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RENATO DOMINGUES VAZ

A IMPORTÂNCIA DA AUTOMAÇÃO PARA A INDÚSTRIA


BRASILEIRA

SANTA BÁRBARA D’ OESTE


2021
RENATO DOMINGUES VAZ

A IMPORTÂNCIA DA AUTOMAÇÃO PARA A INDÚSTRIA


BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso Engenharia Elétrica da Instituição
Anhanguera.

Orientador: Carlos Junior

Santa Bárbara D’ Oeste


2021
RENATO DOMINGUES VAZ

A IMPORTÂNCIA DA AUTOMAÇÃO PARA A INDÚSTRIA


BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso Engenharia Elétrica da Instituição
Anhanguera

BANCA EXAMINADORA

Prof(a).

Prof(a).

Prof(a).

Santa Barbara d’ Oeste, 20 de novembro de 2021


AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado saúde e a oportunidade de


concluir mais esta etapa da minha vida.

A Faculdade Anhanguera de Santa Bárbara d’ Oeste e todo o seu corpo


docente, que conseguiram contribuir de forma brilhante compartilhando seus
conhecimentos.

Ao meu orientador, Carlos Junior, que sempre esteve disposto a ajudar e


apoiar construtivamente no desenvolvimento deste trabalho.

A minha família, em especial a minha esposa e minha filha pela paciência e


compreensão durante todo o tempo de elaboração deste trabalho, já que tive que
me abdicar de vários momentos junto a eles para que pudesse finalizar esta
pesquisa. Obrigado.
VAZ, Renato Domingues. A Importância da Automação para a Indústria
Brasileira. 2021. 34. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Elétrica) – Faculdade Anhanguera, Santa Barbara do Oeste, 2021.

RESUMO

A indústria brasileira é essencial para o desenvolvimento econômico do país. Já a


automação se insere no contexto de trazer várias vantagens para as indústrias em
que é aplicada, como o aumento de produtividade e otimização para os processos
industriais. Desse modo, a automação industrial se mostra como essencial para o
setor industrial do país. Isto posto, o problema que baseou esta pesquisa foi: qual a
importância da automação para a indústria brasileira? De modo a responder a tal
questionamento o objetivo geral foi compreender a importância da automação para a
indústria brasileira. O presente trabalho foi realizado com base em uma pesquisa de
revisão bibliográfica. A partir das considerações finais, pode-se concluir que, o pre-
sente trabalho foi capaz de cumprir com todos os objetivos propostos, deixando cla-
ro o quanto a automação industrial pode ser importante para o desenvolvimento do
setor industrial no país, trazendo, entre outros benefícios, o aumento significativo de
produtividade.

Palavras-chave: Setor industrial; Automação industrial; Brasil.


VAZ, Renato Domingues. The Importance of Automation for the Brazilian
Industry. 2021. 34. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia
Elétrica) – Faculdade Anhanguera, Santa Barbara do Oeste, 2021.

ABSTRACT

Brazilian industry is essential for the country's economic development. Automation,


on the other hand, is part of the context of bringing several advantages to the indus-
tries in which it is applied, such as increased productivity and optimization of industri-
al processes. In this way, industrial automation is shown to be essential for the coun-
try's industrial sector. That said, the problem that based this research was: what is
the importance of automation for the Brazilian industry? In order to answer this ques-
tion, the general objective was to understand the importance of automation for the
Brazilian industry. The present work was carried out based on a literature review re-
search. From the final considerations, it can be concluded that the present work was
able to fulfill all the proposed objectives, making it clear how important industrial au-
tomation can be for the development of the industrial sector in the country, bringing,
among other benefits, the significant increase in productivity.

Keywords: Industrial sector; Industrial automation; Brazil.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Resumo das Revoluções industriais........................................................ 13


Figura 2- Pirâmide da automação industrial ............................................................. 16
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 AUTOMAÇÃO EM SISTEMAS INDUSTRIAIS ...................................................... 12
2.1 HISTÓRICO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL .................................................... 13
2.2 DIVISÃO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL.......................................................... 15
3 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS APLICADAS À AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ....... 18
3.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) ........................................... 18
3.2 REDES INDUSTRIAIS ........................................................................................ 18
3.3 INTERFACE HOMEM MÁQUINA ........................................................................ 19
3.4 SISTEMA SUPERVISÓRIO ................................................................................ 20
3.5 INTERNET DAS COISAS.................................................................................... 21
3.6 REALIDADE AUMENTADA E REALIDADE VIRTUAL ........................................ 22
3.7 COMPUTAÇÃO EM NUVEM .............................................................................. 22
3.8 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ............................................................................... 23
3.9 IMPRESSÃO 3D ................................................................................................. 23
3.10 ROBOTIZAÇÃO ................................................................................................ 23
4 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL ............................................................ 25
4.1 POSSIBILIDADES TECNOLÓGICAS PARA A EVOLUÇÃO DA AUTOMAÇÃO
BRASILEIRA ............................................................................................................. 25
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32
10

