Você está na página 1de 17

O Som da Caixa

Sumário

02 - Introdução
05 - O som da caixa
06 - casco
08 - aros
09 - peles
1 1 - esteira
12 - automático, canoas e outros
14 - afinação
16 - conclusão

@schalleracustomdrums
Introdução

Buenas galera!
Meu nome é Laércio Schallenberg,
sou luthier proprietário do
SCHALLERA CUSTOM DRUMS.

Nasci em 1986, e a partir de 1992 eu fui “doutrinado” pelos meus entes


queridos para o mundo da música. Eu cantava desde meus 6 anos junto com
meu irmão mais velho. Além da infância musical, eu era metido a “criador”,
adorava montar brinquedos de madeira e lidar com ferramentas, um hobby
que me persegue até hoje.
Os anos se passaram, eu me tornei adolescente e, com a
rebeldia habitual, lá por 1999 fui pro mundo do rock e
comecei a tocar bateria aos meus 13 anos. Formei uma banda
junto com meu irmão, meu primo e um amigo de infância.
Tivemos nossos pequenos momentos de “rock star” e a banda
durou até meados de 2005. Continuei tocando,
participei de outras
bandas, outros estilos
musicais, toquei até em
festas noturnas, bailes
e eventos públicos. A galera comentava
que minha caixa de bateria era sempre
barulhenta, agressiva e que o timbre era
diferente de vários outros típicos da
época.
Então, a vida começou a me exigir financeiramente; aos 18 anos comecei a
trabalhar em uma empresa de implementos agrícolas (na minha cidade).
Trabalhei lá por 10 anos e nesse meio tempo também cursei aulas de Inglês e
acabei me tornando professor.

2 @schalleracustomdrums
Saindo dessa empresa em 2015, eu segui dando aulas de Inglês (desde 2009,
pra ser exato) e formei um trio instrumental autoral com meu irmão (sempre
ele) e outro amigo da adolescência. Criei também uma empresa de reparos
domésticos juntamente com meu pai e em 2016 montei outra empresa de
fabricação de quadros, molduras e quaisquer artefatos de madeira.
Em 2018 no pico da minha
criatividade musical eu buscava
um som de bateria atípico, que
refletisse a minha personalidade e
que chamasse a atenção dentro do
som instrumental que minha
banda produzia, mas essa tal
“bateria” era impossível de se
comprar nas populares lojas de
instrumentos musicais. Visitando
um amigo luthier (fabricante de
instrumentos de corda) e
conhecendo os trabalhos dele,
fiquei maravilhado com o mundo da construção de instrumentos musicais.
Com influências dele e do meu irmão,
resolvi pesquisar (e muito) sobre
construção de cascos de caixa. Encontrei
vários artigos, blogs, vídeos
(principalmente do exterior) falando e
demonstrando como fabricar cascos de
bateria e percebi que, com toda a minha
experiência de trabalho anterior (na área
de projetos e etc) isso era possível, pelo
menos para fabricar minha própria caixa.

3 @schalleracustomdrums
Então era isso, investi uma grana
em algumas ferramentas iniciais,
arranjei umas madeiras velhas e
fabriquei o meu primeiro casco de
caixa; não deu certo, a madeira
descolou… fabriquei mais um, colou
bem, mas o diâmetro ficou
pequeno demais… e fui seguindo
nas minhas tentativas e erros,
estudando e pesquisando,
modificando as etapas de produção,
de corte, de colagem, de usinagem,
projetando meus próprios (vários)
dispositivos para facilitar meu trabalho, até que saiu o primeiro casco com
todas as medidas e padrões corretos, um
acabamento legal e principalmente, depois de
montado, com um timbre diferente de tudo e
que me chamou a atenção.

Nascia então, o Schallera.

Até o presente momento, fiz muitas caixas e desenvolvi outros projetos


como: aros de madeira e cascos maiores (para o set de bateria completo).
Tudo que eu aprendi e desenvolvi com o Schallera, eu mesmo testei e
coloquei à prova, afinal de contas eu também sou baterista. Isso me trouxe
um grande conhecimento no mundo dos timbres de caixa, pois percebi que a
escolha de todos os itens (um por um) vai resultar no timbre final da caixa.

Então, te convido a entrar no mundo timbrístico desse instrumento que é a


assinatura de todo baterista!

