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Análise dos sonetos 5 e 6 (Marilia de Dirceu -

Tomaz Antônio Gonzaga)


Nome: Daniela Tavares Cunha
Série: 3 EM
Professora: Verena

Português

SONETO 5:

Ao templo do Destino fui levado: Sobre o altar num cofre se firmava, Em cujo seio cada
qual buscava, Tremendo, anúncio do futuro estado.
Tiro um papel e lio – céu sagrado, Com quanta causa o coração pulsava! Este duro
decreto escrito estava
Com negra tinta pela mão do fado:
“Adore Polidoro a bela Ormia,
sem dela conseguir a recompensa, nem quebrar-lhe os grilhões a tirania.”

Dar mãos Amor mo arranca, e sem detença, Três vezes o levando à boca impia,
Jurou cumprir à risca a tal sentença.

SONETO 6:

Quantas vezes Lidora me dizia,


Ao terno peito minha mão levando:
- Conjurem-se em meu mal os astros, quando Achares no meu peito aleivosia!
Então que não chorasse lhe pedia,
Por firme seu amor acreditando.
Ah! que em movendo os olhos, suspirando, Ao mais acautelado enganaria!
Um ano assim viveu. Oh! céus, agora Mostrou que era mulher: a natureza, Só por não se
mudar, a fez traidora.
Não, não darei mais cultos à beleza, Que depois de faltar à fé Lidora, Nem creio que nas
deusas há firmeza.

ANÁLISE:

SONETO 5:
Neste soneto, o eu lírico descreve sua visita a um templo do destino, que é um lugar onde
as pessoas buscam revelações sobre seu futuro. O cenário sugere um ambiente de
expectativa e ansiedade, já que as pessoas buscam respostas sobre o que lhes espera. O eu
lírico retira um papel do altar do templo e lê o que parece ser um decreto do destino. Esse
decreto prevê que Polidoro irá adorar Ormia, mas não conseguirá sua recompensa nem
quebrar seus grilhões. Isso cria uma sensação de inevitabilidade e determinismo.

A segunda parte do soneto descreve o Amor tentando impedir o eu lírico de cumprir essa
sentença, mas ele jura cumpri-la à risca. Isso reflete a luta entre o destino e o livre
arbítrio, onde o Amor tenta intervir, mas o eu lírico se mostra determinado a seguir o que
foi previsto. O soneto aborda temas como destino, amor, livre arbítrio e a luta contra as
circunstâncias.

SONETO 6:

Neste soneto, o eu lírico relembra as palavras de Lidora, que prometia fidelidade e pedia
que ele não chorasse caso a encontrasse traiçoeira. Essa promessa de fidelidade é
expressa de forma emotiva e sincera, com Lidora segurando a mão do eu lírico. No
entanto, após um ano, Lidora se revela traidora, e a natureza volúvel da emoção humana
fica evidente.

O eu lírico expressa sua desilusão e dor ao perceber que Lidora não manteve sua
promessa. A última linha do soneto é especialmente significativa, onde o eu lírico afirma
que não dará mais culto à beleza e questiona a firmeza das deusas. Isso sugere uma
reflexão mais profunda sobre a confiabilidade da beleza e da fidelidade, indicando uma
perda de fé nas promessas e na estabilidade das emoções humanas.

Em resumo, ambos os sonetos exploram temas universais como destino, amor, fidelidade
e traição, mostrando a complexidade das emoções humanas e a luta entre o que é previsto
e o que é desejado. Eles refletem as incertezas e as reviravoltas das relações amorosas e
como as promessas podem ser quebradas, deixando o eu lírico desiludido e questionando
a confiabilidade de sentimentos.

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