Você está na página 1de 2

A União de Samael e Lilith e os Portais de Leviatã (por

Helio Kerykeion)
Publicado por Kerykeion em 7 de setembro de 2013 em BRUXARIA E FEITIÇARIA
LUCIFERIANA, CAMINHO DA MÃO
ESQUERDA, CONJURAÇÕES, EVOCAÇÕES, FEITIÇARIA, KERIKEYON, MAGIA, OCULTISMO, ORDO
LOTUS NIGRA (OLN)

“O Sabá não foi sempre um sonho e existiu realmente. Ainda existem assembléias secretas e
noturnas onde eram praticados ou são praticados os ritos do mundo antigo; entre essas assembléias,
umas tem caráter religioso e um fim social, outras não passam de conjurações e orgias. Assim, os
mistérios de Ísis, de Ceres Eleusina, de Baco reuniram-se aos da Grande Deusa e aos do druidismo
primitivo.”

Eliphas Levi – Dogma e Ritual da Alta Magia (publicado a primeira vez na França em 1855)

Acima apresento o Pentagrama Invertido hoje adotado pela Alta Feitiçaria – a senda dos feiticeiros-
magistas. A primeira imagem é de Eliphas Levi e a segunda de Stanislau de Guaita.

Lévi menciona a deusa Lilith no primeiro símbolo mas é Estanislau de Guaita que incorpora o seu
nome para o gráfico junto com o de Samael. A imagem mais conhecida que temos de Lilith é a
imagem que nos foi dada pela cultura hebraica, uma vez que esse povo foi aprisionado e reduzido à
servidão na Babilônia, onde Lilith era cultuada, é bem provável que vissem Lilith como um
símbolo de algo negativo.

Algumas vezes Lilith é associada com a Deusa grega Hécate, “A mulher escarlate”, uma Deusa que
guarda as portas do inferno montada em um enorme cão de três cabeças, Cérbero. Hécate, assim
como Lilith, representa na cultura grega a vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem. Uma
antiga lenda afirma que ela (Lilith) juntou-se aos anjos caídos quando se casou com Samael que
tentou Eva no Paraíso (disfarçado na forma de Serpente). Por sua vez Samael significa Veneno
(Sama) de Deus (El). Também é chamado de acusador, sedutor, deus-cego e destruidor.

Na tradição rabínica Samael é o “Anjo da Morte” e um dos sete regentes do mundo material servido
por milhões de anjos. Segundo as tradições cristãs canonicas, Samael era Lúcifer (Portador de Luz),
o anjo que estava mais próximo de Deus.

Em diferentes lugares Lévi chama Samael tanto como gênio de luz (LUX) branca de Marte, bem
como o nome hebraico para uma força demoníaca. Lévi não faz nenhuma menção do nome Leviatã,
mas a imagem de Guaita no Pentagrama Invertido é circulada por este nome em hebraico.

Ao descrever o segundo gráfico, Stanislau de Guaita expande Lévi – que não diz nada sobre Samael,
Lilith, ou Leviatã.
Nos ritos de Nigromancia Kabalística a união de Samael e Lilith abre os Portais de Daat no Oeste, o
lugar de onde vem a escuridão para este mundo: sendo Daat o Portal de entrada para o Reino dos
Klipoth e a morada da Grande Serpente, Leviatã.

Klipoth é o que em muitas religiões chamam Inferno, o outro mundo abaixo de Assiah (o mundo
físico),

O Elemento próprio de Leviatã é a água que representa, de maneira absoluta, o inconsciente,


pessoal ou coletivo.

Uma outra lenda afirma que Samael, o anjo da morte e do veneno, também identificado com
Satanás, e a jovem Lilith reinaram sobre Edom, o Reino Qliphótico de seres espectrais (deuses
esquecidos) que foi criado antes da Terra. Na prática são os aspectos não-equilibrados da Árvore da
Vida, as Águas do Caos ( e portanto de Leviatã).

A tradição secreta rabínica ensina que Lilith existiu antes de Eva e foi a primeira mulher de Adão, a
quem dava cem filhos por dia. Esta tradição também diz que Lilith, e não Eva, foi a verdadeira Mãe
de Caim – o patriarca de todos os bruxos de sangue.

Por sua vez Samuel, Seth, Saturno, Satã, Shaitan e Shiva tem suas analogias com a morte,
transformação e renascimento. Samuel ou Satã, a Serpente Sedutora do Gênesis foi um dos
primeiros anjos que se revoltaram, é o nome do “Dragão Vermelho”. É o Anjo da Morte, pois como
diz o Talmut que “o Anjo da Morte e Satã são um só”. Samuel foi morto por Miguel, assim como
mais tarde São Jorge matou o Dragão e antes deles Hórus venceu Seth ou o Dragão Apófis em uma
batalha pela supremacia do Egito.

Aqui o Dragão não é um símbolo da idolatria pagã como querem fazer acreditar os cristãos mas sim
das forças primais da origem da criação. Cosmogonicamente falando todos os Dragões e Serpentes
vencidos por seus “Matadores” são em sua origem, os princípios turbulentos e confusos do CAOS,
postos em ordem pelos Deuses Solares ou Poderes criadores. No egípcio “Livro dos Mortos”, esses
princípios são chamados de “Filhos da Rebelião!”

Você também pode gostar