratando-se de ação consignatória fundada na dúvida subjetiva sobre a qual Fazenda Pública

pagar, a Fazenda que ficar vencida terá que pagar os ônus da sucumbência tanto à Fazenda

vencedora quanto ao contribuinte depositante.

A ação consignatória não é a via adequada para obter o parcelamento do débito.

59
DIREITO DO TRABALHO
META 09
5. Mandado de segurança em matéria tributária

Art. 5º, LXIX da CF/88 - conceder-se-mandado de segurança para proteger

direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",

quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade

pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder

Público.

Lei n. 12.016/09, Art. 1o - Conceder-se-á mandado de segurança para

proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas

data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa

física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte

de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que

exerça.

O artigo 38 da LEF dispõe que o manejo da via judicial, pelo contribuinte, importa em renúncia

ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso a caso interposto, dispositivo

este considerado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (informativo 476 do STF).

Não cabe mandado de segurança contra lei em tese, conforme súmula 266 do STF.

É possível ainda impetrar mandado de segurança preventivo, de modo que existem duas

possibilidades para o mandado de segurança em matéria tributária:

Mandado de segurança preventivo Mandado de segurança repressivo

Foi praticado o fato/conduta que geraria o dever Já houve lesão em matéria tributária, autuação
de pagar o tributo ou que pode gerar aplicação ou lançamento.
de uma multa.

A legitimidade ativa é do titular do direito supostamente violado.

60
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A competência para processar e julgar as ações mandamentais é definida em caráter absoluto

pela categoria e pela sede da autoridade coatora (local onde esta exerce seu munus).

No concurso da PGE RS (2021), o tema foi cobrado da seguinte forma:

Acerca do processo de execução fiscal, é correto afirmar que:

A) A Lei nº 6.830/1980 é aplicável exclusivamente para a cobrança de créditos tributários.


B) A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às
matérias conhecíveis de ofício, ainda quando demandem dilação probatória.
C) É admissível a citação exclusivamente por edital, quando se tratar de processo de
pequeno valor, tendo em vista os elevados custos decorrentes da citação pessoal.
D) Na execução fiscal, a garantia do juízo é condição de procedibilidade dos embargos
do devedor.
E) É requisito obrigatório da petição de execução fiscal a indicação do CPF ou do CNPJ da
pessoa executada, sob pena de indeferimento da petição inicial.

A alternativa considerada correta foi a letra D.

Mandado de segurança e compensação

Será cabível mandado de segurança para declarar o direito à compensação quando forem

criados óbices indevidos ao direito de efetuar a compensação, como, por exemplo, exigências

ilegais formuladas pelas autoridades administrativas.

STJ: É cabível mandado de segurança para a declaração do direito de

compensar valores indevidamente recolhido.

Súmula nº 212 do STJ - A compensação de créditos tributários não pode

ser deferida por medida liminar. (ATENÇÃO! Essa súmula foi cancelada

pela 1ª Seção do STJ, em razão do efeito vinculante das decisões do

STF.)

Súmula 460 do STJ - É incabível o mandado de segurança para convalidar

a compensação tributária realizada pelo contribuinte.

Conclusões:

• É cabível mandado de segurança para discutir compensação, inclusive para declarar o

direito de compensar os valores indevidamente recolhidos nos últimos cinco anos;

61
DIREITO DO TRABALHO
META 09
• Não é cabível o deferimento de liminar para determinar a compensação;

• Para discutir a compensação, será cabível o mandado de segurança se se quiser afastar

algum óbice ilegal criado pelo poder público ou se quiser que seja declarado o direito de

compensar uma determinada quantia. Entretanto não será cabível se a pretensão for

discutir os termos de uma compensação que se pretendeu fazer na via administrativa e

lhe foi negada.

https://youtu.be/gX8oOWb7RVQ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Mauro Luís da Rocha Lopes. Processo Judicial Tributário.

Leandro Paulsen. Direito Processual Tributário.

João Aurino de Melo Filho. Execução Fiscal Aplicada.

4. TESES COM REPERCUSSÃO GERAL - STF

• TEMA 642/2021:
O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa aplicada
por Tribunal de Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos causados ao
erário municipal.

• TEMA 1042/2020:
É constitucional vincular o despacho aduaneiro ao recolhimento de diferença tributária apurada

62
DIREITO DO TRABALHO
META 09
mediante arbitramento da autoridade fiscal.

• TEMA 792/2020:
Lei disciplinadora da submissão de crédito ao sistema de execução via precatório possui natureza
material e processual, sendo inaplicável a situação jurídica constituída em data que a anteceda.

• TEMA 990/2019:
1. É constitucional o compartilhamento dos relatórios de inteligência financeira da UIF e da
íntegra do procedimento fiscalizatório da Receita Federal do Brasil, que define o lançamento do
tributo, com os órgãos de persecução penal para fins criminais, sem a obrigatoriedade de prévia
autorização judicial, devendo ser resguardado o sigilo das informações em procedimentos
formalmente instaurados e sujeitos a posterior controle jurisdicional.
2. O compartilhamento pela UIF e pela RFB, referente ao item anterior, deve ser feito unicamente
por meio de comunicações formais, com garantia de sigilo, certificação do destinatário e
estabelecimento de instrumentos efetivos de apuração e correção de eventuais desvios.

• TEMA 810/2017:
1) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que
disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional ao
incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados os
mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em
respeito ao princípio constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput); quanto às condenações
oriundas de relação jurídica não-tributária, a fixação dos juros moratórios segundo o índice de
remuneração da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo hígido, nesta extensão,
o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/09; e
2) O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que
disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição
desproporcional ao direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica
como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea a promover
os fins a que se destina.

• TEMA 355/2017:
É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de direito privado, realizada anteriormente à
sucessão desta pela União, não devendo a execução prosseguir mediante precatório.

• TEMA 755/2014:
É vedado o fracionamento da execução pecuniária contra a Fazenda Pública para que uma parte

63
DIREITO DO TRABALHO
META 09
seja paga antes do trânsito em julgado, por meio de Complemento Positivo, e outra depois do
trânsito, mediante Precatório ou Requisição de Pequeno Valor.

• TEMA 645/2013:
O Ministério Público não possui legitimidade ativa ad causam para, em ação civil pública, deduzir
em juízo pretensão de natureza tributária em defesa dos contribuintes, que vise questionar a
constitucionalidade/legalidade de tributo.

• TEMA 408/2011:
É compatível com a Constituição o art. 34 da Lei 6.830/1980, que afirma incabível apelação em
casos de execução fiscal cujo valor seja inferior a 50 ORTN.

