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Engenharia dos

Materiais
Capítulo 8 – Falha

Prof. Dr. Émerson M. Miná


Falha - Introdução
❑ Por que estudamos a Falha? Para termos previsibilidade

▪ Principais causas
✓ Seleção inadequada de materiais;
✓ Elaboração de projetos ruins;
Navio tanque – falha frágil
✓ Utilização impropria dos componentes;
✓ Mal previsão dos danos durante serviço;
✓ Ausência de inspeção e manutenção

• Boeing 737 – falha por fadiga preventiva.


Fratura
❑ A falha ocorre por um processo de fratura do componente
ou separação do mesmo em duas ou mais partes.

▪ Fratura dúctil ❑Por que preferimos os


materiais dúcteis?
▪ Fratura frágil
Para termos previsibilidade
Fratura
❑ A falha ocorre por um processo de fratura do componente
ou separação do mesmo em duas ou mais partes.

▪ Fratura dúctil

▪ Fratura frágil

Ouro, chumbo, Ligas Materiais


polímeros e etc. metálicas frágeis
Fratura dúctil
❑Materiais apresentam uma grande deformação plástica
durante a aplicação de um esforço mecânico até a fratura.
Fratura dúctil
❑Materiais apresentam uma grande deformação plástica
após e absorvem muita de energia antes da fratura.

Fratura taça-cone
Estudo fractográfico

❑O estudo fractográfico nos ajuda a compreender as


características dos materiais e os mecanismos de fratura

▪ Estereomicroscópio
▪ MEV
Estudo fractográfico

❑O estudo fractográfico nos ajuda a compreender as


características dos materiais e os mecanismos de fratura

▪ Fratura dúctil – micro cavidades (dimples)


Estudo fractográfico

❑O estudo fractográfico nos ajuda a compreender as


características dos materiais e os mecanismos de fratura

▪ Fratura frágil – clivagem (cleavage)


Fratura frágil
❑O material apresenta pouca ou nenhuma deformação
plástica antes da fratura – propagação instável.

Marcas de Sargento
Fratura frágil
❑ A fratura frágil pode ser transgranular ou intergranular

▪ Fratura transgranular ▪ Fratura intergranular


Mecânica da Fratura
❑ A mecânica da fratura tenta estabelecer uma relação entre o
esforço aplicado em um material que contem uma trinca.
Mecânica da Fratura
❑ A mecânica da fratura tenta estabelecer uma relação entre o
esforço aplicado em um material que contem uma trinca.
Mecânica da Fratura
0
Em um material sem trincas ou
descontinuidades geométricas, as linhas
são uniformemente espaçadas.

A trinca modifica a distribuição das


linhas, concentrando-as nas vizinhanças
de sua extremidade.

Como resultado, há um aumento da


tensão nas vizinhanças da ponta da
trinca.

0
Mecânica da Fratura
❑ A mecânica da fratura tenta estabelecer uma relação entre o
esforço aplicado em um material que contem uma trinca.

1Τ 2
𝑎
𝜎𝑚 = 2𝜎0
𝜌𝑒

𝜎𝑚 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎


𝜎0 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎
𝜌𝑒 = 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎
𝑎 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎
𝑡𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Mecânica da Fratura
❑ A mecânica da fratura tenta estabelecer uma relação entre o
esforço aplicado em um material contendo uma trinca.

𝐾𝑒 = 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜


1Τ 2
𝜎𝑚 𝑎
𝐾𝑒 = =2
𝜎0 𝜌𝑒

𝜎𝑚 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎


𝜎0 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎
𝜌𝑒 = 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎
𝑎 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎
𝑡𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Exercício 1
Qual a tensão máxima na extremidade de uma trinca interna que possui
raio de curvatura de 2,5 × 10−4 𝑚𝑚 e comprimento de 2,5 × 10−2 𝑚𝑚,
quando uma tensão de tração de 170 𝑀𝑃𝑎 é aplicada?
1 Τ2 • 2𝑎 = 2,5 × 10−2 𝑚𝑚
𝑎
𝜎𝑚 = 2𝜎0
𝜌𝑒 𝑎 = 1,25 × 10−2 𝑚𝑚

1,25 × 10−2 𝑚𝑚
𝜎𝑚 = 2 × 170𝑀𝑃𝑎 ×
2,5 × 10−4 𝑚𝑚
𝜎𝑚 2404 𝑀𝑃𝑎
𝐾𝑒 = =
𝜎𝑚 = 2404,1 𝑀𝑃𝑎 = 2,4 𝐺𝑃𝑎 𝜎0 170 𝑀𝑃𝑎

𝐾𝑒 = 14,1 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟


Exercício 2
Qual a tensão máxima na extremidade de uma trinca superficial que
possui raio de curvatura de 2,5 × 10−4 𝑚𝑚 e comprimento de 2,5 ×
10−2 𝑚𝑚, quando uma tensão de tração de 170 𝑀𝑃𝑎 é aplicada?
1 Τ2
𝑎 𝑎 = 2,5 × 10−2 𝑚𝑚
𝜎𝑚 = 2𝜎0
𝜌𝑒

2,5 × 10−2 𝑚𝑚
𝜎𝑚 = 2 × 170𝑀𝑃𝑎 ×
2,5 × 10−4 𝑚𝑚
𝜎𝑚 3400 𝑀𝑃𝑎
𝐾𝑒 = =
𝜎0 170 𝑀𝑃𝑎
𝜎𝑚 = 3400 𝑀𝑃𝑎 = 3,4 𝐺𝑃𝑎
𝐾𝑒 = 20 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟
Exercício 3
Qual a tensão máxima na extremidade de trincas superficial e interna
que possuem um raio de curvatura de 2,5 × 10−3 𝑚𝑚 e comprimento de
2,5 × 10−2 𝑚𝑚, quando uma tensão de tração de 170 𝑀𝑃𝑎 é aplicada?