4 @schalleracustomdrums
O som da caixa

Muitos já me perguntaram:
Qual caixa é melhor? Qual marca?
O que é melhor, casco de madeira ou de metal?
Ou de acrílico?
Qual aro é melhor, Die Cast ou Powerhoop? Ou
aros de madeira?
Qual pele é melhor, porosa ou transparente
(popular “hidráulica”)?
Essas e várias outras dúvidas seguidamente eu vejo a galera debater,
porém, essas questões são fáceis de se responder: O melhor som ou timbre, é
aquele que você define, escolhe, lapida, desenvolve. Não existe esse padrão de
“isso é melhor que aquilo” no mundo da bateria, o que existe são inúmeras
possibilidades de timbres e cada baterista DEVE definir, escolher e montar
seu instrumento de acordo com o seu gosto sonoro. Algumas caixas (da
mesma marca ou fabricação) podem ter timbres diferentes… Estranho isso?
Não, pois o baterista usuário da caixa é quem vai adaptá-la ao seu gosto,
preferência e a sua definição timbrística.
A caixa, assim como outro tambor que constitui o set de bateria, é formado
por vários acessórios; cada um desses acessórios (considerando o material
que ele é feito) é essencial para o timbre da sua caixa soar da maneira como
você espera. Pense na seguinte comparação: A caixa é como um bom
churrasco, onde a madeira do casco é a carne, e as peles, aros, canoas, esteira,
afinação (e a mão do baterista) são os temperos... Ouvi essa frase de um
grande amigo luthier de instrumentos de corda, e com certeza reitero e
adapto para o mundo das caixas.
É impossível um instrumento soar bem com
acessórios de baixa qualidade, tal como, um
churrasco com carnes de 2ª e sem temperos
essenciais, não vai ser saboroso. Simples assim!
Então, quero aqui expor minha concepção de
cada um dos itens que constituem a caixa.
Vamos lá?

5 @schalleracustomdrums
Casco

Sendo considerado o corpo da caixa, o casco pode ser de vários materiais; já


vi caixas com casco de metal, de acrílico, de madeira, até em PVC… todas elas
soam com suas próprias características.
Geralmente, cascos de metal (que podem
ser de latão, bronze, alumínio etc) tem um
timbre mais agressivo, com mais volume e
harmônicos bem presentes, pelo fato do
metal ser “mais sensível” à vibração.

O acrílico é um material que chama muito


a atenção devido ao seu visual. Aqui no
Brasil temos a grande Fischer Drums, uma
das referências nacionais na produção de
cascos de acrílico (desde os anos 80). O
timbre do acrílico pode ser definido como
uma mistura / meio termo entre o metal e a
madeira, com uma alta projeção e “punch”.

Quando o casco é de madeira as possibilidades são infinitas. Comparado


com o metal, a madeira produz menos harmônicos, timbre menos volumoso.
Cada madeira tem uma propriedade física: densa ou
macia, leve ou pesada, clara ou escura; deve-se ter em
mente que, quando o casco é feito no processo STAVE
DRUM / SOLID BLOCK as madeiras utilizadas podem
variar em todas essas propriedades, pois dependendo
da parte da árvore que foi serrada, os blocos de
madeira podem distinguir nesses quesitos, uns com
uma coloração diferente de outros, uns mais duros que
os outros, alguns mais leves e etc; por isso que, quando
o casco for de madeira é praticamente impossível de se
fazer uma cópia fiel (de timbre) do mesmo, pois a
madeira pode variar a cada porção de centímetros do
bloco utilizado.
6 @schalleracustomdrums
No geral, as madeiras mais utilizadas e conhecidas no “mercado baterístico”
são: maple, birch, mahogany (mogno africano); todas essas, madeiras
“gringas“ (importadas), com exceção do mogno que também tem espécies
aqui no Brasil. Essas 3 madeiras são muito cobiçadas pelos timbres que elas
produzem na bateria e o custo comercial delas é alto, devido a esse valor que
o consumidor lhes atribui.
Mas o que poucos sabem é que “os
gringos” tem muita inveja do nosso Brasil;
aqui existem "infinitas" espécies de
madeira, com enúmeras colorações,
várias densidades, muitas possibilidades
de timbre. Entre algumas que eu já
utilizei, posso citar: cedro rosa, caixeta,
araucária, mogno, garapeira (e várias
outras). Em resumo, antes de montar sua
caixa, se informe / pesquise sobre a
madeira do casco para ter a noção do
timbre que ela produz; algumas madeiras
tem um timbre grave mais presente, outras tem um timbre agudo com mais
presença, e muitas são raramente
versáteis (com boa sonoridade em todos
as afinações: graves, médios e agudos),
por isso que o baterista deve ter várias
caixas com cascos diferentes, uma para
cada timbre / estilo desejado.
Quanto á espessura do casco: se ele for
fino, você vai ter uma caixa menos
volumosa e o timbre mais voltado para a
madeira do casco; se ele for mais grosso,
você vai ter uma caixa mais "barulhenta" e o timbre focado na pele utilizada.