5. TEMAS REPETITIVOS - STJ

• TEMA REPETITIVO 1092:


É possível a Fazenda Pública habilitar em processo de falência crédito objeto de execução fiscal
em curso, mesmo antes da vigência da Lei n. 14.112/2020, e desde que não haja pedido de
constrição no juízo executivo.
(REsp 1872759 SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 18/11/2021,
DJe 25/11/2021)
(REsp 1891836 SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 18/11/2021,
DJe 25/11/2021)
(REsp 1907397 SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 18/11/2021,
DJe 25/11/2021)

• TEMA REPETITIVO 1054:


A teor do art. 39 da Lei 6.830/80, a fazenda pública exequente, no âmbito das execuções fiscais,
está dispensada de promover o adiantamento de custas relativas ao ato citatório, devendo
recolher o respectivo valor somente ao final da demanda, acaso resulte vencida.
(REsp 1865336 SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2021, DJe
01/10/2021)
(REsp 1864751 SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2021, DJe
01/10/2021)
(REsp 1858965 SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2021, DJe
01/10/2021)

• TEMA REPETITIVO 1049:


A execução fiscal pode ser redirecionada em desfavor da empresa sucessora para cobrança de
crédito tributário relativo a fato gerador ocorrido posteriormente à incorporação empresarial e
64
DIREITO DO TRABALHO
META 09
ainda lançado em nome da sucedida, sem a necessidade de modificação da Certidão de Dívida
Ativa, quando verificado que esse negócio jurídico não foi informado oportunamente ao fisco.
(REsp 1848993 SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/08/2020,
DJe 09/09/2020).
(REsp 1856403 SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/08/2020,
DJe 09/09/2020).

• TEMA REPETITIVO 1026:


"O art. 782, §3º do CPC é aplicável às execuções fiscais, devendo o magistrado deferir o
requerimento de inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes,
preferencialmente pelo sistema SERASAJUD, independentemente do esgotamento prévio de
outras medidas executivas, salvo se vislumbrar alguma dúvida razoável à existência do direito
ao crédito previsto na Certidão de Dívida Ativa - CDA."
(REsp 1807180 PR, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2021, DJe
11/03/2021)
(REsp 1807923 SC, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2021, DJe
11/03/2021)
(REsp 1809010 RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2021, DJe
11/03/2021)
(REsp 1812449 SC, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2021, DJe
11/03/2021)
(REsp 1814310 RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2021, DJe
11/03/2021)

• TEMA REPETITIVO 962:


O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da pessoa
jurídica executada ou na presunção de sua ocorrência, não pode ser autorizado contra o sócio ou
o terceiro não sócio que, embora exercesse poderes de gerência ao tempo do fato gerador, sem
incorrer em prática de atos com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou aos
estatutos, dela regularmente se retirou e não deu causa à sua posterior dissolução irregular,
conforme art. 135, III, do CTN.
(REsp 1377019 SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/11/2021, DJe 29/11/2021)
(REsp 1776138 RJ, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/11/2021, DJe 01/12/2021)
(REsp 1787156 RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
24/11/2021, DJe 01/12/2021)

65
DIREITO DO TRABALHO
META 09
• TEMA REPETITIVO 961:
Observado o princípio da causalidade, é cabível a fixação de honorários advocatícios, em exceção
de pré-executividade, quando o sócio é excluído do polo passivo da execução fiscal, que não é
extinta.
(REsp 1358837 SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
10/03/2021, DJe 29/03/2021)
(REsp 1764349 SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
10/03/2021, DJe 29/03/2021)
(REsp 1764405 SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
10/03/2021, DJe 29/03/2021)

• TEMA REPETITIVO 876:


Em ações de execução fiscal, descabe indeferir a petição inicial sob o argumento da falta de
indicação do CPF e/ou RG da parte executada (pessoa física), visto tratar-se de requisito não
previsto no art. 6º da Lei nº 6.830/80 (LEF), cujo diploma, por sua especialidade, ostenta primazia
sobre a legislação de cunho geral, como ocorre frente à exigência contida no art. 15 da Lei nº
11.419/06.
(REsp 1450819 AM, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/11/2014,
DJe 12/12/2014)

Em ações de execução fiscal, descabe indeferir a petição inicial sob o argumento da falta de
indicação do CNPJ da parte executada (pessoa jurídica), visto tratar-se de requisito não previsto
no art. 6º da Lei nº 6.830/80 (LEF), cujo diploma, por sua especialidade, ostenta primazia sobre a
legislação de cunho geral, como ocorre frente à exigência contida no art. 15 da Lei nº 11.419/06.
(REsp 1455091 AM, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/11/2014, DJe
02/02/2015)

• TEMA REPETITIVO 703:


O entendimento de que o ajuizamento contra a pessoa jurídica cuja falência foi decretada antes
do ajuizamento da referida execução fiscal "constitui mera irregularidade, sanável nos termos do
art. 284 do CPC e do art. 2º, § 8º, da Lei 6.830/1980 não viola a orientação fixada pela Súmula
392 do Superior Tribunal Justiça, mas tão somente insere o equívoco ora debatido na extensão
do que se pode compreender por 'erro material ou formal', e não como 'modificação do sujeito
passivo da execução', expressões essas empregadas pelo referido precedente sumular.
(REsp 1372243 SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro OG
FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2013, DJe 21/03/2014)

• TEMA REPETITIVO 702:

66
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A mera decretação da quebra não implica extinção da personalidade jurídica do estabelecimento
empresarial. Ademais, a massa falida tem exclusivamente personalidade judiciária, sucedendo a
empresa em todos os seus direitos e obrigações. Em consequência, o ajuizamento contra a pessoa
jurídica, nessas condições, constitui mera irregularidade, sanável nos termos do art. 284 do CPC
e do art. 2º, § 8º, da Lei 6.830/1980.
(REsp 1372243 SE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro OG
FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2013, DJe 21/03/2014)

• TEMA REPETITIVO 696:


É inaplicável o art. 8º da Lei nº 12.514/11 ('Os Conselhos não executarão judicialmente dívidas
referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor cobrado anualmente da pessoa física
ou jurídica inadimplente') às execuções propostas antes de sua entrada em vigor.
(REsp 1404796 SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
26/03/2014, DJe 09/04/2014)

• TEMA REPETITIVO 630:


Em execução fiscal de dívida ativa tributária ou não-tributária, dissolvida irregularmente a
empresa, está legitimado o redirecionamento ao sócio-gerente.
(REsp 1371128 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
10/09/2014, DJe 17/09/2014)

• TEMA REPETITIVO 614:


Inexiste óbices à penhora, em face de dívidas tributárias da matriz, de valores depositados em
nome das filiais.
(REsp 1355812 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
22/05/2013, DJe 31/05/2013)

• TEMA REPETITIVO 580:


Em execução fiscal ajuizada por Conselho de Fiscalização Profissional, seu representante judicial
possui a prerrogativa de ser pessoalmente intimado.
(REsp 1330473 SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/06/2013, DJe 02/08/2013)

• TEMA REPETITIVO 578:


Em princípio, nos termos do art. 9°, III, da Lei 6.830/1980, cumpre ao executado nomear bens à
penhora, observada a ordem legal. É dele o ônus de comprovar a imperiosa necessidade de
afastá-la, e, para que essa providência seja adotada, mostra-se insuficiente a mera invocação
genérica do art. 620 do CPC.

