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MÓDULO

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CONTRATO DE TRABALHO

2.5 TERCEIRIZAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

SUMÁRIO
ASSUNTO PÁGINA
2.5. TERCEIRIZAÇÃO .................................................................................................................................. 3
2.5.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3
2.5.2. CARACTERIZAÇÃO .................................................................................................................. 3
2.5.3. VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO......................................................................................... 3
2.5.4. DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO ................................................................................. 3
2.5.5. ATIVIDADES QUE PODEM SER TERCEIRIZADAS................................................................. 4
2.5.6. TRABALHO TEMPORÁRIO....................................................................................................... 4
2.5.7. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO........................................................................... 4
2.5.8. VÍNCULO EMPREGATÍCIO....................................................................................................... 4
2.5.8.1. CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO .............................................. 4
2.5.9. FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................................. 5
2.5.9.1. CONTRATO SOCIAL ................................................................................................. 5
2.5.9.2. DESVIO DE FUNÇÃO................................................................................................ 5
2.5.10. COOPERATIVA DE TRABALHO............................................................................................... 5
2.5.11. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO ................................................. 6
2.5.11.1. REGISTRO DE EMPREGADOS ................................................................................ 6
2.5.11.1.1. Apresentação do Registro........................................................................ 6
2.5.11.2. HORÁRIO DE TRABALHO ........................................................................................ 6
2.5.11.3. DEMAIS OBRIGAÇÕES............................................................................................. 6
2.5.11.4. RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ........................................................... 7
2.5.11.5. FGTS .......................................................................................................................... 7
2.5.11.5.1. Contribuição Social .................................................................................. 7
2.5.11.5.1.1. Empresas Isentas ............................................................... 7
2.5.12. TRATAMENTO PREVIDENCIÁRIO........................................................................................... 7
2.5.12.1. CONTRIBUIÇÃO PARA O INSS ................................................................................ 8
2.5.12.1.1. Atividades Sujeitas à Retenção................................................................ 8
2.5.12.1.2. Serviços Com Retenção na Construção Civil .......................................... 9
2.5.12.1.3. Serviços Sem Retenção na Construção Civil........................................... 10
2.5.12.1.4. Alíquota .................................................................................................... 10
2.5.12.2. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO....................................................................... 11
2.5.12.2.1. Dedução de Materiais e Equipamentos ................................................... 11
2.5.12.2.2. Serviço de Transporte .............................................................................. 12
2.5.12.2.3. Fiscalização.............................................................................................. 13
2.5.12.2.4. Material com Colocação........................................................................... 13
2.5.12.2.5. Manutenção de Equipamento .................................................................. 13
2.5.12.3. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA CONTRATANTE DO SERVIÇO ............................... 13
2.5.12.3.1. Recolhimento da Contribuição ................................................................. 13
2.5.12.3.2. Dispensa de Retenção ............................................................................. 13
2.5.12.3.3. Guarda de Documentos .......................................................................... 14
2.5.12.3.4. Escrituração Contábil ............................................................................... 14
2.5.12.3.5. Dispensa de Escrituração Contábil .......................................................... 15
2.5.12.4. OBRIGAÇÕES DA PRESTADORA DE SERVIÇO .................................................... 15
2.5.12.4.1. Demonstrativo Mensal.............................................................................. 15
2.5.12.4.2. Escrituração Contábil ............................................................................... 15
2.5.12.4.3. Folha de Pagamento ................................................................................ 15
2.5.12.4.3.1. Dispensa de Elaborar Folha de Pagamento....................... 15
2.5.12.4.4. SEFIP/GFIP.............................................................................................. 16
2.5.12.4.5. Compensação da Contribuição ................................................................ 16
2.5.12.4.5.1. Falta de Destaque da Retenção ......................................... 16
2.5.12.4.5.2. Recolhimento das Contribuições ........................................ 16
2.5.12.4.6. Restituição da Retenção .......................................................................... 16
2.5.12.5. COOPERATIVA DE TRABALHO ............................................................................... 17
2.5.12.6. EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL ................................................. 17
2.5.12.7. ENTIDADE BENEFICENTE ....................................................................................... 17
2.5.12.8. TRABALHO TEMPORÁRIO ....................................................................................... 18

2 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

2.5. TERCEIRIZAÇÃO
2.5.1. INTRODUÇÃO
Uma das principais dúvidas dos empresários diz respeito à contratação de pessoas jurídicas para prestação de
serviços a terceiros sem a caracterização de vínculo empregatício dos trabalhadores da prestadora com a
empresa contratante.
A fim de livrar-se dos encargos sociais que tanto oneram as empresas, muitas vezes as contratações não
obedecem ao que determina nossa legislação, resultando para a contratante penalidade decorrente de atos fiscais
por parte do MTE – Ministério do Trabalho ou da RFB – Secretaria da Receita Federal do Brasil ou, ainda, ação na
Justiça do Trabalho, para que de forma subsidiária, pague os direitos trabalhistas que não foram honrados pela
contratada.
Neste Fascículo, vamos examinar as obrigações trabalhistas, previdenciárias e fundiárias que o contratante
(tomador) e o contratado (prestador do serviço) devem observar na terceirização de mão de obra.

2.5.2. CARACTERIZAÇÃO
A terceirização é caracterizada pela contratação de outra empresa para realizar determinada atividade no interior
da empresa contratante ou através da transferência de parte da produção.
Assim, o processo de terceirização se caracteriza quando uma determinada atividade deixa de ser desenvolvida
pelos empregados da empresa e é transferida para uma outra empresa.

2.5.3. VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO


Antes de fazer a opção pela terceirização, a empresa deve avaliar se tal situação será vantajosa. Qual é a
vantagem de terceirizar, se a empresa vai pagar a outra para ter lucro sobre o serviço que ela mesma pode
executar?
A vantagem está ligada à estratégia de produção. A empresa passa a se concentrar na sua atividade-fim,
dedicando-se tão somente àquilo que ela faz de melhor.
Ao terceirizar, a empresa reduz seus processos, o que permite melhor controle de custo, desempenho e qualidade,
facilitando a gestão da produção e da força de trabalho. Há, portanto, a possibilidade de reduzir custos
administrativos.
Assim, as empresas podem adotar a terceirização na tentativa de solucionar questões conjunturais, como redução
de custo com mão-de-obra, extinção de setores e diminuição da estrutura hierárquica.
Estrutura administrativa simplificada, uma vez que não terá de realizar registros/demissões, pagamentos de
salários, FGTS, INSS dos empregados etc.
Portanto, podemos mencionar algumas vantagens que as empresas podem ter ao terceirizar suas atividades-meio:
• Mais participação dos dirigentes nas atividades-fim da empresa.
• Concentração dos talentos no negócio principal da empresa.
• Redução do custo de estoques.
• Maior facilidade na gestão do pessoal e das tarefas.
• Possibilidade de rescisão do contrato conforme as condições preestabelecidas.
• Controle da atividade terceirizada por conta da própria empresa contratada.
• Menores despesas com aquisição e manutenção de máquinas, aparelhos e uniformes fornecidos pela empresa
contratada.
• Ampliação de mercado para pequenas empresas que terão oportunidade de oferecer seus serviços de
terceirização.

2.5.4. DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO


A empresa que terceiriza deixa de fazer o serviço e passa a “comprá-lo” de outra empresa. Ela perde o domínio do
seu ciclo de produção, o que a torna vulnerável, pois passa a depender de terceiros na continuidade de seus
negócios.
Ela dependerá da estrutura de seus fornecedores e de seu próprio poder de negociar preços com este. O preço do
contratado será também mais um custo para ser controlado.
A empresa terá que estar apta a mudar rapidamente de fornecedor, encontrando outro que tenha preço e
mantenha a qualidade do serviço.
Como os empregados que executam os serviços não estão subordinados à contratante mas sim à prestadora de
serviço, ela não conta com a fidelidade dos mesmos, ou seja, não há o comprometimento dos empregados com a
empresa contratante. Isto pode ser decisivo para a qualidade do serviço/produto e sobrevivência da empresa.
Citamos algumas desvantagens que este tipo de contratação pode acarretar:
• Verificar se o pessoal disponibilizado pela empresa terceirizada consta como registrado e se os direitos
trabalhistas e previdenciários estão sendo pagos e respeitados.
• Sofrer autuação do Ministério do Trabalho e ações trabalhistas em caso de inobservância das obrigações
mencionadas anteriormente.