7 @schalleracustomdrums
aros

Tradicionalmente, os aros são feitos de metal, porém deve-se


entender as variações na construção dos mesmos. Temos o “triple
flanged” que recebe essa nomenclatura pois ele possui 3 dobras e
é confeccionado com uma chapa (dobrada). As espessuras variam,
1.3 mm; 1.6 mm; e a partir de 2 mm (2.3 mm ou mais) esses aros
são conhecidos e comercializados como “powerhoop”.
O timbre que o Triple Flanged / Powerhoop produz,
na caixa por exemplo, é mais focado em vibrações,
harmônicos, o volume da caixa não é tão alto e o
“sidestick” (som de borda de aro) não é tão agressivo.
Quando o aro for mais espesso ainda (4 mm; 5 mm), ele não é
fabricado com chapa, e sim, é feito por fundição injetada (liga de
metal derretido) que é moldado dentro de uma forma; têm-se então
o aro “die cast”.
O timbre da caixa com os aros Die Cast é com
maior projeção, controle de harmônicos, o
"sidestick" mais brilhante, enérgico e os “rim shots”
poderosos (além de ser um aro mais resistente).
Ainda assim, temos a opção dos aros de
madeira, que além do visual atípico, deixam
a caixa com um timbre ainda menos
volumoso, diminuição drástica de
harmônicos e som do “sidestick”
incrivelmente vibrante, vivo, com mais
corpo e volume; porém os rim shots
exagerados podem ir
danificando a
madeira aos poucos.

8 @schalleracustomdrums
peles

Focando na ideia da caixa, citarei aqui


apenas as peles porosas e transparentes, feitas
a partir do material sintético denominado
Mylar.

As porosas têm essa nomenclatura pelo acabamento final que elas recebem
(no topo), como se fosse uma camada de tinta (branca, vermelha, preta, cinza)
deixando-as com um aspecto poroso; o termo em inglês “coated” é
relacionado a esse acabamento.

As transparentes (Clear) geralmente são conhecidas como “hidráulicas”,


mas nem toda pele hidráulica é realmente hidráulica; ela recebe essa
nomenclatura quando for uma pele de duplo filme (2 camadas de mylar) e
entre elas, uma camada de óleo, por isso = hidráulica; se ela não for de duplo
filme e não tiver esse óleo interno, ela será simplesmente uma pele
transparente. Ah, as peles hidráulicas podem também receber o acabamento
poroso no topo, e serem classificadas como “pele hidráulica porosa”. Que tal?

9 @schalleracustomdrums
Então, se a pele for:
*porosa ou transparente de filme simples (1 filme de mylar fino), ela vai
ser bem sensível, sem muita resistência e vai ter um timbre mais aberto, bem
ressonante / com harmônicos.
**porosa ou transparente de filme simples (1 filme de mylar grosso), ela
vai ser um pouco mais resistente e vai ter um timbre um pouco menos
ressonante / com harmônicos.
***porosa ou transparente de filme duplo (2 filmes de mylar finos), ela vai
ter mais resistência e um timbre com menos vibrações / harmônicos.
****porosa ou transparente de filme duplo (2 filmes de mylar grossos), ela
vai ser muito resistente e terá um timbre nada sensível e com poucos
harmônicos.
Além disso, elas podem ter anéis abafadores centrais e/ou nas bordas (e
até pequenos furos), possibilitando ainda mais a diminuição dos harmônicos.

Lembre-se que a pele de resposta também deve ser friamente analisada


seguindo esses padrões acima citados. No geral, ela é filme simples,
transparente e fina pois tem o contato com a esteira e necessita de uma certa
sensibilidade para fazer os fios vibrarem livremente. Se a sua escolha for de
uma pele de resposta mais grossa, a esteira vai vibrar menos.