67
DIREITO DO TRABALHO
META 09
(REsp 1337790 PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/06/2013,
DJe 07/10/2013)

• TEMAS REPETITIVOS 571 E 570:


A Fazenda Pública, em sua primeira oportunidade de falar nos autos (art. 245 do CPC/73,
correspondente ao art. 278 do CPC/2015), ao alegar nulidade pela falta de qualquer intimação
dentro do procedimento do art. 40 da LEF, deverá demonstrar o prejuízo que sofreu (exceto a
falta da intimação que constitui o termo inicial - 4.1., onde o prejuízo é presumido), por exemplo,
deverá demonstrar a ocorrência de qualquer causa interruptiva ou suspensiva da prescrição.
(REsp 1340553 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/09/2018, DJe 16/10/2018)

• TEMA REPETITIVO 569:


Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse
sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo
prescricional aplicável.
(REsp 1340553 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/09/2018, DJe 16/10/2018)

• TEMA REPETITIVO 568:


A efetiva constrição patrimonial e a efetiva citação (ainda que por edital) são aptas a interromper
o curso da prescrição intercorrente, não bastando para tal o mero peticionamento em juízo,
requerendo, v.g., a feitura da penhora sobre ativos financeiros ou sobre outros bens.
(REsp 1340553 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/09/2018, DJe 16/10/2018)

• TEMA REPETITIVO 567:


Havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse
sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo
prescricional aplicável.
(REsp 1340553 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/09/2018, DJe 16/10/2018)

• TEMA REPETITIVO 566:


O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no
art. 40, §§ 1º e 2º da Lei n. 6.830/80 - LEF tem início automaticamente na data da ciência da
Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis

68
DIREITO DO TRABALHO
META 09
no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o
magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução.
(REsp 1340553 RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/09/2018, DJe 16/10/2018)

• TEMA REPETITIVO 527:


Em sede de embargos à execução contra a Fazenda Pública cujo objeto é a repetição de imposto
de renda, não se pode tratar como documento particular os demonstrativos de cálculo (planilhas)
elaborados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN e adotados em suas petições
com base em dados obtidos junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRF (órgão público
que detém todas as informações a respeito das declarações do imposto de renda dos
contribuintes) por se tratarem de verdadeiros atos administrativos enunciativos que, por isso,
gozam do atributo de presunção de legitimidade.
(REsp 1298407 DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
23/05/2012, DJe 29/05/2012)

• TEMA REPETITIVO 526:


A atribuição de efeitos suspensivos aos embargos do devedor" fica condicionada "ao
cumprimento de três requisitos: apresentação de garantia; verificação pelo juiz da relevância da
fundamentação (fumus boni juris) e perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (periculum
in mora).
(REsp 1272827 PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
22/05/2013, DJe 31/05/2013)

• TEMA REPETITIVO 508:


O representante da Fazenda Pública Municipal (caso dos autos), em sede de execução fiscal e
respectivos embargos, possui a prerrogativa de ser intimado pessoalmente, em virtude do
disposto no art. 25 da Lei 6.830/80, sendo que tal prerrogativa também é assegurada no segundo
grau de jurisdição, razão pela qual não é válida, nessa situação, a intimação efetuada,
exclusivamente, por meio da imprensa oficial ou carta registrada.
(REsp 1268324 PA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, CORTE ESPECIAL, julgado em
17/10/2012, DJe 21/11/2012)

• TEMA REPETITIVO 444:


(i) o prazo de redirecionamento da Execução Fiscal, fixado em cinco anos, contado da diligência
de citação da pessoa jurídica, é aplicável quando o referido ato ilícito, previsto no art. 135, III, do
CTN, for precedente a esse ato processual;
(ii) a citação positiva do sujeito passivo devedor original da obrigação tributária, por si só, não

69
DIREITO DO TRABALHO
META 09
provoca o início do prazo prescricional quando o ato de dissolução irregular for a ela subsequente,
uma vez que, em tal circunstância, inexistirá, na aludida data (da citação), pretensão contra os sócios-
gerentes (conforme decidido no REsp 1.101.728/SP, no rito do art. 543-C do CPC/1973, o mero
inadimplemento da exação não configura ilícito atribuível aos sujeitos de direito descritos no art. 135
do CTN). O termo inicial do prazo prescricional para a cobrança do crédito dos sócios-gerentes
infratores, nesse contexto, é a data da prática de ato inequívoco indicador do intuito de
inviabilizar a satisfação do crédito tributário já em curso de cobrança executiva promovida contra
a empresa contribuinte, a ser demonstrado pelo Fisco, nos termos do art. 593 do CPC/1973 (art.
792 do novo CPC - fraude à execução), combinado com o art. 185 do CTN (presunção de fraude
contra a Fazenda Pública); e,
(iii) em qualquer hipótese, a decretação da prescrição para o redirecionamento impõe seja
demonstrada a inércia da Fazenda Pública, no lustro que se seguiu à citação da empresa
originalmente devedora (REsp 1.222.444/RS) ou ao ato inequívoco mencionado no item anterior
(respectivamente, nos casos de dissolução irregular precedente ou superveniente à citação da
empresa), cabendo às instâncias ordinárias o exame dos fatos e provas atinentes à demonstração
da prática de atos concretos na direção da cobrança do crédito tributário no decurso do prazo
prescricional.
(REsp 1201993 SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/05/2019,
DJe 12/12/2019)

• TEMA REPETITIVO 421:


É possível a condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários advocatícios em
decorrência da extinção da Execução Fiscal pelo acolhimento de Exceção de Pré-Executividade.
(REsp 1185036 PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/09/2010,
DJe 01/10/2010)

• TEMA REPETITIVO 392:


A reunião de processos contra o mesmo devedor, por conveniência da unidade da garantia da
execução, nos termos do art. 28 da Lei 6.830/80, é uma faculdade outorgada ao juiz, e não um
dever.
(REsp 1158766 RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 08/09/2010, DJe
22/09/2010)

• TEMA REPETITIVO 373:


A execução fiscal proposta pela União e suas autarquias deve ser ajuizada perante o Juiz de
Direito da comarca do domicílio do devedor, quando esta não for sede de vara da justiça federal.
A decisão do Juiz Federal, que declina da competência quando a norma do art. 15, I, da Lei nº

70
DIREITO DO TRABALHO
META 09
5.010, de 1966 deixa de ser observada, não está sujeita ao enunciado da Súmula nº 33 do
Superior Tribunal de Justiça.
(REsp 1146194 SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro ARI
PARGENDLER, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/2013, DJe 25/10/2013)

• TEMA REPETITIVO 365:


A produção do efeito suspensivo da exigibilidade do crédito tributário, advindo do parcelamento,
condiciona-se à homologação expressa ou tácita do pedido formulado pelo contribuinte junto ao
Fisco.
(REsp 957509 RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/08/2010, DJe
25/08/2010)

• TEMA REPETITIVO 314:


A inércia da Fazenda exequente, ante a intimação regular para promover o andamento do feito
e a observância dos artigos 40 e 25 da Lei de Execução Fiscal, implica a extinção da execução
fiscal não embargada ex officio, afastando-se o Enunciado Sumular 240 do STJ, segundo o qual
'A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu'.
Matéria impassível de ser alegada pela exequente contumaz.
(REsp 1120097 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/10/2010, DJe
26/10/2010)

• TEMA REPETITIVO 295:


Na restituição do indébito tributário, os juros de mora são devidos, à razão de 1% ao mês,
conforme estabelecido no artigo 161, § 1º, do CTN, não prevalecendo o disposto no artigo 1º-F
da Lei 9.494/97, acrescentado pela MP 2.180-35/01.
(REsp 1133815 SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe
01/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 294:


A compensação efetuada pelo contribuinte, antes do ajuizamento do feito executivo, pode figurar
como fundamento de defesa dos embargos à execução fiscal, a fim de ilidir a presunção de
liquidez e certeza da CDA, máxime quando, à época da compensação, restaram atendidos os
requisitos da existência de crédito tributário compensável, da configuração do indébito
tributário, e da existência de lei específica autorizativa da citada modalidade extintiva do crédito
tributário.
(REsp 1008343 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe
01/02/2010)