𝑇𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑎 𝑇𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙


1 Τ2 1 Τ2
𝑎 𝑎
𝜎𝑚 = 2𝜎0 𝜎𝑚 = 2𝜎0
𝜌𝑒 𝜌𝑒

𝜎𝑚 = 760,3 𝑀𝑃𝑎 = 0,76 𝐺𝑃𝑎 𝜎𝑚 = 1075,2 𝑀𝑃𝑎 = 1,07 𝐺𝑃𝑎

𝜎𝑚 𝜎𝑚
𝐾𝑒 = 𝐾𝑒 = 4,5 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝐾𝑒 = 𝐾𝑒 = 6,3 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟
𝜎0 𝜎0
Mecânica da Fratura
❑ Tensão Crítica (𝜎𝑐 )

• Para um material dúctil a tensão máxima é divida ao longo da sua estrutura em


múltiplas direções, diminuindo o potencial máximo do fator de concentração de
tensões (𝐾𝑒 );
• O material frágil não possui essa capacidade, logo o calculo teórico do 𝐾𝑒
representa uma boa aproximação.
𝐸 = 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒

𝛾𝑠 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎


1Τ 2
2𝐸𝛾𝑠
𝜎𝑐 =
𝜋𝑎 𝑎 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑢𝑚𝑎
𝑡𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
Exercício Exemplo 8.1
Uma placa relativamente grande de um vidro é submetida a uma tensão
de tração de 40 MPa. Se a energia de superfície específica e o módulo de
elasticidade para esse vidro são de 0,3 J/m2 e 69 GPa, respectivamente,
determine o comprimento máximo de um defeito de superfície que pode
existir sem que ocorra fratura.
1Τ 2
2𝐸𝛾𝑠 2𝐸𝛾𝑠
𝜎𝑐 = 𝑎=
𝜋𝑎 𝜋𝜎 2

2
2𝐸𝛾𝑠 2 × 69 × 109 𝑃𝑎 × 0,3 𝐽/𝑚³
𝜎 = 𝑎=
𝜋𝑎 3,14 × (40 × 106 𝑃𝑎)²

2
𝜋𝑎 × 𝜎 = 2𝐸𝛾𝑠 𝑎 = 8,2 × 10−6 𝑚 = 8,2 𝜇𝑚
Exercício Exemplo 8.1 – caso 2
Uma placa relativamente grande de um vidro é submetida a uma tensão
de tração de 40 MPa 20 MPa. Se a energia de superfície específica e o
módulo de elasticidade para esse vidro são de 0,3 J/m2 e 69 GPa,
respectivamente, determine o comprimento máximo de um defeito de
superfície que pode existir sem que ocorra fratura.
1Τ 2
2𝐸𝛾𝑠 2𝐸𝛾𝑠
𝜎𝑐 = 𝑎=
𝜋𝑎 𝜋𝜎 2

2
2𝐸𝛾𝑠 2 × 69 × 109 𝑃𝑎 × 0,3 𝐽/𝑚³
𝜎 = 𝑎=
𝜋𝑎 3,14 × (20 × 106 𝑃𝑎)²

2
𝜋𝑎 × 𝜎 = 2𝐸𝛾𝑠 𝑎 = 3,3 × 10−5 𝑚 = 33 𝜇𝑚
Tenacidade a fratura
❑ A tenacidade a fratura diz respeito a resistência do material a
propagação de uma trinca.

𝐾𝑐 = 𝑌𝜎𝑐 𝜋𝑎

𝐾𝑐 = 𝑀𝑃𝑎 𝑚

𝑌 = 𝑔𝑒𝑜𝑚𝑒𝑡𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑖𝑛𝑐𝑎 𝑒 𝑑𝑎𝑠


𝑐𝑎𝑟𝑎𝑐𝑡𝑒𝑟𝑖𝑠𝑡𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙

𝑌 = 1 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎

𝑌 = 1,1 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎 𝑠𝑒𝑚𝑖 − 𝑖𝑛𝑓𝑖𝑛𝑖𝑡𝑎


Fadiga
❑ A maioria dos materiais sofre falha em decorrência da Fadiga

Atuação de uma tensão cíclica, dinâmica, ainda que abaixo do limite de escoamento
e do limite de resistência a tração, o material poderá sofrer uma falha catastrófica.
Fadiga
❑ A maioria dos materiais sofre falha em decorrência da Fadiga

Atuação de uma tensão cíclica, dinâmica, ainda que abaixo do limite de escoamento
e do limite de resistência a tração, o material poderá sofrer uma falha catastrófica.

𝜎𝑚á𝑥 + 𝜎𝑚í𝑛
𝜎𝑚 = 𝜎𝑖 = 𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛
2
𝜎𝑚á𝑥
𝜎𝑚á𝑥 − 𝜎𝑚í𝑛 𝑅=
𝜎𝑎 = 𝜎𝑚í𝑛
2
Fadiga
❑ Ciclo de vida em ensaios de fadiga

São avaliadas diversas amostras,


que são submetidas a um regime
de fadiga com uma cargas
trativas e compressivas bem
definidas até o seu rompimento
após N ciclos de oscilação da
tensão.
Fadiga
❑ Análise microestrutural

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