10 @schalleracustomdrums
Esteira

Elas são essenciais para um timbre focado e controlado; e


não pense que qualquer uma vai deixar sua caixa com o som
que você procura. As esteiras são fabricadas em diversas
formas e materiais, algumas ligas de metais mais simples,
outras mais compostas; a escolha do material vai definir a
sensibilidade da sua esteira, ela pode ser (tanto os fios, como
as bases) em aço, bronze, entre outros.
As fitas / cordões que prendem a esteira também
são determinantes para ela soar livremente.
Algumas companhias oferecem fitas de tecido (ao
invés de material plástico), isso evita que a esteira
absorva vibrações extras que podem causar o
popular “buzz” na caixa (zunido dos fios da esteira).
Alguns bateristas até gostam do buzz, outros odeiam.
Algo que também deve ser observado (se houver o
buzz excessivo) é se o casco da sua caixa possui os
“snare beds”, que são canais / alívios que servem para
o melhor assentamento da esteira na pele de resposta.
Caso haja o buzz excessivo, a sua caixa pode não ter os
snare beds, eles podem ter sido mal feitos ou até (o
que mais acontece) a posição da sua esteira não está
BEM centralizada na pele de resposta.

SNARE BEDS

E em resumo, a quantidade de fios vai determinar se a sua caixa vai soar


com mais ou com menos som de esteira; caixas rasas, piccolo por exemplo,
possuem esteiras com poucos fios (16, 18…); já caixas mais profundas de 7”
ou 8” de profundidade possuem esteira com mais fios (24, 30, 40…) pois
quanto mais profundo for o casco, mais ele vai exigir o som de esteira; é
claro que isso também vai depender do gosto de cada baterista.

11 @schalleracustomdrums
Automático, canoas e outros

Poucos bateras dão a devida importância


para o restante dos acessórios da caixa;
esses itens também têm um papel
determinante na qualidade e na vida útil
do timbre do instrumento.
O automático + parte fixa onde é presa a
esteira deverá ser com um material
resistente, pois o acionamento /
desacionamento da alavanca com
frequência pode ir danificando e soltando os parafusos (ou rebites) do item. O
padrão de acionamento da alavanca também deve ser analisado, opte por um
acionamento leve e silencioso para não gerar “barulhos extras” de metal e etc,
isso pode te incomodar durante uma gravação no studio, por exemplo.
Quando se usa afinação muito alta em caixas,
dependendo do modelo das canoas, elas quebram…
e quebram porque a tensão do parafuso de
afinação é muito alta e o material é pouco
resistente.

Canoas “baratas” são fabricadas em Zamac (liga


de metal muito utilizada atualmente) e como se diz
por aí: não existe o bom, bonito e barato. Escolha
canoas de metal maciço, feitas a mão (de
preferência); um modelo bem conhecido é o
TUBE LUG (nomenclatura que vem do Inglês:
tube = tubo; lug = canoa) que é em formato de
tubo (onde se encaixa o parafuso de afinação) e a
base que é presa no casco. Essas canoas são bem mais resistentes e ideais
para caixa, pois aguentam altas tensões de parafuso de afinação.

12 @schalleracustomdrums
Os parafusos de afinação são os itens que mantêm
(ou não) a afinação da caixa. Devem ser lubrificados
com frequência e, quando enferrujados, devem ser
substituídos para não comprometer as canoas onde
eles são fixados e também para não danificar os
aros.
Uma boa dica para auxiliar na consistência da
afinação da sua caixa é utilizar arruelas de nylon
nesses parafusos, elas ajudam no atrito. Se ainda
assim tiver problemas, utilize as travas de afinação,
isso com certeza vai resolver o seu problema
definitivamente.

Não podemos esquecer do “respiro” da caixa (que fica em alguma parte do


casco), ele também determina o timbre da mesma. Algumas caixas tem mais
do que 1 respiro e/ou com o diâmetro bem maior do que o tradicional, isso
deixa o timbre mais aberto e agressivo.