71
DIREITO DO TRABALHO
META 09
• TEMA REPETITIVO 288:
É admissível o ajuizamento de novos embargos de devedor, ainda que nas hipóteses de reforço
ou substituição da penhora, quando a discussão adstringir-se aos aspectos formais do novo ato
constritivo.
(REsp 1116287 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2009, DJe
04/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 287:


É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
(REsp 1114767 RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 02/12/2009, DJe
04/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 271:


Os efeitos da suspensão da exigibilidade pela realização do depósito integral do crédito
exequendo, quer no bojo de ação anulatória, quer no de ação declaratória de inexistência de
relação jurídico-tributária, ou mesmo no de mandado de segurança, desde que ajuizados
anteriormente à execução fiscal, têm o condão de impedir a lavratura do auto de infração, assim
como de coibir o ato de inscrição em dívida ativa e o ajuizamento da execução fiscal, a qual, acaso
proposta, deverá ser extinta.
(REsp 1140956 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/11/2010, DJe
03/12/2010)

• TEMA REPETITIVO 268:


É desnecessária a apresentação do demonstrativo de cálculo, em execução fiscal, uma vez que a
Lei n. 6.830/80 dispõe, expressamente, sobre os requisitos essenciais para a instrução da petição
inicial e não elenca o demonstrativo de débito entre eles.
(REsp 1138202 ES, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe
01/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 262:


A prescrição, causa extintiva do crédito tributário, é passível de ser veiculada em exceção de pré-
executividade, máxime quando fundada na inconstitucionalidade.
(REsp 1136144 RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe
01/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 260:


O reforço da penhora não pode ser deferido ex officio, a teor dos artigos 15, II, da LEF e 685 do
CPC.

72
DIREITO DO TRABALHO
META 09
(REsp 1127815 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/11/2010, DJe
14/12/2010)

• TEMAS REPETITIVOS 254. 253 E 252:


É vintenário o prazo prescricional da pretensão executiva atinente à tarifa por prestação de
serviços de água e esgoto, cujo vencimento, na data da entrada em vigor do Código Civil de 2002,
era superior a dez anos. Ao revés, cuidar-se-á de prazo prescricional decenal.
(REsp 1117903 RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe
01/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 249:


O prosseguimento da execução fiscal (pelo valor remanescente daquele constante do
lançamento tributário ou do ato de formalização do contribuinte fundado em legislação
posteriormente declarada inconstitucional em sede de controle difuso) revela-se forçoso em face
da suficiência da liquidação do título executivo, consubstanciado na sentença proferida nos
embargos à execução, que reconheceu o excesso cobrado pelo Fisco, sobressaindo a higidez do
ato de constituição do crédito tributário, o que, a fortiori, dispensa a emenda ou substituição da
certidão de dívida ativa (CDA).
(REsp 1115501 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/11/2010, DJe
30/11/2010)

• TEMA REPETITIVO 241:


O depósito prévio previsto no art. 38, da LEF, não constitui condição de procedibilidade da ação
anulatória, mas mera faculdade do autor, para o efeito de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário, nos termos do art. 151 do CTN, inibindo, dessa forma, o ajuizamento da ação executiva
fiscal.
(REsp 962838 BA, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe
18/12/2009)

• TEMA REPETITIVO 236:


Em processo de execução, o terceiro afetado pela constrição judicial de seus bens poderá opor
embargos de terceiro à execução ou interpor recurso contra a decisão constritiva, na condição de
terceiro prejudicado.
(REsp 1091710 PR, Rel. Ministro LUIZ FUX, CORTE ESPECIAL, julgado em 17/11/2010, DJe
25/03/2011)

• TEMA REPETITIVO 232:

73
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Na repetição do indébito tributário referente a recolhimento de tributo direto, não se impõe a
comprovação de que não houve repasse do encargo financeiro decorrente da incidência do
imposto ao consumidor final, contribuinte de fato.
(REsp 1125550 SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
14/04/2010, DJe 29/04/2010)

• TEMA REPETITIVO 229:


A ação de repetição de indébito (...) visa à restituição de crédito tributário pago indevidamente
ou a maior, por isso que o termo a quo é a data da extinção do crédito tributário, momento em
que exsurge o direito de ação contra a Fazenda Pública, sendo certo que, por tratar-se de tributo
sujeito ao lançamento de ofício, o prazo prescricional é quinquenal, nos termos do art. 168, I, do
CTN.
(REsp 947206 RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/10/2010, DJe
26/10/2010)

• TEMA REPETITIVO 228:


O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito
tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.
(REsp 1114404 MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
10/02/2010, DJe 01/03/2010)

• TEMA REPETITIVO 202:


O cartório extrajudicial deve expedir certidão sobre os atos constitutivos da empresa devedora
executada requerida pela Fazenda Pública, cabendo-lhe, se vencida, reembolsar o valor das
custas ao final.
(EDcl nos EDcl nos EDcl nos EDcl no REsp 1107543 SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/09/2017, DJe 19/09/2017)

• TEMA REPETITIVO 199:


A Taxa SELIC é legítima como índice de correção monetária e de juros de mora, na atualização
dos débitos tributários pagos em atraso, diante da existência de Lei Estadual que determina a
adoção dos mesmos critérios adotados na correção dos débitos fiscais.
(REsp 879844 MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/11/2009, DJe
25/11/2009)

• TEMA REPETITIVO 179:

74
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A perda da pretensão executiva tributária pelo decurso de tempo é consequência da inércia do
credor, que não se verifica quando a demora na citação do executado decorre unicamente do
aparelho judiciário.
(REsp 1102431 RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe
01/02/2010)

• TEMA REPETITIVO 166:


A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença
de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do
sujeito passivo da execução.
(REsp 1045472 BA, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe
18/12/2009)

• TEMA REPETITIVO 143:


Em casos de extinção de execução fiscal em virtude de cancelamento de débito pela exequente,
define a necessidade de se perquirir quem deu causa à demanda a fim de imputar-lhe o ônus
pelo pagamento dos honorários advocatícios.
(REsp 1111002 SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
23/09/2009, DJe 01/10/2009)

• TEMA REPETITIVO 142:


O prazo de prescrição quinquenal para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao
lançamento de ofício, é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, qual
seja, a data do efetivo pagamento do tributo. A declaração de inconstitucionalidade da lei
instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração
de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo
prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em
relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício.
(REsp 1110578 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/05/2010, DJe
21/05/2010)

• TEMA REPETITIVO 131:


O termo inicial para a oposição dos Embargos à Execução Fiscal é a data da efetiva intimação da
penhora, e não a da juntada aos autos do mandado cumprido.
(REsp 1112416 MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009,
DJe 09/09/2009).

