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SONETO 5:
Ao templo do Destino fui levado: Sobre o altar num cofre se firmava, Em cujo seio cada
qual buscava, Tremendo, anúncio do futuro estado.
Tiro um papel e lio – céu sagrado, Com quanta causa o coração pulsava! Este duro
decreto escrito estava
Com negra tinta pela mão do fado:
“Adore Polidoro a bela Ormia,
sem dela conseguir a recompensa, nem quebrar-lhe os grilhões a tirania.”
Dar mãos Amor mo arranca, e sem detença, Três vezes o levando à boca impia,
Jurou cumprir à risca a tal sentença.
SONETO 6:
ANÁLISE:
SONETO 5:
Neste soneto, o eu lírico descreve sua visita a um templo do destino, que é um lugar onde
as pessoas buscam revelações sobre seu futuro. O cenário sugere um ambiente de
expectativa e ansiedade, já que as pessoas buscam respostas sobre o que lhes espera. O eu
lírico retira um papel do altar do templo e lê o que parece ser um decreto do destino. Esse
decreto prevê que Polidoro irá adorar Ormia, mas não conseguirá sua recompensa nem
quebrar seus grilhões. Isso cria uma sensação de inevitabilidade e determinismo.
A segunda parte do soneto descreve o Amor tentando impedir o eu lírico de cumprir essa
sentença, mas ele jura cumpri-la à risca. Isso reflete a luta entre o destino e o livre
arbítrio, onde o Amor tenta intervir, mas o eu lírico se mostra determinado a seguir o que
foi previsto. O soneto aborda temas como destino, amor, livre arbítrio e a luta contra as
circunstâncias.
SONETO 6:
Neste soneto, o eu lírico relembra as palavras de Lidora, que prometia fidelidade e pedia
que ele não chorasse caso a encontrasse traiçoeira. Essa promessa de fidelidade é
expressa de forma emotiva e sincera, com Lidora segurando a mão do eu lírico. No
entanto, após um ano, Lidora se revela traidora, e a natureza volúvel da emoção humana
fica evidente.
O eu lírico expressa sua desilusão e dor ao perceber que Lidora não manteve sua
promessa. A última linha do soneto é especialmente significativa, onde o eu lírico afirma
que não dará mais culto à beleza e questiona a firmeza das deusas. Isso sugere uma
reflexão mais profunda sobre a confiabilidade da beleza e da fidelidade, indicando uma
perda de fé nas promessas e na estabilidade das emoções humanas.
Em resumo, ambos os sonetos exploram temas universais como destino, amor, fidelidade
e traição, mostrando a complexidade das emoções humanas e a luta entre o que é previsto
e o que é desejado. Eles refletem as incertezas e as reviravoltas das relações amorosas e
como as promessas podem ser quebradas, deixando o eu lírico desiludido e questionando
a confiabilidade de sentimentos.