FASCÍCULO 2.5 3
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

• Fiscalização dos serviços prestados para verificar se o contrato de prestação de serviços está sendo cumprido
integralmente, conforme o combinado.
• Risco de contratação de empresa não qualificada.

2.5.5. ATIVIDADES QUE PODEM SER TERCEIRIZADAS


Da mesma forma que não existe legislação específica para terceirização, não existe legislação regulando quais
são as atividades-fim e as de apoio das empresas.
A atividade-fim e a de apoio devem ser definidas pela própria empresa, em função da atividade econômica exercida.
Na indústria e/ou comércio, as atividades mais comuns que são executadas por empresas terceiras no interior da
empresa cliente são limpeza, segurança, restaurante, certos tipos de manutenção, construção civil, serviço
médico, processamento de dados, transporte, seleção e treinamento de pessoal, serviços contábeis e jurídicos.

2.5.6. TRABALHO TEMPORÁRIO


Trabalho temporário é aquele que se realiza com base na Lei 6.019/74, caracterizando-se como sendo aquele
prestado por pessoa física, com a finalidade de atender à necessidade transitória de uma empresa, necessidade
esta representada pela substituição de seu pessoal regular e permanente ou por acréscimo extraordinário de
serviços.
Assim, a contratação de mão-de-obra temporária não é exemplo de terceirização, já que o trabalho não é
executado pela empresa de trabalho temporário, mas sim pelo trabalhador temporário, que fica subordinado à
empresa cliente, prestando serviços junto com os empregados desta.
As normas sobre o trabalho temporário foram analisadas no Fascículo 8.2.

2.5.7. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO


Para que haja legalidade na terceirização dos serviços, as empresas de prestação de serviços a terceiros devem
ser pessoas jurídicas de direito privado, de natureza comercial, legalmente constituídas, destinando-se a realizar
determinado e específico serviço à outra empresa fora do âmbito da atividade-fim e normal para que se constituiu
esta última.
As relações entre a empresa de prestação de serviços a terceiros e a empresa contratante são regidas pela lei civil.

2.5.8. VÍNCULO EMPREGATÍCIO


Como não há legislação regulando a terceirização do trabalho, a polêmica sobre a relação dos empregados da
empresa prestadora de serviço com a contratante sempre está presente.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST), através do Súmula 331, consolidou seu entendimento da seguinte forma:
“I – A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o
tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei 6.019, de 3-1-74).
II – A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os
órgãos da Administração Pública Direta, Indireta ou Fundacional (artigo 37, II, da Constituição da República).
III – Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei 7.102, de 20-6-83),
de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde
que inexistentes a pessoalidade e a subordinação direta.
IV – O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração
direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista,
desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (artigo 71 da Lei
nº 8.666/93)."
Apesar de o TST ter se posicionado sobre o assunto, as decisões dos tribunais trabalhistas podem não ser
uniformes, pois cada caso será examinado de acordo com suas particularidades.
A fraude somente se caracteriza quando a empresa contratante tem os trabalhadores terceirizados sob sua
subordinação ou quando os serviços prestados são inerentes à sua atividade-fim.
Assim, um fabricante de parafusos não poderia contratar uma empreiteira para o serviço de torno, pois esta
atividade está diretamente ligada ao fim da empresa, que é produzir parafusos. Neste caso, o vínculo empregatício
se formará diretamente com a contratante, a fábrica de parafusos.
Uma outra forma de fraude é uma determinada atividade terceirizada continuar sendo executada pelos mesmos
trabalhadores de antes. Isto ocorre, quando a empresa demite os funcionários de um determinado setor, sugerindo
que eles constituam uma empresa de prestação de serviços, para firmar contrato com ela. Essa empresa vai prestar
serviços somente para aquela empresa, ficando seus funcionários subordinados ao antigo empregador, prestando
serviço sem qualquer autonomia. Neste caso, o vínculo empregatício se formará diretamente com a contratante.
Em princípio, não há fraude quando os trabalhadores são contratados para desenvolver serviços não essenciais,
sendo a direção e supervisão do trabalho responsabilidade da empresa contratada.

2.5.8.1. CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO


A legislação dispõe que se considera empregado toda pessoa física que presta serviço de natureza
não eventual a empregador, sob sua dependência e mediante salário.

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MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

É farta a jurisprudência trabalhista que considera caracterizado o vínculo empregatício, quando estão
presentes os seguintes requisitos:
⇒ Pessoalidade,
⇒ Onerosidade,
⇒ não eventualidade, e
⇒ subordinação.
Desse modo, fica caracterizado o vínculo empregatício entre o prestador do serviço e a empresa
contratante, quando estiverem presentes os referidos requisitos.
Sobre a caracterização do vínculo empregatício, relacionamos a seguir as seguintes decisões dos
tribunais trabalhistas:
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EMPRESA DE TELEFONIA CELULAR. CALL CENTER. TERCEI-
RIZAÇÃO ILÍCITA. ARTIGO 25 DA LEI Nº 8.987/95. PREQUESTIONAMENTO. PROVIMENTO.
1. Hipótese em que pretendem as reclamadas, por meio de embargos de declaração, obter o
prequestionamento de matéria abordada em seus recursos de revista.
2. Nos termos da Súmula nº 297, são cabíveis embargos de declaração opostos com tal propósito.
3. Especificamente na hipótese vertente, releva esclarecer-se que esta Turma, em relação ao artigo
25 da Lei nº 8.987/95, entendeu, implicitamente, inexistir em sua letra autorização expressa para a ter-
ceirização de mão de obra relativa à atividade-fim, razão por que julgou aplicável à hipótese o item I da
Súmula nº 331. O argumento segundo o qual a disposição dali constante suplantaria o questionamen-
to quanto ao tipo de atividade – se fim ou meio – fez-se sucumbente, sobrepujando-o a regra geral
enunciada no aludido verbete.
4. Prequestionada a questão, tem-se por entregue a completa prestação jurisdicional.
5. Embargos de declaração a que se dá provimento.” (TST – 7ª TURMA – Embargos de Declaração –
Relator Ministro Caputo Bastos – DeJT de 11-6-2008).
“RECURSO DE REVISTA. 1. CONTRATO DE EMPREITADA. ATIVIDADE-FIM. RESPONSABI-
LIDADE SUBSIDIÁRIA. INAPLICABILIDADE DA OJ 191 DA SBDI-1/TST. Inaplicável a Orientação
Jurisprudencial nº 191 da SBDI-1/TST, já que a contratação visada pela reclamada era diretamente li-
gada à sua atividade-fim, aplicando-se a Súmula 331, IV/TST. Recurso de revista não conhecido.
2. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. MULTA DO ART. 477 DA CLT. A jurisprudência desta Corte
tem orientado que a condenação ao pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT decorre da res-
ponsabilidade subsidiária, nos termos da Súmula nº 331, IV, deste Tribunal. Recurso de revista não
conhecido. 3. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO NAS HORAS EXTRAS. É entendi-
mento desta Corte que o adicional de periculosidade integra o cálculo das horas extras. (Súmula nº
132). Recurso de revista não conhecido.” (TST – 8ª TURMA – Recurso de Revista – Relatora Ministra
Dora Maria da Costa – DeJT de 11-6-2008).

2.5.9. FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO


A fim de coibir fraudes na prestação dos serviços, a fiscalização do trabalho irá observar as tarefas executadas
pelo trabalhador da empresa de prestação de serviços, a fim de constatar se estas não estão ligadas à
atividade-fim da contratante.

2.5.9.1. CONTRATO SOCIAL


A fiscalização do trabalho irá examinar o contrato social da contratante e da empresa prestadora de
serviços, com a finalidade de constatar se as mesmas se propõem a explorar a mesma atividade-fim.
Na ocorrência de tal fato, a fiscalização lavrará auto de infração contra a contratante, caracterizando o
vínculo empregatício.

2.5.9.2. DESVIO DE FUNÇÃO


Será verificado pelo Fiscal do Trabalho se há compatibilidade entre o objeto do contrato de prestação
de serviços e as tarefas desenvolvidas pelos empregados da prestadora, com o objetivo de constatar
desvio de função do trabalhador.
Comprovado o desvio de função, a fiscalização lavrará auto de infração contra o contratante,
caracterizando o vínculo empregatício.

2.5.10. COOPERATIVA DE TRABALHO


As Cooperativas de prestação de serviços são um modelo de associação profissional que está ganhando força,
pois, através delas, profissionais unidos garantem trabalho e uma renda mensal com a prestação de serviços
especializados.
As Cooperativas são entes personalizados, titulares de direitos e obrigações.
A terceirização de serviços também vem sendo praticada através de Cooperativas de Serviços. A terceirização
através de Cooperativas traz as mesmas implicações de quando feita por empresas.
Em relação ao serviço prestado pela Cooperativa, deve ser observado que somente poderá ser executado para
atividade de apoio, e os cooperados não poderão estar subordinados a empresa contratante, sob pena de ficar
caracterizado o vínculo empregatício.

FASCÍCULO 2.5 5
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

As normas sobre Cooperativas de Serviço foram analisadas no Fascículo 8.1.


Sobre o assunto, deve ser observada a seguinte decisão:
“RECURSO DE REVISTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. VÍNCULO DE EMPREGO. COOPERATIVA.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. SÚMULA 331, IV, DO TST. O Regional,
partindo da análise da prova produzida, evidenciou a existência de fraude na atuação da primeira reclamada como
cooperativa. Daí adveio o reconhecimento do vínculo de emprego entre o reclamante e a cooperativa e a
responsabilidade subsidiária do tomador de serviços em consonância com a iterativa, notória e atual jurisprudência
deste Tribunal Superior, sedimentada na Súmula nº 331, IV, do TST. A revista encontra óbice no que dispõe o § 4º
do art. 896 da CLT e na Súmula nº 126 desta Corte. Agravo de instrumento conhecido e não provido.” (TST –
8ª Turma – Recurso de Revista – Relatora Ministra Dora Maria da Costa – DeJT de 11-6-2008).
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. COOPERATIVA. FRAUDE CONFIGURADA.
DESPROVIMENTO.
Não merece provimento o agravo de instrumento que tem por objetivo o processamento do recurso de revista,
quando não demonstrada violação literal de dispositivo constitucional ou legal, nem divergência jurisprudencial
apta ao confronto de tese. Art. 896, e alíneas, da CLT.” (TST – 6ª TURMA – Agravo de Instrumento – Relator
Ministro Aloysio Corrêa da Veiga – DeJT de 11-6-2008).

2.5.11. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO


As relações entre a empresa de prestação de serviços a terceiros e seus empregados são regidas pela
Consolidação das Leis do Trabalho.
Assim sendo, as empresas de prestação de serviços a terceiros estão obrigadas a cumprir todas as normas
pertinentes à relação de emprego previstas na CLT, devendo, portanto, seguir a rotina de admissão e demissão
que é cumprida pelas empresas, fazendo os seus empregados jus a todos os direitos previstos na legislação
trabalhista, tais como: férias, 13º Salário, repouso semanal remunerado, horas extras, adicional noturno,
licença-maternidade, licença-paternidade, e jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, salvo as
categorias com jornada especial, dentre outras.

2.5.11.1. REGISTRO DE EMPREGADOS


As empresas de prestação de serviços a terceiros estão obrigadas a registrar seus empregados,
inclusive aposentados que retornem à atividade e menores, em livro, fichas próprias ou através de
sistema informatizado.

2.5.11.1.1. Apresentação do Registro


O registro de empregados de prestadores de serviços poderá permanecer na sede da
contratada, desde que os empregados portem cartão de identificação contendo seu nome
completo, número de inscrição no PIS/PASEP, horário de trabalho e cargo ou função,
conforme o modelo sugerido:

NOME
DA FOTO
EMPRESA
NOME DO EMPREGADO
CARGO OU FUNÇÃO
HORÁRIO DE TRABALHO
Nº PIS/PASEP

2.5.11.2. HORÁRIO DE TRABALHO


O controle da jornada de trabalho deve ser feito no local da prestação de serviços. Tratando-se de
trabalho externo, este deve utilizar a papeleta de serviço externo que deve permanecer na sede da
empresa prestadora de serviços a terceiros.
As normas sobre o controle do horário de trabalho foram analisadas no Fascículo 3.2.

2.5.11.3. DEMAIS OBRIGAÇÕES


As empresas de prestação de serviços a terceiros se obrigam a cumprir todas as normas inerentes à
relação de emprego, como anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), possuir
Livro de Inspeção do Trabalho, providenciar o cadastramento no PIS para os empregados não
cadastrados, enviar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entregar
anualmente a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entregar aos empregados demitidos
sem justa causa o formulário do Seguro-Desemprego, observar as normas de Segurança e
Medicina do Trabalho, fornecer o Vale-Transporte e observar as convenções coletivas, quando
existentes, dentre outros.

6 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

2.5.11.4. RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO


O contrato de trabalho poderá ser encerrado, a qualquer época, sem que para isto haja uma causa
justa. Os empregados das empresas prestadoras de serviços fazem jus a todos os direitos que são
assegurados na rescisão, aos empregados das empresas em geral.
As parcelas devidas na rescisão de contrato foram analisadas no Fascículo 10.1.

2.5.11.5. FGTS
Os empregadores são obrigados a depositar, até o dia 7 de cada mês, em conta bancária vinculada,
importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida ao empregado, no mês anterior.
As empresas de prestação de serviços a terceiros estão obrigadas da mesma forma que as demais
empresas a depositar em favor de seus empregados os valores devidos ao FGTS.
Os depósitos para o FGTS devem ser efetuados utilizando-se da Guia de Recolhimento do FGTS (GRF),
gerada obrigatoriamente pelo aplicativo Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à
Previdência Social (SEFIP).
Cabe ressaltar que, desde março/2005, a transmissão dos arquivos gerados no SEFIP, deverá ser
feita exclusivamente pelo uso do Conectividade Social.
Somente após a transmissão do arquivo SFIP pelo Conectividade Social será liberada a geração da
GRF, pelo SEFIP, para sua efetiva quitação.

2.5.11.5.1. Contribuição Social


Desde a remuneração relativa ao mês de competência janeiro/2002 até o mês de
competência dezembro/2006, estava em vigor a Contribuição Social de 0,5% calculada
sobre a remuneração devida ao trabalhador, inclusive sobre o 13º salário, quando pago.
Isto porque, a parcela da Contribuição Social de 0,5% foi considerada inconstitucional
no período de outubro/2001 a dezembro/2001, posição ratificada pela Caixa Econômica
Federal.
Consequentemente, para as empresas não isentas, o último recolhimento com a
alíquota de 8,5% foi referente à competência dezembro/2006, com recolhimento até 5
de janeiro de 2007, e não até a competência setembro/2006, conforme texto original da
Lei Complementar 110/2001.
2.5.11.5.1.1. Empresas Isentas
Estavam isentas da Contribuição Social de 0,5% as seguintes empre-
sas:
a) as empresas inscritas no Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pe-
queno Porte (SIMPLES), desde que o faturamento anual não ultra-
passe o limite de R$ 1.200.000,00;
b) as pessoas físicas, em relação à remuneração de empregados
domésticos;
c) as pessoas físicas, em relação à remuneração de empregados
rurais, desde que sua receita bruta anual não ultrapasse o limite de
R$ 1.200.000,00.

2.5.12. TRATAMENTO PREVIDENCIÁRIO


A legislação previdenciária não dispensa tratamento específico para a terceirização, mas dispensa tratamento
para situações que abrangem o trabalho terceirizado.
A legislação previdenciária estabelece procedimentos específicos para a arrecadação e fiscalização das
contribuições incidentes sobre a remuneração decorrente de serviços executados mediante contratação de
cessão de mão de obra.
– Cessão de Mão de Obra
A previdência conceitua cessão de mão de obra como sendo a colocação à disposição do contratante, em suas
dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos relacionados ou não com a
atividade-fim da empresa contratante, quaisquer que sejam a natureza e forma de contratação, inclusive por meio
do trabalho temporário.
– Dependência de Terceiros
Dependência de terceiros são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não sejam as suas próprias e que
não pertençam à empresa prestadora de serviços.
Como pode ser observado, diferentemente da legislação do trabalho e da jurisprudência trabalhista, que somente
admitem a terceirização em atividade de apoio, a legislação previdenciária não faz distinção, dispensando o mesmo
tratamento seja para contratos que se destinem à prestação de serviços em atividade-fim ou atividade de apoio.
– Serviços Contínuos
Serviços contínuos são aqueles que constituem necessidade permanente da contratante, que se repetem
periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua atividade-fim, ainda que sua execução seja realizada de
forma intermitente ou por diferentes trabalhadores.

FASCÍCULO 2.5 7
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

Para a Previdência Social não importa as implicações na área trabalhista, o que importa é se há a prestação do
serviço, como esta é executada e como será assegurado o recolhimento das contribuições previdenciárias.

2.5.12.1. CONTRIBUIÇÃO PARA O INSS


Para assegurar que as empresas prestadoras de serviço a terceiros não deixem de contribuir para o
INSS, em relação aos seus empregados, a empresa contratante deve reter a contribuição da
prestadora de serviço e efetuar o respectivo recolhimento.
O instituto da retenção de 11% realizado na prestação de serviços com cessão de mão de obra, com
seus devidos reflexos em emissão de nota fiscal, declaração na GFIP/Sefip e compensação também
se aplica aos consórcios de empresas.
O INSS entende como empreitada de mão de obra a execução, contratualmente estabelecida, de
tarefa ou de obra ou de serviço, por preço ajustado, com ou sem fornecimento de material ou de
equipamentos, que podem ou não ser utilizados, realizada nas dependências da empresa contratante,
nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo como objeto resultado pretendido.
Como pode ser observado, os conceitos que o INSS dá à “cessão de mão de obra” e à “empreitada de
mão de obra” são quase que idênticos, tendo na prática as mesmas implicações legais. Portanto,
independentemente da conceituação que se dê, sempre que uma empresa terceirizar parte de seus
serviços, ela deverá observar as normas pertinentes à contribuição previdenciária estabelecidas para
este tipo de serviço.

2.5.12.1.1. Atividades Sujeitas à Retenção


A legislação relaciona as seguintes atividades como sujeitas à retenção da contribuição,
nos serviços executados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada:
a) limpeza, conservação ou zeladoria, que se constituam em varrição, lavagem,
enceramento ou em outros serviços destinados a manter a higiene, o asseio ou a
conservação de praias, jardins, rodovias, monumentos, edificações, instalações,
dependências, logradouros, vias públicas, pátios ou de áreas de uso comum;
b) vigilância ou segurança, que tenham por finalidade a garantia da integridade física de
pessoas ou a preservação de bens patrimoniais; (os serviços de vigilância ou
segurança prestados por meio de monitoramento eletrônico não estão sujeitos à
retenção.)
c) construção civil, que envolvam a construção, a demolição, a reforma ou o acréscimo
de edificações ou de qualquer benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo ou obras
complementares que se integrem a esse conjunto, tais como a reparação de jardins
ou passeios, a colocação de grades ou de instrumentos de recreação, de
urbanização ou de sinalização de rodovias ou de vias públicas;
d) natureza rural, que se constituam em desmatamento, lenhamento, aração ou
gradeamento, capina, colocação ou reparação de cercas, irrigação, adubação,
controle de pragas ou de ervas daninhas, plantio, colheita, lavagem, limpeza, manejo
de animais, tosquia, inseminação, castração, marcação, ordenhamento e
embalagem ou extração de produtos de origem animal ou vegetal;
e) digitação, que compreendam a inserção de dados em meio informatizado por
operação de teclados ou de similares;
f) preparação de dados para processamento, executados com vistas a viabilizar ou a
facilitar o processamento de informações, tais como o escaneamento manual ou a
leitura ótica.
Os serviços de vigilância ou segurança prestados por meio de monitoramento eletrônico
não estão sujeitos à retenção.
A Previdência Social também disciplina quais são os serviços que estão sujeitos à
retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra, a saber:
a) acabamento, que envolvam a conclusão, o preparo final ou a incorporação das
últimas partes ou dos componentes de produtos, para o fim de colocá-los em
condição de uso;
b) embalagem, relacionados com o preparo de produtos ou de mercadorias visando à
preservação ou à conservação de suas características para transporte ou guarda;
c) acondicionamento, compreendendo os serviços envolvidos no processo de
colocação ordenada dos produtos quando do seu armazenamento ou transporte, a
exemplo de sua colocação em palets, empilhamento, amarração, dentre outros;
d) cobrança, que objetivem o recebimento de quaisquer valores devidos à empresa
contratante, ainda que executados periodicamente;
e) coleta ou reciclagem de lixo ou de resíduos, que envolvam a busca, o transporte, a
separação, o tratamento ou a transformação de materiais inservíveis ou resultantes
de processos produtivos, esses serviços não serão considerados cessão de
mão-de-obra quando realizados com a utilização de equipamentos tipo contêineres
ou caçambas estacionárias;

8 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

f) copa, que envolvam a preparação, o manuseio e a distribuição de todo ou de


qualquer produto alimentício;
g) hotelaria, que concorram para o atendimento ao hóspede em hotel, pousada,
paciente em hospital, clínica ou em outros estabelecimentos do gênero;
h) corte ou ligação de serviços públicos, que tenham como objetivo a interrupção ou a
conexão do fornecimento de água, de esgoto, de energia elétrica, de gás ou de
telecomunicações;
I) distribuição, que se constituam em entrega, em locais predeterminados, ainda que
em via pública, de bebidas, de alimentos, de discos, de panfletos, de periódicos, de
jornais, de revistas ou de amostras, dentre outros produtos, mesmo que distribuídos
no mesmo período a vários contratantes;
j) treinamento e ensino, assim considerados como o conjunto de serviços envolvidos
na transmissão de conhecimentos para a instrução ou para a capacitação de
pessoas;
k) entrega de contas e de documentos, que tenham como finalidade fazer chegar ao
destinatário documentos diversos tais como, conta de água, conta de energia
elétrica, conta de telefone, boleto de cobrança, cartão de crédito, mala direta ou
similares;
l) ligação de medidores, que tenham por objeto a instalação de equipamentos
destinados a aferir o consumo ou a utilização de determinado produto ou serviço;
m) leitura de medidores, aqueles executados, periodicamente, para a coleta das
informações aferidas por esses equipamentos, tais como a velocidade (radar), o
consumo de água, de gás ou de energia elétrica;
n) manutenção de instalações de máquinas e de equipamentos, quando indispensáveis
ao seu funcionamento regular e permanente e desde que mantida equipe à
disposição da contratante;
o) montagem, que envolvam a reunião sistemática, conforme disposição
predeterminada em processo industrial ou artesanal, das peças de um dispositivo, de
um mecanismo ou de qualquer objeto, de modo que possa funcionar ou atingir o fim a
que se destina;
p) operação de máquinas, de equipamentos e de veículos relacionados com a sua
movimentação ou funcionamento, envolvendo serviços do tipo manobra de veículo,
operação de guindaste, painel eletroeletrônico, trator, colheitadeira, moenda,
empilhadeira ou caminhão fora-de-estrada;
q) operação de pedágio e de terminal de transporte, que envolvam a manutenção, a
conservação, a limpeza ou o aparelhamento de terminal de passageiros terrestre,
aéreo ou aquático, de rodovia, de via pública, e que envolvam serviços prestados
diretamente aos usuários;
r) operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou de
subconcessão, envolvendo o deslocamento de pessoas por meio terrestre, aquático
ou aéreo;
s) portaria, recepção ou ascensorista, realizados com vistas ao ordenamento ou ao
controle do trânsito de pessoas em locais de acesso público ou à distribuição de
encomendas ou de documentos;
t) recepção, triagem ou movimentação, relacionados ao recebimento, à contagem, à
conferência, à seleção ou ao remanejamento de materiais;
u) promoção de vendas ou de eventos, que tenham por finalidade colocar em evidência
as qualidades de produtos ou a realização de shows, de feiras, de convenções, de
rodeios, de festas ou de jogos;
v) secretaria e expediente, quando relacionados com o desempenho de rotinas
administrativas;
w) saúde, quando prestados por empresas da área da saúde e direcionados ao
atendimento de pacientes, tendo em vista avaliar, recuperar, manter ou melhorar o
estado físico, mental ou emocional desses pacientes;
x) telefonia ou de telemarketing, que envolvam a operação de centrais ou de aparelhos
telefônicos ou de tele-atendimento.
É exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção. Sendo que a pormenorização
das tarefas em cada um dos serviços é exemplificativa.

2.5.12.1.2. Serviços Com Retenção na Construção Civil


Sujeitam-se à retenção, na construção civil, os seguintes serviços:
– a prestação de serviços mediante contrato de empreitada parcial (aquele celebrado
com empresa construtora ou prestadora de serviços na área de construção civil, para
execução de parte da obra, com ou sem fornecimento de material);

FASCÍCULO 2.5 9
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

– a prestação de serviços mediante contrato de subempreitada (aquele celebrado entre


a empreiteira ou qualquer empresa subcontratada e outra empresa, para executar obra
ou serviço de construção civil, no todo ou em parte, com ou sem fornecimento de
material);
– a prestação de serviços discriminados no Anexo VII da Instrução Normativa 971
RFB/2009 (Portal COAD), dentre os quais podemos citar: construção de edifícios, obras
de infraestrutura e serviços especializados para construção;
– a reforma de pequeno valor (aquela de responsabilidade de pessoa jurídica, que
possui escrituração contábil regular, em que não há alteração de área construída, cujo
custo estimado total, incluindo material e mão de obra, não ultrapasse o valor de 20
vezes o limite máximo do salário de contribuição vigente na data de início da obra).