• TEMA REPETITIVO 120:

75
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por precatório.
(REsp 1090898 SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe
31/08/2009)

• TEMA REPETITIVO 119:


Incide a taxa SELIC na repetição de indébito de tributos estaduais a partir da data de vigência da
lei estadual que prevê a incidência de tal encargo sobre o pagamento atrasado de seus tributos
e, relativamente ao período anterior, incide a taxa de 1% ao mês, nos termos do art. 161, § 1º,
do CTN, observado o disposto na súmula 188/STJ, sendo inaplicável o art. 1º-F da Lei 9.494/97.
(REsp 1111189 SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
13/05/2009, DJe 25/05/2009)

• TEMA REPETITIVO 115:


Mostra-se suficiente para autorizar o pleito repetitório a juntada de apenas um comprovante de
pagamento da taxa de iluminação pública, pois isso demonstra que era suportada pelo
contribuinte uma exação que veio a ser declarada inconstitucional. A definição dos valores exatos
objeto de devolução será feita por liquidação de sentença, na qual obrigatoriamente deverá
ocorrer a demonstração do quantum recolhido indevidamente.
(REsp 1111003 PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
13/05/2009, DJe 25/05/2009)

• TEMA REPETITIVO 108:


Não cabe exceção de pré-executividade em execução fiscal promovida contra sócio que figura
como responsável na Certidão de Dívida Ativa - CDA.
(REsp 1110925 SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
22/04/2009, DJe 04/05/2009)

• TEMA REPETITIVO 104:


A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias
conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
(REsp 1104900 ES, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/03/2009,
DJe 01/04/2009)

• TEMA REPETITIVO 103:


Se a execução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio consta da CDA,
a ele incumbe o ônus da prova de que não ficou caracterizada nenhuma das circunstâncias
previstas no art. 135 do CTN, ou seja, não houve a prática de atos 'com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos'.

76
DIREITO DO TRABALHO
META 09
(REsp 1104900 ES, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/03/2009, DJe
01/04/2009)

• TEMA REPETITIVO 102:


A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais modalidades.
(REsp 1103050 BA, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
25/03/2009, DJe 06/04/2009)

• TEMA REPETITIVO 97:


A simples falta de pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que
acarreta a responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN. É indispensável,
para tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao
estatuto da empresa.
(REsp 1101728 SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
11/03/2009, DJe 23/03/2009)

• TEMA REPETITIVO 96:


A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito
tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
(REsp 1101728 SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
11/03/2009, DJe 23/03/2009)

• TEMA REPETITIVO 88:


Nos termos do art. 167, parágrafo único do CTN e da Súmula 188/STJ, 'Os juros moratórios, na
repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgado da sentença'. Tal
regime é aplicável à repetição de indébito de contribuições previdenciárias, que também têm
natureza tributária.
(REsp 1086935 SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
12/11/2008, DJe 24/11/2008)

• TEMA REPETITIVO 82:


A citação válida, ainda que por edital, tem o condão de interromper o fluxo do prazo prescricional.
(REsp 999901 RS, Rel. Ministro por acórdão LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/05/2009,
DJe 10/06/2009)

• TEMA REPETITIVO 81:


É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de renda retidos
indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual.

77
DIREITO DO TRABALHO
META 09
(REsp 1001655 DF, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2009, DJe
30/03/2009)

6. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA - STJ

• IAC 3:
Não é cabível mandado de segurança contra decisão proferida em execução fiscal no contexto
do art. 34 da Lei n. 6.830/80.
(IAC no RMS 53720 SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/04/2019,
DJe 20/05/2019)
(IAC no RMS 54712 SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/04/2019,
DJe 20/05/2019)

QUESTÕES PROPOSTAS – MULTIPLA ESCOLHA

01 – 2016 – VUNESP – IPSMI - Procurador


Acerca da Ação Cautelar Fiscal, assinale a alternativa correta.

a) Para a concessão da medida cautelar fiscal não é essencial a prova literal da constituição do
crédito tributário.
b) A decretação da medida cautelar fiscal não produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens
do requerido, até o limite da satisfação da obrigação.
c) O juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, desde que a Fazenda Pública apresente
justificação prévia ou preste caução.
d) O requerido será citado para, no prazo de cinco dias, contestar o pedido, indicando as provas que
pretenda produzir.
e) A medida cautelar fiscal conserva a sua eficácia no prazo de sessenta dias, contados da data em
que a exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa e na pendência do processo de
execução judicial da Dívida Ativa, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

COMENTÁRIOS
A – Lei 8.397/92 - Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:
I - prova literal da constituição do crédito fiscal;
II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.

B – Lei 8.397/92 - Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a


indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação.

C – Lei 8.397/92 - Art. 7° O Juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, dispensada
a Fazenda Pública de justificação prévia e de prestação de caução.

78
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Parágrafo único. Do despacho que conceder liminarmente a medida cautelar caberá agravo de
instrumento.

D – Lei 8.397/92 - Art. 8° O requerido será citado para, no prazo de quinze dias, contestar o
pedido, indicando as provas que pretenda produzir.
Parágrafo único. Conta-se o prazo da juntada aos autos do mandado:
a) de citação, devidamente cumprido;
b) da execução da medida cautelar fiscal, quando concedida liminarmente.

E - Lei 8.397/92 - Art. 12. A medida cautelar fiscal conserva a sua eficácia no prazo do artigo
antecedente e na pendência do processo de execução judicial da Dívida Ativa, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão em contrário, a medida cautelar fiscal conservará sua eficácia
durante o período de suspensão do crédito tributário ou não tributário.

LETRA E

02 – 2016 – VUNESP – IPSMI - Procurador


No processo de execução fiscal,

a) será admitida a reconvenção, a compensação e as exceções, inclusive as de suspeição,


incompetência e impedimentos, que serão arguidas como matéria preliminar e serão processadas e
julgadas com os embargos.
b) recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda para impugná-los no prazo de 60
(sessenta) dias, designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento.
c) não sendo embargada ou sendo rejeitados os embargos, no caso de garantia prestada por terceiro,
será este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a execução nos próprios autos, para, no prazo
de 15 (quinze) dias, remir o bem, se a garantia for real.
d) a Fazenda Pública não poderá adjudicar os bens penhorados antes do leilão, pelo preço da
avaliação, se a execução não for embargada ou se rejeitados os embargos.
e) se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz,
independentemente da manifestação da Fazenda Pública, deverá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente e decretá-la de imediato.

COMENTÁRIOS
A – LEF - Art. 16, § 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as exceções,
salvo as de suspeição, incompetência e impedimentos, serão arguidas como matéria preliminar
e serão processadas e julgadas com os embargos.

B – LEF Art. 17 - Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda, para impugná-los
no prazo de 30 (trinta) dias, designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo Único - Não se realizará audiência, se os embargos versarem sobre matéria de
direito, ou, sendo de direito e de fato, a prova for exclusivamente documental, caso em que o
Juiz proferirá a sentença no prazo de 30 (trinta) dias.

79
DIREITO DO TRABALHO
META 09

C - LEF - Art. 19 - Não sendo embargada a execução ou sendo rejeitados os embargos, no caso
de garantia prestada por terceiro, será este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a
execução nos próprios autos, para, no prazo de 15 (quinze) dias:
I - remir o bem, se a garantia for real; ou
II - pagar o valor da dívida, juros e multa de mora e demais encargos, indicados na Certidão de
Dívida Ativa pelos quais se obrigou se a garantia for fidejussória.

D – LEF - Art. 24 - A Fazenda Pública poderá adjudicar os bens penhorados:


I - antes do leilão, pelo preço da avaliação, se a execução não for embargada ou se rejeitados
os embargos;
II - findo o leilão:
a) se não houver licitante, pelo preço da avaliação;
b) havendo licitantes, com preferência, em igualdade de condições com a melhor oferta, no
prazo de 30 (trinta) dias.
Parágrafo Único - Se o preço da avaliação ou o valor da melhor oferta for superior ao dos
créditos da Fazenda Pública, a adjudicação somente será deferida pelo Juiz se a diferença for
depositada, pela exeqüente, à ordem do Juízo, no prazo de 30 (trinta) dias.