1 INTRODUÇÃO

O setor industrial possui grande importância para o desenvolvimento de um


país. Por isso, quanto mais avançadas as tecnologias aplicadas no setor industrial,
mais a produtividade das indústrias tende a crescer, contribuindo de forma
significativa para o desenvolvimento econômico e social nacional.
Desse modo, pode-se citar as tecnologias da automação industrial como
algumas das tecnologias mais utilizadas pelas indústrias em todo mundo para
aumentar sua produtividade e eficiência em geral.
A indústria brasileira é essencial para o desenvolvimento econômico do país,
por isso, melhorias que tragam aumento de produtividade e otimização para os
processos industriais são de grande contribuição. A automação se insere nesse
contexto, de trazer várias vantagens para as indústrias em que é aplicada.
Desse modo, um estudo sobre a importância da automação para a indústria
do país também possui relevância, ao apontar os benefícios trazidos pela
automação para este setor brasileiro.
As contribuições desta pesquisa para a sociedade serão no sentido de
divulgar sobre a automação industrial, suas principais tecnologias e benefícios que
trazem ao serem implantadas. Com isso, espera-se incentivar mais gestores a
implantar a automação em suas indústrias. Em relação a contribuição acadêmica,
esta pesquisa espera servir de embasamento teórico para outros possíveis estudos
práticos relacionados à automação.
A indústria no Brasil se desenvolveu ao longo dos anos, aumentando sua
produtividade a partir de melhorias em seus processos produtivos. Nesse contexto, o
problema que baseou esta pesquisa foi: qual a importância da automação para a
indústria brasileira?
O objetivo geral foi compreender a importância da automação para a indústria
brasileira. O primeiro objetivo específico foi caracterizar a automação em sistemas
industriais. O segundo objetivo específico foi avaliar as principais tecnologias
aplicadas à automação industrial e sua evolução. O terceiro objetivo específico foi
apontar a importância da automação industrial para a indústria no Brasil.
11

O presente trabalho foi realizado com base em uma pesquisa de revisão


bibliográfica. Os trabalhos que foram utilizados como base na composição desta
pesquisa foram publicados no período entre 2010 e 2020. Os locais de busca foram
livros e sites de banco de dados acadêmicos, como Google Acadêmico, Scielo,
Catalogo de teses da Capes, IEEE, entre outros. As palavras chave utilizadas nas
buscas foram: “Automação industrial”; “Tecnologias para automação industrial”;
“Automação industrial no Brasil”.
12

2 AUTOMAÇÃO EM SISTEMAS INDUSTRIAIS

A automação industrial pode ser definida como um conjunto de técnicas


utilizadas para tornar tarefas automáticas, evitando ao máximo o gasto de energia
humano, substituindo-a por elementos eletromecânicos e/ou eletrônicos. A partir
desse amplo conceito, pode-se englobar várias tecnologias aplicáveis nos mais
diversos cenários industriais. (MIKELL, 2011).
A automação pode ainda ser conceituada como qualquer tipo de processo
capaz de realizar tarefas de maneira autônoma. Além disso, mesmo processos que
auxiliam os indivíduos a realizarem suas atividades laborais são também
considerados como automação industrial. (ROSÁRIO, 2012). Por isso, a automação
industrial é reconhecida como a melhor maneira de tornar os processos industriais
mais velozes e eficazes. Como consequência principal da automação industrial a
planta alcança uma maior produtividade, além de os riscos de certas atividades
serem diminuídos, pois é usado maquinário ao invés de força humana de forma
direta. (SILVA, 2010).
Destaca-se que a automação está intimamente relacionada com a
instrumentação. Isso porque são necessários vários instrumentos para realizar a
automação. Historicamente, se falava sobre controle automático de processo, em
que instrumentos eram usados para medir, transmitir, comparar e atuar no processo.
A partir do momento em que se passou a ter funções de monitoramento, alarme,
entre outras similares, o termo automação passou a ser usado com maior
frequência. (VILELA; VIDAL, 2010).
Com o crescente avanço tecnológico foram possíveis grandes evoluções nos
componentes eletrônicos, e, consequentemente, nos sistemas de controle e estes
foram usados para trazer grandes vantagens para a automação industrial, como
uma maior flexibilidade para as plantas industriais. (VILELA; VIDAL, 2010).
Para que a automação industrial seja compreendida em sua totalidade é
preciso também demonstrar como se deu a sua evolução. A evolução da automação
está intimamente ligada com a evolução industrial, por isso as mesmas serão
discutidas em conjunto na próxima subseção
13

2.1 HISTÓRICO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Como a automação industrial está profundamente conectada com a evolução


da indústria, será demonstrada a linha do tempo das cinco Revoluções Industriais e
as principais evoluções da automação relacionadas a cada um desses períodos. A
figura 1 mostra um resumo das Revoluções industriais.

Figura 1 – Resumo das Revoluções industriais

Fonte: Korp (2021).

As revoluções industriais podem também ser divididas de acordo com a


numeração de indústria 1.0, 2.0, e assim por diante. Assim, tem-se que a indústria
1.0 foi iniciada no período da década de 1780. A principal característica da indústria
1.0 foi a mecanização, onde a energia da água e vapor passaram a impulsionaram
as plantas industriais da época. (BESSA et al., 2020). Essa primeira revolução
industrial trouxe um grande marco da substituição do trabalho braçal por máquinas
que executavam a mesma tarefa, com o intuito de aumentar a eficiência, velocidade
e qualidade dos processos produtivos. (GOEKING, 2010).
Em 1870, a indústria 2.0 surgiu, sendo caracterizada pela eletrificação, em
que linhas de montagem possibilitaram a produção em massa. Na época da
segunda revolução industrial que o conceito de automação passou a ser instituído.
14

