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03 de Abril de 2023
1. OBJETIVO
A proposta deste estudo é analisar e comparar o tamanho de partícula do pó de borracha in
natura na produção de asfalto borracha e o tamanho da partícula do pó após o processo de alto
cisalhamento da cbb ASFALTOS.
2. INTRODUÇÃO
Os pneus gastos de veículos deixam bilhões de pneus inservíveis todos os anos, tornando-se
uma fonte significativa de resíduos e um sério problema ambiental e financeiro. Uma das alternativas
de reciclagem de pneus inservíveis é usar a borracha triturada como componente de misturas
asfálticas. O pó de borracha é combinado com o asfalto e melhora o desempenho dos pavimentos. O
uso em larga escala em misturas asfálticas é uma alternativa viável em termos de aplicações de
engenharia, minimizando o impacto ambiental e maximizando a conservação de recursos naturais.
A qualidade do ligante asfalto borracha está atrelada principalmente ao tipo, teor e tamanho
das partículas de borracha. Inúmeros estudos comprovaram que a graduação da borracha afeta as
propriedades físicas e o desempenho de misturas asfálticas. Partículas mais finas são mais
interessantes no processo pois obtêm um bom nível de digestão em tempos curtos e melhoram as
propriedades mecânicas da mistura.
3. PÓ DE BORRACHA IN NATURA
De acordo com a ASTM D 6114-97 - Standard Specification for Asphalt-Rubber Binder, o pó de
borracha deve possuir umidade inferior a 0,75%, massa específica de 1,15 g/cm³ ± 0,05, não deve
apresentar partículas metálicas não ferrosas visíveis; não deve ter mais que 0,01% em peso de
partículas metálicas ferrosas e o conteúdo de fibras deve ser inferior a 0,5% em peso para aplicações
do ligante asfáltico a quente. Todas as partículas de borracha devem passar na peneira de 2,36mm de
abertura (N°8).
Um dos controles de qualidade realizados pela cbb ASFALTOS para o pó de borracha é o ensaio
de granulometria. A análise granulométrica é determinada pelo ensaio manual, utilizando-se de uma
série normal de peneiras com a amostra seca ao ar, conforme a ABNT NBR 7217- Agregados -
Determinação da composição granulométrica. As peneiras utilizadas são:
Tabela 1. Peneiras granulométricas.
Abertura
Peneiras
da peneira (mm)
#16 1,18
#30 0,6
#40 0,42
#50 0,3
#80 0,18
#200 0,075
70,0%
8,0%
60,0%
6,2%
6,0% 50,0%
40,0%
3,8%
4,0%
30,0%
20,0%
2,0%
0,3% 10,0%
0,0%
0,0% 0,0%
1,180-0,600 0,600-0,420 0,420-0,300 0,300-0,180 0,180-0,0750 0,0750-0,000
Tamanho de partícula (mm)
Através do gráfico nota-se que a maior concentração de partículas está entre os tamanhos:
0,42 a 0,3 e 0,3 a 0,18mm, ou seja, entre as peneiras #40 a #50 e #50 a #80, respectivamente. E
considera-se que o maior tamanho de partícula é 0,42mm, pois é a primeira peneira com material
retido.
Não há uma especificação brasileira referente a limites granulométricos em cada peneira. No
entanto, por especificação interna da cbb ASFALTOS, o pó deve ser impreterivelmente 100% passante
na peneira #30 (abertura de 0,6mm).
No LACTEC, as amostras de Tyreflex AB8 foram metalizadas com ouro para tornarem-se
eletricamente condutoras, em atmosfera de argônio em vácuo por 120 segundos e 40 Volts e foram
fixadas em stub de alumínio com fita de carbono dupla face condutora para aumento de
condutividade.
O Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) é modelo VEGA 3, marca TESCAN. O ensaio foi
realizado pelo laboratório de microscopia do LACTEC - Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento.
Os parâmetros do equipamento seguiram com a tensão do feixe de elétrons de 20 kV, distância de
trabalho de 15 mm, intensidade do feixe de 15,00 e modo de resolução para a varredura.
As imagens a seguir são uma amostra de CAP 50/70 e Tyreflex AB8, respectivamente, obtidas
pelo MEV com aumento de 100 vezes:
Figura 6. MEV com aumento de 100x a) CAP 50/70 b) Tyreflex
0,03
10
0,025
8
Frequência
0,02
6
0,015
4
0,01
2
0,005
0 0
25,00 35,00 45,00 55,00 65,00 75,00 85,00
Tamanho de Partícula (µm)
5. CONCLUSÕES
O presente estudo mostra que o processo de alto cisalhamento da cbb ASFALTOS é capaz de
reduzir as partículas, em média, em até 89%. Nos asfaltos com menores partículas de borracha temos
uma maior área superficial, que permite maior interação entre o CAP e o pó e maior grau de
modificação. Isso garante performance superior ao demais processos.
Responsável: