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Universidade Jean Piaget de Angola

MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL

Construção em Alvenaria, Terra e Madeira

TEMA:

DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS EM ALVENARIA E EM


MADEIRA

GRUPO 02

Viana, Fevereiro de 2023


INTEGRANTES DO GRUPO:
Menacuanzambi da Silva Raimundo
Mbati Sebastião Baptista
Armando António Coningole
Belchor Chipandeka V. Sede
Patricio Cuna Bambi Conde
Aureliano Dias Morais

Orientador: Prof. Doutor. Ph.D. Resende Nsambo


RESUMO
O presente trabalho, visou analisar o comportamento das estruturas em Alvenaria,
quando submetidas a cargas, assim como o comportamento das estruturas em madeira.
Para efeitos de cálculos, recorremos as normas Europeias como Eurocódigos e outras
não menos importantes para verificação em termos de dimensionamento das estruturas
em função dos materiais em questão.
PROBLEMA 1

1-Considere uma parede de alvenaria de 4,5 metros de comprimento, altura e espessura


eficazes de 3,4m e 102,5mm, respectivamente, a parede feita com unidades cerâmica de
categoria 1(fb=42,5 Mpa), argamassa M5, a parede é solicitada a seguintes esforços
majorados:
a) Verifique a segurança ao estado limite último de compressão simples de
Ned=250kN/m.
Dados: Figura:
Categoria I
fb=42,5Mpa
M5→fm=5Mpa
NEd=250 KN/m
Resolução
NEd ≤ NRd
*Esbelteza
λ≤27 → λ= hef/tef → λ= 3,24/0,1025 → λ= 31,60 (não cumpre com a condição
deve se aumentar a espessura da parede).
Logo: λ= 3,24/0,12 → λ= 27 27≤27 OK.
*Resistencia característica a Compressão:
fk=k*fbα*fmβ → fk=0,55*(42,5)0,7*(5)0, → fk=12,30 Mpa. → fk=12,30*103
KN/m.
*Resistência de Cálculo:
fd= fk/ϓM fd=12,30*103 /2 fd=6150 KN/m2
*Esforço normal da Parede:
NRd= ɸ*tef*fd NRd= 1*0,125*6150 NRd= 768,75 KN/m NEd ≤ NRd OK

b) Verifique a segurança ao estado do limite último de flexão composta N Ed


=250KN/m e MEd no topo igual a 0,20 KN/m sendo a base da parede rotulada.
Figura
Logo :
h= hef/0,75 h= 3,24/0,75 h= 4,32. Altura Normal.

*Excentricidade inicial:
einit = hef/450 einit = 3,24/450 einit = 7,2 *10-3
*Excentricidade no topo:
ei=Mid/Nid + eh + einit ≥0,05*t ei=0,20/250+ 0 + 7,2 *10-3 ≥0,05*0,125 ei=8*10-3 ≥
0,00625 OK.
*Esforço resistente no topo:
ɸ1= 1-2* ei/t ɸ1= 1-2*8*10-3 /0,125 ɸ1=0,87
NRd= ɸ*tef*fd NRd= 0,87*0,125*6150 NRd= 668,8 KN/m NEd ≤ NRd 250 ≤ 668,8
OK.
*Verificação a meia altura:
Figura:
0,20/4,32= Mm/2,16
Mm=0,1KN/m

Acção a Meia altura.


NEm=NEd1+Pparede Pp= ϓ*tef*h/2 Pp= 12*0,125*4,32/2 Pparede= 3,24
NEm=250+3,24 NEm=253,24 KN/m
*Excentridade devido ao carregamento:
em= Mmd/Nmd + ehm + einit em=0,1/25,24 +0+ 7,2*10-3 em=0,0076
*Excentridade devido a fluência:
ek =0,002 ɸ00 *hef/tef* ek =0,002*1* *3,24/0,125* ek=
0,0015
*Excentridade a meia altura:
emk = em+ek ≥ 0,*05*t emk = 0,0076+0,0015 ≥ 0,*05*0,125 0.0091 ≥ 0,0063
OK.
*coeficente de redução da capacidade a meia altura:
ɸm= 1-2* emk / t ɸm= 1-2* 0,0091 / 0,125 ɸm= 0,85
*Esforço normal resistente a meia altura:
NRdm = ɸm *t*fd. NRdm =0,85*0,125*6150. NRdm = 653,4KN/m NEdm ≤ NRdm 253,24
≤ 653,4

*Verificação na base:
NEd2 ≤ NRd2
NRd2 = ɸ2 *t*fd. ɸ2= 1-2* e2 / t ɸ2= 1-2* 7,2*10-3 / 0,125 ɸ2 = 0,89

*Esforço normal resistente na base:


NRd2 = 0,89 *0.125*6150. NRd2 = 684 KN/m
NEd2 = NEd1+ Pp NEd2 = NEd1 +ϓ* t*h NEd2 = 250 + 12* 0,125*4,32 NEd2 =256,5
KN/m
NEd2 ≤ NRd2 256,5 ≤ 684 OK.
c) Verifique a segurança no estado limite último do esforço transverso da parede em
alvenaria simples para NEd= 250 KN/m e VEd = 90kN/m.
Figura:

a) NEd= 250 KN/m


b) VEd = 90kN/m.

*Comprimento da parte comprimida da


parede:
Lc= (NEd*L- 2*VEd*h) / NEd Lc= (250*4,5- 2*90*4,32) / 250 Lc= 1,4m
σd= NEd / Lc *t σd= 250 / 1,4 *0,125 σd= 1428,6 KN*m

*Resistência característica ao Corte de alvenaria:


fvk= fvk0+0,4* σd fvk= 0,2*103+0,4* 1428,6 fvk= 771,44 KN/m2 onde fvk0 =
0,2 N/mm² tabela 3.4 NP 1996-1-1 2010.
*Resistência ao corte:
VRd= (fvk/ ϓM)*t*Lc VRd= (771,44/ 2)*0,125*1,4 VRd= 67,50 KN/m
VEd > VRd . NB: não cumpre. Logo, esta parede deve ser armada.

d) Verifique a segurança ao estado limite último de flexão admitindo que a parede é


solicitada por uma acção lateral actuante de 1,8 kN/m².
Dados:
Ved= 1,8 kN/m2
Categoria I
Condicao E
Fxk1= 0,10
Fxk2 = 0,4

fxd1= fxk1/ϓM fx1= 0,10/2 fx1=


fxd2= fxk2/ϓM fx1= 0,4/2 fx1= 0,20
μ= fxd1 / fxd2 μ=0,05 / 0,20 μ= 0,25
Relaçao:

h/l = 4,32/4,5 h/l = 0,96 adotamos =1 e consultamos a tabela e obtemos o α1

α1= 0.071 e α2 = α1/ μ α2 = 0,284

*Momento Aplicado na Direcao vertical:

Med1= α1*WEd*l2 Med1= 0,071*1,8*(4,5)2 Med1= 2,58 KNm/m

*Momento Aplicado na Direcção Horizontal:


Med2= α2*WEd*h2 Med1= 0,284*1,8*(4,32)2 Med2= 9,54 KN*m2

*Momento resistente na vertical:

MRd1=z*fxd1 onde: z= (b*t3)/6 z= (1*0,1253)/6 z= 0.00033

MRd1=0.00033*0.05*103 MRd1= 0,065 KN*m

*Momento resistente na horizontal:

MRd2=z*fxd2 onde: z= (b*t3)/6 z= (1*0,1253)/6 z= 0.00033

MRd2=0.00033*0.20*103 MRd2= 0,07 KN*m

MEd1≤MRd1 2,58 > 0.065 Nao verifica.

MEd2≤MRd2 9,54 > 0,07 Nao verifica.

Não cumpre, pois a parede está a flexionar nas direcçes vertical horizontal, pelo que
precisa de armadura, isto é, a parede em questão deve ser armada.

e) Verifique o Estado Limite de Serviço da parede, considerando todos os bordos


apoiados.

Dados relação

h=4,32m l/t= 36 h/t =34,56 l= 4,5m t=0,125m

De acordo o ábaco acima tirado do anexo F do eurocódigo 6, o estado limite


de utilização para esta parede verifica.
PROBLEMA 2

Considere um pavimento retangular de 4,5 m de largura e 6,4 m de comprimento de


madeira folhosa (D30) e seis vigas (C20) simplesmente apoidadas de 4,5 m de vão,
afastada de 0,8 m. A secção transversal das vigas é b=10cm e atura h=20cm.
Revestimento de 1,0kN/m2 e sobre carga de 4kN/m 2. Adopte os coeficiente de
segurança e justifique a sua opção. Verifique a segurança ao estado limite de flexao e de
esforços transverso da viga.
Figura

Dados
Madeira Folhosa. (D3)
6 vigas C20
S/C =4 KN/m2
Resolução
Revestimento*S/c*08
1*4*0,8 =3,2
ϓg=1,35
ϓq=1.5

*Estado do limite último a partir da acção actuante:

Ped= g*ϓg+q*ϓq
Ppviga=ϓ*b*h Ppviga=6,4*0,1*0,20 Ppviga=0.13

g= Rv+PPvg g= 0,8+ 0.13 g= 0,93.

Ped= g*ϓg+q*ϓq Ped= 0,93*1,35+3,2*1,5 Ped= 6,5KN/m

*Estado limite da flexão e estado limite da utilização:


- Flexão actuante.
f =MEd/w)≤fd MEd = P(L)2/8 MEd = 6,1*(6,4)2/8 MEd = 31,2 KN*m
W= b*(h)2/6 W= 0,1*(0,20)2/6 W= 0.0006 m3

fd=(fvk/ϓM)*k onde ϓM= 1,5 k=1


fd =30*103 *1/1,5 fd =20*103 KN/m2
f =MEd/w)≤fd f =31,2/0,0006) f =52*103
f ≥ fd Não cumpre! A viga não resistirá a acção actuante.

*Verificação ao estado limite do esforço transverso da viga:


Ʈ=( 3*Ved/2*b*he) ≤ Kv*fvd
V=Pl/2 Ved = Ped*L/2 Ved = 6,1*4,5/2 Ved = 13,7 KN. Onde Kv =1 e
he=0,18 Kmod= 0,7

Ʈ=( 3*13,7/2*0,1*0,18) ≤ Kv*fvd


Ʈ=1141,67≤ Kv*fvd onde fvd= 0,7*3*103 fvd= 1400 KN/m2
Ʈ≤ Kv*fvd Ok!
A viga resistirá a acção do esforço transverso.

PROBLEMA 3.
Considere um quadrado aberto constituído por uma barra horizontal que representa uma
laje em betão armado de 6 m de vão, encastrada nas duas extremidades, sendo a laje
encastrada do lado esquerdo a uma parede bi-encastrada, em alvenaria de 102,5 mm de
espessura eficaz e de 3,24 m de altura. A laje tem uma espessura de 15 cm de altura,
feita em betão de classe C20/25, solicitada a uma acção majorada de 20 KN/m 2 que
inclui o peso próprio. A parede é feita com unidades cerâmicas de categoria I (f b=42,5
Mpa), argamassa corrente M5. Determine o momento flector Mi, e trace os diagramas
de esforços internos da parede.
Dados
WEd=20 KN/m²
C20/25
tlaje = 15 cm
tparede = 102,5 mm
hef = 3,24 m
Ec = 30 Gpa
Eel = 12 Mpa
Argamassa corrente, categoria I, M5
fb = 42,5 Mpa
fm = 5 Mpa
Resolução:
hef=0,75*h; h=(hef/0,75)=4,32m; fk=K* fαb* fᵦm Indo para o quadro 3.3 pag 36
da EN, temos: α=0,7; β=0,3, em função da Unidade de Alvenaria que é cerâmica de
categoria I, obtém-se que K=0,45.
O módulo de elasticidade de Alvenaria, na pag 42 e 99 da EN 1996-1-1, afirma que em
caso de não termos o módulo de elasticidade secante da alvenaria, para acções de curta
direcção, E, poderá ser considerado igual KE *fK para efeitos de análise estrutural.
Em caso de não conhecimento/fornecimento de K E, o valor recomendado a ser adoptado
é 1000.
fk=K* fαb* fᵦm = 0,55*42,50,7 *50,3 =12,3Mpa , logo, E(alvenaria) = 12,3*1000=12300
MPa
Cálculo dos momentos Flectores da parede e da Laje
Parede
I=(b*h3 )/12=(1,0*0,1253 )/12=8,97*10⁻⁵ m⁴
Laje
I= (b*h3 )/12= (1,0*0,15⁴)=2,81*10⁻⁴m⁴

M1 = --------------------------------------------x

em que (Para o nosso caso):


ni : coeficiente de rigidez do elemento, considerado igual a 4 para elementos ligados em
ambas as extremidades e igual a 3 noutras situações;
Ei: módulo de elasticidade do elemento i, em que i = 1, 2, 3 ou 4;
NOTA: É normalmente suficiente considerar E igual a 1000 fk para qualquer tipo de
elementos para alvenaria.
Ii : momento de inércia do elemento i, em que i = 1, 2, 3 ou 4 (no caso de uma parede
dupla em que apenas um dos panos é resistente, Ii deverá ser considerado como o
momento de inércia do pano resistente);
h1 altura livre do elemento 1;
l4 vão livre do elemento 4.
Assim sendo, o Momento é:
4*12,3*106 *8,97*10⁻⁵
------------------------------------
4,32 20*6,006
M1 =-------------------------------------------------------------------------x[- --------------------]
4*12,3*106 *8,97*10⁻⁵ 4*3**2,81*10⁻⁴ 4(4-1)
------------------------------------ + ------------------------------
4,32 6,00

1021,6
M1 = ----------------------------x(-60) = -9,23 kN.m/m
1021,6+ 5260

Verificação da relação entre a rigidez da laje e rigidez da parede

5620

Km =------------------------------≤2 =--------------------------- = 5 ≤ 2

1021,6

Obs1: Não cumpre a condição pré-estabelecida segundo a norma EN 1996-1-1 2010.


Assim sendo, adoptamos a valor pré-estabelecido de 2. O que implica que os elementos
em questão devem beneficiar do reforço em termos de armaduras.

Em anexos os diagramas do Momento Flector, Esforço Transverso ou Cortante e a


Normal.
Agradecimentos

Agradecemos a Deus pelo fôlego de vida e nos ter dado a saúde para que pudéssemos
realizar o trabalho em questão. Agradecemos também ao Prof. Doutor Resende
Nsambu, pela paciência e sabedoria com que nos passou os conhecimentos afectos a
esta disciplina, reconhecemos que conseguimos ter conhecimento de vários conteúdos
desta disciplina, graças aos ensinamentos que recebemos do Professor.

Seremos eternamente gratos.

Bibliografia
EN 1996-1-1 2010
ENV 1995-1-2 2000
Outros Eurocádigos

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