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ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR ANTHONY JULIUS NARO - UFRJ
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PROFESSORA DOUTORA DINAH MARIA ISENSEE CALLOU - UFRJ
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PROFESSOR DOUTOR MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA - UFMG
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PROFESSOR DOUTOR FERNANDO LUIZ TARALLO - UNICAMP/PUC-SP
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PROFESSOR DOUTOR EMMANOEL M.DA S. T. J. DOS SANTOS - UFRJ
DEFENDIDA A TESE
CONCEITO:
EM: __/__/1988
REANÁLISE DA CONCORDÂNCIA NOMINAL EM PORTUGUÊS
POR
VOLUME I
FACULDADE DE LETRAS
POR
Cursos de Pós-Graduação da
Faculdade de Letras da Universidade
Lessa;
a meus filhos,
Paula e Rafael;
a meus pais,
agradeço.
SINOPSE
não convencionais.
SUMÁRIO v
1 - INTRODUÇÃO 15
2 - OS DADOS LINGÜÍSTICOS 20
2.1 - Introdução 20
2.2 - Constituição da amostra 21
2.3 - Processo de coleta e armazenamento dos dados 27
2.4 - Caracterização dos dados 29
3 - PRESSUPOSTOS TEÓRICOS 33
5 - SUPORTE QUANTITATIVO 55
6.1 - Introdução 61
6.2 - Análise atomística 62
6.2.1 - Introdução 62
6.2.2 - Saliência fônica 64
6.2.3 - Três variáveis relacionadas: Posição linear,
Classe gramatical e Marcas precedentes 142
6.2.4 - Contexto fonético/fonológico seguinte 247
6.2.5 - Função sintática do SN 257
6.2.6 - Traços mórficos, semânticos e estilísticos, do
substantivo e/ou do adje tivo 265
6.2.7 - Conclusão 277
10 - CONCLUSÃO 509
11 - NOTAS 525
*
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
f Sexo feminino
m Sexo masculino
p Primário
g Ginasial
c Colegial
a Anos
Apl. Aplicação da regra, ou seja, número total de
ocorrências com a marca analisada
Total Número total de ocorrências nas quais se esperaria a
marca analisada
Prob. ou P. Probabilidade de aplicação da regra
Freq. ou F. Freqüência de aplicação da regra
+ Aplicação categórica positiva, ou seja, presença
constante da marca analisada na presença de um
dado fator
- Aplicação categórica negativa, ou seja, ausência
constante da marca analisada na presença de um
dado fator
xxx Não ocorrência de um certo tipo de dado
E Entrevistador
F Falante
(N,NN) Nas tabelas, os parênteses ao redor dos números
indicam que as probabilidades são estatisticamente
não relevantes
*
Esta versão desta tese foi adaptada para ser impressa a laser em fevereiro de 1966.
Portanto, ocorreram alterações no formato das letras e das linhas das páginas. Sempre que
foi possível, fizemos corresponder o início e o fim das páginas desta versão com o início e o
fim das páginas da versão original. As diferenças dificilmente ultrapassam duas linhas, ora
na parte superior, ora na parte inferior das páginas. Aproveitamos também a oportunidade
para efetuar a correção dos erros detectados até a presente data. Alguns constam da errata
anexada à versão original; outros foram encontrados posteriormente. Objetivando maior
precisão de redação, alteramos a denominação de Princípio do Processamento Paralelo
para Princípio do Processamento com Paralelismo.
1 - INTRODUÇÃO
Gramática Gerativa.
evidências de que uma teoria lingüística adequada que pretende ter caráter
às línguas naturais.
quais sejam: a sua fonte, o perfil social dos falantes que os produziram, a sua
Optamos por fazer referência aos diversos trabalhos sobre o assunto nos
cada capítulo. Esta forma de apresentação objetiva fazer com que cada parte
presente trabalho.
mais ambiciosos, mas esta foi a tarefa a que nos impusemos, ao continuarmos
que fizemos, somos capazes de prever, com baixa margem de erro, em que
em Português.
2 - OS DADOS LINGÜÍSTICOS
2.1 - Introdução
este trabalho.
três recortes: um a quatro anos (antigo primário), cinco a nove anos (antigo
denominado de segundo grau. A equipe decidiu fazer este tipo de recorte por
masculino.
teoricamente intervalo definido, mas na prática ele não vai além dos 25
migratório, que são fatos históricos muito fortes na divisão dos grupos em
idade, sem terem saído da cidade por mais do que dois anos consecutivos.
bairro. (...) Parte da população não possui endereço do tipo padrão e muito
corpus em termos de uma quarta faixa etária: a dos falantes entre sete a 14
de sete a 10 anos estão nos quatro primeiros anos do primeiro grau e todos
Município do Rio de Janeiro. Uma das razões para a escolha das escolas
1) adultos:
50/71 anos;
2) crianças:
QUADRO 2.2.1
CARACTERÍSTICAS SOCIAIS DOS FALANTES ADULTOS FEMININOS
IDENTIFICAÇÃO SEXO ANOS DE IDADE
ESCOLARIZAÇÃO
Lei04 F 3 (primário) 25
Sue05 F 4 (primário) 24
Jup06 F 4 (primário) 18
Joa10 F 4 (primário) 27
Nil12 F 4 (primário) 45
Ire17 F 4 (primário) 52
Mal16 F 4 (primário) 56
Dal18 F 4 (primário) 71
Jos35 F 5*.(primário)2 59
Glo11 F 6 (ginasial) 48
Nad36 F 7 (ginasial) 57
Val24 F 8 (ginasial) 15
Fat23 F 8 (ginasial) 15
Ari30 F 8 (ginasial) 43
Dor29 F 8 (ginasial) 44
Hel34 F 8 (ginasial) 62
San39 F 9 (colegial) 16
Ana40 F 9 (colegial) 18
Eve43 F 9 (colegial) 42
Mar22 F 10 (colegial) 17
Lau28 F 11 (colegial) 43
Hel44 F 11 (colegial) 44
Mgl48 F 11 (colegial) 52
Mag47 F 11 (colegial) 53
26
QUADRO 2.2.2
CARACTERÍSTICAS SOCIAIS DOS FALANTES ADULTOS
MASCULINOS
IDENTIFICAÇÃO SEXO ANOS DE IDADE
ESCOLARIZAÇÃO
Cab02 M 4 (primário) 16
Sam01 M 4 (primário) 18
Rob15 M 4 (primário) 22
Seb09 M 4 (primário) 39
Edb07 M 4 (primário) 41
Jan03 M 4 (primário) 56
Lui08 M 4 (primário) 57
Edp13 M 4 (primário) 62
Man14 M 5* (primário) 59
Ago33 M 5* (primário) 60
Car19 M 6 (ginasial) 20
Pac20 M 7 (ginasial) 25
Cas46 M 7 (ginasial) 62
Ubi21 M 8 (ginasial) 20
Jae25 M 8 (ginasial) 30
Jov26 M 8 (ginasial) 32
Cla27 M 8 (ginasial) 32
Cid32 M 8 (ginasial) 57
Geo31 M 8 (ginasial) 58
Leo38 M 10 (colegial) 18
Pit37 M 10 (colegial) 25
Par41 M 11 (colegial) 26
Dav42 M 11 (colegial) 31
Mor45 M 11 (colegial) 51
27
QUADRO 2.2.3
CARACTERÍSTICAS SOCIAIS DAS CRIANÇAS
IDENTIFICAÇÃO SEXO ANOS DE IDADE
ESCOLARIZAÇÃO
Adl57 F 1 (primário) 10
Mar50 F 2 (primário) 8
Eri59 F 3 (primário) 9
Ros52 F 4 (primário) 10
Adm61 F 5 (ginasial) 14
Mon54 F 6 (ginasial) 12
Adr63 F 7 (ginasial) 12
Jaq56 F 8 (ginasial) 14
Nel49 M 1 (primário) 7
Jos58 M 2 (primário) 10
Mar51 M 3 (primário) 9
Vin60 M 4 (primário) 9
Fra53 M 5 (ginasial) 11
Gus62 M 6 (ginasial) 11
Ale55 M 7 (ginasial) 13
Jor64 M 8 (ginasial) 14
uma hora. Decidiu-se também que ela não seria feita no primeiro contato
pesquisas realizadas até agora com base neste "banco de dados", inclusive
desenvolvimento.
29
claras e inequívocas.
análise todo e qualquer SN que tenha pelo menos uma marca formal ou
precisa, pois ela engloba estruturas do tipo muita mulher casada que, no
momento, não constitui o nosso centro de interesse. Para casos deste tipo,
não existe nenhuma prescrição: eles tanto podem ser produzidos na forma
casadas. Estas duas formas são igualmente aceitas pela tradição gramatical
como erros.
construções acima para que se possa inferir que a ausência de marca formal
BECHARA, 1982, p.298; ROCHA LIMA, 1983, p.358; CUNHA & CINTRA,
1985, p.488).
de SNs complexos como um punhado de; um montão de; uma série de; um
grupo de etc., não estendemos a nossa análise a estruturas do tipo uma lista
dados. São eles: (1) os que fogem da posição canônica como em "tios, eu
meninas são", "as botas cheias de", "os jogadores do". A exclusão do
morfema de plural.
surda); como [] (fricativa, palatal, surda); como [z] (fricativa, alveolar,
sonora) e como [] (fricativa, palatal, sonora) (cf. CÂMARA JR., 1975, p.83-
4). Admite-se também a sua realização como uma aspirada [h] (cf. GRYNER
palavra. A não freqüência desta realização em final de palavra fez com que
todo e qualquer sintagma que apresentasse pelo menos uma marca formal
32
(todos os dias; os nossos filhos), com algumas marcas (essas estradas nova;
essas coisas toda); com apenas uma (aqueles médico todinho; as perna bem
horas de fala analisada. Destes 7193, 6027 foram produzidos pelos falantes
clássico de Labov, "The study of language in its social context", discute entre
1975a, p.183;187;203-4).
críticas feitas a Labov por querer considerar que a sua proposta teórica
que esta estrutura ocorre. E ainda mais: nem mesmo importa a ocorrência de
dados reais, uma vez que a sua produção pode ser impossível por questões
aspectos que para uma outra postura teórica são fundamentais e vice-versa,
cabe perguntar se uma pode ser vista como extensão da outra ou se elas
35
(cf., também, LOBATO, 1986, p.43-4). Em verdade, a língua tem estas duas
funções e não há razão alguma para que uma se sobreponha à outra. Elas
Segundo eles,
as abordagens funcionalistas, uma vez que considera que ainda "(...) não há
teoria funcionalista embora haja esboços e relatos do que uma teoria deste
Segundo ela,
reconhece a existência das forças internas e das forças externas que atuam
coloca.
sentido de que não considera a regra variável como uma extensão da regra
de Kay & Mc Daniel (cf. 1977, p.3) no que diz respeito à importância dada à
nominal.
4 - CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS SOBRE ASPECTOS
TEÓRICOS
Gramática Gerativa.
Com relação aos dois tipos de condições, aos quais ele atribui caráter
da fala." (p.195)16
condição suficiente para provar que "(...) fatores funcionais estão atuando"
43
pela hipótese funcionalista kiparskiana e outras que não o são (cf.1981, p.81-
2).
funcionalista kiparskiana (cf. 1981a, p.156-61; 165; 189-93; 241; 246; 250-2;
no Português do Brasil.
em comum:
de uma comunidade. Como tal, não pode ser estudada no abstrato sem que
signos lingüísticos (cf. DU BOIS, 1984, p.342-4, 346; HAIMAN, 1980, p.515-
seguintes:
causar a morte e indica, por sua vez, maior proximidade entre o agente e o
sido direta, no mesmo espaço e no mesmo tempo, o que não ocorre em "x
identidade de seu sujeito, "(...) dá suporte a nossa tese de que quanto mais
de que o que é previsível recebe menos codificação do que o que não é." (cf.
1983, p.807)26
transitivos e intransitivos,
ele, tal configuração não surge arbitrariamente, pois ela ocorre em função do
considera que
razão nem todas as línguas são ergativas se existe motivação para a sua
existência. Afirma então que uma outra pressão discursiva que privilegia
falante. Evidenciam que este aspecto é mais importante do que o traço novo
constitui o tópico natural dentro de uma oração. Segundo Naro & Votre, em
narrativas,
padrões.
existência.
trabalho: o Princípio da Saliência. Mas, como ele não foi desenvolvido dentro
CEDERGREN & SANKOFF, 1974; GUY, 1975, p.59-69; LEMLE & NARO,
1977, p.25-8; BRAGA, 1977, p.3-8; ROUSSEAU & SANKOFF, 1978, p.57-68;
Além disso, ele tem no seu bojo a hipótese da uniformidade do efeito dos
56
seguir.37
significância 0,0 é considerado o ideal, pois ele indica uma certeza estatística
observados.
& NARO, 1977, p.26-7) Esta probabilidade recebe o nome de input da regra.
conjugação com cada uma das outras variáveis, duas a duas, atribuindo log
também eliminadas.
uma delas, com base, por exemplo, numa distribuição equilibrada dos
sua primeira versão foi escrita em 1974. Atualmente são usadas as quinta e
cação da regra para cada fator de cada variável bem como para a sua
Votre em 1980
Introdução.
6 - ANÁLISE DAS VARIÁVEIS LINGÜÍSTICAS
6.1 - Introdução
todo e (3) um terceiro tipo atua tanto sobre os elementos do SN quanto sobre
6.2.1 - Introdução
haver SNs sem nenhuma marca formal de plural (dois risco verde; um
montão de nego velho). Nestes casos, o mais exato seria falar em indicação
que não ocorre nas construções acima. Mesmo assim, temos nos referido a
item 6.3.
análise;
constituintes);
de, aproximadamente, 7193 SNs. Destes 13229 dados, 11086 são de 6027
SNs produzidos pelos falantes adultos e 2143 são de 1166 SNs produzidos
dados pode variar, devido à existência dos contextos que implicam presença
interpretações lingüísticas.
6.2.2.1 - Introdução
funcionamento sincrônico de uma língua foi feita por Lemle & Naro em
1976 e em 1977 (cf. NARO & LEMLE, 1976, 259-68; LEMLE & NARO, 1977,
estabelecer que as formas mais salientes, e por isto mais perceptíveis, são
feitos por Braga (1977), Scherre (1978), Ponte (1979) e Carvalho Nina
imóvel/imóveis);
média e média alta do que nos de classe baixa, embora ocorra nos três
(1976). A classe baixa mineira, por sua vez, apresenta apenas uma oposição
deve também ter existido em grupos de falantes que hoje não mais o
apresentam." (p.127)
69
óvo, aviõe etc., o que não ocorre no trabalho de Braga, no qual estas formas
foram consideradas singulares (cf. 1977, p.83, nota 20). Mesmo assim os
influência dos regulares não é correta, pois neste caso encontram-se todos
2) tonicidade da sílaba.
(lençol/lençóis) e
diferentes dos apresentados por Braga (1977) e Scherre (1978) (que também
são diferentes entre si). Evidencia ele que os seus dados e os de Braga
sendo o segundo fator que mais favorece o índice de concordância. Por outro
estes itens e não como os itens em -ão ou em -l. Considera ele ainda
Guy conclui mesmo assim que os resultados por ele encontrados "(...)
sílaba - é considerada por Guy um efeito aparente. Segundo ele, este efeito
dimensões:
estabelecer o seguinte:
os monossílabos tônicos (pé; pais, país, leitão, principal), por terem acento
mas da forma plural (cf. p.95), e Guy (1981a) não é explícito a este respeito,
mas deduzimos que ele trata da tonicidade dos itens lexicais singulares (cf.
marcados.
1) plural duplo:
- nóvos papeizinhos (Joa10,fp,27a);
- esses pósto, né? (Mal16,fp,56a);
76
ES ou de -E:
- cores assim lindas (Pit37,mc,25a);
- esse pescadore (Ire17,fp,52a);
- esses professor (Ana40,fc,18a);
ES ou de -E:
- os fregueses (Ana40,fc,18a);
- sete mese (Mor45,mc,51a);
- certos país (Joa10,fp,27a);
nominais analisados que tinham uma marca formal, padrão ou não padrão, à
72% (568/789) das formas marcadas nos itens não regulares (incluindo os de
posições são sempre revistas"), embora tais dados tenham sido também
analisados: eles são 11% (85/789) do total das formas marcadas. Os 17%
três subdivisões:
3) proparoxítonos (indígena).
78
do SN.
eles.
intermediárias.
dados de crianças.
TABELA 6.2.2.1
PROCESSOS MORFOFONOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DO
PLURAL DE TODOS OS DADOS DOS ADULTOS
PROCESSOS Apl./Total % Prob.
Duplo
maravilhoso )
maravilhósos) 63/68 = 93 0,86
-l
(internacional )
(internacionais) 83/97 = 86 0,56
-ão
(contradição )
(contradições) 173/200 = 86 0,42
-R
(pescador )
(pescadores) 237/268 = 88 0,48
-S
(português )
(portugueses) 219/265 = 83 0,38
Regular
(pequenininha )
(pequenininhas) 7086/10071 = 70 0,24
itens lexicais que apresentam mais diferença material fônica entre as suas
com 0,86 e os regulares inibem-nas com 0,24. São exatamente estes casos
bastante semelhante ao dos itens terminados em -l, uma vez que fazem o
TABELA 6.2.2.2
TONICIDADE DA SÍLABA DOS ITENS LEXICAIS SINGULARES
DE TODOS OS DADOS DOS ADULTOS
TONICIDADE Apl./Total % Prob.
Oxítono e monossí-
labo tônico
(país/leitão) 1028/1198 = 86 0,66
(meu/pé)
Paroxítono e mo-
nossílabo átono
(coisa/dólar/os/as) 6752/9615 = 70 0,39
Proparoxítono
(fábrica ) 81/156 = 52 0,44
(indígena)
(médico )
singular for marcada, ou seja, se o item lexical for oxítono. Mas se o item
81
TABELA 6.2.2.3
NÚMERO DE SÍLABAS DOS ITENS LEXICAIS
SINGULARES DE TODOS OS DADOS DOS ADULTOS
NÚMERO
DE Apl./Total % Prob.
SÍLABAS
Monossílabo 2901/3056 = 95 (0,48)
sendo 81% artigos e 09% possessivos, os quais são marcados por esta
Esta decisão ocorreu por simples cautela, pois tínhamos uma outra variável
Relação entre os elementos do sintagma nominal, a ser discutida no item
TABELA 6.2.2.4
PROCESSOS MORFOFONOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DO
PLURAL DOS SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS
SUBSTANTIVADAS DOS DADOS DOS ADULTOS
PROCESSOS Apl./Total % Prob.
Duplo
(maravilhoso )
(maravilhósos) 63/68 = 93 0,85
-l
(internacional )
(internacionais) 80/93 = 86 0,56
-ão
(contradição )
(contradições) 173/200 = 86 0,42
-R
(pescador )
(pescadores) 237/268 = 88 0,49
-S
(português )
(portugueses) 219/265 = 83 0,39
Regular
(pequenininha )
(pequenininhas) 2819/5583 = 50 0,24
84
TABELA 6.2.2.5
TONICIDADE DA SÍLABA DOS ITENS LEXICAIS SINGULARES
DOS SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS
SUBSTANTIVADAS DOS DADOS DOS ADULTOS
TONICIDADE Apl./Total % Prob.
Oxítono e monos-
sílabo tônico
(país/leitão) 829/992 = 84 0,66
(meu/pé)
Paroxítono e mo-
nossílabo átono
(coisa/dólar) 2681/5329 = 50 0,39
(maravilhoso)
Proparoxítono
(fábrica
(indígena) 81/156 = 52 0,44
(médico)
das tabelas 6.2.2.1 e 6.2.2.2, podemos ver que não existe nenhuma
lingüista nos diz que a segunda análise condiz melhor com a realidade dos
TABELA 6.2.2.6
PROCESSOS MORFOFONOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DO PLURAL DOS
SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS SUBSTANTIVADAS DOS
ADULTOS POR ESCOLARIZAÇÃO
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
escolarização.
probabilidades grupais.
0,51 para os itens em -R; 0,48 para os itens terminados em -S e 0,39 para os
para os itens em -ão; 0,47 para os itens em -R e 0,27 para os itens em -S.
probabilidade dos itens em -R, mas acima das probabilidades dos itens em -
-l e os terminados em -ão.
que mais se aproxima é a dos itens em -ão (diferença de 0,15); nos falantes
TABELA 6.2.2.7
TONICIDADE DA SÍLABA DO ITEM LEXICAL SINGULAR DOS
SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS SUBSTANTIVADAS DOS
DADOS DOS ADULTOS POR ESCOLARIZAÇÃO
TONICIDADE FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
sílaba que vai receber a marca de plural é ainda menos marcada, ou seja,
naturais para qualquer falante do Português, mas abobra por abóbora, corgo
por córrego, musga por música, Petropis por Petrópolis e arve por árvore
duas variáveis.
TABELA 6.2.2.8
CRUZAMENTO DE PROCESSOS E TONICIDADE NOS SUBSTANTIVOS,
ADJETIVOS E CATEGORIAS SUBSTANTIVADAS DOS ADULTOS:
PERCENTAGENS
PROCESSOS TONICIDADE
Oxítono e mo- Paroxítono Proparoxítono
noss. tônico
Duplo 5/5 = 100% 58/63 = 92% xxx
-l 67/77 = 87% 13/16 = 81% xxx
-ão 173/200 = 86% xxx xxx
-R 231/260 = 88% 6/8 = 75% xxx
-S 219/265 = 83% xxx xxx
Regular 134/185 = 72% 2604/5242= 50% 81/156 = 52%
o instrumental estatístico que usamos pretende dar a cada uma das variáveis
Tonicidade.
TABELA 6.2.2.9
CRUZAMENTO DE PROCESSOS E TONICIDADE NOS
SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS UBSTANTIVADAS
DOS DADOS DOS ADULTOS: PROBABILIDADES
PROCESSOS TONICIDADE
TABELA 6.2.2.10
SOBREPOSIÇÃO ENTRE PROCESSOS E TONICIDADE NOS
SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS SUBSTANTIVADAS
DOS DADOS DOS ADULTOS
PROCESSOS FALANTES
Primário Ginasial Colegial
c/ton. s/ton. c/ton. s/ton. c/ton. s/ton.
Duplo
(novo ) 0,84 0,75 0,88 0,76 + +
(nóvos)
-l
(móvel ) 0,50 0,56 0,73 0,80 0,63 0,61
(móveis)
-ão
(eleição ) 0,39 0,47 0,32 0,42 0,66 0,72
(eleições)
-R
(flor ) 0,51 0,59 0,47 0,56 0,61 0,65
(flores)
-S
(luz ) 0,48 0,55 0,27 0,36 0,37 0,45
(luzes)
Regular
(tribo ) 0,24 0,15 0,24 0,12 0,24 0,14
(tribos)
nas análises com ou sem tonicidade, e 0,24 e 0,15 para os itens regulares
-ão e as dos itens regulares nas respectivas análises são, portanto, de 0,15 e
de 0,32.
96
TABELA 6.2.2.11
DIFERENÇAS PROBABILÍSTICAS ENTRE OS PROCESSOS NÃO
REGULARES E O PROCESSO REGULAR EM FUNÇÃO DA
PRESENÇA OU AUSÊNCIA DA VARIÁVEL TONICIDADE
PROCESSOS FALANTES
Primário Ginasial Colegial
c/ton. s/ton. c/ton. s/ton. c/ton. s/ton.
Duplo
(porto) +0,60 +0,56 +0,64 +0,64 + +
(pórtos)
-l
(móvel ) +0,26 +0,41 +0,49 +0,68 +0,39..+0,47
(móveis)
-ão
(dentão ) +0,15 +0,32 +0,08 +0,30 +0,42 +0,59
(dentões)
-R
(melhor ) +0,27 +0,44 +0,22 +0,44 +0,37 +0,51
(melhores)
-S
(raiz ) +0,24 +0,40 +0,03 +0,24 +0,13 +0,31
(raízes)
relação aos regulares: neste caso, ela é de apenas 0,03. Se retirado o efeito
assunto em pauta.
tamento igual ao dos regulares; muito menos os itens terminados em -l. Isto
portanto, pelo que foi apontado acima. Guy todavia não mostra isto
explicitamente.
dois estudos na sua forma original podem ser vistos na tabela 6.2.2.12.
100
TABELA 6.2.2.12
PROCESSOS E ESCOLARIZAÇÃO: COMPARAÇÃO ENTRE OS
RESULTADOS DE SCHERRE (1978) E GUY (1981a)
PROCESSOS FALANTES SEMI-ESCOLARIZADOS CARIOCAS
SCHERRE(1978) GUY (1981a)
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Duplo
(novo ) 30/34 = 82 0,96 6/8 = 75 0,84
(nóvos)
-l e -ão
(incrível )
(incríveis) 39/101 = 39 0,49 68/141 = 48 0,28
(noção )
(noções)
-R
(anterior ) 37/80 = 46 0,25 96/142 = 68 0,59
(anteriores)
-S
(freguês ) 72/140 = 51 0,29 222/445 = 50 0,50
(fregueses)
Regular
(armazém ) 4291/7240 = 59 0,26 5887/9058 = 65 0,25
(armazéns)
sistemas de codificação.
que se pode fazer entre os itens regulares e os demais itens. Uma análise
que considera este aspecto tem de estar atenta para as suas interferências e
TABELA 6.2.2.13
PROCESSOS E ESCOLARIZAÇÃO: COMPARAÇÃO ENTRE OS NOSSOS
RESULTADOS E OS DE GUY (1981a)50
PROCESSOS FALANTES
Primário Semi-escolarizados
Guy (1981a)
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Duplo
(famoso ) 22/25 = 88 0,85 6/8 = 75 0,86
famósos)
-l
(horrível ) 21/31 = 68 0,49 25/57 = 44 0,33
(horríveis)
-ão
(profissão ) 31/43 = 72 0,39 44/84 = 52 0,30
(profissões)
-R
(revólver ) 77/94 = 82 0,50 96/142 = 68 0,62
(revólveres)
-S
(rapaz ) 87/112 = 78 0,47 76/147 = 52 0,51
(rapazes)
Regular
(amendoim ) 2175/3598 = 60 0,24 5887/9058 = 65 0,28
(amendoins)
Guy (0,33). No nosso caso, ela fica próxima à dos itens terminados em -R
termos de: plural duplo, plural não regular, e plural regular; os semi-
tríplice, mas fora da escala da saliência prevista: plural duplo, plural dos
comporta dentro da linha por nós esperada de forma mais nítida do que para
não é perfeita, porque Braga (1977) codificou formas não padrão do tipo
Carvalho Nina obteve 338 casos. Podemos com isso levantar a hipótese de
conta dados do tipo "comprar ovos" que podem, por exemplo, ter sido
falantes pesquisados, o que não é verdade, pois esta diferença não é tão
informantes.
tende a ser marcado quando for constituído por um item de plural duplo, por
formas ólhu (cf. p.66 e 144), caçadore (cf. p.67) e veze (cf. p.68). Ao falar da
muito marcados nos dados deste segundo grupo de falantes (ver tabela
base da hierarquia.
107
TABELA 6.2.2.14
PROCESSOS E ESCOLARIZAÇÃO: COMPARAÇÃO ENTRE OS NOSSOS
RESULTADOS DO PRIMÁRIO E GINASIAL E OS DE BRAGA (1977)
PROCESSOS FALANTES
1º grau
Primário Ginasial (BRAGA, 1977)
Duplo F. 22 = 88% 24 = 92% 3 = 75%
(pãozinho ) 25 26 4
(pãezinhos) P. 0,76 0,82 0,95
-S F. 87 = 78% 68 = 83% 5 = 3%
(melhor ) 112 82 145
(melhores) P. 0,56 0,42 0,08
regular. Esta mesma inversão pode ser observada nos falantes do segundo
TABELA 6.2.2.15
PROCESSOS E ESCOLARIZAÇÃO: COMPARAÇÃO ENTRE OS NOSSOS
RESULTADOS DO COLEGIAL E OS DE BRAGA (1977) E SCHERRE (1978)
PROCESSOS FALANTES
Universitários 2º grau
Colegial (SCHERRE, 1978) (BRAGA, 1977)
aos regulares nos falantes mineiros têm a sua explicação no fato de Braga
ter considerado formas do tipo mese como singulares, o que não explica,
todavia, a inversão no caso dos "universitários" cariocas, em que tal fato não
109
ocorreu. Scherre é bastante clara a este respeito. Ela codificou todas estas
plurais não padrão nos diversos fatores da variável Processos, para então
neste quadro são de três tipos: padrão (meses); não padrão (mese) e com
número também é bastante alto nos plurais duplo: há 24% de formas não
discussões.
110
QUADRO 6.2.2.16
DISTRIBUIÇÃO DAS MARCAS DE PLURAL NOS ITENS NÃO
REGULARES
PROCESSOS MARCA MARCA MARCA
NÃO COM
PADRÃO PADRÃO NEUTR. TOTAL
Duplo
(novo/nóvos) 47(71%) 16(24%) 3( 5%) 66
-l
(casal/casais) 71(85%) 7( 8%) 5( 6%) 83
-ão
(leitão/leitões) 154(87%) 10( 6%) 13( 7%) 177
-R
(cor/cores) 194(81%) 14( 6%) 30(13%) 238
-S
(país/países) 102(45%) 89(40%) 29(13%) 220
dados. Continuamos a acatar tais formas como plurais, mas não temos como
categorias substantivadas.
112
TABELA 6.2.2.17
SOBRE A ANÁLISE DA CONCORDÂNCIA
TIPOS DE FALANTES PROCESSOS
APLICAÇÃO
Duplo -S Regular
conclusões acima, poderíamos esperar (1) que o fator plural duplo em Braga
regra e (2) que a base da hierarquia fosse ocupada pelos itens de plural
explicam: (1) o fato de serem bem menos marcados nos dados dos falantes
Scherre (1978), invertendo realmente a sua posição com relação aos itens
(ou em x)" (ROCHA LIMA, 1973, p.74) do tipo alferes, ourives e pires não
Bechara (1972) afirma ainda que "os nomes das letras vão
mas afirma, por outro lado, que xis é invariável, ocorrendo, portanto, os xis,
bem como cais e cós (cf. BECHARA, 1972, p.72 e, também, ROCHA LIMA,
1973, p.79).
pluralização. Nos nossos dados, ocorre apenas gravidez, dentre a lista feita
exemplo?
2) Por que não se pluralizam formas como cais, cós se são palavras
pluralizáveis?
3) Por que achamos que não se pluralizam giz e nariz se ambos são
ia dizer que se tem apenas um nariz e por isto ficaria estranho pluralizar o
traço associado aos itens derivados terminados em -S iniba mais ainda a sua
pluralização.
Antes de concluirmos este tópico, vamos discutir a questão
ocorre mais em verbos regulares, recolocando que esta conclusão vai contra
segmentos do tipo -t, -d finais em Inglês. Sugere ainda que "(...) este efeito
condições.
p.195).
probabilidades quase não seriam alteradas. Além disso, esta etapa envolve
seguinte:
do -S final.
a inserção de -S sistematicamente.
119
TABELA 6.2.2.18
PROCESSOS: SOBRE A FRONTEIRA DE MORFEMA
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
CÂMARA JR., 1977, p.134; BRAGA & SCHERRE, 1976, p.474 e SCHERRE,
da tabela 6.2.2.19.
121
TABELA 6.2.2.19
TONICIDADE: SOBRE A FRONTEIRA DE MORFEMA
TONICIDADE FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
Ao fazer isto, ele se baseia em línguas que não têm concordância, como o
considerado uma categoria fraca. Como ele próprio coloca, "(...) categorias
universal, deve ser repensada pois, como vamos mostrar no item 6.2.3, a
morfema (cf. VOTRE, 1978, p.44-7;, 64-7 e 105-7 e CALLOU, 1979, p.148).
morfológico (cf., novamente, GUY, 1981a, p.164, cf., também, VOTRE, 1978,
desfavorecedores.
que itens em -l, estão abaixo da probabilidade associada aos itens em -R.
formação de plural dos itens terminados em -ão pode se dar de três formas:
categoria, gostaríamos de ressaltar que, nos nossos 200 dados deste tipo
singular, (amigão, cachorrão, brabão, dentão etc.) e não na sua forma plural
regularização, e, uma vez que os itens são regularizados, eles são pouco
TABELA 6.2.2.20
SOBRE OS REGULARES EM -ÃO
PROCESSOS FALANTES
Primário Ginasial
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Duplo
(famoso ) 22/25 = 88 0,90 24/26 = 92 0,91
(famósos)
-l
(casal ) 21/30 = 70 0,56 18/19 = 95 0,76
(casais)
-R
(pescador ) 77/94 = 82 0,57 74/83 = 89 0,51
(pescadores)
-S
(rapaz ) 87/112 = 77 0,53 68/82 = 83 0,31
(rapazes)
-ão
(nação) 31/43 = 72 0,45 61/73 = 84 0,37
(nações)
Regular
(salário) 648/1973 = 33 0,35 979/1859 = 53 0,30
(salários)
Regular
em -ão
(irmão ) 5/17 = 17 0,11 13/17 = 76 0,20
(irmãos)
126
dos nomes em -ão dos falantes com menos escolarização. Os dados dos
flutuante.
análise com apenas os quatro fatores em questão, os quais são: itens em -l;
em -ão; em -R e em -S. Este teste foi feito inicialmente com todos os dados
estatisticamente significativas.
não regulares que não são flutuantes e, após, os resultados dos flutuantes.
TABELA 6.2.2.21
RELAÇÃO ENTRE ITENS REGULARES E ITENS DUPLOS
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
TONICIDADE
Oxítono e mo- F. 139= 73% 39= 57% 53= 78% 44= 86%
nossílabo tô- 190 68 68 51
nico P. 0,66 0,67 0,67 0,60
TABELA 6.2.2.22
RELAÇÃO ENTRE ITENS REGULARES E ITENS EM -L
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
TONICIDADE
Oxítono e mo- F. 201= 77% 58= 61% 67= 81% 75= 90%
nossílabo tô- 262 95 83 83
nico P. 0,66 0,67 0,67 0,62
TABELA 6.2.2.23
RELAÇÃO ENTRE ITENS REGULARES E ITENS EM -R
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
TONICIDADE
relação regular versus não regular, para estes três casos, ou seja, isto
Verifica-se assim uma alternância constante entre o peso relativo mais forte
este fato a uma simples distribuição dos dados, que ora está mais favorável
TABELA 6.2.2.24
RELAÇÃO ENTRE ITENS REGULARES E ITENS EM -ÃO
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
TONICIDADE
TABELA 6.2.2.25
RELAÇÃO ENTRE ITENS REGULARES E ITENS EM -S
PROCESSOS FALANTES
Todos Primário Ginasial Colegial
TONICIDADE
todos eles são oxítonos. Tal enviesamento na distribuição dos dados vai se
primário e 0,30 x 0,70 para os do ginasial. Então parece que, para os falantes
variável Processos.
formas não padrão. Constata-se mais uma vez um jogo constante entre
Processos e Tonicidade.
135
6.2.2.9 - Conclusão
vamos alinhar uma série de motivos que nos levaram a esta análise.
Considerando
o seguinte:
2) -l (oxítono ou paroxítono);
3) -R (oxítono ou paroxítono);
4) -ão (oxítono);
5) -S (oxítono);
6) regular oxítono;
7) regular paroxítono e
8) regular proparoxítono.
qual delas é estatisticamente melhor, uma vez que a segunda reflete melhor
mais próximo de zero do que o da análise 2 que tem apenas o grupo de seis
fatores, uma vez que foi eliminado o de três. Este fato significa
138
(para este último caso, seis x três fatores em duas variáveis distintas
não regulares (ver Tabelas 6.2.2.8 e 6.2.2.9). A nosso ver, esta seria a
falantes. A análise 3 deve ser novamente preferida, por ser a mais simples
TABELA 6.2.2.26
ANÁLISE FINAL DE PROCESSOS E TONICIDADE DOS SUBSTANTIVOS,
ADJETIVOS E CATEGORIAS SUBSTANTIVADAS DOS ADULTOS POR
ESCOLARIZAÇÃO
SALIÊNCIA FALANTES
FÔNICA
Todos Primário Ginasial Colegial
Regular oxíto- F. 134= 72% 38= 57% 51= 25% 44= 86%
no e monossí- 185 67 66 51
labo tônico P. 0,38 0,38 0,38 0,36
Regular propa- F. 81= 52% 15= 31% 28= 47% 38= 79%
roxítono 156 48 60 48
P. 0,21 0,16 0,19 0,32
Regular paro- F. 2604= 50% 600= 32% 913= 52% 1076= 67%
xítono 5242 1875 1750 1602
P. 0,17 0,19 0,16 0,17
escolarização.
não vai se dar com qualquer regular, mas com os regulares oxítonos.
aos itens em -S, verifica-se, também, que seu ponto de maior contato é com
6.2.3.1 - Introdução
segmento é uma marca de plural. Todavia, estas três variáveis nunca foram
dados que temos em mãos, objetivando, assim, fornecer uma descrição mais
estudo.
assim uma oposição forte com relação ao que ocorre com o primeiro
QUADRO 6.2.3.1
EXEMPLOS DE POSIÇÃO LINEAR DO ELEMENTO NO SN
POSIÇÕES EXEMPLOS
Primeira posição as perna toda marcada (Man14,mp,59a)
(posição zero ou suas tias (Glo11,fg,48a)
distância zero) coisas lindas (Dor29,fg,44a)
do meus pais (Joa10,fp,27a)
representante diretos (Jov26,mg,32a)
grande viagis (Glo48,fc,52a)
Segunda posição todas as casas (Hel44,fc,44a)
(posição 1 ou do meus pais (Joa10,fp,27a)
distância 1) os mesmos direitos (Val24,fg,15a)
as boas ações (Ire17,fp,52a)
coisas lindas (Dor29,fg,44a)
doze latinha (Jup06,fp,18a)
as porta aberta (Sam01,mp,18a)
Terceira posição as duas palavras (Hel34,fg,62a)
(posição 2 ou os mesmos direitos (Val24,fg,15a)
distância 2) todas as casas (Hel44,fc,44a)
essas estradas nova (Mar47,fc,53a)
coisas até ligadas (Pit37,mc,25a)
uns amigos meus (Hel34,fg,62a)
três colega meu (Joa25,mg,39a)
essas bestera toda (Fat23,fg,15a)
Quarta posição os meus quatro filhos (Dal18,fp,71a)
(posição 3 ou do meus dez anos (Nil12,fp,45a)
distância 3) do meus próprios filho (Glo48,fc,52a)
as minhas duas filha (Ire17,fp,52a)
os piores nomes feios (Ire17,fp,52a)
esses políticos aí chaguistas (Pac20,mg,25a)
as conta quase toda (Mag47,fc,53a)
os documento dela todinho (Jro64,mg,14a)
Quinta e sexta os meus ainda velhos amigos (Gus62,mg,11a)
posição as três coisa mais importante (Hel44,fc,44a)
(posição 4 e 5 ou aquelas pessoas assim bem (Jos35,fp,59a)
distância 4 e 5) esquisitinha
as mulheres ainda muito mais (Hel44,fc,44a)
antiga
seguinte:
p.84).
também, uma queda forte na segunda posição e, a partir desta, uma linha
Carvalho Nina (1980), por sua vez, conclui que a aplicação da regra
concordância não constitui uma necessidade lógica das línguas, pois uma
do fenômeno em estudo.
148
(1981).
p.60).
ficância sobre a aplicação desta regra (cf. p.80). Este caso é, todavia,
QUADRO 6.2.3.2
EXEMPLOS DE CLASSE GRAMATICAL DOS ELEMENTOS NO SN
CLASSES EXEMPLOS
Substantivo problemas assim maiores (Lau28,fc,43a)
essas carne congelada (Jan03,mp,56a)
das otas famílias (Pac20,mc,25a)
Categoria trabalha uma, as outras fica (Jos35,fp,59a)
substantivada os próprio do lugar (Edp13,mp,62a)
a gente procura ouvir as coisas (Ire17,fp,52a)
boas e as ruins a gente
Pronome delas todas (Dor29,fg,44a)
pessoal de todos eles (Jan03,mp,56a)
3a. pessoa todos ele (Jan03,mp,56a)
Adjetivo novas escolas (Gus62,mg,11a)
coisas assim fabulosas (Mor45,mc,51a)
umas casinha bunitinha (Jup06,fp,18a)
Quantificador todos os anos (Sam01,mp,18a)
eles todos (Dal18,fp,71a)
aquelas cruzinha toda (Geo31,mg,58a)
Possessivo suas tias (Glo11,fg,48a)
no meus filhos (Edb07,mp,41a)
uns colega meu (Geo3l,mg,58a)
Adjetivo 2 determinadas discussões (Pac20,mg,25a)
os próprios vagabundo (Dav42,mc,31a)
eles mesmo (Rob15,mp,22a)
Indefinido alguns meses (Sam01,mp,18a)
os outros colégios (Sue05,fp,24a)
diversas perguntas (Rob15,mp,22a)
Artigo e essas carne congelada (Jan03,mp,56a)
demonstrativo todos os anos (Sam01,mp,18a)
umas pessoas ricas (Joa10,fp,27a)
p.150), ora como demonstrativos (cf. BECHARA, 1982, p.266), ora como
adjetivo.
6.2.3.2).
reproduzida a seguir.61
6.2.3.3, na página 154.63 Com base nos dados dos falantes adultos,
posição - 8,7% (514 em 5871 casos) - não é tão baixo para ser despre-
153
mesma posição: 307, ou seja, 53% dos casos de terceira posição são
ocorram nesta posição, pois a maioria dos casos que ocorre aí é exatamente
comportamento do adjetivo.
154
TABELA 6.2.3.3
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DOS FALANTES ADULTOS EM FUNÇÃO DA
CLASSE GRAMATICAL E DA POSIÇÃO DOS ELEMENTOS NO SN
CLASSE POSIÇÃO
Primeira Segunda Terceira Total
2). Os resultados utilizados por Guy são, todavia, obtidos de uma análise que
explícito para sabermos com quais SNs ele trabalhou. Vamos observar,
sob dois aspectos: (1) em SNs de três ou mais elementos; (2) em todos os
TABELA 6.2.3.4
SOBRE O EFEITO PARALELO DA POSIÇÃO EM TODOS OS SNS DE
TRÊS OU MAIS ELEMENTOS DOS FALANTES ADULTOS
CLASSE Determinante Substantivo Adjetivo
796/881 = 90% 534/917 = 58% 162/347 = 50%
POSIÇÃO Primeira Segunda Terceira
711/792 = 90% 339/531 = 64% 442/822 = 54%
importantes:
na primeira;
TABELA 6.2.3.5
CRUZAMENTO DE POSIÇÃO E CLASSE GRAMATICAL EM DE TODOS
OS SNS DE TRÊS OU MAIS ELEMENTOS DOS FALANTES ADULTOS
Primeira Segunda Terceira
posição posição posição
Determinante 668/759 = 89% 118/121 = 96% 0/1 = 0%
Substantivo 33/33 = 100% 184/370 = 50% 317/514 = 62%
Adjetivo xxx 37/40 = 92% 125/307 = 41%
TABELA 6.2.3.6
CRUZAMENTO DE POSIÇÃO E CLASSE GRAMATICAL EM TODOS OS
DADOS DOS FALANTES ADULTOS
Primeira Segunda Terceira
posição posição posição
Determinante 3692/3792= 97% 120/123 = 96% 0/1 = 0%
Substantivo 153/161 = 95% 2277/5196= 53% 17/514 = 62%
Adjetivo 47/48 = 98% 125/163 = 77% 15/307 = 41%
TABELA 6.2.3.7
CRUZAMENTO DE POSIÇÃO E CLASSE GRAMATICAL EM TODOS OS
DADOS DAS CRIANÇAS
Primeira Segunda Terceira
posição posição posição
Determinante 752/768 = 98% 20/23 = 87% xxx
Substantivo 16/18 = 89% 424/1057 = 40% 46/86 = 53%
Adjetivo 4/4 =100% 18/18 =100% 16/40 = 42%
chegam a ser surpreendentes. Como vimos nos resumos feitos, o que parece
1981).
TABELA 6.2.3.8
PARALELO ENTRE POSIÇÃO E CLASSE GRAMATICAL EM TODOS OS
DADOS
CLASSE GRAMATICAL
Determinante Substantivo Adjetivo
Adultos 3812/3916 = 97% 3247/5871 = 55% 297/518 = 64%
Crianças 772/791 = 98% 486/1161 = 42% 38/62 = 61%
POSIÇÃO DO ELEMENTO NO SN
Primeira Segunda Terceira
posição posição posição
Adultos 3892/4001 = 97% 3022/5482 = 55% 442/822 = 54%
Crianças 772/790 = 98% 462/1098 = 42% 62/126 = 49%
que os adjetivos (0,31) (cf. 1980a, p.63). Mas, em 1981, Poplack apresenta
gócio qualquer", o que sugere que ele deveria ser reclassificado como
do SN.
(1980 e 1981) colocam sob este rótulo. Até aqui, consideramos apenas o
TABELA 6.2.3.9
RELAÇÃO ENTRE POSSESSIVO, QUANTIFICADOR E POSIÇÃO
Primeira Segunda Terceira
posição posição posição
Possessivo
Adultos 184/184 = 100% 130/135 = 96% 2/12 = 17%
Crianças 42/43 = 100% 24/25 = 96% 2/4 = 50%
Quantificador
Adultos 133/133 = 100% 3/7 = 43% 22/108 = 20%
Crianças 23/23 = 100% xxx 1/5 = 20%
161
são bastante elevados para serem ignorados, em termos de uma análise que
segunda posição e, neste caso, ele se apresenta com 43% das marcas.
núcleo do SN.
posição, por sua vez, se dá em função também da sua relação com o núcleo
do SN. Dos 135 casos de possessivo desta posição, 130 são antepostos.
Dos sete casos de quantificador desta mesma posição, todos são pospostos.
parêntesis e observarmos que, dentre os 133 casos dos dados dos falantes
Dentre estes, 16 casos são do tipo que poderiam ser interpretados como SNs
Então, casos como "em todos lado tem assalto", codificados como um SN de
dois constituintes, poderiam ser analisados como "em tod' os lado tem
assalto". Optamos por analisar tais SNs como de dois constituintes e com
adequado.
base nos dados dos adultos (ver tabela 6.2.3.3, p.156), observa-se que,
exemplos abaixo:
TABELA 6.2.3.10
PRIMEIRA POSIÇÃO DO SN E CLASSE GRAMATICAL
CLASSE FALANTES
Adultos Crianças
Substantivo 153/161 = 95% 16/18 = 89%
Pronome pessoal 12/12 = 100% xxx
Adjetivo 47/48 = 98% 4/4 = 100%
Quantificador 133/133 = 100% 23/23 = 100%
Possessivo 184/184 = 100% 42/43 = 98%
Adjetivo 2 9/10 = 90% xxx
Indefinido 424/429 = 97% 80/80 = 100%
Art. e dem. 3268/3363 = 97% 672/688 = 98%
Dentre os dados das crianças (19) e dos adultos (110), temos 129
ocorrências não marcadas na primeira posição. Das 129, 112 são de artigos
nossos dados sugerem que o falante pode estar analisando esta contração
como uma preposição, ou seja, como uma categoria que não se flexiona e,
parece tão forte que chega a se estender aos artigos diante de possessivos
marcas diante do possessivo teu. Além disso, nos outros 36 casos restantes,
se que, dos seus 5778 casos, 90%(5196/5778) dos dados dos adultos (ver
tabela 6.2.3.3, p.156) são de substantivos; o que faz com que o seu peso
de 160 dos adultos (135) e das crianças (25), fica-se com 73, dos quais 67
TABELA 6.2.3.11
SEGUNDA POSIÇÃO DO SN E CLASSE GRAMATICAL
CLASSE FALANTES
Adultos Crianças
Substantivo 2777/5196 = 53% 424/1057 = 40%
Cat. substantivada 60/93 = 86% 13/20 = 65%
Pronome pessoal 27/33 = 82% 3/5 = 60%
Adjetivo 125/163 = 77% 18/18 = 100%
Quantificador 3/7 = 43% xxx
Possessivo 130/135 = 96% 24/25 = 96%
Adjetivo 2 21/28 = 78% 1/1 = 100%
Indefinido 45/48 = 94% 6/9 = 67%
Art. e dem. 75/75 = 100% 14/14 = 100%
Portanto, uma análise desta natureza não é adequada, uma vez que
Classe e Posição na análise dos dados, bem como pensar de que forma elas
variáveis sob foco, mas a análise final será baseada nas probabilidades, que
nosso tratamento.
A forma de codificar esta variável não tem sido uniforme nos diversos
possíveis. Carvalho Nina (1980), por exemplo, além de fazer uma codificação
fator ausência formal de marcas (cf. p.30-1). Ela conclui que este
para haver mais marcas quando há ausência de flexão antes e vice-versa (cf.
0,44 para a classe média e 0,54 versus 0,46 para a classe baixa (cf.
(1976), Braga (1977) e, também, Ponte (1979), Carvalho Nina (1980) e Guy
diferenças.
do tipo "coisas ASSIM fabulosas" e "as ) mais ) novas" (cf. SCHERRE, 1978,
todavia, chegar a conclusões novas. Ele afirma que a análise que cruza
das primeiras posições (cf. GUY, 1981a, p.179 e SCHERRE, 1978, p.112-3).
Primeiro, ele codifica seqüências do tipo 00- e n0- juntas (cf. p.169-
70); temos tudo para crer que, se seqüências 00- ocorrerem (nos nossos
seqüências do tipo n0- (TRÊS RISCO verde) provocam zeros seguintes sem
TODAS iguais) ou 0ss- (dO MEUS DEZ anos)), quer as que terminem em
zero ou zeros precedentes (ss0- (OS PIORES NOME feio) ou s00- (AS
PERNA TODA marcada) ou s0m- (AS CASA MAIS antiga)) (cf. Guy, 1981a,
p.169-70). Esta junção não faz sentido dentro da proposta de Poplack de que
precedente (cf. SCHERRE, 1978, p.111-2; PONTE, 1979, p.163; GUY, 1981,
P.179-80).68
opostas.
considera que o numeral favorece mais marcas nos dados dos falantes semi-
pode estar sendo menos percebido como plural do que aquele segmento
nesta marca. Ela alega que a marca semântica de plural nos numerais pode
(cf. p.11-2).69
Guy (1981a), por sua vez, numa linha claramente não funcionalis-
174
DE coisa, tende a ser pouco marcado. Scherre (cf. 1978, p.108), Ponte (cf.
que indicam que este fator é o segundo mais forte no sentido de inibir a
forma zero.
Scherre, seguida por Ponte (cf. 1979, p.111) e por Guy (cf. 1981a,
quadro 6.2.3.12, que contém exemplos detalhados desta variável, bem como
elemento analisado.
nominal mais alto com marca formal de plural (MILHÕES de coisa) ou (b) de
núcleo nominal mais alto sem marca formal de plural (UMA PORÇÃO DE
QUADRO 6.2.3.12
EXEMPLOS DE MARCAS PRECEDENTES EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO
TIPO POSIÇÃO POSIÇÃO EXEMPLOS
DE DAS DE
MARCAS MARCAS ANÁLISE
1)Ausência 1 os fregueses
2)Zero 1 2 dO meus pais
7)s(s)s-
ss- 1,2 3 AS MAIORES privações
sss- 1,2,3 4 AS PARTIDAS TODAS iguais
8)y(x)x-
0s- 2 3 dO MEUS tios
sm- 1 3 PESSOAS MUITO humildes
ns- 2 3 NOVE NÚCLEOS formados
sn- 1 3 AS DEZ horas
ssn- 1,2 4 OS MEUS QUATRO filhos
0sn- 2 4 dO MEUS DEZ anos
ssm- 1,2 4 AQUELAS LOJAS BEM baratinhas
nsm- 2 4 DEZ SINHORAS LÁ sentada
ssmm- 1,2 5 AQUELAS PESSOAS ASSIM BEM
esquisitinha
sssmm- 1,2,3 6 AS CRIANÇAS TODAS DA RUA
abandonadas
9)x(y)0-
s0- 1 3 UMAS BORRACHA grande
n0- 1 3 DOIS RISCO verde
s00- 1 4 AS PERNA TODA marcada
ss0- 1,2 4 OS PIORES NOME feio
sn0- 1 4 AS MINHA DUAS filha
s0m- 1 4 AS CASA MAIS antiga
s0m- 1 4 AS COISA MUITO uniformes
s0mm- 1 5 dOS BAIRRO AINDA MAIS calmo
178
analisado, não mediada por zero em elemento que admite marca. Nestes
assim, entende-se que o "y" da simbologia y(x)x- pode ser lido como zero,
numeral ou marca formal, mas o "x" jamais pode ser lido como zero.
x(y)0-: o "x" jamais pode ser zero. Seus valores são apenas dois: marca
formal de plural ou numeral. O "y", por sua vez, pode assumir valores
mínimo);
quadro 6.2.3.12 para que o leitor possa se orientar melhor em termos dos
TABELA 6.2.3.13
MARCAS PRECEDENTES EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO
MARCAS POSIÇÃO FALANTES
DE
ANÁLISE Adultos Crianças
1)Ausência 1 4225/4335 = 97% 836/855 = 98%
2)0(zero) 2 105/105 = 100% 19/19 = 100%
TABELA 6.2.3.14
MARCAS PRECEDENTES, POSIÇÃO E POSSESSIVO
MARCAS POSIÇÃO FALANTES
Adultos Crianças
Ausência 1 184/184 = 100% 42/43 = 98%
0 (zero) 2 75/75 = 100% 12/12 = 100%
s- 2 55/60 = 92% 12/13 = 92%
funcionalista forte.
a presença de pelo menos uma marca precedente não mediada por zero
que traz mais evidências sobre uma variável de comportamento forte que
(1972).
183
terceira posição.
igualmente afetadas;
no segmento seguinte;
- forma zero precedente favorece o aparecimento de zero no
segmento seguinte.
TABELA 6.2.3.15
MARCAS PRECEDENTES, TERCEIRA POSIÇÃO E CLASSE GRAMATICAL
MARCAS POSIÇÃO CLASSE FALANTES
Adultos % Crianças % Total %
se ocorrerem, isto deve ser creditado à influência de fatores que atuam sobre
morfêmico.
(p.7)
também o cancelamento (cf. p.143-4). Ele considera ainda que este efeito,
os elementos do SN.
0sx (do meus pais; no meus problemas) que também não deveriam ocorrer,
nas 33 casos num total de 4290 estruturas: 0,8%. As seqüências 0sx já são
97 são deste tipo: 9%. É o percentual mais alto de todas as ocorrências não
previstas pela forma da regra operar. Já falamos sobre estes casos no item
anterior, p.151-167.
estruturas do tipo no teus filhos72 e por haver apenas outros três casos,
0s, 0ss ou 0s0 também podem ser explicados pela influência do contexto
(12%).
Dos 130 casos, 115 (88%) não marcados estão diante de ambiente
nítida, como se pode ver pelo quadro 6.2.3.16, com base nos dados dos
QUADRO 6.2.3.16
SOBRE ESTRUTURAS PREFERENCIAIS
ESTRUTURAS Subst. Adj. Poss. Quant. Total
estrutura com todas as marcas formais de plural -sss- (os outros colégios;
as partidas todas iguais; uns amigos meus; aquelas brigas todas) ou com
zeros, uma vez marcada a primeira posição, -x00- (as lei trabalhista; uns
colega meu; aqueles negócio todinho; umas borracha grande; dois risco
quanto à quantidade, quer quanto ao tipo (do meus pais, dois irmãos meus;
os três dias) ou a que tem a marca mediada por um modificador (coisas até
0 no terceiro elemento.
ss-, x0- e yx- em termos das classes gramaticais que aí podem ocorrer. O
QUADRO 6.2.3.17
ESTRUTURAS PREFERENCIAIS E CLASSE GRAMATICAL
ESTRUTURAS Subst. Adj. Poss. Quant. Total
x0x(s)- 3 11 0 0 14
x00(0)- 15 117 8 69 210
Total 18 (3%) 128(37%) 8(56%) 69(61%) 223(21%)
verificar o seguinte:
ou yx- (do meus pais; os três dias). Em 595 estruturas, 242 (41%) são
191
ou seja, 97%. Apenas 18 casos ocorrem em x0- (as ota menina), com o
percentual de 3%.
(37%) ocorrem em ss- (umas pessoas ricas); 82 (25%) em yx- (coisas até
ligadas; dois cavalos lindo); 124 (38%) em x0- (as lei trabalhista; dois risco
verde).
Dentre 113 casos, 69 (61%) são deste tipo e praticamente não ocorrem em
yx- (as contas quase toda); apenas 4 casos (3%) são do tipo yx-. O restante
meu; três colega meu): 53% dos casos (8/15). Também ocorrem pouco em
estruturas yx- (dois irmãos meus) - 7% (1/15). O restante fica por conta da
classes inseridas em SNs mais altos são igualmente afetadas pelas marcas
TABELA 6.2.3.18
SOBRE OS SNS INSERIDOS EM SNS MAIS ALTOS
MARCAS POSIÇÃO CLASSE FALANTES
DE
ANÁLISE Adultos Crianças
SPrepS- 2 Subst. 4/7 = 57% 1/1 = 100%
seja, zero do núcleo nominal mais alto e do mais baixo. Esta é a única
situação dos dados por nós analisados em que ocorre a forma 000: ausência
pluralidade, carga esta que é transmitida através do núcleo nominal mais alto
TABELA 6.2.3.19
de marca na primeira.
posição (cf. 1977, p.16 e 1981, p.61). Isto não ocorre em Português, pelo
do Espanhol não as reconheça como plural de forma isolada (cf. 1980a, p.1-
4).74
menina bonita não chora com sentido genérico. Mas, para nós, não se trata
turma, gente, quer através do uso genérico de menina bonita não chora, quer
através de outras palavras que denotam pluralidade muito livro caro, havia
roupa espalhada na vitrine, bastante coisa, como bem o coloca Pereira (cf.
Paula e Rafael, vem lavá a mão, o pé e escová o dente. Estas estruturas são
comuns em Português mesmo com referência "às duas mãos", "aos dois
primeira posição, ela simplesmente não faz sentido. A grande maioria destes
casos é de substantivo: 1524 dos 1528 nos dados dos adultos e os 257
ser dadas para o efeito das variáveis sob consideração, bem como para a
plural.
198
Guy para as variáveis Posição e Marcas, na sua forma final (cf. 1980a,
p.168-80).75
1) primeira posição;
2) segunda posição;
3) terceira posição e
em cinco fatores:
1) ausência fora do SN e zero na primeira posição;
em qualquer posição (n-; sm-; ns-; sn-; n0-; ssm-; nsm-; s0m-; n0m-; ssmm- e
s0mm-) ;
relação à de Guy. Ele colocou em um só fator (1) a ausência fora do SN, (2)
que as probabilidades respectivas são 0,98, 0,96 e 0,32 (cf. 1981a, p.170-7),
flexionáveis, embora isto ainda não seja o mais adequado como vamos
quinta posição foram colocados por Guy juntos ao fator com maior número
arbitrária se deu porque as marcas das primeiras posições destes casos não
Considera ele que, "uma vez que há tão poucos dados envolvidos aqui, isto
Voltamos a observar que o fator n0- (DOIS risco verde), que Guy
200
que nós colocamos nesta análise junto a "numeral", deverá ser colocado
Então seqüências do tipo 0s-; sm-; ssm- e ssmm- devem todas ficar
seqüências do tipo n0-; s0n-; s0m-; n0m-; s0mm- devem todas também
por Guy (cf. 1981a, p.169) e por outros estudiosos já citados. Sob a
descrita a seguir.
6) s- na primeira posição;
mediado por s-, com uma marca formal ou um numeral na primeira posição
Posição.
ambas as análises.
com convergência.
Encontram-se na tabela 6.2.3.20, na p.204, os resultados de Marcas
precedentes da análise A para os dados dos adultos e das crianças
(0,94; 0,90; 0,86) e presença de pelo menos uma marca antes do elemento
diferenças entre estes quatro fatores que apresentam pelo menos uma
TABELA 6.2.3.20
MARCAS PRECEDENTES: ANÁLISE A
MARCAS FALANTES Apl./Total % Prob.
explicar que marcas estão levando a marcas e zeros a zeros, se o fator "s-
mais zeros? A rigor, este fator seria mais adequadamente descrito como
TABELA 6.2.3.21
MARCAS PRECEDENTES EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO: ANÁLISE B
POSIÇÃO
FALANTES
MARCAS DE
ANÁLISE Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Numeral na
1a. pos. 2 886/1529 = 58 0,56 146/258 = 57 0,72
s- na 1a.
posição 2 2205/3974 = 55 0,49 326/796 = 41 0,57
hoc.
seguintes resultados:
regra, como tem sido dito por todos os pesquisadores que consideraram este
SPrep(x)s- (8), o que não nos impediu, a nível grupal, de detectar a mesma
marcas levam a mais marcas. O numeral, por sua vez, favorece mais a
zero formal que conduz a zero. O SPrep0(0)-, por sua vez, se comparado
conduz a menor índice de zeros, sendo x(y)0- o fator que conduz a maior
respectivamente, as seguintes:
não mediado por zero), embora todos estes três fatores favoreçam a
mediado por s-, com marca na primeira posição), por sua vez, desfavorece
e B(Prob.B).
209
TABELA 6.2.3.22
CLASSE GRAMATICAL: ANÁLISES A e B
CLASSE
GRAMATICAL FALANTES Apl./Total % Prob.A Prob.B
agrupamentos de classes:
(0,55);
210
(0,70);
2) quantificador (0,61);
4) substantivos (0,18).
das crianças?
deveria ser atribuído à variável Posição, pois eles foram retirados da etapa
haver convergência nos resultados dos adultos e por não ter sido ela
TABELA 6.2.3.23
POSIÇÃO LINEAR DOS ELEMENTOS NO SN: ANÁLISES A e B
POSIÇÃO FALANTES Apl./Total.A % Prob.A Prob.B
Primeira Adultos 4230/4340 = 97 (0,58) (0,89)
Crianças 837/856 = 98 (0,44) (0,74)
Considerando
indesejáveis;
gramatical;
análise C.
crianças.
pausa e não em termos de traços das consoantes, onde se destaca este tipo
TABELA 6.2.3.24
CLASSE GRAMATICAL E POSIÇÃO NO SN: ANÁLISE C
CLASSE E POSIÇÃO FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob Apl./Total % Prob.
dados dos adultos, embora a percentagem ainda seja bem alta, e continuam
2 e adjetivo.
adultos, 130 são antepostos. Dos 130 antepostos, 127 são marcados (98%)
e, dos cinco pospostos, três são marcados (60%). Dos 25 casos dados das
destas, 21 são marcados (84%). Os três casos pospostos são todos não
marcados. Este tipo de dado, no caso das crianças, ocorre apenas duas
vezes. Os dois casos que ocorrem (em verdade dois casos de numeral
Todos os adjetivos desta posição nos dados das crianças são marcados. A
elo que une as classes gramaticais não nucleares, até aqui codificadas como
Como o número de dados dos adjetivos da segunda posição nos dados das
falantes.
com baixa concordância e, além disso, que todos os casos não nucleares de
terceira, quarta e quinta posições são todos pospostos ao núcleo, exceto dois
gramatical e Posição, no que toca aos elementos não nucleares, deve ser
elementos no SN.
circunstâncias.
218
seguir especificados:
resultados finais.
TABELA 6.2.3.25
RELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS DO SN: ANÁLISE D
FATORES FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Subst.na
1a. pos. 153/161 = 95 0,66 16/18 = 89 0,34
Subst.na
2a.pos. 2756/5176 = 53 0,23 419/1052 = 40 0,21
Subst.na
3a.pos. 317/514 = 62 0,38 48/86 = 53 0,56
Categoria
subst. na 59/92 = 64 0,33 13/20 = 65 0,36
2a.pos.
Categoria
subst. na 16/23 = 70 0,49 2/2 = 100 +
3a.pos.
Pronome
pessoal 12/12 = 100 + xxx
na 1a. pos.
Pronome
pessoal 27/33 = 82 0,72 3/5 = 60 0,49
na 2a.pos.
Classe não
nuclear 4291/4406 = 97 0,87 857/877 = 98 0,87
anteposta
Classe não
nuclear 242/565 = 43 0,25 31/63 = 49 0,61
posposta
na literatura lingüística.
do tipo:
constituintes.
de marcas nesta situação deve ser visto como índice da não ligação formal
fato de os sintagmas que têm o substantivo como seu último constituinte não
capítulo). Há apenas 15 casos deste tipo num total de 595 (2%) (ver quadro
6.2.3.17, p.190, tipo x00). Estas construções são do tipo mais coeso.
marcas existentes: quanto mais coesão, mais marcas; quanto menos coesão,
que se levanta é que ele seja uma categoria mais marcada por pertencer a
TABELA 6.2.3.26
CRUZAMENTO DE SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS E
POSIÇÃO EM TODOS OS DADOS DOS ADULTOS
CLASSE GRAMATICAL Apl./Total % Prob.
Substantivo na
primeira posição 153/161 = 95 0,68
Substantivo na
segunda posição 2756/5157 = 53 0,27
Substantivo na
terceira posição 317/514 = 62 0,43
TABELA 6.2.3.27
CRUZAMENTO DE CLASSE GRAMATICAL E POSIÇÃO EM
SNS DE TRÊS OU MAIS CONSTITUINTES NOS DADOS
DOS FALANTES ADULTOS
CLASSE GRAMATICAL Apl./Total % Prob.
E POSIÇÃO
Substantivo na
primeira posição 1/1 = 100 +
Substantivo na
segunda posição 179/356 = 50 0,22
Substantivo na
terceira posição 313/510 = 62 0,28
Adjetivo na
1a. posição xxx
(anteposto)
Adjetivo na
2a. posição 35/38 = 92 0,64
(anteposto)
Adjetivo na
3a. posição 100/260 = 38 0,16
(posposto)
Determinante (art.,
dem. e ind.) na 666/747 = 89 0,70
primeira posição
(anteposto)
Determinante (art.,
dem. e ind.) na 113/116 = 97 0,92
2a. e na 3a.posição
(anteposto)
Determinante
(indefinido) na 0/1 = 0 -
3a. posição
posposto)
lingüísticos importantes.
estruturas que não possuem artigo definido (algumas colega minha; três
colega meu).
"avaliativo" (grande, novo, maior, pior, melhor, bom, mau, belo). O adjetivo
TABELA 6.2.3.28
MARCAS PRECEDENTES E POSIÇÃO: ANÁLISES B E D
MARCAS E POSIÇÃO FALANTES
POSIÇÃO DE
ANÁLISE Adultos Crianças
% Prob.B Prob.D % Prob.B Prob.D
Zero na
1a. posição 2 100 + + 100 + +
Numeral na
1a. posição 2 58 0,56 0,63 57 0,72 0,82
s- na 1a.
posição 2 55 0,49 0,55 41 0,57 0,69
respectivamente.
adultos (0,92 na análise B e 0,79 na análise D). Nos resultados das crianças
TABELA 6.2.3.29
INTERFERÊNCIA ENTRE MARCAS PRECEDENTES E RELAÇÃO DOS
ELEMENTOS DO SN NOS RESULTADOS DAS CRIANÇAS
MARCAS PROBABILIDADES
E
POSIÇÃO Isoladas Só com a variável Com todas as
Relação variáveis
Numeral na
1a. posiçâo. 0,58 0,84 0,82
s- na 1a.
posição 0,42 0,70 0,69
RELAÇÃO DOS
ELEM. NO SN
Classe não
nuclear 0,27 0,65 0,61
posposta
Subst. na
3a. posição 0,31 0,60 0,56
último passo da análise, sendo que esta mudança acentuada não ocorre nos
precedentes.
de Schiffrin,
p.16).
tipo de variável que exerce uma forte influência sobre fenômenos diversos de
diversas línguas.
entender agora, com clareza, que a sua influência sobre marcas na segunda
seguintes aos numerais fossem menos marcados, uma vez que se afirma
da pluralidade (cf. GUY, 1981, p.180). Além disso, Poplack coloca que
relatado.
tendência também foi verificada por Scherre (cf. 1978, p.111-2), Ponte (cf.
1979, p.163) e Guy (cf. 1981a, p.179-80). É bom relembrar aqui que Scherre
TABELA 6.2.3.30
SOBRE A INFLUÊNCIA DA TERMINAÇÃO DOS NUMERAIS NOS SNS
DE DOIS CONSTITUINTES
FATORES FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Apl./Total %
Numeral precedente
terminado em -S
(três anos) 382/661 = 58 78/142 = 55
(dois em dois meses)
(trinta e seis horas)
Numeral precedente
não terminado em -S
(quinze anos) 460/783 = 59 61/109 = 56
(nove anos)
(dez mil cruzeros)
probabilística para estes dois fatores, o que não justifica a sua codificação.
fale em restrição mecânica, ela não é tão mecânica assim, pois, se o fosse,
atingiria também os "esses" precedentes sem informação de plural.
bases, uma vez que o SPrep(x)s- conduz a mais marcas do que o SPrep0(0)-
e este por sua vez conduz a mais marcas do que a existência de um zero
posição são muito marcados quer sejam precedidos do zero (100%) quer
da informação.
ocorre porque as estruturas aí envolvidas são do tipo três cavalos lindo, dois
análise. Vamos ainda analisar todos os SNs de três ou mais constituintes dos
anteriores marcados.
240
6.2.3.8 - Conclusão
log likelihood mais próximo de zero do que as outras análises. Ela é mais
adjetivo.
6.2.4.1 - Introdução
consoante final do item anterior com a vogal inicial da primeira sílaba do item
1980a, p.61; 1980b, p.376 e 1981, p.61; BRAGA & SCHERRE, 1976, p.471;
BRAGA, 1977, p.31; SCHERRE, 1979, p.7-8; GUY, 1981a, p.166). A maior
diferença probabilística entre estes dois fatores - 0,13 - foi encontrada por
(0,47) e da vogal seguinte (0,40) diminui para 0,07 (cf. 1981, p.61).
raciocínio, afirma ela, se aplica também aos itens de plural duplo, aos
terminados em -l e em -ão.
concordância.
SCHERRE, 1987, p.73). Scherre não verificou também o efeito das nasais,
estranha, pois
favorece(0,56).
também não velar dos segmentos seguintes formam uma seqüência de sons
labiais surdas (denominadas por ele de sibilantes) são mais distintas e mais
das surdas e não das sonoras (cf. 1981a, p.146). Guy também não estudou
o efeito das fricativas não labiais (palatais e alveolares), bem como o efeito
de Porto Rico (cf. 1980a, p.61; 1980b, p.376 e 1981, p.61). Com relação ao
Português do Brasil, Braga (cf. 1977, p.40) e Guy (cf. 1981a, p.166)
desta variável.
247
TABELA 6.2.4.1
CONTEXTO FONÉTICO/FONOLÓGICO SEGUINTE EM TODOS OS
DADOS
FATORES FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Consoante 5140/6863 = 75 0,43 911/1277 = 71 0,43
Pausa
interna 1025/1678 = 61 0,56 166/307 = 54 0,56
Pausa
final 106/180 = 59 0,53 57/108 = 53 0,62
inexistente - 0,05 nos adultos a favor da vogal e 0,04 nas crianças a favor da
plural nos SNs, nos dados dos falantes adultos. Nos dados das crianças, a
final já amalgamadas.
249
TABELA 6.2.4.2
CONTEXTO FONÉTICO/FONOLÓGICO SEGUINTE EM TODOS OS DADOS E
NOS ITENS REGULARES
FATORES FALANTES
Adultos Crianças
Todos os Só regulares Todos os Só regulares
dados dados
consistentes com aqueles evidenciados por Braga (cf. 1977, p.40) e Guy (cf.
1981a, p.166) e opostos aos apresentados por Poplack (cf. 1981, p.61),
TABELA 6.2.4.3
SOBRE A INFLUÊNCIA DA CONSOANTE, DA VOGAL E DA PAUSA
EM ESTUDOS DIVERSOS
FATORES FALANTES
Adultos Crianças Guy Poplack
(1981a) (1981)
Consoante 0,44 0,46 0,46 0,53
oposição entre pausa e não pausa. Mostram, ainda, que a pausa favorece
TABELA 6.2.4.4
COMPARAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO CONTEXTO FONÉTICO/FONOLÓGICO
SEGUINTE NOS ITENS REGULARES E NOS ITENS TERMINADOS EM -S
FATORES ITENS REGULARES ITENS TERMINADOS EM -S
Adultos Crianças Adultos Crianças
exemplos a seguir:
Esta variável não foi selecionada para os itens terminados em -R, que
caso dos regulares, conforme se pode ver nos resultados da tabela 6.2.4.5, a
seguir.
253
TABELA 6.2.4.5
COMPARAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO CONTEXTO
FONÉTICO/FONOLÓGICO SEGUINTE NOS ITENS REGULARES,
NOS TERMINADOS EM -S E EM -R
DADOS DOS FALANTES ADULTOS
FATORES ITENS LEXICAIS
Regulares Terminados Terminados
em -S em -R
Consoante F. 4743 = 74% 96 = 91% 121 = 84%
6406 106 144
P. 0,44 0,58 (0,36)
Vogal F. 1428 = 70% 35 = 55% 49 = 89%
2041 64 55
P. 0,50 0,14 (0,42)
Pausa F. 915 = 56% 78 = 96% 45 = 96%
1624 81 47
P. 0,56 0,81 (0,71)
tabela 6.2.4.6. Para chegarmos a este ponto, passamos por duas etapas:
uma vez que se trata de variáveis de influência com pouca relevância sobre o
Vejamos os resultados.
254
TABELA 6.2.4.6
TRAÇOS DAS CONSOANTES COM OS ITENS REGULARES
PAPEL DAS FALANTES
CORDAS VOCAIS
Adultos Crianças Guy
(1981a)
Sonoro F. 1903 = 65% 414 = 66%
2913 632
P. 0,46 (0,49) 0,44
PONTO DE
ARTICULAÇÃO
CAIXAS DE
RESSONÂNCIA
plural. Eles são também semelhantes aos encontrados por Scherre (1979) e
conclusão.
6.2.4.3 - Conclusão
constata-se
sintática;
mas sim um índice de, por exemplo, grau de coesão entre os elementos no
SN.
por fatores outros que não os fonéticos (cf. LABOV, 1981, P.272-4).
que os demais. Na maioria das vezes, este tipo de SN funciona como resumo
não faz parte de uma estrutura sintática na qual se possa identificar a sua
- (Sua tia nasceu onde?...) Bom Jardim, Friburgo, esses canto aí.;
(Sue05,fp,24a);
- Talvez por (...) Em termos de cidade grande hoje, as coisas sejam mais
agressivas, a pessoa (...) tem uma atitude mais agressiva ou de medo, né?
De assalto, de violência, essas coisas todas. (Hel44,fc,44a);
- Passavam filmes (...) sobre a vida de Jesus Cristo... esses negócio assim!
História a gente estuda... No princípio, era como os homens viviam, sabe?
Essas coisas assim! (...) a Pré-história, o período neolítico, (...) essas coisas
assim. (Sue05,fp,24a).
ficando em último lugar aqueles SNs que não exercem nenhuma função
direto);90
principalmente);
descritos.
função sujeito com verbos de ação e com verbos de não ação, com o
QUADRO 6.2.5.1
EXEMPLOS DE FUNÇÃO SINTÁTICA DO SN
FUNÇÃO EXEMPLOS
Sujeito de os cara começa a correr (Jup06,fp,18a)
verbo de ação as garotas brincam (Glo11,fg,48a)
TABELA 6.2.5.2
FUNÇÃO SINTÁTICA DO SN
FATORES FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Sujeito de
verbo de ação 465/602 = 77 0,56 61/98 = 62 0,51
Sujeito de ver-
bo de não ação 922/1187 = 78 0,57 62/96 = 65 0,50
Complemento no-
minal e verbal 2926/4153 = 70 0,48 254/395 = 64 0,53
Adjunto nominal
e verbal 1688/2319 = 73 0,53 129/184 = 70 0,60
Função dupla 662/844 = 78 0,63 36/56 = 65 0,41
Função predica-
tiva ou dúbia 700/1011 = 69 0,52 72/114 = 63 0,57
Função
abortada 394/572 = 67 0,50 49/71 = 69 0,50
Função
resumitiva 215/392 = 55 0,25 30/59 = 51 0,38
dos adultos quer nos dados das crianças. Até mesmo os SNs de função
crianças (0,60) e aos SNs de função dupla nos adultos (0,63), bem como os
dupla nas crianças (0,41). Diríamos que tais resultados são possíveis
reflexos de outros aspectos não estudados por nós aqui, do tipo: a posição
TABELA 6.2.5.3
FUNÇÃO RESUMITIVA DO SN
FUNÇÕES FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
+resumitiva 214/389 = 55 0,38 58/119 = 49 0,41
se perder informação.
Kiparsky, pois, segundo ela, isto foi estabelecido para situações em que o
segmento
seja, através de noções do tipo tópico X não tópico (cf. CHAFE, 1976, p.50)
poderíamos dizer que estes SNs são de baixa polaridade, pois jamais são
que os SNs rotulados como resumitivos são todos não polares. Não
Vimos ainda que a influência desta variável é uma das menos relevantes, no
sentido de ser uma das últimas selecionadas, e que isto é coerente com os
Rico.
6.2.6.1 - Introdução
que
36%;
82%.
está ligada ao caráter genérico, mas sim ao caráter humano do item, não
apenas pela obviedade dos dados, mas também por já se saber, através da
marcadas: 32%.
71 marcadas: 34%.
traço da "informalidade".
analisadas.96
categoria todos os usos da palavra coisa sem função sintática, mas apenas
bando de, um monte de. Os demais casos foram considerados como não
apresentados a seguir:
formalidade discursiva.
269
precisa, que não oferece margem a dúvidas. A nossa classificação aqui diz
delimitar com precisão mudanças de estilo (cf. LABOV, 1972a, p.79-94 e cf.,
TABELA 6.2.6.1
FORMALIDADE DOS SUBSTANTIVOS
FORMALIDADE FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
+informal 130/459 = 28 0,39 34/192 = 18 0,33
(cf. BRAGA & SCHERRE, 1976, p.473; BRAGA, 1977, p.65-6; SCHERRE,
1978, p.91-3 e GUY, 1981, p.193). Os itens de menor formalidade léxica são
aplica muito a regra deixar de aplicá-la, certamente ele o fará numa estrutura
informalidade (pessoa).97
de pessoas (no sentido metonímico). Eles foram, por isso, neste emprego,
[+animado] e [+coletivo]. Este último caso foi usado apenas para os itens
1) [-humano] e [-animado]
2) [-humano] e [+animado]
3) [+humano] e [-coletivo]
4) [+humano] e [+coletivo]
crianças.
272
TABELA 6.2.6.2
ANIMACIDADE DOS SUBSTANTIVOS NOS DADOS
DOS FALANTES ADULTOS
ANIMACIDADE Apl./Total % Prob.
-humano
-animado 1966/3748 = 52 0,44
-humano
+animado 22/61 = 36 0,33
+humano
-coletivo 1192/1947 = 61 0,59
+humano
+coletivo 102/154 = 66 0,65
TABELA 6.2.6.3
ANIMACIDADE DOS SUBSTANTIVOS NOS DADOS DE TODOS OS
FALANTES
ANIMACIDADE FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
-humano 1988/3809 = 52 0,45 316/746 = 42 0,46
razões:
TABELA 6.2.6.4
GRAU DOS SUBSTANTIVOS
GRAU FALANTES
Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Diminutivo/
Aumentativo 63/157 = 40 0,40 8/55 = 15 0,37
Normal 3219/5753 = 56 0,60 473/1088 = 43 0,63
Grau e Formalidade, mas a sua análise não foi feita da mesma forma que a
TABELA 6.2.6.5
DISTRIBUIÇÃO DOS ADJETIVOS: GRAU E FORMALIDADE
GRAU FALANTES
E
FORMALIDADE Adultos Crianças
Apl./Total % Apl./Total %
Dim./aum.
informal 4/20 = 20 0/4 = 0
Normal
informal 3/15 = 20 xxx
Normal
não informal. 290/481 = 60 38/58 = 65
TABELA 6.2.6.6
GRAU E FORMALIDADE DOS ADJETIVOS
GRAU FALANTES
E
FORMALIDADE Adultos Crianças
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
Dim./aum.
informal 7/35 = 20 0,37 0/4 = 0 xxx
Normal
não informal. 290/481 = 60 0,63 38/58 = 65 xxx
plural no SN.
6.2.6.6 - Conclusão
[+diminutivo] e [-humano] terá muita chance de não ser marcado com relação
por exemplo, deve ser retomado, com critérios bem precisos. Ressaltamos,
analisem SNs sem nenhuma marca formal de plural, a fim de que se possa
6.2.7 - Conclusão
seguintes variáveis:
Iconicidade.
A atuação do Contexto fonético/fonológico seguinte explica-se por
posições do SN;
humanos.
menos:
do SN;
não humanos.
POR
VOLUME II
FACULDADE DE LETRAS
6.3.1 - Introdução
como não aplicação, a falta de pelo menos uma marca formal de plural,
exceto nos casos do tipo do meus pais, os quais foram considerados como
últimas seqüências não são comuns. Trata-se de apenas sete casos, num
estrutura frasal, o que não ocorre nos casos supracitados. Por outro lado,
Sexo.
283
operar.
Partindo-se então do princípio de que o desempenho lingüístico tende
analisado.
seguinte ao SN. Todavia, eles foram também controlados para uso posterior.