Isso ocorreu nos Estados Unidos em 1946, em que o termo significa qualquer
sistema que utilize computação e que substitua o trabalho humano com o intuito de
aumentar a qualidade e velocidade dos processos produtivos. Nessa época também
surgiu uma maior preocupação com a segurança dos funcionários, e maior controle,
planejamento e flexibilidade da produção. (GOEKING, 2010).
O uso da computação nessa época só foi possível graças ao advento dos
transistores, uma tecnologia que tornava possível o controle da passagem de
corrente elétrica em certas condições. (GOEKING, 2010). Outra das principais
tecnologias de controle e automação da década de 1940 eram os sinais de pressão
de 3 a 15 PSI, que eram usados para definir um controle mais preciso. (MARTINS,
2015).
Já na década de 1960, os semicondutores passaram a ser aplicados a
sistemas industriais, possibilitando que os sistemas de controle industrial aplicassem
sinais elétricos analógicos de 4 a 20 mA para instrumentação e controle. Com base
nessa tecnologia, os sistemas industriais tiveram várias vantagens, como a redução
de ruídos, melhoria na confiabilidade dos dispositivos, diminuição no tempo de
intervenções para manutenção, agilidade nos processos de expansão e
implementação de equipamentos da fábrica, entre outras. Além disso, a utilização de
dispositivos eletrônicos na automação trouxe a necessidade de interligação dos
dispositivos levando ao surgimento do conceito de sistema distribuído de
automação. (MARTINS, 2015).
Ainda na década de 1960 surgiu o Controlador Lógico Programável (CLP),
que revolucionou a automação industrial. A partir do CLP é possível controlar o
processo fabril a partir de sua memória programável, que reúne as instruções que
devem ser repassadas para os demais dispositivos e máquinas que estão sob a sua
responsabilidade. (GOEKING, 2010).
Em 1970 surge a indústria 3.0 tendo como traço principal uma automação
baseada em eletrônica e computação. (BESSA et al., 2020). Durante esse período, o
desenvolvimento da eletrônica digital tornou possível o uso de processadores para
monitoramento e controle de vários dispositivos de instrumentação e automação. Já
na década de 1980 foram desenvolvidos e implementados sensores que possuíam
capacidade de processamento ID (Intelligent Devices), esses dispositivos possuíam
15

vantagens como o baixo custo e uma relativa flexibilidade de instalação, sendo


largamente usados em aplicações de controle digital. (MARTINS, 2015).
A partir de processadores e sensores ID foi possível desenvolver sistemas de
automação industrial capazes de transmitir sinais entre o campo e os sistemas de
controle, de forma digital. A partir disso, foi reconhecida a necessidade de
padronização de dispositivos e sistemas de automação, para que a comunicação
entre os mesmos ocorresse de forma eficiente. (MARTINS, 2015).
Do período de 2000 até as primeiras décadas do século XXI tem-se a
Indústria 4.0, tendo como característica a digitalização, por intermédio das seguintes
tecnologias: internet das coisas (IoT), big data, realidade aumentada, computação
na nuvem, inteligência artificial, impressão 3D e robotização. (BESSA et al., 2020).
A indústria 5.0 surge a partir do ano de 2016 e sua principal característica é a
cooperação entre homem e máquina, realizando uma combinação entre a
inteligência e a criatividade do homem com a habilidade, agilidade e produtividade
dos robôs. Espera-se que haja uma eliminação das barreiras entre os mundos real e
virtual, integrando-os por meio da adequação e evolução de tecnologias da Indústria
4.0. (BESSA et al., 2020).
Assim, na Indústria 5.0 espera-se que os robôs sejam desenvolvidos para
operarem em conjunto aos humanos nas linhas de produção. Esses robôs serão
dotados de Inteligência Artificial (IA), de tal modo a não realizarem atividades
repetitivas, mas sendo capazes de aprender o que fazer e como cooperar com os
humanos. (BESSA et al., 2020).
Após definir o histórico da automação industrial é possível caracterizar como
a mesma é dividida não só para facilitar seu estudo, mas também nos ambientes
industriais em que é aplicada. A próxima seção deste capítulo irá demonstrar como a
automação é dividida.

2.2 DIVISÃO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Uma das maiores mudanças trazidas aos processos produtivos com a


evolução da automação foi o aumento da complexidade dos sistemas e processos
associados. Com isso, o gerenciamento dos sistemas de automação industrial
16

também se tornou mais difícil, sendo por isso necessário que a automação fosse
dividida em etapas. Desse modo, não só o seu gerenciamento foi facilitado, como
também própria evolução da automação se tornou mais simples, pois as aplicações
puderam ser desenvolvidas conforme a etapa que desejavam auxiliar. (SILVA,
2010).
Portanto, os sistemas de automação industrial são divididos conforme suas
responsabilidades no processo produtivo. A figura 2 mostra os níveis de automação
divididos em formato de pirâmide, a maneira mais comum de representá-los.
(MORAIS; CASTRUCCI, 2007).

Figura 2- Pirâmide da automação industrial

Fonte: Instrumentação e controle (2018).