E – LEF - Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o
devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não
correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da
Fazenda Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados
os autos para prosseguimento da execução.
§ 4º Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz,
depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e
decretá-la de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 5º A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será dispensada
no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de
Estado da Fazenda. (Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009)

LETRA C

03 – 2015 – FCC - TJ-SE - Juiz de direito


Sobre fraude à execução em matéria tributária, é correto afirmar que:

a) tem como marco inicial a alienação ou oneração de bens após a inscrição em dívida ativa, desde
que não tenham sido reservados bens ou rendas suficientes ao pagamento total da dívida.

80
DIREITO DO TRABALHO
META 09
b) é presumida de forma absoluta qualquer alienação ou oneração de bens que reduzam o
contribuinte à insolvência.
c) pode ser reconhecida administrativamente em sede de arrolamento fiscal de bens, quando a
alienação ocorreu após inscrição da dívida ativa e tenha reduzido o contribuinte à insolvência.
d) pressupõe que tenha havido liminar concedida em sede de medida cautelar fiscal, impedindo a
alienação ou oneração de bens imóveis ali constantes.
e) ocorre em relação a alienação de bens imóveis de contribuinte que tenha dívida ativa superior a
dois milhões de reais, desde que não tenha reservado bens suficientes para garantir a dívida.

COMENTÁRIOS
A, B, C, D e E: CTN - Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados,
pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

LETRA A

04 – 2015 – CESPE – TCU - Procurador


Assinale a opção correta no que se refere a limitações do poder de tributar, distinção entre
imunidade, isenção e não incidência, vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação
tributária, e extinção do crédito tributário.

a) A revogação de isenção obedece ao princípio da anterioridade, não se podendo exigir o tributo


imediatamente.
b) Na repetição do indébito tributário, a correção monetária incide a partir da citação da fazenda
pública.
c) Na repetição do indébito tributário, os juros moratórios são devidos a partir do arbitramento em
sentença.
d) Ainda que um tributo indireto seja pago indevidamente, não caberá a sua restituição, salvo se o
contribuinte de direito comprovar que não transferiu o encargo financeiro ao contribuinte de fato ou
que está expressamente autorizado pelo contribuinte de fato a receber a restituição.
e) A isenção tributária é um favor legal, podendo, ainda que concedida sob condição onerosa, ser
livremente suprimida.

COMENTÁRIOS
A – Há de se ressaltar que o STF entende que a revogação de isenção não se equipara à criação
ou à majoração de tributo, sendo apenas a dispensa legal do pagamento de exação já
existente, de forma que o tributo volta a ser imediatamente exigível, não sendo aplicável o
princípio da anterioridade (RE 204.062).
Direito tributário I Ricardo Alexandre - 11. ed. rev~ atual. e amp1. - Salvador - Ed. JusPodivm,
2017.

B – SÚMULA N. 162 do STJ


81
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do pagamento
indevido.

C – SÚMULA N. 188 do STJ


Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em
julgado da sentença.

D - CTN - Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência
do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido
encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado
a recebê-la.

E - Súmula 544 do STF


Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas.

LETRA D

05 – 2015 – VUNESP – SAEG - Advogado


Sabe-se que execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e respectivas autarquias é regida pela lei n°6.830/80 e, subsidiariamente,
pelo Código de Processo Civil. Sobre o procedimento aplicado a essas execuções, é correto afirmar
que

a) a Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez. Tal presunção é
relativa e pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem
aproveite.
b) a competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de
qualquer outro Juízo, exceto o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou do
inventário.
c) o executado será citado para, no prazo de 15 (quinze) dias, pagar a dívida com os juros e multa de
mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução.
d) na execução fiscal, a intimação do representante judicial da Fazenda Pública será feita
pessoalmente ou por meio do Diário de Justiça.
e) a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública está sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento.

COMENTÁRIOS
A - LEF - Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez.
Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova
inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.

B – LEF - Art. 5º - A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda
Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação,
da insolvência ou do inventário.

82
DIREITO DO TRABALHO
META 09

C – LEF - Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com
os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a
execução, observadas as seguintes normas:
I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer
por outra forma;
II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do
executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da
carta à agência postal;
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à
agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;
IV - o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no órgão oficial,
gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta) dias, e conterá, apenas,
a indicação da exeqüente, o nome do devedor e dos co-responsáveis, a quantia devida, a
natureza da dívida, a data e o número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o
endereço da sede do Juízo.
D - LEF - Art. 25 - Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda
Pública será feita pessoalmente.
Parágrafo Único - A intimação de que trata este artigo poderá ser feita mediante vista dos
autos, com imediata remessa ao representante judicial da Fazenda Pública, pelo cartório ou
secretaria.

E - LEF - Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a
concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou
arrolamento
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de
direito público, na seguinte ordem: (Vide ADPF 357)
I - União e suas autarquias; (Vide ADPF 357)
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro
rata; (Vide ADPF 357)
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. (Vide ADPF 357)

OBS.: ADPF 357 julgou não recepcionado o concurso de preferência previsto no parágrafo
único do art. 187 do CTN e no parágrafo único do art. 29 da LEF.

LETRA A

06 – 2015 – VUNESP - CRO-SP - Advogado


Acerca do procedimento da execução fiscal, conforme disciplinado em lei específica, é correto afirmar
que

a) a competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de
qualquer outro Juízo, exceto o da falência e o da recuperação judicial.

83
DIREITO DO TRABALHO
META 09
b) a petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um único documento, preparado
inclusive por processo eletrônico.
c) a produção de provas pela Fazenda Pública dependerá de requerimento específico na petição
inicial.
d) o valor atribuído à causa na petição inicial, pela Fazenda Pública, será o da dívida constante na
certidão, sem os encargos legais que serão exigidos quando do efetivo pagamento.
e) o despacho do Juiz que ordenar a citação do devedor para pagar a dívida em 15 dias suspende a
prescrição.

COMENTÁRIOS
A – LEF - Art. 5º - A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda
Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação,
da insolvência ou do inventário.

B - LEF – Art. 6o, § 2º - A petição inicial e a Certidão de Dívida Ativa poderão constituir um
único documento, preparado inclusive por processo eletrônico.

C – LEF – Art. 6o, § 3º - A produção de provas pela Fazenda Pública independe de requerimento
na petição inicial.

D – LEF – Art. 6o, § 4º - O valor da causa será o da dívida constante da certidão, com os
encargos legais.

E - Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os
juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a
execução, observadas as seguintes normas:
I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública não a requerer
por outra forma;
II - a citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do
executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez) dias após a entrega da
carta à agência postal;
III - se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à
agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;

CTN - Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados
da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do
débito pelo devedor.

84
DIREITO DO TRABALHO
META 09
LETRA B

07 – 2015 – VUNESP - CRO-SP - Advogado


Assinale a alternativa correta no que respeita ao procedimento da ação cautelar fiscal.

a) Estando a execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública em Tribunal, a medida cautelar
fiscal será requerida ao relator do recurso.
b) Para que o Juiz conceda liminarmente a medida cautelar fiscal, é necessária a justificação prévia
por parte da Fazenda Pública.
c) Quando a medida cautelar fiscal for concedida em procedimento preparatório, deverá a Fazenda
Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de sessenta dias, contados da concessão
da medida.
d) Da sentença que decretar a medida cautelar fiscal caberá apelação, sem efeito suspensivo, ainda
que o requerido preste garantia correspondente ao valor da prestação da Fazenda Pública, na forma
prevista na lei que rege a execução fiscal.
e) Para que seja concedida a medida cautelar fiscal é exigível, em qualquer hipótese, a prévia
constituição do crédito tributário.