- A Luanda levou um tiro (...) é a única coisa que eu me lembro (...) num dá
pra num ficá...prestando atenção muito na novela, por causa do meus filho,
que o...a hora que ELES tão acabando de jantá... Aí fico gritando com
ELES... (Lei04,fp,25a);
- A maior parte dos meus amigos falam gíria, sabe? Falam mais para gíria.
ELES falam (...) Alguma coisa do tipo palavrão também. (Sam01,mp,18a);
- Quando nóis...somos jovens, nóis num damos tanto valor à... Ais nossas
raízes. Mais conforme nós vamos envelhecendo... Num me considero velha,
embora cum cinquenta e dois anos. Eu sô uma coroa, eu acho que a gente
dá muito...Eu...eu pelo menos dô muito valor AIS MINHAS RAÍZES. Intão
não vale a pena brigá, cum pai, cum irmão, cum tio...
(Mgl48,fc,52a);
- (...) Essa casa pra reformá, ela precisa de...de...um... De grana. Vamos
botá aí, aí... uns treis mil cruzeiros... TREIS MILHÕES, né? Pra ela ficá legal.
Aí, sim, eu lá atrás teria o que eu gosto, que é uma mesinha de sinuca; (...)
uma piscina legal (...) Pra comprá eu precisaria de, no mínimo, UNS DOZE
MIL CRUZEROS que...que é quanto essa casa miseravelmente tá valendo
atualmente. (Jov26,mg,37a);
- Meu pai tinha uma...uma preocupação social... Quando a gente foi pra lá,
ais casas todas da fazenda eram de sapê, TODAS AS CASAS foram
arrebentadas, ESSAS de sapê foram construídas novas. (Hel44,fc,44a).
- Bom, eu num sei cumé que é o problema nos otos condomínio, mais eu
digo..., eu não diria NO OTOS CONDOMÍNIO - que nóis somo mais uma
sociedade fechada, não diria fechada, mais uma sociedade mais unida, né?
Pela questão de sê...vivê...naquele... Ah! Nós tamos vivendo no
condomínio...
(Mor45,mc,51a);
- Quando nóis...somos jovens, nóis num damos tanto valor à... AIS
NOSSAS RAÍZES. Mais conforme nós vamos envelhecendo... Num me
considero velha, embora cum cinquenta e dois anos. Eu sô uma coroa, eu
acho que a gente dá muito...Eu...eu pelo menos dô muito valor ais minhas
raízes. Intão não vale a pena brigá, cum pai, cum irmão, cum tio...
(Mgl48,fc,52a);
- Meu pai tinha uma...uma preocupação social... Quando a gente foi pra lá,
AIS CASAS TODAS da fazenda eram de sapê, todas as casas foram
arrebentadas, ESSAS de sapê foram construídas novas. (Hel44,fc,44a);
- (...) Essa casa pra reformá, ela precisa de...de...um... De grana. Vamos
botá aí, aí... UNS TREIS MIL CRUZEIROS... TREIS MILHÕES, né? Pra ela
ficá legal. Aí, sim, eu lá atrás teria o que eu gosto, que é uma mesinha de
sinuca; (...) uma piscina legal (...) Pra comprá eu precisaria de, no mínimo,
uns doze mil cruzeros que...que é quanto essa casa miseravelmente tá
valendo atualmente. (Jov26,mg,37a);
- Faço tricô desde DOUZE ANOS (...) Mas eu faço tricô desde os douze
anos! (Mgl48,fc,52a).
totalmente marcado:
- Ela vende, aí, um tal de (...) um livreto da Hermes, que ela nem impata
dinheiro dela (...) Ela pega, vende pra vizinhança (...), vai na Hermes e
compra tudo...cum dinheiro das pessoas e leva 25% de comissão (...) Que
dizê, DEIZ MIL CRUZEIRO que ela vendeu (...), que gaste (...) cem pra í,
cem pra voltá (...) gaste QUINHENTOS CRUZEIRO, sobra pra ela dois mil
cruzeiro limpinho dela, pra ela, sem ela fazê força. Que ela vende DEIZ MIL
CRUZEIRO. Ela quando vai lá, ela já tá com trinta, QUARENTA MIL
CRUZEIRO de venda. (Jov26,mg,32a);
- Bom, eu num sei cumé que é o problema nOS OTOS CONDOMÍNIO, mais
eu digo..., eu não diria no otos condomínio - que nóis somo mais uma
sociedade fechada, não diria fechada, mais uma sociedade mais unida, né?
Pela questão de sê...vivê...naquele... Ah! Nós tamos vivendo no
condomínio... (Mor45,mc,51a).
- E: Vem cá! E se você ganhasse na Loteria, hein? O que você faria, assim
cum tanto...tanto dinheiro?
- F: (...) Ia pegá um bom dinheiro, e dá, assim, prum grupo de criança (...)
(...) Paguei a passagi e inda fiquei cum... O que? Cinquenta cruzeros. (...)
Tão, peguei, entrô aqueles minininho, né? Mais do que pobrezinho,
piquinininho (...) "Moça compra uma bala aí. Deis cruzero". ELE tava com
uns cinco tabletim na...na... (...) Comprei a bala dO GAROTO. "vai embora".
Aí O GAROTO pegô, desceu... (San39,fc,16a):
- Não sei se as condições financera que ele tinha na época mas eu juro, pelo
tapa que eu tomei, eu queria botá ele pra fora da polícia.
(Ubi21,mg,20a).
- Olha, o dia que eu vô à junta médica - são 60 MÉDICO (...) ELES passam
um aparelho (...) ELES vão mostrando tudo - Olha eu fico ali bem dizê umas
três hora com aqueles médico todinho. Aí vem um aperta aqui, outro aperta
ali, pra vê, né? (Nil12,fp,45a).
TABELA 6.3.2.1
A PLURALIDADE DO CONTEXTO
FATORES Apl./Total % Prob.
1a.ocorrência do SN com pronome 26/39 = 67 0,70
pessoal PLURAL antes e/ou depois
1a.ocorrência do SN com repeti-
ção do SN TOTALMENTE marcado 68/82 = 83 0,76
(e pronome plural) depois
2a.ocorrência do SN precedida e/
ou seguida de SN TOTALMENTE mar- 76/99 = 77 0,71
cado (e de pronome PLURAL)
1a.ocorrência do SN seguida de 14/50 = 28 0,33
SN NÃO totalmente marcado
2a.ocorrência do SN seguida e/ou
precedida de SN NÃO totalmente 9/62 = 15 0,20
marcado
SN isolado seguido e/ou precedi-
do de SNs singulares generalizan- 14/37 = 38 0,40
te/ou pronomes pessoais no
singular (contexto generalizante)
SN totalmente isolado 249/518 = 48 0,47
1a. ou 2a.ocorrência de SN segui-
da e ou precedida de SN ou de 28/61 = 46 0,44
pronomes marcados ou não marca -
dos (contexto misto)
plurais(0,33/0,20).
número no SN.
p.191).
o seguinte:
sujeito e marcas de plural no verbo", com dois fatores: verbo seguinte com
Rico (cf. GUY, 1981a, p.192). A seguir apresenta seus resultados em outra
é bem como a colocada por Guy (1981a) e por todos os pesquisadores que o
neste item que, nos SNs de três ou mais elementos, uma segunda marca
Diante então dos resultados que obtivemos (1) para a variável Marcas
análise, com uma parte dos nossos 948 SNs de três ou mais elementos,
ou de repetição de SNs.
(1981a), obtivemos uma etapa de análise com 850 SNs, na qual se inclui a
fatores:
isolado.
TABELA 6.3.2.2
SOBRE O EFEITO DO LOCAL DA INFORMAÇÃO ADICIONAL DE
PLURAL
FATORES Com pluralidade Sem pluralidade Guy (1981a)
Informação
precedente (0,48) 0,44 0,24
Informação
seguinte (0,59) 0,56 0,65
Nenhuma
informação (0,43) 0,50 0,63
comparativos.
296
TABELA 6.3.2.3
A PLURALIDADE DO CONTEXTO
feitas.
1981a, p.190), ela já não faz o mesmo, em "The notion of plural in Puerto
mais fortes do que os efeitos das demais variáveis. Convém lembrar ainda
Português.
sobre o fenômeno em estudo são tão fortes que eles são encontrados
S final." (p.164-5)106 Neste caso, ele afirma que esta restrição, colocada em
termos estruturais, "(...) poderia também ser considerada como uma restrição
que apresentamos até o presente momento, não é a mais forte para dar
TABELA 6.3.2.4
SOBRE A INFLUÊNCIA DO TIPO DE INDEFINIDO
NA QUANTIDADE DE MARCAS PLURAIS NO
SUBSTANTIVO EM SNS DE DOIS ELEMENTOS
TIPO DE
INDEFINIDO Apl./Total %
outro/outra 22/29 = 76
muito/muita 46/87 = 76
vário/vária 13/20 = 65
algum/alguma 11/18 = 61
tanto/tanta 8/13 = 61
quanto/quanta 6/11 = 55
influência das variáveis em questão. A sua forma de atuar cria uma harmonia
Segundo eles,
SNs. Há uma série de outras que também estão em jogo e que atuam no
TABELA 6.3.3.1
SOBRE A CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA DO SN
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
apresentar mais marcado do que o seu correspondente, que tem como último
SUBST.] (todas as coisas) tem 82% dos SNs com todas as marcas,
enquanto, nos casos do tipo 1b, a estrutura [art.def. + subst. + QUANT.] (as
coisa toda) tem apenas 39% dos SNs com todas as marcas. Podemos
elemento um é SUBST. (as duas pista), têm 50% com todas as marcas,
caso aos pares, mostram ainda que a maior incidência de SNs com todas as
TABELA 6.3.3.2
SOBRE A CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA DO SN
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
1a) ART.DEF. + poss. + subst. 95/136 = 70
(os meus netos)
1b) POSS. + card. + subst. 6/13 = 46
(meus dez dias)
2a) ART.DEF. + subst. + adj. 45/92 = 49
(as pessoas ricas)
2b) -ART.DEF. + subst. + adj. 41/124 = 33
(umas pessoas ricas)
(aqueles rolos inorme)
(tantas coisas boa)
(meus filhos casado)
(duas cenoura descascada)
3a) ART.DEF. + subst. + quant. 7/18 = 39
(os pano todo)
3b) POSS. + subst. + quant. 15/86 = 17
DEM.
(meus filho todo)
(esses bairro todo)
4a) ART.DEF. + card. + subst. 46/92 = 50
(os três meses)
4b) UNS + card. + subst. 65/122 = 53
(uns quatro anos)
uns na primeira posição do SN. A nosso ver, isto mostra que o efeito da
diferenças relativas aos primeiros são mais fortes do que as relativas aos
segundos.
definidores. Como já vimos na tabela 6.3.3.1, 82% dos SNs deste tipo têm
artigo definido.
do SN:
apresenta 66% dos SNs com todas as marcas de plural e [+artigo definido ...
TABELA 6.3.3.3
SOBRE CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA DO SN
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
+ART.DEF. ... +SUBST.
+QUANT.
(todos os dias) 261/398 = 66
(os meus filhos)
(as boas ações)
-ART.DEF. ... -SUBST.
(vários jogadores bons)
(essas carne congelada)
(aquelas rendas todas) 57/211 = 27
(esses homi todo)
(algumas colega minha)
(três colega meu)
-ART.DEF. ... +SUBST.
(umas segundas lojas)
(tantas outras famílias) 90/166 = 54
(esses trinta dia)
(essas grande fábrica)
+ART.DEF. ... -SUBST.
+QUANT.
(as pessoas ricas)
(os lábios vermelho)
(as danças todas) 61/128 = 48
(as coisa toda)
(os camarada meu)
(todas amiga minha)
+ART.DEF. ... CAT.SUBST.
(os melhores possíveis) 12/14 = 86
(os maiores prejudicado)
ESTRUTURA COMPOSTA
(duas fragata-brasileira)
(esses médicos-psiquiatra) 3/31 = 10
(sete salário-mínimo)
(três banana-prata)
equilíbrio das duas forças: [+artigo definido ... -substantivo] e [-artigo definido
marcas.
não iniciados por um artigo definido pelo fato de termos poucos dados:
somente 31 casos, com apenas três com todas as marcas no SN. Mesmo
assim, dos três casos totalmente marcados, dois são de artigo definido, em
casos levantados, 10%(3/31) têm marcas nos dois elementos; 20%(6/31) têm
nosso caso deste tipo, médico-pediatra, apresenta-se sem marca nos dois
dois elementos, sendo que a marca formal de plural fica apenas nos
de marcas de plural dentro do SN. Resta saber se a única explicação para tal
Configuração.
referência textual explícita, o que faz com que sua carga semântica seja
maior, por ser ela não redundante. A grande maioria dos primeiros tipos de
dados que, dentre 80 SNs de estrutura [dem. + subst. + quant.] (essas coisa
toda/esses homi todo), 50 são resumitivos (62%) e, dentre estes 50, apenas
cinco (10%) são totalmente marcados. Por outro lado, dentre 76 SNs do tipo
Função resumitiva, quando da análise das partes do SN. É uma análise bem
da centralidade que pode ser atribuído aos SNs dentro de um texto (cf.
p.213-6; HOPPER & THOMPSON, 1980, p.281-99 e NARO & VOTRE, 1986,
oposições tópico x não tópico; figura x fundo ou central/ polar x periférico, por
SN (cf. CHAFE, 1976; PRINCE, 1981; GORSKY, 1981; BRAGA & SILVA,
1984; NARO & VOTRE, 1986). Uma vez que os SNs com artigo definido
apresentam-se mais marcados do que os SNs com não artigo definido e uma
vez que se considera que a informação velha tende a ser veiculada pelos
que tem mais força sobre a concordância na sua perspectiva não atomística.
Pluralidade do SN, considerando que há SNs que não são do tipo pluralia
verificar.
em estruturas do tipo [art.def. + poss. +subst.] (os meus filhos), as quais são
minada e que seu peso probabilístico seja atribuído às outras seis variáveis
sob consideração.
apenas uma função fática, sem qualquer ligação sintática com qualquer
oração.
Exemplificando:
- Esse meu filho é desquitado, tem dois filhos homens. Um com 21 anos.
Está na faculdade lá em Viçosa. Fazendo Agronomia. E o otro feiz 19 e quer
fazer Veterinária. Também quer fazer lá em Viçosa, porque lá é mais
indicado, né? Então veja bem. Mas esses meus netos não me procuram,
porque não falam com o pai. (Dal18,fp,71a);
319
- Conheço uma pução de praia, sabe? Rio das Ostras, Iguaba, essas praia
toda eu já fui em ixcursão, né? (Nad36,fg,57a).
elementos dentro do próprio texto (cf. CÂMARA JR., 1977, p.49, BECHARA,
1981, p.263-5).
- Uma das coisas boas da vida é os seus filho e melhor ainda são os netos.
(Ago33,mp,60a);
- Grajaú e Urca são os dois bairro em que não pudia ter ladrão.
(Geo31,mg,58a).
no texto sem resumir, sem estabelecer relação espacial, sem retomar idéias,
- E: E você acha que tem que ter coisas que só homens gostam e tem
coisas que só as mulheres gostam?
- F: Não...mulhé tem que fazê... Tem que tê os mesmos direitos que o
homem. (Val24,fg,15a);
- Meu pai tinha uma...uma preocupação social... Quando a gente foi pra lá,
ais casas todas foram arrebentadas, essas de sapê foram construídas novas.
(Hel44,fc,44a).
320
tempo, espaço, medida e valor. São exemplos deste fator os casos listados a
seguir.
- Mas essa senhora chorou tanto esse camarão: umas dez vezes e eu ...
(Jan03,mp,56a);
variável.
TABELA 6.3.3.4
SOBRE A FUNÇÃO TEXTUAL DO SN
FUNÇÃO Apl./Total %
Resumitiva 9/57 = 16
Dêitica 17/54 = 31
Retomada 13/32 = 41
Atributiva 19/47 = 40
Textual 320/589 = 54
Circunstancial 106/169 = 63
aos percentuais.
6.3.3.2.2 - A Localização do SN
177-236; 1987, p.11-40 e Naro & Votre (cf. 1986, p.454-66), embora nem
classificação entre os diversos autores até então citados, mas, sim, o fato de
que os que se situam à sua direita. Como alguns casos não evidenciam
abaixo exemplificados.
1) Localização à esquerda:
2) Localização à direita:
3) Localização indistinta:
TABELA 6.3.3.5
SOBRE A LOCALIZAÇÃO DO SN
LOCALIZAÇÃO Apl./Total %
Indistinta 23/58 = 40
324
sem colocar nenhuma âncora ou sem que este SN seja de alguma forma
comunicação. Esta situação é bem típica, pois favorece, por parte do ouvinte,
de Chafe (cf. 1976, p.30-3); Prince (cf. 1981, p.223-55); Gorsky (cf. 1981,
p.44-7) e Braga & Silva (cf. 1984, p.27-39). Vamos apresentar aqui a nossa
forma de codificar os dados que, embora se baseie nos textos acima, não
texto de Naro & Votre (cf. 1986, p.466-71), pois a nossa classificação
coincide também, em algumas partes, com a efetuada por eles, embora não
1) informação nova-em-folha;
4) informação inferível;
6) não entidade.
discurso sem nenhuma âncora, não sendo também previsível no texto, nem
- E: E a política por aqui? - F: (...) Eu tenho assim uma simpatia por ela.
Pela Sandra. Mays eu acho que eu não vô votar nela não. (...) Votá em
branco. Acho que é melhor. - E: Vai dexá em branco também? - F: Acho
que vô dexá. Se num me derem umas ixplicações muito correta, pra mim ver
se intendo um pouquinho, eu dexo (...) em branco. (Ari30,fg,43a).
326
colocações de Gorsky (cf. 1981, p.83) e Naro & Votre (cf. 1986, p.469) de
- Tem pessoas que você se dá melhor do que com otras, né? (...) Agora se é
uma cabeça boa, se tem uma visão mais aprofundada dos valores humanos,
elas (as filhas) se relacionam perfeitamente, nunca tiveram problemas de
relacionamento. Elas chegam a...mesmo a fazer todas as baguncinhas que
todo mundo faz normalmente. (Eve43,fc,42a).
caracteriza pelo fato de ser facilmente acessada pelo ouvinte, embora não
que estes SNs são depreensíveis do contexto cultural que rodeia o falante e
podem inclusive vir com artigos definidos sem que haja qualquer
estranhamento por parte do ouvinte. Eles são do tipo considerado por Prince
nenhuma menção prévia, sem nenhuma âncora, e com artigo definido, não
- E: Vem cá! Você foi vê os cegos, né? Cumé que eles são? O que é que
eles pensam? (...)
- F: (...) O dia que eu fui, então, tinha muitos parentes lá. (...) Eu acho que
tem uns que são órfãos, né? Ainda... Além de ser (ininteligível) e cegos, são
órfãos. Intão, as... As otras pessoas, intão, dão mais atenção ainda,
entendeu? (San39,fc,16a).
itens léxicos. Os casos relacionados abaixo são bons exemplos desta forma
de embalar a mensagem:
- Ela (a casa) tem um terraço, tem um terreno aqui por trás, tem goiabera
que me dá umas goiabas bunitas. Num deu esse ano, porque eu fui podá e
não sei podá, e estraguei a goiabera, sabe? (Jov26,mg,32a);
- Essa semana mesmo o Paulo...ganhô e deu pra ele uns pés de coqueiro.
(...) Já tinha dado uns três pés pra ele, agora demo mais três. E carambola...
(Mag47,fc,53a);
dêiticos. Estes últimos foram colocados neste fator, porque, a nosso ver, eles
de referência irrelevante (cf. NARO & VOTRE, 1986, p.23), se é que têm
no mesmo fator de informação velha, são classificados por Naro & Votre
categoria dos parcialmente novos de Naro & Votre, além de incluir estes
para fazê-la mais comparável à de Naro & Votre, mas cremos que esta não
significativa, o que não justifica uma reanálise de 948 SNs, com 54 SNs
resultados que já temos em mãos. Além do mais, Naro & Votre fizeram uma
(cf. 1986, p.467), a qual pode, portanto, não ser necessariamente apropriada
O último fator desta variável É constituído por todos os SNs que são
6.3.3.2.4 - Formalidade do SN
cara, outro, besteira, bobagem, grilo, lance, papo, merda, goró, brabão etc,
Esta variável ficou então sendo formada por dois fatores: o primeiro
deles constituído por SNs que contenham pelo menos um item lexical
6.3.3.2.5 - A Pluralidade do SN
é essencialmente intuitiva.