A figura 2 mostra que cada nível da pirâmide de automação possui suas


próprias funções gerenciais e responsabilidades. Além disso, está ainda associado a
tipos diferentes de tecnologias e redes de comunicação específicas. (MORAIS;
CASTRUCCI, 2007).
Conforme a figura 2, o nível 1 é o chamado chão de fábrica. Nessa etapa
estão as máquinas que efetivamente realizam as transformações industriais. Nesse
17

nível da pirâmide os dispositivos usados são os sensores e atuadores, em que os


primeiros recebem informações direto dos processos industriais e os atuadores
podem realizar ações de ligar, desligar, abrir, etc., conforme foram programados.
(SILVA, 2010). São também chamados de dispositivos de campo, e além dos
sensores e atuadores existem os transmissores e outros componentes. Nessa etapa
também é realizado o controle manual, em que há o contato direto com um dado
processo da planta. Os dispositivos desta etapa possuem baixa inteligência.
(RODRIGUES JÚNIOR, 2017).
O nível 2 é composto pelos elementos de controle da planta fabril. Alguns
desses dispositivos são os Controladores Lógico Programáveis (CLPs). (MORAIS;
CASTRUCCI, 2007). Nessa etapa que ocorre um maior controle automatizado da
planta, com um maior nível de inteligência, se comparado com o chão de fábrica.
(RODRIGUES JÚNIOR, 2017).
Já o nível 3 é onde ocorre a supervisão, sendo por isso composto por
sistemas supervisórios responsáveis pelo controle do processo produtivo da planta.
(MORAIS; CASTRUCCI, 2007). Nesse nível ocorre também a otimização dos
processos. A supervisão é formada por Sistemas de Supervisão e Aquisição de
Dados (SCADA) e por Interfaces Homem-Máquina (IHM), em que sistemas desses
tipos produzem relatórios, gráficos e podem ser usados como ferramentas de
controle remoto. Nesse nível também são usados banco de dados para
armazenamento e consulta de dados históricos do sistema. (RODRIGUES JÚNIOR,
2017).
No quarto nível ocorre a programação e o planejamento da produção, como o
controle e a logística de suprimentos. (MORAIS; CASTRUCCI, 2007). O nível 4 é
também chamado de gerenciamento da planta, em que são concatenadas a gestão
e a administração empresarial com foco na planta em que atua. (RODRIGUES
JÚNIOR, 2017).
E por fim, no nível 5 está o gerenciamento geral, onde ocorre a tomada de
decisão sobre a administração da empresa. (MORAIS; CASTRUCCI, 2007). O nível
5 é também conhecido como o gerenciamento corporativo, em que há a
centralização das informações. (RODRIGUES JÚNIOR, 2017).
18

3 PRINCIPAIS TECNOLOGIAS APLICADAS À AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Para que a automação possa ser efetivamente aplicada são necessários


deferentes tipos de tecnologias. (ROGGIA; FUENTES, 2016). Algumas das
tecnologias base para a automação industrial serão brevemente definidas. Além de
novas tecnologias que irão fundamentar a automação nos próximos anos

3.1 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)

O CLP pode ser definido como um sistema eletrônico que opera de forma
digital. Projetado especificamente para uso industrial, o CLP usa memória
programável para armazenar as instruções necessárias para implementar suas
funções previamente programadas pelo usuário. (VILELA; VIDAL, 2010).
O controlador lógico programável é um dispositivo que pode ser usado para
controlar vários tipos de processos industriais. Os CLPs são criados com base na
interação entre software e hardware, com uma unidade central de processamento
que recebe informações por meio de uma unidade de entrada de dados, processa
tais informações e envia os resultados para a unidade de saída. (MIKELL, 2011).
Destaca-se ainda o Smart CLP é um dispositivo programável que lida
facilmente com a sequência do processo de eventos emergentes, como o
movimento do elevador, a funcionalidade das bombas, rotação da turbina, motor
ligado / ou, alarmes, etc. Ele atua como o coração de uma indústria que controla
muitos processos industriais. É usado para controlar todos os processos de
fabricação, como linhas de montagem, dispositivos robóticos e atividades onde
exigimos controle. (ZHENG et al., 2018).

3.2 REDES INDUSTRIAIS

Para que a automação industrial fosse efetivamente aplicada era essencial


que os elementos sensores e atuadores se comunicassem entre si, para isso foram
usadas redes. Inicialmente as redes eram totalmente cabeadas, mas com o
19

desenvolvimento ao longo dos anos, foi possível criar redes de comunicação sem
fio. (MIKELL, 2011).
Para criar as redes industriais era também necessário que padrões fossem
criados para tais redes. O protocolo HART foi um dos protocolos que mais despertou
avanços tecnológicos, permitindo uma comunicação efetiva entre dispositivos
pertencentes a redes industriais. (MIKELL, 2011).
Alguns cenários de redes de automação industrial são: Sensorbus, Devicebus
e Fieldbus. Os barramentos Sensorbus são usados para interligar sensores e
atuadores discretos. Os barramentos Devicebus são uados para dispositivos mais
complexos, com mensagens orientadas de byte a byte. Já as Fieldbus são redes de
instrumentos de campo, com controle de variáveis analógicas, sendo mais
complexas e robustas. (MIKELL, 2011).
A conectividade em indústrias não é formada apenas pelos barramentos que
conectam sensores, mas sim por várias camadas, com vários tipos diferentes de
dispositivos, com necessidades diversas de velocidade de transmissão de dados,
capacidade de armazenamento, entre outras características que dependem da
complexidade dos processos industriais e da própria rede. (SANTOS; VOLANTE,
2018).
Assim, destacam-se como tipos de conectividades para redes industriais tanto
os tipos cabeados, como a ethernet, como os wireless, estes últimos que vem
crescendo em variedade ao longo dos anos, como o WiFi, RFID, rádio frequência,
Bluetooth, WirelessHART, entre outros. (SANTOS; VOLANTE, 2018).