COMENTÁRIOS
A - Lei 8.397/92 - Art. 5° A medida cautelar fiscal será requerida ao Juiz competente para a
execução judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública.
Parágrafo único. Se a execução judicial estiver em Tribunal, será competente o relator do
recurso.

B – Lei 8.397/92 - Art. 7° O Juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, dispensada
a Fazenda Pública de justificação prévia e de prestação de caução.
Parágrafo único. Do despacho que conceder liminarmente a medida cautelar caberá agravo de
instrumento.

C – Lei 8.397/92 - Art. 11. Quando a medida cautelar fiscal for concedida em procedimento
preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de
sessenta dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera
administrativa.

D – Lei 8.397/92 - Art. 17. Da sentença que decretar a medida cautelar fiscal caberá apelação,
sem efeito suspensivo, salvo se o requerido oferecer garantia na forma do art. 10 desta lei.

Lei 8.397/92 - Art. 10. A medida cautelar fiscal decretada poderá ser substituída, a qualquer
tempo, pela prestação de garantia correspondente ao valor da prestação da Fazenda Pública,
na forma do art. 9° da Lei n° 6.830, de 22 de setembro de 1980.
Parágrafo único. A Fazenda Pública será ouvida necessariamente sobre o pedido de
substituição, no prazo de cinco dias, presumindo-se da omissão a sua aquiescência.

85
DIREITO DO TRABALHO
META 09
E - Lei 8.397/92 - Art. 10. A medida cautelar fiscal decretada poderá ser substituída, a
qualquer tempo, pela prestação de garantia correspondente ao valor da prestação da Fazenda
Pública, na forma do art. 9° da Lei n° 6.830, de 22 de setembro de 1980.
Parágrafo único. A Fazenda Pública será ouvida necessariamente sobre o pedido de
substituição, no prazo de cinco dias, presumindo-se da omissão a sua aquiescência.

LEF - Art. 9º - Em garantia da execução, pelo valor da dívida, juros e multa de mora e encargos
indicados na Certidão de Dívida Ativa, o executado poderá:
I - efetuar depósito em dinheiro, à ordem do Juízo em estabelecimento oficial de crédito, que
assegure atualização monetária;
II - oferecer fiança bancária ou seguro garantia; (Redação dada pela Lei nº
13.043, de 2014)
III - nomear bens à penhora, observada a ordem do artigo 11; ou
IV - indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública.

Lei 8.397/92 - Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo
de crédito tributário ou não tributário, quando o devedor: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de
1997) (Produção de efeito)
V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal:
b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros.
VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública
competente, quando exigível em virtude de lei; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção
de efeito)

LETRA A

08 – 2019 – VUNESP – Câmara de Mauá-SP – Procurador Legislativo

Sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, assinale a alternativa correta.

A) A inscrição do débito em dívida ativa será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e
certeza do crédito e interrompe a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 120 dias.
B) A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos elementos do Termo de Inscrição, dispensada a
autenticação pela autoridade competente.
C) A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção absoluta de certeza e liquidez.
D) A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de
qualquer outro Juízo, exceto o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou do
inventário.
E) A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do Código Tributário Nacional,
pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis.

COMENTÁRIOS:

86
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A - ERRADA. Art. 2º,§ 3º da Lei nº 6.830/80 - A inscrição, que se constitui no ato de controle
administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do
crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a
distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.

B – ERRADA. Art. 2º, § 6º da Lei nº 6.830/80 - A Certidão de Dívida Ativa conterá os mesmos
elementos do Termo de Inscrição e será autenticada pela autoridade competente.

C – ERRADA. Art. 3º da Lei nº 6.830/80 - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção
de certeza e liquidez.

Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova
inequívoca, a cargo do executado ou de terceiro, a quem aproveite.

D – ERRADA. Art. 5º da Lei nº 6.830/80 - A competência para processar e julgar a execução da


Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da
concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário.

E – CORRETA. Súmula 560, STJ - A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na


forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens
penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos
financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran
ou Detran.

GABARITO: E

09 – 2019 – VUNESP – Prefeitura de São José dos Campos – SP – Procurador

Em sede de execução fiscal, conforme disciplinada pela Lei no 6.830/80, a arrematação será
precedida de edital, afixado no lugar de costume, na sede do Juízo, e publicado em resumo, uma só
vez, gratuitamente, como expediente judiciário, no órgão oficial. O prazo entre as datas de publicação
do edital e do leilão não poderá ser superior a __________ , nem inferior a ________ dias. As lacunas
do texto devem ser preenchidas, respectivamente, com:

A) 10 … 5
B) 15 … 5
C) 20 … 10
D) 30 … 10
E) 60 … 30

COMENTÁRIOS:

Segundo a Lei 6.830/80:

87
DIREITO DO TRABALHO
META 09
Art. 22 - A arrematação será precedida de edital, afixado no local de costume, na sede do
Juízo, e publicado em resumo, uma só vez, gratuitamente, como expediente judiciário, no órgão
oficial.
§ 1º - O prazo entre as datas de publicação do edital e do leilão não poderá ser superior
a 30 (trinta), nem inferior a 10 (dez) dias.

GABARITO: D

10 – 2019 – VUNESP – Prefeitura de Cerquilho-SP – Procurador Jurídico

A respeito da cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, é correto afirmar, com base na
Lei n° 6.830/1980, que

A) em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz ao executado a substituição da penhora por
depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro garantia.
B) o executado oferecerá embargos, no prazo de 15 (quinze) dias, contados do depósito; da juntada
da prova da fiança bancária; ou da intimação da penhora.
C) são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução, quando se tratar de dívida
ativa não tributária.
D) recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda, para impugná-los no prazo de 15
(quinze) dias, designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento.
E) na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será feita por
meio de correio ou edital.

COMENTÁRIOS:

Segundo dispõe a Lei 6.830/80:

A – CORRETA. Art. 15 - Em qualquer fase do processo, será deferida pelo Juiz:

I - ao executado, a substituição da penhora por depósito em dinheiro, fiança bancária ou seguro


garantia; e

II - à Fazenda Pública, a substituição dos bens penhorados por outros, independentemente da


ordem enumerada no artigo 11, bem como o reforço da penhora insuficiente.

B – ERRADA. Art. 16. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:

I - do depósito;

II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia;

III - da intimação da penhora.

88
DIREITO DO TRABALHO
META 09
C – ERRADA. Art. 16. (...)

§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.

D – ERRADA. Art. 17. Recebidos os embargos, o Juiz mandará intimar a Fazenda, para impugná-
los no prazo de 30 (trinta) dias, designando, em seguida, audiência de instrução e julgamento.

E – ERRADA. Art. 22. (...)

§ 2º - O representante judicial da Fazenda Pública, será intimado, pessoalmente, da realização


do leilão, com a antecedência prevista no parágrafo anterior.

GABARITO: A

11- CESPE / CEBRASPE - 2022 - DPE-TO - Defensor Público Substituto

Constituído o crédito tributário, será ilegítima a execução fiscal contra

A) os sucessores do devedor.
B) o fiador do devedor.
C) o avalista do devedor.
D) o espólio do devedor.
E) a massa.

