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LÍRICA DE CAMÕES

Camila Mota e Iezza Araújo


Literatura portuguesa I
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO
01. Contexto Histórico
02. Soneto de Camões
03. Intertextualização
04. Referências
CLASSICISMO
O período do classicismo tem início com o retorno de Sá de Miranda da
Itália, onde ele trouxe consigo os novos ideais estéticos, e se encerra

CONTEXTO HISTÓRICO com a morte de Camões. Durante esse período, os escritores clássicos
valorizavam a pureza da linguagem de forma fervorosa. Nessa época,
coexistia uma dualidade que refletia as influências medievais e clássicas.
O lirismo tradicional, que era conhecido por seu caráter popular,
sentimental e individualista, continuou a dialogar com as novas
tendências da época.

PRINCIPAIS ESCRITORES
O classicismo português principia e termina com um poeta: Sá de
Miranda e Camões. Numa visão de conjunto, este último é o grande
poeta, enquanto os demais se colocam em plano inferior,
naturalmente ofuscados pelo seu brilho. (MOISÉS, 2013, p. 70)
LUÍS VAZ DE CAMÕES
Luís Vaz de Camões (c. 1524/1525 - 1580) é um dos maiores poetas
da língua portuguesa, conhecido por sua obra-prima "Os Lusíadas,"
que narra as aventuras dos navegadores portugueses. Sua poesia
é elogiada pela riqueza linguística, e ele é uma figura icônica na
literatura mundial. Sua vida repleta de desafios contribui para a
mítica que envolve sua figura, e suas obras continuam a ser
apreciadas e estudadas por sua influência duradoura na literatura
lusófona e global.
A fermosura¹ desta fresca serra
E a sombra dos verdes castanheiros,
O manso caminhar destes ribeiros²,
Donde toda a tristeza se desterra³;

O rouco som do mar, a estranha terra,


O esconder do sol pelos outeiros⁴,
TEMA
O recolher dos gados derradeiros⁵, A ausência, a saudade, a necessidade do
Das nuvens pelo ar a branda guerra; outro para viver.
Enfim, tudo o que a rara Natureza
Com tanta variedade nos of'rece,
Me está, se não te vejo, magoando. 1 fermosura - formosura;
2 ribeiros - ríos;
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece; 3 desterra - expulsa;
4 outeiros - montes, elevações de terra;
Sem ti, perpetuamente estou passando, 5 derradeiros - últimos, quem está depois de todos.

Nas mores alegrias, mor tristeza. Luís de Camões, Líricas, Lisboa, Sá da Costa, 1981
Manuel Maria Barbosa du Bocage
Olha, Marília, as flautas dos pastores Naquele arbusto o rouxinol suspira,
Que bem que soam, como estão cadentes¹! Ora nas folhas a abelhinha para,
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Ora nos ares, sussurrando, gira.
Os Zéfiros² brincar por entre as flores?
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Vê como ali, beijando-se, os Amores³ Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira
Incitam nossos ósculos⁴ ardentes; Mais tristeza que a noite me causara.
Ei-las de planta em planta as inocentes,
1 cadentes – harmoniosas.
As vagas borboletas de mil cores; 2 Zéfiros – divindades gregas que correspondem aos
ventos do ocidente; ventos suaves e agradáveis.
3 Amores – divindades subordinadas a Vénus e a
Cupido.
4 ósculos – beijos.

Bocage, Obra Completa – Volume I, edição de Daniel Pires, 2ª ed., Porto, Caixotim, 2008, p. 37
CARTAS PORTUQUESAS DE MARIANA ALCOFORADO

Uma paixão de que esperaste tanto prazer não é agora mais que desespero mortal,
só comparável à crueldade da ausência que o causa. Há de então este afastamento,
para o qual a minha dor, por mais subtil que seja, não encontrou nome bastante
lamentável, privar-me para sempre de me debruçar nuns olhos onde já vi
tanto amor, que despertavam em mim emoções que me enchiam de alegria,
que bastavam para meu contentamento e valiam, enfim, tudo quanto há? Ai!,
os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam,
e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido
a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo. (ALCOFORADO,
1669, p. 10)
Onde Anda Você (part. Toquinho) Vinicius de Moraes
E por falar em saudade, onde Hoje eu saio na noite vazia Hoje eu saio na noite vazia
Anda você? Numa boemia sem razão de ser Numa boemia sem razão de ser
Onde andam os seus olhos que Na rotina dos bares Na rotina dos bares
A gente não vê? Que apesar dos pesares me Que apesar dos pesares me
Onde anda esse corpo Trazem você Trazem você
Que me deixou morto de tanto E por falar em paixão em razão E por falar em paixão em razão
Prazer? De viver De viver
E por falar em beleza onde anda Você bem que podia me Você bem que podia me
A canção Aparecer Aparecer
Que se ouvia na noite dos bares Nesses mesmos lugares na Nesses mesmos lugares na
De então noite, nos bares Noite, nos bares
Onde a gente ficava Onde anda você? Onde anda você?
Onde a gente se amava em total
Solidão?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOISÉS, Massaud. Classicismo. In:____. A literatura portuguesa. 37ª ed. São Paulo: Cultrix, 2013. p. 65-108.

MOISÉS, Massaud. Classicismo. In:____. A literatura portuguesa através dos textos. 34ª ed. São Paulo: Cultrix, 2012. p. 79-167.

SARAIVA, Antônio José. O tempo de Camões. In:____. Iniciação à literatura portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. p.
46-62.
CARREIRO, José. A fermosura desta fresca serra, Camões. Folha de Poesia, 2023. Disponível em:
https://folhadepoesia.blogspot.com/2023/03/a-fermosura-desta-fresca-serra-camoes.html. Acesso em: 01 nov. 2023.

CARNEIRO, José. Olha, Marília, as flautas dos pastores, Bocage. Folha de PoesIa, 2023. Disponível em:
https://folhadepoesia.blogspot.com/2023/03/olha-marilia-as-flautas-dos-pastores.html. Acesso em: 04 nov. 2023.
JOBIM, Tom; DE MORAES, Vinícius. Onde Anda Você. Tom Jobim, Vinícius de Moraes. Universal Music, 1969. Spotify. Disponível em:
https://open.spotify.com/track/24bOiXGnWfwged0gg0LemU?si=yA70Gra4TJisHsogdiaycw

RIBEIRO, T. M. A. Cartas portuguesas: uma história de (des)amor. 2014. 20f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Letras)- Universidade Estadual da Paraíba, Guarabira, 2014.
O br igado .

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