3.3 INTERFACE HOMEM MÁQUINA

A Interface Homem Máquina (IHM) possui uma evolução que pode ser
definida a partir de outro gerações, indo de IHM 1.0 a IHM 4.0. As primeiras IHM
eram salas de controle com muitos botões, diodos, indicadores de relógio, etc.
Essas salas de controle possuíam painéis que eram usados para visualização e
controle remotos. (PAPCUN; KAJÁTI; KOZIOREK, 2018).
A segunda revolução na IHM é a visualização a partir de desktop e
visualização em painéis de toque. Essas IHMs foram criadas por meio da
20

miniaturização de grandes computadores para computadores pessoais e do


desenvolvimento de computação gráfica. A visualização remota é executada em
aplicativos de desktop e a visualização local é executada em painéis de toque,
embora não seja uma regra. (PAPCUN; KAJÁTI; KOZIOREK, 2018).
A conectividade a partir da internet e os servidores web nas empresas
abriram possibilidades para aplicações web e móveis no contexto da IHM.As
visualizações remotas e locais foram alteradas fisicamente para plataformas ou
serviços que podem ser posteriormente divididos logicamente; por exemplo, com
base em uma posição de operador ou gerente (chão de fábrica ou escritório).
Durante essa evolução, a IHM foi alterada para serviço. Esta mudança define uma
SOA (Service Oriented Architecture). (PAPCUN; KAJÁTI; KOZIOREK, 2018).
A IHM 4.0 é baseada na sobreposição de limites físicos de DCS (Distributed
Control Systems) e a interconexão de mundos cibernéticos e físicos confirmam as
ideias de CPS (Cyber-Physical System). A arquitetura CPS, por sua vez é a base
para a Indústria 4.0. A IHM 4.0 deve reagir a alarmes muito rapidamente e os
operadores devem ter informações atualizadas sobre a produção. Caso a empresa
possua sistema de informação e controle construído em boa API, abre opções de
serviços como realidade virtual e aumentada. A realidade virtual (VR) e a realidade
aumentada (AR) por si só não dão aos operadores a capacidade de interagir com o
sistema (produção). Esta é a razão pela qual esses serviços devem ser enriquecidos
por serviços de interação como fala ou gesticulação. (PAPCUN; KAJÁTI;
KOZIOREK, 2018).

3.4 SISTEMA SUPERVISÓRIO

Sistemas supervisórios são conjuntos formados por hardware e software que


permitem que o operador tenha acesso a informações sobre um dado processo
industrial, ou ainda sobre um conjunto de processos. Por isso, a depender do tipo de
atividades industriais pode-se ter um sistema supervisório de menor ou maior porte,
com poucas ou várias funções. (VILELA; VIDAL, 2010).
A função base de um sistema supervisório é coletar dados de dispositivos de
campo, ou seja, os sensores e atuadores que atuam a nível de chão de fábrica, e
21

apresentar tais informações de forma padronizada e menos complexa, para facilitar


o entendimento rápido e eficiente do operador sobre o processo. (VILELA; VIDAL,
2010).

3.5 INTERNET DAS COISAS

Os avanços na informação e comunicação e nas tecnologias de sensores


levaram à geração de enormes quantidades de dados. A Internet das Coisas (IoT) é
definida como uma tecnologia que permite que pessoas e coisas se conectem a
qualquer hora, em qualquer lugar, com qualquer coisa e qualquer pessoa, de
preferência usando qualquer caminho / rede e qualquer serviço. (NUAMAH; SEONG,
2017).
A IoT é uma tecnologia abrangente, que cobre uma ampla gama de domínios,
incluindo serviços públicos, saúde, transporte e logística, etc. Os domínios de
aplicação da IoT podem ser classificados de acordo com a disponibilidade do tipo de
rede, escala, heterogeneidade, envolvimento do usuário e impacto. (NUAMAH;
SEONG, 2017). Por exemplo, Gubbi et al (2013) classificaram os aplicativos IoT em
quatro domínios: pessoal e doméstico, corporativo, utilitários e móvel.
As tecnologias que compõem a IoT incluem tecnologias de identificação e
detecção, por exemplo, Identificação por Rádio Frequência (RFID) e Redes de
Sensores Sem Fio (WSNs), middleware, computação em nuvem e software de
aplicação IoT. (NUAMAH; SEONG, 2017).
RFID permite a identificação automática de objetos usando ondas de rádio,
uma etiqueta e um leitor. RSSFs consistem em dispositivos autônomos equipados
com sensores que monitoram as condições físicas ou ambientais. Middleware é uma
camada de software que permite que dispositivos IoT heterogêneos e sistemas
troquem dados perfeitamente. A computação em nuvem se refere à entrega de
serviços de computação hospedados pela Internet. As aplicações IoT permitem
interações máquina-máquina e homem-máquina. (ATZORI; IERA; MORABITO,
2010).
22

3.6 REALIDADE AUMENTADA E REALIDADE VIRTUAL

Tecnologias de Realidade virtual (VR) e de Realidade aumentada (AR) são


usadas para melhor integração com humanos e interação com sistemas eletrônicos
para fornecer informações em tempo real. Essas tecnologias podem ajudar a
solucionar quaisquer falhas nos sistemas produtivos. Com isso, ajudam a melhorar a
qualidade do planejamento, a eficiência e a segurança do trabalhador com um ciclo
de desenvolvimento mais curto. Pode-se definir esse tipo de tecnologia como
baseada em conceitos de realidade mediados por computador em relação ao mundo
físico/real e extraem entradas sensoriais do mundo real, como vídeo, gráficos, som,
tátil e dados de GPS. (BRADLEY; NEWBUTT, 2018)
A ideia principal da Realidade virtual e da Realidade aumentada é a
portabilidade, por isso o desenvolvimento do espaço inteligente. O sistema de
informação da empresa deve saber a posição do operador, visualizar informações
sobre a produção, ler e ouvir comandos por meio de serviços. (PAPCUN; KAJÁTI;
KOZIOREK, 2018).
As tecnologias de Manufatura Aditiva e Realidade Aumentada são as
tecnologias líderes usadas para apoiar as tarefas de manutenção. Essas tecnologias
aumentam seu interesse em tornar o sistema de manufatura digital uma realidade no
setor industrial. (HALEEM; JAVAID, 2019).

