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3º Ano
Diurno
Autores:
Adelina Somassenje
Aurora Bilhete
Celma Numa
Elisandra Miranda
Emanuel Sambumba
José Morais
Manuel Miguel
Marinela Camões
Valdemiro Bernardo
A Docente
_________________________
Yolanda Viamonte
Caxito, 2023
ÍNDICE
1º período - Iniciação.......................................................................................................................1
2º Período - Hesperitano..................................................................................................................2
3º Período – Claridoso.....................................................................................................................5
4º Período.........................................................................................................................................7
5º Período - Universalismo..............................................................................................................8
6ª Período - Consolidação................................................................................................................9
1º período - Iniciação
(Vavá)
Ainda neste excerto, fica vísivel a descrição da natureza caboverdiana nas expressões "
Em 1835, ali não havia, nem as azedinhas, nem as ameixoeiras".
O Narrador não só olha para a natureza e para região cabo-verdiana, mas olha também
para o habitante da terra, o homem cabo-verdiano, faz uma caracterização do mesmo e chama-
lhe de indígena para dizer que este homem é nativo da região.
O texto também foi muito influenciado pelo parnasianismo, quanto a sua estrutura e a
linguagem muito objectiva que o narrador traz e também pela maneira detalhada como a
narrativa e feita. Ele, o narrador, preocupa-se em situar o tempo e a região da narrativa de forma
minuciosa e detalhada.
1
2º Período - Hesperitano
(Marinela)
Suavíssima e cruel
Fugénin Tavares
Este poema refere-se ao clamor de uma pessoa que perdeu a sua pessoa amada.
Neste poema o eu lírico vê o mar como responsável pela separação da pessoa amada, o eu
lírico está triste com apátrida do seu amado e faz súplicas ao mar que se acalme e ouve o seu
clamor e que o traga de volta. O eu lírico ainda pede notícia dos seu amor.
Neste poema, podemos notar a influência da literatura europeia, visto que neste período
os autores buscavam algumas influências do colono para escrevem os seus textos. Este poema
remete-nos a época medieval, mas, primeiramente as cantigas de amigos, onde uma donzela se
dirigia à natureza para saber notícias do seu amigo.
O poema está dividido por 9 estrofe cada uma possui 4 versos, o poema não possuí
métricas, possui rimas.
Panorama
de que cataclismo,
de que sismos,
de que mistérios?…
Ilhas perdidas
no meio do mar,
esquecidas
maltratam,
abraçam…
montes alérta
implorando ao céu!
Montes alérta
de séculos
O texto a ser analisado tem como título “Panorama”, que é um dos poemas pertencentes
da obra Arquipélago, de Jorge Barbosa, publicado em 1935, no final do período Hesperitano.
Jorge Barbosa, com a publicação da sua obra Arquipélago em 1935, marcou uma nova
era na literatura cabo-verdiana, podemos falar a partir daí de uma literatura cujo tema principal
diz respeito ao homem cabo-verdiano e às ilhas. Jorge Barbosa, no seu poema “Panorama”,
demonstra preocupação com as origens, possivelmente recorrendo ao mito da Atlântida ao
questionar a origem das ilhas como podemos constatar no seguinte excerto: “Destroços de que
continente/ de que cataclismo, / de que sismos, e de que mistérios?...”. Para preencher o vazio
que as origens das ilhas deixam, a sua interrogação traz-nos a sugestão da lenda da Atlântida,
que se reporta a um continente que teria sido submerso no meio do oceano Atlântico Através
dessas interrogações Jorge Barbosa busca os fundamentos míticos que alicerçaram a matriz
cabo-verdiana.
O texto também pode nos remeter para as origens, não só das ilhas, como também, à
busca das raízes do homem cabo-verdiano. Neste poema o sujeito poético procura desvendar,
através de uma série de perguntas o mistério que é a origem das ilhas de Cabo-Verde e as suas
raízes. Podemos pressupor que o sujeito poético ao indagar sobre a origem e a identidade destas
ilhas estará a indagar sobre a sua própria origem e identidade como homem cabo-verdiano.
Acreditamos também que este poema faz alusão ao mito milenário da Atlântida. Ainda no texto,
podemos encontrar outras marcas predominante do período Hesperitano como o regionalismo,
como pode ser confirmado no seguinte excerto: Ilhas perdidas no meio do mar, esquecidas num
canto do mundo que as ondas embalam, maltratam, abraçam...”.
Nesse excerto, podemos perceber que o sujeito poético valoriza e aprecia aquilo que é o
arquipélago ou as ilhas de cabo-verde. Apesar da relação que o mar estabelece com a ilha seja
familiar, ela é carregada de contradição, é o mar que determina o isolamento, agravando assim as
condições de vida, mas por outro lado faz-se presente, tanto para embalar com o som das suas
ondas batendo nos rochedos, como para ligar as ilhas ao mundo retirando-as assim do
isolamento. Percebe-se que o mar é o elemento provocador desta realidade, tanto cria o
sentimento de prisão como também é visto como o caminho para a saída do isolamento.
3º Período – Claridoso
(Adé)
Partir,
deixar a ilha tão pequena
que o vento nómada
bafeja
e as ondas do mar rodeiam.
Fugir,
buscar terras mais ao longe
onde a alma errante caminhe.
Partir,
deixar na terra o canto duma morna
que o emigrante recorde.
Fugir,
deixar no mar o sulco branco
da hélice do vapor,
que as vagas mansas
apaguem (...)
(In Certeza, n°1. 1994 apud. Ferreira, 1975: 138)
(Lola)
Mares
Análise
A evasão foi a forma encontrada pelos poetas da geração da claridade para denunciar a situação
de abandono a que o arquipélago se encontrava, através do sonho , eles mostravam que era
possível viver em outras condições bem diferentes.
A análise deste poema, é uma das partes da o obra de Baltasar Lopes , um dos fundadores da
revista Claridade.
No poema, o primeiro verso rima com o quarto verso e são versos brancos.
4º Período – Cabo-vernitude
(Celma)
QUEIXUME
Tu minha terra
dá-me dedos novos
para dedilhar a lira quebrada
e dá-me um espírito novo
para apreciar a estrela que se apagou
Dondê a esperança
que animava meu espírito
nos momentos de crise
Dondê a esperança
que me dava forças
nos anos de seca
Roubaram meu brinquedo
(deixaram-me sem nada)
Queixume é um poema branco ou poema de versos soltos, pois, os versos não rimam.
5º Período - Universalismo
Nelito
ANTI-EVASÃO
Pedirei
Suplicarei
Chorarei
Atirar-me-ei ao chão
Gritarei
Berrarei
Matarei
A poesia de Ovídio Martins - Gritarei, Berrarei, Matarei, Não vou para Pasárgada (1973)
- é uma poesia que homenageia o camarada poeta João Vário.
Esta poesia é um canto de amor e luta que representa uma constante obsessão pela
libertação, rejeitando o conformismo, reacionária dos problemas que alastram a personalidade do
africano insular de Cabo Verde.
Associando o poema ao período correspondente (5.º período) uma das marcas que
podemos encontrar é a "liberdade de escrita", ou seja a liberdade do poeta escrever do modo que
lhe prouver, sem comprometimento ideo-político no texto.
Basta observar nos versos seguidos do poema, principalmente nas expressões repetidas:
Não vou para Pasárgada, o pensamento e a resistência do autor sobre a sua decisão, com que
significar que aconteça o que acontecer, não há nada que mude a sua posição.
6ª Período - Consolidação
(Sambumbinha)