2.5.12.1.3. Serviços Sem Retenção na Construção Civil


A legislação também relaciona as atividades que não se aplicam à retenção da
contribuição previdenciária, quando da prestação de serviços na construção civil, a
saber:
I – administração, fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras;
II – assessoria ou consultoria técnicas;
III – controle de qualidade de materiais;
IV – fornecimento de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada ou
preparada;
V – jateamento ou hidrojateamento;
VI – perfuração de poço artesiano;
VII – elaboração de projeto da construção civil;
VIII – ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório (sondagens de solo, provas de
carga, ensaios de resistência, amostragens, testes em laboratório de solos ou outros
serviços afins);
IX – serviços de topografia;
X – instalação de antena coletiva;
XI – instalação de aparelhos de ar condicionado, de refrigeração, de ventilação, de
aquecimento, de calefação ou de exaustão;
XII – instalação de sistemas de ar condicionado, de refrigeração, de ventilação, de
aquecimento, de calefação ou de exaustão, quando a venda for realizada com emissão
apenas da Nota Fiscal de venda mercantil;
XIII – instalação de estruturas e esquadrias metálicas, de equipamento ou de material,
quando for emitida apenas a Nota Fiscal de venda mercantil;
XIV– locação de caçamba;
XV – locação de máquinas, de ferramentas, de equipamentos ou de outros utensílios
sem fornecimento de mão-de-obra;
XVI – fundações especiais.
Na instalação do material ou do equipamento vendido, relacionados nos itens XII e XIII,
os valores desses serviços integrarão a base de cálculo da retenção, quando houver
emissão de Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços relativa à mão-de-
obra utilizada.

2.5.12.1.4. Alíquota
A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou
empreitada deverá reter 11% do valor bruto da Nota Fiscal, da Fatura ou do Recibo de
prestação de serviço e recolher ao INSS a importância retida, em Guia da Previdência
Social (GPS), identificado com a denominação social e o Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas (CNPJ) da empresa contratada.
Desde 1-4-2003, quando a atividade dos segurados na empresa contratante for
exercida em condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade física destes,
de forma a possibilitar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos
de trabalho, o percentual da retenção aplicado sobre o valor dos serviços prestados por
estes segurados deve ser acrescido de 4, 3 ou 2 pontos percentuais, respectivamente,
perfazendo o total de 15, 14 ou 13 pontos percentuais.
Para fim do disposto anteriormente, a empresa contratada deverá emitir Nota Fiscal,
fatura ou recibo de prestação de serviços específica para os serviços prestados em
condições especiais pelos segurados ou discriminar o valor desses na Nota Fiscal,
fatura ou recibo de prestação de serviços.
Na hipótese de haver previsão contratual de utilização de trabalhadores na execução de
atividades exercidas em condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade
física, e a Nota Fiscal, a fatura ou recibo de prestação de serviços não tenha sido emitida
especificando as condições exercidas, a base de cálculo para incidência do acréscimo

10 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

de retenção será proporcional ao número de trabalhadores envolvidos nas atividades


exercidas em condições especiais, se houver a possibilidade de identificação dos
trabalhadores envolvidos e dos não envolvidos nessas atividades.
Não havendo possibilidade de identificação do número de trabalhadores envolvidos e
não envolvidos com as atividades exercidas em condições especiais, o acréscimo da
retenção incidirá sobre o valor total dos serviços contido na Nota Fiscal, fatura ou recibo
de prestação de serviços, no percentual correspondente à atividade especial.
No caso de a empresa contratante desenvolver atividades em condições especiais e
não houver previsão contratual da utilização ou não dos trabalhadores contratados
nessas atividades, incidirá, sobre o valor total dos serviços contido na Nota Fiscal, fatura
ou recibo de prestação de serviços, o percentual adicional de retenção correspondente
às atividades em condições especiais desenvolvidas pela empresa ou, não sendo
possível identificar as atividades, o percentual mínimo de 2%.
As empresas contratada e contratante, no que se refere às obrigações relacionadas aos
agentes nocivos a que os trabalhadores estiverem expostos, devem observar as
disposições que tratam dos Riscos Ocupacionais no Ambiente de Trabalho.
A contratada deve elaborar o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) dos trabalhadores
expostos a agentes nocivos com base, dentre outras informações, nas demonstrações
ambientais da contratante ou do local da efetiva prestação de serviços.

2.5.12.2. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO


A empresa contratada poderá deduzir da base de cálculo da retenção as parcelas que estiverem
discriminadas na Nota Fiscal, na fatura ou no recibo e que correspondam:
a) ao custo da parcela in natura, fornecida pela contratada de acordo com os programas de
alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e em conformidade com a
legislação própria;
b) ao fornecimento de vale-transporte em conformidade com a legislação própria.
O valor relativo à taxa de administração ou de agenciamento, ainda que figure discriminado na Nota
Fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não poderá ser objeto de dedução da base de
cálculo da retenção, inclusive no caso de serviços prestados por trabalhadores temporários.
Na hipótese da empresa contratada emitir duas Notas Fiscais, faturas ou recibos, relativos ao mesmo
serviço, uma contendo o valor correspondente à taxa de administração ou de agenciamento e a outra
o valor da remuneração dos trabalhadores utilizados na prestação do serviço, a retenção incidirá
sobre o valor de cada uma dessas notas, faturas ou recibos.
– Subcontratação
Caso haja subcontratação, poderão ser deduzidos do valor da retenção a ser efetuada pela
contratante os valores retidos da subcontratada e comprovadamente recolhidos pela contratada,
desde que todos os documentos envolvidos se refiram à mesma competência e ao mesmo serviço.
Para efeito da dedução referida anteriormente, a contratada deverá destacar na Nota Fiscal, na fatura
ou no recibo de prestação de serviços as retenções da seguinte forma:
a) retenção para a Previdência Social: informar o valor correspondente a 11% do valor bruto dos
serviços, observando que os valores pagos a título de adiantamento integram a base de cálculo da
retenção por ocasião do faturamento dos serviços prestados e ainda no caso de retenção na
prestação de serviços em condições especiais;
b) dedução de valores retidos de subcontratadas: informar o valor total correspondente aos valores
retidos e recolhidos relativos aos serviços subcontratados;
c) valor retido para a Previdência Social: informar o valor correspondente à diferença entre a
retenção, apurada na forma da letra “a”, e a dedução efetuada conforme previsto na letra “b”, que
indicará o valor a ser efetivamente retido pela contratante.
A contratada, juntamente com a sua Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, deverá
encaminhar à contratante cópia:
a) das Notas Fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços das subcontratadas com o
destaque da retenção;
b) dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos das subcontratadas;
c) das GFIP, elaboradas pelas subcontratadas, onde conste no campo “CNPJ/CEI do tomador/obra”,
o CNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no campo “Denominação social do
tomador/obra”, a denominação social da empresa contratada.

2.5.12.2.1. Dedução de Materiais e Equipamentos


Os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os
equipamentos manuais, fornecidos pela contratada, discriminados no contrato e na
Nota Fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de
cálculo da retenção, desde que comprovados.