3.7 COMPUTAÇÃO EM NUVEM

A indústria 4.0 usa uma plataforma em nuvem que permite armazenar e


acessar dados para realizar tarefas vitais em tempo real. O uso da computação em
nuvem aumenta o compartilhamento de dados em todo o sistema de manufatura e
também analisa as informações da perspectiva do cliente, tendências de mercado e
suas correlações. (WASIKE; NJOROGE, 2015).
A nuvem tem um papel fundamental na rápida atualização e expansão das
áreas de negócio. Suas aplicações estão em serviços remotos, gerenciamento,
desempenho e benchmarking. A nuvem também é usada para melhorar a
23

flexibilidade com reprovisionamento e expandir os recursos tecnológicos (WASIKE;


NJOROGE, 2015).

3.8 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

É um processo essencial que inclui aprendizagem, raciocínio e autocorreção.


A inteligência artificial programa e controla máquinas semelhantes à inteligência
humana. É também uma parte essencial da Indústria 4.0, que copia o
comportamento humano inteligente. Envolve as aplicações do programa
computadorizado em automação especializada de máquinas que executam com
eficiência tarefas complexas e não repetitivas com robôs. Assim, há muita pouca
intervenção que economize o custo do trabalho. (LU, 2019).

3.9 IMPRESSÃO 3D

Essa tecnologia produz um objeto físico 3D a partir de desenho 3D assistido


por computador (CAD) gerado pelo software de design ou saída de scanners 3D. Ele
adiciona material, camada por camada, para criar um objeto sólido. Utiliza diversos
materiais como metal, termoplásticos, cerâmicas, bioquímicos e também outros tipos
de materiais. (NIAKI et al., 2018).
A impressão 3D fabrica um produto customizado conforme a necessidade do
cliente em menor tempo e custo. Devido à sua flexibilidade em design e fabricação,
esta tecnologia pode lançar rapidamente um novo produto. Como essa tecnologia
fabrica produtos camada por camada, há menos desperdícios. No campo médico,
tem amplas aplicações, como fabricação de implantes, ferramentas e dispositivos
específicos para o paciente de acordo com os requisitos individuais (NIAKI et al.,
2018).

3.10 ROBOTIZAÇÃO

Um robô autônomo é um componente essencial da Indústria 4.0 e pode


realizar uma tarefa necessária sem controle humano. Eles podem obter informações
24

sobre o meio ambiente. Observou-se que há um incremento no sistema de produção


com o uso de robô na indústria. Eles são usados para melhorar o desempenho do
sistema, manuseio de materiais, movimentação e controle de materiais. Pode
funcionar em um ambiente de fabricação de maior risco à integridade de um
trabalhador (BAHRIN et al., 2016)
25

4 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL

Ao longo dos anos a automação industrial se desenvolveu de tal forma que no


século XXI engloba não só os processos de chão de fábrica, mas chegam aos níveis
estratégicos de gerência e negócios, lidando com grandes volumes de informações
internas e externas para auxiliar na gestão industrial. (ROGGIA; FUENTES, 2016).
No caso brasileiro, pode-se destacar que os sistemas de automação já
existentes (legados) formam uma parte significativa do parque industrial, por isso,
são complexas as ações de modernização, uma vez que adaptações para
compatibilizar equipamentos novos com a infraestrutura existente, geralmente são
necessárias. (GUTIERREZ; PAN, 2008).

4.1 POSSIBILIDADES TECNOLÓGICAS PARA A EVOLUÇÃO DA AUTOMAÇÃO


BRASILEIRA

A Indústria 4.0 tem máquinas e sistemas capazes de expandir a função da TI


em seus produtos. Ele aumenta a funcionalidade geral do sistema, aumentando as
tecnologias de interconectividade, produtos e seres humanos. A Indústria 4.0
abrange indústrias e países de maneiras e taxas diferentes. (HALEEM; JAVAID,
2019).
No contexto da IoT, pode-se destacar que a visualização permite que o
operador de uma aplicação IoT interaja com o ambiente. No entanto, a enorme
quantidade de dados gerados por redes de sensores base de IoT tornaria os
operadores suscetíveis à sobrecarga de informações, o que poderia ter efeitos
negativos no desempenho. (NUAMAH; SEONG, 2017).
Dependendo de como as informações são apresentadas, os humanos são
capazes de extrair padrões de grandes quantidades de dados com relativa
facilidade. Os computadores são projetados para processar grandes volumes de
dados em um tempo relativamente curto. No entanto, em comparação com os
humanos, os computadores têm dificuldade em detectar padrões. (NUAMAH;
SEONG, 2017).
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Os auxiliares de decisão e demais ferramentas de visualização tradicionais