13 @schalleracustomdrums
afinação

Esse assunto está


proporcionalmente relacionado
ao material do casco, à todos os
acessórios e também às
medidas do tambor. Um casco
com diâmetro menor (de 12",
por exemplo) tende a soar mais
agudo do que um casco maior (de 14"), assim como um casco profundo (7" ou
8") soa com mais "corpo" do que um casco raso (4" ou 5"); Algumas madeiras
também soam mais graves ou mais agudas do que outras, por isso você deve,
primeiro, entender a "fisiologia" da caixa antes de testar a sua afinação; e
sempre, sempre e sempre use seu ouvido como prova real, se soar bem pra
você, significa que a caixa está afinada!
Quando se fala em "dica de afinação" eu deixo aqui apenas uns pontos para
a parte inicial do processo: Deixe todos os parafusos soltos e comece
apertando um a um com os seus dedos, seguindo a ordem de um no sentido
oposto do outro, como se fosse fazer uma cruz ou um X. Depois de apertar
manualmente até os parafusos travarem, utilize a chave de afinação mas vá
sempre com cautela, meia volta por parafuso (por vez), suba a afinação
gradualmente, não tenha pressa, caso contrário você pode apertar algum
parafuso demais e comprometer a vida útil da pele e a sonoridade da sua
caixa. Isso vale tanto para a pele batedeira como para a pele de resposta.
Geralmente se utiliza a pele batedeira um pouco mais apertada que a pele de
resposta, mas isso não é uma regra.

14 @schalleracustomdrums
Repetindo, busque o seu timbre, a sua afinação que mais lhe agrada, (baixa,
média, alta, bem baixa, média alta, bem alta)... utilize o “bom senso do seu
ouvido”, seja autocrítico, faça testes sonoros, compare o timbre da sua caixa
com outras que lhe agradam (se for o caso, é claro) sempre observando se
você tem os mesmos acessórios que a que está sendo comparada (mesmo
casco, peles e etc)... se não gostar de harmônicos, utilize abafadores na pele
(muff gel, moongel), mas se preferir harmônicos, escolha a pele correta para
isso.

Pode-se utilizar como auxílio o famoso Tension Watch que a galera


confunde (as vezes) com um “afinador”, mas ele não é um afinador, ele é
apenas um acessório que te auxilia na tensão dos parafusos para que a
afinação da sua caixa fique mais uniforme e que você possa ver e ajustar
(mecanicamente) todos os parafusos deixando eles na mesma tensão. É um
acessório legal, útil para manter a afinação da sua caixa, principalmente se
ela passar por alterações de temperatura (frio de manhã, calor a tarde) você
pode utilizar esse item para retomar a tensão que você tinha, pois ele possui
um visor (digital ou relógio mecânico) que mostra essa tensão em valores.
Tem também o Tune-Bot que realmente funciona como um afinador, pois
ele lê / interpreta as frequências sonoras do tambor e auxilia no ajuste de
cada parafuso deixando a afinação padronizada e ainda assim você pode
salvar as frequências na memória desse dispositivo e utilizar futuramente
para checar as afinações do sua caixa. Mas não esqueça que nenhum
dispositivo eletrônico ou mecânico vai substituir o seu ouvido, então, utilize
todos os artifícios que você tem e dedique seu tempo para timbrar sua caixa e
deixar ela ao seu gosto.

15 @schalleracustomdrums
conclusão

Depois de quase 30 anos como músico, 22 anos de baterista e alguns anos


como luthier não posso afirmar que tenho a receita para o timbre perfeito da
sua caixa, mas eu gostaria de deixar a seguinte mensagem:
Seja curioso no mundo da batera, não apenas para estudar e evoluir
tecnicamente ou na maneira de tocar, mas sim para o lado do timbre
da sua caixa / bateria. Leve ela como parte da sua personalidade, seu
estilo, faça com que ela soe somente do seu modo, não busque por
cópias de timbre, seja autêntico. Procure saber o porquê da sua caixa
soar dessa maneira ou de outra, qual é o material do casco, os padrões
dos acessórios, estude, pesquise, informe-se, tem gente boa por aí
disposto a tirar as suas dúvidas (se for o caso).

Monte e desmonte o seu instrumento; mantenha ele limpo; troque de


acessórios frequentemente; mude a afinação, busque o seu som! O seu
timbre deve chamar mais a atenção do que o seu visual; seja criativo
também na sonoridade dos pratos e outros acessórios do seu set;
simplesmente monte o seu próprio kit de batera, da maneira que você
se sentir confortável para sentar, tocar, fluir.

E o principal de tudo: a caixa é, sempre foi e deve ser a


assinatura de todo baterista!

Espero que esse conteúdo tenha sido de bom proveito para você!
Obrigado pela força... Abraço!

Lars Schallera

16 @schalleracustomdrums

Você também pode gostar