- tinha isso aqui bem largo, as perna bem feita, né? (Nil12,fp,45a);
(Sue05,fp,24a);
6.3.3.2.6 - Animacidade do SN
significâncias:
1) Escolarização: 0,000;
2) Sexo: 0,000;
4) Formalidade: 0,001;
1) Status informacional;
2) Animacidade e
3) Faixa etária.
seguinte.
TABELA 6.3.3.6
CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA DO SN
CONFIGURAÇÃO Apl./Total % Prob.1 Prob.9
ESTRUTURA COMPOSTA
(duas fragata-brasileira)
(esses médicos-psiquiatra) 3/31 = 10 0,11 0,13
(sete salário-mínimo)
(três banana-prata)
causa dos valores extremos (0,80 e 0,13) atribuídos aos dois últimos fatores
que contêm poucos dados. Sendo assim, poderíamos supor que, se todas as
teste, pois o instrumental estatístico que estamos usando nos permite ver isto
selecionadas.
pesos probabilísticos.
TABELA 6.3.3.7
CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA DO SN
CONFIGURAÇÃO Apl./Total % Prob.1 Prob.12
+ART.DEF. ... +SUBST.
+QUANT.
(todos os dias) 261/398 = 66 0,67 0,65
(os meus filhos)
(as boas ações)
último, conforme se pode ver na tabela 6.3.3.7. Não existe, todavia, inversão
variável Função textual, variável esta que foi a primeira a ser codificada com
tabela 6.3.3.8, a seguir, mostram que o seu peso probabilístico não segue a
nível (N.1), terceiro nível (N.3), sétimo nível (N.7) e nono nível (N.9).
342
TABELA 6.3.3.8
FUNÇÃO TEXTUAL DO SN
FUNÇÃO PROBABILIDADES
Freq. % N.1 N.3 N.7 N.9
Resumitiva 9= 16 0,22 0,31 0,52 0,54
57
probabilidades dos SNs dêiticos e dos SNs textuais, até então bastante
TABELA 6.3.3.9
GRAU E FORMALIDADE DO SN
GRAU/FORMALIDADE Apl./Total % Prob.1 Prob.9
Informal e/ou
Diminutivo/aumentativo 15/98 = 15 0,28 0,37
Não informal
Não diminutivo 469/850 = 55 0,72 0,63
Não aumentativo
deste cruzamento, verificamos, por exemplo, que 66% (125/190) dos SNs
apenas 24% (30/125) são marcados. Constatamos, por outro lado, que os
de marcas plurais no SN, mas não da forma por nós analisada. Análises
futuras deverão ser feitas para que se verifique a realidade dos fatos.
TABELA 6.3.3.10
LOCALIZAÇÃO DO SN
LOCALIZAÇÃO Apl./Total % Prob.9
TABELA 6.3.3.11
RELAÇÃO ENTRE CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA E LOCALIZAÇÃO
DO SN
CONFIGURAÇÃO LOCALIZAÇÃO
Esquerda Direita Indistinta Total
+art.def. ... +subst. 95 (24%) 286 (72%) 17 ( 4%) 398
Seria mais interessante ainda saber se todos os SNs plurais, mesmo aqueles
347
acontecer porque a informação nova vem à direita e não adianta muito ficar
todos os SNs classificados por nós como totalmente novos ocorrem à direita.
esquerda da oração.
percentuais.
348
TABELA 6.3.3.12
RELAÇÃO ENTRE CONFIGURAÇÃO SINTAGMÁTICA E LOCALIZAÇÃO
DO SN
CONFIGURAÇÃO LOCALIZAÇÃO
Esquerda Direita Indistinta Total
% % % %
68 = 72 183 = 64 10 = 59 261 = 66
+art.def. ... +subst. 95 286 17 398
11 = 44 44 = 26 2 = 11 57 = 27
-art.def. ... -subst. 25 168 18 211
15 = 71 70 = 51 5 = 71 90 = 54
-art.def. ... +subst. 21 138 7 166
11 = 42 47 = 50 3 = 37 61 = 48
+art.def. ... -subst. 26 94 8 128
+art.def. ... cat. 6 =100 3 = 60 3 =100 12 = 85
subst. 6 5 3 14
1 = 20 2= 9 0= 0 3 = 10
Estrutura Composta 5 21 5 31
112 = 63 349 = 49 23 = 40 484 = 51
Total 178 712 58 948
ordem de -8% (42% menos 50%). Isto mostra que os pesos probabilísticos
TABELA 6.3.3.13
A PLURALIDADE DO SN
FATORES Apl./Total % Prob.1 Prob.9
singular tem significado diverso da forma plural (as minhas raízes não é
plural.
corpo, ele tende a não ter todas as marcas de plural. Em verdade, como já
com a mão suja. Vai lavá a mão pra cumê.", em situações em que as duas
mãos estão sujas e que as duas mãos são lavadas: trata-se, neste caso, de
ele indica. Tal aspecto merece, pois, um estudo bem mais profundo do que o
série de idéias interessantes, afirma ela que "nem sempre o SN singular tem
escolha entre, por exemplo, muito livro e muitos livros talvez pudesse ser
concordância plural, com base no dialeto padrão. Uma vez que estruturas
x lavar os pés; essa coisa toda x essas coisas todas, por exemplo; (2) o
probabilísticos.
6.3.3.14.
353
TABELA 6.3.3.14
STATUS INFORMACIONAL DO SN
STATUS PROBABILIDADES
Freq. % N.1 N.3 N.10
Novo em folha 6 = 21 0,20 0,31 (0,33)
29
Novo ancorado 80 = 63 0,63 0,56 (0,56)
127
Novo disponível 39 = 70 0,69 0,68 (0,60)
56
HAIMAN, 1983, p.802 e 807). Isto não parece aplicar-se de forma coerente
tamento dos SNs classificados como não entidades que apresentam índices
todo surpreendentes, uma vez que, nos termos de Poplack 1981, o "S" em
TABELA 6.3.3.15
ANIMACIDADE DO SN
ANIMACIDADE Apl./Total % Prob.9
esta variável não eram fortes, embora se manifestassem na direção por nós
dados.
Processos era apenas localizada (ver item 6.2.1) ou se ela se expandia para
o SN inteiro.
R:
6.3.3.16.
357
TABELA 6.3.3.16
SALIÊNCIA FÔNICA: DIMENSÃO PROCESSOS
PROCESSOS Apl./Total % Prob.9
Duplo 9/11 = 82 0,85
(olho/ólhos)
-l 23/33 = 70 0,57
anel/anéis)
-ão 32/43 = 74 0,37
(patrão/patrões)
-R 32/47 = 68 0,52
(flor/flores)
-S 27/34 = 79 0,52
(mês/meses)
Regular 361/780 = 46 0,16
(livro/livros)
ou seja, basta que o SN tenha pelo menos um item com plural não regular
para que todos os outros elementos do SN, regulares ou não, tendam a vir
influência dos itens em -ão é menor que a influência dos itens em -l.109
atomística.
358
6.3.4 - Conclusão
TABELA 6.3.3.17
PLURALIDADE DO CONTEXTO POR ESCOLARIZAÇÃO
FATORES FALANTES
atribuídos aos três fatores dos três grupos de falantes são extremamente
duas variáveis lingüísticas mais fortes. Pelos resultados nas últimas linhas da
estigmatizadas.
formas plurais serem ou não diferentes das singulares em algo mais do que a
simples relação mais de um. É possível, também, que haja formas plurais do
tipo pelas minhas próprias mãos, nos seus devidos lugares, os valores
de maior evidência e, por isto, sempre mais marcada. Esta atuação não é
uma língua muito tópica (cf., novamente, PONTES, 1986 e PONTES, 1987) e
MOLLICA, 1986, p.365-8; BRAGA, 1986, p.442; NARO & VOTRE, 1986,
rediscutir este ponto com base num fato novo, que diz respeito à influência
serem vistos como uma única forma. Então, este caso quebra,
quanto mais coesão, mais marcas; e quanto menos coesão, menos marcas.
distância estrutural. Para o primeiro, que se aplica aos compostos, ele coloca
o seguinte:
preceder o seu núcleo sendo a sua ordem mútua altamente restringida (...)."
ordem bem rígida. Neste caso, a concordância marca este grau de distância
concordância semântico-referencial.
compostos, seja o grau de coesão 3, ainda não visto neste estudo. O grau de
concordância do gênero (cf. p.208), Cornish coloca que estas relações "são
Cornish.
adjetivo posposto a este mesmo núcleo; sem, contudo, retomar estas idéias,
de plural.
[art.def. + poss. +subst.] (os meus filhos), consideramos freqüência alta até
TABELA 6.3.3.18
TIPOS SINTAGMÁTICOS DE BAIXA FREQÜÊNCIA EM SNS COM A
CATEGORIA SUBSTANTIVO NA TERCEIRA POSIÇÃO
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
TABELA 6.3.3.19
TIPOS SINTAGMÁTICOS DE ALTA FREQÜÊNCIA EM SNS COM A
CATEGORIA SUBSTANTIVO NA TERCEIRA POSIÇÃO
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
TOTAL 339/541 = 63
distribuições interessantes.
TABELA 6.3.3.20
TIPOS SINTAGMÁTICOS DE BAIXA FREQÜÊNCIA EM SNS COM A
CATEGORIA NÃO-SUBSTANTIVO NA TERCEIRA POSIÇÃO
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
TOTAL 7/24 = 29
372
TABELA 6.3.3.21
TIPOS SINTAGMÁTICOS DE ALTA FREQÜÊNCIA EM SNS COM A
CATEGORIA NÃO-SUBSTANTIVO NA TERCEIRA POSIÇÃO
CONFIGURAÇÃO Apl./Total %
TOTAL 111/315 = 35
Com base nas tabelas 6.3.3.20 e 6.3.3.21, podemos ver que os tipos
tabela 6.3.3.21, quando se conjugam, [art.def ... adj.1] e [dem. ... quant.].
ainda mais polarizada. Com artigos definidos, temos 40% (383/948) dos
casos e com não artigos definidos, 16% (148/948). Além do mais, enquanto
SNs do tipo [art.def. + subst. + poss.] (os camarada meu) são praticamente
tipo sintagmático de freqüência mais alta: caso 2 da tabela 6.3.3.19, com 136
trabalhos)?
decisões)?
que, embora estas estruturas existam, elas não exercem função discursiva
alguma e por tais razões não ocorrem no discurso? Este é um estudo que
posições teóricas em jogo defendendo duas posições bem distintas: uma que
afirma que as estruturas existem e que, então, são usadas para uma
determinada função e outra, no pólo oposto, que afirma que o que existe é a
duas posições teóricas, por enquanto antagônicas, são rotuladas por Du Bois
perspectiva, são aqueles dados e não estes que são mais interessantes no
sentido de se evidenciarem as grandes tendências variáveis de uma língua,
adjetivos antepostos a elegante velha senhora (cf. LEMLE, 1979, p.7 e 9).
6.4 - Conclusão
uniforme. Mas, do ponto de vista não atomístico, com uma codificação mais
existentes; (2) ou este tipo de variável não tem a relevância lingüística que
Brasil.
7.1 - Introdução
motivação externa (cf. DU BOIS, 1984, p.353) para explicar, não a estrutura
análise fonológica de linha estruturalista servem como uma boa ilustração (cf.
1977, p.29-45).
língua, mas está na forma da mente humana operar, ou seja, duas entidades
parecidas que nunca são vistas juntas no mesmo ambiente são sempre
captadas pela mente humana como uma só. Esta forma da mente operar se
da "distribuição complementar".
mesma variável dependente, nos termos colocados por Sankoff & Laberge
Variação.
formal, por ser este o aspecto comum a todos os trabalhos, incluindo os não
variacionistas.
381
explicitada, por este aspecto não ser relevante para as três questões em
jogo.
7.2.1 - No Espanhol
Time, Space and Society, em 1980 (1980a), livro organizado por William
em Variation omnibus.
382
Porto Rico, seu efeito é fraco e é menor do que o efeito de fatores não
termos:
7.2.2 - No Inglês
informacional. Afirmam ainda que esta conclusão tem como efeito reforçar
que a variável Paralelismo estrutural é uma categoria mista, pois envolve co-
influência puramente sintática (p.39), Weiner & Labov introduzem uma nova
Weiner & Labov concluem que a análise acrescida desta variável não
que ambos os resultados são de natureza semelhante (cf. p.40). Weiner &
Pelo que Weiner & Labov apresentam, podemos verificar que eles
trabalham restrições informacionais e formais, evidenciando que, se elas
estiverem em competição, as forças formais tendem a prevalecer. Além
disso, pudemos ver que Weiner & Labov descartam a explicação do
funcionamento desta variável na base de uma tendência cognitivamente
determinada para manter-se falando sobre a mesma coisa e atribuem-na à
uma tendência mecânica para preservar a estrutura paralela, havendo um
fator estilístico operando.
Queremos, todavia, levantar uma hipótese de que a tendência
mecânica ou a semelhança de estilo são reflexos de uma tendência geral
que rege uma das formas da mente humana operar, qual seja, a de
aproximar formas pelas suas semelhanças. Certamente, a demonstração
386
simplesmente mecânica, pois o /S/ que não tem informação de plural não
que
ocorrerem juntas, sem vincular tal situação a qualquer tipo de força externa
7.2.3 - No Francês
Em 1978, Sankoff & Laberge, sem querer jogar por terra "a hipótese
seguintes:
de duas (ou mais) sentenças, uma das quais está encaixada na outra."
(p.120)127
questão apresentam tendência para não mudar, mostrando uma taxa maior
Segundo eles,
mais detalhadas a respeito desta questão. Resta saber se entre os pares não
7.2.4 - No Quechua
seus resultados aos obtidos por Poplack (1979). Embora esteja estudando
uma língua bastante diferente das até agora apresentadas, ela conclui
Lefebvre conclui então que a sua análise com base nos dados de
vista para o Português do Brasil por Naro (1981b), num estudo sem qualquer
orais ou escritos.
concluir o seguinte:
repetição sobre o uso das formas lingüísticas. E, por suas palavras, podemos
ver também que tal tipo de influência não fazia parte de suas hipóteses
ser suficiente para indicar a mesma informação que um sujeito explícito (cf.
1981b, p.351).
uma regra obrigatória que sempre produz distinções explícitas na língua que
fraca -, Naro conclui que há mais sujeitos vazios com verbos com desinência
forte do que com verbos de desinência fraca. Segundo ele, estes resultados
tendem
eliminar a redundância'". (p. 354),134 o que, todavia, não se aplica aos casos
desinência verbal não explícita - forte ou fraca, Naro conclui que há também
mais sujeitos vazios com verbos fortes sem concordância do que com verbos
desinência forte. Assim, o princípio aqui é 'elimine conflito' (cf. 1981b, p.355).
com desinência explícita e, por outro, sujeito vazio com desinência plural não
explícita, ou seja, forma sujeito zero com desinência zero. Aplicam-se com
novos e velhos, Lira efetua uma subdivisão dos referentes velhos em função
399
(p.149)138
obtidos. Podemos novamente ver que a influência deste tipo de variável é tão
Esta conclusão emergiu do estudo de uma variável que não tinha por
afirma que
p. 306).
a liderança.
direto e construções de tópico com objeto indireto, ela analisa uma série de
as que exercem outras funções não definidas, todas elas revelam uma
característica comum:
formal sobre uma outra língua diacronicamente diferente das línguas até
sujeito.
nos verbos.
Segundo Guy,
definitivamente que
que colocam Weiner & Labov para o uso das passivas sem agente no Inglês.
que Naro (1981b) mostra que os verbos semanticamente plurais, mas sem
duas razões: primeiro, eles não foram obtidos ao acaso. Lage coloca
sentido da sua inclinação de considerar "o traço propulsor como uma variável
que
agora que
pretendia estudar ocorria pouco nos textos livres (cf. p.2-3; 32). E, então,
denomina de Forma com que o verbo foi apresentado, categorizada em: (1)
objetivo não era estudá-lo, ela o controla, e passa a trabalhar apenas com
dos testes também pela pouca freqüência deste tipo de dado em discurso
de coletar os dados, o que tenta evitar, inclui uma variável denominada Efeito
também que a sua influência é neste caso bem mais polarizada (cf. p.130 e
147).
Emmerich (1977); Sankoff & Laberge (1978) e apresenta uma reflexão sobre
conclusão de Macedo para refutar: que o efeito "gatilho" tem sido pouco
embora ele tenha sido desenvolvido numa abordagem bastante diferente dos
por exemplo, "o casamento deles não deram certo" e "quando ocorre a
autoras que
ao verbo é singular.
Para explicar o fenômeno estudado, as autoras se utilizam dos
7.3 - Conclusão
de outra(s).
417
Segundo eles,
porque ainda não realizamos este teste. A forma de fazê-lo seria a seguinte:
efetuar uma análise dos 293 SNs, por um lado, e dos 518, por outro,
que dispomos não nos permite análises separadas confiáveis. Este ponto fica
Crioulo Caboverdiano.
1984) e nem nos diversos tipos de motivação externa até agora conhecidos
por nós dentro da literatura lingüística. Os autores por nós pesquisados falam
Bois.
pois ele não tem nenhum vínculo (1) com a necessidade de codificar mais
usar formas semelhantes por algum princípio mental associativo, que pode
neste ponto que se coloca a variável Paralelismo formal: sujeito zero com
paralelismo formal. Este princípio pode estar ligado a um princípio mais geral
gramática.
que haja alguma outra razão discursiva para que se passe a usar uma outra
certos eventos, embora a sua manutenção não tenha efeito de agrupá-los (cf.
que o que é previsível recebe menos codificação do que o que não é", nas
palavras de Haiman 1983 (cf. p.807). Também nas palavras de Naro (1980),
temos que
Deletion". Poplack recoloca esta questão nas suas outras duas publicações,
nos oferecer.
426
8.1 - Introdução
(1979) e Carvalho Nina (1980) consideram que esta regra está num processo
de perda, portanto. Naro (1981a), por sua vez, afirma que se podem
p.87) e Guy (1981 e 1986), por outro lado, afirma que não há evidência de
que tipo de fenômeno reflete a regra sob análise, uma vez que, segundo
p.177).150
formas de prestígio (cf. LABOV, 1975a, p.115-7; 124 e 127; 1980, p.253-4 e
1981, p.180; KEMP, 1981, p.5-8 e OLIVEIRA, 1982, p.72). Além disso, é
lingüístico dos dois sexos ocorra mais na fala cuidada do que na fala
espontânea (cf. LABOV, 1972, p.243 e OLIVEIRA, 1982, p.75). No que tange
constatar diferença etária, o que ainda não pode ser considerado como
variação estável, tem-se então uma distribuição inclinada, com o ápice das
1981, p. 183-6).
8).
que
que tem sido universalmente aceito que as mulheres são mais sensíveis às
para se definir se uma dada variação, com gradação etária inclinada, reflete
resolução das questões que estão sob foco, podemos ver que Naro utiliza o
lingüística (cf. 1981a, p.86) e Guy utiliza o mesmo raciocínio para concluir
estabelecidas pelas mulheres." (1982, p.86; cf., também, p.84-5). Por outro
na fala urbana culta do Rio de Janeiro cabe às mulheres (cf. 1979, p.40; 63;
80; 81; 87; 103 e 150). Com relação ao cancelamento do /R/ final, ela
p.164).
e 1980, p.254). Todavia, Oliveira discute estas colocações, pois afirma que
ele considera que a mudança se inicia no grupo social mais baixo (cf. p.83-
5).
pode trazer novas luzes a respeito de sua influência, quer com respeito a
em progresso.
Kemp, em seu artigo "Major sociolingüistic patterns in Montreal
exemplo, que
433
Classe social e Sexo, por outro, a fim de mostrar que a ausência de padrão
Por tudo que apresentamos nos itens 8.2.1 a 8.2.3, já se constata que
texto de Labov em 1981. Neste texto, intitulado "What can be learned about
aproximado de 12 a 50 anos.
tempo real, não se pode afirmar com certeza absoluta que estamos diante de
caso clássico é raro, o que implica afirmar que "(...) nós estamos
(p.183)155
435
questão não são tão fortes e sugerindo-se também cautela para futuros
reverso.
que datam de meados do século XIX e início do século XX, o que perfaz um
1933, p.63-4), Marroquim (cf. 1945, p.111-3), Melo (cf. 1946, p.63-4) e
uma hipótese geral sobre a mudança sintática (cf. 1981a, p.64). Para tanto,
efeito maior do que a variável Idade e, além disso, afirma que ela tem mais
efeito entre os jovens do que entre os velhos. Com base nisto, considera que
Princípio da saliência.
o seguinte:
igualmente obtidos através do projeto referido acima. Sendo assim, parte dos
dados de Scherre, cujos resultados são usados por Naro, são também
que os homens e
441
estigmatizadas nas classes mais baixas e formas de prestígio nas mais altas.
progresso.
lingüística.
que a história social do Brasil é semelhante à das áreas nas Américas onde
então que ele funciona de forma exatamente contrária à proposta por Naro
9 e 1986, p.10-21;39).
Embora Guy seja muito enfático ao colocar que a sua proposta difere
Segundo Naro, esta hipótese, embora sedutora, não tem base na realidade,
simplesmente não há dados disponíveis (cf. p. 2-4). Além disso, Naro afirma
NARO, 1986, p.1-4). Sendo assim, após uma série de outros comentários,
Naro conclui que as idéias de Guy não diferem das suas em princípio, mas
71 anos.
TABELA 8.5.1
VARIÁVEIS SOCIAIS DOS ADULTOS
ANOS DE ESCO-
LARIZAÇÃO Apl./Total % Prob.
1a 4 2413/3903 = 62 0,32
5a 8 2605/3613 = 72 0,53
9 a 11 2843/3453 = 82 0,65
SEXO
Feminino 4397/5680 = 77 0,59
Masculino 3464/5289 = 65 0,41
FAIXA
ETÁRIA
15/25a 2244/3126 = 72 0,49
26/49a 2891/3845 = 75 0,54
50/71a 2726/3998 = 68 0,47
com 0,65.
1) 7 - 14 anos: 0,45;
2) 15 - 25 anos: 0,51;
3) 26 - 49 anos: 0,56;
4) 50 - 71 anos: 0,48.
quer as estigmatizadas.
TABELA 8.5.2
VARIÁVEIS SOCIAIS DAS CRIANÇAS
ANOS DE ESCO- Apl./Total % Prob.
LARIZAÇÃO
SEXO
Feminino 738/1065 = 69 0,59
Masculino 647/1056 = 61 0,41
no Português do Brasil.
grupos naturais:
dos homens são sempre superiores ao das mulheres, o que não se deve
necessariamente à variável Sexo. Sabemos que há, por exemplo, uma única
enquanto esta mulher só cursou o primário, dois dos três homens cursaram o
e concordância alta.
A distribuição etária dos outros dois grupos não é completa, pois não
baixa,
(50%).
estes casos, uma vez que eles fogem da correlação esperada e normalmente
totalmente vazia. O número de cinco falantes por célula tem sido considerado
como um número ideal para que padrões sociais regulares possam emergir
Tabela 8.5.3.
454
TABELA 8.5.3
VARIÁVEIS SOCIAIS: TIPO DE AMBIENTE E GRAU DE CONCORDÂNCIA
VARIÁVEIS FALANTES
Ambiente Ambiente Ambiente Ambiente
humilde não hum. humilde não hum.
conc.baixa conc.alta conc.alta conc.baixa
FAIXA ETÁRIA
15/25 anos F. 276= 47% 681= 85% 671= 78% 266= 65%
581 804 857 412
P. 0,38 0,44 (0,46) 0,38
26/49 anos F. 295= 54% 934= 92% 538= 87%
546 1010 621 xxx
P. 0,59 0,64 (0,54)
50/71 anos F. 427= 53% 789= 85% 301= 66%
812 924 xxx 452
P. 0,53 0,41 0,62
ANOS DE ESCO-
LARIZAÇÃO
1a4 F. 738= 52% 398= 75% 156= 61%
1428 xxx 529 254
P. (0,47) 0,33 0,33
5a8 F. 129= 48% 534= 89% 460= 81% 132= 68%
268 598 568 194
P. (0,47) (0,53) 0,47 0,57
9 a 11 F. 131= 54% 1870= 87% 351= 92% 279= 67%
243 2140 381 416
P. (0,56) (0,47) 0,70 0,60
SEXO
Feminino F. 525= 50% 2322= 88% 313= 80% 156= 61%
1043 2648 389 254
P. (0,48) (0,42) (0,52) (0,39)
Masculino F. 473= 53% 82= 91% 896= 82% 411= 67%
896 90 1089 610
P. (0,52) (0,58) (0,48) (0,61)
455
formas não padrão (0,38) no segmento mais jovem (15/25 anos) e com
aumento sensível de formas padrão (0,59 e 0,53) nas outras duas faixas
(15/25 anos) e no segmento mais velho (50/71 anos). O ápice das formas de
(26/49 anos). A primeira configuração etária pode ser interpretada com índice
que vão se inserindo em redes mais coesivas que envolvem pressões de uso
não humilde e concordância baixa, uma vez que os falantes mais jovens
mais nos de 26/49 anos (0,54). Como falta o último segmento etário, não
padrão, fora da faixa etária de aquisição natural da língua, o que não implica
individual.
não tem relação com a faixa etária e sim com a influência da escola. Por
sociolingüística estável. De uma certa forma, Naro (1981a) fez isto. Dos cinco
índices dos quatro falantes "vicários" acima referenciados (cf. NARO, 1981a,
458
p.81 e 84). O corte que fizemos neste trabalho foi ad hoc, mas ele
(15/25 anos); 0,65 (26/49 anos) e 0,44 (50/71 anos) - e novamente nos
anos); 0,53 (26/49 anos) e 0,38 (50/71 anos). Esta configuração não emerge
(10/11).
pauta.
461
variáveis sociais.
fatores de uma mesma variável, quer nos seus pesos relativos, quer na
natural dos dados (cf. GUY, 1975 e 1980). No entanto, podemos fazer
que as influências dos diversos fatores das diversas variáveis são, se não
são utilizadas por Naro & Lemle (1976) e por Naro (1981a), para proporem o
por Guy, conforme também vimos no item 8.4, para apresentar argumentos
que necessário nos referiremos a estas duas análises através destes rótulos.
TABELA 8.6.1
SALIÊNCIA FÔNICA DOS SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS E CATEGORIAS
SUBSTANTIVADAS POR SUBAGRUPAMENTOS DE FALANTES
SALIÊNCIA FALANTES
FÔNICA
com exceção do plural duplo, percebe-se com nitidez uma oposição maior
em -ão (0,59) não se opõem entre si. Além disso, os regulares oxítonos
chegam a ser mais marcados que estes próprios itens (0,71). Esta grande
regulares que apresentam, por sua vez, uma suboposição entre regulares
corroborados por uma outra análise feita só para os não regulares, incluindo
baixa por sua vez não evidenciam um corte nítido em termos da Tonicidade e
também o plural duplo, pode-se perceber uma oposição bastante nítida entre
um lado, e os itens em -ão (0,46) por outro. Entre os três primeiros, constata-
entre si, mas eles se opõem conjuntamente aos demais itens, em graus
Tonicidade; pela análise dos itens não regulares, que seleciona, pela
primeira e única vez, a variável Processos e pela análise dos itens regulares,
que não se verifica nos dois subgrupos anteriores. Isto ocorre porque,
dado não marcado, tendo quatro categorias na variável Processos (-l, -ão, -S
e regular), com um conseqüente peso maior para os oxítonos, uma vez que
sua seleção. A análise dos itens não regulares isolados, por sua vez, foi
escolarização.
itens em -ão (0,66) que se apresentam mais marcados, embora não tanto
quanto aos itens em -l, os quais são sempre marcados. Este subgrupo de
maiores índices de plural nos nomes em -ão. Com relação aos itens
seleção da Tonicidade.
da Tonicidade.
estabelecida) de que
uma vez que o subgrupo que a apresenta com maior nitidez é exatamente o
apenas na propensão geral de uso da regra, conforme colocado por Naro (cf.
seguintes oposições:
mudança lingüística.
marcada por ser mais saliente e as demais são menos marcadas por serem
primeira posição do SN é a mais marcada, não por ser mais saliente, mas
TABELA 8.6.2
RELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS DO SN POR
SUBAGRUPAMENTOS DE FALANTES
FATORES FALANTES
Todos Ambiente Ambiente
humilde não hum.
conc.baixa conc.alta
Subst. na F. 153= 95% 6= 67% 72= 99%
primeira 161 9 73
posição P. 0,66 0,35 0,88
TABELA 8.6.3
RELAÇÃO ENTRE OS ELEMENTOS DO SN POR
SUBAGRUPAMENTOS DE FALANTES
FATORES FALANTES
Todos Ambiente Ambiente
humilde não hum.
conc.alta conc.baixa
Subst. na F. 153= 95% 12=100% 10= 91%
primeira 161 12 11
posição P. 0,66 + 0,83
à posição que ele ocupa no SN. São, então, mais marcados todos os
respectivo para todos os falantes já não é alto, conforme se pode ver nos
terceira posição nos dados dos adultos só ocorreram duas vezes, o que nos
Posição linear devem ser repensadas. O que está em jogo nesta variável,
Marcas precedentes e posição, vão nos mostrar também, para três dos
TABELA 8.6.4
MARCAS PRECEDENTES EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO POR
AGRUPAMENTOS DE FALANTES
MARCAS E FALANTES
POSIÇÃO
Todos Ambiente Ambiente
humilde não hum.
conc.baixa conc.alta
Ausência F. 4213= 97% 726= 96% 1090= 98%
4223 754 1116
P. 0,79 0,85 0,61
TABELA 8.6.5
MARCAS PRECEDENTES EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO POR
AGRUPAMENTOS DE FALANTES
MARCAS E FALANTES
POSIÇÃO
Todos Ambiente Ambiente
humilde não hum.
conc.alta conc.baixa
Ausência F. 4213= 97% 622= 98% 340= 97%
4223 634 350
P. 0,79 0,92 (0,72)
seguinte:
sentido positivo.
mesma posição.
posição da construção.
variáveis,
8.7 - Conclusão
alta e
brasileiro.
humilde e concordância baixa, ou seja, nos que são menos influenciados por
9.1 - Introdução
Estas variáveis, além de tradicionais, são estratificadas, uma vez que foram
SN: (1) variação estável com gradação etária nos falantes de concordância
lingüística.
(1975) e Sankoff & Laberge (1978). Com o seu estudo, pretende-se verificar
falante com a TV (cf. NARO, 1981a, p.84). No trabalho aqui sintetizado, não
formas de prestígio.
dos falantes em termos de mais (+), menos (-) ou mais ou menos (+). A
classificação positiva (+) ou negativa (-) foi atribuída aos falantes que se
realmente intermediárias.
escolarização, a sua Faixa etária, ou a sua Classe social; (2) evitar que a
classificação fosse feita por membros da equipe, uma vez que eles já tinham
alii, 1986, p.34; cf., também, SILVA & FERREIRA, 1988). Consideram-se
informantes:
490
cotação intermediária;
TABELA 9.4.1
VARIÁVEIS SOCIAIS CONVENCIONAIS
VARIÁVEIS ANÁLISE I ANÁLISE II
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
ANOS DE ES-
COLARIZAÇÃO
1a 4 2413/3903= 62 0,32 2413/3903= 62 0,40
5a 8 2605/3613= 72 0,53 2605/3613= 72 0,50
9 a 11 2843/3453= 82 0,65 2843/3453= 82 0,60
SEXO
Feminino 4397/5680= 77 0,59 4397/5580= 77 0,58
Masculino 3464/5289= 65 0,41 3464/5289= 65 0,42
FAIXA
ETÁRIA
15/25a 2244/3126= 72 0,49 2244/3126= 72 0,40
26/49a 2891/3845= 75 0,54 2891/3845= 75 0,60
50/71a 2726/3998= 68 0,47 2726/3998= 68 0,50
TABELA 9.4.2
VARIÁVEIS SOCIAIS NÃO CONVENCIONAIS
COTAÇÃO VARIÁVEIS
Mercado Sensibilidade Mídia
Positiva F. 1916= 81% 2635= 74% 3582= 74%
2361 3396 4825
P. 0,69 0,57 0,53
embora haja uma leve oposição entre a cotação positiva (0,53) e a negativa
(0,48).
gradação etária, com o ápice das formas de prestígio na faixa etária, onde
variáveis.
TABELA 9.4.3
ANOS DE ESCOLARIZAÇÃO E SEXO
ANOS DE SEXO
ESCOLA-
RIZAÇÃO
Feminino Masculino
que indica a ausência de influência desta variável. A sua seleção indica que
seja, a décima.
TABELA 9.4.4
SOBRE INTERFERÊNCIAS NA VARIÁVEL ANOS DE
ESCOLARIZAÇÃO: DADOS DOS HOMENS
NÍVEIS DE ANÁLISE ANOS DE ESCOLARIZAÇÃO
1a 4 5a 8 9 a 11
Prob. 1 (isoladas) 0,42 0,48 0,60
Prob. 2 (c/ Marcas) 0,39 0,49 0,62
Prob. 3 (c/ Saliência) 0,37 0,50 0,63
Prob. 4 (c/ MERCADO) 0,47 0,47 0,56
Prob. 5 (c/ Relação) 0,47 0,47 0,56
Prob. 6 (c/ SENSIBILIDADE) 0,47 0,50 0,52
Prob. 7 (c/ contexto seguinte) 0,47 0,51 0,52
Prob. 8 (c/ FAIXA ETÁRIA) 0,49 0,52 0,48
Prob. 9 (c/ MÍDIA) 0,51 0,53 0,46
Prob.10 (c/ Todas) 0,51 0,53 0,46
TABELA 9.4.5
SOBRE INTERFERÊNCIAS NA VARIÁVEL ANOS DE
ESCOLARIZAÇÃO: DADOS DAS MULHERES
NÍVEIS DE ANÁLISE ANOS DE ESCOLARIZAÇÃO
1a 4 5a 8 9 a 11
Prob. 1 (isoladas) 0,32 0,56 0,62
Prob. 2 (c/ Marcas) 0,29 0,58 0,64
Prob. 3 (c/ Saliência) 0,28 0,58 0,64
Prob. 4 (c/ Relação) 0,28 0,59 0,64
Prob. 5 (c/ Faixa etária) 0,28 0,58 0,64
Prob. 6 (c/ MERCADO) 0,35 0,55 0,61
Prob. 7 (c/ Função) 0,35 0,54 0,61
Prob. 8 (c/ Contexto seguinte) 0,35 0,54 0,61
Prob. 9 (c/ Mídia) 0,35 0,53 0,62
Prob.10 (c/ Sensibilidade) 0,35 0,53 0,62
dos homens.
terceiro lugar com significância 0,0. Nos dados das mulheres, com igual
convenção tácita que elas devem se submeter mais às regras do que eles.
aqui obtidos. As mulheres não apenas usam mais formas de prestígio, mas
formas de prestígio.
tabela 9.4.6.
498
TABELA 9.4.6
COTAÇÃO DA
SENSIBILIDADE
LINGÜÍSTICA
COTAÇÃO DA
EXPOSIÇÃO
À MÍDIA
dados dos homens refletem maior correlação entre esta variável e uso
bem mais concordância do que os cotados como menos sensíveis. Isto não
cotação positiva.
mais acentuada.
9.4.7, a seguir.
TABELA 9.4.7
FAIXA ETÁRIA E SEXO
FAIXA SEXO
ETÁRIA
Feminino Masculino
Freq. % Prob.1 Prob.10 Freq. % Prob.1 Prob.10
nós um fato novo: padrão etário curvilinear também para os homens. Este
padrão já se mostrava nos dados das mulheres em uma análise por Sexo
corpo deste trabalho, com os seguintes resultados: 0,42; 0,60 e 0,48 para,
(15/25 anos); 0,48 (26/49) e 0,45 (50/71 anos), o que também se pode
0,44, respectivamente.
tabela 9.4.8.
TABELA 9.4.8
SOBRE A FAIXA ETÁRIA NOS DADOS DOS FALANTES DO SEXO
MASCULINO
FAIXA PROBABILIDADES
ETÁRIA
Isoladas c/Mercado c/Sensibilidade c/Mídia
15/25a 0,56 0,47 0,49 0,46
26/49a 0,49 0,55 0,58 0,60
50/71a 0,44 0,48 0,42 0,43
probabilidades finais - 0,43; 0,63 e 0,43 - são provocadas pela variável Anos
de escolarização.
QUADRO 9.4.9
DISTRIBUIÇÃO DOS FALANTES POR AMBIENTE, GRAU DE
CONCORDÂNCIA E SEXO
AMBIENTE E
GRAU DE SEXO
CONCORDÂNCIA
Feminino Masculino
Humilde 5 5
Baixa
Não humilde 10 1
Alta
Humilde 2 4
Alta
Não humilde 1 3
Baixa
Total 18 13
TABELA 9.4.10
SOBRE O COMPORTAMENTO DAS MULHERES
TIPO AMBIENTE E GRAU DE CONCORDÂNCIA
FAIXA Ambiente humilde Ambiente. não humilde
ETÁRIA Concordância baixa Concordância alta
Apl./Total % Prob. Apl./Total % Prob.
15/25a 160/361 = 44 0,36 599/714 = 84 0,45
26/49a 164/302 = 54 0,56 934/1010 = 92 0,65
50/71a 201/375 = 54 0,58 789/924 = 85 0,42
ANOS DE ESCO-
LARIZAÇÃO
9.5 - Conclusão
bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, pudemos ler, por exemplo, "três lápis
material da mesma escola, continuamos a ler "8 lápis preto" (C.P. -primeiro
três negão daqueles bem grandão (cf. MONTINNI, JB, 06/03/87, Caderno
mas na forma três negões daqueles bem grandões (cf. MONTINNI, JB,
07/03/87, Caderno Cidade, p.3). Por fatos simples como estes, o pesquisador
sabem muito bem o quão variada ela é, e sabem ainda mais que variação
ler, há tempos atrás, que um senhor fugira do hospital porque o médico que
propriamente qualitativas.
10 - CONCLUSÃO
são as seguintes:
8) Função resumitiva.
seguintes variáveis:
1) Pluralidade do contexto;
4) Grau/Formalidade do SN;
5) Pluralidade do SN;
6) Função textual e
7) Localização do SN.
511
A Saliência fônica, por sua vez, além de atuar sobre cada elemento
Sendo assim, além do item lexical não regular ter mais chances de ser
terceira posição são menos marcados do que os da primeira, mas não são
substantivo, são de um tipo mais coeso do que aqueles cuja última categoria
é um não substantivo.
Classe gramatical dos constituintes do SN, como variáveis isoladas, não tem
mais relaxado e, por isto, propiciam também menos marcas de plural nas
construções nominais.
Português.
ainda não realizado: a análise dos SNs plurais em relação às suas possíveis
plural.
fenômeno variável. Mas, uma vez que o falante escolhe uma estrutura plural,
da Iconicidade.
Distintividade. Vimos que "a fronteira de morfema" não tem influência sobre a
menos do que nos itens não regulares, onde ele é apenas um dos
esperados.
análise atomística.
SN.
como tal, deve ser incorporado pela teoria lingüística. Até que ponto o
tempo.
variação e mudança.
a escola por mais tempo, local onde se atribui especial relevo às formas de
foi a variável social convencional que menos influência revelou ter. Ela
Apenas uma análise sob uma perspectiva não usual, que levou em
concordância baixa.
para o primeiro.
inerente.
diminutivos/aumentativos;
Por outro lado, se o falante for do sexo masculino, com baixo grau de
11 - NOTAS
analysis of structure. (...) The moderate type not only points out the
inadequacy of a formalist or structuralist analysis, but goes on to propose a
functionalist analysis of structure and hence to replace or change inherited
formal or structural accounts of structure. (...)
Extreme functionalism denies, in one way or another, the reality of
structure qua structure. It may claim that rules are based entirely on function
and hence there are no purely syntactic constraints; that structure is only
coded function, or the like. (NICHOLS, 1984, p.102-3)
8(...) the only forces which organize language are forces internal to the
system (...) Nothing penetrates from outside: neither iconic motivation nor any
other kind of external motivation. (DU BOIS, 1984, p.345)
9(...) all seemingly autonomous syntactic facts are actually the transparent
results of the speaker's functional goals, etc, so that no arbitrary syntactic
apparatus needs to be postulated for the language (...)
Here the only forces governing 'syntax' (which exists in the sense simply
of ordering of word tokens in utterances) are the positive forces of external
linguistics: perhaps biologically-based processing mechanisms, speaker
intentions, etc. (DU BOIS, 1984, p.345-6)
10No theory of discourse and grammar will ultimately be adequate (...)
without an explicit theory of the competition and systematic reconciliation of
external and internal motivations. (DU BOIS, 1984, p.347)
11If language is said to be adaptive, in that it responds to pressures from the
external 'environment', we must reject the theoretical framework of
autonomous structuralism, which is limited, in its attempts to account for the
structuring of language, to recognizing only system-internal motivating forces.