são projetadas de tal forma que acentuam os pontos fortes dos computadores ou de
seus operadores humanos, mas não ambos. Por isso, é necessário combinar as
capacidades de processamento rápido de dados de computadores com habilidades
de tomada de decisão intuitiva de humanos para melhorar o processamento de
informação humana e a tomada de decisão. (NUAMAH; SEONG, 2017).
Nesse contexto, as aplicações IoT precisariam apresentar as informações em
um formato intuitivo e fácil de entender. Nesse sentido, engenheiros e projetistas de
sistemas IoT devem ver o operador humano como a figura central no projeto desses
sistemas, uma vez que o ser humano que vai operar os sistemas IoT. Portanto, o
operador humano é a chave para o sucesso nas aplicações IoT. (NUAMAH;
SEONG, 2017).
Tem-se como exemplo, as representações gráficas, que induzem a cognição
intuitiva, e com isso tiram vantagem das habilidades de correspondência de padrões
humanos e permitem a detecção rápida de estados do sistema fora dos parâmetros.
O ajuste cognitivo entre o tipo de tarefa e o formato em que as informações são
apresentadas leva à tomada de decisão ideal, logo, devem ser aplicadas em
sistemas IoT. (NUAMAH; SEONG, 2017).
No contexto do início do século 21, o HMI 2.0 ainda é comum na indústria. No
entanto, muitos setores estão mudando, porque seguem as ideias da Indústria 4.0
com CPS e SOA. HMI 3.0 e 4.0 se tornarão o padrão quando os módulos do sistema
de informação DCS da empresa mudarem para serviços, que podem ser executados
em qualquer lugar do mundo. O próximo problema é o desenvolvimento e o preço
das implementações de AR e VR para a indústria. Além disso, muitas tecnologias
ainda estão em desenvolvimento. (PAPCUN; KAJÁTI; KOZIOREK, 2018).
No entanto, a implementação dessas novas tecnologias na produção não é uma
tarefa simples. Assim, o sistema de informação da empresa deve ser preparado para
SOA, construído para serviços CPS, projetado para IHM moderno, realizado de
forma técnica, e implementado. Entretanto, a maioria das empresas está apenas no
início da primeira etapa. (ROMERO et al., 2016).
A etapa em que os operadores devem ser treinados em novas tecnologias, será a
etapa será mais direta, se os novos aplicativos e serviços forem cognitivos. Graças à
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solução cognitiva, os operadores serão treinados de forma mais fácil e rápida. O


aplicativo cognitivo é uma interface com controle intuitivo, IU instintiva (interface do
usuário) e uma boa UX (experiência do usuário). A aplicação cognitiva é importante
para soluções modernas porque um número crescente de novas tecnologias cercará
as pessoas. (ROMERO et al., 2016).
Outro exemplo de aplicação de novas tecnologias de automação é o uso de
AR para visualizar e controlar valores com o painel 3D no campo de visão do
operador. Assim, usando a API RESTful, para AR pode solicitar valores e, em
seguida, o próprio dispositivo renderiza os valores no painel 3D. (PAPCUN; KAJÁTI;
KOZIOREK, 2018).
Uma solução de automação industrial é utilizar uma rede neural profunda
treinada para reconhecer o modelo físico por visão computacional. Após o
reconhecimento, o aplicativo renderiza botões de controle e informações com
valores importantes para o campo de visão do operador. Os valores são solicitados
por meio da API RESTful do sistema de informações ou banco de dados. O modelo
físico pode representar a linha de produção ou parte dela. Este aplicativo é
executado em dispositivos móveis (tablets ou smartphones) no IOS (sistema
operacional do iPhone). (PAPCUN; KAJÁTI; KOZIOREK, 2018).
Outro importante contexto da indústria 4.0 é a manufatura inteligente, em que
é possível fabricar peças personalizadas de acordo com os requisitos individuais do
cliente. A partir da integração de software de design e máquinas de impressão 3D
para completar a fabricação do produto, surge a manufatura aditiva, que se mostra
como uma parte vital do fornecimento de amplas contribuições para a Indústria 4.0.
(HALEEM; JAVAID, 2019).
A manufatura aditiva reduz o desperdício de material, diminuindo o impacto
no meio ambiente. É uma técnica de fabricação essencial para fornecer resultados
de classe mundial. Esse é um processo de manufatura inovador pelo qual o estoque
é armazenado em formato digital e conclui as tarefas quando necessário. É uma
abordagem flexível ao processo de desenvolvimento de produtos e muda todo o
cenário de produção. Nesse processo, a fabricação é feita automaticamente, dando
o comando por software e reduzindo o esforço humano. Com a implementação da
manufatura aditiva na indústria, a produção se torna mais independente da
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fabricação de componentes individuais. Também reduz o estoque e o custo de


transporte interno. (HALEEM; JAVAID, 2019).
No contexto da Indústria 4.0 a manufatura inteligente é usada para digitalizar
o sistema de produção, aprimorando-o. Essa tecnologia desempenha um papel
essencial no atendimento a vários requisitos usando software e tecnologias de
usinagem específicas. O processo de manufatura terá maior flexibilidade ao usar
máquinas inteligentes, robôs e produtos inteligentes que se comunicam. O sistema
também pode tomar uma decisão que forneça flexibilidade em um nível superior.
Utiliza também a logística automatizada, robôs e veículos autônomos que se
ajustam automaticamente às necessidades de produção. Ele fornece uma resposta
mais rápida ao cliente, criando inovação nos processos de produção. (HALEEM;
JAVAID, 2019).
No entanto, a manufatura aditiva não pode fornecer a força e a precisão
desejadas para todos os produtos. Não cumpre todos os requisitos da Indústria 4.0
devido à sua opção limitada de materiais e otimiza a produção no caso do sistema
de produção em massa. É um sistema de manufatura automático, mas há uma
grande exigência de recursos humanos experientes e qualificados. O alto custo da
máquina é outra limitação da Indústria 4.0, e uma extensa pesquisa e
desenvolvimento são necessários. (HALEEM; JAVAID, 2019).
Em relação ao uso de IoT, as empresas têm sido capazes de gerar maior
valor agregado em suas estratégias de produtos e serviços. No entanto o uso de IoT
de forma integrada a outras tecnologias como a manufatura aditiva proporcionam
que as empresas tenham acesso a informações de consumo e estilo de vida dos
consumidores, o que permite uma alta customização de produtos e assertividade
nos serviços oferecidos (HERMANN; PENTEK; OTTO, 2016).
Com isso, é possível integrar novos modelos de negócios inteligentes,
baseados numa maior integração com fornecedores, com os clientes, e outros
stakeholders. Além disso, uma vez que as tecnologias da indústria 4.0 se mostram
disruptivas, existe a presença de estrições tecnológicas, know-how, etc, que podem
dificultar a entrada de novos concorrentes em vários mercados, por isso, muitas
indústrias poderão optar por fusões ou estabelecer parceria na busca pela
continuidade do negócio. (PORTER; HEPPELMANN, 2014).
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Em relação às possibilidades da indústria 4.0, já é possível observar os


benefícios que essas tecnologias podem trazer para as indústrias. Tem-se o caso da
fabricante de roupas Inditex S.A, que possui um centro tecnológico em sua sede
central em Arteixo na Espanha, que funciona 24h por dia e os 365 dias do ano. Esse
centro controla, em tempo real, toda a rede de mais de 7 mil lojas, além da venda
pela Internet nos 90 mercados em que a empresa está presente. Ainda em 2014, a
empresa já utilizava a tecnologia RFID em seus produtos, de modo a facilitar o
controle de estoques. Os resultados de uso dessa tecnologia base de IoT mostraram
um aumento no número de unidades vendidas, nas margens de lucro. Além disso,
essa tecnologia auxiliou no planejamento estratégico da empresa, uma vez que
permite que as empresas conheçam, com até 95% de precisão, o controle de
demandas, ofertas e estoques. Assim, o uso de RFID aliado ao planejamento
estratégico facilitou também a aplicação de descontos nos preços das peças de
roupa, trazendo maiores lucros e diminuição de estoques (TROPIA; SILVA; DIAS,
2017).
No contexto logístico, o uso de novas tecnologias de sistemas ciberfísicos
permite que as demandas sejam rapidamente atendidas, uma vez que ao fazerem
uso de aplicações sofisticadas, as fábricas inteligentes poderão aperfeiçoar o
planejamento da produção e o controle de qualidade (TROPIA; SILVA; DIAS, 2017).
Um exemplo é o sistema de automação do armazém da empresa Kiva
Systems, que integra várias funções, desde o armazenamento de estoque até o
controle de qualidade e o cumprimento dos pedidos. Esse sistema utiliza robôs
autônomos, unidades de prateleiras móveis e software de controle integrado para
preencher pedidos feitos nos principais varejistas, independentemente da hora. Ele
pode lidar com produtos de todos os tamanhos e formas, além de ser capaz de
movê-los para os operadores quando necessário, ganhando agilidade e economia.
(SHIPP et al., 2012).
Portanto, fica evidente que são várias as possibilidades tecnológicas trazidas
pelas tecnologias da indústria 4.0. Com isso, espera-se mudanças profundas no
setor industrial (TROPIA; SILVA; DIAS, 2017). No caso da implantação da indústria
4.0 no Brasil existem vários desafios. Dentre eles pode-se destacar (PEREIRA,
2018):
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 Construção de incentivos governamentais e de políticas estratégicas;


 Atuação conjunta de gestores e empresários com postura proativa;
 Desenvolvimento tecnológico e formação de profissionais próximos à
indústria.
Sendo assim, fica claro que a evolução da automação traz novas tecnologias
e possibilidades para o desenvolvimento do setor industrial. O que pode ser
significativamente benéfico para o país, mas ainda existem desafios a serem
superados para que a implantação das tecnologias de automação da indústria 4.0
possam ser efetivamente aplicadas no Brasil. (TROPIA; SILVA; DIAS, 2017).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A automação em sistemas industriais foi caracterizada no capítulo dois do


presente trabalho. Com base nesse capítulo foi possível compreender sobre o
quanto os sistemas industriais foram positivamente impactados pela evolução da
automação ao longo dos anos.
A partir da avaliação sobre as principais tecnologias aplicadas à automação
industrial e sua evolução, realizada no capítulo três deste trabalho, ficou evidente o
quanto são variadas as tecnologias necessárias ao desenvolvimento industrial. Além
disso, com a apresentação das tecnologias mais recentes desse campo, fica
evidente o quanto ainda existem possibilidades de evolução na automação
industrial.
E por fim, o capítulo quatro apontou a importância da automação industrial
para o Brasil. Com base nesse capítulo foi possível entender o quanto a automação
industrial ainda precisa evoluir no país, e com isso trazer as vantagens inerentes a
este processo de evolução, como a maior produtividade para o setor como um todo.
Portanto, o presente trabalho foi capaz de cumprir com todos os objetivos
propostos, deixando claro o quanto a automação industrial pode ser importante para
o desenvolvimento do setor industrial no Brasil, trazendo várias vantagens, como um
aumento significativo de produtividade.
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