FASCÍCULO 2.5 11
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

O valor do material fornecido ao contratante ou o de locação de equipamento de


terceiros, utilizado na execução do serviço, não poderá ser superior ao valor de
aquisição ou de locação para fins de apuração da base de cálculo da retenção.
Os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os
equipamentos manuais, cujo fornecimento esteja previsto em contrato, sem a
respectiva discriminação de valores, desde que discriminados na Nota Fiscal, na fatura
ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção,
devendo o valor desta corresponder no mínimo a:
a) 50% do valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços;
b) 30% do valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços
para os serviços de transporte de passageiros, cujas despesas de combustível e de
manutenção dos veículos corram por conta da contratada;
c) 65% quando se referir à limpeza hospitalar e 80% quando se referir aos demais tipos
de limpezas, do valor bruto da Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.
Se a utilização de equipamento for inerente à execução dos serviços contratados, desde
que haja a discriminação de valores na Nota Fiscal, na fatura ou no recibo de prestação
de serviços:
I – e o seu fornecimento e os respectivos valores constarem em contrato, não integram a
base de cálculo da retenção;
II – não havendo discriminação de valores em contrato, independentemente da previsão
contratual do fornecimento de equipamento, a base de cálculo da retenção corresponderá,
no mínimo, para a prestação de serviços em geral, a 50% do valor bruto da Nota Fiscal, da
fatura ou do recibo de prestação de serviços e, no caso da prestação de serviços na área da
construção civil, aos percentuais abaixo relacionados:
a) 10% para pavimentação asfáltica;
b) 15% para terraplenagem, aterro sanitário e dragagem;
c) 45% para obras de arte (pontes ou viadutos);
d) 50% para drenagem; e
e) 35% para os demais serviços realizados com a utilização de equipamentos, exceto os
manuais.
Na hipótese da mesma Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços constar a
execução de mais de um dos serviços referidos nas letras “a” a “e” do parágrafo
precedente, cujos valores não constem individualmente discriminados na Nota Fiscal,
na fatura, ou no recibo, deverá ser aplicado o percentual correspondente a cada tipo de
serviço, conforme disposto em contrato, ou o percentual maior, se o contrato não
permitir identificar o valor de cada serviço.
Não existindo previsão contratual de fornecimento de material ou utilização de
equipamento e o uso deste equipamento não for inerente ao serviço, mesmo havendo
discriminação de valores na Nota Fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de
serviços, a base de cálculo da retenção será o valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do
recibo de prestação de serviços, exceto no caso do serviço de transporte de
passageiros, para o qual a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, 30%
do valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, quando as
despesas de combustível e de manutenção dos veículos corram por conta da
contratada.
Na falta de discriminação de valores na Nota Fiscal, na fatura ou no recibo de prestação
de serviços, a base de cálculo da retenção será o seu valor bruto, ainda que exista
previsão contratual para o fornecimento de material ou utilização de equipamento, com
ou sem discriminação de valores em contrato.
Considera-se discriminação no contrato os valores nele consignados, relativos ao
material ou equipamentos, ou os previstos em planilha à parte, desde que esta seja
parte integrante do contrato mediante cláusula nele expressa.
Assim, se a empresa contratada emite uma Nota Fiscal no valor de R$ 80.000,00, sem
discriminar o que é material e o que é mão-de-obra, a retenção de 11% incidirá sobre
R$ 80.000,00.

2.5.12.2.2. Serviço de Transporte


No caso de serviço de transporte de passageiros, cujos veículos e respectivas despesas
de combustível e manutenção corram por conta da empresa contratada, a base de
cálculo da retenção não poderá ser inferior a 30% do valor bruto da Nota Fiscal, da
fatura ou do recibo.

12 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

2.5.12.2.3. Fiscalização
A fiscalização poderá exigir comprovação do fornecimento de material, bem como os
respectivos valores, quando a Nota ou Fatura não for somente de prestação de serviço.

2.5.12.2.4. Material com Colocação


Na compra de material ou equipamento, bem como de estrutura metálica, com
instalação ou montagem, não haverá retenção de contribuição quando for emitida
somente Nota Fiscal de venda mercantil.
Se a mesma empresa que efetuou a venda emitir Nota Fiscal, fatura ou recibo de serviço
relativo à mão de obra utilizada para instalação ou montagem do equipamento ou
material por ela fornecido, haverá retenção de contribuição.

2.5.12.2.5. Manutenção de Equipamento


Não haverá retenção de contribuição na cessão de mão-de-obra relativa aos serviços de
manutenção de instalações, máquinas e equipamentos, se a contratada não mantiver
pessoal à disposição da contratante. Caso a contratada se obrigue contratualmente a
manter equipe à disposição da contratante, quer em suas dependências ou nas de
terceiros, estará sujeita à retenção da contribuição.

2.5.12.3. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA CONTRATANTE DO SERVIÇO


A empresa contratante deverá reter 11% do valor bruto da Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação
de serviços, recolhendo a importância retida em nome da empresa contratada até o dia 20 do mês
subsequente ao da emissão da Nota, fatura ou recibo. Quando o dia 20 cair em dia em que não haja
expediente bancário, o vencimento deverá ser antecipado para o primeiro dia útil anterior.
A Nota Fiscal, fatura ou recibo emitida a título de adiantamento estará sujeita à retenção.
O órgão ou a entidade integrante do SIAFI deve recolher os valores retidos com base no documento
fiscal, respeitado como data de pagamento o dia 20 do mês subsequente ao da emissão da Nota
Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviço.
No campo identificador do documento de arrecadação deve ser informado o CNPJ do estabelecimento
da empresa contratada e, no campo nome ou denominação social, a denominação social desta, seguida
da denominação social da empresa contratante.

2.5.12.3.1. Recolhimento da Contribuição


A importância retida deverá ser recolhida pela empresa contratante, em Guia da
Previdência Social (GPS), observando-se o seguinte:
– Campo 1 – deve ser aposta a razão social da empresa cedente e da empresa
contratante;
– Campo 3 – utilizar o código de pagamento: 2631 para prestadora de serviço com
CNPJ; 2658 para prestadora de serviço com CEI; 2640 para prestadora de serviço com
CNPJ, quando a retenção for feita por órgão público; 2682 para prestadora de serviço
com CEI quando a retenção for feita por órgão público.
– Campo 4 – consignar como competência o mês e o ano da emissão da Nota Fiscal,
fatura ou recibo;
– Campo 5 – consignar o CNPJ/CEI do estabelecimento da empresa cedente;
– Campo 6 – registrar o valor da retenção.
Ocorrendo a emissão da Nota Fiscal, fatura ou recibo por mais de uma prestadora de
serviço ou por mais de um estabelecimento da prestadora em um mesmo mês, serão
confeccionadas guias de recolhimento específicas para cada um dos estabelecimentos
das prestadoras.
Havendo no mesmo mês a emissão de mais de uma Nota Fiscal, fatura ou recibo pela
mesma empresa prestadora de serviço ou pelo mesmo estabelecimento da prestadora,
deverá a empresa contratante consolidar o recolhimento dos valores das contribuições
retidas, por estabelecimento da prestadora, em uma única guia.
Entende-se por competência em que será realizado o recolhimento da retenção e da
compensação aquela a que corresponder a data da emissão de Nota Fiscal, fatura ou
recibo.

2.5.12.3.2. Dispensa de Retenção


A legislação previdenciária determina que a responsabilidade pela retenção é da
empresa contratante dos serviços, isto é, preenchidos os requisitos legais, a empresa
contratante está obrigada a efetuar a retenção e recolher o valor devido, ainda que a
empresa contratada não destaque o valor na nota fiscal, na fatura ou no recibo.

FASCÍCULO 2.5 13
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

Entretanto, existem hipóteses em que ocorre a dispensa da retenção, conforme


veremos a seguir.
– Primeira Hipótese de Dispensa
A empresa contratante deixará de efetuar a retenção e a contratada de registrar o
destaque da retenção na nota fiscal, na fatura ou no recibo, quando o valor total a ser
retido no mês for inferior a R$ 29,00.
– Segunda Hipótese de Dispensa
Outra situação em que há dispensa de retenção é quando, cumulativamente:
a) o serviço tiver sido prestado pessoalmente pelo titular ou sócio;
b) o faturamento da contratada no mês imediatamente anterior for igual ou inferior a
duas vezes o limite máximo do salário de contribuição; e
c) a contratada não tiver empregados.
Para comprovação dessa dispensa, a empresa contratante deverá exigir da empresa
contratada declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da lei, de que
não possui empregados e o seu faturamento no mês anterior foi igual ou inferior a duas
vezes o limite máximo do salário de contribuição.
– Terceira Hipótese de Dispensa
A empresa contratante também deixará de efetuar a retenção, em relação à empresa
prestadora, quando a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao
exercício de profissão regulamentada por legislação federal; ou serviços de treinamento
e ensino (assim considerados como o conjunto de serviços envolvidos na transmissão
de conhecimentos para a instrução ou para a capacitação de pessoas), desde que
prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de empregados ou outros
contribuintes individuais.
A contratada apresentará à contratante, para comprovação dos requisitos previstos
anteriormente, declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da lei, de
que o serviço foi prestado por sócio da empresa, no exercício de profissão regulamentada,
ou, se for o caso, profissional da área de treinamento e ensino, e sem o concurso de
empregados ou contribuintes individuais ou consignará o fato na nota fiscal, na fatura ou
no recibo de prestação de serviços.
– Quarta Hipótese de Dispensa
Não se aplica o instituto da retenção:
a) à contratação de serviços prestados por trabalhadores avulsos por intermédio de
sindicato da categoria ou de OGMO;
b) à empreitada total;
c) à contratação de entidade beneficente de assistência social isenta de contribuições
sociais;
d) ao contribuinte individual equiparado à empresa, à pessoa física, à missão
diplomática e à repartição consular de carreira estrangeira;
e) à contratação de serviços de transporte de cargas, a partir de 10-6-2003,
f) à empreitada realizada nas dependências da contratada; e
g) órgãos públicos, exceto na construção civil mediante cessão de mão de obra.