On the other hand, if language is a said to be system, and as such has on the
least a degree of continuity of existence, we must reject the theatrical
framework of transparent functionalism, which fails to account for the fact that
grammaticized categories (...) are retained for reuse (...) in a more or less
frozen (...) form. More importantly, perhaps, it fails to properly construe the
most fundamental internal aspect of grammar, the process of
grammaticization itself.
As an alternative to rigidly puristic versions of autonomous structuralism or
transparent functionalism, I suggest it will be most fruitful to seek a
synthesizing framework for linguistics, one capable of dealing with the
interaction of external and internal forces, and with their systematic resolution.
(...) Finally, we must seek to understand the nature of the complex interaction
between langue and parole, between discourse and grammar. (DU BOIS,
1984, p.362)
12(...) to add to the theory substantive conditions which pertain not to the
form of grammars (i.e., to the system of rules that generates a language) but
to their output. (KIPARSKY, 1972, p.195)
527
14The rule is blocked (or, in some dialects, applied less frequently) when its
application makes the past and present forms indistinguishable
(pass:passed), but applies freely where this distinction is retained because of
the vowel difference (keep:kep'). (KIPARSKY, 1972, p.198)
19(...) 'functional' constraints are only operative when form and function go
hand in hand, when structure and meaning are perfectly parallel. (GUY,
1981a, p.345)
20(...) one linguistic (or formal) dimension does correspond directly to a non-
linguistic (or conceptual) dimension (...) (HAIMAN, 1983, p.781)
23(...) one could argue that this correspondence is itself iconic at some level.
(HAIMAN, 1983, p.802)
24But the form is not an icon of the concept, or even of the familiarity of the
concept. Reduction of form is an ECONOMICALLY motivated index of
familiarity, not an iconically motivated index. (HAIMAN, 1983, p.802)
528
25(...) bears out the thesis that, the more unpredictable a piece of information
is, the more coding it requires. (HAIMAN, 1983, p.802)
26(...) the truth of the generally accepted axiom that what is predictable
receives less coding than what is not. (HAIMAN, 1983, p.807)
29(...) they nevertheless part company in one crucial respect. The single
direct argument with intransitives is most commonly the subject, but with
transitives it is the object. These arguments together, of course, constitute the
class of absolutives in an ergative language like Sacapultec Hence, we
observe a natural unity in discourse to the category of absolutive: it is the
category in which full noun phrases appear. (DU BOIS, 1984, p.348)
41(...) are certainly consistent with the salience hypothesis, but do not
constitute conclusive proof of its effect. (GUY, 1981a, p.189)
46 Scherre (1978) trabalhou com dados de seis dos 20 falantes que foram
pesquisados por Naro e Lemle, cujos resultados encontram-se em
Competências básicas do português. Guy (1981a) analisou os dados de
todos os 20 falantes.
530
47(...) the factor values would easily be swayed by random fluctuation in the
data and by differing coding systems used in the analysis of other constraints.
(GUY, 1981a, p.187)
48(...) means that there is a very strong colinearity between the factor value
for regular plurals and the input probability (...) In such a situation, small
changes in the data, even in other factor groups, can produce
disproportionately large shifts in the position relative of these two values, and
therefore in the other values in this factor group. (GUY, 1981a, p.188)
49In any case, our own results are to be preferred, since we have more data
(almost 30 than even Scherre) - the sovereign remedy for unstable statistics.
(GUY, 1981a, p.188)
50 Nesta tabela, nos dados dos nomes em -S, não se encontram os tipos
vez/vezes, os quais foram analisados separadamente.
52(...) more information risks being lost in this context. (POPLACK, 1981,
p.164)
54(...) this inhibitory effect occurs only where morpheme structure and
function coincide. (GUY, 1981a, p.165)
55(...) the weak categories are those which register information that is
relatively redundant. (KIPARSKY, 1972, p.206)
57To test for statistical significance along these lines, we need only find the
difference of the logs of the likelihoods for the two analyses, since twice this
difference should approximate a chi-square distribution if no significant effect
results from the additional factors of the more complex model. The number of
degrees of freedom involved in the distribution is the number of factors
eliminated from groups-or, if an entire group is eliminated, one less than the
number of factors in the group. (NARO, 1981a, p.73)
p.71-7), e não serão retomados aqui por não serem pertinentes para as
reflexões que fazemos nesta parte.
62 It is clear that the effects are virtually identical, except for first position.
The small discrepancy there is no doubt due to the frequent occurrence of the
determiner lo (from los) in Poplack's data. (GUY, 1981b, p.90)
TABELA 6.2.3.3a
DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS DAS CRIANÇAS EM FUNÇÃO DA CLASSE
GRAMATICAL E DA POSIÇÃO DOS ELEMENTOS NO SN
CLASSE POSIÇÃO
Primeira Segunda Terceira Total
Substantivo 16= 89% 424= 40% 46= 53% 486= 42%
18 1057 86 1161
Categoria xxx 13= 65% 2=100% 15= 68%
Substantivada 20 2 22
Pronome xxx 3= 60% xxx 3= 60%
pessoal de 5 5
3a. pessoa
Adjetivo 4=100% 18=100% 16= 40% 38= 61%
4 18 40 62
Quantificador 23=100% xxx 1= 20% 24= 83%
23 5 28
Possessivo 42= 98% 24= 96% 2= 50% 68= 94%
43 25 4 72
Adjetivo 2 xxx 1=100% 0= 0% 1= 80%
1 1 2
Indefinido 80=100% 6= 68% xxx 86= 97%
80 9 89
Artigo e 672= 98% 14=100% xxx 686= 98%
demonstrativo 688 14 702
Total 837= 98% 503= 44% 67= 50% 1407= 66%
856 1149 138 2143
67(...) was found by Guy and Braga for Brazilian Portuguese, a language
that marks plurality on the NP and the VP in much the same way as
Spanish.(POPLACK, 1980a, p.64)
68 Nem sempre o numeral foi codificado isoladamente. A maioria dos
estudiosos codificou "segmento precedente não flexionável", incluindo o
numeral. Todavia, ele constitui a maioria absoluta dos casos.
69 Sabemos, hoje, que esta hipótese não é razoável, pois o /S/ no numeral é
muito pouco colocado por qualquer tipo de falante.
70The most obvious plural context in a person's speech would surely be in an
NP containing a number which specified some plural quantity. So in the
interview situation, the popular dialect speaker who was attempting to
accommodate his speech to the standard dialect of the interviewer could
plausibly be expected to "correct" more in this most obvious plural
environment. (Guy, 1981a, p.180)
71(...) it should not be able to skip over words, producing marked-unmarked-
marked sequences. (Guy, 1981a, p.169)
72 Há apenas dois casos deste tipo porque a ocorrência de estruturas com
teus é de baixa freqüência.
73The most favorable context for marker deletion is precisely when the two
preceding markers have already been deleted. (POPLACK, 1980a, p.62-3)
74 Os testes de percepção feitos por Poplack são relatados na versão
mimeografada do texto de 1980a, datada de 1977.
75 A análise de Guy (1981a) é baseada na de Braga (1977) e na de Scherre
(1978), sobre as quais já falamos. Como os dados de Scherre encontram-se
inseridos nos de Guy e como sua análise é um pouco mais simplificada,
preferimos adotar o seu sistema de codificação e comparar os resultados
aqui obtidos com os seus.
76Since there are so few data involved here, this should not introduce any
significant distortion. (GUY, 1981a, p.177)
93(...) the functional factor (...) has a regular effect on marker deletion (...)
However, this is not an overriding tendency (...) They do not affect marker
retention much more than phonological and grammatical factors do.
(POPLACK, 1981, p.61)
94(...) actually does carry all the plural information that it must be conserved.
Thus functional considerations have not resulted in strictly grammatical (...)
conditioning determining the retention of (s).
Here we have a case where structural effects and informational effects
play competing roles, and where constraints of a purely phonological
nature are equally important. (POPLACK, 1981, p.61-2)
98The reason for including such a factor group is to investigate the issue of
functionalism: is a speaker constrained in some way to avoid deletion or
omission of elements bearing a high functional load? Poplack 1979
investigates this question in some detail, and concludes that functional factors
do significantly constraint deletion of plural -S: when there is additional plural
information present in the discourse, a given plural marker is more likely to be
omitted than when there is no such additional information. Poplack
investigated two types of plural information: morphological and non-
morphological. No significant differences between the two were reported, and
the position of the additional information was also apparently unimportant.
(GUY, 1981a, p.190)
103 (...) functional factors have a small but regular effect on deletion, in a
direction confirming a functional hypothesis. Presence of additional plural
information, whether morphological or nonmorphological, favors deletion
somewhat, whereas absence of additional information favors retention.
However, functional factors overall affect deletion less than any other
factor group studied, except following stress. (...)
The purpose of the functional groups is to ascertain the effect of functional
factors on the elimination of redundancy. Though the functional factors have a
lesser effect than the others, the ranking of factors within
537
the functional groups is clear (...) this is a tendency, but is a rather weak one.
(POPLACK, 1980a, p.62)
104Functional considerations play a regular, though not overwhelming, role in
the retention of a plural marker, (...) Functional factors show no greater
effect on deletion of (s) from the NP than other factor categories studied.
(POPLACK, 1980b, p.379 e 383)
105Although functional factors are significant to deletion, in contrast with
aspiration, of plural (s), they do not affect marker retention much more than
phonological and grammatical factors do. (...)
It should be remembered that the functional hypothesis as stated (...) is
really that surface marking patterns, which can carry information will tend to
be conserved in the grammar. The weaker functional effect found here
against (s) deletion is not of this type. It is only in sentences where the (s)
actually does carry all the plural information that it must be conserved. Thus
functional considerations have not resulted in strictly grammatical (...)
conditioning determining the retention of (s).
Here we have a case where structural effects and informational effects
play competing rules, and where constraints of a purely phonological
nature are equally important. (POPLACK, 1981, p.61-2)
106(...) the S-Deletion rule is actually inhibited by the presence of a
morpheme boundary before the final S. (GUY, 1981a, p.164-5)
107(...) it could also be considered a functional constraint favoring retention of
grammatical information. (GUY, 1981a, p.165)
108 Este estudo não foi ainda feito por nós por limitação exclusiva de tempo,
uma vez que envolverá a análise de aproximadamente 6000 SNs de dois
elementos que se encontram no nosso corpus. Ele será feito brevemente.
109 Nesta etapa, não codificamos a tonicidade dos regulares. Mas, se
codificada, ela mostrará, indubitavelmente, resultados positivos.
110(...) is definable in terms of the notion cohesion, which is itself a relative
rather than absolute concept. Structural distance refers to the degree to which
two elements are integrated in terms of some grammatico-semantic relation
within a higher-level structure. (CORNISH, 1986, p.187)
111The lowest degree of structural distance existing between two elements is
represented by the mutual dependence of word-internal morphemes, between
which it is impossible to insert any element (...) This status is marked by the
lack of formal concord (...) (CORNISH, 1986, p.187)
112(...) can only precede their head noun, their mutual ordering being strictly
constrained (...) (CORNISH, 1986, p.187)
538
121(...) our earlier decision to treat the choice of active and passive as two
alternative ways of saying "the same thing", since it is conditioned by formal,
syntactic factors far more than the influence of given vs. new. One might
argue that parallel strings are also characteristic of semantically significant
choices: there is a cognitively determined tendency to keep talking about the
same thing. (WEINER & LABOV, 1977, p.38-9)
122The distribution of information in discourse is not without influence, but it
is a relatively minor factor compared to more mechanical tendency to
preserve parallel structure: first in the succession of passive constructions,
second in the retention of the same structural position for the same referent in
successive sentences. There is undoubtedly a stylistic factor operating.
(WEINER & LABOV, 1977, p.43)
123(...) there is a tendency of verbs in the same tense to cluster together.
Both HP and P verbs are more frequent when the prior verb is in the same
tense; in non-initial complicating action clauses, 62 of the 368 HP verbs occur
after an HP verb in the prior clause, and 82 of the 847 P verbs follow a P verb
in the prior clause. Thus sequence with rapid alternation between the HP and
the P verb are not typical.(SCHIFFRIN, 1981, p.51)
124The tendency for verbs in one tense of a cluster together is given a
functional, discourse-level explanation: maintenance of one tense groups
events into one scene or episode while switching separates events from one
another. (SCHIFFRIN, 1981, p.52)
125(...) supports Wolfson's hypothesis that tense switching separate events.
However, this does not mean that maintaining one tense has the opposite
function - that of uniting acts into one event. Rather, there seems to be a
general tendency for particular grammatical forms to cluster together. Thus
Weiner & Labov 1977 find that the probability of using a passive increases if a
passive has already occurred in the preceding discourse. And Sankoff &
Laberge 1978 report for French that, when on and tu/vous occur in a
sequence of conjoined or juxtaposed sentences, their switch rate is lower
than their over-all proportions. Such sequence constraints suggest that what
influences the first occurrence of a form need not to be the same as what
influence subsequent occurrences. It is perfectly possible that tense-switching
functions in discourse to separate events, but that staying in one tense does
not have a comparable discourse function. Rather, the latter may result from
a more mechanical constraint on continuing with one form unless there is
reason to change (...) (SCHIFFRIN, 1981, p.55-6)
126(...) states that the weaker the syntagmatic relationship between the two
tokens, the greater the chance of a switch of variant when the second token is
uttered. (SANKOFF & LABERGE, 1978, p.121)
540
127(...) when a single referent is the subject of two (or more) sentences, one
of which is embedded in the other. (SANKOFF & LABERGE, 1978, p.120)
128(...) when a single referent is the subset in a sequence of two or more
independent sentences which are conjoined or simply juxtaposed. (SANKOFF
& LABERGE, 1978, p.120)
129Is sequence constraint a form of text coherence, albeit quantitative,
operating on coreferential variables in adjacent syntactic units, or does it
simply reflect stylistic homogeneity within relatively short passages of
conversation? (SANKOFF & LABERGE, 1978, p.122)
130The first option is at least partly valid (...) the switching rates for
unconstrained pairs are not clearly different from the over-all proportion of the
variants, indicating little or no effect of stylistic homogenei-ty.(SANKOFF &
LABERGE, 1978, p.126)
131(...) The fact that there is a high probability of plural inflection for nouns
that are not preceded by a quantifier is in agreement with the functionalism
hypothesis. (LEFEBVRE, 1981, p.80)
132If we look at the contribution of the type of plural information contained in
the subject NP we find the following results. In cases where the subject
pronouns do not appear in surface structure, probability of plural inflection of
verbs is very high. This fact fits the functionalism hypothesis (...); conversely
in the case of a quantified noun or conjoined subject probability of inflection
for plural of verbs is low (...).
The remaining factors, however, do not confirm the funcionalist
hypothesis as well. This involves both cases for which there is no plural
information in the subject NP (...) and cases from which there is plural
information in the subject NP (...). The functionalist hypothesis would predict
that the former category would favor inflection of verbs for plural in order to
preserve plural information at the sentence level, while the latter category
would permit less inflection on the verb since plurality is already marked on
the subject. The results show the reverse tendency. I suggest the following
explanation for these facts: there seems to be a surface concord
phenomenon, which accounts for inflection of plural of verbs when the subject
NP is inflected for plural and absence of inflection when the subject NP is not
inflected. (LEFEBVRE, 1981, p.81-2)
133(...) tend to support the idea that "where you have overt agreement, you
can drop the subject " (...). Furthermore, one can now add that the more
overt the agreement is, the more subjects can be dropped. (NARO, 1981b,
p.356)
134(...) is not 'try to preserve marking' but 'try to eliminate redundancy'.
(NARO, 1981, p.354)
541
136It is important to bear in mind, however, that in the real world there are
many nonagreeing verbs. The fact that these too allow empty subjects, and in
the same or greater proportions than agreeing verbs, shows that the overt
agreement hypothesis, even in its relativized version, is not correct. The
general underlying principle behind the behavior of both types of construction
is reduction in amount of surface marking. For agreeing verbs, this reduces
subject/verb redundancy and for nonagreeing verbs it reduces subject/verb
conflict. Notice especially that in this latter case, marking is reduced even at
the cost of loss of all surface marking of semantic categories. (NARO, 1981,
p.356)
137(...) a new subject referent and a referent which was mentioned three or
more clauses before would favor pronominal subjects. (LIRA, 1982, p.148)
138(...) the reverse happens. If the subject is present one clause before, the
pronoun has the highest probability of being realized. (LIRA, 1982, p.149)
139The fact that the pronominal subject occurs more often when the referent
was mentioned one clause before might be explained by some kind of
parallelism or agreement on the surface. (LIRA, 1982, p.150)
140(...) This indicate that the two rules tend to vary in tandem also appeared
in our examination of the NPA rule in Chapter Five. This might be a reflection
of degree of self-monitoring; a "stylistic" effect more subtle than we are able
to discriminate with our relatively crude, topic based measure of speech style.
(GUY, 1981, p.252)
142 Este trabalho foi realizado sob a nossa orientação, no ano de 1987,
quando Lage foi nossa auxiliar de pesquisa com bolsa concedida pela UFRJ.
This variable is, so to speak, exterior to the speaker, impinging upon him or
her without any internal motivation. The orientation variable, on the other
hand, reflects a resurgence in the use of this same rule that comes from
within the speaker, depending upon his or her own cultural orientation.
(NARO, 1981b, p.87)
158If the vicarious orientation continues to spread among younger speakers,
given the relatively small age-differential, the situation could soon reach a
point where that group might produce a higher rate for agreement than the
older speakers. Since there are no social barriers between the two orientation
subgroups, at a certain point in time the resurgence in use of the agreement
rule might even spread throughout the younger group, independently of the
orientation variable, and produce a reversal in the trend toward the
elimination of the rule. Future studies will determine if there is any validity to
this speculation. (NARO, 1981b, p.88)
159(...) syntactic change starts at a point where surface differentiation
between the old and new systems is zero (or nearly so); later it spreads
throughout the language in inverse proportion to the degree of saliency of the
surface differences between these systems in each particular environment.
(NARO, 1981b, p.63; cf. também, p.96-7)
160(...) can be partially blocked for a certain period of time. It is only in the
long run, not in its initiation or progress, that linguistic change produces
relatively uniform and 'natural' results. (NARO, 1981b, p.97)
161Já discutimos amplamente este aspecto no item 6.1.2 deste mesmo
trabalho.
162(...)although we have no firm evidence, we suppose that syntactic change
actuated by learned reaction or hypercorrection would work in the opposite
way, turning up in the most salient environments. (NARO & LEMLE , 1976,
p.237 e 1977, p.267)
163(...) given only a synchronic cross-section of a variable phenomenon
obeying a saliency constraint there is no way of determining whether change
is currently in progress or has been interrupted for some reason before
reaching full generalization, just as it is in principle impossible to state what
the direction of change is (or was). Matters are further complicated by
consideration of the locus of change - in the community as a whole, in
subcommunities, or in individual. (NARO, 1986, p.1)
164(...) there was a convergence of motives for the actuation of loss of SVA
and NPA in Brazil: 1) natural internal development of the language (Naro
1981); 2) pidginization behavior on the part of Europeans (as shown in Naro
1978, but for an earlier period and under different social conditions); 3)
imperfect learning by speakers of vastly diverse linguistic backgrounds.
(NARO, 1986, p.10)
545
168The group norms are not just artifacts of the macrocosmic viewpoint,
representing mere averages of a collection of widely scattered individual
norms. Rather, they recapitulate the generally uniform norms of individuals.
(GUY, 1980, p.12)
_____. Variation in the group and the individual: the case of final stop
deletion. In: LABOV, William. (eds). Locating language in time and
space. Philadelphia, University of Pennsylvania, 1980. P.1-36.
HOPPER, Paul. Aspect and fore grounding in discourse. In: GIVÓN, . ed.
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and Syntax, 1979. P.213-41.
KAY, Paul. Variable rules, community grammar, and linguistic change. In:
SANKOFF, David. (ed.). Linguistic variation: models and methods.
New York. Academic Press, 1978. p.71-83.
KAY, Paul & Mac DANIEL, Chad K. On the logical of variable rules.
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LABOV, William. On the use of the present to explain the past. In:
HEILMANN, L. (ed.) THE ELEVENTH INTERNATIONAL CONGRESS
OF LINGUISTICS. Bologna- Florence, aug. 28 sept, 1972. v.2.
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_____. The social origins of sound change in: LABOV, William. (ed.).
Locating language in time and space. Philadelphia, University of
Pennsylvania, 1980. P.251-64.
RESUMO
ABSTRACT
RESUMÉ