COMENTÁRIOS

Lei da Execução Fiscal - 6830/80

Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:

I - o devedor;

II - o fiador;

III - o espólio;

IV - a massa;

V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas
jurídicas de direito privado; e

VI - os sucessores a qualquer título.

Execução Fiscal não pode ser promovida contra o avalista do devedor.

89
DIREITO DO TRABALHO
META 09

LETRA C

12- CESPE / CEBRASPE - 2022 - PGE-RO - Procurador do Estado

Uma pessoa jurídica recebeu um mandado de citação relativa a uma execução fiscal, com ordem para
pagar, em até cinco dias, débitos de ICMS já inscritos em dívida ativa. Como não houve o pagamento
tempestivo, foi ordenada a penhora de bens.
Nessa situação hipotética, considerando-se a jurisprudência do STJ, o prazo para a apresentação dos
embargos à execução fiscal deve ser contado a partir

A) do ato de inscrição do crédito tributário em dívida ativa.


B) da juntada aos autos do mandado de citação.
C) do fim do prazo para o pagamento do crédito em execução.
D) da efetiva intimação da penhora.
E) da juntada aos autos do mandado de penhora cumprido.

COMENTÁRIOS

STJ: Da intimação da penhora: o STJ, em julgamento sob a sistemática de recursos repetitivos,


pacificou a orientação de que o termo inicial para a oposição dos Embargos à Execução Fiscal é a
data da efetiva intimação da penhora, e não a da juntada aos autos do mandado cumprido (, Rel.
Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 27/05/2009).

LETRA D

13- FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Ivoti - RS – Advogado

Sobre a execução fiscal, à luz do disposto na Lei de Execução fiscal (Lei nº 6.830/1980) e do
entendimento sumulado pelo STJ, é correto afirmar que:
A) Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o demonstrativo
de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no Art. 6º da Lei nº 6.830/1980.
B) Em ações de execução fiscal, a petição inicial pode ser indeferida sob o argumento da falta de
indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada.
C) Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,
sem comunicação aos órgãos competentes. Contudo, o redirecionamento da execução fiscal para o
sócio-gerente exige prova de abuso da personalidade jurídica.
D) A citação por edital não é admissível na execução fiscal.
E) A exceção de pré-executividade não é admissível na execução fiscal.

COMENTÁRIOS

90
DIREITO DO TRABALHO
META 09
A) Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o demonstrativo
de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/1980.
CORRETO

Súmula 559-STJ: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com
o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei nº
6.830/1980.

B) Em ações de execução fiscal, a petição inicial pode ser indeferida sob o argumento da falta de
indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada. ERRADO

Súmula 558-STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o
argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada.

C) Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio


fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes. Contudo, o redirecionamento da execução fiscal
para o sócio-gerente exige prova de abuso da personalidade jurídica. ERRADO

Súmula 435-STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu
domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente.

ENUNCIADO 53 - ENFAM

O redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente prescinde do incidente de


desconsideração da personalidade jurídica previsto no art. 133 do CPC/2015.

ENUNCIADO 20 - FONEF

O incidente de desconsideração da personalidade jurídica, previsto no art. 133 do NCPC, não se


aplica aos casos em que há pedido de inclusão de terceiros no polo passivo da execução fiscal de
créditos tributários, com fundamento no art. 135 do CTN, desde que configurada a dissolução
irregular da executada, nos termos da súmula 435 do STJ

D) A citação por edital não é admissível na execução fiscal.

SÚMULA N. 414 - STJ: A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as
demais modalidades.

E) A exceção de pré-executividade não é admissível na execução fiscal.

SÚMULA N. 393 - STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

91
DIREITO DO TRABALHO
META 09
LETRA A

14- FGV - 2022 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto

Caio, administrador e sócio da sociedade empresária limitada Empório da Carne Ltda., atuante no
ramo de compra e venda de produtos alimentícios, deixou de pagar o ICMS da referida pessoa
jurídica, o que levou ao ajuizamento da ação de execução fiscal competente.

Não encontrados bens em nome da pessoa jurídica, a mesma foi redirecionada para Caio, que
dolosamente, após o ajuizamento da execução fiscal, alienou seus bens para Clóvis, seu irmão.

Diante do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

A) Em face da natureza jurídica do crédito tributário, a simples alienação de bens pelo sujeito passivo,
por quantia inscrita em dívida ativa, sem a reserva de meios para quitação do débito, gera presunção
absoluta de fraude à execução.
B) O juiz não pode determinar a indisponibilidade de bens e direitos na hipótese de o devedor
tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem
encontrados bens penhoráveis.
C) Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
passivo em débito para com a Fazenda Pública por crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa desde que já em fase de execução.
D) A caracterização de má-fé do terceiro adquirente, ou mesmo a prova do conluio é necessária para
caracterização da fraude à execução.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA. "Conclui-se que, à luz do disposto no art. 185 do CTN, deve ser mantida a tese
firmada pelo acórdão embargado, segundo a qual, diante da entrada em vigor da LC 118/2005, o
simples fato de a oneração ou alienação de bens, rendas ou direitos ocorrer após a inscrição da
dívida ativa de crédito tributário, sem reservas de quantia suficiente à quitação do débito, gera
presunção de fraude à execução, sendo irrelevante a prova do concilium fraudis, visto que, nessa
hipótese, a presunção é jure et de jure (presunção absoluta), mesmo no caso da existência de
sucessivas alienações". STJ - EDcl no REsp 1141990/PR.

b) Incorreta. Art. 185-A, CTN. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar
nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz
determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras
do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam
cumprir a ordem judicial.

92
DIREITO DO TRABALHO
META 09
c) Incorreta. Art. 185, CTN. Presume fraudulenta alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu
começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.

d) Incorreta. Vide comentário relativo à alternativa "a".

LETRA A

15- FUNDATEC - 2021 - PGE-RS - Analista Jurídico

Acerca do processo de execução fiscal, é correto afirmar que:


A) A Lei nº 6.830/1980 é aplicável exclusivamente para a cobrança de créditos tributários.
B) A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias
conhecíveis de ofício, ainda quando demandem dilação probatória.
C) É admissível a citação exclusivamente por edital, quando se tratar de processo de pequeno valor,
tendo em vista os elevados custos decorrentes da citação pessoal.
D) Na execução fiscal, a garantia do juízo é condição de procedibilidade dos embargos do devedor.
E) É requisito obrigatório da petição de execução fiscal a indicação do CPF ou do CNPJ da pessoa
executada, sob pena de indeferimento da petição inicial.

COMENTÁRIOS

§ 2º - A Dívida Ativa da Fazenda Pública, compreendendo a tributária e a não tributária, abrange


atualização monetária, juros e multa de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato.

SÚMULA N. 393 A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente


às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.

Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e
multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução,
observadas as seguintes normas: I - a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a
Fazenda Pública não a requerer por outra forma; II - a citação pelo correio considera-se feita na
data da entrega da carta no endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção,
10 (dez) dias após a entrega da carta à agência postal; III - se o aviso de recepção não retornar no
prazo de 15 (quinze) dias da entrega da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de
Justiça ou por edital;

Art. 16. § 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.

Entendimento do STJ: O juiz não pode indeferir a petição inicial em ação de execução fiscal com o
argumento de que não houve indicação do CPF ou RG da parte executada.

LETRA D

93

Você também pode gostar