2.5.12.3.3. Guarda de Documentos


A empresa contratante fica obrigada a manter em arquivo, por empresa contratada, em
ordem cronológica, durante o prazo mínimo de 5 anos, as correspondentes notas
fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, os comprovantes de arrecadação
de INSS (GPS), cópia das GFIP – Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à
Previdência Social, à disposição da fiscalização, até que ocorra a prescrição dos
créditos decorrentes das operações.

2.5.12.3.4. Escrituração Contábil


A contratante, legalmente obrigada a manter escrituração contábil formalizada, está
obrigada a registrar, mensalmente, em contas individualizadas, todos os fatos
geradores de contribuições sociais, inclusive a retenção sobre o valor dos serviços
contratados.
A empresa contratante deverá manter escriturada em títulos próprios de sua contabilidade:
– o valor bruto dos serviços;
– o valor da retenção;
– o valor líquido a pagar.
Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das Notas Fiscais, faturas
ou recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção, por mês, por
contratada, a empresa contratante deverá manter em registros auxiliares a discriminação
desses valores, individualizados por contratada.

14 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

2.5.12.3.5. Dispensa de Escrituração Contábil


A empresa contratante, legalmente dispensada de escrituração contábil, deverá elaborar
demonstrativo mensal, assinado pelo seu representante legal, relativo a cada contrato,
contendo as seguintes informações:
– a denominação social e o CNPJ da contratada;
– o número e a data da emissão da Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de
serviços;
– o valor bruto, a retenção e o valor líquido pago relativo à Nota Fiscal, fatura ou recibo
de prestação de serviços;
– a totalização dos valores e sua consolidação por obra de construção civil e por
estabelecimento da contratada, conforme o caso.

2.5.12.4. OBRIGAÇÕES DA PRESTADORA DE SERVIÇO


A empresa contratada, quando da emissão da Nota Fiscal, fatura ou recibo, deverá destacar o valor da
retenção, a título de “RETENÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL”.
O destaque do valor retido deverá ser identificado logo após a descrição dos serviços prestados, apenas
para produzir efeito como parcela dedutível no ato da quitação da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços, sem alteração do valor bruto da nota, fatura ou recibo de prestação de serviços.
A falta de destaque do valor da retenção, quando da emissão da Nota Fiscal, fatura ou recibo, constitui
infração penalizada com multa.

2.5.12.4.1. Demonstrativo Mensal


A empresa contratada deverá elaborar demonstrativo mensal por contratante e por
contrato, assinado pelo seu representante legal, com:
a) a denominação social e o CNPJ da contratante ou a matrícula CEI da obra de
construção civil;
b) o número e a data de emissão da Nota Fiscal, fatura ou recibo de prestação de
serviços;
c) o valor bruto, o valor retido e o valor líquido recebido relativo à Nota Fiscal, fatura ou
recibo de prestação de serviços;
d) a totalização dos valores e sua consolidação por obra de construção civil ou por
estabelecimento da contratante, conforme o caso.

2.5.12.4.2. Escrituração Contábil


A empresa contratada, legalmente obrigada a manter escrituração contábil formalizada, está
obrigada a registrar, mensalmente, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de
contribuições sociais, inclusive a retenção sobre o valor da prestação de serviços.
A contratada deverá registrar em títulos próprios de sua escrituração contábil:
– o valor bruto dos serviços;
– o valor da retenção;
– o valor líquido a receber.
Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das Notas Fiscais, faturas
ou recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção, por mês, por
contratante, a empresa contratada deverá manter em registros auxiliares a
discriminação desses valores, por contratante.

2.5.12.4.3. Folha de Pagamento


A empresa contratada deve elaborar folhas de pagamento distintas e o respectivo
resumo geral, para cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa
contratante, relacionando todos os segurados colocados à disposição desta, contendo:
a) discriminados, o nome de cada segurado e respectivo cargo ou função;
b) destacadas, as parcelas integrantes e as não integrantes da remuneração e os
descontos legais;
c) indicado, o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado.
2.5.12.4.3.1. Dispensa de Elaborar Folha de Pagamento
A empresa contratada fica dispensada de elaborar folha de pagamento
e GFIP com informações distintas por estabelecimento ou obra de
construção civil em que realizar tarefa ou prestar serviços, quando,
comprovadamente, utilizar os mesmos segurados para atender a
várias empresas contratantes, alternadamente, no mesmo período,
inviabilizando a individualização da remuneração desses segurados
por tarefa ou por serviço contratado.

FASCÍCULO 2.5 15
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

2.5.12.4.4. SEFIP/GFIP
A empresa contratada deverá elaborar SEFIP com as informações relativas aos
tomadores de serviços, para cada estabelecimento da empresa contratante ou cada
obra de construção civil, utilizando o código de recolhimento próprio da atividade,
conforme normas previstas no Manual do SEFIP, que na maioria dos casos aplica-se:
• Código 150 – Recolhimento ao FGTS e informações à Previdência Social de empresa
prestadora de serviços com cessão de mão de obra e empresa de trabalho temporário,
em relação aos empregados cedidos, ou de obra de construção civil – empreitada
parcial;
• Código 155 – Recolhimento ao FGTS e informações à Previdência Social de obra de
construção civil – empreitada total ou obra própria.

2.5.12.4.5. Compensação da Contribuição


A empresa prestadora de serviços que sofreu retenção no ato da quitação da Nota
Fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços poderá compensar o valor retido
quando do recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social, desde que a
retenção esteja declarada em GFIP na competência da emissão da nota fiscal, da futura
ou do recibo de prestação de serviços e esteja destacada na Nota Fiscal, na fatura ou no
recibo de prestação de serviços ou que a contratante tenha efetuado o recolhimento
deste valor.
O valor retido somente será compensado com contribuições destinadas à Previdência
Social, não podendo absorver contribuições destinadas a outras entidades e fundos
(SESC, SENAC, INCRA, dentre outros fundos e entidades), as quais deverão ser
recolhidas integralmente.
Para fins de compensação da importância retida, será considerada como competência
da retenção o mês da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de
serviços.
A compensação de valores retidos poderá ser efetuada com as contribuições
previdenciárias devidas em decorrência do pagamento do 13º Salário.
O valor retido de 11% sobre o valor bruto da Nota Fiscal ou fatura de prestação de
serviços poderá ser compensado por qualquer estabelecimento da empresa cedente da
mão de obra, inclusive nos casos de obra de construção civil, somente após a
compensação ter sido efetuada pelo estabelecimento que sofreu a retenção.
Na impossibilidade de haver compensação integral da retenção na própria
competência, o crédito em favor da empresa prestadora de serviços poderá ser
compensado nas competências subsequentes, devendo ser declarada em GFIP/SEFIP
na competência de sua efetivação ou ser objeto de pedido de restituição.
Caso a opção seja pela compensação em competências subsequentes, o crédito em
favor da empresa prestadora de serviços, acrescido de juros, não está sujeito ao limite
de 30% em cada competência.
No caso de a empresa contratada não optar pela compensação dos valores retidos, ou,
se após a compensação, restar saldo em seu favor, poderá pedir restituição do valor não
compensado, desde que observadas as normas de restituição.
2.5.12.4.5.1. Falta de Destaque da Retenção
A falta de destaque do valor da retenção na Nota Fiscal, fatura ou
recibo impossibilitará a empresa contratada de efetuar a compensação
ou requerer a restituição, salvo se comprovar o efetivo recolhimento da
contribuição retida por parte da contratante.
2.5.12.4.5.2. Recolhimento das Contribuições
A empresa contratada poderá consolidar, num único documento de
arrecadação, por competência e por estabelecimento, as contribuições
incidentes sobre a remuneração de todos os segurados envolvidos na
prestação de serviços e dos segurados alocados no setor administra-
tivo, compensando os valores retidos com as contribuições devidas à
Previdência Social pelo estabelecimento.

2.5.12.4.6. Restituição da Retenção


A empresa prestadora de serviços que sofreu retenção de contribuições previdenciárias
no ato da quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços que
não optar pela compensação dos valores retidos, ou, se após a compensação, restar
saldo em seu favor, poderá requerer a restituição do valor não compensado, desde que
a retenção esteja destacada na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de
serviços e declarada em GFIP/SEFIP.

16 FASCÍCULO 2.5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL

Cabe ressaltar que na falta de destaque do valor da retenção na nota fiscal, fatura ou recibo
de prestação de serviços, a empresa contratada somente poderá receber a restituição
pleiteada se comprovar o recolhimento do valor retido pela empresa contratante.
Para fins de comprovação, entendemos que a empresa contratada deve solicitar cópia
da GPS quitada referente ao valor retido pela contratante.
Na hipótese de a empresa contratante efetuar recolhimento de valor retido em
duplicidade ou a maior, o pedido de restituição poderá ser apresentado pela empresa
contratada ou pela empresa contratante.
Tratando-se de pedido feito pela empresa contratante, esta deverá apresentar:
a) autorização expressa de responsável legal pela empresa contratada com poderes
específicos para requerer e receber a restituição, em que conste a competência em que
houve recolhimento em duplicidade ou de valor a maior;
b) declaração firmada pelo outorgante (empresa contratada), sob as penas da lei, de
que não compensou e nem foi restituído dos valores requeridos pela outorgada
(empresa contratante).
A restituição de valores referentes à retenção de 11% será requerida pela empresa por
meio do programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante a
apresentação do formulário Pedido de Restituição de Retenção Relativa a Contribuição
Previdenciária e Demonstrativo de Notas Fiscais/Faturas/ Recibos de Serviços
Prestados, obtidos no site da RFB, ao qual deverão ser anexados documentos
comprobatórios do direito creditório.

2.5.12.5. COOPERATIVA DE TRABALHO


A empresa que contratar serviços de Cooperativa de Trabalho contribuirá para o INSS com 15% sobre
o valor bruto da Nota Fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços prestados por
cooperados.
A contribuição é devida pela empresa contratante e não pela Cooperativa. Portanto, não há que se
falar em retenção sobre a Nota Fiscal ou fatura, mas sim em recolhimento com recursos próprios da
empresa contratante.
Quando a cooperativa de trabalho for contratante de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou
empreitada, está obrigada a efetuar a retenção de 11% sobre o valor da Nota Fiscal, fatura ou recibo
de prestação de serviços e ao recolhimento da importância retida em nome da empresa contratada.
As demais contribuições devidas pela empresa contratante de serviços executados pela cooperativa
de trabalho foram abordadas no Fascículo 8.1 do Módulo 8.

2.5.12.6. EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL


A empresa optante pelo Simples Nacional, que prestar serviço mediante cessão de mão de obra ou
empreitada de mão de obra, está sujeita à retenção dos 11% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura
de prestação de serviço, dependendo do Anexo que esteja enquadrada de acordo com as disposições
da Lei Complementar 123/2006.
Assim, considerando a legislação, estão sujeitos à retenção de 11% as ME e EPP optantes pelo
Simples Nacional quando tributadas na forma:
• dos Anexos IV e V da Lei Complementar 123/2006, para os fatos geradores ocorridos até
31-12-2008; e
• do Anexo IV da Lei Complementar 123/2006, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1-1-2009.
Ressaltamos que a ME ou a EPP que exerça atividades tributadas na forma do Anexo III, até
31-12-2008, e tributadas na forma dos Anexos III e V, a partir de 1-1-2009, todos da Lei Complementar
123/2006, estará sujeita à exclusão do Simples Nacional na hipótese de prestação de serviços
mediante cessão ou locação de mão de obra.
Não se aplica a vedação de inclusão no Simples Nacional, às ME e EPP que exerçam, mediante
cessão ou locação de mão de obra, as atividades de construção de imóveis e obras de engenharia em
geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem
como decoração de interiores e serviço de vigilância, limpeza ou conservação, tributadas, a partir de
1-1-2009, na forma do Anexo IV da Lei Complementar 123/2006, tendo em vista que sujeitam-se à
retenção.
A empresa enquadrada no Simples Nacional, quando for contratante de serviços mediante cessão de
mão de obra ou empreitada, está obrigada a efetuar a retenção da contribuição de 11% sobre o valor
da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e ao recolhimento da importância retida
em nome da empresa contratada.

2.5.12.7. ENTIDADE BENEFICENTE


A entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção, quando for contratante de serviços
mediante cessão de mão de obra ou empreitada, está obrigada a efetuar a retenção da contribuição de

FASCÍCULO 2.5 17
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS

11% sobre o valor da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e ao recolhimento da
importância retida em nome da empresa contratada.
Entretanto, quando a entidade beneficente de assistência social, em gozo de isenção das
contribuições sociais, prestar serviço mediante cessão de mão de obra ou empreitada de mão de obra
não estará sujeita à retenção dos 11% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviço.

2.5.12.8. TRABALHO TEMPORÁRIO


Nos serviços prestados por trabalhadores temporários, a retenção relativa a esses serviços incidirá
sobre o valor bruto da Nota Fiscal, da fatura ou do recibo, não se admitindo a dedução de qualquer
valor relativo à taxa de administração ou de agenciamento, ainda que figure discriminada parcela a
este título, sendo admitidas apenas as deduções da base de cálculo previstas no subitem 2.5.12.2.
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Constituição Federal de 1988 – artigo 7º (Portal COAD); Lei Complementar 110, de 29-6-2001
(Informativo 27/2001); Lei 8.036, de 11-5-90 (Portal COAD); Lei 8.212, de 24-7-91 (Portal COAD); Lei 10.666, de 8-5-2003 (Portal
COAD); Lei 11.933, de 28-4-2009 (Fascículo 18/2009); Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 – Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
(Portal COAD); Decreto 3.048, de 6-5-99 – Regulamento da Previdência Social (Portal COAD); Decreto 95.247, de 17-11-87 (Por-
tal COAD); Portaria Interministerial 227 MPS-MTE, de 25-2-2005 (Informativo 09/2005); Portaria Interministerial 333 MPS-MF, de
29-6-2010 (Fascículo 26/2010); Portaria 41 MTE, de 28-3-2007 (Fascículo 14/2007); Portaria 235 MTE, de 14-3-2003 (Informati-
vo 12/2003); Portaria 2.590 MTE, de 30-12-2009 (Fascículo 01/2010); Portaria 3.214 MTb, de 8-6-78 (Portal COAD); Instrução
Normativa 3 MTb, de 29-8-97 (Informativo 36/97); Instrução Normativa 900 RFB, de 30-12-2008 (Portal COAD); Instrução Norma-
tiva 971 RFB, de 13-11-2009 (Portal COAD); Instrução Normativa 973 RFB, de 27-11-2009 (Fascículo 50/2009); Instrução Norma-
tiva 1.071 RFB, de 159-2010 (Fascículo 27/2010); Instrução Normativa 1.080 RFB, de 311-2010 (Fascículo 44/2010); Ato Decla-
ratório Executivo 79 CODAC, de 27-10-2010 (Fascículo 43/2010); Resolução 39 INSS-DC, de 23-11-2000 (Informativo 48/2000);
Resolução 121 TST, de 28-10-2003 – Súmula 331 (Informativos 47 e 48/2003); Resolução 467 CODEFAT, de 21-12-2005 (Infor-
mativo 52/2005); Circular 450 CAIXA, de 13-10-2008 (Fascículo 43/2009); Circular 451 CAIXA, de 13-10-2008 (Informativo
43/2008).

Este fascículo é parte integrante do Manual de Procedimentos do Departamento de Pessoal, produto da COAD que
abrange todos os procedimentos do DP.
Os fascículos são substituídos a cada alteração na legislação. Por isso, o Manual está sempre atualizado, para
tranquilidade de seus usuários.
É fácil obter mais informações sobre o produto completo:
Bahia: (71) 2101-0250; Espírito Santo: (27) 3324-1599; Minas Gerais: (31) 3555-5650; Paraná: (41) 3222-1990;
Rio de Janeiro: (21) 2156-5901; Rio Grande do Sul: (51) 3226-8435; São Paulo: (11) 2147-0051.
Fax: 08000-227722
E-mail: comercial@coad.com.br
Site: www.coad.com.br

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